o mensageiro paroquial de junho 2012

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4 - JUNHO 2012 JUNHO 2012 - Nº 80 www.paroquiasantabarbara.org.br [email protected] Cremos em Deus, Santíssima Trindade! Eis uma verdade de fé elementar de nossa catolicidade cristã. Crer na Santíssima Trindade é crer em toda a história da salvação, que se iniciou na revelação do Transcendente ao ser humano, passando posteriormente pela experiência fideística (experiência de fé) do povo de Israel, o qual já prefigura, na Antiga Aliança, a imagem bíblica da própria Igreja de Cristo – querida pelo Pai, fundada pelo Filho e santificada no Espírito Santo, conforme nos recorda o Vaticano II na eclesiologia da Lumen Gentium (Constituição Dogmática Conciliar). A Santíssima Trindade é a referência misteriosa da comunidade perfeita, nela não há divisão, mas sim união de Pessoas Divinas. A Igreja, Corpo místico de Cristo-Cabeça deve, pois, em sua organização temporal militante, viver de maneira evangélica essa mesma Marcos Cassiano Dutra é seminarista da Diocese de Piracicaba, aluno do curso de Licenciatura em Filosofia pela PUC-Campinas A Teologia Trinitária do Mistério de Deus A festa de Corpus Christi é comemorada toda quinta-feira depois do Domingo da S a n t í s s i m a Trindade, após a festa de Pentecostes, e é realizada há mais de 8 séculos pelos cristãos do mundo. A história nos conta que no ano de 1258, Jesus apareceu à Beata Juliana de Cornillon pedindo a ela a introdução da Festa de Corpus Domini (Corpo de Cristo) no calendário litúrgico da Igreja. Foi preciso que um milagre Eucarístico acontecesse na cidade de Bolsena na Itália para que a Igreja entendesse a validade das mensagens de Juliana e reconhecesse a seriedade do pedido de Jesus. Nesta ocasião caíram gotas de sangue sobre o altar através de uma hóstia consagrada que tirou qualquer dúvida sobre a veracidade dos fatos. Após este episódio o Papa Urbano IV em 1264 emitiu um transcrito, onde prescreveu a celebração da festa de Corpus Christi no calendário litúrgico da Igreja. A antiga aliança era apenas figura daquilo que haveria de vir. No evangelho, São Lucas dá um relato resumido do que aconteceu na Última Ceia. Ali Jesus celebra a Nova Aliança de Deus Pai com os homens. Na Última Ceia, Jesus quis seguir o ritual comum da antiga aliança, Jesus dá o Seu novo mandamento: Amar uns aos outros, sermos uni- dos como ele e o Pai. Faz a oferta do sacrifício perfeito de Sua vida. A vítima ali não é mais um novilho, mas Ele mesmo, Deus e Homem. O Seu Sangue, derramado na cruz, sela a Nova Aliança. Em vez de um altar ou colunas de pedra, Ele deixa a Divina Eucaristia, como o sinal vivo A Hóstia Consagrada é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo dessa nova aliança. Assim como em todas as Alianças antigas se deixava um sinal visível, para que as futuras gerações pudessem se lem- brar daquela aliança, assim também Jesus quis deixar A Hóstia Consagrada é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo um sinal ou memorial da Nova Aliança. Mas a Eucaristia não é só um sinal do que aconte- ceu no passado. Eucaristia é Sacramento, e todo Sacra- mento realiza aquilo que o seu sinal indica. Cada vez que uma Comunidade celebra a Eucaristia ali está se reali- zando de novo no presente, aquela mesma aliança que Jesus Cristo fez, uma vez para sempre, em nosso nome com Deus Pai. Na Missa, cada Comunidade atualiza a Nova Aliança com Deus. Por isso temos na Missa o mesmo ritual da Aliança, que Jesus usou na Última Ceia. Podemos perguntar a nós