o imortal - o consolador · 2010. 7. 2. · o imortal jornal de divulgaÇÃo espÍrita diretor...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 677 Julho de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Aiglon Fasolo .............................. 15 Celso Martins ............................... 10 Claudia Schmidt .......................... 10 Crônicas de Além-Mar ................ 12 De coração para coração ............... 4 Divaldo responde ......................... 10 Editorial .......................................... 2 Emmanuel ...................................... 2 Espiritismo para as crianças ........ 14 Estudando a série André Luiz ....... 5 Eugênia Pickina ........................... 15 Grandes vultos do Espiritismo ...... 7 Histórias que nos ensinam ........... 13 Jane Martins Vilela ...................... 13 Joanna de Ângelis .......................... 2 José Soares Cardoso .................... 13 José Viana Gonçalves .................. 12 Palestras, seminários e outros eventos ........................... 11 Waldenir Aparecido Cuin .............. 7 Ainda nesta edição 19ª Semana Espírita de Londrina Faz 20 anos que Barbara Ivanova esteve aqui No dia 17 de junho último, fez 20 anos que Barbara Ivanova, parapsicóloga e sensitiva russa, au- tora do livro “O Cálice Dourado”, esteve em Londrina e falou aos es- píritas da cidade. Proferida em por- tuguês fluente, a conferência cons- tituiu um momento marcante para todos os que se reuniram no Cine Teatro Ouro Verde para ouvi-la. Barbara Ivanova nasceu em Mos- cou, capital da Rússia, em 25 de mar- ço de 1917, mesmo ano em que eclodiu a Revolução bolchevique que, algum tempo depois, fundaria a União Soviética. Professora de línguas, fa- lava fluentemente seis idiomas. O jornal O Imortal em sua edi- ção de julho de 1990 publicou uma extensa reportagem sobre a presen- ça em Londrina de Barbara Ivanova, que, além da conferência, concedeu uma entrevista coletiva numa sala do Hotel Bourbon. Uma das perguntas versou sobre o tema reencarnação. Alguém lhe pergun- tou quais eram os métodos em que ela se baseava para dizer que a re- encarnação está cientificamente comprovada. Em sua resposta, dis- se ela que toda a comunidade ci- entífica sabia disso, referindo-se, certamente, aos seus colegas rus- sos. Pág. 16 Começa no dia 10 de julho o principal evento espírita do Norte do Paraná Um bate-papo com o confrade Dermeval Carinhana Jr. Em entrevista concedida ao nosso colaborador Orson Peter Carrara, o confrade Dermeval Carinhana Jr. fala sobre sua expe- riência com a Web Rádio Espírita Campinas e conta como surgiu e foi elaborado o romance Como Nasce um Centro Espírita. Dermeval nasceu em Lins (SP) e reside atualmente em Campinas. Espírita há mais de dez anos, in- tegra o Instituto de Estudos Espí- ritas Wilson Ferreira de Melo, de Campinas (SP). Pesquisador e professor da área aeroespacial, com doutorado em Química, ele fala também na entrevista sobre sua participação junto à ADE – As- sociação de Divulgadores do Es- piritismo de Campinas. A Web Rádio Espírita Campinas, criada e mantida pela ADE Campi- nas, iniciou suas atividades há três anos, no dia 1º de maio de 2007. Para ouvi-la, basta acessar seu endereço na internet, sem custo algum. O en- dereço é www.radioespirita.org.br/. Págs. 8 e 9 A opinião d´O Imortal As emissoras de televisão do Brasil têm apresentado, re- gularmente, depoimentos de artistas conclamando os brasi- leiros a darem maior importân- cia ao ato de doação dos ór- gãos de seus mortos queridos. A justificativa da campanha é óbvia e merece o apoio de to- dos nós, espíritas ou não, dada a sua inegável importância. Pág. 2 A Inter-Regional Noroeste ocorre no dia 18 Realiza-se em Paranavaí (PR) no dia 18 de julho, no campus da Unipar – Universidade Paranaense, na Rua Huberto Brüning, 360, Jar- dim Santos Dumont – Zona Leste, mais um encontro regional promo- vido pela Inter-Regional Noroeste. A Inter-Regional Noroeste en- globa quatro regiões do Estado, pertinentes às Uniões Regionais Espíritas da 7ª, 8ª, 9ª e 11ª Regi- ões, e reúne, por conseguinte, di- rigentes e trabalhadores espíritas dos municípios pertencentes às quatro regiões referidas. O encontro é uma oportunida- de valiosa de confraternização e aprimoramento dos trabalhos de- senvolvidos pelas Casas Espíritas, visto que dele participam os com- ponentes da Diretoria da Federa- ção Espírita do Paraná e também se fazem presentes os dirigentes de todos os departamentos da entida- de que coordena o Movimento Es- pírita no Estado. Pág. 11 A lição que nos vem do caso Mukhtar Mai Altamirando Car- neiro escreve sobre o caso Mukhtar Mai (foto), da pequena al- deia rural de Mirvala, ao sul da província paquistanesa de Pun- jab, cuja história de vida, além de como- vente, é um exemplo para todos nós. Depois de ter sido estuprada, o caminho que ela teria de seguir, conforme os costumes locais, seria o suicídio. Mas ela decidiu viver, para lutar por justiça e ajudar ou- tras mulheres a terem uma vida mais digna. Pág. 3 A 19ª Semana Espírita de Londrina realiza-se a partir do dia 10 de julho, sábado, às 19h45, com palestras e seminários reali- zados no auditório do Centro Es- pírita Nosso Lar, localizado na Rua Santa Catarina, 429, o qual deverá ficar inteiramente repleto, ta, que é, como o próprio nome indica, voltada para as crianças espíritas. O evento apresentará ainda mais uma Noite Cultural, em sua 6ª versão, com ativida- des artísticas diversas, inclusive teatro. As atividades da Semaninha Espírita, que se iniciam no dia 11, domingo, no período da ma- nhã, ocorrerão de segunda a sex- ta-feira no mesmo horário das palestras noturnas. No dia 17, sábado, as atividades da Semaninha se realizarão no pe- ríodo da tarde, coincidindo com o seminário que será ministrado pelo confrade Richard Simonetti. O tema geral da Semana será “Qualidade de Vida e Imortali- dade”. Pág. 6 como tem ocorrido em anos ante- riores (foto). A palestra inaugural estará a cargo do confrade Emanuel Cristiano, que abordará o tema “Trabalhadores da Casa Espírita”. Paralelamente ao evento, será realizada a 10ª Semaninha Espíri-

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  • O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

    Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 677 Julho de 2010 R$ 1,50

    “A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

    nem descansar,porque

    ninguém descansanem morre.”

    Marília Barbosa

    “Nascer,morrer,renascerainda e

    progredircontinuamente,

    tal é a lei.”Allan Kardec

    Aiglon Fasolo .............................. 15Celso Martins ............................... 10Claudia Schmidt .......................... 10Crônicas de Além-Mar ................ 12De coração para coração ............... 4Divaldo responde ......................... 10Editorial .......................................... 2Emmanuel ...................................... 2Espiritismo para as crianças ........ 14Estudando a série André Luiz ....... 5Eugênia Pickina ........................... 15Grandes vultos do Espiritismo ...... 7Histórias que nos ensinam........... 13Jane Martins Vilela ...................... 13Joanna de Ângelis .......................... 2José Soares Cardoso .................... 13José Viana Gonçalves .................. 12Palestras, semináriose outros eventos ........................... 11Waldenir Aparecido Cuin .............. 7

    Ainda nesta edição

    19ª Semana Espírita de LondrinaFaz 20 anos que BarbaraIvanova esteve aqui

    No dia 17 de junho último, fez20 anos que Barbara Ivanova,parapsicóloga e sensitiva russa, au-tora do livro “O Cálice Dourado”,esteve em Londrina e falou aos es-píritas da cidade. Proferida em por-tuguês fluente, a conferência cons-tituiu um momento marcante paratodos os que se reuniram no CineTeatro Ouro Verde para ouvi-la.

    Barbara Ivanova nasceu em Mos-cou, capital da Rússia, em 25 de mar-ço de 1917, mesmo ano em queeclodiu a Revolução bolchevique que,algum tempo depois, fundaria a UniãoSoviética. Professora de línguas, fa-lava fluentemente seis idiomas.

    O jornal O Imortal em sua edi-ção de julho de 1990 publicou umaextensa reportagem sobre a presen-ça em Londrina de BarbaraIvanova, que, além da conferência,concedeu uma entrevista coletivanuma sala do Hotel Bourbon. Umadas perguntas versou sobre o temareencarnação. Alguém lhe pergun-tou quais eram os métodos em queela se baseava para dizer que a re-encarnação está cientificamentecomprovada. Em sua resposta, dis-se ela que toda a comunidade ci-entífica sabia disso, referindo-se,certamente, aos seus colegas rus-sos. Pág. 16

    Começa no dia 10 de julho o principalevento espírita do Norte do Paraná

    Um bate-papo com o confradeDermeval Carinhana Jr.

    Em entrevista concedida aonosso colaborador Orson PeterCarrara, o confrade DermevalCarinhana Jr. fala sobre sua expe-riência com a Web Rádio EspíritaCampinas e conta como surgiu efoi elaborado o romance ComoNasce um Centro Espírita.

    Dermeval nasceu em Lins (SP)e reside atualmente em Campinas.Espírita há mais de dez anos, in-tegra o Instituto de Estudos Espí-ritas Wilson Ferreira de Melo, deCampinas (SP). Pesquisador e

    professor da área aeroespacial,com doutorado em Química, elefala também na entrevista sobresua participação junto à ADE – As-sociação de Divulgadores do Es-piritismo de Campinas.

    A Web Rádio Espírita Campinas,criada e mantida pela ADE Campi-nas, iniciou suas atividades há trêsanos, no dia 1º de maio de 2007. Paraouvi-la, basta acessar seu endereçona internet, sem custo algum. O en-dereço é www.radioespirita.org.br/.Págs. 8 e 9

    A opinião d´O ImortalAs emissoras de televisão

    do Brasil têm apresentado, re-gularmente, depoimentos deartistas conclamando os brasi-

    leiros a darem maior importân-cia ao ato de doação dos ór-gãos de seus mortos queridos.A justificativa da campanha é

    óbvia e merece o apoio de to-dos nós, espíritas ou não, dadaa sua inegável importância.Pág. 2

    A Inter-Regional Noroesteocorre no dia 18

    Realiza-se em Paranavaí (PR)no dia 18 de julho, no campus daUnipar – Universidade Paranaense,na Rua Huberto Brüning, 360, Jar-dim Santos Dumont – Zona Leste,mais um encontro regional promo-vido pela Inter-Regional Noroeste.

    A Inter-Regional Noroeste en-globa quatro regiões do Estado,pertinentes às Uniões RegionaisEspíritas da 7ª, 8ª, 9ª e 11ª Regi-ões, e reúne, por conseguinte, di-rigentes e trabalhadores espíritas

    dos municípios pertencentes àsquatro regiões referidas.

    O encontro é uma oportunida-de valiosa de confraternização eaprimoramento dos trabalhos de-senvolvidos pelas Casas Espíritas,visto que dele participam os com-ponentes da Diretoria da Federa-ção Espírita do Paraná e tambémse fazem presentes os dirigentes detodos os departamentos da entida-de que coordena o Movimento Es-pírita no Estado. Pág. 11

    A lição que nos vem docaso Mukhtar Mai

    Altamirando Car-neiro escreve sobre ocaso Mukhtar Mai(foto), da pequena al-deia rural de Mirvala,ao sul da provínciapaquistanesa de Pun-jab, cuja história devida, além de como-vente, é um exemplopara todos nós. Depoisde ter sido estuprada, ocaminho que ela teria de seguir, conforme os costumes locais, seriao suicídio. Mas ela decidiu viver, para lutar por justiça e ajudar ou-tras mulheres a terem uma vida mais digna. Pág. 3

    A 19ª Semana Espírita deLondrina realiza-se a partir do dia10 de julho, sábado, às 19h45,com palestras e seminários reali-zados no auditório do Centro Es-pírita Nosso Lar, localizado naRua Santa Catarina, 429, o qualdeverá ficar inteiramente repleto,

    ta, que é, como o próprio nomeindica, voltada para as criançasespíritas. O evento apresentaráainda mais uma Noite Cultural,em sua 6ª versão, com ativida-des artísticas diversas, inclusiveteatro.

