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O LÍDER E SUA INFLUÊNCIA NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE Clélia Maria Diniz Carvalho Souza

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O LÍDER E SUA INFLUÊNCIA NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Clélia Maria Diniz Carvalho Souza

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO LIBERTAS CONSULTORIA E TREINAMENTO CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO

DE EQUIPES E DINÂMICA DE GRUPO

O LÍDER E SUA INFLUÊNCIA NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE

Clélia Maria Diniz Carvalho Souza

Recife, 2006

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Monografia apresentada à

Universidade Católica de Pernambuco/Libertas Comunidade pela aluna Clélia Maria Diniz Carvalho Souza, como requisito para obtenção do grau de Especialista em Gestão de Equipes e Dinâmica de Grupo, tendo como orientadora a Professora Áurea Castilho.

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“A maior habilidade de um líder é desenvolver qualidades extraordinárias em pessoas comuns”.

Abraham Lincoln

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RESUMO

As organizações vêm passando ao longo do tempo por um processo de mudança, em que a competitividade passou a ser cada vez maior, nesse ambiente o capital humano passa a ser o diferencial. Neste contexto o líder tem um papel importante, o de manter suas equipes motivadas para o auto-desempenho. Embora a motivação seja intrínseca ao ser humano, o líder exerce influencia na motivação de sua equipe, uma vez que é o responsável pelos objetivos, metas e pelo clima da empresa. O ambiente externo também influencia a motivação. A motivação é resultante das necessidades de cada indivíduo, estas podem ser físicas e psicológicas, onde o que vai predominar é a necessidade mais intensa em determinado momento. A liderança é a capacidade de inspirar e motivar as pessoas a alcançarem as suas metas e ultrapassar os seus limites. É a habilidade de tornar a visão clara e atraente para todos, bem como de inspirar confiança. O líder é capaz de influenciar as pessoas a atingirem os seus próprios objetivos e os da organização, para isso é necessário compreender o comportamento humano e o que o motiva, ou seja, as suas necessidades para poder facilitar o processo motivacional e aumentar a produtividade.

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SUMÁRIO

RESUMO.................................................................................................................... vi

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA..............................................................................12

2.1 MOTIVAÇÃO....................................................................................................... 12

2.2 TEORIAS SOBRE A MOTIVAÇÃO......................................................................15

2.3 TEORIAS CONTEMPORÂNEAS SOBRE A MOTIVAÇÃO................................. 22

2.4 LIDERANÇA........................................................................................................ 31

2.5 TEORIAS SOBRE A LIDERANÇA...................................................................... 36

2.6 FATORES QUE INFLUENCAM NA MOTIVAÇÃO............................................. 50

3. O LIDER E SUA INFLUENCIA NA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE............................. 53

4. CONCLUSÃO........................................................................................................ 57

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 61

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1 INTRODUÇÃO

Para que as organizações cresçam é necessário que os seus colaboradores

estejam motivados e comprometidos com os objetivos da organização. A motivação

é a resultante do individuo com a situação e com o ambiente externo. Assim é

importante que as organizações ofereçam condições satisfatórias para que o

ambiente de trabalho seja motivador.

A motivação varia de individuo para individuo e de situação para situação.

Confirmando o que Paul Hersey (1976:11) defende: “A motivação de uma pessoa

depende da força de seus motivos, estes são definidos como necessidades, desejos

ou impulsos no interior do indivíduo e são dirigidos para objetivos que podem ser

conscientes e inconscientes”.

Freud foi um dos primeiros a reconhecer a importância da motivação

subconsciente. Acreditava que as pessoas nem sempre estão conscientes do que

querem e que boa parte do comportamento é ditado por motivos ou necessidades

subconscientes. Assim na maioria das vezes apenas uma pequena parte da

motivação é claramente visível ou consciente até mesmo para o próprio indivíduo

(Paul Hersey, 1976:18).

Usando ainda as palavras de Paul Hersey (1976:14), são as necessidades

que determinam os comportamentos, e estes podem mudar se aumenta a força de

um motivo existente. Portanto o comportamento de um indivíduo seria determinado

por suas necessidades mais intensas em um dado momento. Conclui que o

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comportamento humano é motivado por causas conscientes e até mesmo

inconscientes e que embora algumas atividades humanas aconteçam sem

motivação, praticamente quase todos os comportamentos conscientes são

motivados ou possuem uma causa.

Torna-se importante então que os líderes conhecerem melhor seus

colaboradores, quais são seus desejos e necessidades para poder estabelecer suas

metas e desafios. Confirmando o que Paul Hersey (1976:22) afirma: “Se um

indivíduo deseja influir no comportamento de outra pessoa, é necessário primeiro,

compreender quais são, nesse momento, os motivos ou as necessidades mais

importantes dessa pessoa”, sustentando que o líder só conseguirá motivar sua

equipe se conhecer suas necessidades mais importantes naquele momento e

estabelecer metas de acordo com essas necessidades.

Para Paul Hersey (1976:11) os administradores que conseguem motivar seus

empregados estão dando na maioria das vezes um ambiente em que os objetivos

adequados estão disponíveis para a satisfação das necessidades. Sendo assim para

este autor o trabalho do gerente é identificar os impulsos e as necessidades dos

empregados, canalizando o comportamento deles para o desempenho das tarefas

desejadas. O conhecimento das forças motivacionais do liderado ajuda os

administradores a compreenderem o comportamento de cada empregado no

trabalho e a lidar com cada um de maneira particular. É necessário então que para

motivar os seus colaboradores os administradores saibam quais os motivos ou quais

as necessidades que provocam determinada ação em determinado momento. Sendo

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assim um objetivo para ser eficiente precisa ser adequado à estrutura de

necessidade da pessoa que se deseja motivar.

Para Paul Hersey (1976:35) além de receber bons salários, segurança no

emprego, promoções, boas condições de trabalho os funcionários desejam

reconhecimento e sociabilidade. Sendo assim um líder para ser eficiente segundo a

teoria da liderança situacional deve ser capaz de adaptar seu estilo de

comportamento de líder as necessidades da situação e dos seguidores

Segundo Coda (1986) o grau de satisfação no trabalho manifestado por um

indivíduo pode ser afetado pelas características do trabalho, do indivíduo, do

ambiente de trabalho, do ambiente social e do ambiente organizacional. Já Robbins

(2002:308) complementa que o desempenho e a satisfação do funcionário tendem a

ser positivamente influenciados pelas atitudes do líder. Desta forma a própria

estrutura organizacional da empresa pode desmotivar um funcionário, como também

o tipo de liderança exercido pelos seus líderes.

Esta monografia tem por objetivo apresentar o papel do líder no processo da

manutenção da motivação da sua equipe, citar os fatores que levam os líderes a

exercer esta influencia, bem como conceituar liderança, motivação e satisfação no

trabalho. Com a finalidade de compreender quais os fatores motivacionais e de

liderança interferem na manutenção da motivação.

O trabalho de pesquisa foi realizado através de estudo bibliográfico,

enfatizando os principais autores sobre a liderança e motivação e suas teorias.

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Assim ao longo deste trabalho será abordada a definição de liderança,

motivação, satisfação no trabalho, e os fatores que levam o líder a exercer influência

sobre a sua equipe, segundo as teorias de liderança e de motivação modernas e

contemporâneas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1. MOTIVAÇÃO A motivação é definida por Stephen P. Robbins (2002:151) como o processo

responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa

para o alcance de uma determinada meta. E o resultado da interação do indivíduo

com a situação, está relacionado com o esforço em relação a qualquer objetivo.

Assim as tendências motivacionais básicas diferem de pessoa para pessoa. Onde

os três elementos-chave na definição da motivação são: intensidade, direção e

persistência. Assim a)a intensidade refere-se a quanto esforço a pessoa despende,

b) a direção á qualidade do esforço, c) a persistência por quanto tempo uma pessoa

consegue manter seu esforço em direção a sua meta.

Já Paul Hersey (1976:18) afirma que o comportamento é motivado por um

desejo de alcançar algum objetivo, ou seja, os motivos e as necessidades são as

molas propulsoras da ação. O comportamento das pessoas num dado momento

costuma ser determinado pela necessidade mais intensa. Essa necessidade mais

intensa em um determinado momento é a que leva a atividade em direção ao objeto

que atende aquela necessidade ou desejo. Stephen Robbins com sua visão

comportamentalista centra-se na expressão do comportamento e ignora os vetores

inconscientes. Já Paul Hersey valoriza o inconsciente como elemento que influencia

na motivação.

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Sendo assim os motivos podem ser definidos como necessidades, desejos ou

impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objetivos, que podem ser

conscientes ou subconscientes.