mesmos, se a nossa comunidade esta renovando a aliança com Deus, cada vez que celebramos a Euca- ristia. Na liturgia da Palavra, Deus fala o que Ele quer de nós, qual é a vontade Dele. E a comunidade responde: Estamos prontos para fazer o que o Senhor mandar! Depois se oferece de novo o único Sacrifício da Nova Aliança, que é o Sacrifício da Morte e Ressurreição de Cristo. Aqui a comunidade traz sua vida toda, com alegrias e tristezas, para oferecer ao Pai, junto com o Sacrifício de Cristo. Finalmente, a comunidade comunga, selando a aliança, e ainda conserva este sinal da Nova Aliança, a Hóstia Consagrada, com a presença Real de Cristo Ressuscitado. unidade essencial de Deus Trindade, dado que, se a Igreja é envolta pelo mistério da Trindade, logo ela é trinitária; por isso mesmo os fiéis cristãos, ao início de toda Ceia do Senhor (a Missa) traçam sobre si o sinal eloqüente da fé que professam e os reúnem em comunidade: fé em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Como entender um Deus que ao mesmo tempo é Uno e Trino? A Trindade de Deus é divina, não humana, isto é, ela é formada misteriosamente por três Pessoas Divinas e não três pessoas humanas, por isso a natureza humana interroga o mistério da Trindade, por que na realidade temporal humana é impossível existirem num único ser vivo, ao mesmo tempo, três pessoas. Contudo, a certeza da fé, que não é obra do acaso e do abstrato, mas do Transcendente, nos auxilia na compreensão e contemplação dessa realidade da natureza divina de Deus, Santíssima Trindade, o qual não é três deuses, mas um só Deus, três vezes Santo. A imagem antigo- testamentária do Deus de Abraão, Isaac e Jacó, prefigura o mistério da Santíssima Trindade que será revelado plenamente no Verbo humanizado (Jesus de Nazaré, o Cristo) Aquele que nos dá a conhecer totalmente quem é Deus, quem é o Senhor, quem é Javé... Jesus, em sua missão salvífica, aos poucos vai mostrando o mistério da Trindade ao dizer - “Eu e o Pai somos um”, “Ide por todo mundo e a todos batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Nesse aspecto, pode-se dizer que a Trindade é profundamente cristológica, pois Cristo é Pessoa e Obra de Deus, pessoa no sentido de que Nele habita a divindade da Trindade e obra por que Ele é o próprio reino de Deus. Assim afirma Santo Atanásio: “Com efeito, toda graça nos é dada em nome da Santíssima Trindade vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo. Realmente, participantes do Espírito Santo, possuímos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito”. Celebrar a Solenidade da Santíssima Trindade é deixar-se mergulhar nesse mistério transcendente de Deus e torná-lo transparente na vida cristã, nos gestos, palavras e ações, dado que fé e vida caminham juntas. O mistério de Deus não é algo desencarnado, e sim encarnado na história do homem, quanto mais o celebramos e contemplamos de maneira consciente, plena Cremos em Deus, santíssima trinDaDe! e frutuosa, muito mais esse mistério sagrado se encarna, se atualiza, na humanidade, fomentando nos homens e mulheres de boa vontade o desejo de difusão dos direitos humanos como sinais concretos da fé na Santíssima Trindade Cremos em Deus, Santíssima Trindade! A teologia trinitária do mistério de Deus Venham passar uma tarde diferente e muito agradável com seu namorado (a), e participar do encontro promovido pela Matriz Santa Bárbara. Atenção Casais de Namorados Local Salão de festas da Paróquia Informações na secretaria paroquial – fone: 3455 2025 Data Dia 09/06/12 (sábado), das 14 às 17horas

