o jardim do paraíso - hans christian andersen

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  • 7/22/2019 O Jardim do Paraso - Hans Christian Andersen

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    O JARDIM DO PARASO

    Hans Christan Andersen

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    Conos de Hans Christan Andersen

    Hans Christan Andersen nasceu em Odensae, em 2 de

    abri de !"#$, e %aeceu em Con&enha'ue em !"($) Auor

    de in*meros conos in%ano+u-enis, radu.ido &or odo o

    mundo) Considerado &or muios com o &ai da /ieraura

    In%ano+Ju-eni) 0emos a1ui uma seeo de seus mehores

    conos)

    4

    O JARDIM DO PARA5SO

    6RA uma -e. o 7ho de um rei8 e nin'u9m nunca e-e

    i-ros o indos como ee e-e) Podia er a res&eio de

    odas as coisas 1ue aconeciam nese mundo e -er

    udo isso re&resenado nas mais beas esam&as)

    0inha meios de in%ormar+se, &eos i-ros, de odos os

    &a:ses e na;es da erra8 mas 1uano ao u'ar em 1ue

    se enconra-a o Jardim do Para:so, no he %oi &oss:-e

    enconrar a menor indicao) 6 era usamene

    nisso 1ue ee &ensa-a com maior %re1uando era &e1ueno e se dis&unha a iniciar a -ida

    escoar, sua a-? he dissera 1ue cada uma das @ores

    do Jardim do Para:so era uma deiciosa ora e 1ue

    seus &istos esa-am cheios de -inho)

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    -e.es brincam de 1uaro canos com as nu-ens, com

    es aconecendo a'ora + acrescenou, a&onando &ara

    o c9u)

    # eno Oese a&areceu como um homem rude dos

    bos1ues e usa-a um 'orro acochoado &ara no machucar+

    se) 6m&unha-a um baso de acau, corado

    nos bos1ues americanos)

    + De onde -em -oc= + &er'unou sua me)

    + Da soido dos bos1ues + res&ondeu + de onde as

    &anas re&adeiras e es&inhenas consr?em uma -aa

    enre as r-ores8 onde as cobras a1utcas -i-em na

    erra )mida e os seres humanos &arecem ser su&9r@uos)

    + >ue %oi %a.er ai

    + Conem&ei um rio &oderoso e -i 1ue se arroa-a

    conra as rochas, con-erta+se em &oeira, a 1ua, o'o

    1ue subia &ara o c9u, %orma-a um arco+:ris) i o b*%ao

    se-a'em nadar &eo rio, mas a correne o e-ou e o

    &ao se-a'em -oar &eos ares)

    Bosei muio disso e desencadeei uma em&esade

    o 'rande, 1ue a9 as r-ores mienrias t-eram de

    na-e'ar e a 'ua as re-o-ia de um ado &ara ouro,

    "

    como se %ossem sim&es -areas)

    + 6 no %e. mais nada

    + Dei um &uo a Sa-ana, acariciando os ca-aos se-a'ens

    e %a.endo uns cocLs ca:rem das &ameiras+ Oh,

    sim, eu &oderia conar muias es?riasG Mas 9 &reciso

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    ser discreo) o 9, minha -eha

    /o'o deu em sua me um beio o 1uene e -ioeno,

    1ue ea 1uase caiu de cosas) Reamene, o eno

    Oese era um ra&a. rude)

    A&areceu eno o eno Su, en-o-ido numa ca&a e

    cobero &or um urbane)

    + A1ui h caor su7ciene &ara assar um urso &oar +

    ecamou o eno ore)

    + oc= sim, 1ue 9 um urso &oar ecamou o eno Su)

    + >uer 1ue o mea no saco + &er'unou a -eha) +

    Sene+se nessa &edra e cone+nos &or onde andou)

    + a N%rica, mame + res&ondeu cacei e;es) >ue er-a

    h na1ueas &an:ciesG # cho &ossui o om -erde das

    a.eionas) Os 'uinus dana-am &or ai e os a-esru.es

    1ueriam 'anhar+me na corrida, mas eu sou mais

    r&ido) ui ao desero de areias amareas) A1uio se

    &arece com o %undo do mar)

