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Ano XXVII Nº 325 setembro de 2016 Pompílio Diniz - o Canto da Liberdade Rosani Abou Adal Rosani Abou Adal é poeta, jornalista e Vice-Presidente do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo. C onheci o saudoso ami go, poeta, repentista e declamador Pompílio Diniz, em 1989, na antiga sede da União Brasileira de Escritores, na Rua 24 de Maio, 250 - 13º andar, em São Paulo. Ele me foi apresentado por Caio Porfírio Carneiro, no bar e restaurante da entidade que era di- rigido pelo Tio Franco. Foram poucos meses de con- vivência, mas parecia nos conhecí- amos de longas datas. No começo da amizade nos encontrávamos nas reuniões realizadas, toda quar- ta, na sede da UBE. Depois nossos encontros se tornaram mais fre- quentes. Adotamos o Bar Roxinho, loca- lizado ao lado do Bar Brahma, na Av. São João. A cerveja, o tira-gos- to e o bom papo varavam noite adentro. Na época tinha um corcel - o Johnny - que nos conduzia para todos os cantos da cidade. O nome do carro foi dado em homenagem ao compositor e artista Johnny Alf. Pompílio Diniz nasceu em Di- amante, antiga Cidade de São Pau- lo, na Paraíba, em 9 de julho de 1927. Trabalhou como Procurador Jurídico da Assembleia Legislativa de Goiânia e foi sócio da União Bra- sileira de Escritores. Infelizmente não constam da- dos da sua biografia na internet. As memórias do amigo são fontes vi- vas de informação. Linguagem Viva, na edição nº 6, Ano I, fevereiro de 1990, noticiou o falecimento de Pompílio Diniz ocorrido em 21 de janeiro de 1990, na Santa Casa, na Vila Buarque, em São Paulo. Na edição nº 2, outubro de 1989, foi publicado o poema Festa de Inleição, de sua autoria. Autor de Sol do Sertão (Edições S. C. A. B - Sociedade Cultural Ar- tística Brasileira, 1954, Rio de Ja- neiro, RJ.), Mané Gonçalo Poemas - Poemas regionais nordestinos (Editora Itatiaia, Belo Horizonte, MG, 1958.), Canto da Liberdade (Poesi- as, 2ª edição, Editora Obelisco, 1959, São Paulo, SP; 1ª edição, Coleção Universidade do Povo, Edi- tora Fulgor.), Salida Al Mar (Prêmio Sul Americano obtido no Concurso Literário, promovido pela Bolívia, em 1964.) e Poemas - Pompílio Diniz (Editora Quatro, Goiânia, GO, 1997, com prefácio de Jerônimo Geraldo de Queiroz da Academia Goiana de Letras.). Lançamento em disco LP, pela RGE, esgotados: Poemas fol- cl ricos nº 1 (1956), Poemas folcl - ricos nº 2 (1957) e Poemas folcl ri- cos nº3 (1958). Pela Chororó, tam- bém esgotado, o LP Chico-vai, Chico-vem - Poemas (1984). Suas obras são raras. Somen- te dois exemplares do livro Poemas estão à venda no site da Estante Virtual. www.estantevirtual.com.br Tenho o privilégio de possuir um exemplar do referido livro auto- grafado: “Rosani - nesta troca de livros, dei- xo minhas impressões sobre a tua obra Mensagens do Momento. Minha jovem Poetisa Rosani Abou Adal, ‘As Mensagens do Momento’, Que publicaste afinal: São versos livres, suaves, Como o voo das grandes aves Que buscam sempre as Alturas!... E de volta, mergulhando, Teus versos vão penetrando Nos corações das Criaturas! Abraços, Pompílio Diniz (S. Paulo, 7/9/89)” Em matéria publicada no Jor- nal Terra Livre, do Partido Comu- nista Brasileiro - PCB, Ano XIV, Nº 128, página 2, novembro de 1963, Pompílio Diniz afirmou: “Os meus versos são essas gotas d’água con- tra o grande incêndio da exploração do latifúndio, do imperialismo es- trangeiro e da exploração do homem pelo homem.” E acrescentou: “Cumpro com o meu dever de poe- sia popular brasileiro e nacionalis- ta. Minha poesia é do povo.” Terra Livre, fundado em 1949, parou de circular em 1964. A mesma edição noticiou que a primeira edição de Canto da Li- berdade, lançada em 10 de setem- bro de 1962, com tiragem de 5 mil exemplares, ficou esgotada em 20 dias. A segunda edição, com 20 mil exemplares, foi lançada no dia 12 de outubro de 1963, no Ibirapuera, na posse das novas diretorias dos Sindicatos dos Metalúrgicos, Ban- cários, Têxteis e Enfermeiros. Parte da tiragem de Canto da Liberdade foi queimada pelo Regi- me Militar, porque Pompílio desafi- ava o governo com seus repentes. Conforme arquivo da bibliote- ca digital do Projeto Brasil Nunca Mais, 201 a 300, IPM 599, http:// bnmdigital.mpf.mp.br/#!/, Canto da Liberdade, de Pompílio Diniz, cons- ta da relação de livros de cunho subversivo e comunista. No anexo nº 7, Lotação DRS - 399, IPM 709, o mesmo também está na relação dos livros existentes na Biblioteca da Prefeitura de Natal e Centro de Formação de Professores. João Belline Burze, em interrogatório da 2ª Auditoria da 2ª Região Militar da Secretaria de Segurança Pública, afirmou que conhecia o poeta es- querdista Pompílio Diniz. No Bar Roxinho contou que conseguiu fugir percorrendo o Bra- sil por matas, florestas e nadou em rios até chegar na Bolívia. Quando voltou para São Pau- lo foi preso e torturado no quartel do Ibirapuera. Sua companheira - não me lembro o nome - informou seu endereço e assim foi preso. Mostrou-me seus dedos tortos, marcas das torturas. Ficou meio surdo porque foi torturado, várias vezes, com dois pratos - “címbalo” instrumento de percussão - que eram tocados e batidos nos seus ouvidos. Sobreviveu às torturas. Dis- se que foi por Deus conseguiu re- sistir. Também mencionou ter sofri- do perseguição do Adhemar de Bar- ros que o ameaçou de morte se vol- tasse para São Paulo. Ulisses Guimarães o ajudou e lhe deu abrigo em Goiás. Tamanha sua gratidão que publicou o Soneto - Acr stico ao ilustre brasileiro Ulisses Guimarães, na página 21, do livro Poemas. Pompílio ficou hospedado num hotel, localizado no primeiro quartei- rão da Alameda Barão de Limeira, próximo da Praça Júlio Mesquita, do jornal Folha de S.Paulo e do comitê do Adhemar de Barros Filho. Ele me mostrou os desenhos do projeto do purificador de água que inventou e disse que ganharia muito dinheiro com isto. Veio para São Paulo vender sua ideia. Foi a última vez que nos encontramos, poucos dias antes do seu falecimento. Preocupada com seu sumiço, fui à UBE tentar notícias. Tocou o telefone. Caio Porfírio Carneiro, se- cretário administrativo, atendeu. Era uma funcionária do IML informando que estava com o corpo do associ- ado Pompílio Diniz e, que ao ver a carteirinha da União Brasileira de Escritores, tomou providências para deixá-lo na geladeira até segunda. Caio ligou para as rádios de Campina Grande (PB), pediu que divulgassem o falecimento do poe- ta. Assim a família entrou em con- tato com a UBE e pode liberar o cor- po no Instituto Médico Legal. Pompílio Diniz, vítima de possí- vel assalto, próximo do hotel onde se hospedou, foi esfaqueado e não resistiu. Faleceu no dia 21 de janei- ro de 1990, num domingo. Seu Canto de Liberdade ainda está vivo em nossos corações.

