o jardim do paraíso - hans christian andersen
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7/22/2019 O Jardim do Paraso - Hans Christian Andersen
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O JARDIM DO PARASO
Hans Christan Andersen
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Conos de Hans Christan Andersen
Hans Christan Andersen nasceu em Odensae, em 2 de
abri de !"#$, e %aeceu em Con&enha'ue em !"($) Auor
de in*meros conos in%ano+u-enis, radu.ido &or odo o
mundo) Considerado &or muios com o &ai da /ieraura
In%ano+Ju-eni) 0emos a1ui uma seeo de seus mehores
conos)
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O JARDIM DO PARA5SO
6RA uma -e. o 7ho de um rei8 e nin'u9m nunca e-e
i-ros o indos como ee e-e) Podia er a res&eio de
odas as coisas 1ue aconeciam nese mundo e -er
udo isso re&resenado nas mais beas esam&as)
0inha meios de in%ormar+se, &eos i-ros, de odos os
&a:ses e na;es da erra8 mas 1uano ao u'ar em 1ue
se enconra-a o Jardim do Para:so, no he %oi &oss:-e
enconrar a menor indicao) 6 era usamene
nisso 1ue ee &ensa-a com maior %re1uando era &e1ueno e se dis&unha a iniciar a -ida
escoar, sua a-? he dissera 1ue cada uma das @ores
do Jardim do Para:so era uma deiciosa ora e 1ue
seus &istos esa-am cheios de -inho)
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-e.es brincam de 1uaro canos com as nu-ens, com
es aconecendo a'ora + acrescenou, a&onando &ara
o c9u)
# eno Oese a&areceu como um homem rude dos
bos1ues e usa-a um 'orro acochoado &ara no machucar+
se) 6m&unha-a um baso de acau, corado
nos bos1ues americanos)
+ De onde -em -oc= + &er'unou sua me)
+ Da soido dos bos1ues + res&ondeu + de onde as
&anas re&adeiras e es&inhenas consr?em uma -aa
enre as r-ores8 onde as cobras a1utcas -i-em na
erra )mida e os seres humanos &arecem ser su&9r@uos)
+ >ue %oi %a.er ai
+ Conem&ei um rio &oderoso e -i 1ue se arroa-a
conra as rochas, con-erta+se em &oeira, a 1ua, o'o
1ue subia &ara o c9u, %orma-a um arco+:ris) i o b*%ao
se-a'em nadar &eo rio, mas a correne o e-ou e o
&ao se-a'em -oar &eos ares)
Bosei muio disso e desencadeei uma em&esade
o 'rande, 1ue a9 as r-ores mienrias t-eram de
na-e'ar e a 'ua as re-o-ia de um ado &ara ouro,
"
como se %ossem sim&es -areas)
+ 6 no %e. mais nada
+ Dei um &uo a Sa-ana, acariciando os ca-aos se-a'ens
e %a.endo uns cocLs ca:rem das &ameiras+ Oh,
sim, eu &oderia conar muias es?riasG Mas 9 &reciso
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ser discreo) o 9, minha -eha
/o'o deu em sua me um beio o 1uene e -ioeno,
1ue ea 1uase caiu de cosas) Reamene, o eno
Oese era um ra&a. rude)
A&areceu eno o eno Su, en-o-ido numa ca&a e
cobero &or um urbane)
