o livro dos mortos

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O Livro dos Mortos

Samael Aun Weor 1

1. A Morte

Durante o curso da existência, diferentes tipos de energia fluem pelo organismo humano. Cada

tipo de energia tem seu próprio sistema de ação; cada tipo de energia se manifesta em seu

tempo. Aos quatro meses e meio da concepção, se manifesta a força motriz e muscular. Isto

está relacionado com o nascimento da função respiratória e pulmonar. Aos dez meses e meio,

o crescimento, com todos seus maravilhosos metabolismos e os tecidos conjuntivos. Entre os

dois e os três anos do menino, fecha-se a moleira frontal dos recém-nascidos, ficando, de fato,

o sistema cérebro-espinhal perfeitamente formado.

Durante os sete primeiros anos, forma-se a personalidade humana. Aos quatorze anos,

aparece a energia pessoal, fluindo avassaladoramente pelo sistema neuro-simpático. Aos trinta

e cinco anos, aparece o sexo em sua forma transcendental de emoção criadora. É quando se

chega a esta idade que podemos fabricar isso que se chama Alma. O homem normal não tem

Alma, melhor dizendo, ainda não é homem nem tem Alma.

O animal intelectual, falsamente chamado homem normal, é uma máquina controlada pela

legião do "eu"; este é pluralizado. "Devo ler um livro", diz a função intelectual; "vou a um jogo

de futebol", diz a função motriz; "tenho fome, não irei a nenhuma parte", declara a digestão;

"prefiro ir aonde esteja uma mulher", declara o "eu" passional, etc., etc. Todos estes "eus"

brigam entre si. O "eu" que hoje jura fidelidade à Gnosis é deslocado por outro que odeia à

Gnosis. O "eu" que hoje adora a uma mulher é deslocado depois por outro que a aborrece. Só

fabricando Alma estabelecemos um princípio permanente de Consciência dentro de nós

mesmos. Aquele que tem Alma vive consciente depois da morte. A Alma pode ser criada com a

acumulação de energias mais sutis que o organismo produz. Sua cristalização se dá através de

supremos esforços para fazer-se autoconsciente em forma total e definitiva. Desgraçadamente,

o animal intelectual chamado homem, gasta torpemente estas energias em apetências,

temores, ira, ódio, inveja, paixões, ciúmes etc., etc.

É urgente criar a vontade consciente; é indispensável submeter todos os nossos pensamentos

e atos ao Julgamento Interno. Só assim podemos criar isso que se chama Alma. Precisamos

autoconhecermos profundamente para criar Alma.

O Raio da Morte

O Raio da Morte reduz o chamado homem a uma simples essência molecular, assim como

uma tonelada de flores pode reduzir-se a uma simples gota de perfume essencial. A energia da

morte, por ser tão forte, destrói totalmente o organismo humano. É uma corrente de tamanha

alta voltagem, que, inevitavelmente, destrói o organismo humano quando chega a circular por

este. Assim como um raio pode despedaçar uma árvore, assim também o Raio da Morte reduz

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a cinzas o corpo humano; é o único tipo de energia que o organismo não pode resistir. Este

raio conecta a morte com a concepção; os dois extremos se tocam. Quando a essência se

desprende do velho corpo, sob o impacto terrível do Raio da Morte, produz-se uma tensão

elétrica tremenda, semelhante a uma nota chave, cujo resultado axiomático é o movimento e

combinação dos gens determinantes do futuro corpo físico. Assim é como os sutis constituintes

do ovo fecundado acomodam-se em disposição correspondente, tendo como base a tensão

elétrica e a nota chave da morte.

O que Continua

Duas coisas vão ao sepulcro: a primeira é o corpo físico, a segunda é a personalidade humana.

Esta última, como já dissemos, forma-se durante os primeiros sete anos da infância, e se

robustece com as experiências. Às vezes, a personalidade perambula pelo cemitério; outras

vezes, sai de seu sepulcro quando seus enfermos a visitam e lhe levam flores. Mas, pouco a

pouco, a personalidade vai se desintegrando. A personalidade é energética e atômica.

A personalidade é perecível. Não existe nenhum amanhã para a personalidade do defunto, ela

é mortal. A personalidade não retorna. A personalidade é filha de seu tempo e morre em seu

tempo. Aquela que continua é a essência, quer dizer, o fantasma do morto. Dentro de dito

fantasma, se desenvolve o Ego que retorna, o "eu", o mim mesmo. Este último é legião de

diabos que continuam. É falso nos dividir entre dois “eus”, um de tipo inferior e outro de tipo

superior. O "eu" é legião de diabos, que se desenvolvem dentro de nós mesmos, isso é tudo.