O desejo de uma pessoa ser produtiva depende dos seus objetivos

particulares, assim num ambiente organizacional a produtividade do colaborador

dependerá do quanto ele percebe o seu trabalho como um meio para atingir seus

objetivos e satisfazer suas necessidades. Assim os objetivos devem ser compatíveis

com as suas necessidades para poder motivar o comportamento.

Paul Hersey (1976) argumenta que de acordo com Maslow uma necessidade

satisfeita deixa de motivar o comportamento porque perde a intensidade. Assim

outra necessidade mais intensa passa a dominar e a influenciar o comportamento.

Também pode ocorrer que a satisfação de uma necessidade seja bloqueada se não

for satisfeita. Por exemplo, se um indivíduo luta em busca de atingir seus objetivos e

não consegue, ele pode se frustrar e desistir.

Embora alguns comportamentos sejam conscientes, a maioria é determinada

por padrões inconscientes que muitas vezes nem o próprio individuo tem

conhecimento. Confirmando o que Paul Hersey (1976:18) afirma: “os impulsos que

determinam os padrões comportamentais (personalidade) são em grande parte

inconscientes, o que dificulta a sua análise e avaliação”.

Ainda é Paul Hersey (1976:27) que diz: quando pretendemos influenciar o

comportamento de uma pessoa, precisamos primeiro conhecer os motivos ou as

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necessidades que são mais importantes para ela naquele momento. E para ser

eficaz, o objetivo deve ser apropriado à estrutura das necessidades da pessoa que

se pretende incentivar. Para este mesmo autor para um administrador entender,

prevê e até controlar as atividades de seus subordinados em um dado momento

precisa saber que motivos ou necessidades das pessoas originam determinada

ação.

“Os gerentes que conseguem motivar seu pessoal com êxito são

aqueles capazes de criar um ambiente com objetivos (incentivos)

compatíveis com os motivos (necessidades) específicos dos seus

funcionários”.

Paul Hersey , 1976:19

Cada indivíduo tem sua própria escala de valores, assim um fato que

consegue motivar uma pessoa pode não exercer o mesmo efeito em outra. Por isso

é importante que o líder conheça quais as necessidades de cada um dos seus

colaboradores e como motiva-los. O conhecimento dessas forças motivacionais

ajuda a compreender as atitudes dos colaboradores.

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2.2 TEORIAS SOBRE A MOTIVAÇÃO Teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow Segundo essa teoria, dentro de cada ser humano existe uma hierarquia de

cinco necessidades. São elas:

1- Fisiológicas: refere-se à fome, sede, abrigo, sexo e outras necessidades

corporais.

2- Segurança: relaciona-se a segurança e proteção contra danos físicos e

emocionais.

3- Sociais: diz respeito à afeição, aceitação, amizade e sensação de pertencer a um

grupo.

4- Estima: com referencia a fatores internos de estima, como respeito próprio,

realização e autonomia; fatores externos de estima, como status, reconhecimento e

atenção.

5- Auto-realização: diz respeito à intenção de tornar-se tudo aquilo que a pessoa é

capaz de ser; inclui crescimento, autodesenvolvimento e alcance do próprio

potencial.

Maslow estruturou as cinco necessidades em patamares mais altos e mais

baixos. As necessidades de nível baixo são as necessidades que são satisfeitas

extrinsecamente; necessidades fisiológicas e de segurança. Necessidades de nível

alto as que são satisfeitas intrinsecamente; necessidades sociais, de estima e auto-

realização (Robbins, 2002).

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Segundo Paul Hersey (1976:25)

“O indivíduo pode ter varias necessidades em determinado

momento: fome, sede, cansaço, mas a necessidade de maior

intensidade é que determinará o que fará primeiro. Uma

necessidade nunca estará definitivamente satisfeita. Satisfazemos

nossas necessidades apenas por determinado espaço de tempo.”

Á medida que cada uma dessas necessidades vai sendo atendida, uma outra

torna-se dominante.

As necessidades fisiológicas aparecem no degrau mais alto da hierarquia,

porque tendem a ser as mais intensas enquanto não forem de alguma forma

satisfeita. São as necessidades humanas básicas para a própria subsistência, isto é,

alimento, roupa e moradia. Quando essas necessidades começam a ser atendidas,

tornam-se importantes outros níveis de necessidades, que passam a motivar e

dominar o comportamento da pessoa. E depois que essas necessidades estiverem

satisfeitas emergirão outras e mais outras, descendo ou subindo na escala

hierárquica.

Didaticamente parece entender este processo do ponto de vista da evolução

antropológica uma vez que o ser humano sacie suas necessidades fisiológicas

básicas ele vai buscar continuidade na evolução da escala. Á medida que cada uma

das necessidades vai sendo atendida, a próxima torna-se dominante. Assim

atendidas as necessidades fisiológicas, passa a predominar a necessidade de

segurança onde ele vai buscar proteção contra os perigos, seja ele real ou

imaginário, físico ou abstrato.

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Satisfazendo essas necessidades começará a emergir a necessidade social,

onde desenvolve o senso gregário e a associação, com este aparece à

diferenciação de papeis e status no grupo. Com a satisfação das necessidades de

estima, reconhecimento e competência, forma-se o sentimento de confiança em si

onde a pessoa passa a exercer influencia sobre o seu meio, através de suas

atitudes, postura, etc.

Segundo esta teoria o indivíduo vai evoluindo na escala até chegar a auto-

realização que é a mais alta aspiração do ser humano.

Segundo Robert W. White (1976:46) uma das molas propulsoras da ação

humana é o desejo de competência. A competência implica um controle sobre os

fatores do meio, tanto físicos como sociais. As pessoas impelidas por esse motivo

não querem esperar passivamente que as coisas aconteçam, mas desejam fazê-las

acontecer, manipular o seu meio. Se os sucessos prevalecem sobre os fracassos, o

sentimento de competência tenderá a ser elevado. Mas, se predominarem os

fracassos, sua visão poderá ser mais negativa e a expectativa de satisfazer às

várias necessidades provavelmente será baixa.

De acordo com White (1976:47), o motivo da competência manifesta-se nos

adultos como um desejo de domínio do trabalho e do crescimento profissional.

“A necessidade de realização é um motivo humano distinto, que

pode ser isolado de outras necessidades humanas. Mas que isso, o

motivo da realização pode ser isolado e avaliado em qualquer

grupo”.

Paul Hersey, 1976: 47

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Ao falar sobre motivos, é importante lembrar que as pessoas têm muitas

necessidades, todas elas em constante competição pelo seu comportamento.

Algumas pessoas são impulsionadas principalmente pelo dinheiro, outras estão

preocupadas basicamente com a segurança, e assim por diante (1976:51).

O dinheiro constitui um motivo bastante complexo, envolvendo de tal maneira

todos os outros tipos de necessidades, além das fisiológicas, que se torna difícil

avaliar-lhe a importância. Em alguns casos, o dinheiro pode proporcionar às pessoas

certas coisas materiais, tais como carros que podem dar um sentimento de

participação reconhecimento e até auto-realização. Mas, quando a preocupação

passa a ser a estima, o reconhecimento e, finalmente, a auto-realização, o dinheiro é

um meio menos adequado para satisfazer essas necessidades, sendo por isso

menos eficaz. Segundo Gellerman, a característica mais sutil e mais importante do

dinheiro é o seu poder como símbolo (Paul Hersey, 1976: 51).

Para motivar alguém segundo a teoria de Necessidades de Maslow é preciso

saber em que nível da hierarquia a pessoa se encontra no momento, e focar a

satisfação neste nível ou no imediatamente superior. Assim segundo esta teoria

torna-se necessário que os administradores conheçam seu pessoal para entender o

que os motiva (Robbins, 2002:153).

Teoria X e teoria Y de Douglas McGregor

Segundo Robbins (2002:153) McGregor estruturou duas hipóteses sobre a

natureza humana e como usa-la em sua pratica gerencial: uma basicamente

negativa, chamada Teoria X, e outra basicamente positiva, chamada de Teoria Y.

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As Teorias X e Y são atitudes ou predisposições em relação ás pessoas. A

Teoria X tem a premissa de que os funcionários não gostam de trabalhar, são

preguiçosos, evitam responsabilidade e precisam ser coagidos para mostrar

desempenho. A teoria Y tem a premissa de que os funcionários gostam de trabalhar,

são criativos, buscam responsabilidades e podem demonstrar auto-orientação

(Robbins, 2002:153).

