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ciência EF TERÇA-FEIRA, 7 DE ABRIL DE 2009 A 14 2,5˚C foi o aumento médio de temperatura na região nos últimos 50 anos 6 plataformas de gelo já se romperam na península Antártica Tel.: 0/xx/11/3224-3726 Fax: 0/xx/11/3224-2285 E-mail: [email protected] Serviço de atendimento ao assinante: 0800-775-8080 Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090 Ombudsman: [email protected] Outra plataforma quebrana Antártida Ponte de gelo que impedia o colapso da barreira de Wilkins se rompe no sábado, em novo sinal do aquecimento global Plataforma Wilkins é apenas mais uma a se esfacelar na península Antártica QUEM JÁ FOI, QUEM JÁ VAI Imagens do satélite europeu Envisat mostram o colapso da ponte de gelo que prendia a plataforma Wilkins entre 22 de março e 5 de abril Plataforma entre a península Antártica e a Ilha James Ross (canal Príncipe Gustav) Larsen A Larsen B Winkins Larsen C Wordie George 6º Jones * Mas sem colapso Fonte: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, USGS, BAS, ESA 0 200 km Ilha Charcot Ponte de gelo prendia a plataforma …já derreteram …perderam muito gelo* Plataformas de gelo que… Icebergs formados pela quebra Plataforma Wilkins 22.mar 5.abr A plataforma Wilkins hoje corresponde a 8x a área da cidade de SP Icebergs formados pela quebra da plataforma Wilkins, no ano passado Rompimento no ponto mais estreito 4.abr.2009/British Antarctic Survey PENÍNSULA ANTÁRTICA ................................................................................................ DA REDAÇÃO Foi a crônica de uma morte anunciada. Um satélite euro- peu flagrou no fim de semana o rompimento da ponte de gelo que prendia uma plataforma de gelo no oeste da Antártida. Ago- ra é uma questão de tempo até que essa estrutura, a platafor- ma Wilkins, oito vezes maior que a cidade de São Paulo, ter- mine de se esfacelar. Cortesia do aquecimento global. O colapso vinha sendo moni- torado em tempo real pelo saté- lite Envisat, da Agência Espa- cial Europeia, nas últimas se- manas. A ponte de gelo, de 40 km de extensão por até 2,5 km de largura, se esfacelou entre sábado e domingo. “Do dia para a noite a região explodiu com icebergs”, disse o glaciologista David Vaughan, do Serviço An- tártico britânico, à rede BBC. Vaughan e seus colegas acre- ditavam que esse língua de gelo, que ligava a plataforma à ilha Charcot, fosse a única coisa im- pedindo a Wilkins de colapsar. No ano passado, os britânicos descobriram que a plataforma já havia perdido cerca de 15% de seus 16.000 km 2 de extensão original. No final dos anos 1990, Vaughan estimara que a estrutura glacial fosse levar 30 anos para desaparecer. A plataforma vinha se man- tendo estável pelo menos des- de os anos 1930 e, possivel- mente, ao longo dos últimos 1.500 anos. Sua quebra é ape- nas o drama mais recente pro- vocado pela elevação das tem- peraturas da península Antár- tica, região que tem vivido um aquecimento sem precedentes nos últimos 50 anos —de até 3˚C, contra 0,7˚C da média glo- bal em todo o século 20. A Wilkins se junta agora às outras cinco plataformas de ge- lo extintas na península nesse período. A mais famosa delas, a Larsen-B, foi também a pri- meira a ter seu esfacelamento acompanhado por satélites, em tempo real, em 2002. “A próxima a ir é a Larsen-C, daqui a alguns anos”, disse à Folha o glaciologista Jefferson Simões, da Universidade Fede- ral do Rio Grande do Sul. O colapso dessas plataformas —bancos de gelo flutuantes presos ao continente— não tem impacto imediato sobre o nível do mar. No entanto, essas es- truturas servem de “barragem” ao escoamento de geleiras con- tinentais, cujo escorregão po- de, este sim, elevar o oceano. A tragédia com a Wilkins aconteceu exatamente na vés- pera da conferência que marca os 50 anos do Tratado da An- tártida. Abrindo o evento on- tem, em Washington, a secretá- ria de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que o colapso é um lembrete “de que o aque- cimento global já teve efeitos enormes no nosso planeta e que não temos tempo a perder para atacar essa crise”. Mas em Bonn, Alemanha, onde um encontro das Nações Unidas deveria começar a re- solver essa crise, a diplomacia americana agiu no sentido oposto, com cautela em vez de pressa (leia texto à direita). Gelo fino cobre 90% do Ártico, afirma estudo Copenhague não deve ter acordo sobre metas, diz embaixador ........................................................................................ DA ASSOCIATEDPRESS A chegada da primavera no Ártico não é um bom pressá- gio para o gelo marinho. Um estudo divulgado ontem nos EUA mostra que mais de 90% da região está coberta por uma camada de gelo jo- vem e, portanto, fina e frágil. Ao contrário de anos ante- riores, quando a taxa estava ao redor de 30%, apenas 10% do gelo da região tem hoje mais que dois anos de vida, disseram cientistas da Nasa (agência espacial americana) e do NSIDC (Centro Nacio- nal de Informações sobre Gelo e Neve), no Colorado. A pouca idade significa também pouca espessura. Jovem e frágil, o gelo do Árti- co poderá derreter com mui- to mais facilidade quando o verão chegar. Sem o gelo marinho, o oceano passa a absorver mais energia vinda do Sol. Mais radiação solar no planeta, es- peculam os climatologistas, pode causar um aquecimen- to global descontrolado. Em março, havia no mar do Ártico 15,2 milhões de quilômetros quadrados de gelo, mostra a pesquisa ame- ricana. Essa cifra está 730 mil quilômetros quadrados acima do mínimo histórico registrado em março (2006), mas 590 mil quilômetros quadrados abaixo da média registrada entre 1979 e 2000. ................................................................................................ AFRA BALAZINA ENVIADA ESPECIAL A BONN (ALEMANHA) A Conferência do Clima em Copenhague (Dinamarca), que acontecerá em dezembro, pode ter sido abatida na decolagem. A reunião deveria fechar o acordo com as metas que os países terão para reduzir suas emissões de gases-estufa após 2012, quando o Protocolo de Kyoto expira. Porém, segundo o embaixador brasileiro para mudança do clima, Sergio Ser- ra, já se fala que possivelmente se delimite em Copenhague apenas os parâmetros gerais do acordo, e que a decisão sobre metas fique para 2010. As metas já deveriam estar sendo negociadas em Bonn (Alemanha), numa reunião preparatória que termina ama- nhã. Segundo Serra, porém, a negociação está “empacada”. Os Estados Unidos estão no fo- co impasse, já que, nas palavras do embaixador, dificilmente o país “terá com precisão a ofer- ta” que vai fazer até dezembro. Os negociadores americanos, sob novo governo, ainda estão tomando pé da situação e pare- cem preferir resolver antes a le- gislação interna —precisam do apoio do Congresso para ratifi- car um acordo do clima. Uma disputa entre países de- senvolvidos e em desenvolvi- mento também ajuda a piorar o problema. Os ricos só querem abrir suas propostas de corte de emissão depois de os mais po- bres o fazerem. “É como no pô- quer. Ninguém quer mostrar suas cartas”, diz o embaixador. Na opinião de Serra, é me- lhor prolongar negociações do que ter acordo pífio já em 2009. “Esta data foi escolhida para dar um prazo de três anos antes da entrada em vigor, para que os países tenham tempo de ra- tificar o acordo. Se for feita uma nova reunião [em 2010], a rigor o período que os países terão será reduzido em algo entre seis meses a um ano”, afirma o embaixador. “A situação [do clima] é suficientemente séria e preocupante e acho que nin- guém, nenhum país, quer assu- mir jogar isso para cima.” As ONGs argumentam, ba- seadas no relatório do IPCC (Painel do Clima da ONU), que os países desenvolvidos preci- sam reduzir 40% de suas emis- sões de gases-estufa até 2020, em relação aos níveis de 1990. Mas as nações que integram a aliança dos pequenos Estados- ilhas, ameaçados pelo aumento do nível do mar, dizem que 40% é pouco. Segundo eles, novos estudos —posteriores ao últi- mo relatório do IPCC indicam que o número está defasado. A União Europeia, por exem- plo, promete cortar 20% das emissões até 2020, podendo chegar a 30% dependendo do esforço dos demais países. Outro ponto que está sendo tratado “com paixão”, segundo o embaixador, é o ano-base que será usado para definir as me- tas de redução. O Protocolo de Kyoto define 1990 como ano- base, mas muitos países têm proposto outros anos. Um pro- jeto de lei nos EUA, por exem- plo, indica 2005, quando a emissão de gases-estufa ameri- canos já tinha crescido bem mais. (A redução até 2020, por- tanto, seria mais fácil de atin- gir.) No longo prazo, porém, a alteração do ano não fará muita diferença, afirmam os EUA. Negociação paralela O presidente Barack Obama acaba de relançar, porém, com outro nome, o grupo das maio- res economias para discutir questões relacionadas a ener- gia e ambiente. A ideia já existia no governo do antecessor, George W. Bush. A primeira reunião, com 16 países além da União Europeia, ocorre ainda neste mês em Washington. O governo brasileiro vai partici- par, mas tem receio de que o encontro também se transfor- me numa negociação. “Não te- mos interesse em criar uma ne- gociação paralela”, diz Serra. Isso provavelmente causaria mal estar com os países excluí- dos do fórum de Obama. A repórter AFRA BALAZINA viajou a convite da Convenção do Clima da ONU ABAV 247/SP ANCONA LOPEZ Navios construídos na Itália, com bandeira italiana, desde sempre. 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ciênciaEFTERÇA-FEIRA, 7 DE ABRIL DE 2009 ★ A14