Muito se fala na literatura ocultista de um "eu" superior, de um "eu" divino, mas, resulta que

esse "eu" superior não é tal "eu". A Seidade Divina transcende qualquer apologia ao Eu. Aquilo

que não tem nome profano é o Ser, o Íntimo.

A Essência é molecular; a essência, o fantasma do morto, vive normalmente no mundo

molecular. Assim, ao morrer, saímos do mundo celular e entramos no mundo molecular,

usamos um corpo molecular.

O "Livro Tibetano dos Mortos" diz textualmente o seguinte: "Oh, nobre por nascimento... seu

corpo presente, sendo um corpo de desejos... não é um corpo de matéria grosseira, assim

agora você tem o poder de atravessar qualquer massa de rochas, colinas, penhascos, terra,

casas, e mesmo o Monte Meru, sem encontrar obstáculo... Está agora provido do poder das

ações milagrosas que, porém, não é o fruto de nenhum Samadhi, mas, sim, do poder que vem

a ti naturalmente... Você pode, instantaneamente, chegar a qualquer lugar que deseje; tem o

poder de chegar ali no tempo em que um homem demoraria para abrir ou fechar a mão. Estes

vários poderes de ilusão e de mudança de forma, não os desejem, não o desejem".

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O Corpo Vital

No organismo humano, existe um corpo termoelétrico magnético. Este é o Corpo Vital. Dito

corpo é o assento da vida orgânica. Nenhum organismo poderia viver sem o Corpo Vital. Cada

átomo do Corpo Vital penetra dentro de cada átomo do corpo físico para fazê-lo vibrar

intensamente. Todos os fenômenos químicos, fisiológicos e biológicos, todo fenômeno de

percepção, todo processo metabólico, toda ação das calorias, etc., têm sua base no corpo vital.

Este corpo é, realmente, a seção superior do corpo físico, o corpo tetradimensional. No último

instante da vida, dito corpo escapa do organismo físico. O Corpo Vital não entra em sepulcro. O

Corpo Vital flutua perto do sepulcro, e vai se desintegrando lentamente conforme o cadáver vai

se desintegrando. Ao sepulcro, só entram o cadáver e a personalidade do falecido. O corpo

vital tem mais realidade que o corpo físico. Sabemos muito bem, que, a cada sete anos, muda

totalmente o corpo físico, e não fica nem um só átomo antigo em dito corpo. Porém, o Corpo

Vital não muda. Em dito corpo, estão contidos todos os átomos da infância, adolescência,

juventude, maturidade, velhice e decrepitude. O corpo físico pertence ao mundo de três

dimensões. O Corpo Vital é o corpo da quarta dimensão.

A Quinta Dimensão

Os fantasmas dos falecidos vivem na quinta dimensão, esta é a eternidade. Comprimento,

largura e altura formam as três dimensões do mundo celular. O tempo é a quarta dimensão; a

eternidade, a quinta dimensão; e aquilo que está além da eternidade e do tempo, corresponde

à sexta dimensão.

Realmente, a liberação começa na sexta dimensão. O mundo do Espírito Divino é o mundo

eletrônico, o mundo da sexta dimensão. Todo aquele que morre entra na quinta dimensão. A

eternidade se abre para devorar os falecidos, logo, os expulsa de seu seio para retorná-los ao

mundo do tempo e da forma física. Os falecidos são expulsos da eternidade porque ainda não

possuem o Ser. Só quem possui o Ser pode viver na eternidade. O Ser é o Íntimo, o Espírito. É

necessário trabalhar primeiro com a matéria molecular para fabricar Alma; logo, refinar a

energia desta Alma a um grau mais alto, para fabricar Espírito. Terá que transmutar a matéria

molecular em eletrônica, e fundir o átomo, para liberar o fogo sagrado que nos converte em

espíritos divinos.

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2. Os Anjos da Morte

A filosofia positivista contemporânea se fundamenta na existência da matéria (materialismo) e

da energia. Muito foi o que se discutiu sobre energia e matéria, mas, estas continuam, apesar

de todas as especulações, sendo X e Y, desconhecidas. Os sequazes reacionários da filosofia

positivista vivem sempre tratando de definir uma pela outra; é ridículo, espantosamente ridículo,

definir o desconhecido pelo desconhecido. A filosofia materialista diz: "Matéria é aquilo no que

se levam a cabo as mudanças chamados movimentos; e movimentos são aquelas mudanças

que se levam a cabo na matéria". Esta é a identidade do desconhecido: X=Y, Y=X. Total,

ignorância, círculo vicioso, absurdo. Realmente, ninguém viu a matéria nem a energia. O ser

humano só percebe fenômenos, coisas, formas, imagens, etc., nunca vimos a substância das

coisas. A substância dada, não é precisamente matéria, a não ser madeira, cobre, estanho,

pedra, etc., tampouco vimos jamais, a energia separada do movimento. Jamais vimos a matéria

separada das formas e dos objetos.