    6nconrei uma cara-ana) Os homens maa-am seu

    *tmo cameo &ara ober 'ua &ara beber) Como -oc=s

    sabem, no desero, 1uando a 'ua se acaba, maam

    os cameos &ara beber a 'ua 1ue ees arma.enam no

    esQma'o)

    # so 1ueima-a e a areia ardia) 6m 1ua1uer direo

    no se a-isa-a mais do 1ue as areias do desero)

    6no eu me met enre as areias -oanes e e-anei+as

    a 'randes auras)))

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    A: hou-e um es&=ndido baie) oc=s de-eriam -er

    como os cameos esa-am ca:dos e como os mercadores

    cobriam as cabeas com seus cas + 6 se incina-am

    &erane mim, como se eu %osse o &r?&rio A,

    seu Deus)

    A'ora eso odos enerrados sob uma &irmide de

    areia) >uando, da1ui a a'uns dias eu a dis&ersar

    so&rando, o so carear seus ossos e assim os -iaanes

    -ero seus resos, &ois se %osse de oura %orma,

    nin'u9m acrediaria no &eri'os do desero )

    + >uer di.er 1ue -oc= s? %e. madadesG disse a me)

    + Para o sacoG

    6, anes mesmo 1ue ee se desse cona, esa-a

    denro do saco) # eno Su comeou a roar &eo soo,

    mas a me se senou sobre o saco, imobii.ando+o)

    + Peo 1ue -eo, seus 7hos so muio urbuenos +

    obser-ou o &r:nci&e)

    + Sim, mas a&esar de udo, eu os domino muio bem

    + re&icou a -eha) + A: -em che'ando o 1uaro)

    !#

    6ra o eno do Oriene, 1ue -inha -estdo moda

    chinesa)

    + 6s -indo da China + &er'unou a me) + Pois eu

    &ensei 1ue est-esse no Jardim do Para:so)

    + Amanh irei a9 + res&ondeu o eno do Oriene)

    + Amanh, &recisamene, com&earo os cem anos

    da minha *tma -isia) Acabo de -oar da China, onde

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    dancei em -oa de uma orre de &orceana, a9 ocarem

    odas as cam&ainhas 1ue a adornam)

    Os o7ciais %oram aoiados em &ena rua8 as cabanas

    de bambu e-ana-am e desciam sobre suas cosas e

    denre ees ha-ia desde a &rimeira a9 a utma cae'oria)

    6 'ria-amE TMuio obri'ado, &ai bem %eioT no 1ue se

    -ia 1ue no eram sinceros) 6n1uano isso, eu contnua-a

    a'iando as cam&ainhas e canandoE T0sin', san',

    suT)

    + oc= se di-ere muio com isso + disse+he a -eha)

    Ae'ro+me de 1ue amanh -oc= - ao Jardim do Para:so,

    &or1ue isso sem&re eerce um e%eio ben97co

    sobre a sua condua) o se es1uea de beber abundanemene

    da %one da sabedoria e de ra.er+me

    uma -asiha cheia dessa 'ua)

    + Assim o %arei + re&icou o eno do Oriene + conano

    !!

    1ue deie o eno Su sair do saco) 0ire+o de ) Preciso

    1ue me %ae sobre a a-e =ni)

    A &rincesa sem&re &ede no:cias dea, 1uando -ou

    -isi+a em cada cem anos) Abra o saco) 6no -oc=

    ser a minha boa mame e eu he darei o ch 1ue

    enche meus bosos e 1ue es o -erde e %resco como

    1uando o cohi)

    + Uem, &or causa do ch e amb9m &or1ue -oc= 9 o

    meu &re%erido, -ou abrir o saco)

    Assim o %e. e o eno Su saiu, esando muio en-er'onhado

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    &or1ue o &r:nci&e desconhecido %ora esemunha

    da correo im&osa &or sua me)

    + A1ui em -oc= uma %oha de &ameira &ara a sua

    &rincesa + disse o eno Su) + # -eho =ni, o *nico

    1ue eise no mundo, deu+me &ara ea)

    Com a &ona do bico escre-eu ai oda a sua es?ria

    durane cem anos de sua -ida e a &rincesa &oder =+a

    &or si mesma) i como a =niE boou %o'o no seu

    &r?&rio ninho e en1uano ese 1ueima-a, senou+se

    denro dee, como o %a.em as -i*-as dos hindus)