+ A1ui h caor su7ciene &ara assar um urso &oar +
ecamou o eno ore)
+ oc= sim, 1ue 9 um urso &oar ecamou o eno Su)
+ >uer 1ue o mea no saco + &er'unou a -eha) +
Sene+se nessa &edra e cone+nos &or onde andou)
+ a N%rica, mame + res&ondeu cacei e;es) >ue er-a
h na1ueas &an:ciesG # cho &ossui o om -erde das
a.eionas) Os 'uinus dana-am &or ai e os a-esru.es
1ueriam 'anhar+me na corrida, mas eu sou mais
r&ido) ui ao desero de areias amareas) A1uio se
&arece com o %undo do mar)
6nconrei uma cara-ana) Os homens maa-am seu
*tmo cameo &ara ober 'ua &ara beber) Como -oc=s
sabem, no desero, 1uando a 'ua se acaba, maam
os cameos &ara beber a 'ua 1ue ees arma.enam no
esQma'o)
# so 1ueima-a e a areia ardia) 6m 1ua1uer direo
no se a-isa-a mais do 1ue as areias do desero)
6no eu me met enre as areias -oanes e e-anei+as
a 'randes auras)))
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A: hou-e um es&=ndido baie) oc=s de-eriam -er
como os cameos esa-am ca:dos e como os mercadores
cobriam as cabeas com seus cas + 6 se incina-am
&erane mim, como se eu %osse o &r?&rio A,
seu Deus)
A'ora eso odos enerrados sob uma &irmide de
areia) >uando, da1ui a a'uns dias eu a dis&ersar
so&rando, o so carear seus ossos e assim os -iaanes
-ero seus resos, &ois se %osse de oura %orma,
nin'u9m acrediaria no &eri'os do desero )
+ >uer di.er 1ue -oc= s? %e. madadesG disse a me)
+ Para o sacoG
6, anes mesmo 1ue ee se desse cona, esa-a
denro do saco) # eno Su comeou a roar &eo soo,
mas a me se senou sobre o saco, imobii.ando+o)
+ Peo 1ue -eo, seus 7hos so muio urbuenos +
obser-ou o &r:nci&e)
+ Sim, mas a&esar de udo, eu os domino muio bem
+ re&icou a -eha) + A: -em che'ando o 1uaro)
!#
6ra o eno do Oriene, 1ue -inha -estdo moda
chinesa)
+ 6s -indo da China + &er'unou a me) + Pois eu
&ensei 1ue est-esse no Jardim do Para:so)
+ Amanh irei a9 + res&ondeu o eno do Oriene)
+ Amanh, &recisamene, com&earo os cem anos
da minha *tma -isia) Acabo de -oar da China, onde
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dancei em -oa de uma orre de &orceana, a9 ocarem
odas as cam&ainhas 1ue a adornam)
Os o7ciais %oram aoiados em &ena rua8 as cabanas
de bambu e-ana-am e desciam sobre suas cosas e
denre ees ha-ia desde a &rimeira a9 a utma cae'oria)
6 'ria-amE TMuio obri'ado, &ai bem %eioT no 1ue se
-ia 1ue no eram sinceros) 6n1uano isso, eu contnua-a
a'iando as cam&ainhas e canandoE T0sin', san',
suT)
+ oc= se di-ere muio com isso + disse+he a -eha)
Ae'ro+me de 1ue amanh -oc= - ao Jardim do Para:so,
&or1ue isso sem&re eerce um e%eio ben97co
sobre a sua condua) o se es1uea de beber abundanemene
da %one da sabedoria e de ra.er+me
uma -asiha cheia dessa 'ua)
+ Assim o %arei + re&icou o eno do Oriene + conano
!!