Para maximizar a motivação dos funcionários, propôs idéias como a do

processo decisório participativo, a das tarefas desafiadoras e com muita

responsabilidade e a de um bom relacionamento de grupo. Mec Gregor acreditava

que nas empresas onde as pessoas participavam da elaboração dos seus objetivos,

onde existiam grupos de trabalhos coesos e os objetivos pessoais se identificam

com os da organização a produtividade era maior.

Segundo a teoria X e Y o estilo de administrador Y procura ajudar os

empregados a amadurecer, expondo os a um controle externo progressivamente

menor e deixando assumir cada vez mais o autocontrole. È nesse tipo de ambiente

que os empregados conseguem obter a satisfação das necessidades sociais, de

estima e de auto-realização, tantas vezes negligenciadas no mundo do trabalho

(Paul Hersey, 1976:63).

A Teoria de Dois Fatores de Frederick Herzberg

Esta teoria preconiza que fatores intrínsecos estão associados á satisfação

com o trabalho, enquanto fatores extrínsecos estão relacionados com a insatisfação.

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Segundo Frederick Herzberg (2002: 155) os fatores que levam a satisfação

com o trabalho, são diferentes e separados daqueles que levam a insatisfação. Para

ele eliminando os fatores que geram insatisfação pode-se conseguir a paz, mas não

necessariamente a motivação dos funcionários. Assim as condições em torno do

trabalho, como a qualidade da supervisão, a remuneração, as políticas da empresa,

as condições físicas de trabalho, o relacionamento com os outros e a segurança no

emprego, foram caracterizadas por Herzberg como fatores higiênicos.

Fator de higiene ou manutenção porque descrevem o ambiente das

pessoas e tem a função primária de prevenir a insatisfação no trabalho: manutenção

porque nunca estão completamente satisfeitos, ou seja, precisam ser mantidas

continuamente.

A política e a administração das empresas, a supervisão, as condições de

trabalho, as relações interpessoais, o dinheiro, o status e a segurança podem ser

considerados como fatores e manutenção (Paul Hersey, 1976:73).

Á segunda categoria de necessidades chamou fatores motivadores, porque

lhes pareciam eficazes, motivando as pessoas para um desempenho superior.

Os fatores de satisfação que envolve sentimentos de realização, de

crescimento profissional e de reconhecimento que se podem experimentar num

trabalho desafiante e pleno de sentido chama-se motivadores. Herzberg usou esse

termo porque tais fatores parecem ser capazes de ter um efeito positivo sobre a

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satisfação no trabalho, muitas vezes resultando num aumento da capacidade total

de produção da pessoa (Paul Hersey, 1976: 73).

Quando satisfeitos, os fatores de higiene tendem a eliminar a insatisfação e a

restrição ao trabalho, mas contribuem pouco em motivar um indivíduo para um

desempenho superior ou aumento de capacidade. Entretanto, a satisfação dos

motivadores permitirá ao indivíduo crescer e desenvolver-se de maneira madura,

não raro proporcionando um aumento de capacidade. Portanto, os fatores de higiene

influenciam a disposição ou motivação da pessoa, enquanto os motivadores têm

efeito sobre a sua habilidade (Paul Hersey, 1976:75).

Se quisermos motivar as pessoas para o trabalho, Herzberg sugere a ênfase

nos fatores associados com o trabalho em si ou nos resultados diretos dele, como

oportunidades de promoção, oportunidades de crescimento pessoal,

reconhecimento, responsabilidade e realização. Estas são as características que as

pessoas consideram intrinsecamente recompensadoras.

Para Herzberg (1976:77) para motivar é preciso enriquecer a função, ou seja,

aumentar a responsabilidade, a amplitude e o desafio no trabalho.

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2.3 TEORIAS CONTEMPORÂNEAS SOBRE A MOTIVAÇÃO A Teoria de ERG

Segundo esta teoria há três grupos de necessidades essenciais: existência,

relacionamento e crescimento. O grupo da existência se refere aos nossos

requisitos materiais básicos. O segundo grupo se refere às nossas necessidades de

relacionamento, o desejo de manter importantes relações interpessoais. As

necessidades de crescimento se referem a um desejo intrínseco de

desenvolvimento pessoal (Robbins, 2002: 157).

A teoria ERG demonstra que mais de uma necessidade podem está ativas ao

mesmo tempo e se uma necessidade de nível alto for reprimida, o desejo de

satisfazer outra de nível mais baixo aumentará.

A teoria ERG não assume a existência de uma hierarquia rígida, na qual uma

necessidade de nível baixo tenha de ser satisfeita substancialmente antes de se

poder seguir adiante (Robbins, 2002:157).

Esta teoria argumenta, assim como Maslow, que as necessidades de nível

baixo levam a um desejo de satisfazer as necessidades de nível alto; mas múltiplas

necessidades podem operar em conjunto como motivadoras, e a frustração em

tentar satisfazer uma necessidade de nível alto podem resultar na regressão a uma

necessidade de nível baixo (Robbins, 2002: 157).

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A teoria ERG possui também uma dimensão de frustração-regressão.

Segundo essa teoria , quando uma necessidade de nível alto é frustrada, cresce o

desejo de atender a uma necessidade de nível mais alto. A incapacidade de

satisfazer a necessidade de interação social, por exemplo, pode aumentar o desejo

de ganhar mais dinheiro ou de ter melhores condições de trabalho. Assim, a

frustração pode levar à regressão e a uma necessidade de nível mais baixo.

Esta teoria reconhece que variáveis como educação, antecedentes familiares

e ambiente cultural podem alterar a importância que cada um dos grupos de

necessidades para uma pessoa. As evidências demonstram que pessoas em

culturas diferentes classificam as necessidades de maneiras diversas.

A teoria das necessidades de Mcclelland Esta teoria enfoca três necessidades: realização, poder e associação.

Necessidade de realização: busca da excelência, de se realizar em relação a

determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Necessidade de poder: necessidade

de fazer as outras pessoas se comportarem de uma maneira que não o fariam

naturalmente. Necessidade de associação: desejo de relacionamentos interpessoais

próximos e amigáveis (Robbins, 2002: 157).

Em sua pesquisa sobre a necessidade de realização, McClelland descobriu

que os grandes realizadores se diferenciam das outras pessoas pelo seu desejo de

fazer melhor as coisas. Buscam situações em que possam assumir a

responsabilidade de encontrar soluções para os problemas, nas quais possam

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receber rápido feedback para saber se estão melhorando e para as quais possam

estabelecer metas moderadamente desafiadoras (Robbins, 2002:158).

A necessidade de poder é o desejo de impactar, de ter influencia e de

controlar as outras pessoas. Os indivíduos que tem esta necessidade em alta

gostam de estar no comando, buscam a influencia sobre os outros, preferem estar

em situações competitivas e de status e tendem a se preocupar mais com o

prestígio e a influencia do que propriamente com o desempenho eficaz.

As pessoas que tem a orientação para a associação buscam amizade,

preferem situações de cooperação em vez de competição e desejam

relacionamentos que envolvam um alto grau de compreensão mútua.

As necessidades de poder e de associação costumam estar intimamente

relacionadas ao sucesso gerencial (Robbins, 2002: 159).

Os indivíduos com alta necessidade de realização preferem trabalhos com

bastantes responsabilidades, feedback e um grau médio de riscos. Quando estas

características prevalecem, os grandes realizadores se sentem fortemente

motivados (Robbins, 2002:159).

Teoria da Avaliação Cognitiva

Esta teoria sustenta que, disponibilizar recompensas externas a

comportamentos que já foram recompensados intrinsecamente tende a diminuir o

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nível geral de motivação do indivíduo (Robbins, 2002:160). Por exemplo: Há

organizações que costumam premiar seus vendedores quando atingem as metas

com prêmios que crêem que são bons para os vendedores, como um aparelho

eletrodoméstico, que muitas vezes eles já têm, ou até que já tenham ganhado em

outra promoção de vendas. Este tipo de premiação muitas vezes reduz a satisfação

interna que o individuo consegue ao realizar seu trabalho.

Caso o líder não esteja atento as demandas e necessidades daquele grupo,

aquele tipo de promoção, ao invés de estimular o grupo pode levar ao desinteresse

de buscar aquela meta.

A teoria da avaliação cognitiva pode ter relevância para as funções dentro das

organizações que se encontram no meio-termo, nem muito desagradáveis nem

extremamente interessantes (Robbins, 2002:162).

Teoria da Fixação de Objetivos

Esta teoria sustenta que objetivos específicos e difíceis, com feedback,

conduzem a melhores desempenhos.