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Ano XXVII Nº 325 setembro de 2016

Pompílio Diniz - o Canto da LiberdadeRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é poeta,jornalista e Vice-Presidentedo Sindicato dos Escritores

no Estado de São Paulo.

Conheci o saudoso amigo, poeta, repentista edeclamador Pompílio

Diniz, em 1989, na antiga sede daUnião Brasileira de Escritores, naRua 24 de Maio, 250 - 13º andar, emSão Paulo. Ele me foi apresentadopor Caio Porfírio Carneiro, no bar erestaurante da entidade que era di-rigido pelo Tio Franco.

Foram poucos meses de con-vivência, mas parecia nos conhecí-amos de longas datas. No começoda amizade nos encontrávamosnas reuniões realizadas, toda quar-ta, na sede da UBE. Depois nossosencontros se tornaram mais fre-quentes.

Adotamos o Bar Roxinho, loca-lizado ao lado do Bar Brahma, naAv. São João. A cerveja, o tira-gos-to e o bom papo varavam noiteadentro. Na época tinha um corcel- o Johnny - que nos conduzia paratodos os cantos da cidade. O nomedo carro foi dado em homenagemao compositor e artista Johnny Alf.

Pompílio Diniz nasceu em Di-amante, antiga Cidade de São Pau-lo, na Paraíba, em 9 de julho de1927. Trabalhou como ProcuradorJurídico da Assembleia Legislativade Goiânia e foi sócio da União Bra-sileira de Escritores.

Infelizmente não constam da-dos da sua biografia na internet. Asmemórias do amigo são fontes vi-vas de informação.

Linguagem Viva, na edição nº6, Ano I, fevereiro de 1990, noticiouo falecimento de Pompílio Dinizocorrido em 21 de janeiro de 1990,na Santa Casa, na Vila Buarque, emSão Paulo.

Na edição nº 2, outubro de1989, foi publicado o poema Festade Inleição, de sua autoria.

Autor de Sol do Sertão (EdiçõesS. C. A. B - Sociedade Cultural Ar-tística Brasileira, 1954, Rio de Ja-neiro, RJ.), Mané Gonçalo Poemas- Poemas regionais nordestinos(Editora Itatiaia, Belo Horizonte, MG,1958.), Canto da Liberdade (Poesi-as, 2ª edição, Editora Obelisco,

1959, São Paulo, SP; 1ª edição,Coleção Universidade do Povo, Edi-tora Fulgor.), Salida Al Mar (PrêmioSul Americano obtido no ConcursoLiterário, promovido pela Bolívia, em1964.) e Poemas - Pompílio Diniz(Editora Quatro, Goiânia, GO, 1997,com prefácio de Jerônimo Geraldode Queiroz da Academia Goiana deLetras.). Lançamento em disco LP,pela RGE, esgotados: Poemas fol-clóricos nº 1 (1956), Poemas folcló-ricos nº 2 (1957) e Poemas folclóri-cos nº3 (1958). Pela Chororó, tam-bém esgotado, o LP Chico-vai,Chico-vem - Poemas (1984).

Suas obras são raras. Somen-te dois exemplares do livro Poemasestão à venda no site da EstanteVirtual. www.estantevirtual.com.br

Tenho o privilégio de possuirum exemplar do referido livro auto-grafado:“Rosani - nesta troca de livros, dei-xo minhas impressões sobre a tuaobra Mensagens do Momento.Minha jovem PoetisaRosani Abou Adal,‘As Mensagens do Momento’,Que publicaste afinal:São versos livres, suaves,Como o voo das grandes avesQue buscam sempre as Alturas!...E de volta, mergulhando,Teus versos vão penetrandoNos corações das Criaturas!Abraços,Pompílio Diniz (S. Paulo, 7/9/89)”

Em matéria publicada no Jor-nal Terra Livre, do Partido Comu-nista Brasileiro - PCB, Ano XIV, Nº128, página 2, novembro de 1963,Pompílio Diniz afirmou: “Os meusversos são essas gotas d’água con-tra o grande incêndio da exploraçãodo latifúndio, do imperialismo es-trangeiro e da exploração do homempelo homem.” E acrescentou:“Cumpro com o meu dever de poe-sia popular brasileiro e nacionalis-ta. Minha poesia é do povo.” TerraLivre, fundado em 1949, parou decircular em 1964.

A mesma edição noticiou quea primeira edição de Canto da Li-berdade, lançada em 10 de setem-bro de 1962, com tiragem de 5 milexemplares, ficou esgotada em 20

dias. A segunda edição, com 20 milexemplares, foi lançada no dia 12de outubro de 1963, no Ibirapuera,na posse das novas diretorias dosSindicatos dos Metalúrgicos, Ban-cários, Têxteis e Enfermeiros.

Parte da tiragem de Canto daLiberdade foi queimada pelo Regi-me Militar, porque Pompílio desafi-ava o governo com seus repentes.

Conforme arquivo da bibliote-ca digital do Projeto Brasil NuncaMais, 201 a 300, IPM 599, http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/, Canto daLiberdade, de Pompílio Diniz, cons-ta da relação de livros de cunhosubversivo e comunista. No anexonº 7, Lotação DRS - 399, IPM 709,o mesmo também está na relaçãodos livros existentes na Bibliotecada Prefeitura de Natal e Centro deFormação de Professores. JoãoBelline Burze, em interrogatório da2ª Auditoria da 2ª Região Militar daSecretaria de Segurança Pública,afirmou que conhecia o poeta es-querdista Pompílio Diniz.

No Bar Roxinho contou queconseguiu fugir percorrendo o Bra-sil por matas, florestas e nadou emrios até chegar na Bolívia.

Quando voltou para São Pau-lo foi preso e torturado no quarteldo Ibirapuera. Sua companheira -não me lembro o nome - informouseu endereço e assim foi preso.

Mostrou-me seus dedos tortos,marcas das torturas. Ficou meiosurdo porque foi torturado, váriasvezes, com dois pratos - “címbalo”instrumento de percussão - queeram tocados e batidos nos seusouvidos. Sobreviveu às torturas. Dis-se que foi por Deus conseguiu re-sistir. Também mencionou ter sofri-do perseguição do Adhemar de Bar-ros que o ameaçou de morte se vol-tasse para São Paulo.

Ulisses Guimarães o ajudou elhe deu abrigo em Goiás. Tamanhasua gratidão que publicou o Soneto- Acróstico ao ilustre brasileiroUlisses Guimarães, na página 21, dolivro Poemas.

Pompílio ficou hospedado numhotel, localizado no primeiro quartei-rão da Alameda Barão de Limeira,próximo da Praça Júlio Mesquita, dojornal Folha de S.Paulo e do comitêdo Adhemar de Barros Filho.

Ele me mostrou os desenhosdo projeto do purificador de água queinventou e disse que ganharia muitodinheiro com isto. Veio para SãoPaulo vender sua ideia. Foi a últimavez que nos encontramos, poucosdias antes do seu falecimento.

Preocupada com seu sumiço,fui à UBE tentar notícias. Tocou otelefone. Caio Porfírio Carneiro, se-cretário administrativo, atendeu. Erauma funcionária do IML informandoque estava com o corpo do associ-ado Pompílio Diniz e, que ao ver acarteirinha da União Brasileira deEscritores, tomou providências paradeixá-lo na geladeira até segunda.

Caio ligou para as rádios deCampina Grande (PB), pediu quedivulgassem o falecimento do poe-ta. Assim a família entrou em con-tato com a UBE e pode liberar o cor-po no Instituto Médico Legal.