1ue deie o eno Su sair do saco) 0ire+o de ) Preciso
1ue me %ae sobre a a-e =ni)
A &rincesa sem&re &ede no:cias dea, 1uando -ou
-isi+a em cada cem anos) Abra o saco) 6no -oc=
ser a minha boa mame e eu he darei o ch 1ue
enche meus bosos e 1ue es o -erde e %resco como
1uando o cohi)
+ Uem, &or causa do ch e amb9m &or1ue -oc= 9 o
meu &re%erido, -ou abrir o saco)
Assim o %e. e o eno Su saiu, esando muio en-er'onhado
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&or1ue o &r:nci&e desconhecido %ora esemunha
da correo im&osa &or sua me)
+ A1ui em -oc= uma %oha de &ameira &ara a sua
&rincesa + disse o eno Su) + # -eho =ni, o *nico
1ue eise no mundo, deu+me &ara ea)
Com a &ona do bico escre-eu ai oda a sua es?ria
durane cem anos de sua -ida e a &rincesa &oder =+a
&or si mesma) i como a =niE boou %o'o no seu
&r?&rio ninho e en1uano ese 1ueima-a, senou+se
denro dee, como o %a.em as -i*-as dos hindus)
As ramas secas esaaram ao caor das chamas e o
u'ar se encheu de um odor) Por 7m, o &r?&rio =ni
%oi &resa das chamas e em bre-e 7cou redu.ido a
cin.as, mas no cenro do mone de brasas a&areceu
um o-o brihane) Da: a &ouco esaou com 'rande
ru:do e o o-em =ni saiu -oando) A'ora reina sobre
odas as a-es e o *nico =ni 1ue eise no mundo)
!2
6scre-eu na &ama 1ue he enre'uei e en-ia suas
sauda;es &rincesa)
+ amos comer a'o + disse a me dos -enos)
6 odos se senaram e comeram carne de -eado) #
&r:nci&e ocu&ou um u'ar ao ado do eno do Oriene
e 'raas a isso os dois 7caram muio ami'os)
+ Pode di.er+me + ro'ou o &r:nci&e 1uem 9 essa &rincesa
e onde 7ca o Jardim do Para:so
+ Se -oc= 1uiser ir a9 + res&ondeu o eno do
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Oriene + ser &reciso 1ue amanh me acom&anhe em
meu -Qo) Mas de-o a-is+o de 1ue nenhum ser humano
ai ese-e desde os em&os de Ado) Su&onho 1ue,
&eo 1ue cona a U:bia, de-e esar ineirado do 1ue
he aconeceu)
+ auramene + res&ondeu o &r:nci&e)
+ >uando Ado e 6-a %oram e&usos, o Jardim do
6den %undiu+se com a erra, mas conser-ou seu cido
so, seu ar embasamado e odas as suas bee.as) Ai
-i-e a rainha das %adas)
A Iha da eicidade, onde a More nunca enra e onde
a -ida 9 uma de:cia, se enconra no Para:so) Amanh
-oc= subir nas minhas cosas e eu o e-arei comi'o)
Parece+me 1ue &oderei e-+o, &er%eiamene) 6 a'ora
-amos &arar de con-ersar, &or1ue &reciso dormir)
>uando o &r:nci&e des&erou ainda era muio cedo,
!3
mas no se sur&reendeu ao -er 1ue se acha-a enre
as nu-ens, a 'rande aura) 6sa-a senado nas cosas
do eno do Oriene, o 1ua o rans&ora-a com o
maior cuidado8 e -oa-am o ao, 1ue os bos1ues, os
cam&os, os rios e os a'os &areciam %a.er &are de um
imenso ma&a coorido)
+ Uom dia + disse o eno Oriene)
Ainda &ode dormir um &ouco mais, &ois no h nada
&ara -er nese &a:s &ano) -oamos, a no ser 1ue -oc=
desee conar as i'reas) Parecem montnhos de 'esso
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num abueiro -erde)
+ Sino muio no er &odido des&edir+me de sua me
e de seus irmos + disse o &r:nci&e)
+ >uando uma &essoa es dormindo, es dis&ensada
+ res&ondeu o eno Oriene)
6 contnuaram a -oar, cada -e. em maior -eocidade)
Poderia ser assinaado o curso 1ue se'uiam &ea a'iao
da %oha'em das r-ores, 1uando &assa-am em
cima de a'um bos1ue8 e 1uando cru.a-am &or um
a'o ou um mar, e-ana-am+se as ondas e os barcos
se a 'ria-am nas 'uas, como se %ossem cisnes @uuanes)
6sa-a anoiecendo e o es&ecuo era deicioso, com
os &o-oados cheios de u.inhas 1ue se acendiam &or
odos os ados, semehana das chamas 1ue cru.am