Edwin Locke (2002:162) propôs que a intenção de lutar por um objetivo é a

maior fonte de motivação no trabalho. Pode-se afirmar que objetivos específicos: a)

melhoram o desempenho; b) que o feedback também conduz a melhores

desempenhos; c) que objetivos específicos desafiadores produzem melhores

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resultados; d) e que a meta genérica do “faça o melhor que puder”, não levam ao

resultado desejado.

Isso quer dizer que quando as pessoas se comprometem com um objetivo

especifico as chances são maiores de atingir o resultado almejado. Assim como

também são maiores as chances quando as pessoas recebem feedback em relação

ao seu progresso, pois isto as ajuda a perceber as discrepâncias entre o que tem

feito e aquilo que precisa ser realizado para o alcance do objetivo.

Também quando as pessoas participam da fixação dos seus objetivos, elas

têm mais probabilidade de aceitar até um objetivo difícil, mas do que aceitariam uma

meta determinada arbitrariamente pelo chefe. O motivo é que as pessoas se

comprometem mais com as escolhas das quais fazem parte.

Segundo Robbins (2002: 163).

“Além do feedback, quatro fatores influenciam a relação objetivo-

desempenho. Estes são: a) o comprometimento com o objetivo, b) a

auto-eficácia adequada, c) as características da tarefa e d) a cultura

nacional”.

A teoria da fixação de objetivos pressupõe que o indivíduo está comprometido

com o objetivo, ou seja, está determinado a não abandona-lo.

A auto-eficácia se refere à convicção individual de que se é capaz de realizar

determinada tarefa. Quanto maior sua auto-eficácia, maior sua confiança em sua

possibilidade de realizar uma tarefa com sucesso. As pessoas com elevada auto-

eficácia parecem responder ao feedback negativo com mais determinação e

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motivação, enquanto aquelas com baixa auto-eficácia tendem a perder seu

empenho quando recebem feedback negativo (Robbins, 2002:163).

Conclui que as intenções quando articuladas em termos de objetivos

específicos e desafiadores são uma fonte motivacional poderosa. Sob as condições

adequadas, elas podem conduzir à melhoria do desempenho. Entretanto, não existe

evidencia de que esses objetivos estejam associados ao aumento da satisfação com

o trabalho.

Teoria do Reforço

É uma abordagem comportamentalista e argumenta que o reforço

condiciona o comportamento. Os teóricos do reforço vêem o comportamento

como causa do ambiente, para eles o que controla o comportamento são os

reforços. Assim quando um comportamento é reforçado logo após o acontecimento

aumenta a probabilidade de que aquele comportamento se repita.

Em sua forma mais pura, contudo, a teoria do reforço ignora sentimentos,

atitudes, expectativas e outras variáveis cognitivas que, sabe-se, tem impacto sobre

o comportamento. Os comportamentos que você assume no trabalho e a quantidade

de esforço que despende em cada tarefa são afetados pelas conseqüências de seu

comportamento (Robbins, 2002:163).

Teoria da Equidade

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Segundo essa teoria os indivíduos comparam as entradas (trabalho-esforço,

experiência, educação, competência) e os resultados obtidos (remuneração,

aumentos, reconhecimento) de seu trabalho com aqueles de outros funcionários, e

respondem de maneira a eliminar quaisquer injustiças.

Quando esta comparação traz a percepção de que estas relações são iguais,

dizemos que existe um estado de equidade. Percebemos nossa situação como

justa, ou que a justiça prevalece. Quando percebemos que as relações são

desiguais, experimentamos uma tensão de equidade. Este estado de tensão

negativa oferece motivação para uma ação corretora (Robbins, 2002:164).

De acordo com essa teoria quando o trabalhador percebe uma injustiça,

espera-se que ele faça uma destas seis escolhas:

1- Modificar suas entradas (por exemplo, fazer menos esforço).

2- Modificar seus resultados (por exemplo, produzir com menos qualidade).

3- Distorcer sua auto-imagem.

4- Distorcer a imagem dos outros.

5- Buscar outro ponto de referencia.

6- Abandonar o terreno

De acordo com Robbins (2002:166) aumentando a percepção de justiça de

processo, os funcionários passam a ver seus chefes e a organização de maneira

positiva, mesmo que estejam insatisfeitos, com sua remuneração, oportunidades de

promoção e outras conquistas pessoais.

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A teoria da equidade demonstra que, para a maioria dos trabalhadores, a

motivação é influenciada significativamente pelas recompensas relativas, bem como

pelas recompensas absolutas.

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Teoria da Expectativa

Esta teoria sustenta que a força da tendência para agir de determinada

maneira depende da força da expectativa de que a ação trará certo resultado, e da

atração que este resultado exerce sobre o indivíduo. Isto significa que o funcionário

se sente motivado a despender um alto grau de esforço quando acredita que isto vai

resultar em uma boa avaliação de desempenho; que a boa avaliação vai resultar em

recompensas organizacionais, tais como bonificação, aumento de salário ou

promoção; e que estas recompensas vão atender a suas metas pessoais (Robbins,

2002:167).

A teoria enfoca três relações.

1- Relação esforço-desempenho. A probabilidade percebida pelo indivíduo de que

certa quantidade de esforço vai levar ao desempenho.

2- Relação desempenho-recompensa. O grau em que o indivíduo acredita que um

determinado nível de desempenho vai levar à obtenção de um resultado que se

deseja.

3- Relação recompensa - metas pessoais. O grau em que as recompensas

organizacionais satisfazem as metas pessoais ou as necessidades do indivíduo, e a

atração que estas recompensas potenciais exercem sobre ele.

Segundo essa teoria uma das possíveis causas da baixa motivação de um

funcionário é sua convicção de que, não importa o quanto se esforce, nunca

receberá uma boa avaliação de desempenho.

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31

A essência da teoria da expectativa é a compreensão dos objetivos de cada

indivíduo, e a ligação entre esforço e desempenho, desempenho e recompensa e,

finalmente, entre recompensa e alcance das metas pessoais. A teoria da expectativa

reconhece que não existe um princípio universal que explique a motivação de todas

as pessoas. Ela coloca o ambiente, os equipamentos e as condições de trabalho

como responsáveis pela motivação.

Para esta teoria quando um empregado não está tendo um desempenho

compatível com sua capacidade, o líder deve observar o seu ambiente de trabalho,

para ver se é apoiador o suficiente, se tem ferramentas, equipamentos e materiais

adequados, se ele pode contar com condições favoráveis de trabalho, colegas

cooperativos, regras e procedimentos facilitadores, informações suficientes para a

tomada de decisões imediatamente relacionadas com suas tarefas, tempo suficiente

para executar um bom trabalho, etc. Caso contrario, seu desempenho será

prejudicado (Robbins, 2002: 171).

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2.4 LIDERANÇA

Uma empresa para ser bem sucedida hoje, precisa de líderes eficazes. Os

líderes possuem competências que permitem gerar um ambiente propício ao

aumento da produtividade.

Robbins (2002:304) define a liderança como a capacidade de influenciar um

grupo em direção ao alcance de objetivos. A liderança ocorre sempre que alguém

procura influenciar o comportamento de um indivíduo ou de um grupo, qualquer que

seja a finalidade.

Já Paul Hersey (1976:105) define a liderança como o processo de influenciar

as atividades de indivíduos ou grupos para a consecução de um objetivo numa dada

situação. Em essência, a liderança envolve a realização de objetivos com e através

de pessoas. Conseqüentemente, um líder precisa preocupar-se com tarefas e

relações humanas.

Para este autor a organização bem-sucedida tem uma característica principal

que a distingue das organizações malsucedidas: uma liderança dinâmica e eficaz

(Paul Hersey, 1976-103). Já Elton Mayo (1976:107) e seus colaboradores

argumentavam que os verdadeiros centros de poder numa organização são as

relações interpessoais que se desenvolvem dentro da unidade de trabalho. Na tória

das relações humanas, a função do líder é a de facilitar a consecução cooperativa

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dos objetivos entre os liderados, dando oportunidades para o seu crescimento e

desenvolvimento pessoal.

Para estes autores os lideres influenciam seus subordinados de duas

maneiras: podem dizer-lhes o que devem fazer e como fazê-lo, ou podem

compartilhar com eles suas responsabilidades de liderança, envolvendo-os no

planejamento e na execução das tarefas. O primeiro é o tradicional estilo autoritário,

que enfatiza as preocupações por tarefas. O segundo é o estilo democrático, menos

diretivo, que acentua as preocupações com as relações humanas (Paul Hersey,

1976:107).

Os estilos de liderança variam muito de um líder para outro. Um líder bem

sucedido segundo Halpin deve contribuir para os dois escopos principais do grupo:

realização do objetivo e manutenção do grupo; ou nos termos de Barnard, deve

facilitar uma ação grupal que seja ao mesmo tempo eficaz e eficiente (Paul Hersey,

1976:114).

