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Primeiro ciclo Os resultados da área financeira da Wilson Sons um ano após a chegada do CFO Fernando Salek O futuro da energia no Brasil Especialistas apontam crescimento de fontes renováveis na matriz energética Uma publicação do Grupo Wilson Sons Dezembro 2017 | ano 13 | nº 68

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Primeiro cicloOs resultados da área financeira da Wilson Sons um ano após a chegada do CFO Fernando Salek

O futuroda energiano BrasilEspecialistas apontam crescimento de fontes renováveis na matriz energética

Uma publicação do Grupo Wilson Sons Dezembro 2017 | ano 13 | nº 68

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2 Dezembro 2017 NEW,S

Giro pela WSEditorial

Transformação e comemoraçãoTransformação é um movimento obriga-tório para uma empresa que busca se man-ter relevante em um mercado cada vez mais competitivo. Na Wilson Sons, esta-mos sempre em busca de oportunidades, seja para nos adaptarmos ou para criarmos novos processos.

Nesta edição da NEW,S, trazemos dois importantes exemplos de transformações que ocorrem na Wilson Sons e em seus negócios. Um deles é o foco que estamos dando nos últimos anos para as fontes re-nováveis de energia. Nos tornamos par-ceiros estratégicos de empresas que estão montando parques eólicos e fotovoltaicos no Brasil. O mercado está se transforman-do e nós estamos mais uma vez preparados para as mudanças.

Outro exemplo vem por meio da ino-vação, que agora faz oficialmente parte da estratégia da companhia, buscando o ma-peamento antecipado de oportunidades de valor para o Grupo. Para chegar a al-gumas dessas inovações, contamos com a contribuição de nossos colaboradores, atra-vés de programas de inovação baseados em sugestões de ideias.

Além de pensar no futuro, estamos também comemorando a importan-

te marca que atingimos em 2017: os 180 anos do Grupo Wilson Sons. Realizamos uma festa para celebrar com clientes, autoridades e par-ceiros e queremos dividir

um pouco dela com vocês, por meio de fotos e de-

poimentos de al-guns participan-tes. Boa leitura!

Cézar BaiãoCEO do Grupo Wilson Sons

ExpedienteNEW,S é uma publicação trimestral do Grupo Wilson Sons, produzida e editada pela Textual Comunicação.

Jornalista responsável | Ludmilla Totinick

Edição | Daniel Cúrio

Redação | Daniel Cúrio e Andréia Gomes Durão

Revisão | Liciane Corrêa

Diagramação | Traço Design

Fotos | Divulgação, LPS Consultoria Energética (página 8) e ABEEólica (página 9)

E-mail | [email protected]

GRUPO WILSON SONS – CEO

Cézar Baião

CFO e Relações com Investidores

Fernando Salek

Vice-presidente de Rebocadores, Offshore, Agenciamento e Estaleiros

Arnaldo Calbucci

Vice-presidente de Terminais e Logística

Sérgio Fisher

Coordenação editorial

Carolina Gouveia

Desenvolvimento & Comunicação

Os artigos assinados e as opiniões são de total responsabilidade de seus autores. Nenhum material desta publicação pode ser reproduzido sem prévia autorização.

Rua da Quitanda, 86 - 5º andar Centro | Rio de Janeiro | RJ Cep: 20091-005T 55 21 3504-4222 www.wilsonsons.com.br

SumárioEspecialA diversificação da matriz energética brasileira sempre foi motivo de estudos e debates. Para os próximos anos, especialistas apontam que o cenário será promissor para a geração eólica e fotovoltaica.

5Responsabilidade socialNa conclusão do primeiro ano da plataforma Avante, os projetos apoiados apresentam importantes resultados. Mais de 10 mil pessoas foram beneficiadas ao longo de 2017.

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TAMBÉM NESTA EDIÇÃO

Giro pela WSWilson Sons Agência recebe certificação anticorrupção e Brasco e Wilson Sons Logística assinam novos contratos

180 anosCompanhia comemora 180 anos com festa no Rio de Janeiro

GestãoFernando Salek analisa seu primeiro ano na Wilson Sons

InovaçãoEmpresas investem em programas de ideias na busca por inovações

TecnologiaWilson Sons Rebocadores expande projeto de telemetria

MemóriaHá 20 anos, Lei do Petróleo transformou o setor no Brasil

3

812

1814

empresa associada

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NEW,S Dezembro 2017 3

Giro pela WSGiro pela WS

Uma das maiores certificadoras no mun-do em anticorrupção e antissuborno, a Trace International reconheceu a qua-lidade do trabalho da Wilson Sons Agência nesses quesitos. A certifica-ção demonstra o compromisso da com-panhia com a transparência comercial,

permitindo atuar como parceiro co-mercial valorizado por empresas mul-tinacionais.