um &a&e meio consumido &eo %o'o)
!4
6 o &r:nci&e se di-erta baendo &amas de ae'ria,
mas o eno do Oriene he disse 1ue era mehor se'urar+
se com odas as %oras, &ois, se no o 7.esse,
&oderia cair e 7car &endurado em a'um cam&anrio
de uma i'rea)
A 'uia -oa-a ra&idamene &or cima do bos1ue, mas
o eno do Oriene -oa-a com maior -eocidade ainda)
Os cossacos, em seus ca-ainhos, corriam a 'ao&e
&eas ese&es, mas o &r:nci&e, monado nas cosas
do eno do Oriene e-a-a -ana'em em sua corrida)
+ A'ora -oc= &ode -er os mones do Himaaia + disse
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o eno Oriene+ + So as monanhas mais aas da
Vsia)
/o'o che'aremos ao Jardim do Para:so)
# eno Oriene deu uma -oa mais &ara o Su e o'o
o ar 7cou saurado do aroma de odas as @ores) As
7'ueiras cresciam &or odos os ados e as 'randes
-inhas si-esres esa-am coberas de %ruos)
# eno Oriene desceu mais ainda e acabaram &or
esender ao serem a'iadas &eo -eno, &areciam
saud+o com suas cabecinhas, como se 1uisessem
di.er+heE TUem+-indoT)
+ J esamos no Jardim do Para:so &er'unou o &r:nci&e)
+ De %orma a'uma + res&ondeu o eno do Oriene) +
!$
Mas che'aremos o'o) 6s -endo essa muraha rochosa
e a 'rande ca-erna, cua enrada es 1uase
obsru:da &eas &anas si-esres, 1ue %ormam 1uase
uma cortna 0emos 1ue &assar &or ai)
6n-o-a+se em sua ca&a, &or1ue o so 1ueima muio
a1ui, embora 1uando t-ermos enrado na ca-erna,
%aa um %rio eraordinrio) A a-e 1ue -oa e &assa
&ea enrada da ca-erna em uma asa e&osa ao so
e sene a oura 'eada como se est-esse no mais
ri'oroso in-erno)
+ 6no esse 9 o caminho do Jardim do Para:so +
&er'unou o &r:nci&e)
6nraram o'o na ca-erna e, reamene, %a.ia um %rio
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6n'uias roias, 1ue des&rendiam chis&as a.uis de
cada uma das cur-as de seu cor&o, brinca-am na 'ua8
e as ra:.es -ermehas dos :rios a1utcos esa-am
tnas com odas as cores do arco+:ris, en1uano 1ue
a @or &arecia uma chama aaranada e aimenada
&ea 'ua, da mesma %orma 1ue uma am&arina 9
aimenada &eo a.eie)
ma bea &one de mrmore, deicada e habimene
escu&ida, como se %osse com&osa de conas de crisa,
ara-essa-a o rio e e-a-a a9 a Iha da eicidade,
onde @orescia o Jardim do Para:so)
# eno do Oriene omou o &r:nci&e em seus braos e
&assou) As @ores e as %ohas cana-am as ant'as
can;es de sua in%Wncia, mas com -o.es mais mara-ihosas
e beas do 1ue as humanas)
!(
# &r:nci&e nunca -ira o indas &ameiras e &anas
mais -iosas do 1ue a1ueas) As re&adeiras %orma-am
'rinadas e desenhos esranhos, de maneira 1ue
ai ha-ia uma combinao mara-ihosa de @ores, &ssaros
e deicados ons de -erde das %oha'ens)
A &ouca disWncia &odia+se -er uma -erdadeira re-oada
de &a-;es reais, 1ue tnham suas caudas aberas,
&or9m, 1uando o &r:nci&e se a&roimou, consaou
mara-ihado 1ue no eram a-es, mas sim &anas)
6nre a rama'em saa-am e;es e t'res, mas no
eram animais %ero.es como na erra, mas sim muio
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mansos)
As &ombas, brihanes como &9roas, a'ia-am a uba
dos e;es com suas asas e os an:o&es, na erra o
es1ui-os e &ronos &ara %u'irem, conem&a-am o
es&ecuo como se 1uisessem omar &are no brin1uedo)
6no a ada do Jardim se a&roimou dos -isianes8
suas -eses briha-am como o so e a e&resso de
seu roso era semehane ao da me 1ue conem&a
seu 7ho sats%eia)
6ra o-em e muio %ormosa e caminha-a rodeada de
um 'ru&o de beas moas, cada uma das 1uais e-a-a
uma esrea brihane na esa)
>uando o eno do Oriene he enre'ou a %oha de
&ameira em 1ue a A-e =ni escre-era a sua es?ria,
!"