Pompílio Diniz, vítima de possí-vel assalto, próximo do hotel ondese hospedou, foi esfaqueado e nãoresistiu. Faleceu no dia 21 de janei-ro de 1990, num domingo.

Seu Canto de Liberdade aindaestá vivo em nossos corações.

Página 2 - setembro de 2016

Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

Impresso em A Tribuna Piracicabana -Rua Tiradentes, 647 - Piracicaba - SP - 13400-760

Selos e logo de Xavier - www.xavierdelima1.wix.com/xaviArtigos e poemas assinados são de responsabilidade dos autoresO conteúdo dos anúncios é de responsabilidade das empresas.

Assinatura anual: R$ 84,00

semestral: R$ 42,00

Tels.: (11) 2693-0392 - [email protected]

Xavier

Parabéns, Linguagem Viva,pelos 27 anos, ininterruptos,

de intensa atividade!

Parabéns, Rosani Abou Adal,pelo denodo e perseverançana divulgação da literatura

brasileira!

Parabéns, Jornal Literário -LINGUAGEM VIVA!

LINGUAGEM VIVAfaz aniversário!!!

Débora Novaes de Castro

Débora Novaes de Castro é poeta, escritora,artista plástica, Mestre em Comunicação

e Semiótica – Literatura e Artese membro da Academia Cristã de Letras

e da Academia Paulista Evangélica de Letras.

Não me lembro, como, nemquando conheci RubemBraga. Costumava ler

suas crônicas, e ouvi-lo na TV. Cer-tamente foi um dos mais bri-lhantes cronistas do Brasil.Conseguia fazer de um fatocorriqueiro algo atraente einesquecível, como Cony fazagora. E assim era sempre.Apesar de ser capixaba deCachoeiro de Itapemirimconseguia entender bem aliberdade e a leveza da almacarioca. Suas crônicas re-presentam bem esse amorpela cidade do Rio de Ja-neiro.

Rubem Braga nasceuem 12 de janeiro de 1913,formou-se em Direito, trabalhou emSão Paulo como jornalista cobrindoa Revolução Constitucionalista, che-gando a ser preso na ocasião. NoRecife dirigiu a página de crônicaspoliciais do Diário de Pernambuco efundou o periódico “Folha do Povo”.Em 1936 lançou o seu primeiro livrode crônicas. Durante a SegundaGuerra Mundial, foi correspondentede guerra junto à F.E.B., arriscandosua vida para enviar notícias em pri-meira mão.

Fez diversas viagens ao exteri-or, atuando como correspondentebrasileiro, tendo exercido também fun-ção diplomática no Marrocos. Depoisdo regresso ao Brasil fixou-se no Riode Janeiro, indo refugiar—se numacobertura em Ipanema, na qual culti-vava um jardim, seu lugar predileto.

Trabalhando para TV Globo, emcerta ocasião, fez um texto sobre omeu trabalho que considero umaobra-prima. Ninguém me avisou, e derepente eu, assídua ouvinte, o vi fa-lando sobre mim no Jornal Hoje. Éevidente que fiquei emocionada, e tãocomovida que nunca consegui acharpalavras para agradecer. Surpresasde Edwaldo Pacote, diretor da Glo-bo, amigo querido desde os meus pri-meiros tempos.

Adoro ter gente em casa, e numadas vezes em que Cícero Dias veioao Brasil, resolvi fazer um jantar emsua homenagem. Cícero sempre merecebeu, como a todos os seus ami-gos, com muito carinho em Paris, eraa oportunidade de retribuir. Marqueia data e convidei umas trinta pesso-

Rubem Braga e a festa quequase não deu certo

Sonia Sales

divu

lgação

Sonia Sales é escritora, poeta emembro da Academia Carioca

de Letras, do Instituto Históricoe Geográfico de São Paulo, da

Sociedade Eça de Queiroz - Rioe do PEN Clube do Brasil.

as mais chegadas ao pintor. Umadelas foi Rubem Braga. Mas sabemquando uma coisa dá errada? Estejantar foi uma delas. Todos os con-vidados trouxeram convidados, e detrinta, passaram a ser mais de ses-

senta. Ingenua-mente, estavaachando tudo umabeleza, pois osconvidados fazemo sucesso de umafesta, até que a mi-nha auxiliar de co-zinha me alertou deque a comida nãoia dar. Pelo menoshavia muito uísquee refrigerantes...

Apesar domeu eterno otimis-mo, entrei em pâ-

nico. E agora? Felizmente, minhaauxiliar, além de ser a negra maislinda que conheci, Yvonete, era tam-bém a mais expedita: inventou umasopa de beterraba (era o que tínha-mos) que ficou uma delícia e aumen-tou o jantar.

Como a comida era pouca, osbeberrões de plantão ficaram umpouco mais “altos” do que de costu-me. Jayme Maurício, um excelentejornalista e crítico de arte, mas quequando bebia ficava totalmenteirreverente, há tantas horas come-çou a implicar com Malu de OuroPreto, a doce Malu. Rubem Braga,normalmente quietão, tomou suadefesa, e uma tremenda discussãofoi formada. Ninguém sabia por queestavam discutindo, e certamentenem eles. Os três, indignados, fo-ram embora, deixando-me muito semgraça, murcha, murcha, e tentandome desculpar com Cícero. Felizmen-te, Germana Delamare, inteligentís-sima, e talvez com um certo grau devidência, inventou uma brincadeira:ler a mão dos amigos, e por incrívelque pareça, conseguia acertar tudo.Salvou a reunião, que voltou à nor-malidade lá pelas três da manhã. Foiuma noite que jamais será esqueci-da e que só terminou com os primei-ros raios de sol do dia seguinte.

Rubem Braga

Página 3 - setembro de 2016

Não busco especiarias, sou apenasUm corpo transformado na paisagem,Barco de amor e morte, céu de penas,

Vôo tinto de rumos e ancoragem.Se pastoreio estas contradições

Que são agora carne e pensamento,É porque trago a note e seus violõesA percorrer os quarteirões do vento.

Dos passos estrangeiros crio o mapaE a bússola escondida na lapela,

O resto é chuva desenhando a capaQue jogo sobre o corpo da procela.Não busco especiarias sou somenteA mesa posta e o convidado ausente.

Na filados desamparados

todos tem cabeça branca.Os ombros

são arqueadoscarregam o peso

do tempo.O rosto marcadopelos infortúnios

de os olhos tristesdos abandonados.

Ficam alina fila, silenciadoscomo cordeiros,

escolhidos e separadospara o sacrifício.

Roda mundo, roda vida, roda vento.Passa tudo, passa tanto, passa tempo.Rodopiam as coresna eterna reticência do momento.Entre uma volta e outra do destino,continuo apenas um meninoa soprar meu gira-sonho como um catavento.

Os ipês estão derramandoFlores sobre as calçadasOs passarinhos estão voltandoOuço risadinhas no arvoredoO céu ainda está nubladoMas o sol há de voltarNão percamos a esperança...Os ipês vão continuar derramandoFlores sobre as calçadasPara colorir nossas emoçõesE os passarinhos continuarãoGorjeando suas lindas cançõesPara alegrar nossos coraçõesE, então, apesar de tudo,Haveremos de concluir a travessia.

São loucosSão poucos

homens que ainda crêemque se é capaz de vencer

sem causar sofreressem ao outro matar.

São loucossão poucossonhadores

que o pão comemdo suor de seus rostossem ao outro roubar.

São loucossão poucos

mas um poucodesses homens loucos

fazem a moenda girar.Porque são poucose os chamam de loucos

contudo o Mundoque é grande e é sofrível

precisa desses poucos homens loucospara que a vida seja possível.