“Além de atender a todos os com-pliances com procedimentos corretos, a Wilson Sons Agência recebe uma chancela de uma organização reconhe-

cida mundialmente e garante mais um diferencial no mercado. Com esta con-quista, a empresa se compromete com o alto nível de transparência”, diz o diretor executivo da Wilson Sons Agência, Christian Lachmann.

A conquista do selo é uma conse-quência da seriedade do trabalho reali-zado pela companhia. O Grupo Wilson Sons conta com duas importantes ferramentas para orientar o compor-tamento de seus colaboradores: o Código de Conduta Ética e o Guia Anticorrupção, que disseminam os valores morais e éticos que norteiam seus negócios.

Wilson Sons Agência recebe certificação anticorrupçãoCompanhia conquistou selo da Trace International

A Brasco assinou contrato com a Queiroz Galvão Ex-ploração e Produção para ser a base de apoio ao Plano de Desenvolvimento do Campo de Atlanta, localizado na Bacia de Santos, a 185 quilômetros da costa do Rio de Janeiro e com capacidade de produção de até 30 mil barris de óleo por dia (kbopd). A área de desenvolvi-mento é de 115,920 km².

Em uma lâmina d’água de 1.550 metros, será insta-lada a plataforma FPSO (Floating Production Storage and Off loading Unit) Petrojarl I, da Teekay, e a Brasco inicialmente dará o apoio portuário às movimentações dos equipamentos de ancoragem da plataforma e su-porte às atividades de instalação submarina, por meio de sua base na Ilha da Conceição, em Niterói. Poste-riormente, a base da Brasco dará apoio às operações de produção da plataforma.

As operações tiveram início em setembro, com as ati-vidades logísticas que antecedem a chegada da platafor-

ma. O primeiro óleo do Campo está previsto para o pri-meiro trimestre de 2018, com produção inicial média diária estimada em 20 kbopd.

A Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A. é a maior produtora de controle privado no setor de Explo-ração e Produção do Brasil, e a única empresa privada brasileira a operar na área premium do pré-sal na Bacia de Santos.

“Fomos recompensados por essa escolha em um am-biente de muita competitividade, o que comprova o di-ferencial de qualidade de nossas operações. É para nós um orgulho ter a QGEP de volta às nossas instalações”, declara Gilberto Cardarelli, diretor executivo da Brasco.

A Brasco recentemente obteve autorização da Mari-nha para operar com embarcações de até 7,6 metros de calado, o que permite atracar PSVs (Platform Supply Vessels) e AHTSs (Anchor Handling Tug Supply Vessels) de grande porte em sua base de Niterói.

Brasco assina contrato com QGEPTerminal dará suporte às atividades do Plano de Desenvolvimento Antecipado (SPA) do Campo de Atlanta, na Bacia de Santos

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4 Dezembro 2017 NEW,S

Giro pela WS

A chinesa Jinko Solar, líder global na fabricação de painéis fotovoltaicos, e a Wilson Sons Logística, o maior opera-dor logístico do segmento solar no Bra-sil, acabaram de firmar um contrato para suportar a estratégia de crescimen-to da Jinko no país.

Incialmente, o projeto tem o foco direcionado para o segmento de energia solar distribuída (destinada principal-mente às residências e consumo próprio), mas poderá também suportar os planos de crescimento em energia centralizada, envolvendo a criação de novos parques solares resultantes dos grandes leilões de energia solar em curso.

A primeira fase da operação prevê a utilização do terminal alfandegado da Wilson Sons Logística em Santo André (SP), que funcionará como estoque avan-çado da Jinko no país podendo, assim, atender às demandas do setor, just-in-time. A solução desenvolvida pela Wilson Sons Logística oferece a f lexibilidade reque-rida no projeto, atendendo não apenas às demandas de crescimento em termos físicos mas, principalmente, à possibili-dade de realização de operações integra-das e completas envolvendo o transpor-te in-bound, armazenagem alfandegada, centro de distribuição e entrega aos clien-tes finais em todo o país.

“Estamos muito animados com o contrato firmado, pela representativi-dade da Jinko Solar e principalmente

pelas perspectivas de crescimento do setor no Brasil. Desde 2015, dedicamos grandes esforços para aprofundar nosso entendimento sobre os desafios e de-mandas do setor e podemos dizer que hoje oferecemos uma solução robusta, capaz de atender a todas as empresas do segmento”, explica Patricia Iglesias La-go, diretora comercial da Wilson Sons Logística e do Tecon Salvador.