Um punhado de terra tem uma forma definida; uma estátua tem uma forma definida; o planeta

Terra tem uma forma definida, etc., etc.

Realmente, a chamada Matéria é um conceito tão abstrato como a beleza, a bondade, o valor

ou o trabalho; ninguém é capaz de ver a substância das coisas em si mesmo. Ninguém

conhece a "coisa em si".

Vemos a imagem física de um homem, mas, não vemos a coisa em si do homem. Só

desenvolvendo o sentido espacial, podemos ver o corpo em si mesmo, a coisa em si. O espaço

é o veículo da mente, e só com o sentido do espaço poderemos apreender a coisa em si; este

é o Corpo Vital do homem. Qual seria a coisa em si de uma planta? O Corpo Vital dela. Qual

seria a coisa em si de um animal? O Corpo Vital do animal. Qual seria a coisa em si da Terra?

A Terra Vital.

O Mundo Vital representa a Terra em si mesmo. Desta Terra Vital depende a vida de todos os

organismos. A Terra Vital se acha na quarta dimensão. O ponto em movimento deixa um

rastro, esta é a linha. A linha em movimento deixa um rastro, esta é a superfície. A superfície

em movimento se converte em sólido; e o sólido em movimento se converte em hipersólido.

Realmente, o hipersólido é a coisa em si; o hipersólido pertence à quarta dimensão. Só

podemos ver os hipersólidos com o sentido espacial; este, é superior ao sentido temporário.

Realmente, o sentido temporário é só a superfície do sentido espacial.

O ponto, ao sair-se de si mesmo, converte-se em linha. A linha, ao sair-se de si mesmo,

converte-se na superfície; a superfície, ao sair-se de si mesma, converte-se em sólido. O

sólido, saindo-se de si mesmo, com um movimento no espaço, converte-se em hipersólido.

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Os hipersólidos estão contidos dentro dos corpos sólidos. Saindo o Corpo Vital dentro um

organismo, este se desintegra inevitavelmente. O Corpo Vital pertence à quarta dimensão, e a

essência humana à quinta dimensão.

Os anjos que regem os processos da concepção vivem, normalmente, na quarta dimensão, e

os que governam a morte vivem na quinta dimensão. Os primeiros conectam ao Ego com o

zoosperma, os segundos rompem a conexão que existe entre o Ego e o corpo físico.

Os anjos da Morte são, em si mesmos, homens perfeitos; é muito amarga a perda de um ser

querido, e pareceria que os Anjos da Morte fossem muito cruéis. Mas, eles realmente não o

são, ainda que isso possa parecer incrível. Os Anjos da Morte trabalham de acordo com a Lei,

com suprema sabedoria e muitíssimo amor e caridade. Isto só podemos entender claramente

quando nos identificamos com eles no mundo molecular e no mundo eletrônico. Os Anjos da

Vida dão ao ser humano o Corpo Vital para que possa viver. Os Anjos da Morte lhe tiram a

vida. Isto o fazem cortando o Cordão de Prata. Dito cordão se liga ao cordão umbilical e é

sétuplo em sua interna constituição íntima. Os Anjos da Vida conectam o corpo molecular dos

desencarnados com o zoosperma. Assim, estes voltam a ter um novo corpo. Realmente, o

Cordão de Prata é o fio da vida que os Anjos da Morte rompem em seu dia e em sua hora de

acordo com a lei do destino. Este fio maravilhoso pertence às dimensões superiores do espaço

e só pode ser visto com o sentido espacial.

Os moribundos vêem o Anjo da Morte como uma figura esquelética espectral bastante horrível.

Realmente, o que acontece é que este se reveste com o traje que corresponde a seu ofício. Na

vida prática, o policial veste seu uniforme; o médico, sua bata branca; o juiz, sua toga; o

sacerdote, seu hábito religioso, etc. As vestimentas funerais e a esquelética figura dos Anjos da

Morte horrorizam àqueles que ainda não despertaram a Consciência. Os símbolos funerais dos

anjos da morte são: a foice que ceifa vistas, a caveira da morte, o mocho, a coruja, etc. Fora de

seu trabalho, a aparência dos Anjos da Morte é a de formosos meninos, sublimes donzelas,

veneráveis mestres, etc., etc.