SONETO I -(Súdito da Noite)

Paulo Bomfim

Paulo Bomfim é escritor, poeta, membroda Academia Paulista de Letras ePríncipe dos Poetas Brasileiros.

SÃO LOUCOS?Hilda Mendonça

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 [email protected]

Hilda Mendonça é escritora e membro daAssociação Nacional de Escritores e da

Academia de Letras de Taguatinga.

ROTAÇÃOFlora Figueiredo

Flora Figueiredo é escritora, poeta,jornalista, publicitária e tradutora.

TravessiaRaymundo Farias de Oliveira

Raymundo Farias de Oliveira é escritor,poeta e Procurador do Estado aposentado.

Ultima EstaçãoDjanira Pio

Djanira Pio é escritora, poeta e cronista.

Sibilo sílabasentrecortadaspor suspiros

Ela, griteou grunha

(enquanto me crave a unha- onde me firo)

e depois fique calada

no discurso do amorsão nossos corpos que falam:

nós não dizemos nada.

SUBJUNTIVODjalma Allegro

Djalma Allegro é escritor,poeta e advogado.

Página 4 - setembro de 2016

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Historiador, sociólogo, crítico literário, ensaísta, ogeneral Nelson Werneck

Sodré, foi, na acepção da palavra,um intelectual completo, um homemde ideias claras e definidas. Um pen-sador comprometido com sua Pátriae com o seu povo. Não é de admirarque esse comprometimento com asua Pátria e como o seu povo tenhaprejudicado –e muito – a sua carrei-ra militar. Ele poderia facilmente terchegado ao posto máximo do Exér-cito – General de Exército.

Nas “Memórias de um Soldado”,num estilo simples e gostoso de ler,desfilam episódios da história do Bra-sil, a partir de 1922, contados comriquezas de detalhes pelo autor, elepróprio personagem de muitos des-ses episódios. Na orelha do livro,Ênio Silveira, de saudosa memória,nos diz que “Memórias de um Solda-do”, é autobiografia de um oficial quenão se traiu, nem traiu a sua Pátria,que não se submeteu a interessesestrangeiros, nem foi jamais o braçoforte com que as classes dominan-tes fizeram valer seus ‘direitos adqui-ridos’.” É a vida de um militar consci-ente, de um homem de bem, de umintelectual a serviço da emancipaçãonacional, desenvolvida numa fasedramática da história política do nos-so País.”

Em Nelson Werneck Sodré ohomem de letras e o militar se en-contram e conviveram harmoniosa-mente, ambos conquistando êxitos emais êxitos nos seus caminhos, atéa hora em que o amor pela Pátria ea defesa de suas riquezas tambémmereceram a firme e decidida aten-ção do militar e do homem de letras.Aí foi um ‘Deus nos acuda’. Cariocade nascimento, Nelson WerneckSodré, nasceu em 27 de abril de

1911. Ingressou como interno no Co-légio Militar do Rio de Janeiro, em1924, concluindo em 1930, um anoantes, a revista ‘O Cruzeiro’, que o pre-miou pelo conto ‘Satâmia’. Era o iníciode sua gloriosa carreira literária.

Em 1931, já se encontra na Es-cola Militar de Realengo e, em 1933,é convidado e aceita dirigir a Revistada Escola Militar, o que lhe dá um gran-de prestígio, após as modificações fei-tas na mesma. Ao concluir o curso daEscola Militar, no fim de 1933, no anoseguinte vai como aspirante servir no4º Regimento de Artilharia Montada, nacidade de Itu, no Estado de São Pau-lo, chegando, seis meses após, aoposto de Segundo Tenente.

Em 1935, mais precisamente nodia 02 de fevereiro, na cidade de Itu,onde estava servindo, casa-se comYolanda Frugoli, filha da cidade. Nes-se mesmo ano é promovido ao postode Primeiro Tenente e se faz presen-te, na vida cultural do Estado, escre-vendo no prestigioso órgão da impren-sa paulista ‘Correio Paulistano’. Era agrande oportunidade do obcecado lei-tor de livros iniciar suas atividadescomo crítico literário.

Em 1937, atendendo convite doGeneral José Pessoa, vai servir noRio, como seu ajudante de ordem. NaCidade Maravilhosa, permanece até1939, quando retorna a Itu.

Estava com 27 anos, era Primei-ro Tenente, em 1938, quando publicaa ‘História da Literatura Brasileira’.Essa obra foi incluída na ‘ColeçãoDocumentos Brasileiros’, da EditoraJose Olímpio, o que lhe deu um pres-tígio muito grande. Em 1939, é edita-do ‘Panorama do Segundo Império’,incluído na famosa ‘ColeçãoBrasiliana’, da Companhia Editora Na-cional.

Seu reconhecimento como homemde letra é um fato. Torna-se amigo dosgrandes escritores, entre eles Jorge

Amado e Graciliano Ramos, amboscomunistas. É promovido a Capi-tão, em 1941, ano em que nascesua filha Olga Regina FrugoliSodré. E também é publicado ‘Oes-te. Ensaio sobre a Grande Propri-edade Pastoril’, pela Editora JoséOlímpio.

1942 é a vez do seu livro ‘Ori-entações do Pensamento Brasilei-ro’.

1943 ‘Síntese do Desenvolvi-mento Literário do Brasil’.

1944, publicação da obra‘Formação da Sociedade do Bra-sil’.

“Em 1946, quando estava noterceiro e último ano do curso daEscola de Estado Maior, ocorreucircunstância favorável que alterouem muito minha situação ali. Assu-miu o comando da Escola o Gene-ral Tristão de Alencar Araripe, mili-tar afeiçoado aos problemas cul-turais que se habituara a valorizar,traço que tivera, no início de suacarreira o incentivo de TassoFragoso, de quem fora ajudante-de-ordem e cuja biografia escreve-ria mais tarde. Pouco depois deassumir o comando, o generalAraripe chamou-me ao seu gabi-nete, conversamos sobre váriosassuntos, de cultura, [...] por inici-ativa dele, sobre a minha situaçãono curso. Pouco podia eu informá-lo a esse propósito; como coman-dante, tinha melhores condiçõespara saber [...] o comandante es-tranhara, falando aos instrutoresdo 3º ano , minha posição nãocorrespondia aos meus conheci-mentos, ou pelo menos, à situaçãode escritor conhecido, autor de li-vros em que ele via méritos.”

O major Nelson WerneckSodré estava sendo boicotado porseus instrutores. Como aceitar umdiscípulo cujos conhecimentos es-

tão bem acima dos seus professo-res? A perplexidade do generalAraripe resolveu o problema e “o tra-tamento que os instrutores me con-cediam mudou radicalmente e, maisdo que isso, fui cumulado de resul-tados excelentes nas muitas e suces-sivas provas do curso. Se os grausobtidos, até então, estavam abaixodo que merecia, os que passei a re-ceber estava, sem dúvida, acima. [...]tudo mudou, até mesmo o juízo queeu fazia daqueles instrutores: pas-sei a desprezá-los, por conduta tãovariável”

O homem de letras, NelsonWerneck Sodré, era Major, possuíacurso da Escola de Estado Maior, queo habilitava ao generalato. Seus co-nhecimentos eram admirados, daí oconvite que recebeu para ser pro-fessor da escola de Comando deEstado Maior. Convite aceito. Foichefiar o Curso de História Militar,permanecendo até 1950.

O Brasil vivia a campanha do‘Petróleo é Nosso’, os americanosafirmavam que o País não tinha Pe-tróleo, a chamada ‘grande impren-sa’, grande e sempre venal, alimen-tava essa mentira e denunciavacomo comunista todo aquele quedefendesse os interesses da Pátria.