    As ramas secas esaaram ao caor das chamas e o

    u'ar se encheu de um odor) Por 7m, o &r?&rio =ni

    %oi &resa das chamas e em bre-e 7cou redu.ido a

    cin.as, mas no cenro do mone de brasas a&areceu

    um o-o brihane) Da: a &ouco esaou com 'rande

    ru:do e o o-em =ni saiu -oando) A'ora reina sobre

    odas as a-es e o *nico =ni 1ue eise no mundo)

    !2

    6scre-eu na &ama 1ue he enre'uei e en-ia suas

    sauda;es &rincesa)

    + amos comer a'o + disse a me dos -enos)

    6 odos se senaram e comeram carne de -eado) #

    &r:nci&e ocu&ou um u'ar ao ado do eno do Oriene

    e 'raas a isso os dois 7caram muio ami'os)

    + Pode di.er+me + ro'ou o &r:nci&e 1uem 9 essa &rincesa

    e onde 7ca o Jardim do Para:so

    + Se -oc= 1uiser ir a9 + res&ondeu o eno do

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    Oriene + ser &reciso 1ue amanh me acom&anhe em

    meu -Qo) Mas de-o a-is+o de 1ue nenhum ser humano

    ai ese-e desde os em&os de Ado) Su&onho 1ue,

    &eo 1ue cona a U:bia, de-e esar ineirado do 1ue

    he aconeceu)

    + auramene + res&ondeu o &r:nci&e)

    + >uando Ado e 6-a %oram e&usos, o Jardim do

    6den %undiu+se com a erra, mas conser-ou seu cido

    so, seu ar embasamado e odas as suas bee.as) Ai

    -i-e a rainha das %adas)

    A Iha da eicidade, onde a More nunca enra e onde

    a -ida 9 uma de:cia, se enconra no Para:so) Amanh

    -oc= subir nas minhas cosas e eu o e-arei comi'o)

    Parece+me 1ue &oderei e-+o, &er%eiamene) 6 a'ora

    -amos &arar de con-ersar, &or1ue &reciso dormir)

    >uando o &r:nci&e des&erou ainda era muio cedo,

    !3

    mas no se sur&reendeu ao -er 1ue se acha-a enre

    as nu-ens, a 'rande aura) 6sa-a senado nas cosas

    do eno do Oriene, o 1ua o rans&ora-a com o

    maior cuidado8 e -oa-am o ao, 1ue os bos1ues, os

    cam&os, os rios e os a'os &areciam %a.er &are de um

    imenso ma&a coorido)

    + Uom dia + disse o eno Oriene)

    Ainda &ode dormir um &ouco mais, &ois no h nada

    &ara -er nese &a:s &ano) -oamos, a no ser 1ue -oc=

    desee conar as i'reas) Parecem montnhos de 'esso

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    num abueiro -erde)

    + Sino muio no er &odido des&edir+me de sua me

    e de seus irmos + disse o &r:nci&e)

    + >uando uma &essoa es dormindo, es dis&ensada

    + res&ondeu o eno Oriene)

    6 contnuaram a -oar, cada -e. em maior -eocidade)

    Poderia ser assinaado o curso 1ue se'uiam &ea a'iao

    da %oha'em das r-ores, 1uando &assa-am em

    cima de a'um bos1ue8 e 1uando cru.a-am &or um

    a'o ou um mar, e-ana-am+se as ondas e os barcos

    se a 'ria-am nas 'uas, como se %ossem cisnes @uuanes)

    6sa-a anoiecendo e o es&ecuo era deicioso, com

    os &o-oados cheios de u.inhas 1ue se acendiam &or

    odos os ados, semehana das chamas 1ue cru.am

    um &a&e meio consumido &eo %o'o)

    !4

    6 o &r:nci&e se di-erta baendo &amas de ae'ria,

    mas o eno do Oriene he disse 1ue era mehor se'urar+

    se com odas as %oras, &ois, se no o 7.esse,

    &oderia cair e 7car &endurado em a'um cam&anrio

    de uma i'rea)