Os Anjos da Morte estão escalonados em forma de hierarquias. Entre eles há graus e graus,

escalas e escalas, etc.

Os Anjos da Morte têm seus templos no mundo molecular, também têm suas escalas. Palácios

e bibliotecas. Ali, na imensidão do grande oceano da vida, existe um palácio funeral onde tem

sua morada um dos gênios principais da morte; seu rosto é como o de uma donzela inefável, e

seu corpo como o de um varão terrível. Este Ser maravilhoso é um corpo eletrônico totalmente

andrógino. Este Ser é um Andrógino Divino. Sob sua direção, trabalham milhares de Anjos da

Morte; em sua biblioteca, existem milhares de volumes moleculares onde estão escritos os

nomes e dados kármicos de todos aqueles que devem morrer, cada qual em seu dia e a sua

hora, de acordo com a lei do destino. A ciência da morte é terrivelmente divina.

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O animal intelectual, falsamente chamado homem, morre inconscientemente e nasce

inconscientemente, e, assim, parte cego do berço até o sepulcro sem saber de onde vem nem

para onde vai. Quando fabricamos Alma, despertamos Consciência, e, só então, nos fazemos

conscientes dos mistérios da vida e da morte. Todo homem com Alma pode negociar com os

Anjos da Morte e desencarnar à vontade, de acordo com suas necessidades. Isto significa

poder prolongar a vida, se assim se considerar necessário para realizar ou terminar algum

trabalho no mundo físico.

Quem se tem transfigurado no mundo eletrônico, quem já possui um corpo eletrônico por ter

fabricado um Espírito, pode mandar nos Anjos da Morte e conservar corpo físico durante

milhões de anos. Estes são os grandes salvadores da humanidade, os grandes reitores do

mundo. Recordemos ao Rei do Mundo, chamado pelo Ossendowski em seu livro intitulado

"Bestas, homens e deuses". Este grande Ser vive no Agharti, e possui um corpo de idade

indecifrável. A este grande Ser mencionam antiquísismas escrituras religiosas. Recordaremos

ao Sanat Kummara, o ancião dos dias, o grande imolado, o fundador do Colégio de Iniciados

da Grande Loja Maçônica Branca. Dito adepto vive no deserto do Gobi em um oásis solitário. O

corpo deste grande Ser tem uma idade de mais de dezoito milhões de anos. Em sua

companhia, residem, no mesmo oásis, um grupo de Adeptos com corpos lemúricos imortais.

Todos estes Adeptos viajam com seu corpo físico por entre as dimensões superiores do

espaço. Eles têm o poder de se teletransportar com seu corpo físico por entre a quarta ou

quinta dimensão. Todos eles exercem poder sobre os Anjos da Morte. Eles são Adeptos dos

mistérios da vida e da morte. Todos eles tiveram que trabalhar com o Grande Arcano.

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3. Os Tribunais do Carma

O "Livro Tibetano dos Mortos" diz: "estiveste em um desmaio durante os últimos três dias e

meio. Logo que te recupere deste desmaio, terá o pensamento" Que passou? Pois, nesse

momento, todo o Samsara (Universo fenomênico) estará em revolução.

O ingresso nos mundos eletrônicos e moleculares, no momento da morte, é uma prova

tremenda para a Consciência do homem. O "Livro Tibetano dos Mortos" assegura que todos os

homens caem, no momento da morte, em um desmaio que dura três dias e meio. Max Heindel,

Rudolf Steiner e muitíssimos outros autores sustentam que, durante esses três dias e meio, o

Ego desencarnado vê acontecer toda sua vida em forma de imagens e em ordem retrospectiva.

Asseguram ditos autores que estas lembranças se acham contidas no Corpo Vital. Isto é certo,

mas, só é uma parte da verdade. As imagens e lembranças contidas no Corpo Vital, e sua

visão retrospectiva, só é repetição automática de algo semelhante no mundo eletrônico.

No momento da morte, e durante os três dias e meio seguintes à morte, nossa Consciência e

nosso julgamento interno são liberados pela descarga eletrônica. Então, vemos passar toda

nossa vida em forma retrospectiva. A descarga é tão forte que o homem cai depois em um

estado de coma e de sonhos incoerentes. Só aqueles que possuem isso que se chama Alma

podem resistir a descarga eletrônica sem perder a Consciência.

