o gÊnero dramÁtico e misto -...
TRANSCRIPT
Ao final desta aula, você deverá:
z destacar a origem e características do gênero dramático;
z identificar as expressões do dramático, como a tragédia, a comédia, o auto e a farsa;
z reconhecer propriedades do gênero misto.
Conhecer o gênero dramático através de suas expressões.
Met
aOb
jetiv
os10 au
la
O GÊNERO DRAMÁTICO E MISTO
133Letras VernáculasUESC
Aul
a10
AULA XO GÊNERO DRAMÁTICO E MISTO
1 INTRODUÇÃO
Em aulas anteriores, você estudou sobre o gênero lírico
e o épico. Agora, chegou a vez de conhecer outros dois: o
dramático e o misto. Você deve atentar para o fato de o gênero
dramático estar inserido na tradição de gênero tradicional,
oriunda da Antiguidade clássica, enquanto o chamado gênero
misto se revela como uma concepção atual, sem raízes com a
tradição.
134 Módulo 1 I Volume 4 EAD
O gênero dramático e mistoFundamentos de Teoria da Literatura
2 O GÊNERO DRAMÁTICO
2.1 Origens
As festas ritualísticas encontradas na Grécia Antiga
parecem ter sido o ponto de partida para o desenvolvimento
do gênero dramático. Em tais festas, acreditava-se que a
dança teria o poder de alterar algumas condições necessárias
à sobrevivência e ao bem-estar das pessoas. Desta forma, os
participantes representavam diferentes
papéis, caracterizando encenações.
Essas festas, que eram anuais, tinham,
na exaltação e homenagem ao deus
Dionísio, Baco, para os romanos, sua
motivação mais elevada.
As chamadas festas dionisíacas eram
regadas a vinho, em que o estado
de embriaguez era visto como um
estado que facilitava a entrada dos
participantes em outra dimensão.
Primitivamente, havia apenas
um coro que entoava os hinos,
chamados ditirambos, os quais
narravam passagens da vida do deus
Dionísio. Posteriormente, esse coro foi dividido em perguntas
e respostas coordenadas por um corifeu (o regente ou diretor
do coro). Mais tarde, surgiu o hypokrités, o ator-protagonista,
simbolizado por Téspis, um poeta grego.
A representação do ator-protagonista provocava
sentimentos no coro, que, nesse momento, transformava-se
em plateia, porque avaliava o comportamento do protagonista.
Cantando, o coro respondia a ele, para concordar ou discordar
de suas ações. Desta forma, na origem do gênero dramático,
destacam-se dois elementos que até hoje são essenciais para
esse tipo de texto: a possibilidade de desencadear emoções
por meio da representação e a importância do público.
SAIB
A M
AIS
R
AAC
a FU V
MK
Coro, termo que provém do grego chorós, que, na Grécia antiga, designava um grupo de dançarinos e cantores usando máscaras que participavam ativamente das festividades religiosas e das representações teatrais. Na tragédia clássica, o coro é uma personagem coletiva que tem a missão de cantar partes significativas do drama. Na origem, representa a polis, a cidade-estado, ampliando a ação para além do conflito individual. De início, o texto do coro constituía a parte principal do drama, ao qual se interpolavam monólogos e diálogos. É possível encontrar coros também nas odes pindáricas, exatamente com a mesma função. Com o desenvolvimento da tragédia, o coro fixou-se como uma parte secundária do texto dramático, geralmente reservada ao comentário público. Em consequência, o coro torna-se depois uma parte perfeitamente supletiva que apenas serve para fazer uma pausa entre os atos.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Coro.
135Letras VernáculasUESC
Aul
a10
2.2 Concepção
Denomina-se dramático o gênero que tem na sua
formulação a ausência de intermediação entre texto e público.
O filósofo grego Aristóteles observa, na Poética, que o termo
drama (do grego drân: agir) faz referência ao fato de, nesses
textos, as pessoas serem representadas “em ação”. Se, por
um lado, relacionamos o dramático ao teatro como expressão,
este (o teatro) só se realiza como teatro quando efetivamente
apresentado, ou seja, a escrita, o texto do teatro ainda não
é teatro, pois somente será quando de sua montagem em
espetáculo. Assim sendo, o estudo do dramático que interessa
à literatura é o texto, denominado de peça teatral.