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Jornal mensal da Paróquia Santa Bárbara da cidade de Santa Bárbara d`Oeste - SP

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4 - JUNHO 2012

JUNHO 2012 - Nº 80www.paroquiasantabarbara.org.br [email protected]

Cremos em Deus, Santíssima Trindade! Eis uma verdade de fé elementar de nossa catolicidade cristã. Crer na Santíssima Trindade é crer em toda a história da salvação, que se iniciou na revelação do Transcendente ao ser humano, passando posteriormente pela experiência fideística (experiência de fé) do povo de Israel, o qual já prefigura, na Antiga Aliança, a imagem bíbl ica da própria Igreja de Cristo – querida pelo Pai, fundada pelo Filho e santificada no Espírito Santo, conforme nos recorda o Vaticano II na eclesiologia da Lumen Gentium (Constituição Dogmática Conciliar).

A Santíssima Trindade é a referência misteriosa da comunidade perfeita, nela não há divisão, mas sim união de Pessoas Divinas. A Igreja, Corpo místico de Cristo-Cabeça deve, pois, em sua organização temporal militante, viver de maneira evangél ica essa mesma

Marcos Cassiano Dutra é seminarista da Diocese de

Piracicaba, aluno do curso de Licenciatura em Filosofia pela

PUC-Campinas

A Teologia Trinitária do Mistério de Deus

A festa de Corpus Christi é comemorada toda quinta-feira depois do Domingo da S a n t í s s i m a Trindade, após a festa de Pentecostes, e é realizada há mais de 8 séculos pelos cristãos do mundo. A história nos conta que no ano de 1258, Jesus apareceu à Beata Juliana de Cornillon pedindo a ela a introdução da Festa de Corpus Domini (Corpo de Cristo) no calendário litúrgico da Igreja. Foi preciso que um milagre Eucarístico acontecesse na cidade de Bolsena na Itália para que a Igreja entendesse a validade das mensagens de Juliana e reconhecesse a seriedade do pedido de Jesus. Nesta ocasião caíram gotas de sangue sobre o altar através de uma hóstia consagrada que tirou qualquer dúvida sobre a veracidade dos fatos. Após este episódio o Papa Urbano IV em 1264 emitiu um transcrito, onde prescreveu a celebração da festa de Corpus Christi no calendário litúrgico da Igreja.

A antiga aliança era apenas figura daquilo que haveria de vir. No evangelho, São Lucas dá um relato resumido do que aconteceu na Última Ceia. Ali Jesus celebra a Nova Aliança de Deus Pai com os homens. Na Última Ceia, Jesus quis seguir o ritual comum da antiga aliança, Jesus dá o Seu novo mandamento: Amar uns aos outros, sermos uni-dos como ele e o Pai. Faz a oferta do sacrifício perfeito de Sua vida. A vítima ali não é mais um novilho, mas Ele mesmo, Deus e Homem. O Seu Sangue, derramado na cruz, sela a Nova Aliança. Em vez de um altar ou colunas de pedra, Ele deixa a Divina Eucaristia, como o sinal vivo

A Hóstia Consagrada é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo

dessa nova aliança. Assim como em todas as Alianças antigas se deixava um sinal visível, para que as futuras gerações pudessem se lem-brar daquela aliança, assim também Jesus quis deixar A Hóstia Consagrada é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo um sinal ou memorial da Nova Aliança. Mas a Eucaristia não é só um sinal do que aconte-ceu no passado. Eucaristia é Sacramento, e todo Sacra-mento realiza aquilo que o seu sinal indica. Cada vez que uma Comunidade celebra a Eucaristia ali está se reali-zando de novo no presente, aquela mesma aliança que Jesus Cristo fez, uma vez para sempre, em nosso nome com Deus Pai. Na Missa, cada Comunidade atualiza a Nova Aliança com Deus. Por isso temos na Missa o mesmo ritual da Aliança, que Jesus usou na Última Ceia. Podemos perguntar a nós mesmos, se a nossa comunidade esta renovando a aliança com Deus, cada vez que celebramos a Euca-ristia. Na liturgia da Palavra, Deus fala o que Ele quer de nós, qual é a vontade Dele. E a comunidade responde: Estamos prontos para fazer o que o Senhor mandar! Depois se oferece de novo o único Sacrifício da Nova Aliança, que é o Sacrifício da Morte e Ressurreição de Cristo. Aqui a comunidade traz sua vida toda, com alegrias e tristezas, para oferecer ao Pai, junto com o Sacrifício de Cristo. Finalmente, a comunidade comunga, selando a aliança, e ainda conserva este sinal da Nova Aliança, a Hóstia Consagrada, com a presença Real de Cristo Ressuscitado.

unidade essencial de Deus Trindade, dado que, se a Igreja é envolta pelo mistério da Trindade, logo ela é trinitária; por isso mesmo os f iéis cristãos, ao início de toda Ceia do Senhor (a Missa) traçam sobre si o sinal eloqüente da fé que professam e os reúnem em comunidade: fé em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Como entender um Deus que ao mesmo tempo é Uno e Trino? A Trindade de Deus é divina, não humana, isto é, ela é formada misteriosamente por três Pessoas Divinas e não três pessoas humanas, por isso a natureza humana interroga o mistério da Trindade, por que na realidade temporal humana é impossível existirem num único ser vivo, ao mesmo tempo, três pessoas. Contudo, a certeza da fé, que não é obra do acaso e do abstrato, mas do Transcendente, nos auxilia na compreensão e contemplação dessa realidade da natureza divina de Deus,

Santíssima Trindade, o qual não é três deuses, mas um só Deus, três vezes Santo.