    As atividades da SemaninhaEspírita, que se iniciam no dia11, domingo, no período da ma-nhã, ocorrerão de segunda a sex-ta-feira no mesmo horário daspalestras noturnas. No dia 17,sábado, as atividades daSemaninha se realizarão no pe-ríodo da tarde, coincidindo como seminário que será ministradopelo confrade RichardSimonetti.

    O tema geral da Semana será“Qualidade de Vida e Imortali-dade”. Pág. 6

    como tem ocorrido em anos ante-riores (foto).

    A palestra inaugural estará acargo do confrade EmanuelCristiano, que abordará o tema“Trabalhadores da Casa Espírita”.

    Paralelamente ao evento, serárealizada a 10ª Semaninha Espíri-

  • O IMORTALPÁGINA 2 JULHO/2010

    EditorialEMMANUEL

    Quase todos os dias as emis-soras de televisão têm apresen-tado no Brasil, com a necessáriaênfase, depoimentos de artistasconclamando os brasileiros a da-rem maior importância ao ato dedoação dos órgãos de seus mor-tos queridos.

    A justificativa da campanhaé óbvia, porque, como tem sidodivulgado, contam-se aos milha-res os que aguardam na fila deespera a oportunidade de receberum transplante, algo que não cus-ta nada à pessoa que deixa esteplano em seu retorno à vida es-piritual.

    Já nos referimos em ocasiãooportuna, neste jornal, à respos-ta que Chico Xavier deu certa veza alguém que lhe perguntou seos Espíritos consideravam ostransplantes uma prática contrá-ria à lei natural.

    “Não”, respondeu o saudosomédium. “Eles dizem que, assimcomo nós aproveitamos umapeça de roupa que não tem utili-dade para determinado amigo, eesse amigo, considerando a nos-sa penúria material, nos cede essapeça de roupa, é muito natural,ao nos desvencilharmos do cor-po físico, venhamos a doar osórgãos prestantes a companhei-

    Todo homem sábio é sereno.A serenidade é conquista que

    se consegue a esforço pessoal epasso a passo.

    Pequenos desafios que são su-perados; irritação que se faz con-trolada; desajustes emocionaiscorrigidos; vontade bem

    Enquanto o vício se nos refleteno corpo, os abusos da consciên-cia se nos estampam na alma, se-gundo a modalidade de nossosdesregramentos.

    É assim que atravessam ascinzas da morte, em perigosodesequilíbrio da mente, quantos seconsagraram no mundo à cruelda-de e à injustiça, furtando a segu-rança e a felicidade dos outros.

    Fazedores de guerra que depra-varam a confiança do povo compeçonhento apetite de sangue e ouro,legisladores despóticos que perver-teram a autoridade, magnatas docomércio que segregaram o pão,agravando a penúria do próximo,profissionais do direito que busca-ram torturar a verdade em proveitodo crime, expoentes da usura quetrancafiaram a riqueza coletiva ne-cessária ao progresso, artistas quevenderam a sensibilidade e a cultu-ra, degradando os sentimentos damultidão, e homens e mulheres quetrocaram o templo do lar pelas aven-turas da deserção, acabando no sui-cídio ou na delinquência, encarce-ram-se nos vórtices da loucura, pe-netrando, depois, na vida espiritualcomo fantasmas de arrependimento

    Podemos e devemos doar os órgãosros necessitados deles, que pos-sam utilizá-los com segurança eproveito.”

    O leitor talvez não saiba que,em seus primórdios, a questãodos transplantes de órgãos nãofoi bem assimilada pelos espiri-tistas.

    Como Allan Kardec não tra-tara do assunto em suas obras, asdivergências a respeito não fo-ram poucas, e é nisso que avultaa importância do que ChicoXavier disse, complementadopor declarações abalizadas comoa feita, à época, pelo Dr. JorgeAndréa, que, em seu livro “Psi-cologia Espírita”, afirmou quenão há nenhuma dúvida de que,nas condições atuais da vida emque nos encontramos, os trans-plantes vieram para ficar e de-vem, por isso, ser utilizados.

    “A conquista da ciência – de-clarou Dr. Andréa – é força cós-mica positiva que não deve serrelegada a posição secundáriapor pieguismos religiosos.”

    Hoje, depois de tantos anos,ninguém tem dúvida da impor-tância dos transplantes e dos be-nefícios que eles trazem não sóao receptor, mas também ao do-ador dos órgãos.

    Se alguma dúvida houvesse,

    o caso Wladimir, narrado porRichard Simonetti no livro“Quem tem medo da morte?”,seria suficiente para dissipá-la.

    Aos que ainda não leram re-ferida obra, lembremos que o jo-vem Wladimir, valendo-se da fa-culdade mediúnica de ChicoXavier, revelou que, mesmo emmortes traumáticas como a queele teve – um tiro desferido nopróprio peito –, a caridade dadoação é largamente compensa-da pelas leis estabelecidas peloCriador.

    A conclusão, portanto, é maisdo que óbvia: todos podemos edevemos doar os órgãos que nos-so corpo não mais utilizará, fin-da a existência corporal.

    A extração de um órgão nãoproduz reflexos traumatizantesno perispírito do doador. O quelesa o perispírito, que é o nossocorpo espiritual, são as atitudesincorretas perpetradas por nós, enão o que é feito a ele ou ao cor-po por outras pessoas. Além dis-so, o doador é invariavelmentebeneficiado pelas preces e pelasvibrações de gratidão e carinhoque partem dos que aqui perma-necem, especialmente do recep-tor do órgão transplantado e deseus familiares.

    Um minuto com Joanna de Ângelisdirecionada; ambição freada, sãoexperiências para a aquisição daserenidade.

    Um Espírito sereno já se en-controu consigo próprio, saben-do o que, exatamente, deseja davida.

    A serenidade harmoniza,

    Alienação mentale remorso, arrastando consigo as te-las horripilantes da culpa em que selhes agregam os pensamentos.

    E a única terapêutica de seme-lhantes doentes é a volta aos ber-ços de sombra em que, através dareencarnação redentora, ressurgemno vaso físico — cela preciosa detratamento —, na condição de cri-anças-problemas em dolorosasperturbações.

    Todos vós, desse modo, querecebestes no lar anjos tristes, noeclipse da razão, conchegai-os compaciência e ternura, porquanto são,quase sempre, laços enfermos denosso próprio passado, inteligênci-as que decerto auxiliamos irrefleti-damente a perder e que, hoje,retornam à concha de nossos braços,esmolando entendimento e carinho,para que se refaçam, na clausura dainibição e da idiotia, para a bênçãoda liberdade e para a glória da luz.

    JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Episódios Diários, doqual foi extraído o texto acima.

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    EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Religião dos Espíritos,do qual foi extraído o texto acima.

    exteriorizando-se de forma agra-dável para os circunstantes.

    Inspira confiança, acalma epropõe afeição.

    O homem sereno já venceugrande parte da luta.

    *Que nenhuma agressão exte-

    rior te perturbe, levando-te à irri-tação, ao desequilíbrio.

    Mantém-te sereno em todas asrealizações.

    A tua paz é moeda ardua-mente conquistada, que não de-ves atirar fora por motivosirrelevantes.

  • O IMORTALJULHO/2010 PÁGINA 3

    A revista Seleções Reader‘sDigest, de maio de 2008, publicoureportagem de Robert Kiener como título “Uma mulher pode fazer adiferença”, sobre Mukhtar Mai, dapequena aldeia rural de Mirvala, aosul da província paquistanesa dePunjab.

    Depois de ter sido estuprada, ocaminho que ela teria de seguir, se-gundo os costumes locais, seria co-meter o suicídio. Mas ela decidiuviver, para lutar por justiça e ajudaroutras mulheres a terem uma vidamais digna. Apoiada pelos pais efortalecida espiritualmente pelas li-ções do Alcorão, ela dizia: “Sou sóa primeira gota d`água, mas a chu-va virá. E muitas gotas de chuvaacabam formando um grande rio”.

    Ninguém da sua família (pai,mãe e quatro irmãos) sabia ler nemfrequentara a escola. Eram, porém,muçulmanos devotos, que rezavamcinco vezes ao dia. Mukhtar tinhauma mente privilegiada e conseguiamemorizar trechos do Alcorão.Tranquila, mansa no falar, essa mu-lher altiva de 1,70 m de altura pen-sava, mantendo os profundos olhosnegros voltados para baixo: “O Al-corão me protegerá”.

    A família de Mukhtar Mai é dacasta mais baixa dos gujar e vivia,até então, de escassos recursos doscampos de cana-de-açúcar e trigo.A casa era de barro e tinham elessomente poucas cabras e bois, umavaca e um pedaço de terra. Não dis-punham de luz elétrica, telefone,nem água corrente. Mukhtar casou-se aos 18 anos e não teve filhos. Umcasamento arranjado. Ela não foifeliz. O divórcio era raro noPaquistão rural – a mulher eramalvista, mas os pais a apoiaram e,em menos de um ano, Mukhtar re-cebeu do marido o talaq (na leiislâmica, o repúdio do homem àmulher), que a libertou oficialmen-te do casamento e lhe permitiu vol-tar para a casa da família emMirvala.

    ALTAMIRANDO [email protected]

    De São Paulo, SP

    A luta de uma mulher pela dignidade humana

    tou a estrada e trouxe luz e telefonepara Mirvala.

    Acompanhada de guarda-costas da polícia, ela foi de casa emcasa pedir aos pais que enviassem asfilhas para a nova escola. A tarefa nãofoi fácil, pois ouvia sempre a alega-ção: “Meninas não precisam apren-der a ler” ou “Só os meninos preci-sam ser educados”. Mukhtar se com-prometeu, então, a mandar umavan para buscar cada menina.

    Em pouco tempo mais de700 crianças de todas as

    castas eram ali atendidas

    A escola não tinha luxo. Em vezde cadeiras, as meninas se sentavamsobre sacos de aniagem. Mukhtar sesentava ao lado delas, para tambémaprender a ler e escrever. Buscou re-cursos, vendeu seus brincos e umavaca e, quando a imprensa divulgoua história, chegaram-lhe muitas doa-ções. Ela, então, contratou carpintei-ros para fazer assentos e carteiras demadeira para as alunas. Foram insta-lados ventiladores no teto, tornando,assim, agradável o ambiente sufocan-te das aulas. Com saldo suficiente, elaabriu uma escola para meninos emMirvala e outra para meninas numaaldeia próxima. E mais de 700 crian-ças de todas as castas (inclusive dacasta mastoi) se misturavam livre-mente nas escolas.

    A ação benemérita de MukhtarMai não parou por aí. Mulheres, al-gumas estupradas, outras mutiladas,outras espancadas, outras com cica-trizes horríveis no rosto – vítimas deataques de ácido – ou sem nariz ouorelhas, punição para as supostasadúlteras, procuravam Mukhtar. Foientão criado, ao lado da primeira es-cola, o Centro Mukhtar Mai de As-sistência de Crise da Mulher, para oqual chegam, em média, diariamen-te, cinco vítimas em busca de auxí-lio. E ninguém deixa de ser atendi-da.

    “Mukhtar – diz a reportagem –fala baixo e raramente olha no rostode estranhos. Embora tenha viajadomuito e obtido reconhecimento inter-nacional, é muito tímida, e prefere queoutros falem por ela. Suas maneirasgentis impõem respeito.” Sempre queela entra no pátio do colégio, os alu-nos vêm e educadamente tocam noxale e apertam-lhe a mão. “Quandoestou com meus alunos, sinto-me empaz”, diz ela.

    Mukhtar sorri quando vê SidraNazaru, uma das alunas mais inteli-gentes da escola. A menina de 10 anose olhos claros diz que quer ser médi-ca. Um ano antes, os pais de Sidraameaçaram tirá-la do colégio porquehaviam prometido casá-la com umhomem de 30 anos. Mukhtar enfren-tou a família, que desistiu da ideia.Sidra continuou na escola, livre paraperseguir seu sonho.