Ao classificar o drama como um dos gêneros literários,
Aristóteles considerou que uma característica importante
desses textos era sua finalidade, pois eram feitos para serem
representados, dramatizados. Assim, textos
dramáticos são aqueles em que a “voz
narrativa” está entregue às personagens,
que contam a história por meio de diálogos
e monólogos.
No gênero dramático, ao contrário dos
outros gêneros literários tradicionais, como
o épico-narrativo e o lírico, o enredo não
toma forma com a ação dos personagens,
não é apresentado por um narrador e, sim, por um artifício
de representação cuja atuação de um ator desencadeia
a ação, ou seja, a ação é transmitida diretamente ao leitor
ou ao espectador. Neste caso, é necessário compreender os
componentes do processo de formulação do gênero dramático,
pois quem escreve o texto é o dramaturgo, que é o equivalente
ao autor ou escritor no épico e ao poeta no lírico. A distinção
para outros tipos de texto literários passa a se dar a partir
deste momento, pois o autor-dramaturgo produz um texto com
personagens que serão vivenciados por atores. Esses atores,
representando personagens, atuam, dando vida através de
suas ações aos personagens que foram criados.
O texto dramático é denominado peça, e é a partir da
peça escrita pelo dramaturgo que atores, atuando e dialogando
entre si, num palco, representam o que foi escrito. Os elementos
SAIB
A M
AIS
R
AAC
a FU V
MK
O termo drama, na origem relacionada ao teatro, assumiu várias acepções ao longo do tempo, tendo sua principal noção definida a partir do século XIX, quando tem origem um modelo misto que tem como drama uma associação de tragédia e comédia. O drama passou também a designar a representação, o fingimento de forma coloquial, assentado na sua origem grega, hypokritéz, que traduz um sonho, a adivinhação e o exagero.
136 Módulo 1 I Volume 4 EAD
O gênero dramático e mistoFundamentos de Teoria da Literatura
constituintes do dramático são os mesmos que conhecemos
nas narrativas, como você já estudou: enredo, personagens,
espaço, tempo. No entanto, no dramático, esses elementos
apresentam tratamento diferente, como, por exemplo, o espaço
que, ao ser representado num palco; devem ser consideradas
suas limitações. Por sua vez, o ambiente ou a situação vem
a ser o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, em que se
situa a ação. O tema é a ideia que o autor (dramaturgo) deseja
expor, ou sua interpretação real através da representação.
Para uma composição dramática exposta na peça teatral,
são necessários alguns elementos convencionais, tais como:
os personagens ou atores, espectador ou público e o próprio
texto. Quanto ao ponto de vista, o gênero dramático admite
uma formulação peculiar, visto que não há uma narração, pois
o dramaturgo em regra se situa fora da ação, dando voz aos
próprios personagens. Desta maneira, o texto dramático é, ao
mesmo tempo, literatura e representação.
A tragédia é uma das primeiras formas de expressão
do gênero dramático. Tendo se originado na Grécia Antiga, a
tragédia consiste no embate de um indivíduo contra uma força
superior, um mal, um conflito íntimo de paixão ou sentimento,
um ambiente hostil, um caráter mal formado, destino adverso,
ambições de medidas, contra os quais ele se vê desafiado e
busca superar.
A comédia, por sua vez, também originária da Grécia
Antiga, apresenta a intenção de provocar o riso, ao utilizar
como instrumento de expressão a sátira, que expõe situações
sociais ou individuais que mais das vezes conotam o exagero,
dando a sensação do ridículo.
2.3 A tragédia
Na Grécia Antiga, o gênero dramático desenvolveu-se
por meio de duas modalidades básicas: a tragédia e a comédia.
Já o drama, que vem a ser a caracterização essencial do gênero,
se mostrava praticamente sinônimo de tragédia. Assim, tanto o
drama como a tragédia faziam referência a uma encenação que
apresentava as ações humanas, simbolizando a transgressão
da ordem no contexto familiar ou social.
137Letras VernáculasUESC
Aul
a10
A tragédia tinha na paixão (pathos) um elemento
primordial, que levava os seres humanos a portarem-se de
modo violento e irracional e, dessa forma, ignorarem as leis
humanas ou divinas que organizavam a vida.