    A 'uia -oa-a ra&idamene &or cima do bos1ue, mas

    o eno do Oriene -oa-a com maior -eocidade ainda)

    Os cossacos, em seus ca-ainhos, corriam a 'ao&e

    &eas ese&es, mas o &r:nci&e, monado nas cosas

    do eno do Oriene e-a-a -ana'em em sua corrida)

    + A'ora -oc= &ode -er os mones do Himaaia + disse

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    o eno Oriene+ + So as monanhas mais aas da

    Vsia)

    /o'o che'aremos ao Jardim do Para:so)

    # eno Oriene deu uma -oa mais &ara o Su e o'o

    o ar 7cou saurado do aroma de odas as @ores) As

    7'ueiras cresciam &or odos os ados e as 'randes

    -inhas si-esres esa-am coberas de %ruos)

    # eno Oriene desceu mais ainda e acabaram &or

    esender ao serem a'iadas &eo -eno, &areciam

    saud+o com suas cabecinhas, como se 1uisessem

    di.er+heE TUem+-indoT)

    + J esamos no Jardim do Para:so &er'unou o &r:nci&e)

    + De %orma a'uma + res&ondeu o eno do Oriene) +

    !$

    Mas che'aremos o'o) 6s -endo essa muraha rochosa

    e a 'rande ca-erna, cua enrada es 1uase

    obsru:da &eas &anas si-esres, 1ue %ormam 1uase

    uma cortna 0emos 1ue &assar &or ai)

    6n-o-a+se em sua ca&a, &or1ue o so 1ueima muio

    a1ui, embora 1uando t-ermos enrado na ca-erna,

    %aa um %rio eraordinrio) A a-e 1ue -oa e &assa

    &ea enrada da ca-erna em uma asa e&osa ao so

    e sene a oura 'eada como se est-esse no mais

    ri'oroso in-erno)

    + 6no esse 9 o caminho do Jardim do Para:so +

    &er'unou o &r:nci&e)

    6nraram o'o na ca-erna e, reamene, %a.ia um %rio

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    6n'uias roias, 1ue des&rendiam chis&as a.uis de

    cada uma das cur-as de seu cor&o, brinca-am na 'ua8

    e as ra:.es -ermehas dos :rios a1utcos esa-am

    tnas com odas as cores do arco+:ris, en1uano 1ue

    a @or &arecia uma chama aaranada e aimenada

    &ea 'ua, da mesma %orma 1ue uma am&arina 9

    aimenada &eo a.eie)

    ma bea &one de mrmore, deicada e habimene

    escu&ida, como se %osse com&osa de conas de crisa,

    ara-essa-a o rio e e-a-a a9 a Iha da eicidade,

    onde @orescia o Jardim do Para:so)

    # eno do Oriene omou o &r:nci&e em seus braos e

    &assou) As @ores e as %ohas cana-am as ant'as

    can;es de sua in%Wncia, mas com -o.es mais mara-ihosas

    e beas do 1ue as humanas)

    !(

    # &r:nci&e nunca -ira o indas &ameiras e &anas

    mais -iosas do 1ue a1ueas) As re&adeiras %orma-am

    'rinadas e desenhos esranhos, de maneira 1ue

    ai ha-ia uma combinao mara-ihosa de @ores, &ssaros

    e deicados ons de -erde das %oha'ens)

    A &ouca disWncia &odia+se -er uma -erdadeira re-oada

    de &a-;es reais, 1ue tnham suas caudas aberas,

    &or9m, 1uando o &r:nci&e se a&roimou, consaou

    mara-ihado 1ue no eram a-es, mas sim &anas)

    6nre a rama'em saa-am e;es e t'res, mas no

    eram animais %ero.es como na erra, mas sim muio

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    mansos)

    As &ombas, brihanes como &9roas, a'ia-am a uba

    dos e;es com suas asas e os an:o&es, na erra o

    es1ui-os e &ronos &ara %u'irem, conem&a-am o

    es&ecuo como se 1uisessem omar &are no brin1uedo)

    6no a ada do Jardim se a&roimou dos -isianes8

    suas -eses briha-am como o so e a e&resso de

    seu roso era semehane ao da me 1ue conem&a

    seu 7ho sats%eia)