Os lideres eficazes de acordo com a liderança situacional são capazes de

adaptar seu estilo de comportamento de líder às necessidades dos liderados e à

situação. Quanto mais os gerentes adaptarem seu estilo de comportamento de líder

no sentido de atender à situação específica e as necessidades dos seus

subordinados, tanto mais eficaz serão na consecução dos objetivos pessoais e

organizacionais (Paul Hersey, 1976:129). Se os subordinados forem diferentes,

precisam ser tratados de maneira diferente. Portanto, a eficácia depende do líder,

dos liderados e das variáveis situacionais.

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Não se trata de descobrir o melhor estilo, mas o estilo mais eficaz para uma

determinada situação. A idéia é que vários estilos de comportamento de líder podem

ser eficazes ou ineficazes, dependendo dos elementos importantes da situação

(Paul Hersey, 1976: 117). A eficácia dos lideres depende da maneira como seu

estilo de liderança se relaciona com a situação em que operam. Qualquer estilo de

liderança pode ser eficaz ou ineficaz, dependendo da resposta que tal estilo obtenha

numa dada situação.

“A situação mais favorável para um líder influenciar seu grupo é

aquela em que ele é estimado pelos membros, tem uma posição de

grande poder e dirige um trabalho bem definido”.

Paul Hersey, 1976:118

Segundo Paul Hersey (1976: 128). O estilo de liderança de uma pessoa

envolve certa combinação de comportamentos. Para este autor os gerentes devem

ser capazes de identificar a realidade do seu ambiente, e adaptar o seu estilo de

liderança às exigências do ambiente. O líder deve ter a flexibilidade pessoal e a

gama de habilidades necessárias para variar seu comportamento. Se as

necessidades e motivos dos seus subordinados forem diferentes, devem ser

tratadas de modo diferente.

É ainda Paul Hersey (1976:372) que diz: os gerentes devem preocupar-se

com os sentimentos dos seus subordinados, e ao fazê-lo, muitas vezes deverão

atuar como elo de ligação entre empregados e a alta administração.

Para Daniel Goleman (2002:14) a função básica dos lideres, consiste em

imprimir em seus liderados um sentimento positivo. Isso acontece quando o líder cria

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ressonância - um reservatório de positividade que liberta o melhor que há em cada

um. Uma vez que os líderes dêem-se conta de sua própria visão e valores, e sejam

capazes de perceber as emoções do grupo, suas competências de administração de

relacionamentos poderão catalisar a ressonância (Robbins, 2002:26).

Este autor argumenta que, a missão básica da liderança é de cunho

emocional, para ele o líder estabelece o padrão emocional, na medida em que é

responsável pela manutenção do clima organizacional. Acredita que a capacidade

do líder de criar no grupo um clima de entusiasmo e cooperação pode determinar

seu sucesso, pois quando as pessoas se sentem bem dão o máximo de si.

A condição emocional e as atitudes do líder afetam de fato o estado de

espírito de seus liderados e, portanto, seu desempenho. Assim sendo, a qualidade

da administração dos humores da equipe pelo líder e o modo como ele os influência

deixam de ser problemas particulares e tornam-se componentes importantes dos

resultados da empresa (Robbins, 2002:18).

Segundo Daniel Goleman (2002:29) as principais funções do líder são gerar

entusiasmo, otimismo e paixão com relação ao trabalho que se tem pela frente, além

de cultivar uma atmosfera de cooperação e confiança. Os líderes realizam uma

visão motivando, orientando, inspirando, a colhendo e persuadindo, e acima de tudo,

criando ressonância (Robbins, 2002:26).

O contato com nossos sonhos desperta nossa paixão, energia e excitação em

relação à vida. Nos líderes, essa paixão pode produzir entusiasmo em seus

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liderados. O segredo está em descobrir o eu ideal – quem gostaria de ser, inclusive

o que desejamos para a nossa vida e nosso trabalho (Robbins, 2002:28).

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2.5 TEORIAS SOBRE A LIDERANÇA

1- Teoria dos Traços Segundo essa teoria os líderes são natos. Ou seja, apenas as pessoas

nascidas com determinados traços de personalidade poderiam ser lideres. Esta

teoria busca traços sociais, físicos, intelectuais ou de personalidade que diferem

líderes de não-líderes.

De acordo com essa teoria seis traços que costumam diferenciar os líderes

dos liderados são ambição e energia, desejo de liderar, honestidade e integridade,

autoconfiança, inteligência e conhecimentos relevantes para o trabalho (Robbins,

2002:305).

Pesquisas apontam que pessoas com elevado grau de automonitoramento

tem probabilidade muito maior de surgir como líderes nos grupos. Alguns traços

aumentam a probabilidade de sucesso de um líder, mas nenhum deles é garantia de

sucesso (Robbins, 2002:305).

No entanto esta teoria fracassou, pois não conseguiram provar a existência de

características que fossem iguais a todos os líderes. Conclui-se apenas que

determinados traços de personalidade poderiam ajudar no processo de

desenvolvimento e manutenção da capacidade de liderar.

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2- Teorias Comportamentais

Segundo essa teoria a liderança poderia ser ensinada (Robbins, 2002: 305).

Propõe que comportamentos específicos diferenciam os líderes dos liderados. São

quatro teorias comportamentais de liderança: Estrutura de iniciação,

consideração, orientação para o funcionário e orientação para a produção.

A estrutura de iniciação se refere à extensão que um líder é capaz de definir

e estruturar o seu próprio papel e o dos seus subordinados na busca dos objetivos.

Isto inclui o comportamento que tenta organizar o trabalho, as relações de trabalho e

as metas (Robbins, 2002:306).

Segundo Robbins, 2002:306

“O líder com alto grau de estrutura de iniciação pode ser descrito

como alguém que: a) delega tarefas especificas aos membros do

grupo, b) espera que os trabalhadores mantenham padrões

definidos de desempenho, c) enfatiza o cumprimento dos prazos”.

A Consideração é descrita como a extensão em que uma pessoa é capaz de

manter relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mutua, respeito às

idéias dos funcionários e cuidado com os sentimentos deles. Este líder demonstra

preocupação pelo bem-estar, conforto, status e satisfação de seus liderados. Um

líder com alto grau de consideração pode ser descrito como alguém que ajuda seus

funcionários em seus problemas pessoas, é amigável e disponível e trata como

iguais todos os subordinados (Robbins, 2002:306).

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Os líderes com auto grau de estrutura de iniciação e de consideração

costuma obter altos índices de desempenho e satisfação dos funcionários com maior

freqüência do que aqueles com baixa pontuação em uma dessas dimensões ou em

ambas.

O líder orientado para o funcionário é aquele que enfatiza as relações

interpessoais; demonstram interesse pessoal nas necessidades de seus

funcionários e aceitam as diferenças entre os membros do grupo. Este tipo de

liderança esta associada a maior produtividade e maior satisfação no trabalho

(Robbins, 2002:036-307).

Os lideres orientados para a produção enfatizam os aspectos técnicos e

práticos do trabalho. Sua principal preocupação é com a execução das tarefas do

grupo, e seus membros apenas um meio para atingir um fim.

A premissa básica é que, em um mundo em mudanças, os líderes eficazes

devem exibir um comportamento orientado para o desenvolvimento. Esses seriam

lideres que valorizam a experimentação, buscam novas idéias, geram e

implementam mudanças. Tudo indica que os líderes que exibem comportamento

orientado para o desenvolvimento contam com funcionários mais satisfeitos e são

vistos por estes como mais competentes (Robbins, 2002:308).

3- Teoria das contingências

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São abordagens para a identificação de variáveis situacionais básicas: o

modelo de Fiedler, a teoria situacional de Hersey e Blanchard, a teoria da troca entre

líder e liderados e os modelos de meta e caminho e de participação e liderança.

De acordo com o modelo contingencial de liderança, desenvolvido por Fred

E. Fiedler, três variáveis situacionais principais parecem determinar se uma dada

situação é favorável aos lideres: suas relações pessoais com os membros do grupo;

o grau de estruturação da tarefa que o grupo deve realizar e o poder e a autoridade

que sua posição lhe confere.

O Modelo de Fiedler

O modelo de contingência de Fiedler propõe que a eficácia do desempenho

do grupo depende da adequação entre o estilo do líder e quanto de controle a

situação proporciona a ele.

Fiedler (2002; 309) acredita que um fator essencial para o sucesso é o estilo

de liderança do indivíduo, se este é orientado para a tarefa ou para o

relacionamento.