Passados os três dias e meio, a essência entra num estado de consciência de tipo lunar. No

momento da morte, revivemos a vida em forma retrospectiva, sob a descarga eletrônica, mas,

em forma muito rápida e terrível. No mundo molecular, voltamos a reviver nossa vida que

acaba de passar em forma muito mais lenta, porque o tempo no mundo molecular é mais lento

que no mundo eletrônico.

Sob a influência lunar, revivemos nossa vida da ancianidade até a infância e nascimento. Os

desencarnados visitam, então, aqueles lugares com os quais se relacionaram, revivem cada

cena de sua vida, dizem e fazem quão mesmo fizeram, sentindo alegria pelas boas obras e

profunda dor pelas más.

Terminado o trabalho retrospectivo, é claro que temos plena consciência do resultado final da

vida que acaba de passar. É então, e só então, quando todo aquele que não esteja

definitivamente perdido, toma a decisão de emendar seus erros e pagar o débito. Só os

completamente perdidos não respondem aos impactos terríveis dos mundos molecular e

eletrônico. Realmente, esses seres já estão tão materializados, que, de fato, retornam ao

mundo mineral; este é o inferno cristão. Ammit, o monstro egípcio devorador dos mortos com

suas gigantescas fauces de crocodilo; o devorador dos corações, o abutre cósmico que

consome os refugos ou despojos da humanidade, o Inferno romano, o Avitchi indostão, etc.

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Todos os planos de existência mencionados pela teosofía podem ser perfeitamente

sintetizados em quatro regiões: Inferno, Terra, Paraíso e Céu. Quer dizer, Mundo Mineral,

Mundo Celular, Mundo Molecular e Mundo Eletrônico.

O Julgamento Final é o que decide a sorte dos desencarnados. Terminado o trabalho

retrospectivo, temos que nos apresentar ante os Tribunais do Carma. Em ditos tribunais, temos

que responder por nossos cargos; a sentença dos juizes é definitiva. Realmente, não é exato

afirmar que todos os seres passam às regiões do Paraíso ou aos estados de felicidade de tipo

celestial depois do julgamento. Realmente, só passam às regiões inefáveis mencionadas pela

teosofía, uma pequena minoria de seres. O Julgamento Final divide aos desencarnados em

três grupos:

1.- Os que se reencarnam imediatamente.

2.- Os que sobem aos estados paradisíacos e celestes e que se reencarnam muito

tempo depois.

3.- Os que entram em Reino Mineral (Inferno).

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4. Os Quatro Círculos

Nosso Sistema Solar é um corpo completo com quatro círculos completos. A circunferência de

cada um dos círculos tem seu respectivo padrão de tempo. O círculo da região mineral,

chamado Inferno ou Avitchi, tem uma escala de tempo que vai de 80.000, 800 e 80 anos,

tempo terrivelmente lento, muito apropriado para todos esses processos minerais que se

realizam dentro da casca terrestre naquele reino chamado Inferno ou Avitchi. O círculo da vida

celular se estende de 60 anos a 1 mês, e, dentro deste tempo, se desenvolvem normalmente

os organismos que vivem na superfície da terra. O círculo da vida molecular se estende de 1

mês a 40 minutos e mede todos os fenômenos e acontecimentos do mundo molecular. O

mundo molecular é a região ou as regiões da atmosfera, o Paraíso de todas as religiões. O

círculo da vida eletrônica oscila entre 42 segundos e meio; este é tempo de regiões celestes

com o qual se medem fenômenos da luz e acontecimentos solares.

Avitchi

A região infernal do Avitchi está dentro das capas minerais da terra. O Avitchi está por debaixo

dos limites da percepção sensorial externa. O Avitchi não poderia jamais ser descoberto com

os sentidos físicos porque pertence às regiões da Ultra. O Avitchi tem nove regiões

terrivelmente densas. O Avitchi está simbolizado pelos infernos das grandes religiões. Inferno

vem do termo „infernus‟, região inferior. Infernos atômicos da natureza, estes são os mundos

submersos situados dentro do interior da Terra.

Quando um ser humano se tornou muito materialista, muito preguiçoso, então, depois do

julgamento, entra no Avitchi. O "Livro Tibetano dos Mortos" diz: "Ao cair aí, terá que sofrer

padecimentos insuportáveis e onde não há tempo certo de escapar".