    Homens e mulheres, ensina oEspiritismo, devem gozar

    de direitos iguais

    Com as escolas e o Centro de As-sistência, Mukhtar salvou e continuaa salvar mulheres paquistanesas darepressão da justiça tradicional, omesmo sistema obsoleto que a tornouvítima de um estupro coletivo. Ago-ra, as mulheres recorrem a ela, em vezde se submeter ao panchayat local.Como diz o ativista paquistanês dedireitos humanos Hashid Rehman:“Contra todas as possibilidades, essahumilde camponesa liderou uma re-volução silenciosa”.

    A ignorância e o desconhecimen-

    A agressão ocorreu na noite de 22de junho de 2002, quando MukhtarMai tinha 28 anos. Em 31 de agostode 2002, cinco dos seis mastoi (castasuperior) condenados (quatro por es-tupro) foram absolvidos e libertados.O sexto teve a pena de morte comu-tada para prisão perpétua.

    “O que realmente preciso é de umaescola”, disse Mukhtar ao receber

    dinheiro do governo

    Os ativistas dos direitos humanosprotestaram contra o veredicto. Hou-ve também um protesto internacionale o governo paquistanês ordenou queos mastoi voltassem à prisão. Conti-nuaram, então, presos, à esperade novo julgamento.

    Ghulam, pai de Mukhtar Mai, lheensinou a respeitar os mais velhos e aproibia de mentir. “Temos muito pou-co, mas possuímos nossa honestida-de”, dizia à filha, o que fez com queela desenvolvesse um forte senso so-bre o que é certo ou errado.

    Quando, por ordem do governo,a ministra federal para as mulheres,Attiva Inayatullah, deu-lhe um che-que de meio milhão de rúpias (cercade 8.200 dólares – mais do que seupai ganharia em décadas), Mukhtar,que jamais havia visto um cheque,disse: “Não preciso de dinheiro. Oque realmente preciso é de uma es-cola”. Ela teve essa ideia ao perce-ber que a maioria de pessoas que sesolidarizaram com ela erameducadas. O pagamento, disse entãoa ministra, não era uma compensa-ção, mas um pequeno símbolo de“nossa identificação” pelo sofrimen-to pelo qual Mukhtar passou. Então,ela concordou em receber o cheque,desde que pudesse usar o dinheiropara a construção de uma escola parameninas.

    Determinada, comprou um terre-no perto de casa e contratou trabalha-dores para a construção de uma esco-la primária. Ela também ajudou, fa-zendo tijolos de barro e transportan-do-os para o local da obra. A Escola-Modelo para Meninas Mukhtar Maitomou forma e abriu as portas em de-zembro de 2002. O governo pavimen-

    to dos ensinamentos de Jesus, emque pese já terem decorrido mais de2 mil anos da sua passagemluminosa pela Terra, ocasionam fa-tos como esse, em que se discrimi-na o ser humano pelo simples fatode ter nascido mulher!

    A resposta das EntidadesVenerandas às questões 817 a 822de O Livro dos Espíritos esclareceque Deus deu ao homem e à mulhera inteligência do bem e do mal e afaculdade de progredir. A inferiori-dade moral da mulher em certas re-giões vem tão-somente do domínioinjusto e cruel que o homem exer-ceu sobre ela.

    A mulher é fisicamente maisfraca do que o homem, para lhe as-sinalar funções particulares. Masambos têm que se ajudar mutua-mente nas suas provas.

    Para que uma legislação seja per-feitamente justa – ensina o Espiritis-mo –, deve consagrar igualdade dedireitos entre o homem e a mulher.Todo privilégio concedido a um e aoutro é contrário à justiça. A emanci-pação da mulher segue o processo dacivilização, ao passo que a suaescravização marcha com a barbárie.Os sexos só existem na organizaçãofísica, pois os Espíritos podem tomarum ou outro, não havendo diferençasentre eles a esse respeito. Em facedisso, devem gozar, evidentemente,dos mesmos direitos.

    No capítulo do referido livro,publicado pela FEESP, há uma notade rodapé do tradutor, J. HerculanoPires, que esclarece que marido emulher não são senhor e escrava,mas companheiros que desempe-nham tarefa comum, com respon-sabilidades idênticas pela sua reali-zação.

    Allan Kardec, ao tratar do assun-to, asseverou que Deus apropria aorganização de cada ser às funçõesque ele deve desempenhar. Se Deusdeu menor força física à mulher, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibi-lidade, em relação à delicadeza dasfunções maternais e à debilidade dosseres confiados aos seus cuidados.As funções são diferentes, mas seusdireitos devem ser iguais.

    Como uma humilde camponesa, contra todas as possibilidades, liderou uma revolução silenciosa que mudou a face de uma pobre região do seu país

    Mukhtar Mai

  • O IMORTALPÁGINA 4 JULHO/2010

    De coração para coração

    É mais do que conhecida a de-finição que o Codificador do Es-piritismo apresentou com relaçãoà doutrina por ele codificada:

    “O Espiritismo é, ao mesmotempo, uma ciência de observaçãoe uma doutrina filosófica. Comociência prática, ele consiste nasrelações que se estabelecem entrenós e os Espíritos; como filosofia,compreende todas as consequênci-as morais que dimanam dessasmesmas relações. Podemos defini-lo assim: O Espiritismo é a ciênciaque trata da natureza, origem edestino dos Espíritos, bem comode suas relações com o mundo cor-poral”. (“O que é o Espiritismo”,Preâmbulo.)

    Percebe-se, à vista das palavrasacima, que, constituindo a Doutri-na Espírita um corpo de princípiosfilosóficos e éticos, apoiados na

    experimentação científica, apre-senta ela três aspectos bem defini-dos quão distintos: o científico, ofilosófico e o religioso.

    Científico, porque é fruto da ob-servação e da experimentação e ne-nhum dos seus princípios é o resul-tado de deliberações tomadas porassembleias ou concílios. A reencar-nação, por exemplo, é um fato. Atodos que a negam peçamos apenasque esperem a sucessão dos aconte-cimentos e um dia, quando nos en-contrarmos na vida espiritual, pode-remos conversar a respeito.

    Os fatos ou fenômenos espíri-tas são a substância mesma da ci-ência espírita, e seu objeto é o es-tudo e o conhecimento desses fe-nômenos, para fixação das leis queos regem. E é em sua feição de ci-ência, trabalhando em cima de fa-tos, que ela demonstra experimen-

    talmente a existência da alma, a suaimortalidade e a possibilidade queela tem de se comunicar com omundo dos encarnados, estabele-cendo um intercâmbio mais do queprovado entre os homens e os cha-mados mortos.

    Filosófico, porque vai ao âma-go daquilo que sempre constituiuo objeto da filosofia: o “como”, o“porquê”, a “razão” das coisas quese nos apresentam no mundo emque vivemos. Quem somos? Deonde viemos? Para onde vamos?Por que estamos aqui? Eis ques-tões com que a filosofia sempre sedefrontou e que a Doutrina Espíri-ta elucida com notável clareza.

    Ao tratá-las, o Espiritismo nosleva ao conhecimento do mecanis-mo da vida e das relações dos ho-mens com aqueles que já se des-pediram deste mundo, estabelecen-

    Anotações sobre o tríplice aspecto do Espiritismo

    ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

    do as bases desse relacionamento,que é tão antigo e também tãomoderno, ao mesmo tempo em quenos demonstra a existênciainquestionável de Deus, Inteligên-cia Suprema e Causa Primária detodas as coisas.

    Definindo as responsabilidadesdos Espíritos quando encarnadosou na erraticidade, à espera de umanova encarnação, o Espiritismoconstitui, pois, uma ética, uma re-gra moral de vida e de comporta-mento para os seres inteligentes daCriação, assunto que, como nin-guém ignora, integra as cogitaçõesdo que a cultura terrena definecomo sendo filosofia.

    Religião, porque seu objetivomaior é conduzir a criatura ao Cri-ador, razão pela qual Allan Kardec,em memorável discurso feito emnovembro de 1868 na SociedadeParisiense de Estudos Espíritas,declarou que, no sentido filosófi-

    co, é o Espiritismo, inegavelmen-te, uma religião, embora destituí-da de cultos, rituais, mitos, cren-dices e sacerdócio organizado.

    No seu aspecto religioso – as-severa Emmanuel – repousa a suagrandeza divina, por constituir arestauração do Evangelho de Jesus,estabelecendo a necessidade darenovação definitiva do homem,para a grandeza do seu imenso fu-turo espiritual.

    Se nos seus aspectos científicoe filosófico a Doutrina Espírita é esempre será um campo nobre deinvestigações humanas, é no aspec-to religioso que ela cumpre a fina-lidade superior pela qual surgiu emnosso mundo, como sendo aconcretização de uma promessa dopróprio Cristo relativamente aoenvio, por parte do Pai, de um novoConsolador que nos relembraria aslições do Evangelho e nos ensina-ria novas coisas.

    Eis dez erros bastante comunsque é possível evitar:

    1. Face ao que encontramoslá, tivemos de voltar. (O corretoé: Em face do que encontramoslá, tivemos de voltar. Explicação:“Face a” é galicismo. Em portu-guês temos “em face de”.)

    2. Tal atitude, ao meu ver, éequivocada. (O correto: Tal ati-tude, a meu ver, é equivocada.Explicação: Devemos usar sem-pre a meu ver, a seu ver, a nossover.)

    3. Fomos até lá, mas não to-mamos parte do negócio. (O cor-reto: Fomos até lá, mas não to-mamos parte no negócio. Expli-cação: Quem toma parte, tomaparte em alguma coisa.)

    4. Rezamos muito paraNossa Senhora. (O correto: Re-zamos muito a Nossa Senhora.Explicação: O verbo rezar exigea preposição “a”.)

    5. Para a pintura ficar boa,foi preciso dar três mãos de tin-ta. (O correto: Para a pintura fi-car boa, foi preciso dar trêsdemãos de tinta. Explicação:

    Pílulas gramaticaisDemão, e não mão, é o vocábulocorreto aplicável ao caso.)

    6. Benza Deus, que calor in-suportável! (O correto: Benza-oDeus, que calor insuportável! Ex-plicação: A expressão “benza-oDeus” não se modifica, referindo-se ao gênero masculino ou femi-nino, ao singular ou ao plural.)

    7. Fiz a coisa com a melhorintenção. (O correto: Fiz a coisana melhor intenção. Explicação:A expressão correta é “na melhorintenção”.)

    8. O Flamengo tomou umsuador domingo. (O correto: OFlamengo tomou um suadourodomingo. Explicação: Suadordiz-se de alguém que está suan-do.)

    9. Não temos preconceitocontra nada. (O correto: Não te-mos preconceito sobre nada. Ex-plicação: O vocábulo preconcei-to pede “sobre”.)

    10. Este crime está relaciona-do ao outro. (O correto: Este cri-me está relacionado com o outro.Explicação: Relacionado pede apreposição “com”.)

    Um confrade propõe-nos aseguinte questão: “Sabemos quea moral adotada pelo Espiritismoé a mesma de Jesus. Se isso éverdade, que é que o Espiritismoacrescenta ao ensino cristão?”

    De fato, como disse nosso ami-go, Kardec realmente afirmou naprimeira de suas obras que “a mo-ral dos Espíritos superiores se re-sume, como a do Cristo, nesta má-xima evangélica: Fazer aos outroso que quereríamos que os outros nosfizessem, ou seja, fazer o bem e nãofazer o mal” (“O Livro dos Espíri-tos”, Introdução, item VI).

    O Espiritismo não criou, por-tanto, nenhuma moral nova, as-sunto que o Codificador do Espi-ritismo iria esclarecer mais de dezanos depois, conforme podemosver no seu livro “A Gênese”, cap.

    (Mateus, 24:11 a 14).Como novidade estranha aos

    evangelhos, o ensino dos Espíri-tos acrescentou à doutrina cristão conhecimento dos princípiosque regem as relações entre osmortos e o vivos, princípios quecompletam as noções vagas quese tinham da alma, de seu passa-do e seu futuro, dando por san-ção à doutrina de Jesus as pró-prias leis da natureza, visto quenenhum dos princípios espíritasé fruto de decisões conciliares.

    A imortalidade, a reencarnação,a comunicação com os mortos, a leide causa e efeito não são dogmas,mas fatos observáveis peloexperimentador paciente e que nósmesmos iremos um dia atestar, semnecessidade de que ninguém osapresente aos nossos olhos.