Para ele o estilo de liderança de uma pessoa é fixo. Este mesmo autor

identifica três dimensões contingenciais que definem os fatores situacionais

básicos que determinam à eficácia da liderança. São elas as relações entre líder e

liderados, a estrutura da tarefa e o poder de posição.

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São definidas as seguintes maneiras:

1. Relação entre líder e liderados: o grau de confiança, credibilidade e

respeito que os membros do grupo têm em seu líder.

2. Estrutura de tarefa: o grau de procedimentos estabelecidos no trabalho (ou

seja, se as tarefas são estruturadas ou não estruturadas).

3. Poder da posição: o grau de influência que um líder tem sobre as variáveis

de poder, tais como o poder de contratar, demitir, tomar ações

disciplinares, conceder promoções e aumentos salariais (Robbins, 2002:

310).

Segundo Fiedler (2002:310) quanto melhor a relação líder-liderado, mais alto

o grau da estrutura da tarefa e quanto mais forte o poder da posição, mais o líder

tem controle.

Fiedler concluiu que os líderes orientados para a tarefa tendem a ter melhor

desempenho em situações extremamente favoráveis ou extremamente

desfavoráveis a eles. Os lideres orientados para o relacionamento, entretanto, tem

melhor desempenho em situações moderadamente favoráveis (Robbins, 2002: 310).

Para uma liderança eficaz propõe que se faça adequação entre os líderes,

pois para ele existem duas formas de melhorar a eficácia da liderança. Primeiro

mudando o líder para atender a situação. Segundo modificando a situação para

adequá-la ao líder (Robbins, 2002:310).

Teoria do Recurso Cognitivo

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Esta teoria propõe que o estresse afeta desfavoravelmente a situação, e que

a inteligência e a experiência do líder podem diminuir essa influência sobre ele.

A essência desta teoria é a de que o estresse é inimigo da racionalidade.

Para Fiedler e Garcia a inteligência e a experiência interferem uma na outra. Isso

levou a três conclusões: a) o comportamento diretivo resulta em bom desempenho

apenas quando vinculado à alta inteligência em situações apoiadoras e de baixa

tensão, b) existe uma relação positiva entre experiência no trabalho e desempenho;

e c) as habilidades intelectuais do líder se correlacionam com o desempenho do

grupo nas situações percebidas por ele como de baixa tensão (Robbins, 2002:312).

A maior contribuição desta teoria parece ser a inclusão do estresse como

uma variável situacional relevante na equação da liderança. Onde o estresse

interfere desfavoravelmente no desempenho.

A Teoria da troca entre líder e liderados

Esta teoria argumenta que, por causa das pressões do tempo, os líderes

estabelecem um relacionamento especial com um pequeno grupo de seus liderados.

Esses indivíduos que ficam mais próximos dos líderes constituem o “grupo interno” –

tem toda confiança, recebem uma parcela desproporcional de atenção do líder e

costumam ser alvo de privilégios especiais. Os membros do “grupo de dentro”, de

maneira geral, recebem avaliações melhores e tem menos intenções de rotatividade

e maior satisfação com seus superiores (Robbins, 2002: 313).

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A teoria da meta e do caminho

Esta teoria sustenta que o comportamento do líder é aceitável para os

liderados quando estes o percebem como uma fonte de satisfação, imediata ou

futura. E que é função do líder ajudar os subordinados no alcance de suas metas,

fornecendo orientação e/ou apoio necessário para assegurar que tais metas sejam

compatíveis com os objetivos da organização. Esta teoria considera que os lideres

eficazes são aqueles que abrem os caminhos para ajudar seus liderados a atingirem

seus objetivos, tornando a jornada mais fácil ao reduzir os seus obstáculos

(Robbins, 2002: 314).

House (2002:314) identifica quatro comportamentos de liderança. O líder

diretivo, o líder apoiador, o líder participativo, o líder orientado para a

conquista.

A teoria da meta e do caminho propõe duas classes de variáveis

contigenciais ou situacionais que moderam a relação entre o comportamento do

líder e os resultados obtidos: aquelas ambientais e aquelas que fazem parte das

características pessoais do funcionário. Os fatores ambientais determinam o tipo

de comportamento requerido do líder, as características pessoais do funcionário

determinam como o ambiente e o comportamento do líder é interpretado. Assim, a

teoria propõe que o comportamento do líder será ineficaz quando for redundante em

relação às fontes da estrutura ambiental ou incongruente com as características do

funcionário.

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Assim segundo esta teoria o desempenho e a satisfação do funcionário

tendem a ser positivamente influenciados quando o líder oferece qualquer coisa que

falte ao liderado ou ao ambiente de trabalho. Como por exemplo: quando o líder

perde tempo explicando tarefas já suficientemente claras ou quando o funcionário

tem a experiência e a capacidade de cuidar delas sem interferência, ele

provavelmente se tornará ineficaz, pois o liderado verá esse comportamento diretivo

como redundante ou é mesmo ofensivo (Robbins, 2002:315).

O modelo de participação e liderança

Esta teoria oferece uma seqüência de regras que devem ser seguidas na

determinação da forma e da quantidade de participação no processo decisório, em

diferentes situações.

Relaciona o comportamento de liderança com a participação no processo

decisório, onde o comportamento do líder devia se ajustar à estrutura da tarefa.

Teorias Neocarismáticas

Estas teorias enfatizam o simbolismo, o apelo emocional e o extraordinário

compromisso por parte dos liderados.

Liderança Carismática

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A teoria sobre a liderança carismática diz que os seguidores do líder atribuem

a ele capacidades heróicas ou extraordinárias de liderança quando observam

determinados comportamentos. Comportamentos estes que diferenciam os líderes

carismáticos dos demais.

Segundo esta teoria cinco características diferenciam os carismáticos dos não

carismáticos: os carismáticos têm uma visão, estão dispostos a correr riscos por esta

visão, são sensíveis tanto às limitações ambientais como às necessidades de seus

liderados e exibem comportamentos diferentes dos comuns (Robbins, 2002:317).

Segundo Robbins (2002:318) o líder carismático é aquele que articula uma

visão atrativa, comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa a

confiança de que seus liderados vão conseguir alcança-las. Isso desperta a auto-

estima e a autoconfiança dos liderados. Em seguida, comunica, através de palavras

e ações, um novo sistema de valores, oferecendo um exemplo de comportamento a

ser seguido pelos liderados. Finalmente, o líder carismático submete-se a auto-

sacrificios e se engaja em comportamentos não convencionais para demonstrar

coragem e convicção em relação à sua visão.

No entanto para este mesmo autor a liderança carismática nem sempre é

necessária para se atingir altos níveis de desempenho dos funcionários.

Complementa que o carisma parece ser mais apropriado quando a tarefa dos

liderados possui um componente ideológico ou quando o ambiente envolve um alto

grau de incerteza ou tensão, por exemplo, na religião e na política este tipo de líder

seria apropriado (Robbins, 2002:319).

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Liderança Transformacional

Os lideres transacionais são lideres que conduzem ou motivam seus

seguidores na direção das metas estabelecidas por meio do esclarecimento dos

papéis e das exigências das tarefas.

Já os lideres transformacionais oferecem consideração individualizada e

estímulo intelectual a seus liderados, além de possuírem carisma. Este inspira seus

seguidores a transcender seus próprios interesses para o bem da organização, o

que é capaz de causar um efeito profundo e extraordinário sobre seus liderados.

Eles prestam atenção às preocupações e às necessidades de desenvolvimento de

cada um de seus liderados; modificam a maneira de seus seguidores verem as

coisas, ajudando-os a pensar nos velhos problemas de uma nova forma; e são

capazes de entusiasmar, incitar e inspirar as pessoas a darem o máximo de si na

busca dos objetivos do grupo (Robbins, 2002: 319).

Para Robbins (2002:319) a liderança transformacional produz nos liderados,

níveis de esforço e de desempenho que vão além daqueles obtidos apenas na

abordagem transacional. O líder transformacional tenta inculcar em seus seguidores

a capacidade de questionar não apenas as visões já estabelecidas, mas até aquelas

colocadas pelo próprio líder. Este líder oferece oportunidade para que o colaborador

desenvolva o seu próprio pensamento e mostram que o seu crescimento é

importante para a organização.

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Liderança Visionária

É a capacidade de criar e articular uma visão de futuro realista, atrativa e

acreditável para a organização ou a unidade organizacional.

Segundo esta teoria uma vez identificada à visão, esses lideres parecem

possuir três qualidades relacionadas com a eficácia em seus papéis de visionários.