Segundo a ABSolar, entidade que reúne as maiores e mais importantes empresas do segmento solar no Brasil, a expansão prevista em 2017 para a ge-ração centralizada é de 22 MW para 1 GW de potência instalada, crescimento de mais de 4.500%. Já para a geração distribuída, o crescimento estimado é de 60,6 MW para 150 MW, represen-tando um aumento de cerca de 150%. Inicialmente, os projetos de energia so-lar centralizada deverão puxar o cresci-mento, mas em países onde essa fonte de energia está em estágio mais avança-do, a energia distribuída já supera a po-tência instalada da energia centralizada.

Para tangibilizar ainda mais o po-tencial do segmento, segundo a Agên-cia Internacional de Energia Renovável (Irena), em 2030, a capacidade instalada mundial deverá atingir 1.760 GW, cor-respondendo a um crescimento de 15% ao ano. Atualmente, os países líderes, como China, Alemanha e EUA, pos-suem instalados 43,2 GW, 38,4 GW e

27,8 GW, respectivamente. No Brasil, esse número hoje gira em torno de 1,2 GW. Entretanto, de acordo com o Pla-no Decenal desenvolvido pela EPE (Em-presa de Pesquisa Energética), o alcance previsto é de 7 GW de potência insta-lada em 2024.

Para a Jinko Solar, a perspectiva do mercado brasileiro foi o principal fator que estimulou o desenvolvimento do projeto: “Queríamos expandir a nossa atuação na América Latina. O Brasil mostrou ser um país com grande poten-cial. Iniciamos com a energia solar cen-tralizada e, agora, apostamos fortemen-te na energia distribuída. Para isso, precisávamos de um parceiro como a Wilson Sons Logística”, explica Juan Bosaans, Logistic Manager Latin Ame-rica da Jinko Solar.

Wilson Sons Logística participa da expansão do segmento de energia solar no BrasilJinko Solar cresce no mercado nacional de energia solar e fecha parceria para operação logística com a Wilson Sons

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Especial

Representantes dos segmentos da matriz energética e especialistas da área revelam expectativas para uma fase de franco desenvolvimento

Um novo horizonte para o setor energético brasileiro

Uma luz bem antes do fim do túnel. Ao lançarem seus olhares sobre o ho-rizonte do setor de energia, especialis-tas veem boas perspectivas e aguardam, ansiosos e otimistas, os contornos que devem se desenhar no segmento. Di-versificação da matriz energética, mais modelos de distribuição e, principal-mente, o posicionamento do Ministé-rio de Minas e Energia (MME) pare-cem mudar as projeções e afastar o risco da crise de abastecimento.

Quando o assunto é o cenário ener-gético, mais do que tema obrigatório, a nota técnica do MME parece soar como a promessa de um novo marco, ainda que em estágio embrionário. O texto, que foi aberto à consulta de 5 de julho a 4 de agosto, está sendo con-siderado por muitos como a maior re-forma do setor desde 2012, quando a ex-presidente Dilma Rousseff lançou o plano de redução das contas de luz.

A iniciativa, mais do que traçar um extenso diagnóstico do segmento, sur-ge como promessa de modernização

do mercado de energia. A exemplo disso, o fato de o Ministério acolher a opinião dos investidores para desen-volver a Medida Provisória a ser en-caminhada ao Congresso Nacional.

O documento prevê mudanças que afetam muitas das referências do mar-co legal, como a geração distribuída (GD), solução para o risco hidrológi-co, o leilão de usinas antigas e a reto-mada do cronograma de expansão do mercado livre, parado desde 2002.

O engenheiro Fernando Camargo Umbria, sócio da LPS Consultoria Energética, está entre os que acredi-tam que a iniciativa pode lançar nova luz sobre o setor. “A proposta traz um conjunto de aperfeiçoamentos para o setor elétrico, envolvendo distribui-ção, transmissão e geração, o que pro-mete corrigir erros do passado e pode tornar o setor atraente de novo para investidores, criando interesse para novos players”, avalia.

Especialista em gestão de con-cessionárias de energia elétrica e

mestre em hidrologia e obras hi-dráulicas, Umbria enfatiza que o aperfeiçoamento do modelo instau-raria um setor mais livre – e híbri-do – em que atuariam, de forma mais ef iciente, iniciativas públicas e privadas. “O mercado se tornaria mais competitivo, principalmente no setor de geração”, acrescenta.

Outra importante alteração espe-rada pelo especialista seria a redução da forte judicialização que caracteri-za hoje o setor e o torna mais instável, afastando o interesse de investidores. Umbria também projeta mudança na percepção do consumidor em relação à dinâmica de formação de preços. “Com um setor mais transparente e eficiente, os consumidores passarão a entender melhor o custo da energia, podendo inclusive, no futuro, optar pelos horários em que o serviço esti-ver mais barato”, conclui.

Bons ventos também trazem ex-pectativas positivas ao mercado de energia eólica, que espera pela reali-

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zação do calendário de leilões, cres-cimento de demanda e investimentos em transmissão. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eó-lica (ABEEólica), essa energia reno-vável representa mais de 7% da ma-triz elétrica, com potencial para ser a segunda fonte, com aproximada-mente 500 GW.