    O Espiritismo responde1, item 56: “A moral que os Espí-ritos ensinam é a do Cristo, pelarazão de que não há outra melhor”(“A Gênese”, cap. 1, item 56).

    O que a moral evangélica re-cebeu do Espiritismo – explicaKardec nesta última obra – é a san-ção, a confirmação, a certeza desua expansão em todo o mundo,para concretização da profecia pro-ferida por Jesus no conhecido ser-mão profético, em que o Mestreafirmou: “Levantar-se-ão muitosfalsos profetas que seduzirão amuitas pessoas; - e porque abun-dará a iniquidade, a caridade demuitos esfriará; - mas aquele queperseverar até ao fim será salvo. -E este Evangelho do reino será pre-gado em toda a Terra, para servirde testemunho a todas as nações.É então que o fim chegará”

  • O IMORTALJULHO/2010 PÁGINA 5

    sunto, concluiu que, se ela não po-dia trazer o inferior para o superior,poderia fazer o contrário: Laerte se-ria de novo seu marido, e as entida-des que o obsidiavam seriam suas fi-lhas. Ele, por sinal, já havia sido en-caminhado à reencarnação na sema-na anterior. Revelando o desejo defugir das mulheres que ainda o sub-jugavam, essa disposição foi apro-veitada para jungi-lo à nova situação.Se não fosse a Proteção Divina porintermédio de guardas espirituais,talvez as infelizes irmãs lhe subtra-íssem a oportunidade da novaencarnação. André estranhou o fatoe perguntou se somos simples jogue-tes em mãos inimigas. Sua mãe res-pondeu-lhe: “Essas interrogações,meu filho, devem pairar em nossoscorações e em nossos lábios, antesde contrairmos qualquer débito, e an-tes de transformarmos irmãos em ad-versários para o caminho. Não tomesempréstimos à maldade...” (Cap. 46,pp. 254 a 258)

    89. A volta de Laura – A mãe deLísias também se preparava pararetornar à Terra. Uma homenagemafetuosa lhe foi feita na noite em queo Departamento de Contas lhe en-tregou a notificação do tempo glo-bal de serviço na colônia. Numero-sas famílias foram saudar a compa-nheira prestes a regressar. Aencarnação teria início daí a dois dias.Haviam terminado as aplicações doServiço de Preparação, do Ministé-rio do Esclarecimento, mas Lauraestava triste e apreensiva. O Minis-tro Genésio a estimulou a não pen-sar em fracassos e a confiar na Pro-vidência Divina e nos amigos queficariam à retaguarda. Laura expres-sou seus receios pelo esquecimentotemporário em que todos se precipi-tam ao reencarnar. Ela entendia quena Terra nossa boa intenção é comoluz bruxuleante num mar imenso deforças agressivas. Genésio pediu-lheque repelisse tal pensamento. Não sepode dar tamanha importância às in-fluências inferiores. Com as palavrasdo Ministro, Laura ficou mais con-fiante. Lísias acrescentou que ele eas irmãs não ficariam inativos em“Nosso Lar”. O otimismo voltou,assim, a reinar na casa e todos lem-braram que a volta à Terra é umabendita oportunidade de recapitular

    Damos continuidade à apresen-tação do texto condensado da obra“Nosso Lar”, de André Luiz,psicografada pelo médium Fran-cisco Cândido Xavier e publicadapela editora da Federação EspíritaBrasileira.

    Questões preliminaresA. Por que a mãe de André

    decidiu reencarnar tão cedo?R.: Ela resolveu reencarnar para

    ajudar Laerte, seu ex-esposo, que setransformara num cético de coraçãoenvenenado, mas não poderia per-sistir em semelhante posição, sobpena de mergulhar em abismosmais profundos. Depois de estudaro assunto, ela concluiu que, se nãopodia trazer o inferior para o supe-rior, poderia fazer o contrário:Laerte seria de novo seu marido, eas entidades que o obsidiavam se-riam suas filhas. (Nosso Lar, cap.46, págs. 254 a 258.)

    B. Que objetivo teve a visitade Ricardo à casa de Laura, suaex-esposa?

    R.: Ricardo, que àquela épocase encontrava na fase de infânciaterrestre, veio falar aos seus fami-liares para informá-los dos planosque os aguardavam a todos, no re-torno ao mundo corporal. Ele dis-se então que Laura iria ter com eleem breve, e que mais tarde todoseles também iriam. (Obra citada,cap. 48, págs. 264 a 269.)

    Texto para leitura88. A volta da mãe de André –

    Em setembro de 1940, sua mãe – quevez por outra o visitava – comuni-cou-lhe o propósito de voltar à Ter-ra. André protestou. Não entendiapor que sua mãe voltaria à carne ago-ra, sem necessidade imediata. Ela lheexplicou então que Laerte, seu ex-esposo, transformara-se num céticode coração envenenado e que todosos esforços que ela fez para reerguê-lo haviam sido improfícuos. Ora,Laerte não poderia persistir em se-melhante posição, sob pena de mer-gulhar em abismos mais profundos.E ela não podia ficar a distância.Depois de estudar detidamente o as-

    e aprender, para o bem. (Cap. 47, pp.259 a 263)

    90. Visita de Ricardo – Convida-do por Laura, André compareceu àreunião em que a família receberia avisita de Ricardo, pai de Lísias. Nasala de jantar, pouco mais de trintapessoas se faziam presentes quandoClarêncio deu início aos trabalhos.A uma distância de quatro metros,mais ou menos, havia um globo cris-talino de dois metros de altura, en-volvido na parte inferior em longasérie de fios que se ligavam a pe-queno aparelho, idêntico aos nossosalto-falantes. Ricardo encontrava-seentão na fase de infância terrestre eviria falar aos familiares naquelanoite. O globo cristalino, constituí-do de material isolante, tinha a fun-ção de protegê-lo das emoções emi-tidas pelos familiares. Em dado mo-mento Lísias foi chamado ao telefo-ne por funcionários do Ministério daComunicação: chegara o momentoculminante. O relógio da paredemarcava 0h40. Na Terra, os pais deRicardo dormiam... Clarêncio pediua todos homogeneidade de pensa-mentos e fusão de sentimentos; de-pois, orou. Lísias executou na cítarauma canção harmoniosa. Em segui-da, a um sinal de Clarêncio, Judite,Iolanda e Lísias, com o auxílio dopiano, da harpa e da cítara, tendo aolado Teresa e Eloísa, cantaram umamelodia maravilhosa, composta poreles mesmos. Quando a música che-gou ao fim, o globo se cobriu, inte-riormente, de substância leitoso-acinzentada, apresentando, em se-guida, a figura simpática de um ho-mem na idade madura. Era Ricardo.A emoção foi geral quando o visi-tante, dirigindo-se a Laura e aos fi-lhos, pediu que repetissem a suavecanção filial, que ele ouviu banhadoem lágrimas. Depois, quando o es-poso fazia sua saudação, Laura cho-rava discretamente e os filhos tinham

    os olhos marejados de pranto.Ricardo informou que Laura iria tercom ele em breve, e que mais tardetodos eles também iriam. A essa al-tura, o choro era geral. Quase à des-pedida, Ricardo deixou bem claroque não desejava dispor de facilida-des na Terra. Finda a comunicação,sua imagem se desfez no globo eClarêncio, com uma oração, encer-rou a reunião. (Cap. 48, pp. 264 a269).

    Frases e apontamentosimportantes

    CLXIV. Só é verdadeiramentelivre quem aprende a obedecer.(Lísias, cap. 45, pág. 249)

    CLXV. Os Espíritos que amam,verdadeiramente, não se limitam aestender as mãos de longe. De quenos valeria toda a riqueza materi-al, se não pudéssemos estendê-laaos entes amados? (Mãe de AndréLuiz, cap. 46, pág. 255)

    CLXVI. Há reencarnações quefuncionam como drásticos. Aindaque o doente não se sinta corajoso,existem amigos que o ajudam asorver o remédio santo, emboramuito amargo. Relativamente à li-berdade irrestrita, a alma pode in-vocar esse direito somente quandocompreenda o dever e o pratique.Quanto ao mais, é indispensávelreconhecer que o devedor é escra-vo do compromisso assumido.Deus criou o livre-arbítrio, nós cri-amos a fatalidade. (Mãe de AndréLuiz, cap. 46, pág. 256)

    CLXVII. Ninguém ajuda efici-entemente, intensificando as forçascontrárias, como não se pode apa-gar na Terra um incêndio com pe-tróleo. É indispensável amar,André. Os que descreem perdem orumo verdadeiro, peregrinandopelo deserto; os que erram se des-viam da estrada real, mergulhandono pântano. (Mãe de André Luiz,cap. 46, pág. 257)

    MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

    [email protected] Londrina

    Estudando a série André Luiz

    Nosso LarAndré Luiz

    (Parte 13)CLXVIII. Precisamos confiar

    na Proteção Divina e em nós mes-mos. O manancial da Providênciaé inesgotável. (...) O grande peri-go, ainda e sempre, é a demora nastentações complexas do egoísmo.(Genésio, cap. 47, pp. 260 e 261)

    CLXIX. Toda luz que acender-mos, de fato, na Terra, lá ficarápara sempre, porque a ventania daspaixões humanas jamais apagaráuma só das luzes de Deus.(Genésio, cap. 47, pág. 262)

    CLXX. Dentro do nosso mun-do individual, cada ideia é como sefora uma entidade à parte... É ne-cessário pensar nisso. Nutrindo oselementos do bem, progredirão elespara nossa felicidade, constituirãonossos exércitos de defesa; todavia,alimentar quaisquer elementos domal é construir base segura para osnossos inimigos verdugos.(Genésio, cap. 47, pág. 262)

    CLXXI. Nem todos os encar-nados se agrilhoam ao solo da Ter-ra. Como os pombos-correio quevivem, por vezes, longo tempo deserviço, entre duas regiões, Espí-ritos há que vivem por lá entre doismundos. (Nicolas, cap. 48, pág.265)

    CLXXII. Nossa emotividadeemite forças suscetíveis de pertur-bar. Aquela pequena câmara cris-talina é constituída de material iso-lante. Nossas energias mentais nãopoderão atravessá-la. (Nicolas,cap. 48, pág. 265)

    CLXXIII. Ricardo, pai deLísias, exclamou, quase à despedi-da: “Ah! filhos meus, alguma coi-sa tenho a pedir-lhes do fundo deminhalma! roguem ao Senhor paraque eu nunca disponha de facilida-des na Terra, a fim de que a luz dagratidão e do entendimento perma-neça viva em meu espírito!...”(André Luiz, cap. 48, pág. 269)(Continua no próximo número.)

  • O IMORTALPÁGINA 6 JULHO/2010

    O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

    Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

    Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

    Realizada pela primeira vezem julho de 1992, a Semana Es-pírita de Londrina constitui emnosso meio o evento mais impor-tante do Norte do Paraná. Em sua19ª versão, a Semana Espíritacomeça no dia 10 deste mês, sá-bado, às 19h45, no auditório doCentro Espírita Nosso Lar, loca-lizado na Rua Santa Catarina,429, e encerra-se no sábado se-guinte, dia 17.

    Paralelamente ao evento, serárealizada a 10ª Semaninha Espíri-ta, que é, como o próprio nome in-dica, voltada para as crianças espí-ritas. O evento apresentará tambémmais uma Noite Cultural, em sua6ª versão, com atividades artísticasdiversas, inclusive teatro.

    O tema geral da Semana será“Qualidade de Vida e Imortalida-de”.

    Eis o programa completo daSemana Espírita:

    Dia 10, sábado, às 19h45:Emanuel Cristiano.Tema: ”Trabalhadores da CasaEspírita”.

    Dia 11, domingo, às 8h45:José Antônio Vieira de Paula.

    Começa no dia 10 de julho a19ª Semana Espírita de Londrina

    Tema: “Reencarnação baseada emevidências”.

    Dia 11, domingo, às 19h: 6ªNoite Cultural, com apresentaçõesartísticas diversas.

    Dia 12, segunda-feira, JorgeHessen: às 14h45 - “Cânceres eComportamento Moral: Toda Do-ença será Reflexo do Estado Men-tal do Doente”; e às 19h45 - “Pa-lavra de Ordem: Perdoar”.