Aqueles que, em cada retorno, se tornaram mais e mais densos e malvados, terminam por

entrar no reino que lhes é afim. Este é o reino das rochas, onde vivem os restos fósseis

petrificados dos que foram criaturas vivas. Estas são as pessoas de coração de pedra,

insensível, etc. Estas pessoas já não respondem a nenhum tipo de castigo, e, cada vez que

retornam, quão único que fazem é trabalhar no mal e para o mal. Amam o mal por amor ao

mesmo mal. Pela persistência no crime, por seu exagerado materialismo, feito-se, em alguma

forma, minerais, entraram no reino mineral dispostos a correr a mesma sorte do mineral. Este é

o crisol de fundição cujo propósito é liberar uma fração do princípio causal, a matéria prima, o

produto psíquico, espécie de embrião de Alma encerrada do fantasma diabólico mineralizado.

No Avitchi, involucionam no tempo os perdidos, passam do estado humano involucionando até

o estado animal, retornam logo ao reino vegetal, e, por último, ao mineral. Depois, se

desintegram, se reduzem à poeira cósmica. Quando estes tenebrosos se desintegram, algo

escapa para dentro e para cima; esse que escapa é o embrião para a Alma, a matéria prima

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O Livro dos Mortos

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que retorna ao mundo do Espírito. Recordemos a visão do ER, que diz assim: "E disse que

todas, conforme chegavam, se voltavam com alegria para a pradaria e acampavam aí como em

uma congregação... e, assim, discutiam entre elas - algumas gemendo e chorando, quando

recordavam todas as coisas terríveis que tinham sofrido e visto em sua viagem debaixo da terra

- diziam que sua viagem tinha sido de mil anos... (pois, de acordo com o número de erros que

cada homem tinha cometido e o número daqueles a quem tinha feito mal, sofria um castigo por

tudo, sucessivamente, dez vezes por cada um). Agora bem, cada cem anos pagavam, pois

cem anos se contam como a vida de um homem, e assim acontecia que o preço do obrar mal

se pagava dez vezes".

A Região Celular

O retorno da essência humana começa pela concepção. É maravilhoso o trio que inicia nossa

vida: concepção, gestação, nascimento. Resulta assombroso pensar que o homem começa

como uma célula, sujeito ao veloz tempo das células e vivendo no mundo das células. É

extraordinário saber que, depois de uns oitenta anos, termina sua vida humana,

sobrecarregado de lembranças. Os processos internos que iniciam a concepção são

tremendamente velozes, mas, conforme transcorre o tempo, este último vai se tornando mais

lento. Todos os processos orgânicos se fazem mais lentos.

Realmente, existe a relatividade do tempo. A gestação humana dura 10 meses lunares; a

infância 100 meses lunares; a vida, mais ou menos, 1000 meses lunares.

O rastro eletromagnético que deixa a vida de um homem no instante da morte, imprime-se

tremendamente na concepção do feto. O sendeiro da vida está formado com os rastros dos

cascos do cavalo da morte. Morte, julgamento e concepção constituem um trio perfeito.

"No momento da morte - diz uma doutrina tibetana - os quatro sons chamados sons que

inspiram terror sagrado, escutam-se assim: o da força vital do elemento terra, um som como o

desmoronamento de uma montanha; o da força vital do elemento água, um som como o das

ondas do oceano; o da força vital do elemento fogo, um som como o do incêndio de uma selva;

o da força vital do elemento ar, um som como o de mil trovões reverberando simultaneamente.

O lugar onde alguém se refugia, fugindo destes ruídos, é a matriz".

Quando o zoosperma se une com o óvulo, começa a gestação. A célula com a qual começa a

vida humana, contém 48 cromossomos. Isto nos fala claro das 48 leis que regem o organismo

humano. Existem 48 controles que regulam o organismo humano. Os cromossomos se dividem

em gens; uma centena, ou algo mais, constituem um cromossomo. A total constituição do

organismo humano está determinada pelos gens.

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Os gens são muito difíceis de estudar porque estão constituídos por poucas moléculas; vibram

rapidamente e devem constituir uma zona intermediária entre o mundo molecular e o mundo

celular. Estes gens se movem e se combinam sob as ondas radioativas que emite o moribundo

nos últimos instantes. Assim, o novo corpo físico é o resultado exato de nosso passado retorno.

O fiel instrumento de nosso Carma.

A vida de cada ser humano, no mundo físico, é uma repetição da passada vida mais suas

conseqüências boas e más. O tempo é redondo e os acontecimentos se repetem, cada qual

em seu dia e em sua hora. Essa é a Lei da Recorrência. Tudo volta a ocorrer tal e como

aconteceu, mais suas conseqüências tanto boas como más. Essa é a Lei do Carma, a lei de

ação e conseqüência.