A relação entre o crescimento das energias renováveis de baixo impacto e a ampliação de linhas de transmis-são, porém, parece ser um desaf io mundial. “Países como Alemanha, China, Índia e Austrália estão enfren-tando problemas por falta de trans-missão. Na Alemanha, por exemplo, a rapidez para implantação de parques eólicos, especialmente no Norte, é maior que a capacidade de construir linhas de transmissão. Índia e Aus-trália estão ambas sob pressão para implementar mais linhas para que possam efetivamente sustentar os

planos de desenvolvimento das re-nováveis”, conta a presidente execu-tiva da ABEEólica, Elbia Gannoum.

No Brasil, a realidade não é dife-rente. “Importante mencionar, no en-tanto, que o cenário já foi pior. Antes, não havia necessidade de se garantir a transmissão para participar de um lei-lão, o que nos levou a ter nossos pri-meiros parques instalados em 2012 prontos, mas sem transmissão. Hoje, ainda há cerca de 3% de parques sem transmissão, frutos ainda do modelo anterior. Mudou-se o modelo de leilão para que isso não mais acontecesse, o que é um avanço”, acrescenta Elbia.

De acordo com a entidade, o setor chegou ao final de 2016 com 10,74 GW de capacidade instalada em 430 parques. Foram gerados mais de 30 mil postos de trabalho no período e o investimen-to foi de US$ 5,4 bilhões. Em agosto deste ano, a capacidade instalada já che-gava a 11,6 GW. “Nos últimos seis anos,

o investimento feito pelas empresas da cadeia produtiva de energia eólica, já 80% nacionalizada, foi de R$ 48 bi-lhões. Se contarmos de 1998 até hoje, já somamos cerca de R$ 60 bilhões in-vestidos. De 2017 a 2020, estimamos um investimento total de aproximada-mente R$ 50 bilhões”, revela a execu-tiva da ABEEólica.

Retomada do crescimento econô-mico e reestruturação do setor de ener-gia também é o binômio em que apos-ta o consultor Paulo Cunha, da FGV Energia, para o futuro do segmento. O especialista não separa a performance do setor da crise econômica como um todo. “Quando o mercado doméstico voltar a crescer, vamos assistir a uma fase de recuperação, com novas relações entre renda e consumo”, comenta.

O consultor acredita que um pla-nejamento para o setor até 2016 con-templa um crescimento mais vigoro-so, pautado por essa recuperação econômica e aumento de demanda. “No mundo, essa mudança qualitati-va já está sendo percebida, atribuída principalmente aos avanços tecnoló-gicos”, explica Cunha.

No cenário doméstico, ele aponta as expectativas de uma mudança de

“Com um setor mais transparente e eficiente, os consumidores passarão a entender melhor o custo da energia, podendo inclusive, no futuro, optar pelos horários em que o serviço estiver mais barato.”Paulo Cunha, sócio da LPS Consultoria Energética

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NEW,S Dezembro 2017 7

modelo, com recursos energéticos dis-tribuídos, novos formatos de armaze-namento e de sinalização de preço, como resposta à organização de uma nova demanda. “Essa mudança de mo-delo será percebida até pelo consumi-dor final, que irá mudar sua relação com o acesso à energia”, afirma o con-sultor da FGV Energia.

Paulo Cunha não esconde sua curio-sidade em relação à reestruturação do setor, na expectativa de mudanças sig-nificativas, focadas na funcionalidade, alinhadas a uma regulação econômica, na eficiência e na diversidade de fontes. “A exploração da energia eólica e da energia solar já é uma realidade. Esta pode ser a oportunidade para o Brasil desenvolver a indústria de gás”, destaca.

Quanto às usinas solares fotovoltai-cas de geração centralizada, de médio a grande portes, conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o país pos-sui hoje uma potência instalada de 144,2 megawatts (MW). Até o final deste ano, a expectativa é que entre em operação 1 GW de energia solar fotovoltaica na

matriz elétrica nacional, somadas gera-ções distribuídas e centralizadas. “Para alcançar esse resultado, serão investidos no país cerca de R$ 13,5 bilhões até 2018”, estima o presidente da Associa-ção Brasileira de Energia Solar Foto-voltaica (ABSolar), Rodrigo Sauaia.

Até o início de julho deste ano, a microgeração e minigeração (pequenas centrais com potência instalada de até 1 megawatt) distribuídas a partir de fon-tes renováveis no Brasil (solar, hídrica, biomassa e eólica) chegaram a 134,5 megawatts (MW) de potência instala-da, pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). De acordo com a ABSolar, os sistemas solares fo-tovoltaicos instalados em residências, comércios, indústrias, prédios públicos e na zona rural representam 99% das instalações de micro e minigeração dis-tribuída no país. “Se aproveitássemos somente os telhados de residências e instalássemos sistemas fotovoltaicos, a geração de energia seria 2,3 vezes a ne-cessária para abastecer todos os domi-cílios do país”, calcula Sauaia.