    Dia 13, terça-feira, às 14h45:Eugênia Maria Pinheiro Ramires.Tema: “Pedagogia das Diferen-ças”.

    Dia 13, terça-feira, às 19h45:Orson Peter Carrara. Tema: “Porque adoecemos?”.

    Dia 14, quarta-feira, às 14h45:Orson Peter Carrara. Tema: “Fimdo Mundo em 2012? Mortes cole-tivas, flagelos destruidores e trans-formação do planeta”.

    Dia 14, quarta-feira, às 19h45:Eugênia Maria Pinheiro Ramires.Tema: “Praticando a não-violên-cia”.

    Dia 15, quinta-feira, IrvêniaPrada: às 14h45 - “Ciência eespiritualidade”; e às 19h45 - “ADoutrina Espírita como base para atrajetória de nossa transcendência”.

    Dia 16, sexta-feira, às 14h45:Célia Xavier de Camargo. Tema:“Vivendo com a consciência espí-rita”.

    Dia 16, sexta-feira, às 19h45:Richard Simonetti. Tema: “UmaReceita de Vida”.

    Dia 17, sábado, às 14h45:Richard Simonetti. Tema: “Tra-balho, Solidariedade e Tolerân-cia: máxima de Kardec”.

    As atividades da SemaninhaEspírita, que se iniciam no dia 11,domingo, no período da manhã,ocorrerão de segunda a sexta-fei-ra no mesmo horário das pales-tras noturnas. No dia 17, sábado,as atividades da Semaninha serealizarão no período da tarde,coincidindo com o seminário queserá ministrado pelo confradeRichard Simonetti.

    Registre-se, a título de curiosi-dade, que dos palestrantes convi-dados apenas três se apresentarãopela primeira vez em Londrina:Emanuel Cristiano, Jorge Hessene Eugênia Maria Pinheiro Ramires.Os demais já participaram do even-to pelo menos uma vez.

    A Semana Espírita de Londri-na, que foi instituída pelo CentroEspírita Nosso Lar, onde se rea-lizam todas as atividades, passoua ser promovida desde 1993 pelaUnião das Sociedades Espíritasde Londrina (USEL), com apoiode todas as instituições espíritasda cidade, que participam ativa-mente do evento.

    MARCELO BORELADE OLIVEIRA

    [email protected] Londrina

    O principal evento espírita do Norte do Paraná apresentará trêsnovos palestrantes que jamais participaram das versões anteriores

    O Nosso Lar deverá novamente receber um grande público

  • O IMORTALJULHO/2010 PÁGINA 7

    Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

    De Londrina

    Henry Slade

    Henry Slade (foto), nascido nosEstados Unidos, foi um dos mé-diuns de efeitos físicos mais notá-veis da história do Espiritismo.

    Exibiu-se durante anos em ses-sões no seu país, de onde se mudou,em 1876, para a Inglaterra, materia-lizando palavras em uma lousa. Alémdestas, Slade também provocavaoutros fenômenos tais como o arre-messo de objetos, materializações demãos e a execução de músicas. Cer-ta vez, em uma sessão realizada emplena luz do dia, além de ser obtida aescrita numa ardósia, foi tambémexecutada, ao acordeom, a peça“Home, Sweet Home”.

    Chegando a Londres, Sladecomeçou a fazer sessões. Não só aescrita era obtida de modo eviden-te, sob fiscalização ou com lousasfornecidas pelos próprios assisten-tes, mas a levitação de objetos e amaterialização de mãos foram rea-lizadas sob a intensa luz do dia.

    Tais sessões ocorriam duranteo dia, a qualquer hora, em seus apo-sentos de pensão. Em plena luz dodia o médium e os dois assistentesocuparam três lados de uma mesacomum de cerca de 3 pés de largu-ra. Slade pôs um pedacinho de lá-pis, mais ou menos do tamanho deum grão de trigo, sobre uma ardó-sia e segurou esta por um cantocom uma das mãos, encostando-ano tampo por baixo da mesa. Ou-via-se a escrita na lousa e, exami-nada, verificou-se que uma curtamensagem fora escrita. Enquantoisso acontecia, as mãos dos assis-tentes e a mão livre de Slade eramagarradas no centro da mesa. A ca-

    deira vazia no quarto lado da mesauma vez pulou no ar, batendo o as-sento na borda inferior dela.

    A carreira de Slade, como a damaioria dos médiuns à época, foibastante espinhosa. Foi julgado pelaacusação de fraude, formulada peloProf. Ray Lankester, na Corte dePolícia de Bow Street, perante o juizFlower. A promotoria ficou a cargode George Lewis e a defesa por Mr.Munton. Para demonstrar a auten-ticidade dos fenômenos, a defesarecorreu a Alfred Russel Wallace,Serjeant Cox e outros, que apresen-taram provas concretas, mas, mes-mo assim, o magistrado, no julga-mento, excluiu-as, dizendo que asua decisão baseava-se em“inferências deduzidas dos conhe-cidos fatos naturais”. Desse modo,Slade foi condenado a três meses deprisão sujeito a trabalhos forçados.A defesa apresentou apelação eSlade acabou solto mediante paga-mento de fiança. Posteriormente,quando do julgamento da apelação,a primeira sentença foi anulada.

    Após sair do cárcere na Inglater-ra, em 1877, Slade foi para Berlim,cidade em que despertou o mais vivointeresse. Dizia-se que ele não sabiaalemão, mas apareceram mensagensnessa língua sobre as lousas e escri-tas em caracteres do século XV. Ali,Slade começou por converter o pro-prietário do hotel, usando suas pró-prias lousas e mesas.

    Na maioria de suas sessõesSlade demonstrou possuir clarivi-dência e as mãos materializadaseram coisa familiar. Na Austrália,onde as condições psíquicas eramboas, obteve materializações maisamplas.

    Friedrich Zöllner, professor deFísica e de Astronomia da Univer-sidade de Leipzig, juntamente comWilliam Edward Weber, professorde Física, de Scheibner, professor

    de Matemática e de GustaveTheodore Fechner, professor de Fí-sica e Filosofia Natural, declara-ram-se “perfeitamente convencidosda realidade dos fatos observadoscom Slade, e afirmaram que aí nãohavia nem impostura nem prestidi-gitação”. As suas observações so-bre o médium estão registradas naobra “Transcendental Physics”(1878).

    Slade foi um médium persegui-do pelos detratores do Espiritismo.Com tantos testemunhos memorá-veis, com o excesso de provas ma-teriais de sua honestidade, mesmocom a ostensividade exagerada doscomponentes invisíveis, demons-trando inequívocas provas de suaexistência e atuações, muitos, porpura inveja, despeito ou mesmomaldade, o atacavam em sua honra.

    Preconceito e ignorânciasão, como sabemos, armas usu-ais no cotidiano dos fanáticos,dos acomodados e dos presun-çosos, mas armas frágeis, poisa ciência, com seu avanço con-tínuo, as derreterá no ardentefogo da comprovação dos fatosespíritas.

    Henry Slade faleceu num sa-natório, em Michigan, em 1905.

    A importância da prece

    “Mas quando vos puserdes emoração, se tendes alguma coisa

    contra alguém, perdoai-lhe,para que também vosso Pai, que

    está nos céus, vos perdoe osvossos pecados. Porque se vósnão perdoardes, também vossoPai, que está nos céus, vos nãohá de perdoar vossos pecados.”

    (Marcos, XI: 25-26.)

    Através da prece nos coloca-mos em sintonia com as forçassuperiores da vida. A oração nospermite um contato direto com aProvidência Divina, onde pode-mos agradecer tudo que recebe-mos, pedir mais ajuda e apoio dosBenfeitores Espirituais ou exaltara grandeza e a benemerência deDeus para conosco.

    O importante é que tenhamoso salutar hábito de orar.

    Para tanto, não será preciso pe-dir que façam preces por nós, umavez que temos plenas condições defazê-las, com a vantagem de poderexpressar nossos sentimentos maisíntimos e informar ao Pai Celestialas nossas reais necessidades.

    Também a prece deve ser um atoespontâneo do nosso coração, não

    WALDENIR APARECIDO [email protected] Votuporanga, SP

    devendo, obrigatoriamente, existirfórmulas determinadas, horários es-pecíficos, locais fixos, palavras de-coradas. Deve ser sincera, objetiva erevestida de sentimentos quando pro-curamos por Deus, na condição defilhos que anseiam pela assistência eproteção de um Pai amoroso e bom,a qualquer momento, do nosso jeitoe em qualquer lugar.

    Obviamente, que sendo possí-vel, melhor será fazê-la num climade recolhimento íntimo, no silênciodo nosso coração, para com maisserenidade manifestar nossos pen-samentos, mas, em hipótese algu-ma, estamos impedidos de orar emoutras condições.

    Uma vez que mediante a preceentramos em contato com a Providên-cia Divina, expondo as nossas neces-sidades e carências, será natural quesejamos atendidos de conformidadecom os nossos méritos, pois “a cadaum segundo as suas obras (Mateus16,27)”. Assim sendo, não teremoscondições morais de pedir a Deus quenos ajude a superar as falhas que te-mos, sem antes perdoar aqueles queerraram contra nós.

    Com a mesma intensidade queperdoamos os que nos ofenderam,Deus, que é extremamente justo, per-doará também os nossos equívocos.

    Recolheremos excelentes resul-tados começando o nosso dia com

    uma oração. Nela podemos agra-decer a noite que tivemos e pedirproteção divina para o dia que nas-ce, onde, por certo, inúmeros de-safios encontraremos, e, à noite,apresentando a nossa gratidão pelodia vivido, solicitando amparopara o nosso sono e revigoramentodas forças.

    Devemos orar, também, naeminência de um perigo, em mo-mentos de grandes decisões, porum irmão doente, em favor de cri-aturas que passam por necessida-des e sofrimentos, pelos que vi-vem à margem do caminho, poraqueles que seguem pela vida cau-sando danos à sociedade. Enfim,uma prece, seja ela para que fimse destinar, será sempre um reca-do de esperança na direção da pazque a humanidade busca.

    “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai,e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”(Jesus-Mateus, VII: 7). Analisan-do essa frase de Jesus, não restanenhuma dúvida de que precisa-mos dizer à Providência divina oque queremos, e ela, diante donosso merecimento, atenderá oque for de direito e necessário parao nosso adiantamento espiritual.

    Sendo um valioso recurso ànossa disposição, criemos o hábi-to de fazer preces...

    Reflitamos.

  • “Qualquer centro espírita com um mínimo de estrutura pode manter uma rádio via internet”

    Dermeval Carinhana Jr. (foto),nosso entrevistado deste mês, nas-ceu em Lins (SP) e reside atual-mente em Campinas. Espírita hámais de dez anos, integra o Insti-tuto de Estudos Espíritas WilsonFerreira de Melo, de Campinas(SP). Pesquisador e professor daárea aeroespacial, com doutoradoem Química, Dermeval relata nes-ta entrevista sua experiência de co-mentar doutrinariamente o roman-ce Como Nasce um Centro Espíri-ta, ditado pelo Espírito Silvestre aomédium Carlos Alberto Garcia. Enos fala igualmente sobre sua par-ticipação junto à ADE – Associa-ção dos Divulgadores de Espiritis-mo de Campinas e a experiênciacom rádio e TV espírita pela Web.Acompanhe suas lúcidas respos-tas.

    – Como surgiu a experiênciade comentar os capítulos de umromance psicografado e embasá-los doutrinariamente?

    Há anos discutíamos, eu e osdemais companheiros do Institutode Estudos Espíritas WilsonFerreira de Melo, sobre a impor-tância e as características do livroespírita. Logo no início, com pou-co conhecimento e ainda sem a de-vida experiência na área da comu-nicação social espírita, imagináva-mos que os romances espíritas ti-nham pouca importância no desen-volvimento das ideias espíritas, li-mitando-se apenas a confortar al-gumas pessoas. O tempo mostrou,contudo, que isso era um erroconceitual dos mais graves. Um ro-mance espírita nada mais é do queuma história, em particular, envol-vendo pessoas e Espíritos. Ora, oEspiritismo se ocupa justamente deesclarecer a humanidade sobre a

    natureza dessas relações. É natural,portanto, que sejam utilizadosexemplos particulares de grupos deEspíritos a fim de se apresentar asleis gerais do Criador. Contudo, len-do uma única história, nem semprefica tão evidente o caráter geral dedeterminadas situações pelas quaispassamos. Daí a importância docomunicador/escritor espírita ofere-cer explicações, na forma de comen-tários, por exemplo, mostrando otraço de união entre a narrativa e oconhecimento espírita já acumula-do. Kardec, como muitos outros,fazia isso muito bem. “O Livro dosEspíritos” está repleto de notas deKardec.