Realmente, a repetição automática de feitos tem por objetivo nos fazer conscientes de nossos

próprios erros, essa é a lei. Desgraçadamente, já nada podemos fazer. Tudo se repete em seu

tempo e em sua hora conforme giram os ponteiros do relógio. Para mudar as circunstâncias

externas, temos nós que, primeiro, mudar internamente. Só podemos mudar internamente

fabricando Alma e Espírito, quer dizer, possuindo o Ser. Só o Ser pode fazer. Só o Ser pode

mudar todas as coisas. Quem quiser possuir o Ser tem que transmutar suas energias sexuais,

volitivas, emocionais, mentais, passionais, motrizes, sentimentais, etc. Temos que transmutar

os metais vis, quer dizer, nossos defeitos, no ouro mais puro do Espírito. Só assim,

possuiremos Alma e Espírito. É necessário que morra o "eu" pluralizado. É urgente que nasça,

dentro de nós, o Ser. A vida, no mundo celular, é uma tremenda repetição de eventos, e só

dissolvendo o "eu" à base suprema compreensão e santidade, e fabricando Alma e Espírito,

podemos nos libertar desta trágica roda da fatalidade. Este é um círculo vicioso horrível, esta é

a roda do Samsara.

A Região Molecular

A lenda de Zoroastro diz: "Todo aquele cujas boas obras excedam em três gramas a seu

pecado, vai ao céu; todo aquele cujo pecado é maior, ao inferno; em tanto que aquele no que

ambos sejam iguais, permanece no Hamistikan até o corpo futuro ou ressurreição".

A região molecular é a região do Paraíso. Aqueles seres que sofreram muito na vida e que

foram relativamente muito bons em vida, submergem-se na felicidade do mundo molecular

antes de voltar a tomar um novo corpo físico. As regiões moleculares estão saturadas de

felicidade. As essências humanas, em ausência do "eu" pluralizado, gozam nessas regiões

inefáveis.

Os Egos dessas Essências, quer dizer, os "eus", permanecem, enquanto isso, na soleira do

mistério aguardando o novo retorno. Em ausência do "eu", as essências se desenvolvem

felizes no Paraíso. Esses seres usam corpo molecular. Quem possui o Astral Cristo

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resplandece de glória e é ainda mais feliz no Paraíso. Dito corpo só reside em estado germinal

dentro de sua semente sexual.

Mas germina, nasce quando o iniciado conhece os mistérios do sexo. O Astral Cristo é um

corpo maravilhoso. As pessoas que possuem esse corpo são verdadeiramente imortais, pois,

jamais perdem a Consciência.

O Paraíso, por ser molecular, penetra e compenetra toda a atmosfera terrestre, estando

relacionado muito especificamente com a Ionosfera que se encontra a sessenta milhas acima

da superfície terrestre. Essa região é especialmente muito pura. Os astronautas, ainda quando

viajam por esta zona, jamais poderão descobrir o Paraíso com os sentidos físicos. Só com o

sentido espacial podemos ver o Paraíso. O Movimento Gnóstico ensina diversas técnicas

científicas para abrir o sentido espacial.

A região molecular tem distintos países inefáveis. Estes são os planos e subplanos de que

falam Teósofos e Rosacruzes. Nessas regiões de ditas sem limites, vivem ditosos os

desencarnados até que seu tempo se esgote. O amanhecer, o dia, a tarde e a noite; a infância,

a adolescência, a maturidade e a senilidade governam todo o cosmos, e até aqueles que

desencarnam estão submetidos a esta lei. Em seu tempo, esses seres ditosos têm que voltar

para retorno.

Tudo o que vêem os desencarnados está dentro de sua própria mente. Os estados

devakánicos de que falam os livros teosóficos e Rosacruzes, assim o asseguram. O estado de

inconsciência em que caem os desencarnados sob o choque eletrônico é algo muito

lamentável porque, ainda quando estes gozam com a dita das regiões moleculares, não estão

suficientemente conscientes como o seria um Adepto da Loja Maçônica Branca. Só quem tem

adquirida Alma vive consciente nas Regiões Superiores do Universo.

Os desencarnados comuns projetam, na atmosfera molecular, seus próprios desejos e

aspirações e sonham com eles vivendo em perfeita felicidade. Os Adeptos não sonham porque

despertaram a Consciência e vivem dedicados nesta região a trabalhar, de acordo com as

grandes Leis Cósmicas no laboratório da Natureza. Isto não significa que os desencarnados

não gozem com a paisagem ou as paisagens no Paraíso. Naturalmente, eles são imensamente

felizes com seu ambiente de felicidade.