O Brasil possui atualmente cerca de 11,5 mil sistemas fotovoltaicos conec-tados à rede, equivalentes a 89 MW de potência instalada, que geram créditos e beneficiam cerca de 12,8 mil unida-des consumidoras, representando um total acumulado de mais de R$ 780 milhões em investimentos privados, espalhados entre todos os estados e muitos municípios brasileiros.

Em sua opinião, esclarecer a popu-lação com informações de qualidade, melhorar as opções de financiamento e reduzir a carga tributária sobre equi-pamentos estão entre os principais de-safios para a geração distribuída. “Já para a geração centralizada, é necessá-rio um sinal claro de contratação anu-al, uma política industrial para a cadeia produtiva, além de diversificar os fi-nanciamentos”, acrescenta o presiden-te da ABSolar.

Até o momento, as usinas solares fotovoltaicas conectadas ao SIN e os sistemas de mini e microgeração so-mam uma potência instalada de 235 MW no Brasil. Projeções recentes ela-boradas pela Empresa de Pesquisa Ener-gética (EPE) estimam que a participa-ção da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica deverá atingir 10% em 2030, ante os atuais 0,02%, um crescimento de 500 vezes em menos de 15 anos.

“Nos últimos seis anos, o investimento feito pelas empresas da cadeia produtiva de energia eólica, já 80% nacionalizada, foi de R$ 48 bilhões.”Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica

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8 Dezembro 2017 NEW,S

180 anos

Wilson Sons comemora 180 anos em grande estiloCelebração no Rio de Janeiro contou com presença de clientes, parceiros e autoridades

Para coroar um ano de comemorações por seus 180 anos, o Grupo Wilson Sons realizou, em outubro, uma festa para celebrar o aniversário da companhia junto com pessoas importantes para sua história. Além dos executivos da Wilson Sons, estiveram presentes ao evento, realizado no Rio de Janeiro, parceiros, clientes e autoridades.

A abertura da festa contou com dis-cursos do CEO do Grupo Wilson Sons, Cézar Baião, e do vice-presidente da Ocean Wilson, sócia majoritária da Wilson Sons, e vice-presidente do Con-selho de Administração do Grupo, William Salomon.

“A capacidade de reinvenção é o se-gredo de nossa longevidade e solidez. Ao longo dos últimos 25 anos, saímos de uma empresa que atuava basicamen-te como agência marítima e rebocagem portuária, com uma frota de 40 barcos e 500 colaboradores, para um Grupo que hoje opera 100 embarcações e em-prega 4.500 colaboradores. Criamos o Tecon Rio Grande, o Tecon Salvador, a Brasco, a Wilson Sons Ultratug Offshore e, em 2007, abrimos o capi-tal na Bovespa”, disse Baião em seu pronunciamento (veja a íntegra do dis-curso na página 11).

Segundo o CEO, a diversif icação permitiu à companhia assumir a con-dição de uma das maiores operado-ras integradas de serviços marítimos, portuários e de logística do Brasil, e os colaboradores tiveram um papel fundamental nessa trajetória. “Sem eles não estaríamos aqui, hoje, co-memorando 180 anos de existência. Eles são nosso maior patrimônio, e como resultado deste reconhecimen-to, ganhamos mais de uma vez, o Prêmio DuPont de Saúde e Segu-

Comitê executivo reunido (da esquerda para a direita): vice-presidente Arnaldo Calbucci, CEO Cézar Baião, CFO Fernando Salek e vice-presidente Sérgio Fisher

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“Imagino o que a alta liderança sente quando olha para trás e vê o caminho do Grupo Wilson Sons até aqui. Sem

dúvida, vai deixar um belo legado.”Nelson Cajado, presidente da AllinkBaião com o presidente da Allink, Nelson Cajado

“É difícil encontrar um Grupo que consiga sobreviver por 180 anos no Brasil. Só grandes empresas, bem estruturadas e com uma excelente gestão, conseguem

essa façanha.”Carlos Eduardo Moreira Portella, vice-presidente Executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)

Baião com o diretor-superintendente da Hamburg Sud Brasil, Julian Thomas

“A seriedade e o comprometimento da alta liderança, além da forma descontraída de colocar todos no mesmo patamar, sem esquecer ninguém, nos impulsiona

facilmente para outros 180 anos.”Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande

William Salomon em seu discurso, com Arnaldo Calbucci e o presidente do Conselho, José Francisco Gouvêa Vieira

William Salomon, vice-presidente da Ocean Wilson

O diretor de Relações Institucionais, Bruno Lima Rocha, com o vice-almirante Lima Filho, da Diretoria de Portos e Costas

NEW,S Dezembro 2017 9

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10 Dezembro 2017 NEW,S

“É muito difícil constatar

harmonia e amizade tão grandes

entre CEO, VPs, Conselho e

acionistas de uma grande

empresa, como vemos na

Wilson Sons. Foi bonito e

emocionante ver, naquele

pequeno tablado, a razão da

longevidade da companhia.”