Aristóteles, na Poética, observou que as tragédias
desenvolveram certos temas, como as paixões humanas e os
conflitos por elas desencadeados, e apresentavam personagens
nobres e heroicos, tais como deuses, semideuses ou membros
da aristocracia. Igualmente, esclareceu que o objetivo da
encenação de uma tragédia era desencadear, no público,
terror ou piedade. A “purificação” de sentimentos da plateia,
provocada por essa experiência estética, recebeu o nome de
catarse.
Veja, no trecho abaixo, a sugestão desses sentimentos,
os quais o público se identificava, provocando a catarse:
Ó meus filhos, gente nova desta velha cidade de Cadmo, por que vindes assim, junto a estes altares, tendo nas mãos os ramos dos suplicantes? Sente-se, por toda a cidade, o incenso dos sacrifícios; ouvem-se gemidos, e cânticos fúnebres. Não quis que outros me informassem da causa de vosso desgosto; eu próprio aqui venho, eu, o rei Édipo, a quem todos vós conheceis. Responde tu, ó velho; por tua idade veneranda convém que fales em nome do povo. Dize-me, pois, que motivo aqui vos trouxe? Que terror, ou que desejo vos reuniu? Careceis de amparo? Sófocles. Édipo-rei.
Fonte: http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/traduzidos/
edipo_rei.htm).
Observe que o fragmento,
de uma peça dramática,
apresenta personagens
que falam por si, sem uma
intermediação de narrador.
Também os conflitos encenados
nas tragédias quase sempre
tratavam de questões acerca da
honra e do poder. Neste sentido,
as tragédias clássicas, escritas
no período greco-latino, ficaram
SAIB
A M
AIS
R
AAC
a FU V
MK
A Obra Édipo–rei, de Sófocles, trata da história do monarca Édipo, que tem o vaticínio dado pelos deuses de que esposaria sua mãe e mataria seu pai. A obra serviu de base, no século XIX, para os estudos e um dos conceitos-chave da teoria psicanalítica, que é o complexo de Édipo. Outra obra, bastante conhecida do período clássico é Medéia, de Eurípedes, escrita em 431 a.C. Esta apresenta o drama vivido por uma mulher que comete as maiores loucuras após ser abandonada pelo amante Jasão, ao ponto de sacrificar-se com a morte. Em ambas as peças citadas, os personagens se revelam elevados ou nobres em sua moral ilibada (é o conceito máximo do herói grego) e procuram, por meio da ação dramática, levar a plateia a um estado de grande tensão emocional. Assim, as peças trágicas terminam ou tem seu desfecho com um acontecimento funesto, ou seja, com um acontecimento trágico que dá sentido à ação.
Fonte: www.lendo.org/edipo-rei/.
138 Módulo 1 I Volume 4 EAD
O gênero dramático e mistoFundamentos de Teoria da Literatura
como modelos bem acabados do gênero dramático. Alguns
autores, tais como Sófocles e Eurípedes, representaram o
que de mais elevado se tem em termos de peça trágica.
2.4 A comédia
A comédia é a outra modalidade em que se alicerça o
gênero dramático, desde a Grécia. Sua origem, assim como
a da tragédia, está relacionada aos festivais realizados
em honra do deus Dionísio. Alguns dos festejos ocorriam
durante a primavera e costumavam apresentar um cortejo
de mascarados. Esses cortejos recebiam o nome de komos e
deles deriva o nome comédia (komoidía: komos, “procissão
jocosa” + oidé, “canto”). A pé ou em carros, eles percorriam
os campos, dançando, cantando e recitando poemas jocosos
em que satirizavam personalidades e acontecimentos da vida
pública.
Os termos conceituais que caracterizam a comédia, ao
contrário da tragédia, não estão bem documentados. Em sua
Poética, Aristóteles trata do gênero dramático, dedicando a
primeira parte ao trágico. A segunda parte teria se perdido,
não nos tendo chegado aos dias de hoje. Esse fato motivou a
produção de um romance do escritor italiano Umberto Eco que,
posteriormente, foi adaptado para o cinema, dando origem ao
filme intitulado O nome da rosa.
Sabe-se, no entanto, que a comédia tem um caráter mais
popular, pois representa fatos comuns cotidianos (fatos vis) e
seu efeito é de retratar, através de personagens e situações,
não a nobreza e a virtude das almas, mas sim seus vícios, o
que os torna menos elevados.