A primeira é a capacidade de explicar a visão para as outras pessoas. A segunda

qualidade é ser capaz de expressar sua visão não apenas verbalmente, mas

também através de seu comportamento. Isso significa comportar-se de uma maneira

que esteja continuamente comunicando e reforçando a sua visão. Seja através de

palavras ou do próprio comportamento. A terceira qualidade é ser capaz de estender

a visão para diferentes contextos de liderança. Esta é a habilidade de sequenciar as

atividades para que a visão possa ser aplicada a uma variedade de situações

(Robbins, 2002:322).

Os grandes líderes demonstram sua inteligência emocional exibindo todos os

cinco elementos-chave:

• Autoconsciência: demonstrada através da autoconfiança, da auto-avaliação

realista e de um senso de humor voltado para a autocrítica.

• Autogerenciamento: demonstrado através da integridade e confiabilidade,

da capacidade de lidar bem com a ambigüidade e da abertura para as

mudanças.

• Automotivação: demonstrada através da forte orientação para a conquista,

do otimismo e de um alto comprometimento organizacional.

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• Empatia: demonstrada através da habilidade em gerar a reter talentos, da

sensibilidade multicultural e dos serviços aos clientes e consumidores.

• Habilidades sociais: demonstradas através da capacidade de liderar

esforços para a mudança, da capacidade de persuasão e da competência

na construção e liderança de equipes.

Os lideres de equipe para esta teoria são elementos de ligação com os

componentes externos, são solucionadores de problemas, administradores de

conflitos, e são como treinadores. Sendo assim a eficácia da liderança e dos

administradores depende da capacidade de ajustar seu estilo a situação e de

conquistar a confiança de seus liderados, pois para ser eficaz hoje em dia, os

administradores precisam desenvolver relacionamentos de confiança (Robbins,

2002:331).

A liderança tem um papel crucial para a compreensão do grupo, pois é o líder

quem geralmente oferece a direção em relação ao alcance dos objetivos. No entanto

para que isto ocorra é fundamental a confiança, pois, é impossível liderar pessoas

que não confiam em você. Como diz Robbins (2002:331) a confiança e a

credibilidade modulam o acesso do líder ao conhecimento e à cooperação.

Liderança Situacional de Hersey e Blanchard

A teoria da liderança situacional é uma teoria contingencial que enfoca a

prontidão dos liderados. Centra seu foco sobre os liderados. A liderança bem-

sucedida segundo esta teoria é alcançada pela escolha do estilo adequado que

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Hersey e Blanchard argumentam ser contingente ao nível de prontidão dos liderados

(2002:312).

Assim o comportamento mais eficaz depende da capacidade e da motivação

dos liderados. Ela reconhece a importância dos liderados e se baseia na lógica de

que os líderes podem compensar as limitações motivacionais e de capacitação de

seus seguidores (Robbins, 2002: 313).

A liderança situacional se preocupa com a adequação ou eficácia dos estilos

de liderança de acordo com a maturidade dos liderados em relação à tarefa. De

acordo com a liderança situacional, não existe um único modo melhor de influenciar

as pessoas. O estilo de liderança que uma pessoa deve adotar com indivíduos ou

grupos depende do nível de maturidade das pessoas que o líder deseja influenciar.

Para determinar o estilo de liderança a ser adotado com uma pessoa numa

dada situação, é necessário fazer varias coisas: primeiro, importa decidir que área

da atividade de um individuo ou grupo se deseja influenciar. No mundo do trabalho,

essas áreas variam segundo as responsabilidades de cada pessoa. Segundo

determinar a capacidade ou motivação do indivíduo ou grupo em cada uma das

áreas escolhidas. O terceiro e ultimo passo é decidir qual dos quatro estilos de

liderança é apropriado para tal pessoa em cada uma dessas áreas (Paul Hersey,

1976:194).

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2.6 FATORES QUE INFLUÊNCIAM NA MOTIVAÇÃO

Pesquisas comprovam que além dos salários e das condições de trabalho as

relações interpessoais desenvolvidas nas organizações influenciam na motivação e

conseqüentemente no aumento da produtividade (Paul Hersey, 1976:59).

Segundo Pau Hersey (1976:64) num sistema social existe três elementos:

atividades, interações e sentimentos. As atividades são as tarefas que as

pessoas realizam. As interações são os comportamentos que ocorrem entre as

pessoas na realização dessas tarefas. E os sentimentos são as atitudes que se

desenvolvem entre indivíduos e dentro de grupos. Uma mudança em qualquer um

desses três elementos provocará alguma mudança nos outros dois. Acredita que

certas atividades, interações e sentimentos são essenciais para que uma empresa

possa existir. Portanto o trabalho deve dar uma satisfação suficiente (sentimentos)

para as pessoas continuarem a realizá-los (Paul Hersey, 1976:65).

Quando as pessoas interagem no seu trabalho, desenvolvem sentimentos

umas em relação às outras. À medida que as pessoas aumentam a interação, mais

sentimentos positivos tendem a desenvolver entre si. Quanto mais positivo o

sentimento, tanto mais as pessoas tenderão a interagir.

Nas empresas onde se desenvolvem grupos coesos de trabalho e os

objetivos pessoais se identificam com os da empresa, a produtividade se eleva e as

pessoas trabalham felizes, porque o trabalho lhes traz uma satisfação intrínseca

(Paul Hersey, 1976:64). Assim a tarefa do líder é oferecer um ambiente que tenha

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todas as condições favoráveis ao bom desempenho das tarefas. Como por exemplo:

incluir as pessoas na definição dos objetivos para que o nível de engajamento seja

maior.

È importante também que as expectativas do chefe sejam realísticas e

alcançáveis, pois os subordinados só se sentirão motivados para empenhar-se em

níveis mais altos de produtividade se perceberem que as metas são atingíveis. Se

forem estimulados a lutar por objetivos inatingíveis, acabarão desistindo de lutar e

escolhendo objetivos abaixo do nível de sua real capacidade. Confirmando o que

D.C. McClelland e John W. Atkinson afirmam: o grau de motivação e esforço sobe

até o ponto em que a probabilidade de êxito atinge 50% e depois começa a cair,

mesmo que a probabilidade continue a aumentar. As pessoas não se sentem muito

motivadas quando a meta é considerada quase impossível ou virtualmente certa

(Paul Herse, 1976:28).

Para Paul Hersey (1976:67-82) se na empresa forem adotados valores

humanísticos ou democráticos, também desenvolver-se-ão relações de confiança e

autenticidade entre as pessoas, aumentando á competência interpessoal, a

cooperação intergrupal, a flexibilidade, o que, por sua vez, resultará em aumento da

eficácia empresarial. Pois sem competência interpessoal ou um ambiente

psicologicamente seguro, a empresa transforma-se num solo fértil para a

germinação da desconfiança, dos conflitos intergrupais, da rigidez etc. o que por sua

vez diminui o sucesso da empresa na solução de problemas.

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Implícito na vivência desses valores está o tratamento de cada ser humano

como uma pessoa, com um complexo conjunto de necessidades, todas elas

importantes para o seu trabalho e a sua vida.

Segundo Likert quando a administração tem plena confiança nos

subordinados, e existe amistosa interação entre superiores e subordinados há maior

probabilidade de um registro contínuo de alta produtividade. Da mesma forma

quando a administração parece não ter confiança nos funcionários e estes não são

envolvidos nos processos de decisão da empresa a probabilidade de baixa

produtividade é maior (1976:82).

Por isso os administradores devem criar um clima de trabalho em que todos

tenham oportunidade para crescer e amadurecer como pessoas, como membros de

um grupo, satisfazendo suas próprias necessidades enquanto trabalham para o

sucesso da empresa.

Assim para motivar em uma dada situação é importante conhecer quais são

as necessidades mais intensas dos indivíduos que se deseja influenciar e a partir daí

determinar os objetivos a serem colocados para motivar tais indivíduos. Nesse caso

o conhecimento da natureza humana, seus motivos e necessidades são de

inestimável valor para empresas e indivíduos.

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3 O LÍDER E SUA INFLUENCIA NA MOTIVAÇÃO DE SUA EQUIPE

De acordo com as teorias estudadas, a liderança é o processo de influenciar

as atividades dos indivíduos ou grupos para a consecução de um objetivo numa

dada situação. Envolve a realização de objetivos com e através de pessoas.

Um líder para ser bem sucedido deve contribuir para a realização do objetivo

e a manutenção do grupo. Os lideres eficazes segundo a teoria da liderança

situacional adaptam seu estilo de comportamento de líder às necessidades dos

liderados e à situação. Se os subordinados forem diferentes, precisam ser tratados

de maneira diferente. Portanto a eficácia depende do líder, dos liderados e das

variáveis situacionais (Paul Hersey, 1976:117).