O Clube Militar e a ABI – Associ-ação Brasileira de Imprensa eram ospalcos dos grandes atos patrióticos.Nessas duas casas ecoam as vozesdos generais Horta Barbosa,Raimundo Sampaio, Artur Carnaúba,Leitão de Carvalho, Estillac Leal,Edgar Buxbaum, Felicíssimo Cardo-so, dos deputados Eusébio Rocha,Campos Vergal, Lobo Carneiro, Bar-bosa Lima Sobrinho, do professorHenrique Miranda, da médica MariaAugusta Tibiriçá, do senador MatiasOlímpio, do líder sindical RobertoMorena e de tantos outros naciona-listas.

Nelson Werneck SodréGeraldo Pereira

Página 5 - setembro de 2016

É nessa efervescência patrióti-ca, com o povo nas ruas de todoPaís, lutando em defesa do Petró-leo, não obstante as arbitrariedadescometidas pela Polícia Estadual, emquase todos os Estados. Para se teruma ideia, o deputado Eusébio Ro-cha foi surrado pela Polícia Especi-al, em plena Cinelândia, no Rio deJaneiro.

Em maio de 1950, houve elei-ções no Clube Militar. A chapa naci-onalista, encabeçada pelos generaisEstillac Leal e Horta Barbosa triun-fou. O major Nelson Werneck Sodréé convidado para diretor do Depar-tamento Cultural.

Logo, sua carreira Militar, queestava em ascensão, é golpeadacom a sua transferência para o RioGrande do Sul. Vai servir no 5º Re-gimento de Artilharia, na cidade deCruz Alta. Foram 5 anos de castigo.Era o preço pago pela corajosa de-fesa do Petróleo e da soberania na-cional.

Em 1956, regressa ao rio. Alémda atividade militar, como integranteda Comissão Diretora da Bibliotecado Exército, vai trabalhar também noJornal ‘Última Hora’, fazendo a colu-na literária e os seus editoriais. Temsobre os seus ombros, também, aresponsabilidade de escrever umapágina semanalmente para o vibran-te jornal nacionalista ‘O Semanário’,dirigido pelos saudosos colegasGondim da Fonseca e Edmar Morel.

Já coronel, no episódio da re-núncia de Jânio Quadros, em 1961,corajosamente não apoiou a posiçãodos ministros militares, tendo sidopreso e interrogado durante 10 dias.

Foi transferido para Belém, eramais um castigo. Resolveu se des-pedir da vida militar e foi para Re-serva, no início de 1962.

Vai exercer o magistério no ISEB– Instituto Superior de Estudos Bra-sileiros, dispondo de mais tempopara escrever os seus livros. NoISEB, assumiu a chefia do Departa-mento de História, lá permanecendoaté 1964, quando o ISEB foi extinto,nos primeiros dias da Ditadura Mili-tar.

Ele declararia mais tarde: “Foia fase melhor da minha atividade nomagistério e na produção intelectu-al, quer na cátedra, quer escreven-do na imprensa e escrevendo livros.Meus melhores livros datam dessaépoca.”

Com os órgãos de repressão noseu encalço, foi para a cidade deFernandópolis – SP. Já estava com

os seus direitos políticos cassadospor 10 anos, ficou numa fazenda deparentes seus, quando foi preso peloDOPS, em 26 de maio de 1964. De-pois de preso, foi levado para o Riode Janeiro. Durante 57 dias foi in-terrogado, sendo solto no dia 20 dejulho. Não estava em plena liberda-de, pois não podia se afastar da ci-dade. A ditadura, além de cassarseus direitos políticos, também cas-sou o direito de ensinar. Aí, ele en-controu tempo suficiente para ampli-ar sua produção intelectual.

O general e historiador possuíauma biblioteca com 30 mil livros. Essabiblioteca foi vendida para um sebo,pois estava sendo atacada por cu-pins. Nelson Werneck Sodré doou àBiblioteca Nacional o seu acervo par-ticular.

Em 1995, ele dizia: “Eu, agoraque virei vadio de tempo integral, leiotodo dia Machado de Assis, sobretu-do os contos, ele é um dos maiorescontistas do mundo, em todos ostempos. Não acompanho muito aprodução literária atual, que sei sermuito volumosa, mas, pelo que vejonas resenhas dos jornais, não devoestar perdendo grande coisa. Nãoleio mais nada do que se escrevenas Ciências Sociais, com os auto-res preocupados em serininteligíveis, com uma terminologiafeita para assustar os leigos, [...] e oresto vai ficando como está. Conti-nuarei enraizadamente socialista,aacho que as sociedades precisam depolítica, que o mercado não resol-verá problema nenhum.”

Geraldo Pereira é escritore jornalista.

Nelson Werneck Sodré

Indicador Profissional

“O QUE A CIVILIZAÇÃO SUAVI-ZOU EM NÓS?

(Fiódor Dostoiévski – 1821-1881,em “Memórias do Subsolo”)

O Unicef (Fundo das NaçõesUnidas para a Infância) anunciouque, ao menos, 50 milhões de crian-ças vivem “deslocadas” em diversaspartes do mundo após abandonaremseus lares em consequência de guer-ras, violência e perseguição.

“As imagens indeléveis das cri-anças vítimas – o pequeno corpo deAlan Kurdi encontrado em uma praiaou o olhar perdido no rostoensanguentado de OmranDaqneesh, sentado em uma ambu-lância após a destruição de sua casa– sacudiram o mundo inteiro” disseAnthony LOake, direto-geral doUNICEF.

E os outros? Cada foto, cadamenina ou menino – como disse Lake–simbolizam milhões de crianças.

Chegamos a altos patamaresnos avanços tecnológicos (e melho-ramos por dentro?) – e armas quí-micas estão sendo usadas na guer-ra da Síria, como foram jogadas pe-los americanos no Vietnam.

É civilização? Aonde chegamos!O abutre esconde-se atrás do ho-mem dito civilizado.

Chego a lembrar de Millor, quedizia que o homem é um animal quedeu errado.

Tudo vira apenas estatística.Podemos nos comover com ima-

gens tão cruéis, mas logo esquece-mos.

E as bombas continuam caindo.Tudo pelo poder.

Camus dizia que no Século XXo poder era triste.

Creio que não só naquele sé-culo, mas também neste no qual vi-vemos – e em todos os outros.

O que vemos são muros, racis-mo, xenofobia. E mais horrores.

Diante deste dantesco quadro,Anthony Lake conclamou as autori-dades a acabar com a detenção decrianças imigrantes e de solicitantesdo status de refugiados.

É ainda possível fazer um ape-lo pela vida e contra a indústriaarmamentista?

Não sei. Mas (como digo sem-pre), é a palavra que ficará. Não aomissão.

(IN) CIVILIZAÇÃOEmanuel Medeiros Vieira

EM MEMÓRIA DA ELKE, LEMBRANDO “NOSSOS ANOS JOVENS”

Emanuel Medeiros Vieira époeta e membro da Associação

Nacional de Escritores.

divu

lgação

Página 6 - setembro de 2016

O 30º Salão Nacional Psiu Poé-tico, que tem como curador e funda-dor o poeta e agitador cultural AroldoPereira, será realizado de 4 a 12 deoutubro, em Montes Claros (MG), emvários espaços, nas ruas, escolas,rodoviária, Mercado Central, univer-sidade, Centro Cultural e bares.

O Psiu Poético é referência nofomento e valorização da Literaturae poesia brasileira e responsável di-retamente pela formação de escrito-res, poetas e artistas.

O tema da 30ª edição do PsiuPoético será a poesia negra. Os po-etas negros homenageados, de vá-rias partes do país, Adilson Cardo-so, Claudio Bento, ConceiçãoEvaristo, Cristiane Sobral, EvelyJulia, Ronald Augusto e WaldemarEuzébio participarão de lançamentosde livros, palestras e intervençõespoéticas.