    6ra o-em e muio %ormosa e caminha-a rodeada de

    um 'ru&o de beas moas, cada uma das 1uais e-a-a

    uma esrea brihane na esa)

    >uando o eno do Oriene he enre'ou a %oha de

    &ameira em 1ue a A-e =ni escre-era a sua es?ria,

    !"

    seus beos ohos se iuminaram de &ra.er) Se'urou o

    &r:nci&e &ea mo e e-ou a9 o seu &acio, cuas

    &aredes eram da cor das ui&as iuminadas &eo so)

    # eo era %ormado &or uma @or enorme e 1uano mais

    se oha-a &ara ea, maior &arecia ser seu cice) #

    &r:nci&e se a&roimou da anea e ohando &eo -idro

    -iu a Vr-ore da Ci=ncia, com a Ser&ene e amb9m

    &Lde -er Ado e 6-a 1ue esa-am em &9 ao seu ado)

    + o %oram e&usos + &er'unou)

    A ada sorriu e e&icou 1ue o 0em&o 'ra-ara um 1uadro

    em cada um dos -idros da anea, mas no com

    nos 1uadros 1ue se -=em &eo mundo, &ois em odos

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    ees ha-ia mo-imeno e o as&eco de -ida, como se

    %ossem o re@eo de um es&eho)

    Ohou &ara ouro -idro e -iu em sonhos Jacob, com a

    escada 1ue che'a-a a9 o c9u e &ea 1ua subiam e

    desciam mutd;es de anos, 1ue a'ia-am suas 'randes

    e brancas asas) 6 udo o 1ue aconecera nese

    mundo -i-ia e se mo-ia nos -idros das aneas) Somene

    o 0em&o eria &odido &inar 1uadros o mara-ihosos)

    A ada sorriu e e-ou o &r:nci&e a uma es&aosa saa

    de eo ao, em cuas &aredes a&areciam indos rosos

    rans&arenes)

    6ram os mih;es de bem+a-enurados, 1ue sorriam e

    cana-am e suas can;es se %undiam em uma mara-ihosa

    meodia)

    !

    Os rosos 1ue esa-am mais ao eram o &e1uenos,

    1ue o &9 de uma mesa &arecia maior e ha-ia a'uns

    1ue tnham o amanho de uma &ona de a7nee) o

    cenro da saa ha-ia um r-ore muio 'rande, com

    indos ramos &endenes, dos 1uais ca:am mas de

    ouro, &arecidas com aranas)

    6ra a Vr-ore da Ci=ncia, cuo %ruo Ado e 6-a ha-iam

    comido) De cada uma de suas %ohas ca:a uma 'oa

    brihane de or-aho, como se %osse uma 'rima)

    + A'ora -amos em busca do boe disse a ada) + 0eremos

    um &ouco de %rescor sobre as 'uas) # boe baana,

    mas no sai nunca do mesmo u'ar e odos os

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    &a:ses do mundo &assara diane nossos ohos)

    6ra um es&ecuo curioso -er como a cosa se mo-ia)

    A&areceram os maesosos A&es coroados de ne-e,

    en-oos em nu-ens e -estdos de &inheiros)

    A comea de chi%re ressoa-a risemene enre as r-ores

    e o &asor cana-a com -o. sua-e nos -aes)

    /o'o umas 7'ueiras de Uen'aa deiaram cair seus

    ramos sobre o boe en1uano 1ue na 'ua nada-am

    cisnes ne'ros e nas mar'ens a&areciam os mais esranhos

    animais) A1uea era a o-a Hoanda, a 1uina

    &are do mundo, 1ue &assa-a ra&idamene &or ees,

    mosrando as suas monanhas a.uis)

    Ou-iram os canos dos sacerdoes &a'os e -ieram as

    danas dos se-a'ens ao som dos ambores e das

    2#

    @auas %eias de ossos) As &irmides do 6'io, 1ue

    che'a-am a9 as nu-ens, as es7n'es 1uase enerradas

    na areia, che'a-am a9 ees) A&areceu a Aurora

    Uorea, 1ue res&andecia sobre os &icos 'eados do

    ore) 6ram uns %o'os art7ciais ines1uec:-eis) # &r:nci&e

    esa-a muio %ei. e -iu cem -e.es mais coisas do

    1ue as 1ue indicamos)