    – Houve dificuldades nesse tra-balho e necessidade de alteraçãodo texto original apresentado peloautor espiritual?

    Para muitos espíritas, o texto di-tado ou escrito por um médium re-presenta palavra por palavra o pen-samento do Espírito comunicante.Logo no início dos trabalhos de psi-cografia também carregávamos essaimpressão. Contudo, por iniciativados próprios Espíritos, essa visão semodificou ao longo dos trabalhos.O estudo sério mas, sobretudo, sim-ples de “O Livro dos Médiuns”, ali-ado às observações colhidas nospróprios trabalhos mediúnicos,mostrou-nos que o médium não fun-ciona como uma impressora huma-na. A mediunidade é baseada em umprocesso de interpretação de ideias.Em outras palavras, médium reves-te, por assim dizer, o pensamentodos Espíritos com as palavras e con-ceitos que possui. Assim, de acor-do com a necessidade, pode-se per-feitamente alterar a forma de umacomunicação sem alterar sua essên-cia, a fim de se facilitar a compre-ensão do texto final. O assunto émuito mais amplo e de extrema im-portância para o Espiritismo, e podeser resumido no comentário final de

    Allan Kardec no texto “Minha Pri-meira Iniciação ao Espiritismo”, pu-blicado em “Obras Póstumas”: “Dacomparação e da fusão de todas asrespostas, coordenadas, classifica-das e muitas vezes retocadas no si-lêncio da meditação, foi que elabo-rei a primeira edição de O Livro dosEspíritos, entregue à publicidadeem 18 de abril de 1857”.

    – Em quanto tempo a obra foirecebida e como surgiu sua moti-vação no que se refere à psicogra-fia e ao tema?

    As psicografias propriamenteditas iniciaram-se em fevereiro de2004, e se estenderam até maio de2005. O curioso é que até então oCarlos, o médium responsável pelanarrativa, a despeito de sua expe-riência de mais de vinte anos comomédium, nunca tinha se dedicadoà psicografia. Assim, inicialmenteforam transmitidas várias comuni-cações preliminares, como queexercícios a fim de ajustar o mé-dium ao processo. Esse é apenasum dos muitos aspectos em tornode um trabalho como esse, e quemuitas vezes ficam nas entrelinhasda obra final. Em nosso caso, po-demos afirmar que, muito mais doque publicar um livro, os Espíritosestavam, sobretudo, interessadosem nos instruir. Ao longo de todoo trabalho, fomos sempre convida-dos e motivados a discutir e anali-sar os conteúdos trazidos. De ma-neira complementar, em outras reu-niões de nosso grupo, tivemos aoportunidade de contar com comu-nicações de outros Espíritos liga-dos à narrativa, além, claro, do pró-prio autor. Alguns se destacarampela sua conduta e ensinamentossuperiores, enquanto outros, pelasgrandes necessidades psicológicasque ainda carregavam. Porém, to-dos foram importantes, contribuin-do, cada qual à sua maneira, paranossa instrução.

    – Relate sua experiência juntoà ADE Campinas.

    A ADE Campinas tem como ob-jetivo principal contribuir com a pro-pagação das ideias espíritas. Paratanto, ela se ocupa do estudo e dodesenvolvimento de tudo aquilo quediga respeito à comunicação socialespírita, isto é, do diálogo, da trocade ideias entre as pessoas dentro doambiente espírita, e deste para a so-ciedade em geral. Portanto, desdeuma palestra em um centro espírita,até um programa de TV em cadeianacional, esse é o campo de trabalhoda ADE. Nesse sentido, como certavez ouvi em um discurso, não fal-tam palavras, mas sim espaço, parafalar sobre quanto que nós, pois es-tou certo de que falo em nome detodos os companheiros da ADECampinas, temos aprendido com oscomunicadores e divulgadores doEspiritismo, sejam eles conhecidosou anônimos. Seria impensável opresente livro sem a contribuiçãodessa área do Espiritismo. Em parti-cular, gostaríamos de registrar oapoio que sempre recebemos de nos-sa coirmã ADE São Paulo.

    – Comente sobre sua experiên-cia com a Web Rádio EspíritaCampinas.

    A ideia de se criar uma Web rá-dio surgiu no início de 2007. Na-quela época, estávamos terminandoo contrato com uma emissora de TVa cabo de Campinas. Por cerca dedois anos a ADE Campinas foi res-ponsável pela veiculação de um pro-grama semanal de TV. Porém, oscustos envolvidos estavam seavolumando, o que tornou inviávela continuidade do trabalho. Nessafase de transição, o rádio surgiucomo uma opção natural, uma vezque desde o início de 2006 a ADECampinas, por meio de seuscomunicadores, tem participado do“Ação 2000”, programa produzidopela ADE São Paulo desde 1997, e

    PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL JULHO/2010JULHO/2010

    ORSON PETER CARRARA [email protected]

    De Matão, SP

    Entrevista: Dermeval Carinhana Jr.

    veiculado pela Rádio Boa Nova deGuarulhos. Como não dispúnhamosde uma rádio convencional emCampinas, voltamos nossas aten-ções para a internet, que na épocajá era o canal de várias rádios, en-tre as quais a própria Boa Nova. Ela-boramos, então, um projeto conten-do os aspectos técnicos e financei-ros, e, principalmente, os relativosaos formatos e conteúdos dos pro-gramas. Foi assim que no dia 1o demaio de 2007 a Rádio Espírita Cam-pinas estreou o programa “OpiniãoEspírita”. Atualmente, temos doisoutros programas: o “ObservatórioEspírita”, também da ADE Campi-nas, e “Nos Caminhos do Saber”,produzido pela Área Cultural doInstituto Brasileiro de PsicoterapiaAutógena, da cidade de São Paulo.Mais recentemente, iniciamos ostrabalhos de uma TV via internet,que pode ser acessada nosite www.tvespirita.org.br.

    – Indique os contatos, sites edicas para os leitores interessadosem uma possível instalação deemissora nos mesmos moldes.

    Em nosso site(www.radioespirita.org) existe umpequeno roteiro para a estruturaçãoe implantação de uma Web rádio/TVespírita. Temos notícias de Web rá-dios que foram estruturadas a partirde nosso modelo, algumas até cominfraestrutura e alcance muito supe-riores ao nosso. Se de um lado essefato nos enche de satisfação e hon-ra, ele não chega a surpreender.

    Qualquer centro espírita com ummínimo de estrutura pode manteruma rádio via internet. Aos compa-nheiros que desejarem iniciar umtrabalho semelhante, estamos à dis-posição para auxiliar naquilo quefor possível. Nesse sentido, temos,por solicitação de alguns grupos, or-ganizado oficinas e seminários so-bre o assunto.

    – Quanto às transmissões aovivo das palestras pela internet,quais têm sido as repercussões eprincipais experiências?

    Esse é um trabalho que inicia-mos, em caráter experimental, emmeados de 2009, no interior de SãoPaulo. Graças à mobilidade que atecnologia permite, em alguns cen-tros que visitamos, transmitimos asexposições em tempo real por meioda rádio. Uma vez que esses testesenvolvem o uso de uma verdadeiraparafernália eletrônica, no inícioachamos prudente consultar os di-rigentes dos centros por onde iría-mos passar. Contrariando nossas ex-pectativas iniciais, de que tal ideiapudesse causar algum tipo de cons-trangimento, a proposta foi recebi-da com vivo interesse por todos. Emtodos os lugares, sem uma únicaexceção, diversos companheirosprontamente se dispuseram a abriros centros com mais de uma horade antecedência, a fim de que tudopudesse ser testado e acomodado.Esse fato indica que o uso da tec-nologia na comunicação e divulga-ção das ideias espíritas não está,

    como nunca foi, restrita aos gran-des centros urbanos, tal como a his-tória registra no exemplo de CairbarSchutel.

    – Quando foi fundada a insti-tuição a que você se vincula e quala programação principal a que elase dedica?

    O Instituto de Estudos Espíri-tas “Wilson Ferreira de Mello” foifundado em setembro de 2002. Tra-ta-se de um agrupamento espíritade tamanho pequeno, com cerca de20 a 25 integrantes. De modo ge-ral, podemos dizer que suas ativi-dades são equivalentes aos outrosmilhares de centros espíritas espa-lhados pelo Brasil, possuindo gru-pos de estudos teóricos e práticosdas obras de Allan Kardec. Parte doresultado desses estudos pode serencontrada na “Revista de EstudosEspíritas”, uma publicação dispo-nível no site www.ree.org.br, e queatualmente está prestes a ganharuma versão impressa.

    – Algo mais a acrescentar? Certo domingo, no início de

    2009, durante uma das edições do“Opinião Espírita”, recebemos oseguinte e-mail: “Meus queridos ir-mãos e irmãs Espíritas, estou ou-vindo vocês de Paris, na PassageSant’ Anna 59, local onde nossoquerido mestre Allan Kardec viveude 1859 até 1869, quandodesencarnou”. Qual a nossa surpre-sa em verificar que se tratava docompanheiro Oceano Vieira, dire-tor da Versátil Vídeo, responsávelpor importantes e recentes contri-buições ao meio espírita, entre asquais o resgate histórico do progra-ma Pinga-Fogo, que teve como en-trevistado Chico Xavier, ainda nosanos 1970. Imediatamente, notici-amos essa participação por nossosmicrofones, expressando a emoçãoque tomava conta de todos à mesa.Por sua vez, o Oceano ficou maisemocionado ainda, pois ele não

    imaginava que se tratava de trans-missão “ao vivo”. Isso dá uma ideiada importância e alcance de umaferramenta de comunicação comoa internet.

    – Suas palavras finais. Com respeito à obra Como Nas-

    ce um Centro Espírita, é importantedestacar que, se de um lado em suacapa constam os nomes de três pes-soas, Carlos Garcia (médium), Sil-vestre (espírito) e eu, Dermeval,

    como responsável pelos comentári-os, de outro tais inscrições são ape-nas referências. Esse, como muitosoutros trabalhos semelhantes, temcomo principal característica a cole-tividade. Seria estar bem longe da re-alidade imaginar que tantas informa-ções pudessem brotar unicamente dacabeça de três pessoas. Assim, aindaque a história possivelmente não re-gistre o trabalho dos muitos compa-nheiros, tanto encarnados, como de-

    O confrade paulista fala sobre sua experiência com a Web Rádio Espírita Campinas e conta como surgiu e foi elaborado o romance Como Nasce um Centro Espíritasencarnados, que participaram des-se trabalho, em nome dos demaisamigos responsáveis pela obra,Carlos e Silvestre, nosso agradeci-mento e reconhecimento pela con-tribuição a esses queridos e impor-tantes amigos-irmãos de jornada.

    Nota do entrevistador: Olivro Como Nasce um CentroEspírita foi publicado pela MythosBooks e já se encontra disponível.

    Como funciona a WEB RádioEspírita Campinas

    Instrumento de comunicaçãodinâmico, que possui como princi-pal característica a possibilidade deser acompanhado enquanto se exe-cuta praticamente qualquer outratarefa, o rádio pode ser valioso ele-mento de divulgação do Espiritis-mo.

    Desde 1936, com CairbarSchutel, muitos espíritas têm-seutilizado desse meio de comunica-ção para a propagação do Espiri-tismo. Ocorre que os investimen-tos necessários para se implantarum sistema de radiodifusão, asso-ciados aos entraves burocráticosinerentes à obtenção da necessáriaconcessão pública, fizeram comque esse meio permanecesse dis-tante das possibilidades da imensamaioria das instituições espíritas.

    Hoje, felizmente, o cenário émuito diferente. Em virtude da de-mocratização dos meios de comu-nicação oferecidos pela internet,qualquer instituição pode criar emanter uma Rádio via Internet, aschamadas “WEB Rádios”.