2,5˚Cfoi o aumentomédio detemperatura na regiãonos últimos 50 anos

6plataformas de gelojá se romperam napenínsula Antártica

Tel.: 0/xx/11/3224-3726 Fax: 0/xx/11/3224-2285E-mail: [email protected]

Serviço de atendimento ao assinante: 0800-775-8080Grande São Paulo 0/xx/11/3224-3090

Ombudsman: [email protected]

OutraplataformaquebranaAntártidaPonte de gelo que impedia o colapso da barreira de Wilkins se rompe no sábado, em novo sinal do aquecimento global

Plataforma Wilkins é apenas mais uma a se esfacelar na península Antártica

QUEM JÁ FOI, QUEM JÁ VAI

Imagens do satélite europeu Envisat mostram o colapso da ponte degelo que prendia a plataforma Wilkins entre 22 de março e 5 de abril

Plataforma entre a penínsulaAntártica e a Ilha James Ross(canal Príncipe Gustav)

Larsen A

Larsen B

Winkins

Larsen C

Wordie

George 6º

Jones

* Mas sem colapso Fonte: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera, USGS, BAS, ESA

0 200 km

IlhaCharcot

Ponte de geloprendia a

plataforma

…já derreteram

…perderam muito gelo*

Plataformasdegeloque…

Icebergs formadospela quebra

PlataformaWilkins

22.mar 5.abr

A plataformaWilkins hojecorresponde a8xa área dacidade de SPIcebergs formados pela quebra da plataforma Wilkins, no ano passado

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4.abr.2009/British Antarctic Survey

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................................................................................................DA REDAÇÃO

Foi a crônica de uma morteanunciada. Um satélite euro-peu flagrou no fim de semana orompimento da ponte de geloque prendia uma plataforma degelo no oeste da Antártida. Ago-ra é uma questão de tempo atéque essa estrutura, a platafor-ma Wilkins, oito vezes maiorque a cidade de São Paulo, ter-mine de se esfacelar. Cortesiado aquecimento global.