    + Poderei 7car a1ui &ara sem&re + &er'unou)

    + Isso de&ende somene de -oc= + res&ondeu a ada)

    + Se, ao conrrio de Ado, -oc= no se deiar enar

    &eo %ruo &roibido, &oder 7car &ara sem&re)

    + Promeo no ocar nas mas da Vr-ore da Ci=ncia +

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    re&icou o &r:nci&e) + A1ui eisem mihares de %ruas

    enadoras)

    + 6&erimene e, se no %or basane %ore, -oe com

    o eno do Oriene 1ue he roue) 6e -ai embora e

    no -oar seno da1ui a cem anos)

    ese &acio o em&o &assar com ana ra&ide.,

    como se cem anos %ossem cem horas, mas assim

    mesmo 9 muio &ara a enao e o &ecado) 0odas as

    noies, 1uando nos se&ararmos, eu o con-idarei a

    se'uir+me)

    Mas -oc= no de-er %a.=+o) 6 no se a&roime de

    mim, &or1ue a cada &asso 1ue der, aumenar o deseo

    de se'uir+me)

    oc= che'ar saa em 1ue se er'ue a Ar-ore da

    2!

    Ci=ncia, &ois eu durmo embaio de seus ramos &er%umados)

    Se -oc= se incinar &ara mim eu sorrirei e se

    me der um beio, odo o Para:so se %undir com a 0erra

    e esaria &erdido &ara -oc=)

    Os mais %ores -enos do desero so&raro sobre -oc=

    e a chu-a %ria umedecer seu cor&o) 6 da: &or diane,

    -oc= no sentr mais do 1ue rise.a e so%rimeno)

    + Deseo 7carG + re&icou o &r:nci&e)

    # eno do Oriene deu+he um beio na boca e disseE

    com -oc= e o so se esconder, -er como o con-idarei

    a se'uir+me) Mas no o %aa) Isso se re&etr odas as

    noies, durane cem anos)

  • 7/22/2019 O Jardim do Paraso - Hans Christian Andersen

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    6, de cada -e. 1ue -oc= resistr aos meus chamados,

    7car mais %ore, a9 1ue, &or 7m, no &ensar mais

    na &ossibiidade de se'uir+me) 6sa noie ser a &rimeira)

    o se es1uea de meu a-iso)

    A ada e-ou+o a uma es&aosa saa rodeada de :rios

    brancos, cuos &istos amare+

    + Sea %ore e assim &oderemos -er+nos da1ui a cem

    anos) AdeusG AdeusG

    Acabando de %aar, o eno Oriene abriu suas 'randes

    asas, 1ue briha-am como se %ossem 'i'anescas

    &a&ouas no ao da serra)

    + AdeusG AdeusG + murmuraram as @ores)

    As ce'onhas e os &eicanos -oa-am em 7a, como +

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    'uinadas ondeanes, a9 o 7m do Jardim)

    + A'ora -amos iniciar nosso baie disse a ada) Ao

    erminar, 1uando eu dan+os eram har&as de ouro,

    1ue oca-am harmoniosamene) ormosas don.eas,

    esbeas e @e:-eis, 1ue -estam raes mara-ihosos

    de seda, recamados de brihanes e &edras &reciosas,

    e 1ue desi.a-am danando de um ado &ara o ouro

    canando as ae'rias da -ida, &ara eas eerna, di.iam

    1ue a Jardim do Para:so @oresceria durane oda a

    eernidade, &eos s9cuos dos s9cuos)

    # so se &Qs e o c9u 7cou dourado de u., o 1ue deu

    aos :rios o as&eco de rosas) # &r:nci&e bebeu o co&o

    de -inho es&umane 1ue he o%ereciam as o-ens)

  • 7/22/2019 O Jardim do Paraso - Hans Christian Andersen

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    Senta uma ae'ria enorme e desconhecida a9 eno8

    -iu 1ue um n'uo da saa se abria &ara mosrar a

    r-ore da Ci=ncia, en-oa num es&endor 1ue o ce'a-a)

    A m*sica 1ue -inha da Vr-ore era sua-e e encanadora)

    6no a ada %e.+he um sina con-idando+o a a&roimar+

    se e com -o. muio doce ecamouE

    + enha comi'o)