    Foi assim que nasceu no dia 1ºde maio de 2007 a WEB Rádio Es-pírita Campinas (WREC), umaemissora da ADE – Associação de

    Divulgadores do Espiritismo deCampinas, que já completou, portan-to, em maio último, três anos de vida.Seu endereço na internet éwww.radioespirita.org.br/.

    A Rádio iniciou suas operaçõescom o programa semanal “OpiniãoEspírita”, que originalmente foi pro-duzido e veiculado no canal de TV aCabo Comunitária de Campinas eRegião nos anos de 2006 e 2007. Noformato mesa-redonda, a linha edi-torial do programa consiste em dis-cutir assuntos que dizem respeito aoEspiritismo, sejam eles tomados di-retamente do meio espírita, ou aindade notícias e reportagens veiculadaspela grande imprensa. Para tanto,todos os domingos a partir das 19h,uma equipe de comunicadores daADE Campinas se reúne para discu-tir um tema previamente seleciona-do durante a semana.

    Nestes três anos de existência,foram produzidas cerca de 150 edi-ções do programa “Opinião Espíri-ta” e 100 edições do “ObservatórioEspírita”, ambos produzidos pelaADE Campinas. Fechando a gradeatual de programas, foram veicula-das pouco mais de 50 edições de“Nos Caminhos do Saber”, progra-

    ma produzido pelo Instituto Brasi-leiro de Psicoterapia Autógena.

    Além das transmissões sema-nais, a Rádio Espírita também par-ticipou da transmissão, ao vivo, demais de uma dezena de eventos,com destaque para VI SimpósioPaulista de Comunicação SocialEspírita, uma parceria das ADEsCampinas e São Paulo, e do Semi-nário “Música e Espiritualidade”realizado pela União das Organiza-ções Espíritas Intermunicipal deCampinas. Para 2010, está previstaa inauguração dos novos estúdios,que irão acompanhar o aumento dedemanda por novos programas eparcerias.

    Para assinalar seu terceiro ani-versário, o site da Rádio foi total-mente reformulado. Com o objeti-vo de aumentar a interatividadecom os ouvintes, um mural de re-cados está sendo disponibilizado, afim de que os visitantes possam re-gistrar suas opiniões e sugestões.

    Mais informações sobre a Rá-dio, incluindo sua programaçãocompleta e a lista de programaspassados, estão disponíveis nosite www.radioespirita.org.br /. (DaRedação)

    Dermeval Carinhana Jr Equipe da Web Rádio Campinas

  • O IMORTALPÁGINA 10 JULHO/2010

    Muitos se preocupavam com ocomeço dos jogos da Copa Mun-dial de Futebol, assistindo pela TVaos jogadores no Sul da África,naquele friorento dia dos namora-dos, 12 de junho de 2010. Pesso-almente a mim me preocupavamais a próxima cirurgia de alto ris-co a que em breves semanas sesubmeteria a esposa querida Neli.

    Eis que, pouco depois das 13h,à porta de um mercado, onde com-prava legumes, um ex-aluno(Ubiracy), hoje atuante membro doSantuário Frei Luiz, em Jacarepa-guá (RJ), médico ortopedista for-mado pela Universidade Federaldo Rio de Janeiro, diz-me que ha-via algumas semanas desencarnarao Juvanir Borges de Souza.

    Fiz rápida retrospectiva notempo.

    Abril de 1984, desencarnavaDeolindo Amorim. Dei-me pressa,com auxílio da esposa (não gostoda palavra viúva), Dona Delta dosSantos Amorim, da Dona ZildaAlvarenga e do Enéas Dourado, emreunir em livros algumas das abun-dantes colaborações do velhobaiano em periódicos do Brasil e

    de Portugal, o que foi, a meu ver,uma forma de homenageá-lo. Eassim, com o apoio sempre daNeli, entraram em cena a EME(Editora Espírita Mensagem deEsperança), a Federação Espíritado Paraná e a turma de Vila Velha(ES), ao tempo do Júlio CésarGrandi Ribeiro, a quem conheci nasemana espírita de Macaé, em1963, ao tempo do Dalmir (a quemnão conheci ainda). Quer dizer,Casa Espírita-Cristã.

    Dezembro de 1992, mando car-ta para o Juvanir. Responde-me eleem março do ano seguinte. Esteveretido ao leito longo tempo após ex-trair uma pedra dos rins, daí o atrasopostal, altamente compreensível.

    Março de 1993, eu me vejonuma segunda-feira, mais ou me-nos 10 da manhã, no departamen-to editorial da FEB, reencontran-do amigos como o Lauro S.Thiago, o José Salomão, o AlbertoNogueira da Gama, o AgadyrTeixeira Torres. Conheci então oZêus Wantuil e o Juvanir.

    Ao então presidente da FEB,passo umas 150 laudas maldatilografadas sob o título de Análi-ses Espíritas, com a papelada passa-da em cartório pela Dona Delta, per-mitindo a edição da obra. Advoga-do prudente, Juvanir diz que a FEB

    vai pagar em cruzados (sim, era otempo do cruzado, do José Sarney)são os meus bolsos de “sofressor”,da rede oficial, xará!

    Avancemos.Agosto de 1993, volto ao

    Juvanir que quer me reembolsar.Polidamente respondo-lhe:

    – Pague-me lançando o livroaté ontem. Ele sorri e abraça-meamável.

    O livro entra na máquina, comose diz no jargão dos gráficos, nãosei se o mesmo se dê agora com atal de Internet, com a qual não meajeito de jeito nenhum, embora sai-ba de sua utilidade para mim, quesou esperantista desde 1956, nossaudosos 14 anos de idade.

    Outubro, faço a revisão final eexatamente em novembro DonaRúbia me dá dois pacotes, cada qualcom 50 exemplares, um para distri-buir entre amigos e o outro para DonaDelta dar o mesmo destino. No meucaso, o 1º exemplar para Neli e os fi-lhos Celso e Silvana, o 2º para DonaZilda e o 3º para o Roldão Tavares deCastro, irmão do Oli de Castro(coautor com Leopoldo Machado dohino Alegria Cristã). Roldão, esse quesempre me divulgou livros na Ama-zônia ao lado do Alencar.

    *Bienal do Livro no Riocentro de

    1997. Volto a encontrar o Juvanir. Eele me diz ter a FEB feito um negó-cio da China: declara que a DPL com-prara 50 mil exemplares de diferen-tes títulos para distribuição FORA do

    O ser humano maisimportante do mundo

    O desafio anual da escola eraa seguinte pergunta: “Qual o serhumano mais importante do mun-do?” A melhor resposta valia umabolsa de estudos para o ano se-guinte. Tita queria muito ganharo desafio, porque sua família pas-sava por dificuldades financeirase o prêmio ajudaria bastante.

    Ela, decidida a brigar peloprimeiro lugar, foi à luta! A pri-meira parada foi na BibliotecaMunicipal, porém, lá havia cen-tenas de biografias de homens emulheres que foram e são impor-tantes para a humanidade. Tita fezalgumas anotações, mas não en-controu uma resposta.

    Em seguida a garota foipesquisar na Internet. Procurou

    Recordando Juvanir Borges de Souza

    em vários sites, sem encontrar a in-formação que desejava. Tita foi,então, perguntar a sua mãe:

    – Jesus! – foi a resposta queouviu. – Ele mudou o mundo. Ahistória e a contagem do tempo sedividem entre antes e depois da suapresença na Terra. Seus ensina-mentos são muito importantes paraa humanidade.

    Era, sem dúvida, uma respostamuito interessante. Porém, logo emseguida, Tita lembrou que Jesusjamais se consideraria o ser huma-no mais importante do mundo.Embora ele seja o modelo e guia,o ser mais perfeito que já encarnouna Terra, Jesus é humilde. Ele dis-se que tudo o que ele fez e faz nóstambém podemos fazer, pois so-mos todos irmãos, filhos de Deus,um Pai bondoso e sábio.

    Ela se lembrou, então, de di-versos outros indivíduos que de-

    CELSO [email protected]

    Do Rio de Janeiro

    meio espírita, o que sempre foi (econtinua sendo) o meu maior anseioe a minha maior luta. Não paracatequizar, mas consolar e orientar. Eaí me fiz amigo do dono da Distri-buidora Paulista de Livros, o JoséCarlos de Carvalho, que me lançoumais de 10 títulos sobre temas atuais.A Distribuidora Candeia que o diga.Como gosto de escrever...

    Pelo Natal de 2002 mando-lheum soneto “de pernas para o ar”.Explico-me melhor. Inspirando-menum soneto do político AugustoFrederico Schmidt, que li em 1959no livro “Língua e Literatura”, doHerbert Palhano, no meu 2º ano doColégio Leopoldo, professora a ga-lega Cecília Ledo, pus de início osdois tercetos e, por fim, os doisquartetos, invertendo o poema fixocriado, dizem, por Petrarca, e culti-vado por Camões, Bocage, Bilac eaté Vinícius de Moraes.

    Juvanir estranha em carta e emcarta lhe digo: Desde a Roma dosCésares aos artistas e aos poetastudo é permitido. Conhecedor deLatim, ele conhecia isso.

    2009. Telefono para Laranjei-ras, Rua Coelho Neto. Dona Yolediz que o esposo está doente. Es-panto-me ao sabê-lo com 93 anose com infecção generalizada. Ou-tro telefonema umas semanas de-pois. Mesma notícia.

    Agora... Até breve, irmão.(Cartas: Caixa Postal 61003, VilaMilitar, Rio de Janeiro, RJ, CEP21615-970.)

    Divaldo responde– A todo instante somos co-

    locados diante de situações queexigem nossa imediata avaliaçãoe inevitável julgamento. Que fa-zer, no âmbito profissional oufamiliar, para adotar o princípiocristão sem correr o risco de fa-lharmos por omissão?

    Divaldo Franco: Como nosencontramos na Terra, torna-seinevitável que participemos dig-namente das imposições vigentesno mundo, avaliando e julgando.Tenhamos como exemplo as au-toridades que devem exercer assuas funções, os chefes de seto-res, os responsáveis por ativida-des que abrangem grupos huma-nos e sociais...

    (Extraído de entrevista publicada no jornal O Imortal de maio de2008.)

    O não julgar a que se refere oEvangelho constitui uma adver-tência a não pensarmos mal dosoutros, a não concluirmos apres-sadamente quando não conhece-mos os fatos, a não atirarmos pe-dras em nosso próximo. Dispon-do porém, de argumentos, de in-formações e dados, é-nos conce-dido o direito de avaliar e de jul-gar de maneira equilibrada, con-tribuindo para a regularização doque esteja errado, a fim de sercorrigido.

    Não podemos concordar comtudo, o que nos pode empurrarpara uma postura hipócrita, pu-silânime ou conivente com oerro...

    CLAUDIA [email protected]

    De Santo Ângelo, RS

    tentaria iguais papéis dos demaisherdeiros. Para agilizar o processo,pego o pião à unha. Saio de São Cris-tóvão e vou a Ipanema, pois ali esta-va de passagem a filha Rosa, poismorava em Havana, esposa do nos-so diplomata à época em Cuba. Eno mesmo dia envio cartas para omais velho, Paulo HenriqueAmorim, e para a caçula, Marília,estagiando na França, obtendo seusendereços com Dona Delta.

    Marília manda-me a permissãodizendo que lá não existe burocra-cia de firma reconhecida, dando-meo endereço de uma prima junto à qualteria eu a informação aqui no Rio.

    Julho de 1993, veio a carta doPaulo Henrique Amorim desculpan-do-se da demora. Servia à Rede Glo-bo de TV e só então, depois de via-jar de um canto a outro daquele enor-me país, que lhe chegara a minhacarta. Dava total permissão e dizia amesma coisa da irmã mais jovem. Eme diz onde encontraria o cartóriopara a assinatura dele. Deu-se umlance pitoresco: o tabelião, ao ver onome do telerrepórter, diz sério:

    – É o Paulo Henrique Amorim?Então o senhor vai pagar em dóla-res.

    Amarro a cara e, mais feio doque já sou, resmungo:

    – Em dólares uma ova! Quem

    dicaram sua vida ao auxílio depessoas carentes e desamparadas:Madre Teresa de Calcutá,Gandhi, Martin Luther King,Allan Kardec, Chico Xavier, Di-valdo Franco, todos eles sãoexemplos de amor ao próximo.