seus beos ohos se iuminaram de &ra.er) Se'urou o
&r:nci&e &ea mo e e-ou a9 o seu &acio, cuas
&aredes eram da cor das ui&as iuminadas &eo so)
# eo era %ormado &or uma @or enorme e 1uano mais
se oha-a &ara ea, maior &arecia ser seu cice) #
&r:nci&e se a&roimou da anea e ohando &eo -idro
-iu a Vr-ore da Ci=ncia, com a Ser&ene e amb9m
&Lde -er Ado e 6-a 1ue esa-am em &9 ao seu ado)
+ o %oram e&usos + &er'unou)
A ada sorriu e e&icou 1ue o 0em&o 'ra-ara um 1uadro
em cada um dos -idros da anea, mas no com
nos 1uadros 1ue se -=em &eo mundo, &ois em odos
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ees ha-ia mo-imeno e o as&eco de -ida, como se
%ossem o re@eo de um es&eho)
Ohou &ara ouro -idro e -iu em sonhos Jacob, com a
escada 1ue che'a-a a9 o c9u e &ea 1ua subiam e
desciam mutd;es de anos, 1ue a'ia-am suas 'randes
e brancas asas) 6 udo o 1ue aconecera nese
mundo -i-ia e se mo-ia nos -idros das aneas) Somene
o 0em&o eria &odido &inar 1uadros o mara-ihosos)
A ada sorriu e e-ou o &r:nci&e a uma es&aosa saa
de eo ao, em cuas &aredes a&areciam indos rosos
rans&arenes)
6ram os mih;es de bem+a-enurados, 1ue sorriam e
cana-am e suas can;es se %undiam em uma mara-ihosa
meodia)
!
Os rosos 1ue esa-am mais ao eram o &e1uenos,
1ue o &9 de uma mesa &arecia maior e ha-ia a'uns
1ue tnham o amanho de uma &ona de a7nee) o
cenro da saa ha-ia um r-ore muio 'rande, com
indos ramos &endenes, dos 1uais ca:am mas de
ouro, &arecidas com aranas)
6ra a Vr-ore da Ci=ncia, cuo %ruo Ado e 6-a ha-iam
comido) De cada uma de suas %ohas ca:a uma 'oa
brihane de or-aho, como se %osse uma 'rima)
+ A'ora -amos em busca do boe disse a ada) + 0eremos
um &ouco de %rescor sobre as 'uas) # boe baana,
mas no sai nunca do mesmo u'ar e odos os
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&a:ses do mundo &assara diane nossos ohos)
6ra um es&ecuo curioso -er como a cosa se mo-ia)
A&areceram os maesosos A&es coroados de ne-e,
en-oos em nu-ens e -estdos de &inheiros)
A comea de chi%re ressoa-a risemene enre as r-ores
e o &asor cana-a com -o. sua-e nos -aes)
/o'o umas 7'ueiras de Uen'aa deiaram cair seus
ramos sobre o boe en1uano 1ue na 'ua nada-am
cisnes ne'ros e nas mar'ens a&areciam os mais esranhos
animais) A1uea era a o-a Hoanda, a 1uina
&are do mundo, 1ue &assa-a ra&idamene &or ees,
mosrando as suas monanhas a.uis)
Ou-iram os canos dos sacerdoes &a'os e -ieram as
danas dos se-a'ens ao som dos ambores e das
2#
@auas %eias de ossos) As &irmides do 6'io, 1ue
che'a-am a9 as nu-ens, as es7n'es 1uase enerradas
na areia, che'a-am a9 ees) A&areceu a Aurora
Uorea, 1ue res&andecia sobre os &icos 'eados do
ore) 6ram uns %o'os art7ciais ines1uec:-eis) # &r:nci&e
esa-a muio %ei. e -iu cem -e.es mais coisas do
1ue as 1ue indicamos)
+ Poderei 7car a1ui &ara sem&re + &er'unou)
+ Isso de&ende somene de -oc= + res&ondeu a ada)
+ Se, ao conrrio de Ado, -oc= no se deiar enar
&eo %ruo &roibido, &oder 7car &ara sem&re)
+ Promeo no ocar nas mas da Vr-ore da Ci=ncia +
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re&icou o &r:nci&e) + A1ui eisem mihares de %ruas
enadoras)
+ 6&erimene e, se no %or basane %ore, -oe com
o eno do Oriene 1ue he roue) 6e -ai embora e
no -oar seno da1ui a cem anos)
ese &acio o em&o &assar com ana ra&ide.,
como se cem anos %ossem cem horas, mas assim
mesmo 9 muio &ara a enao e o &ecado) 0odas as
noies, 1uando nos se&ararmos, eu o con-idarei a
se'uir+me)
Mas -oc= no de-er %a.=+o) 6 no se a&roime de
mim, &or1ue a cada &asso 1ue der, aumenar o deseo
de se'uir+me)
oc= che'ar saa em 1ue se er'ue a Ar-ore da
2!