    # &r:nci&e correu &ara ea, es1uecendo+se de sua &romessa

    e de udo mais, ao -er o sorriso da1uea esranha

    muher)

    # ar 7cou mais &er%umado, as har&as soaram mais

    docemene, e os mih;es de cabeas sorridenes di.iamE

    TX &reciso conhecer udo) # homem 9 o dono da

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    erraT)

    Da r-ore no ca:am mais 'oas de san'ue, mas ea

    &arecia esar oda esreada)

    + enha comi'oG enha comi'oG di.ia a ada com -o.

    r=mua)

    6, medida 1ue o &r:nci&e se a&roima-a, o ar o

    en-o-ia com se 1uisesse a%as+o da ada) Mas o

    o-em disse de si &ara siE

    + Irei + disse, + no h &ecado se 1uero -=+a adormecida

    e no &erderei nada se deiar de bei+a) Isso

    no %arei) 0enho %ora de -onade)

    esse meio em&o, a ada se ocuara enre os ramos

    da r-ore)

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    + Ainda no &e1uei + &ensou o &r:nci&e) + 6 no &ecarei)

    o enano, ao di.er isso, se&arou os ramos) Ai esa-a

    adormecida a ada e o %ormosa, como somene

    ea &oderia ser) 6m seu sono sorria e ao incinar+se o

    &r:nci&e obser-ou 1ue as 'rimas assoma-am aos

    seus ohos %echados)

    + Chorar &or mim + &er'unou+se ee) + o &recisa

    chorar, %ormosa don.ea) Seu &rano me enrisece e

    eu 1uisera 1ue a ae'ria e o sorriso a&arecessem em

    seus bios) >uisera 1ue a %eicidade a acom&anhasse

    ernamene) Sent+me dono da %ora dos anos e &or

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    minhas -eias &arece correr um san'ue imora)

    Ou-iu+se eno um esrondo semehane ao ro-o,

    mas muio mais %ore e ameaador e udo ao redor do

    &r:nci&e caiu e desa&areceu) A %ormosa ada desa&areceu

    sob a erra, unamene com odo o Para:so e o

    &r:nci&e sentu em seus membros um %rio de more)

    echou os ohos e 7cou esendido ao soo, como moro)

    ma chu-a %ore caiu sobre sua cabea e o -eno so&rou

    em seu roso) inamene recobrou a mem?ria)

    + >ue %oi 1ue 7., &obre de mim Pe1uei como Ado e

    meu &ecado %oi o 'rande, 1ue o Para:so a%undou na

    0erra)

    Abriu os ohos e ainda &Qde -er uma esrea 1ue briha-a

    inensamene, mas no era o Para:so, mas a

    esrea mautna no 7rmameno) 6 ao e-anar+se

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    enconrou+se no bos1ue, na enrada da ca-erna dos

    enos) A me dos enos esa-a senada ao seu

    ado) Parecia muio aborrecida)

    + 6no -oc= &ecou o'o na &rimeira noie + &er'unou)

    + Uem 1ue eu &ensa-a) 6 se %osse meu 7ho,

    a'ora mesmo o meeria no saco)

    + /o'o ir &ara G + ecamou a More, 1ue era um

    ancio -i'oroso, doado de asas ne'ras e 1ue em&unha-a

    uma %oice) + Ser coocado num aa*de, s? 1ue

    no 9 a'ora) ou dei+o em iberdade &or uns em&os,

    &ara 1ue ande um &ouco &or a:, &ara 1ue e&ie os

    2$

    seus &ecados e se corria) irei busc+o a'um dia)

    irei cooc+o num aa*de ne'ro e o e-arei -oando

    &ara o c9u)

    Ai amb9m @oresce o Jardim do Para:so e se ee se

    com&orar bem como es&ero, &oder enrar nee) 0oda-ia,

    se seus &ensamenos %orem maus e se seu

    corao no se im&ar dos &ecados, ee a%undar mais

    &ro%undamene do 1ue o &r?&rio Para:so)

    6 eu, somene uma -e. cada mi anos, irei -er se ee

    er de a%undar mais ou se &oder subir a9 as esreas

    1ue a-isamos da1ui)

    IM