Hélio Sussekind, sócio-presidente da Danthi Comunicações

O vice-presidente e o presidente da AEB, Carlos Portella (à esquerda) e José Augusto de Castro, com Baião e o presidente do conselho de administração da Wilson Sons, José Francisco Gouvêa Vieira

rança do Trabalhador. Nos últimos sete anos, reduzimos em 96% a taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento. Conquistas que mui-to nos orgulham.”

Baião aproveitou a celebração pa-ra agradecer a todos que contribu-íram para que a empresa chegasse à marca dos 180 anos. “Tenho certe-za de que, assim como os três vice--presidentes se unem a mim neste agradecimento a William Salomon e José Francisco Gouvêa Vieira, do Conselho de Administração do Gru-po Wilson Sons, o Conselho com-partilhará comigo um reconheci-mento especial por toda a dedicação e competência dos vice-presidentes

Sérgio Fisher, Arnaldo Calbucci e Fernando Salek. Agradeço, ainda, a todos os nossos diretores, gerentes e demais colaboradores aqui presen-tes e também aos que aqui não es-tão: todos vocês fazem parte desse time vencedor com o qual partilho diariamente vitórias e derrotas”, de-clara o CEO.

Cerca de 300 pessoas prestigia-ram a festa. Além da oportunidade de encontrar colegas e parceiros em um ambiente descontraído, o evento contou com apresentação musical e modernos malabares de LED, que estamparam na pista de dança a marca dos 180 anos do Gru-po Wilson Sons.

“Mais do que a festa em

si, o que contagiou todos

os presentes foi a união

e a força da equipe da

companhia. A Wilson

Sons é uma empresa que

realmente vivencia seus

valores no dia a dia de sua

atividade empresarial.”

Marcos Borin e Fernando Graziano,

executivos da Constremac

Cláudio Frischtak, membro do Conselho de Administração da Wilson SonsClaudio Marote (à direita), membro do Conselho de Administração, com Arnaldo Calbucci e William Salomon

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A ocasião é muito especial. Somos, todos, parte desta história de su-cesso que a Wilson Sons escreve há 180 anos no Brasil. Apenas ou-tras três empresas alcançaram a mesma longevidade no país.

Comentei, pouco tempo atrás, o quanto é interessante pensar no que testemunhamos neste tempo. Vimos nascer dois novos séculos e um novo milênio.

Quando nascemos, em 1837, o Brasil vivia o período regencial, D. Pedro I havia abdicado e seu filho, D. Pedro II, ainda não tinha atingido a maioridade. Foi um dos períodos mais turbulentos da his-tória do Brasil, pois foram muitas revoltas: a Balaiada, a Sabinada, a Guerra dos Farrapos. Depois vie-ram o Segundo Reinado, a Repú-blica, o Regime Militar e, final-mente, a Nova República.

Nessa trajetória, acompanhamos os governos de 40 presidentes e a promulgação de seis Constituições. Atravessamos os planos Cruzado, Cruzado 2, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2, até desembocar no Plano Real.

O Brasil cresceu neste tempo. Migramos do período colonial, das monoculturas de cana e café, para a industrialização, o que nos colo-cou entre os maiores Produtos In-ternos Brutos do planeta. Somos hoje a 9ª economia do mundo. Ven-cemos crises de toda ordem - ins-titucionais, econômicas, políticas, de saúde pública e de segurança.

A capacidade de reinvenção é o segredo de nossa longevidade e so-lidez. Ao longo dos últimos 25 anos, saímos de uma empresa que atuava basicamente como agência marítima e rebocagem portuária, com uma frota de 40 barcos e 500 colaboradores para um Grupo que hoje opera 100 embarcações e em-prega 4.500 colaboradores. Cria-mos o Tecon Rio Grande, o Tecon Salvador, a Brasco, a Wilson Sons Ultratug Offshore e, em 2007, abri-mos o capital na Bovespa.

A diversif icação nos permitiu assumir a condição de uma das maiores operadoras integradas de serviços marítimos, portuários e de logística do Brasil, e nossos co-laboradores tiveram um papel fun-damental nessa trajetória. Sem eles, não estaríamos aqui, hoje, come-morando 180 anos de existência. Eles são nosso maior patrimônio e como resultado deste reconheci-mento, ganhamos mais de uma vez, o Prêmio DuPont de Saúde e Se-gurança do Trabalhador. Nos úl-timos sete anos, reduzimos em 96% a taxa de Frequência de Acidentes com Afastamento. Conquistas que muito nos orgulham.