O colapso vinha sendo moni-torado em tempo real pelo saté-lite Envisat, da Agência Espa-cial Europeia, nas últimas se-manas. A ponte de gelo, de 40km de extensão por até 2,5 kmde largura, se esfacelou entresábado e domingo. “Do dia paraa noite a região explodiu comicebergs”, disse o glaciologistaDavid Vaughan, do Serviço An-tártico britânico, à rede BBC.

Vaughan e seus colegas acre-ditavam que esse língua de gelo,que ligava a plataforma à ilhaCharcot, fosse a única coisa im-pedindo a Wilkins de colapsar.No ano passado, os britânicosdescobriram que a plataformajá havia perdido cerca de 15%de seus 16.000 km2 de extensãooriginal. No final dos anos1990, Vaughan estimara que aestrutura glacial fosse levar 30anos para desaparecer.

A plataforma vinha se man-tendo estável pelo menos des-de os anos 1930 e, possivel-mente, ao longo dos últimos1.500 anos. Sua quebra é ape-nas o drama mais recente pro-vocado pela elevação das tem-peraturas da península Antár-tica, região que tem vivido umaquecimento sem precedentesnos últimos 50 anos —de até3˚C, contra 0,7˚C da média glo-bal em todo o século 20.

A Wilkins se junta agora àsoutras cinco plataformas de ge-lo extintas na península nesseperíodo. A mais famosa delas, aLarsen-B, foi também a pri-meira a ter seu esfacelamentoacompanhado por satélites, emtempo real, em 2002.

“A próxima a ir é a Larsen-C,daqui a alguns anos”, disse àFolha o glaciologista JeffersonSimões, da Universidade Fede-ral do Rio Grande do Sul.

O colapso dessas plataformas—bancos de gelo flutuantes

presos ao continente— não temimpacto imediato sobre o níveldo mar. No entanto, essas es-truturas servem de “barragem”ao escoamento de geleiras con-tinentais, cujo escorregão po-de, este sim, elevar o oceano.

A tragédia com a Wilkinsaconteceu exatamente na vés-pera da conferência que marcaos 50 anos do Tratado da An-tártida. Abrindo o evento on-tem, em Washington, a secretá-ria de Estado dos EUA, HillaryClinton, afirmou que o colapsoé um lembrete “de que o aque-cimento global já teve efeitosenormes no nosso planeta eque não temos tempo a perderpara atacar essa crise”.

Mas em Bonn, Alemanha,onde um encontro das NaçõesUnidas deveria começar a re-solver essa crise, a diplomaciaamericana agiu no sentidooposto, com cautela em vez depressa (leia texto à direita).

Gelo fino cobre90% do Ártico,afirma estudo

Copenhaguenãodeveteracordosobremetas,dizembaixador

........................................................................................DA ASSOCIATED PRESS

A chegada da primavera noÁrtico não é um bom pressá-gio para o gelo marinho. Umestudo divulgado ontem nosEUA mostra que mais de90% da região está cobertapor uma camada de gelo jo-vem e, portanto, fina e frágil.

Ao contrário de anos ante-riores, quando a taxa estavaao redor de 30%, apenas 10%do gelo da região tem hojemais que dois anos de vida,disseram cientistas da Nasa(agência espacial americana)e do NSIDC (Centro Nacio-nal de Informações sobre

Gelo e Neve), no Colorado.A pouca idade significa

também pouca espessura.Jovem e frágil, o gelo do Árti-co poderá derreter com mui-to mais facilidade quando overão chegar.

Sem o gelo marinho, ooceano passa a absorver maisenergia vinda do Sol. Maisradiação solar no planeta, es-peculam os climatologistas,pode causar um aquecimen-to global descontrolado.

Em março, havia no mardo Ártico 15,2 milhões dequilômetros quadrados degelo, mostra a pesquisa ame-ricana. Essa cifra está 730mil quilômetros quadradosacima do mínimo históricoregistrado em março (2006),mas 590 mil quilômetrosquadrados abaixo da médiaregistrada entre 1979 e 2000.