A i m a g e m a n t i g o -testamentár ia do Deus de Abraão, Isaac e Jacó, pref igura o mistér io da Santíssima Trindade que será revelado plenamente no Verbo humanizado (Jesus de Nazaré, o Cristo) Aquele que nos dá a conhecer totalmente quem é Deus, quem é o Senhor, quem é Javé... Jesus, em sua missão salvífica, aos poucos vai mostrando o mistério da Trindade ao dizer - “Eu e o Pai somos um”, “Ide por todo mundo e a todos batizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Nesse aspecto, pode-se dizer que a Trindade é profundamente cristológica, pois Cristo é Pessoa e Obra de Deus, pessoa no sentido de que Nele habita a divindade da Trindade e obra por que Ele é o próprio reino de Deus.

Assim afirma Santo Atanásio: “Com efeito, toda graça nos é dada em nome da Santíssima Trindade vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo. Realmente, participantes do Espírito Santo, possuímos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito”.

Celebrar a Solen idade da Santíssima Trindade é deixar-se mergulhar nesse mistério transcendente de Deus e torná-lo transparente na vida cristã, nos gestos, palavras e ações, dado que fé e vida caminham juntas. O mistério de Deus não é algo desencarnado, e sim encarnado na história do homem, quanto mais o celebramos e contemplamos de maneira consciente, plena

Cremos em Deus, santíssima trinDaDe!

e frutuosa, muito mais esse mistério sagrado se encarna, se atualiza, na humanidade, fomentando nos homens e mulheres de boa vontade o desejo de difusão dos direitos humanos como sinais concretos da fé na Santíssima Trindade Cremos em Deus, Santíssima Trindade!

A teologia trinitária do mistério de Deus

V e n h a m p a s s a r u m a tarde diferente e muito a g r a d á v e l c o m s e u namorado (a), e participar do encontro promovido pela Matriz Santa Bárbara.

Atenção Casais de Namorados

Local Salão de festas da Paróquia

Informações na secretaria paroquial – fone: 3455 2025

Data Dia 09/06/12 (sábado), das 14 às 17horas

Pe. Jucimar Bitencourt

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2 - JUNHO 2012 JUNHO 2012 - 3

Matriz Santa BárBara Praça Rio Branco, centro- s/nº Telefone (3455-2025) Santa Bárbara d´Oeste -SP O MenSageirO ParOquial ANO VIII – número 80 JUNHO - 2012 DiretOr Padre Jucimar Bitercourt DiagraMaÇÃO Marcel Fronza tirageM- 2 Mil exemplares

Silêncio e Palavra: Caminho de Evangelização O silêncio foi o tema central do Dia Mundial das Comunicações Sociais – “Silêncio e Palavra: caminho de evangelização”, celebrada em muitos países, no domingo que precede a Solenidade de Pentecostes, no Brasil, Dia da Ascensão do Senhor, que em 2012, foi em 20 de Maio. Um valor que, à primeira vista, poderia parecer contrário à palavra, numa sociedade de abundantes estímulos que a comunicação traz em primeiro plano. No pensamento do Papa Bento XVI, o silên-cio não é apresentado como contraposição a uma sociedade caracterizada pelo fluxo constante da comunicação, mas como um elemento essencial de integração. Por favorecer a dimensão do discernimento e do aprofundamento, o silêncio pode ser considerado como primeiro passo para o acolhimento da palavra. Portanto, não há nenhum dualismo, mas a complementaridade de duas funções que, no seu justo equilíbrio, enriquecem o valor da comunicação e a tornam um elemento irrenunciável a serviço da nova evangelização. O Dia Mundial das Comunicações Sociais é a única Jornada Mundial estabelecida pelo Concilio Vaticano II (“Inter Mirifica”, 1963). A Mensagem completa do Papa para esta Jornada é tradicionalmente, publicada, no dia 24 de janeiro, por ocasião da festa de São Francisco de Sales, patrono dos jornalistas e podemos encontra-la no site da Santa Sé.