O "Livro Egípcio dos Mortos" e o livro "A Arte de Morrer" dos tempos médios nos ensinam a

preparação para a morte. Os homens dedicados unicamente às coisas materiais não terão a

dita de experimentar a felicidade do Mundo Eletrônico, devido ao estado de inconsciência em

que caem. Quando essas pessoas vivem no Mundo Molecular, passam ali suas férias

sonhando, bebem na fonte do esquecimento e sonham deliciosamente. O corpo molecular é

microscópio e telescópio ao mesmo tempo. Com esse corpo, podemos ver o imensamente

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O Livro dos Mortos

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pequeno e o imensamente grande. No Paraíso, os desencarnados participam da natureza

íntima de todo o criado, penetrando no coração de todo o existente. É melhor conhecer as

coisas por penetração, em vez de conhecer por percepção externa. A vida no Paraíso seria

melhor se o desencarnado não projetasse no mundo molecular seu próprio cenário. Ali, cada

qual projeta, na atmosfera, imagens de sua própria mente.

O Mundo Eletrônico

O Mundo Eletrônico é o mundo Solar da luz, o mundo do Espírito.

Quem tem Espírito, quem possui um corpo eletrônico, exerce poder sobre os mundos

molecular, celular e mineral. Quem possui corpo eletrônico, está em condições de ajudar seus

discípulos a criar suas próprias Almas. Todo verdadeiro instrutor ensina seus discípulos a criar

Alma. Todo homem com Alma é um verdadeiro reformador. O homem com Alma pode ajudar

seus discípulos lhes ensinando a teoria da aquisição de sua Alma. Mas, só um homem que

tenha um corpo eletrônico poderá trabalhar com esses embriões de Almas na mesma forma

que um homem com corpo celular pode trabalhar com os minerais da terra.

Exageraram certas afirmações que dizem que o ser humano tem Alma e Espírito. Realmente,

dentro da essência humana, existe uma fração do Ser Causal, mas, essa fração só é a Matéria

prima que a vida nos deu para fabricar Alma.

Quem fabrica Alma se funde com a Grande Alma Universal. Quem fabrica Espírito se une com

o Espírito Universal de Vida. "Porque a qualquer que tiver, lhe será dado e terá mais; e ao que

não tiver ainda o que tem lhe será tirado". "E o servo inútil será jogado nas trevas de fora. Ali

haverá choro e ranger de dentes". (Mateus 25,29-30)

Dita essência humana no Mundo Eletrônico, depois da morte, é muito passageira porque o ser

humano não está ainda preparado para viver continuamente nessa região solar.

Existem escolas para a criação de Alma e também existem escolas de regeneração sexual

para a criação do Espírito. A Escola Gnóstica Rosacruz é templo e escola de uma vez. O

Movimento Gnóstico está intimamente unido à autêntica e legítima escola Rosacruz, que só

existe nos mundos superiores. Nosso Movimento Gnóstico Cristão Universal ensina o caminho

real da Regeneração. Nossa Escola ensina a criar Alma e Espírito. Nosso Movimento está

iniciando a Nova Era Aquária entre o augusto trovejar do pensamento.

No Mundo Eletrônico, somos Luz e vivemos em todas as coisas. Ali, vivenciamos

tremendamente a realidade da Unidade da vida. Os corpos eletrônicos se movem livremente

com a Grande Luz no Espaço Divinal. A consciência humana, vestida com seu corpo

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O Livro dos Mortos

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eletrônico, inclui, dentro de si mesmo, a vida e a consciência de todos os seres do Universo.

Isto é o Ioga, a união com Deus. Todo aquele que adquire Espírito tem que viver o Drama do

Cristo Interno. Em sua vida prática, em seu lar, em seu povo, entre suas pessoas. Este é um

drama cósmico que existe desde antes da vinda do Jesus. A essência do drama, seu evento

principal, é a morte do Iniciado e sua entrega suprema ao Pai. Este acontecimento acontece

entre raios, trovões e grandes terremotos.

A transfiguração do personagem principal ao mundo eletrônico, a aquisição de Espírito, é algo

grandioso e terrivelmente divino. Nesses instantes, a força eletrônica se desagrada e a fratura

vertical, através de todos os planos da consciência cósmica, abrem, por um momento, os

mundos internos à percepção ordinária do homem da rua, comum. Então, se produzem todas

as coisas maravilhosas que narram os Evangelhos quando Jesus expirou na Cruz. Treme a

terra, abrem-se os sepulcros, ressuscitam os Santos e todos exclamam: Verdadeiramente, este

é o Filho de Deus!