Ci=ncia, &ois eu durmo embaio de seus ramos &er%umados)
Se -oc= se incinar &ara mim eu sorrirei e se
me der um beio, odo o Para:so se %undir com a 0erra
e esaria &erdido &ara -oc=)
Os mais %ores -enos do desero so&raro sobre -oc=
e a chu-a %ria umedecer seu cor&o) 6 da: &or diane,
-oc= no sentr mais do 1ue rise.a e so%rimeno)
+ Deseo 7carG + re&icou o &r:nci&e)
# eno do Oriene deu+he um beio na boca e disseE
com -oc= e o so se esconder, -er como o con-idarei
a se'uir+me) Mas no o %aa) Isso se re&etr odas as
noies, durane cem anos)
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6, de cada -e. 1ue -oc= resistr aos meus chamados,
7car mais %ore, a9 1ue, &or 7m, no &ensar mais
na &ossibiidade de se'uir+me) 6sa noie ser a &rimeira)
o se es1uea de meu a-iso)
A ada e-ou+o a uma es&aosa saa rodeada de :rios
brancos, cuos &istos amare+
+ Sea %ore e assim &oderemos -er+nos da1ui a cem
anos) AdeusG AdeusG
Acabando de %aar, o eno Oriene abriu suas 'randes
asas, 1ue briha-am como se %ossem 'i'anescas
&a&ouas no ao da serra)
+ AdeusG AdeusG + murmuraram as @ores)
As ce'onhas e os &eicanos -oa-am em 7a, como +
22
'uinadas ondeanes, a9 o 7m do Jardim)
+ A'ora -amos iniciar nosso baie disse a ada) Ao
erminar, 1uando eu dan+os eram har&as de ouro,
1ue oca-am harmoniosamene) ormosas don.eas,
esbeas e @e:-eis, 1ue -estam raes mara-ihosos
de seda, recamados de brihanes e &edras &reciosas,
e 1ue desi.a-am danando de um ado &ara o ouro
canando as ae'rias da -ida, &ara eas eerna, di.iam
1ue a Jardim do Para:so @oresceria durane oda a
eernidade, &eos s9cuos dos s9cuos)
# so se &Qs e o c9u 7cou dourado de u., o 1ue deu
aos :rios o as&eco de rosas) # &r:nci&e bebeu o co&o
de -inho es&umane 1ue he o%ereciam as o-ens)
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Senta uma ae'ria enorme e desconhecida a9 eno8
-iu 1ue um n'uo da saa se abria &ara mosrar a
r-ore da Ci=ncia, en-oa num es&endor 1ue o ce'a-a)
A m*sica 1ue -inha da Vr-ore era sua-e e encanadora)
6no a ada %e.+he um sina con-idando+o a a&roimar+
se e com -o. muio doce ecamouE
+ enha comi'o)
# &r:nci&e correu &ara ea, es1uecendo+se de sua &romessa
e de udo mais, ao -er o sorriso da1uea esranha
muher)
# ar 7cou mais &er%umado, as har&as soaram mais
docemene, e os mih;es de cabeas sorridenes di.iamE
TX &reciso conhecer udo) # homem 9 o dono da
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erraT)
Da r-ore no ca:am mais 'oas de san'ue, mas ea
&arecia esar oda esreada)
+ enha comi'oG enha comi'oG di.ia a ada com -o.