ProgramaçãoDia 04/10 - DIA MUNICIPAL DA PO-

ESIA - Montes Claros08h. – Despertar poético pelas ruas

da cidade20h. – Abertura do 30º Psiu Poético

–Lançamento de Livros: Antologia PsiuPoético: 30 anos do Salão Nacional dePoesia - Jurandir Barbosa (org.);Corrupião – poesias para viver melhor -Gilmar Catone e Cida Matos Catone;Vermelho Intenso - Rógeres Gusmão Sil-va; e Minha vida é uma boa sorte -Baltazar Duarte Fonseca.

Presença do Secretário Estadual deCultura de Minas Gerais ÂngeloOswaldo Santos.

Poemas: Adilson Cardoso, Concei-ção Evaristo, Evely Julia e RonaldAugusto.

Galés – Ronaldo Tobias com a parti-cipação especial de Fabiana Lima.

Obrigado Raparigas pela bela surpre-sa! Viva Santoro !!!

Dia 05/10 - 9h. – Projeto Poesia Cir-cular - Escola Estadual Profª Dilma Qua-dros - Rua Divino Espírito Santo, 290 –B. Planalto. Fone: (38) 3215-2330.

15h. – Palestra sobre as obras da1ªEtapa do PAES.

Intervenção Poética: Sarah Tomé,Marlene Bandeira, Soraya Santos; Mor-te e vida Severina - João Cabral de MeloNeto; O santo e a porca - ArianoSuassuna; O pagador de promessas (fil-me) - Dias Gomes; e O burgo - Gregóriode Matos. 

Palestrantes: Auíri Tiago, MarinaCouto e Luciane Mota.

20h. – Lançamentos da noite:Quarentenário – Jurandir Barbosa; A qua-tro mãos – Sandro de Almeida e CatyD’Áura com performance “Breve Encon-tro”; e Sobras Completas – Jovino Ma-chado.

Salão Nacional de Poesia Psiu PoéticoPalestras: Tudo acontece na superfí-

cie e no interior da linguagem – RonaldAugusto; e Becos e avenidas: lugaresde minha escrevivência – ConceiçãoEvaristo.

Dia 06/10 - 9h. – Projeto Poesia Cir-cular -Cemei Santa Rafaela – RuaFirmino, 53, Bairro de Santa Rafaela,Tel.: (38)3224-5172.

15h. – Palestras sobre as obras da2ª Etapa do PAES.

Intervenção Poética: Natália de Paula,Nathy Frutuoso, Túlio de Paula; Lucíola- José de Alencar; A falência - Júlia Lopesde Almeida; A mão e a luva - Machadode Assis; Olhos d’água - ConceiçãoEvaristo; e O lado de dentro das coisas- Karla Celene Campos.

Palestrantes: Rennê Flávio Lopes,Manú Patente e Mannuelly Ferreira.

20h. – Lançamentos: Sinestesiaversus vida – Edson Andrade; e Elogioà Beleza – Auíri Tiago.

Performances poético-musicais: Dan-ça afro-contemporânea – Escola CorpoLuna; Poesia & música – Alex Aguiar,Leonardo Heliodoro e Paulo Eduardo;Amar’elo – Lorena Ely e Nelson SouzaSoares; Palavra Muderna - Auíri Tiago,Alexandre Zuba e Mateus Sizilio.

Banda Trilha da MargemDia 07/10 - 9h. – Projeto Poesia Cir-

cular - Colégio Sólido de Educação –Av. Padre Chico, 403, Centro . Tel.:(38)3221-4271.

15h. – Palestras sobre as obras da3ª Etapa do PAES.

Intervenções Poéticas: Dóris Araújo,Santinha Teixeira, Evely Júlia; e Oamanuense Belmiro - Cyro dos Anjos.

Contos: Teleco, o coelho; Opirotécnico Zacarias; O homem do bonécinzento; O ex-mágico da Taberna Mi-nhoca - Murilo Rubião Cabaré Mineiro(filme) - Carlos Alberto Prates CorrêaCrepúsculo de arame - Antônio WagnerRocha Amores oblíquos-Evaldo Balbino.

Palestrantes: Camila Souza, Francis-co Danilo e Marcio Moraes.

20h. – Lançamentos da noite: TrintaAnos-Luz – Poetas celebram 30 anosde Psiu Poético – Aroldo Pereira, LuisTuriba e Wagner Merije; Escalafobética– Noélia Ribeiro; e Subversos – WelcioToledo.

Performances poético-musicais:Acústico Poético - Marcos Lima; Revival– Grupo de Literatura & Teatro TransaPoética; Negra Poesia: Cruz e Souza ePedro Kilkerry – Caio Bastos; DenisarMota e Banda Younglife.

Banda HolossomaDia 08/10 -9h. – Poesia no Mercado:

Carlos Renier, Hamilton Ferreira da Sil-va, Marcos Almeida, Maria ClaraGodinho, Dailde dos Santos, CarlaAndressa Aguiar, Anatália Moreira Freire,Gilmar Gusmão, Betinho,FelisminoFrancisco Neto, Albino José dos San-tos, Julia Vitória Rodrigues, Palmíria

Borges, Renilson Durães, Karla Cam-pos, Mirna Mendes, Santinha Teixeira,Mané do Café, Luís Turiba, WagnerMerije ,Wagner Rocha, Marcio Moraes,Josecé Santos, Vera Veríssimo, EvelyJúlia, Sandra Fonseca, Olímpio Elton,Auíri Tiago, Adilson Cardoso, RonaldAugusto, Waldemar Euzébio, CíceroNeto, Gabriel Lopo, Manoelina Ribeiroe Unidos da Capoeira.

20h. – Lançamentos: Beleza Estra-nha - Tércio Ribas Torres; Nem Raro nemClaro – Ronald Augusto; Roteiro senti-mental da cidade de Jequitinhonha –Claudio Bento; Não vou mais lavar ospratos – Cristiane Sobral; e Zigoto dasPalavras - Rego Júnior.

Noite especial com os homenagea-dos: Evely Julia, Adilson Cardoso, Clau-dio Bento, Ronald Augusto, CristianeSobral, Waldemar Euzébio e ConceiçãoEvaristo.

Performances poético-musicais: Co-ração de Barro – Shila Joaquim; Qual éa cor dos olhos de minha mãe? – Contode Conceição Evaristo; Tripulação deVeneta; Cabaré – Músicas Artesanaispara o seu Ouvido; e O novo baile perfu-mado - A outra banda da lua.

Dia 09/10 - 9h. – Ocupação Poéticana Feira de Artes

Desconstrução: Textos de BertholdBrech e de Eduardo Ojú – Cia de TeatroPopular Encenação – Dir.: Shila Joa-quim.

Rego Júnior - Bate-papo sobre poe-sia visual, oficina de poesia e contaçãode histórias.

Alda Pirfo Pereira, Giovana Pilfi, Ali-ce Melo Lopes, Alex Aguiar, TerezinhaCampos, Aroldo Pereira e Samuel Pe-reira, Túlio de Paula e Natália de Paula,Anatália Freire, Thereza Almeida, BetoAlves, Maria Santinha Teixeira, ManoelMessias, Helena Lopes de Souza eVirna Campos.

16h. – Performance poético-musical-Textos e músicas de Chico Buarque deHolanda - Grupo Ponto de Partida.

19h30 – Grupo Tear – Direção CésarDomiciano.

Local: Galeria Godofredo Guedes20h. – Lançamentos: Trovaecia –

Marcio Moraes; Corpo Dele – AndersonSantiago; e A leveza da vida em Ver-sos – Beth Guedes.