Conforme a teoria da liderança situacional, vários estilos de comportamento

do líder podem ser eficazes e ineficazes, dependendo dos elementos importantes da

situação. Quanto mais os gerentes adaptarem seu estilo de comportamento de líder

no sentido de atender à situação específica e as necessidades dos seus

subordinados, tanto mais eficaz serão na consecução dos objetivos pessoais e

organizacionais. O estilo de liderança que uma pessoa deve adotar com indivíduos

ou grupos depende do nível de maturidade das pessoas que o líder deseja

influenciar (1976:188).

Como o comportamento é motivado por um desejo de alcançar algum

objetivo, para motivar seus funcionários é importante que os líderes conheçam quais

são as necessidades dos seus funcionários e o que os motiva. Pois a motivação é o

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resultado da interação do indivíduo com situação, e depende da intensidade dos

seus motivos.

É importante lembrar que as pessoas têm muitas necessidades, algumas

pessoas são impulsionadas principalmente pelo dinheiro, outras estão preocupadas

basicamente com a segurança e assim por diante. O que vai dominar em um dado

momento são as necessidades que ainda não foram satisfeitas.

Portanto para influenciar o comportamento de uma pessoa, precisa-se

primeiro conhecer os motivos ou necessidades que são mais importantes para ela

naquele momento e estabelecer objetivos apropriados à estrutura das necessidades

da pessoa que se pretende incentivar. Onde os gerentes que conseguem motivar

seu pessoal com êxito são aqueles capazes de criar um ambiente com objetivos

(incentivos) compatíveis com os motivos (necessidades) específicos dos seus

funcionários.

Para sentir-se motivado em uma organização é importante que os objetivos

pessoais se identifiquem com os da empresa, quando isso ocorre à produtividade se

eleva, e as pessoas trabalham mais felizes, pois as pessoas sentem-se lutando por

seus próprios objetivos.

Por isso é importante que os administradores criem um clima de trabalho em

que todos tenham oportunidade para crescer e amadurecer como pessoas, como

membros de um grupo, satisfazendo suas próprias necessidades enquanto

trabalham para o sucesso da empresa. O trabalho deve dar uma satisfação

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suficiente para que as pessoas continuem a realizá-lo. Oferecendo sentimentos de

realização, de crescimento pessoal e de reconhecimento.

Nesse processo o ambiente também é importante, este deve propiciar

condições para o surgimento de boas relações interpessoais, pois estas influenciam

na produtividade empresarial e conseqüentemente na motivação. Quando a

administração tem plena confiança nos subordinados, e existe amistosa interação

entre superiores e subordinados há maior probabilidade de um aumento da

produtividade.

A capacidade do líder de criar no grupo um clima de entusiasmo e

cooperação pode determinar seu sucesso. Pois segundo Goleman (2002:18) a

condição emocional e as atitudes do líder afetam de fato o estado de espírito de

seus liderados e, portanto, seu desempenho. Assim sendo, a qualidade da

administração dos humores da equipe pelo líder e o modo como ele os influencia

deixam de ser problemas particulares e tornam-se componentes importantes dos

resultados da empresa.

Para este autor as principais funções do líder são gerar entusiasmo, otimismo

e paixão com relação ao trabalho que se tem pela frente, além de cultivar uma

atmosfera de cooperação e confiança (Goleman, 2002:29).

Conclui-se que para motivar é preciso enriquecer a função, ou seja, aumentar

a responsabilidade, a amplitude e o desafio no trabalho. Assim como é

imprescindível a competência interpessoal, pois sem competência interpessoal ou

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um ambiente psicologicamente seguro, a empresa transforma-se num solo fértil para

a germinação da desconfiança, dos conflitos intergrupais, da rigidez etc. o que por

sua vez diminui a motivação.

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4 CONCLUSÃO

A motivação é resultado de fatores intrínsecos e também extrínsecos, como o

ambiente de trabalho o trabalho em si e as relações desenvolvidas entre chefes e

subordinados e entre os subordinados.

Além do salário, de segurança no emprego e de boas condições para o

desenvolvimento do trabalho os funcionários desejam reconhecimento e valorização

do seu trabalho. Pois os indivíduos agem de forma a satisfazer as suas

necessidades, sejam elas físicas ou psicológicas. E a motivação é o que vai

direcionar o comportamento das pessoas em busca do alcance desses objetivos.

Onde a intensidade desse direcionamento vai depender da necessidade do

individuo, sejam elas físicas, sociais, etc.

O trabalho para ser motivador precisa ser interessante, deve possibilitar que

as pessoas tenham autonomia e responsabilidades, assim como a possibilidade de

auto-realização e reconhecimento, bem como segurança, feedback,

desenvolvimento e oportunidade de crescimento. Por isto é importante que os

lideres compreendam não só os fatores externos, mas também os fatores internos

de cada um dos membros de sua equipe para que possa usar as ferramentas

adequadas para motivá-lo.

Como liderar é exercer influencia, para criar um ambiente motivador, que

resulte em altos níveis de produtividade e traga satisfação às pessoas a curto e

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longo prazo, é necessário pensar no estilo de liderança, priorizando as atividades e

atitudes que induzem um comportamento positivo nos colaboradores. Como por

exemplo, estabelecer objetivos claros, desafiadores, porém atingíveis, mutuamente

acordados, e ter relação direta com a visão da equipe, onde cada membro deve

compreender o seu papel nesta realização. É importante também que haja

confiança, bom relacionamento e comunicação clara do líder com relação a sua

equipe.

O líder deve ajudar seu colaborador a amadurecer, como expressa a

liderança situacional bem como oferecer um trabalho motivador, que possibilitem

crescimento, aumento de responsabilidade e desafio. Para motivar, o líder precisa

então conhecer a sua equipe e as necessidades dos seus funcionários. Essas

necessidades vão depender das características pessoais de cada um e do momento

em que estão vivendo.

O grau de satisfação no trabalho manifestado por um indivíduo pode ser

afetado pelas características do trabalho, do indivíduo, do ambiente e das atitudes

do líder. As condições em torno do trabalho, como a qualidade da supervisão, a

remuneração, as políticas da empresa, as condições físicas de trabalho, o

relacionamento com os outros e a segurança no emprego, tem a função de prevenir

a insatisfação no trabalho, mas não motiva. Para que o trabalho seja motivador é

necessário que envolva sentimentos de realização, de crescimento profissional e de

reconhecimento.

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Portanto o processo de liderança é uma função do líder, do liderado ou

subordinado e de variáveis situacionais. Os lideres eficazes são capazes de adaptar

seu estilo de comportamento de líder às necessidades dos liderados e à situação,

conforme a teoria da liderança situacional (1976:104). Nesse processo os lideres de

equipe são elementos de ligação com os componentes externos, são solucionadores

de problemas, administradores de conflitos, e são como treinadores.

A eficácia da liderança e dos administradores depende da capacidade de

ajustar seu estilo a situação e de conquistar a confiança de seus liderados, pois para

ser eficaz hoje em dia, os administradores precisam desenvolver relacionamentos de

confiança. A confiança e a credibilidade modulam o acesso do líder ao

conhecimento e à cooperação (1976: 331).

A condição emocional e as atitudes do líder afetam de fato o estado de

espírito de seus liderados e, portanto, seu desempenho. Conclui-se que as atitudes

do líder influenciam na motivação da equipe, assim o líder deve criar no grupo um

clima de entusiasmo e cooperação para que este tenha sucesso. Portanto a

qualidade da administração dos humores da equipe pelo líder e o modo como ele os

influencia deixam de ser problemas particulares e tornam-se componentes

importantes dos resultados da empresa.

A liderança tem um papel crucial para a compreensão do grupo, pois é o líder

quem geralmente oferece a direção em relação ao alcance dos objetivos. Na tória

das relações humanas, a função do líder é a de facilitar a consecução cooperativa

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dos objetivos entre os liderados, dando oportunidades para o seu crescimento e

desenvolvimento pessoal (1976:107).

Conclui-se que é imprescindível para o aperfeiçoamento das lideranças, uma

melhor definição e programação das metas e objetivos das empresas, também se

faz necessário uma ênfase da direção na identificação das necessidades dos lideres

para aperfeiçoá-los.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HERSEY, Paul. Psicologia para administradores de empresas. São Paulo: EPU,

1976.

HOBBINS, Stepen Paul. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall,

2002.

BLANCHARD, K et alli. O Gerente Minuto. Rio de Janeiro: Record, 1995.

GOLEMAN, Daniel. O Poder da Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Campus,

2002.