    – É isso! – disse Tita bem alto.– Descobri quem é o ser humanomais importante do mundo!

    E ela elaborou a resposta queganhou o primeiro prêmio e abolsa de estudos:

    “Conforme ensinado por Jesus,o ser humano mais importante domundo é o meu próximo, aqueleque precisa de mim e meoportuniza realizar a caridade atra-vés de pensamentos, palavras eações. Assim, considerando o meupróximo o ser humano mais impor-tante do mundo, a quem devo res-peitar, amar e fazer o bem, cami-nho na direção de Deus, nosso Pai”.

  • O IMORTALJULHO/2010 PÁGINA 11

    Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras. Emjulho, os palestrantes serão: dia 7,Emanuel Cristiano (Campinas-SP);dia 14, Orson Peter Carrara (Matão-SP); dia 21, Izabel F. Andrian(Sarandi-PR); e dia 28, Jane MartinsVilela (Cambé).

    – Realizou-se no dia 27 de junho o5º Almoço Fraterno Dulce Gonçal-ves. O dinheiro arrecadado destina-se à manutenção do Lar InfantilMarília Barbosa, que atende crian-ças carentes em Cambé.

    Curitiba – Realizou-se no dia 27 dejunho, no Teatro da FEP, uma pales-tra a cargo do confrade Nélio MauroAguirre de Castro, sobre o tema “Dalei divina ou natural”.– No dia 4 de julho, às 10 horas,Marlon Reikdal falará sobre o tema“Tristeza e depressão” no Teatro daFEP, em mais uma atividade promo-vida pelo CEPE – Centro de Estu-dos e Pesquisas Espíritas, órgão vin-culado à FEP.– No dia 10 de julho, às 15h, SandraDella Pola ministra na sede da Fe-deração Espírita do Paraná seminá-rio sobre o tema “Dimensões espiri-tuais da casa espírita”.

    Palestras, seminários e outros eventos– No dia 11 de julho, às 10 horas,Sandra Della Pola profere palestra noTeatro da FEP sobre o tema “Atitudesrenovadas”.

    Londrina – Realizou-se no dia 27 dejunho mais um Almoço Beneficenteem prol da Escola-Oficina Pestalozzi.O almoço foi realizado na chácara dafirma Móveis Brasília.– Prossegue a campanha de Pizza fei-ta pela União das Sociedades Espíri-tas de Londrina – USEL, com o obje-tivo de arrecadar recursos para o cus-teio da 19ª Semana Espírita de Lon-drina. Cada unidade custa R$ 14,00 epode ser retirada desde o dia da com-pra até o dia 11 de julho, diretamentena Pizzaria La Mesa.– Iniciou-se no dia 19 de junho, às18h30, na Casa Espírita Anita Borela,no Conjunto Parigot de Souza III, umcurso de esperanto ministrado pelo pro-fessor e esperantista Leonardo CassanhoForster. As aulas estão sendo realizadasaos sábados, das 18h30 às 19h30. Nãohaverá taxa de inscrição.– A 19ª Semana Espírita de Londrina,que será realizada no período de 10 a17 de julho deste ano, terá como temageral “Qualidade de Vida e Imortali-dade”. (Veja o programa completo daSemana Espírita na reportagem dapágina 6 desta mesma edição.)– O programa radiofônico Além da Vida,produzido por confrades espíritas da re-gião e transmitido pela Rádio Londrina– AM 560 kHz aos domingos, no horá-rio de 8h30 às 9h30, pode ser ouvidoagora também pela internet, no endere-ço www.radiolondrina.com.br.– Promovido pela USEL – União dasSociedades Espíritas de Londrina etendo por título “A Arte da Comuni-cação”, será concluído no dia 3 de ju-lho, às 15h, no Centro EspíritaMeimei, mais um curso para exposi-tores. O Módulo 3 apresentará: Dicasde como podem ser usadas a música ecenas de filmes, para preparar pales-tras. Elaboração e apresentação de pe-quenas palestras pelos participantespara avaliação do aprendizado. Con-fraternização.– O Grupo de Estudos Espíritas “AbelGomes”, que é coordenado por AstolfoOlegário de Oliveira Filho, inicia nodia 20 de julho, terça, às 18h30, o es-tudo sistematizado do Evangelho se-gundo João. Não há taxa de inscrição

    e o estudo é aberto a qualquer interes-sado. O estudo será realizado tambémna quinta-feira, às 14h30, com iníciodia 22 de julho. As reuniões ocorremno miniauditório do Centro EspíritaNosso Lar – Rua Santa Catarina, 429.

    Arapongas – Encerrou-se no dia 29de junho o 62º Mês Espírita deArapongas, com palestra a cargo doconfrade Allan Kardec Moreira, deFaxinal (PR), no Centro Espírita Fé,Luz e Caridade, situado na RuaDrongo, 833.

    Campo Largo – No dia 9 de julho, às20h, na Casa da Cultura de CampoLargo, Sandra Della Pola profere pa-lestra sobre o tema “Decisão de serfeliz”.

    Foz do Iguaçu – Realiza-se no dia 3de julho o seminário “O Jovem e o Mo-vimento Espírita”, sob a coordenaçãoda Equipe do DIJ/FEP. O evento ocor-rerá no CEOM - Centro Espírita OsMensageiros (Rua Padre Montoya, 454– Centro), no horário das 15h às 18h.Serão abordados aspectos como apre-sentação sobre as diversas instânciasdo Movimento Espírita (Casa Espírita,URE, FEP, FEB).– Foi realizada entre os dias 19 a 24de junho a V Semana Cultural Espíri-ta de Foz do Iguaçu. O evento reuniudiversos expositores espíritas no Es-paço Cultural Boulevard (Avenida dasCataratas).– Um seminário sobre o tema “Com-promisso Doutrinário na Comunica-ção Social Espírita”, coordenado porMaria Helena Marcon, foi realizadona cidade no dia 20 de junho, no Cen-tro Espírita Francisco de Assis (RuaEspírito Santo, 413 – Vila Bom Jesus).

    Paranavaí – Realizou-se no dia 16 dejunho um seminário sobre o tema “Evan-gelização no SAPSE”. Coordenado pelaequipe do Departamento de Infância e Ju-ventude da FEP, o evento foi realizadono Centro Espírita Fé, Amor e Caridade(Rua Guaporé, 1576 – Centro).– Realiza-se no dia 18 de julho nestacidade, no campus da Unipar – Uni-versidade Paranaense, na Rua HubertoBrüning, 360, Jardim Santos Dumont– Zona Leste, mais um encontro regi-onal promovido pela Inter-RegionalNoroeste, que engloba os espíritas de

    quatro regiões do Estado, pertinentesàs UREs 7, 8, 9 e 11.

    Pato Branco – Numa promoção da 14ªUnião Regional Espírita, realizou-sena cidade a I Semana Espírita do Su-doeste do Paraná, no período de 12 a19 de junho. As palestras ocorreramna Sociedade Espírita Fraternidade, naRua Jaciretã, 720. Francisco FerrazBatista, presidente da Federação Es-pírita do Paraná, fez a palestra de aber-tura. O encerramento da Semana Es-pírita foi feito por Sandra Della Pola,de Porto Alegre (RS), que falou sobreo tema “Luzes do Alvorecer”.

    Outras regiões do País

    Brasília – O Portal da Federação Es-pírita Brasileira continua com êxito emsua divulgação. Ao todo, atingiu maisde 140 mil consultas no mês de abril.O número reflete o trabalho realizadode alimentação constante e inovaçõesdigitais, o que permitiu que o númeroaumentasse em dez vezes mais con-sultas do que na versão anterior. Áre-as como a do Conselho FederativoNacional, das Pesquisas com artigoscientíficos, o Reformador On-line e demídias espíritas são as mais acessadas,o que permite o acesso facilitado aconteúdos relevantes de estudo e co-nhecimento espíritas. Para acessarnotícias e áreas variadas, veja o site:www.febnet.org.br. – A Federação Espírita Brasileira estáparticipando da organização da 1ª Mar-cha Cívica em Defesa da Vida – Con-tra a Legalização do Aborto – que rea-lizar-se-á no dia 15 de agosto, domin-go, na Esplanada dos Ministérios emBrasília. O objetivo é sensibilizar osparlamentares para que não seja alte-rada a legislação vigente sobre o abor-to. Informações com Jaime FerreiraLopes (Coordenador do evento) pelotelefone (61)8117-9107. Informações:www.caminhosluz.com.br/.

    São Paulo – O Curso de PedagogiaEspírita Aplicada à Evangelização estásendo realizado on-line e gratuitamen-te e com alguns encontros presenciais,a confirmar. O início foi no dia 1o dejulho, quinta-feira. Poderão participarprofessores, educadores, evangeliza-dores, pais e interessados na educação.Todo o material, apostilas e livros em

    PDF serão disponibilizados on-lineno site www.pedagogiaespirita.org.Inscrições pelo sitewww.pedagogiaespirita.org, no itemCurso de Pedagogia Aplicada àEvangelização. Todo o material – au-las, discussões – será vinculado atra-vés do Grupo de Pedagogia EspíritaAplicada – acesso pelo site acima.Cada participante receberá omaterial através de e-mails, poden-do ler e estudar no horário que lheaprouver e participar com dúvidas,ideias e soluções por e-mail, no gru-po. Outras informações pelo site aci-ma ou pelo e-mail:[email protected]. Ocurso não é exclusivo para assinan-tes da Revista Pedagógica Espírita,no entanto, a revista estará tambémproduzindo artigos, estudos e mate-rial para a prática pedagógica, sen-do bastante útil aos interessados. Ou-tros materiais no formato de livrosimpressos, CDs, DVDs etc. ficarãoa critério de cada um que desejar ad-quirir. Nada é obrigatório.

    Guaxupé – O II Encontro de Ami-gos de Chico Xavier será realiza-do nos dias 24 (às 14h) e 25 de ju-lho (às 13h), no Centro IntegradoEducacional de Guaxupé. O even-to contará com as participações deSérgio Sanches – Cantor de Ara-raquara/SP; Augusto CantúsioNeto – Campinas/SP; CarlosAugusto Abranches – Músico deSão José dos Campos/SP; EugeniaMaria, de Jales/SP, Marlene e Ser-gio Santos – cantores de Uberaba/MG; Orson Peter Carrara, deMatão/SP; Paula Zamp – cantorade São Paulo/SP; Grupo TeatralOperários do Palco, de São Paulo/SP, com a peça: Herdeiros do NovoMundo, pelo Espírito Lucius, atra-vés do médium André Luiz Ruiz.Esse encontro será especial, poiscomemorará os 100 anos de nasci-mento de Chico Xavier. Faça a suainscrição, pois as vagas são limita-das, e o valor é R$20,00 (incluindomaterial e lanches diversos). Os con-vites para o teatro, antecipado paraencontristas, custam R$20,00, e, nodia, o valor será de R$25,00. Maisinformações pelos telefones (35)3551-4002, (35) 3551-4002 ou8822-5557, com Ismael.

    Orson Peter Carrara

    Sandra Della Pola

  • O IMORTALPÁGINA 12 JULHO/2010

    ELSA [email protected]

    De Londres (Reino Unido)

    São incalculáveis as informa-ções de que temos conhecimentosobre pessoas que estiveram comChico Xavier. Interessante que al-gumas vezes “essas pessoas” so-mos nós mesmos.

    Era o início do ano de 1997. Apedido da amiga Janet Duncan,estive em Londres por dois me-ses, ajudando a colocar em ordemo escritório do Allan KardecStudy Group, Centre for SpiritistTeachings. Enquanto da estada emLondres, senti a carência de mãode obra que tivesse possibilidadede dedicar-se ao trabalho de di-vulgação da Doutrina Espírita emtempo integral. Pensei em trans-ferir-me do Brasil para o ReinoUnido para poder ajudar no quefosse possível. Mas seria quaseimpossível uma transferência des-se porte, quando tudo estava indomuito bem na minha vida commeus filhos e um netinho, no suldo Brasil, na cidade de Curitiba,Paraná.

    Deixar a família, deixar as ta-re