Performances poético-musicais: Po-emas avulsos e canções – TerezinhaCampos; Saudade – Simone Santana;Dominguin - Domingos Ramos; Contosamarelos e notas amassadas –Giovanna Filpi; Nóis é favela - SandroCocão; Verdade Vergonha – Auíri Tiago;e Pombo-Ogum – Anderson Santiago.

Dia 10/10 - 9h. – Projeto Poesia Cir-cular - Escola Estadual Armênio Veloso– Rua Volfrânio Veloso, 132, Bairro deLourdes, Fone: (38) 3213-1363.

15h. – Conferência: Carlos Drummondde Andrade e Paul Celan: resistência

à barbárie nos poemas “Visão 1944” e“Todesfuge” – Prof. Dr. Antônio WagnerRocha (Unimontes).

Lançamentos: Vozes do Silêncio –Bernardo Caldeira.

20h. – Cinepoesia – Vídeos e curtas:Na Trilha – Arlete AguiarA mercê da Sorte – Ronaldo CaldeiraLiberdade Poética – Jairo FaráCurta Poesia – Mateus Sizilio e Ma-

ria Cida NeriRadiopoesia – Isabel MendesTEATROPOESIA – Cia de Teatro Po-

pular Encenação (dir. Shila Joaquim)Psiupoema – Rafael CarneiroCaravana do Sarau do Mercado

Paulista em Pânico – Mavot Sirc, Bru-na Nostolere, Mané do Café, CarlosBenites e Nego Blues.

Dia 11/10 - 9h. – Projeto Poesia Cir-cular - Shopping Popular Mario Ribeiroda Silveira.

15h. – Palestra: Psiu-quilombo: pul-sações de um desejo emancipacionista– Anelito de Oliveira.

20h. – Lançamentos: Nós da poesiacon nosotros – Ênio Poeta/Brenda Mar-ques.

20h. – Performances Poético-musi-cais: Poemas paulistanos em retalhos– Rosani Abou Adal; Briga Boa – IsabelLopo; O pênis do Espírito Santo - DjamiSezostre; Corpo e palavra - Babilak Bah;e #A Vontade - Bob Silva.

Dia 12/10 - 9h. – Poesia na rodoviá-ria – Dia da Criança.

Interação entre poetas, crianças,músicos, palhaços, atores e viajantes.

Performance para as crianças:Edmara Rosa

As travessuras de Chico Prego - Al-ceu Augusto Medeiros

16h. – Programação infantil no audi-tório do Centro Cultural

20h. - Lançamentos:Kaos Total – Jorge Mautner20h. – Performances Poético-Musi-

cais - Borandá canta Ubuntu: odisseiamusical afrobrasileira.

Banda Cidadão AlienígenaRafael Bessa e Banda GarimpoDançando no Céu – Homenagem ao

bailarino Igor Xavier – Jobert Narciso eBanda.

Jorge Mautner & A Outra Banda daLua.

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Livros

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro éescritor, contista, romancista,

poeta, crítico literário e membrodo Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

Ajeitou o paletó e a gravata e acercou-se dele,sentado no meio-fio da

calçada deserta. Sempre o via ali,encolhido, encurvado, abraçado àspernas, pés metidos em alpercatasrotas. Pensativo, roupa em trapos,olhara vago numa única direção,sem dar atenção aos que passavame aos poucos carros que circula-vam.

Rua de casas modestas, silen-ciosas. E ele, encurtando caminho,sempre o encontrava no mesmolugar, mesma posição, fosse tarde,fosse cedo, fizesse sol ou choves-se.

Não se conteve. Aproximou-sedele, cumprimentou-o. Não veio res-posta. Levado por uma decisãoirresistível, sentou-se ao lado dele,bem vestido como estava. Exami-nou-o de perto. Quase uma esfin-ge. Barbado, apenas os cabelos,ralos e compridos, pareciam silvarao vento.

Pigarreou:- Como é o seu nome?Nenhuma resposta. E a curio-

sidade dele acentuando-se:- O senhor mora aqui perto?O mesmo silêncio. Apenas

passos de transeuntes na calçadae alguns carros que passavam. E acuriosidade palpitando:

- O senhor mora aonde? Só selevanta daí para comer ou para umanecessidade urgente?

DIREÇÃO INDEFINIDAComo se falasse ao vento.

Encolhido ao seu lado. O silêncioera o mesmo.

- O senhor não vira o olhar paraoutro lado. Que coisa estranha . . .Quer um café?

Nem os dedos sedesgrudavam das pernas juntas. Acuriosidade dele se transformavaem nervosismo. Levantou-se, ajei-tou o paletó e a gravata, passou amão nos cabelos bem penteados.Esbravejou:

- Quem é você, criatura? Voulevantá-lo daí.

Ainda fez o gesto para isto.Deteve-se, desorientado, com a vozque veio do carro que passava:

- Quem é você, bonitão? Aí, fa-lando sozinho na ponta dessa cal-çada.

Olhou em torno, ajeitou-sebem, e viu pessoas um pouco adi-ante, olhando para ele e falandobaixo.

Apalpou-se, abstraído, sozi-nho, sentindo-se flutuando.

Tomou, pisando firme, uma di-reção qualquer, sem pensar paraonde ia.

Conto do livroVEREDAS PERCORRIDAS

a sair em breve.

Borbulham em minha cabeçaIdéias sem direçãoCapengas no tempo obscuroSem nenhuma exatidão

São frases perdidas noinconscienteTrazem sentido e razãoEncobertas de sentimentosQue não se decifrarão

o poemacaído

da ventania

- as gavetas escrevem

o poema sem voznascido

da dor em demasia

INCÓGNITAMaria de Lourdes Alba

Maria de Lourdes Alba éescritora, poeta, jornalista e

pós-graduada em Jornalismo.

GavetasEunice Arruda

Eunice Arruda é escritora,poeta e pós-graduada

em Comunicação eSemiótica pela PUC-SP.

K - O Escuro da Semente (Iconescritura),de Vicente Franz Cecim, LetraSelvagem,Pindamonhangaba, SP, 384 páginas.

ISBN: 978-85-61123-21-5.O autor é escritor, prosador e poeta

paraense.Segundo António Cabrita, “A dificuldade de

leitura deste livro (que nos recoloca na órbita deMallarmé, Michaux, Artaud, Llansol, Edmond,Jabès, de Gunnar Ekelof e de outros “místicos”ougnósticos da literatura) e da transmissão sobreaquilo de que trata resulta de o mesmo não nosfalar a partir de um “universo de representações”,colocando-nos na fronteira de uma realidade não-dual, de uma outra gravitação, onde o quotidia-no não tem campo.”

LetraSelvagem: www.letraselvagem.com.br

Oratória em Conta Gotas - Falar pen-sando e pensar falando, de João MeirelesCâmara, RG Editores, São Paulo, SP, 208 pá-ginas. ISBN: 978-85-7952-112-6.

O autor é escritor, poeta, advogado, pro-fessor de oratória e conselheiro da União Bra-sileira de Escritores. Atualmente orienta os ci-clos de estudos de Técnicas de Oratória naAssociação Comercial de São Paulo, em in-tercâmbio Cultural com o Mutirão Cultural daUBE.

A obra reúne material referente à experi-ência do autor nos seus 60 anos de estudo.

É um livro de cabeceira para auxiliar noaprendizado dos interessados em aprender afalar em público.

RG Editores: www.rgeditores.com.br

A Arte Poética de Aricy Curvello, 2ªedição revista e ampliada, crítica e interpre-tação de Cleber Pacheco, Editora Plátano,Porto Alegre, RS, 152 páginas.