r=mua)
6, medida 1ue o &r:nci&e se a&roima-a, o ar o
en-o-ia com se 1uisesse a%as+o da ada) Mas o
o-em disse de si &ara siE
+ Irei + disse, + no h &ecado se 1uero -=+a adormecida
e no &erderei nada se deiar de bei+a) Isso
no %arei) 0enho %ora de -onade)
esse meio em&o, a ada se ocuara enre os ramos
da r-ore)
-
7/22/2019 O Jardim do Paraso - Hans Christian Andersen
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+ Ainda no &e1uei + &ensou o &r:nci&e) + 6 no &ecarei)
o enano, ao di.er isso, se&arou os ramos) Ai esa-a
adormecida a ada e o %ormosa, como somene
ea &oderia ser) 6m seu sono sorria e ao incinar+se o
&r:nci&e obser-ou 1ue as 'rimas assoma-am aos
seus ohos %echados)
+ Chorar &or mim + &er'unou+se ee) + o &recisa
chorar, %ormosa don.ea) Seu &rano me enrisece e
eu 1uisera 1ue a ae'ria e o sorriso a&arecessem em
seus bios) >uisera 1ue a %eicidade a acom&anhasse
ernamene) Sent+me dono da %ora dos anos e &or
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minhas -eias &arece correr um san'ue imora)
Ou-iu+se eno um esrondo semehane ao ro-o,
mas muio mais %ore e ameaador e udo ao redor do
&r:nci&e caiu e desa&areceu) A %ormosa ada desa&areceu
sob a erra, unamene com odo o Para:so e o
&r:nci&e sentu em seus membros um %rio de more)
echou os ohos e 7cou esendido ao soo, como moro)
ma chu-a %ore caiu sobre sua cabea e o -eno so&rou
em seu roso) inamene recobrou a mem?ria)
+ >ue %oi 1ue 7., &obre de mim Pe1uei como Ado e
meu &ecado %oi o 'rande, 1ue o Para:so a%undou na
0erra)
Abriu os ohos e ainda &Qde -er uma esrea 1ue briha-a
inensamene, mas no era o Para:so, mas a
esrea mautna no 7rmameno) 6 ao e-anar+se
-
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enconrou+se no bos1ue, na enrada da ca-erna dos
enos) A me dos enos esa-a senada ao seu
ado) Parecia muio aborrecida)
+ 6no -oc= &ecou o'o na &rimeira noie + &er'unou)
+ Uem 1ue eu &ensa-a) 6 se %osse meu 7ho,
a'ora mesmo o meeria no saco)
+ /o'o ir &ara G + ecamou a More, 1ue era um
ancio -i'oroso, doado de asas ne'ras e 1ue em&unha-a
uma %oice) + Ser coocado num aa*de, s? 1ue
no 9 a'ora) ou dei+o em iberdade &or uns em&os,
&ara 1ue ande um &ouco &or a:, &ara 1ue e&ie os
2$
seus &ecados e se corria) irei busc+o a'um dia)
irei cooc+o num aa*de ne'ro e o e-arei -oando
&ara o c9u)
Ai amb9m @oresce o Jardim do Para:so e se ee se
com&orar bem como es&ero, &oder enrar nee) 0oda-ia,
se seus &ensamenos %orem maus e se seu
corao no se im&ar dos &ecados, ee a%undar mais
&ro%undamene do 1ue o &r?&rio Para:so)
6 eu, somene uma -e. cada mi anos, irei -er se ee
er de a%undar mais ou se &oder subir a9 as esreas
1ue a-isamos da1ui)
IM