Vivemos um momento desafia-dor no país. São três anos conse-cutivos de PIB negativo e uma

crise ética e moral sem preceden-tes. Ainda assim, estamos aqui. E tão logo a economia reaja mais fortemente, a companhia voltará a crescer com a intensidade que desejamos. Ao longo dos últimos anos, f izemos o que tínhamos de fazer para suportar as dificuldades e estamos preparados para respon-der prontamente a uma retomada econômica.

Não poderia encerrar estas pala-vras sem um agradecimento espe-cial a José Francisco Gouvêa Vieira e William Salomon, respectiva-mente, presidente e vice-presiden-te do Conselho de Administração. A Wilson Sons não seria o que é sem o apoio estratégico de ambos, sem a abordagem de longo prazo das questões que afetam a compa-nhia, sem a conduta sempre reta e transparente que inspiram a mim e aos três vice-presidentes da compa-nhia, Arnaldo Calbucci, Sérgio Fi-sher e Fernando Salek.

Tenho certeza de que, assim como meus três vice-presidentes se unem a mim neste agradeci-mento a William e José Francis-co, o Conselho de Administração compartilhará comigo um reco-nhecimento especial por toda a dedicação e competência de Fisher e Arnaldo, meus parceiros há 25 anos, e do Fernando, que chegou há quase dois anos, mas é como se estivesse entre nós há muito tempo. Um agradecimento mais do que especial a todos os nossos diretores, gerentes e demais cola-boradores aqui presentes e tam-bém aos que aqui não estão: todos vocês fazem parte desse time ven-cedor com os quais partilho dia-riamente vitórias e derrotas.

Aos nossos clientes, fornecedo-res, autoridades, parceiros, enfim, a todos os stakeholders, o meu muito obrigado pela confiança de-positada na Wilson Sons, pelo ca-rinho, apoio e amizade.

E que venham os próximos 180 anos!

DISCURSO DO CEO CÉZAR BAIÃO

O CEO Cézar Baião durante a leitura do discurso

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Ao chegar ao Grupo Wilson Sons em junho de 2016, assumindo a função de CFO e Relações com Investidores (RI), Fernando Salek afirmou ter si-do atraído pela maneira como a em-presa vinha sendo administrada nos últimos anos. Mesmo em um cenário adverso, de muitos desafios, ele en-controu uma companhia f inanceira-mente saudável, organizada e com portfólio de negócios diversif icado, o que certamente foi decisivo para uma passagem menos traumática pe-la crise econômica do país.

Um ano após chegar à companhia, Salek contabiliza seu primeiro ciclo de resultados. Adotando uma gestão mais colaborativa, ou seja, uma atua-ção próxima e em parceria com os negócios do Grupo Wilson Sons, foi possível proporcionar uma visão mais estratégica da área de Finanças.

“Foi um bom começo. Acho que construí rapidamente boas relações e gerei confiança nos meus colegas de Comitê Executivo, nos demais parcei-ros de negócios e no meu time. Pude fazer um diagnóstico das áreas nas quais podíamos melhorar e iniciamos com mais vigor as agendas que demandavam maior senso de urgência”, diz Salek.

Entre as iniciativas desenvolvidas no período, destacam-se a criação de um Centro de Serviços Compartilha-dos (Plataforma de Serviços), reforço na área de Controladoria, implemen-tação da gestão integrada de resultado

e riscos e a inclusão da visão de médio prazo às discussões orçamentárias.

A organização da estrutura de Go-vernança Corporativa e Controles In-ternos com foco na geração de indica-dores de performance também foi uma agenda que ganhou contribuições sig-nificativas nesse período à frente da vi-ce-presidência de Finanças e RI, com o objetivo de proteger o valor da com-panhia. “Não estamos mais no tempo em que o importante era apenas fazer a coisa certa. Precisamos também com-provar e evidenciar que estamos fazen-do a coisa certa”, explica o executivo.

Entre os temas que receberam essas contribuições e ganharam força dentro da agenda da Governança Corporativa estão a nomeação de um responsável pela área na Wilson Sons, reforço no programa de Integridade, por meio da implementação de um Plano de Disse-minação da Cultura Ética e Anticor-rupção, que inclui rotina de treinamen-tos, revisão do Código de Conduta Ética e do Guia Anticorrupção e im-plementação do canal de denúncia ex-terno, entre outras medidas.