2.5 Autos e farsas
Na Idade Média, a religião católica exerceu forte
influência nas peças teatrais, ao ponto destas passarem a
enfocar cenas bíblicas e episódicas da vida de santos. Assim,
ao invés do sentido pagão encontrado outrora entre os gregos,
a peça ganha uma forte conotação cristã. Duas modalidades
dramáticas tornaram-se bastante populares nesse período: o
139Letras VernáculasUESC
Aul
a10
auto e a farsa.
O auto é uma peça dramática de curta extensão,
em geral de cunho religioso. As personagens representam
conceitos abstratos, como a virtude, a bondade, a luxúria, o
pecado e a hipocrisia. Desta forma, os autos se caracterizam
como peças de caráter rigidamente moralizante e simbólico.
Já a farsa, também uma pequena peça, se distingue do auto,
pois seu conteúdo envolve situações ridículas ou grotescas.
Tinha como objetivo a crítica aos costumes. Algumas peças em
autos e farsas mais notórias foram escritas em Portugal pelo
dramaturgo Gil Vicente, em fins da Idade Média, tais como
a Farsa de Inês Pereira e o Auto da barca do inferno. Deste
último, buscamos o fragmento abaixo:
Anjo – Eu não sei quem te cá traz... Brísida – Peço-vo-lo de giolhos! (joelhos)
Cuidais que trago piolhos, anjo de Deos, minha rosa?
Eu sô aquela preciosa que dava as moças a molhos,
a que criava as meninas pera os cónegos da Sé... Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas, (margaridas) olhos de perlinhas finas!
E eu som apostolada, angelada e martelada,
e fiz cousas mui divinas. Santa Úrsula nom converteu
tantas cachopas como eu [...] (meninas, raparigas)
(Gil Vicente, Auto da barca do inferno) (Fonte:http://guiadoestudante.
abril.com.br/estude/literatura/materia_405143.shtml).
No fim da Idade Média, no período conhecido como
Humanismo, o gênero dramático experimentou um período
de intensa atividade. Na Itália, principalmente, vê-se nascer,
no século XVI, a commedia dell’arte, gênero que procurava
resgatar as tradições da comédia clássica. Nesse mesmo
período, na Inglaterra, o dramaturgo William Shakespeare
escreveu inúmeras peças, entre tragédias e comédias, que se
transformaram em clássicos do teatro universal, sedimentando
um gênero que nos oferece, ainda hoje, as mais notáveis
facetas da representação literária.
140 Módulo 1 I Volume 4 EAD
O gênero dramático e mistoFundamentos de Teoria da Literatura
3 O GÊNERO MISTO OU HÍBRIDO
Na atualidade, percebem-se textos literários que fogem
aos padrões tradicionais dos gêneros clássicos. São textos que
escapam a uma normatividade que os relacione ao lírico, épico
ou mesmo ao dramático. Tal dificuldade de filiação desses novos
textos começa a ser percebida e, por conseguinte, recebem
outro tratamento, a partir do Romantismo, quando surge o
chamado drama moderno, que vem a ser uma forma cujos
elementos trágicos, líricos e dramáticos podem perfeitamente
estar presentes, sem se restringir a uma única modalidade.
A partir de então, surge uma série de textos de caráter
híbrido, ou seja, que tem na mistura de elementos sua
caracterização mais comum. São os casos da crônica, do ensaio,
da autobiografia, da memória etc. Tais textos têm em comum
uma definição que os coloca entre a ficção e a realidade, não
se caracterizando de modo categórico no jargão literário. Mas
tal constatação, longe de ser um desfavorecimento, revela um
quadro contextual atualizado, na medida em que retrata, de
maneira explícita, as próprias contradições da época.
Desse modo, a crônica, por exemplo, comumente
escrita em meios de comunicação, como jornais e revistas, se
caracteriza pela sua atualidade, ao retratar fatos cotidianos
que perdem a sua eficácia com o decorrer do tempo. Quanto
aos elementos estruturais constitutivos, ela não apresenta
necessariamente personagens, ação, tempo e espaço, embora
possa ter, sem que isto a estruture. Alguns dos grandes cronistas
modernos qualificam seus textos, dando-nos a impressão de
que um fato datado possa ser recuperado posteriormente, sem
que isto prejudique o interesse pelo texto. São os casos de
Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade e Luis Fernando
Veríssimo.