ISBN: 978-85-87171-89-4.A ilustração da capa é de Cleber

Pacheco - tema: Os Girassóis, de Van Gogh.Aricy Curvello é escritor, poeta da Ge-

ração 70 e advogado. Tem poemas traduzi-dos para o espanhol, francês, inglês, italia-no e sueco.

Cleber Pacheco é escritor, romancis-ta, poeta, cronista, crítico, autor teatral e Mes-tre em Literatura Brasileira pela UFRGS.

O livro é dividido em duas partes: A ArtePoética de Aricy Curvello e a Fortuna Críticade Aricy Curvello & outros registros.

A obra abriga estudos sobre a poesiade Aricy Curvello, escritos por Cleber Pacheco, e o registro da FortunaCrítica do autor em questão.

Analisa com profundidade livros, poemas e a visão do mundo poeta,com um viés filosófico e epistemológico. Aborda a questão da linguagem ea relação com a arte da pintura.

Editora Plátano: [email protected] Curvello: [email protected]

Página 8 - setembro de 2016

Notícias

Paulo Bomfim, escritor, poeta, membro daAcademia Paulista de Letras e Príncipe dos Po-etas Brasileiros, será homenageado, em come-moração aos seus 90 anos, no dia 30 de setem-bro, às 18h30, no Espaço Sociocultural TeatroCIEE, Rua Tabapuã, 445, em São Paulo. Na oca-sião será lançado o livro fotobiográfico PauloBomfim: Porta-retratos, de Di Bonetti.

Celebração Haikai, obra organizada porTeruko Oda, que abriga trabalhos dos autorespremiados no Concurso Literário YoshioTakemoto 2005-2015, será lançada pela EditoraEscrituras, no dia 24 de setembro, das 13h30às 16h30, no Museu Histórico da Imigração Ja-ponesa no Brasil, Rua São Joaquim, 381 - 9ºandar. Também será lançado Trilhas Longínquas,de Okuda Matsuo Bashô, com tradução e notasde Meiko Shimon.

A Academia Angolana de  Letras  foi pro-clamada oficialmente em Luanda. Foramempossados Pepetela como presidente da mesada Assembleia Geral e Boaventura Cardosocomo presidente do Conselho de Administração.

A 5ª Semana de Arte Aldravista será reali-zada nos dias 13, 14 e 15 de outubro, no auditó-rio do ICHS/UFOP e no Museu Alphonsus deGuimaraens, em Mariana (MG). Informações:www.jornalaldrava.com.br/index_abertura.htm

RETRATOS DE VIDAS - A Beleza do En-velhecimento, livro em comemoração aos 110anos do Lar dos Velhinhos de Piracicaba , foilançado no dia 28 de agosto, em Piracicaba, compatrocínio do Instituto Histórico e Geográfico dePiracicaba. Participam do livro os autores, vo-luntários do Recanto dos Livros, Carmen Pilotto,Elisabete Bortolin, Ivana Maria França de Negri,Leda Coletti, Lourdinha Piedade Sodero Martinse Maria Madalena Tricanico.

A 8ª Edição da Tarrafa Literária, idealiza-da e organizada pela Editora Realejo, será reali-zada de 21 a 25 de setembro, na Rua Conse-lheiro Ribas, 136, em Aparecida, Santos – SP.www.sescsp.org.br/unidades/20_SANTOS/

Mino Carta lançou o romance A vidade Mat, pela Editora Hedra.

Erwin Theodor Rosenthal, escritor, tra-dutor, jornalista e membro da AcademiaPaulista de Letras, da Academia Paulista deHistória e da Academia Paulista de Jornalis-mo, faleceu no dia 4 de setembro, em SãoPaulo. Exerceu o cargo de presidente da Aca-demia Paulista de Letras e de presidente-ho-norário da Associação Latino-americana deEstudos Germanísticos. Foi agraciado como título de Doutor “honoris causa” pela Uni-versidade de Lisboa. Autor de Viagem pelaAmérica do Norte, entre outras obras.

Joyce Cavalcante lançou o romanceEntre o ver e o mar, pela Editora Ser, selo daREBRA - Rede de Escritoras Brasileiras, naBienal Internacional do Livro.

Andreia Donadon Leal lançou o livro depoemas Lacripoemas; Gabriel Bicalho, AD RE-FERENDUM, uma retrospectiva de sua produ-ção poética; e J. B. Donadon-Leal, Gualaxo–poema heroico, poema épico.

A Casa da Xilogravura participará com 50obras do seu acervo da V Bienal Internacionalde Gravura promovida pelo Instituto Cultural Pe-ruano Norte-Americano, que ficará em cartaz atéo dia 27 de outubro, no Centro Cultural Brasil-Peru, em Lima, no Peru.

A 13ª Edição da Bienal Naïfs do Brasil,com o tema Todo mundo é, exceto quem não é,ficará em cartaz até o dia 27 de novembro, noSESC Piracicaba.

A 1ª Bienal do Livro Popular será realiza-da até o dia 6 de outubro, das 9h. às 21h., nomezanino do interior da estação Sé do metrô,em São Paulo. Abrigará mais de 10 mil exem-plares que serão vendidos ao preço fixo de R$ 3(ou quatro livros por R$ 10).

A Fundação Biblioteca Nacional promo-verá o curso Informativo de Preservação de Co-leções Bibliográficas e Documentais, com otema Princípios científicos e tomadas de deci-são na Conservação de coleções documentais,de 17 a 19 de outubro, na Rua México s/n, noRio de Janeiro. ww.bn.br/acontece/eventos/2016/10/18o-curso-informativo-preservacao-colecoes

Ives Gandra da Silva Martins, escritor,jurista e membro da Academia Paulista de Le-tras, foi condecorado com a Ordem do InfanteDom Henrique, outorgada pelo presidente daRepública de Portugal Marcelo Rebelo deSousa.

Rosani Abou Adal apresentará aperformance poético-musical Poemaspaulistanos em retalhos, no dia 11 de outubro,às 20 horas, no 30º Psiu Poético, em MontesClaros (MG). Programação completa: página 6.

Sonia Sales proferiu a palestra “A CHINAQUE EU VI” na SOCIARTE.

Políbio Alves lançou LA HABANA VIEJA:olhos de ver, um minucioso referencial sobre aorigem e os fundamentos históricos e culturaisde Cuba, pela Mídia Gráfica e Editora.

Claudio Willer lançou A verdadeira históriado século 20,  pela Editora Córrego, com capade Maninha Cavalcante. A obra também foipublicada em Portugal pela Apenas livros, Ca-dernos Surrealistas Sempre.

Maria Joana Rodrigues Colin lançou o li-vro de contos O Eldorado é aqui, com apoio daAcademia Amazonense de Letras.

A Editora da Universidade Federal deSão Carlos lançou Profissões republicanas, or-ganizado por Maria da Gloria Bonelli e WellingtonLuiz Siqueira, e Novas faces da vida nas ruas,de Taniele Rui, Mariana Martinez e GabrielFeltran.

Joaquim Branco, poeta e professor, lan-çou Entrelinhas, em Cataguases, no dia 6 de se-tembro.

Venha, seja Minha luz, livro de escritosíntimos de Madre Teresa de Calcutá, foi lança-do pela Petra Editora.

Larissa Elisabete Fumis apresentou dis-sertação de mestrado intitulada “Literatura ale-mã de exílio: O Brasil de Stefan Zweig”, pelo Pro-grama de Pós-Graduação em Letras do Institu-to de Biociências, Letras e Ciências Exatas daUnesp, Campus São José do Rio Preto.http://www.unesp.br/portal#!/noticia/23343/literatura-alema-de-exilio/

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Paulo Bomfim

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