o livro segundo edson nery da fonseca

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O Livro por Edson Nery da Fonseca 1 Universidade de Brasília - UnB Faculdade de Ciência da Informação – FCI Disciplina: Editoração (145084) Michelli Costa [email protected] www.michellicosta.com.br

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O Livropor Edson Nery

da Fonseca

Universidade de Brasília - UnBFaculdade de Ciência da Informação – FCIDisciplina: Editoração (145084)

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O autor

• Edson Nery da Fonseca (1921-2014) – bibliotecário e professor.

• Fundador de cursos de biblioteconomia na graduação e pós-graduação no Brasil

• Participou da fundação da Universidade de Brasília• Foi responsável pela criação da Biblioteca Central (UnB) e do

IBBD (Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação), atualmente o IBICT.

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A palavra livro• “Livro indica o material com que se fabricava papel na

Antiguidade” (p. 21).• “O termo "livro" nos remete, em várias línguas, a palavras

relativas a árvores. Na maioria das línguas latinas (libro em espanhol e italiano, livre em francês) veio do latim liber, a fina camada fibrosa entre a casca e o tronco da árvore que, depois de seca, pode ser usada para escrever (e realmente era, num passsado longínquo). Já nas línguas de origem anglo germânicas (book em inglês, Buch em alemão e boek em holandês) o termo advém de bokis, nome da árvore que hoje se chama beech em inglês, da qual se faziam tábuas onde eram escritas as runas, uma antiga forma de escrita da Europa do Norte”.

Fonte: http://www.dicionarioetimologico.com.br/livro/

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A palavra livro

• “Em consequência dessa etimologia, a palavra livro é definida pelos dicionários como reunião de cadernos de papel contendo um texto manuscrito ou impresso” (p. 21).

• “A palavra livro também é definida – definição mais apropriada – como obra científica, literária ou artística; e ainda como parte dessa obra” (p. 21).

• “Sabedoria socrática: livros são dizeres escritos” (p. 23).

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O livro como forma de vida humana

• “O livro que nos interessa estudar nesta obra não é o artefato de papel impresso... Interessa-nos, isto sim, o livro como forma de vida humana” (p. 23)

• “Para que exista livro, é indispensável que haja dizeres escritos, que esses dizeres sejam epifânicos e enriqueçam os leitores” (p. 24).

• “O livro é um dos veículos de comunicação e, como é sabido, no processo comunicativo o receptor da mensagem é tão importante quanto seu emissor” (p. 24).

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O livro como conflito

“Se os livros, como os definia Platão, são dizeres escritos que, uma vez lidos, se transforma em novos livros ad infinitum, podemos falar se hipérbole, em explosão bibliográfica, tão assustadora quanto a explosão demográfica, da qual é, ao mesmo tempo, origem e consequência” (p. 24).

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O livro como conflito

• Primeira explosão demográfica. Primeiros registros (pictogramas) [símbolo que representa um objeto ou conceito por meio de desenhos figurativos] – antecedentes dos livros.

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O livro como conflito

• “Podemos considerar escrita como qualquer sistema semiótico de caráter visual e espacial, como ensina Antônio Houaiss” (p. 24).

• Segunda explosão demográfica – neolítico – revolução agrícola. Placa de barro cozido.

• Desenvolvimento da C&T – previsão de crescimento para 2013 de 7 bilhões de pessoas.

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O livro como conflito

• A C&T também causa a “explosão bibliográfica, agora caracterizada menos em termos de livros do que outros veículos textuais: artigos de periódicos, comunicações de congressos, relatórios de pesquisas etc” (p. 25).

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O livro como conflito

• “Paul Otlet estimou em 12 milhões o número de livros publicados no mundo após a invenção da imprensa... A estimativa atual é de 50 milhões...” (p. 25).

• Revolução da brochura – livro de bolso. Século XX – diversificação do mercado e os livros de bolso. 1935 – Editora Penguin. Segunda guerra, ampliação do ensino universitário. Predomino da língua inglesa.

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O livro como conflito

• “O conflito a que se refere Ortega decorre tanto da explosão bibliográfica quanto da constatação de que grande número de livros que se produzem no mundo são inúteis ou estúpidos” (p. 25).

• Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) - Johann Goethe, 1774.

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A base física do livro

• “... consideramos a base física do livro, principalmente seus aspectos normativos e terminológicos” (p. 27).

Papel• “...deve ser alcalino com vistas à sua permanente

durabilidade. A acidez causada pelas fibras vegetais atrai os insetos bibliófagos” (p. 27).

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A base física do livro

• Insetos bibliófagos - piolhos dos livros, o peixe de prata, a térmita e o caruncho da madeira.

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A base física do livro

• “O formato do livro decorre do número de vezes em que a folha de papel é dobrada ao meio” (p. 27).

• Formato internacional DIN (Deutsche Industrie-Normen) – Série A.

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O livro, sua autoria e seu conteúdo• Ideias – texto “discurso fixado pela escrita” [Paul Ricoeur]• Estudo de Abraham Moles dividiu o livro em duas etapas:

concepção e textualização. “No tempo de concepção distingue Moles outros dois tempos: o de gestação e o de formulação explícita” (p. 31). “mas ninguém pense que, formulada a hipótese ou explicitada a ideia, se pode passar diretamente do tempo de concepção ao de textualização. Entre esses dois grandes tempos insinua-se, como adverte, ainda, Moles, um tempo de documentação, destinado a verificar se outros nos precederam nas mesmas cogitações, como as explicitaram e textualizaram. É a ocasião adequada para medir o grau de originalidade contida na mensagem que se pretende transmitir” (p. 32).