No dia 11 de outubro de 2011, pela Carta Apostólica “Porta fidei”, o Papa Bento XVI proc-lamou um novo Ano da Fé. Começará no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumêni-co Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013. O último Ano da Fé proclamado por um papa foi em 1967 quando, após o Concílio Vaticano II, o Pontífice Paulo VI o procla-mou e o encerrou com a sua “Profissão de Fé”, o “Credo do Povo de Deus”. O objetivo era dissipar os erros de doutrina que se propagavam após o Concílio Vaticano II. Também para que houvesse, em toda a Igreja, “uma autêntica e sincera profissão da mesma fé”. Certamente, Bento XVI quer hoje também coibir os erros de doutrina que se espalham na Igreja. O Papa Bento XVI começa dizendo que “não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida” (cf. Mt 5,13-16). “Trabalhai, não pelo alimento que desapa-rece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna”

(Jo 6,27). Mas qual é o sentido do Ano da Fé? A fé ainda tem espaço em nossa cultura secularizada? Em um mun-do cheio de misérias, fome, guerras, onde Deus parece não ter lugar e nem vez, não seria uma alienação procla-mar um Ano da Fé? Para que serve a fé? Esses e outros interrogantes são propostos aos cristãos. Respondê-los se faz necessário para todos os que desejam viver sua fé com consciência, e não apenas como uma herança de seus pais e avós esquecida e guar-dada em um canto perdido da própria vida, e que não possui nenhuma incidência concreta no modo de viver, pensar, ser e relacionar-se. O Santo Padre lembra que, na data de 11 de outubro de 2012, completam-se vinte anos da publicação do “Catecismo da Igreja Católi-ca”. Ele ressalta que convocou um Sínodo dos Bispos para o mês de outubro de 2012 tendo por tema “a nova evan-gelização para a transmissão

da fé cristã”. O Pontífice fala efusivamente da importância do Concílio Vaticano II: “Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que benef i c iou a Ig re ja no século XX. Nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: “Se o lermos e recebermos, guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja”. Essas palavras do Papa fazem calar aqueles que se opõem ao Concílio. O Ano da Fé, diz o Papa, é um “convite p a r a u m a a u t ê n t i c a e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo” (cf. At4, 12).

Aproveitando a mensagem do Papa Bento XVI para dia mundial das comunicações, “Silêncio e Palavra: caminho de evangelização”, que foi celebrada em 20 de maio, dia da Ascensão do Senhor, na qual o Santo Padre fala sobre a importância do silêncio na evangelização, queremos deixar aqui registrado a homenagem ao “Grupo de Oração Nossa Senhora do Silêncio” que completou 25 anos no mês maio. Grupo mais conhecido por “Plantão de Oração” que se-reunem todas as quartas feiras às 14 horas na Matriz Santa Bárbara, para as Missas e orações de cura e libertação. É composto por mulheres donas de casas, mães e amigas que saem de seus lares, deixam seus problemas e famílias, e em silêncio junto com Nossa Senhora oram, cantam e confortam os corações dos necessitados. Falando de Deus de uma maneira simples, orando uns pelos outros como Jesus pediu. Um forte abraço a todas, e que Deus seja sempre a força de vocês e Maria Santíssima abençoe a todas. Grupo de Oração Nossa Senhora do Silêncio Orai por nós...

25 Anos em Oração

Na foto junto ao Padre Jucimar a dona Odila Franco e dona Antônia Pedroso Prezoto , duas das fundadoras do grupo junto com dona Terezinha Martignago

O primeiro mandamento nos ensina que devemos amar a Deus sobre todas as coisas (“não terás outros deuses”). Será que a preo-cupação deste mandamento recai sobre as imagens de santo, fotografias, pinturas ou alguma figura que nós temos em casa? Não é bem assim. Este mandamento trata de coisas muito mais sérias do que se pensa. Imaginamos

O Primeiro Mandamento“Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura de coisa alguma do que está em cima no céu, ou embaixo sobre a terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te inclinarás diante destes deuses e não os servirás” (Ex 20,3-5).