O gênero misto ou híbrido se expressa na forma dos
chamados ensaios, que são textos de caráter dissertativo-
produtivo, na maioria das vezes, utilizados com finalidade
científica, em que prevalece a opinião detalhada do autor
sobre um determinado assunto. O ensaio, embora relacionado
aos tempos modernos, já era exercido desde a Renascença,
no século XV, quando o escritor francês Voltaire escreveu os
“ensaios filosóficos”.
141Letras VernáculasUESC
Aul
a10
A autobiografia e as memórias também se apresentam
como destaques deste gênero moderno. São duas formas
narrativas que se assemelham mais a um documento, comumente
chamado relato, cujas características básicas e distintivas se
encontram no fato de a autobiografia ou biografia ser escrita
por uma pessoa que não o próprio biografado, enquanto as
memórias têm na autoria do próprio personagem sua maior
relevância. Veja, a seguir, um exemplo de autobiografia do
jornalista e escritor norte-americano Gay Talese:
Não sou, nem nunca fui, um apreciador de futebol. É provável que isso se deva, em parte, à minha idade e ao fato de que, na adolescência, quando eu morava no litoral sul de Nova Jersey - há meio século - esse esporte fosse praticamente desconhecido dos americanos, a não ser os nascidos no exterior. E embora meu pai fosse nascido no exterior - era um sisudo alfaiate que se vestia com esmero, oriundo de uma aldeia calabresa, no sul da Itália, e naturalizado norte-americano em meados da década de 1920 -, quando conversava comigo sobre futebol ele se limitava a discorrer sobre as brigas de sua juventude relacionadas ao esporte, e sobre a frustração que sentia ao ver os colegas de escola jogando numa praça enquanto ele costurava à janela dos fundos de um ateliê próximo, onde trabalhava como aprendiz.
Fonte: veja.abril.com.br/.../crise-nao-assusta-gay-
talese-477103.shtml
São exemplares também das duas modalidades, biografia
e memórias, os relatos escritos por Pedro Bial sobre o jornalista
Roberto Marinho e o livro de memórias intitulado Confissões
de adolescente, de Maria Mariana, no qual a autora traça um
painel de sua vida adolescente. A diferença básica entre as duas
modalidades é que a biografia requer pesquisa, estudo sobre
o biografado, o que é feito por outra pessoa; já, na memória,
o autor se vale de suas próprias reminiscências para a escrita.
Podemos afirmar, portanto, que as escritas de prosa
contemporâneas guardam pouca precisão com as narrativas
tradicionais, estabelecendo, assim, um novo gênero.
Vamos, agora, às atividades!
142 Módulo 1 I Volume 4 EAD
O gênero dramático e mistoFundamentos de Teoria da Literatura
ATIVIDADES
LEITURA RECOMENDADA
1. Quais são as duas principais formas de expressão do gênero dramático?
2. Veja o filme e leia a peça Auto da compadecida. Em seguida, trace uma comparação entre as duas linguagens, demonstrando em que momento há confirmações do gênero dramático e da forma auto.
3. Aponte algumas das formas de expressão do gênero misto.
Para complementar esta aula, recomendo a leitura de MAGALDI, Sábato. Iniciação ao
teatro. São Paulo: Ática, 1998.
Nesta aula, você estudou sobre a origem e a caracterização
do gênero dramático, bem como a concepção de um novo gênero da
atualidade, que não se insere nos gêneros tradicionais, o chamado
gênero híbrido.
RESUMINDO
143Letras VernáculasUESC
Aul
a10
AFRÂNIO. Coutinho. Notas de Teoria Literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.
BERRIO, Antonio Garcia; FERNANDEZ, Teresa Hernández. Poética: tradição e modernidade. São Paulo: Littera Mundi, 1999.
GONÇALVES, Magaly Trindade; BELLODI, Zina C. Teoria da literatura ‘revisitada’. Petrópolis: Vozes, 2005.
LIMA, Luiz Costa. Teoria da literatura em suas fontes. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.
MAGALDI, Sábato. Introdução ao teatro. São Paulo: Ática, 1999.
SILVA, Vítor Manuel de Aguiar e. Teoria da literatura. 5. ed. Coimbra: Almedina, 1986.
SOARES, Angélica. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 2000.
RE
FE
RÊ
NC
IAS
Suas anotações
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________