................................................................................................AFRA BALAZINAENVIADA ESPECIAL A BONN (ALEMANHA)

A Conferência do Clima emCopenhague (Dinamarca), queacontecerá em dezembro, podeter sido abatida na decolagem.A reunião deveria fechar oacordo com as metas que ospaíses terão para reduzir suasemissões de gases-estufa após2012, quando o Protocolo deKyoto expira. Porém, segundoo embaixador brasileiro paramudança do clima, Sergio Ser-ra, já se fala que possivelmentese delimite em Copenhagueapenas os parâmetros gerais doacordo, e que a decisão sobremetas fique para 2010.

As metas já deveriam estarsendo negociadas em Bonn(Alemanha), numa reuniãopreparatória que termina ama-nhã. Segundo Serra, porém, anegociação está “empacada”.Os Estados Unidos estão no fo-co impasse, já que, nas palavrasdo embaixador, dificilmente opaís “terá com precisão a ofer-ta” que vai fazer até dezembro.

Os negociadores americanos,sob novo governo, ainda estãotomando pé da situação e pare-cem preferir resolver antes a le-gislação interna —precisam doapoio do Congresso para ratifi-car um acordo do clima.

Uma disputa entre países de-senvolvidos e em desenvolvi-mento também ajuda a piorar oproblema. Os ricos só queremabrir suas propostas de corte deemissão depois de os mais po-bres o fazerem. “É como no pô-quer. Ninguém quer mostrarsuas cartas”, diz o embaixador.

Na opinião de Serra, é me-lhor prolongar negociações doque ter acordo pífio já em 2009.

“Esta data foi escolhida paradar um prazo de três anos antesda entrada em vigor, para queos países tenham tempo de ra-tificar o acordo. Se for feita umanova reunião [em 2010], a rigoro período que os países terãoserá reduzido em algo entreseis meses a um ano”, afirma oembaixador. “A situação [doclima] é suficientemente sériae preocupante e acho que nin-guém, nenhum país, quer assu-

mir jogar isso para cima.”As ONGs argumentam, ba-

seadas no relatório do IPCC(Painel do Clima da ONU), queos países desenvolvidos preci-sam reduzir 40% de suas emis-sões de gases-estufa até 2020,em relação aos níveis de 1990.Mas as nações que integram aaliança dos pequenos Estados-ilhas, ameaçados pelo aumentodo nível do mar, dizem que 40%é pouco. Segundo eles, novosestudos —posteriores ao últi-mo relatório do IPCC indicamque o número está defasado.

A União Europeia, por exem-plo, promete cortar 20% dasemissões até 2020, podendochegar a 30% dependendo doesforço dos demais países.

Outro ponto que está sendotratado “com paixão”, segundoo embaixador, é o ano-base queserá usado para definir as me-tas de redução. O Protocolo deKyoto define 1990 como ano-base, mas muitos países têmproposto outros anos. Um pro-jeto de lei nos EUA, por exem-plo, indica 2005, quando aemissão de gases-estufa ameri-canos já tinha crescido bemmais. (A redução até 2020, por-tanto, seria mais fácil de atin-gir.) No longo prazo, porém, aalteração do ano não fará muitadiferença, afirmam os EUA.

Negociação paralelaO presidente Barack Obama

acaba de relançar, porém, comoutro nome, o grupo das maio-res economias para discutirquestões relacionadas a ener-gia e ambiente. A ideia já existiano governo do antecessor,George W. Bush. A primeirareunião, com 16 países além daUnião Europeia, ocorre aindaneste mês em Washington. Ogoverno brasileiro vai partici-par, mas tem receio de que oencontro também se transfor-me numa negociação. “Não te-mos interesse em criar uma ne-gociação paralela”, diz Serra.

Isso provavelmente causariamal estar com os países excluí-dos do fórum de Obama.

A repórter AFRA BALAZINA viajou a convite daConvenção do Climada ONU

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