que esta coisa de deuses é coisa do passado, mas não é. Quantos deuses nós fabricamos hoje? São muitos e das mais varia-das formas. Endeusamos a nossa riqueza, uma pessoa, uma ideia, algum tipo de poder, prestígio, a televisão, a competição... Como saber se estamos endeusando alguma coisa? Basta fazer a pergunta: “O que nós valorizamos mais em nossa vida?”. Por isso, o primeiro mandamento se preocupa com a “Idolatria”, e qualquer coisa ou obje-to, que eu coloque acima de Deus ou em seu lugar,

estarei praticando a idolatria. Jesus, no Evangelho de Lucas, nos repete este mandamento: “Vocês não podem servir a dois senhores” (Lc 16,13). Quando o mandamento fala sobre a questão das imagens, nos propõe que o nosso Deus jamais pode ser representado sob qualquer forma. Quando dizemos que Deus é Pai ou Mãe, é simplesmente uma maneira que conhecemos em nossa linguagem repleta de símbolos, de manifestarmos quem é Deus. Mas Deus não é só isso. Tudo aquilo que disser-mos de Deus, será apenas uma aproximação de tudo aquilo que o nosso Deus realmente

é. Para alguns que tiveram uma experiência dolorosa de abandono por parte dos pais, jamais irão identificar a Deus como Pai ou Mãe. A nossa linguagem é muito limitada para podermos falar de Deus. A Escola do Faraó ensinava que o povo que gritava contra o seu reinado, era desobe-diente a deus. Os deuses do Faraó eram comprometidos com todos os tipos de injusti-ças. O povo que era escravo no Egito sabia muito bem que o Verdadeiro Deus, aquele que nos criou e sempre nos amou, jamais acobertaria qualquer tipo de injustiça e por isso, dizem não a estes

deuses inventados pelo Faraó e por quem quer que seja. O povo de Deus quer lutar por uma vida nova, não marcada pela escravidão, mas pela liberdade de fazer acontecer o Reino de Vida e Amor do Úni-co Deus Verdadeiro. Jamais podemos identificar o nosso Deus com qualquer tipo de escravidão (podemos enten-der “pecado”). A Comunidade de fé deverá ter um Único Deus, o Deus que ouve o clamor do povo oprimido e que desce para ver de perto a sua situação, desejando que todos sejamos livres e felizes (Ex 3,8)

Quais os sentimentos que uma mãe tem quando esta grávida? O que acontece com o coração dessa mãe no campo físico e psicológico? Sabemos que o coração é o órgão do corpo humano que tem a função de bombear o sangue tanto para vida da mãe, como também da nova vida que pulsa dentro do seu ventre. “De Coração para Coração”. Isso mesmo, como na letra da música, música de amor, mas não o amor da forma que estamos acostumados, aquele amor que os olhos veem, as mãos afagam, o olfato sente e o paladar degusta. Não; o amor que estamos falando é o amor

da forma sublime no sentido mais puro do verbo, amor que nem os olhos enxer-gam e nem as mãos tocam, nem o dinheiro conquista e nem o tempo destrói. O fogo não queima e a chuva não apaga, nem as estrelas alcançam e nem o escuro esconde. Amor que só a alma pode sentir e só o coração pode entender, sem cheiro nem paladar, mas mesmo assim o cora-ção bate acelerado, pulsa forte numa sintonia har-moniosa de dois corações num só corpo: “O Amor de Mãe”. Vida de coração para coração... Junho é o mês em que comemoramos no dia

15, a solenidade do Sagrado Coração de Jesus e no dia 16 a memória do Imaculado C o r a ç ã o d e M a r i a . Observando a relação entre estes dois corações, podemos compreender melhor como Deus nos amou e nos ama,

sempre.. . Jesus mesmo sendo Deus, não considerou sua posição de Deus, mais se fez simples e pequeno, tão pequeno que habitou o ventre da Virgem Maria. O Criador sendo gerado pela criatura... Deus desfruta de perfeita

felicidade em Si mesmo, e não necessitava de nenhum ser que O completasse. Então podemos chegar à conclusão que foi realmente por amor, que Deus enviou seu filho Unigênito; Verdadeiro Deus, Verdadeiro Homem. E como homem, veio frágil, necessita-do primeiramente do sangue do Imaculado Coração de Maria e depois dos cuidados da Mãe e a proteção de José, o Carpinteiro. Será que Jesus quando criança, tendo por pai adotivo um carpinteiro, nunca deu uma martelada no dedo e precisou o beijo da Mãe na ferida aberta? O mesmo beijo dado no filho morto aos pés da cruz... Sagrado Coração de Jesus, Imaculado Coração de Maria, ambos gerando vida: O da criatura Maria gerou Jesus e o de Jesus a Salvação de todas as criaturas...

Sagrado Coração de Jesus Imaculado Coração de Maria

“De Coração para Coração”

Marcel Fronza