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O livro, sua autoria e seu conteúdo

• “O tempo de textualização compreende as seguintes operações: redação, referenciação das citações, datilografia, contrato de edição, impressão e comercialização” (p. 32).

• “Descobrir a América” e “Ombro de gigantes”.

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O livro, sua autoria e seu conteúdo

Aspectos terminológicos• “A autoria pode ser atribuída tanto a pessoas físicas como

jurídicas. Estas são chamadas, em catalogação, autores coletivos ou entidades coletivas. Portanto, são apenas um indivíduo pode ser autor de um livro, mas por igual, qualquer pessoa jurídica de direito público ou privado. Tanto no caso de pessoas físicas como no de pessoas jurídicas, a autoria pode ser única ou partilhada por duas ou mais pessoas ou entidades.

• As obras em co-autoria são aquelas que não indicam as contribuições de cada autor; as que fazem esta indicação são obras em colaboração. O responsável pela organização de obras em colaboração, seja pessoa física ou jurídica, é chamado editor, organizador, diretor, ou, ainda, compilador” (p. 33)

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O livro, sua autoria e seu conteúdo

• “Quanto ao conteúdo, os livros podem ser classificados em dois grupos: de leitura e de consulta de referencia ... Obras de consulta ou de referencia são aquelas cujos textos são organizados não para leitura da primeira à última página e sim para facilitar o encontro de informações” (p. 34)

• “O bibliotecário argentino Domingo Buonocore classifica as formas do livro de acordo com os seguintes tipos:

a) obras gerais ou de conjunto: tratados, manuais, enciclopédias;b) obras particulares ou especializadas: monografias, teses, trabalhos

de seminários, ensaios;c) obras de referencia: anuários, guias almanaques, catálogosd) publicações periódicas: jornais, revistas, boletins

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O livro no Brasil

• “Embora o Brasil seja, historicamente, produto do Renascimento, a arte de imprimir – origem e, ao mesmo tempo, fruto desse movimento – só muito tardiamente passou a ser cultivada entre nós” (p. 35).

• “Tendo trazido para o Nordeste do Brasil o príncipe Maurício de Nassau escritores, cientistas e artistas, também pensou numa tipografia, que chegou a ser providenciada pela Companhia das Índias Ocidentais, com o respectivo mestre tipográfico. A morte deste, porém, fez o projeto gorar” (p. 35).

• “incunábulos” – livros impressos deste os primeiros anos da arte de imprimir até o ano de 1500. (p. 35).

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O livro no Brasil• “Com a transferência da família real portuguesa para o Brasil, foi criada a

Impressão Régia, por decreto de 13 de maio de 1808” (p. 36)• “Se é verdade que a Impressão Régia publicou obras de interesse apenas

literário, é inegável – como observou Wilson Martins – que predominaram nas suas novas edições os livros de ciência, de economia política, de direito. As novas ideias faziam a sua entrada no Brasil por um inesperado viés, e o liberalismo econômico achava meio de se conciliar perfeitamente com o absolutismo político, fato que aliás, nada tem de extraordinário. Sente-se, igualmente, a situação de um país desprovido de livros fundamentais e que traduz a toda pressa os tratos de química, de medicina, de ótica, de matemática... A Impressão Régia facilita, dessa maneira, com as suas várias edições aparentemente anódinas, a mudança do clima intelectual. Ela prepara, sem saber, tal como fizera D. João VI, a independência do Brasil” (p. 37).

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O livro no Brasil

• “Como importante é também a contribuição das tipografias estaduais e, mais recentemente, as das universidades. O mal das publicações governamentais e universitárias é a sua precária distribuição comercial... De modo geral, as publicações oficiais não primam pela obediência às normas técnicas de editoração nem pelo bom gosto gráfico” (p. 37 e 38).

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O livro artístico

• “Há uma bibliofilia estática e outra dinâmica. Estática é a bibliofilia dos que se concentram em colecionar livros preciosos. A bibliofilia dinâmica pode ser descritiva ou operativa.

• Descritiva – referenciam e comentam as obras que colecionam

• Operativa – confeccionam livros artísticos

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O livro artístico• “A mais importante iniciativa da década foi o aparecimento, em 1968,

das Ediçoes Alumbramento, com Amor canta primeiro, reunindo poemas de autores brasileiros e estrangeiros. Ao completar 10 anos de existência Carlos Drummond de Andrade saudou-a em crônica no Jornal do brasil de 29.06.1978, em que sugere este acréscimo no verbete alumbramento no dicionário Aurélio:

• Editora de livros de pequena tiragem e extremo apuro gráfico, existente há 10 anos no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade de Salvador Monteiro e Leonel Kaz, que remando contra maré cultivam e incentivam a sensualidade e a espiritualidade da arte de impressão tal como se praticava há séculos, na melhor tradição do ofício.

• Em 2000, a Alumbramento cessou suas atividades.

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Referência

FONSECA, Edson. O livro. In: Introdução à biblioteconomia. Brasília: Briquet Lemos, 2007.

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Obrigada!

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