Uma preocupação inicial de Salek que ganhou destaque no período foi a gestão dos riscos da Wilson Sons de forma integrada, com o objetivo de fortalecer os processos de tomada opor-tuna de decisão, tornando a organiza-ção cada vez mais preventiva e menos reativa. Desde então, foi feito um de-senho da política de riscos, implemen-

tação da metodologia dessa gestão no Grupo – e também nos negócios de Agenciamento, Rebocadores e Brasco (onde estão ocorrendo os pilotos) – e o primeiro reporte de riscos para o Conselho de Administração.

“A vantagem de se adotar uma me-todologia que analisa os riscos está em comparar, classificar, tomar decisões mais adequadas, categorizar frequên-cia, identificar um responsável para cada risco, criar um processo de re-port, permitindo que todos estejam cientes dos processos dentro da com-panhia e da gestão de risco dos negó-cios, sabendo eleger prioridades. Em última análise, criar a cultura de ges-tão de riscos.”, ressaltou o CFO.

Junto às melhores decisões aparecem os resultados. Foi assim que o execu-tivo enxergou a necessidade de criar uma estrutura que pudesse pensar o planejamento da companhia, otimi-zando e integrando este processo à ges-tão ativa dos resultados, por meio de eficiência financeira, da excelência em custos e do orçamento base zero (fer-ramenta de planejamento e orçamen-tação), a fim de captar oportunidades de valor para o Grupo como um todo.

Na área de Controladoria, a sinergia veio com a unificação das áreas Contá-bil e Tributária sob a mesma gestão (Con-troller). Dada a importância do tema para o Comitê Executivo, a área Tribu-tária recebeu uma gerência própria com o principal objetivo de proteger valor e

Um bom começoFernando Salek analisa seu primeiro ano à frente da área de Finanças e Relações com Investidores do Grupo Wilson Sons

Gestão

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capturar oportunidades de planejamento fis-cal para o Grupo Wilson Sons.

“Trabalhamos sério e vamos continuar desenvolvendo uma agenda de Finanças e RI que tenha nossos pilares como nor-teadores e faça a diferença para a tomada de decisão dos nossos negócios. Principal-mente neste momento, em que o país mos-tra sinais de reversão dos seus números ainda muito ruins, temos algumas opor-tunidades em vista e posso afirmar que estamos organizados de forma a aprovei-tá-las. Sou um otimista e vejo um bom cenário para quem se preparou para esse momento que está por vir”, afirma Salek.

Alinhados com a estratégia, os próximos passos do CFO do Grupo Wilson Sons apon-tam para o crescimento da companhia com base nas competências e ativos existentes, fortalecendo os negócios, buscando novas oportunidades e visando à maximização de valor para os acionistas.

“No próximo ano, precisamos, inicial-mente, manter o foco no progresso das agen-das que iniciamos em 2017, para sedimentar os ganhos esperados”, conta o CFO. “Temos ainda muitos temas que gostaria de endere-çar, como iniciativas que confiram mais li-quidez às ações da empresa, um novo mo-delo operacional para Tecnologia da Informação (TI) e também investir mais tempo na construção das alternativas de fu-turo da empresa, avaliando tendências e ce-nários possíveis. Gostaria ainda de continu-ar me aprofundando no entendimento dos nossos negócios para maximizar o grau de contribuição que podemos dar.”

“Não estamos mais no tempo em que o importante era apenas fazer a coisa certa. Precisamos também comprovar e evidenciar que estamos fazendo a coisa certa.”

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14 Dezembro 2017 NEW,S

Pensando fora da caixaEmpresas inovam a partir de ideias sugeridas pelos colaboradores

Esqueça aquela velha caixinha de su-gestões que as empresas mantinham na recepção. Não que as ideias dos colaboradores não sejam mais bem--vindas – muito pelo contrário. Essa contribuição é tão valiosa na busca das companhias por inovação que fo-ram estruturados programas especí-ficos com metodologia e premiação. Enquanto os funcionários propõem melhorias e novos processos, os am-bientes corporativos se desenvolvem com transformações que só seriam possíveis com o olhar atento de quem faz parte da rotina.

Os programas de ideias buscam um tipo de inovação muito particular, di-ferente daquelas obtidas pelas pesqui-sas de engenheiros e cientistas. O foco é contribuir com a tomada de decisão dos executivos, sem esquecer-se de en-gajar os colaboradores. A parceria en-tre essas duas esferas do mundo cor-porativo traz importante impacto nos resultados das companhias.

Segundo Idalberto Chiavenato, pre-sidente do Instituto Chiavenato e um dos principais autores brasileiros sobre gestão de pessoas, o sucesso desse tipo de iniciativa depende muito do nível de engajamento dos funcionários.

“(A gestão de pessoas) é uma área muito sensível à mentalidade que pre-domina em cada organização. Ela é contingencial e situacional, pois de-pende de vários aspectos, como a cul-tura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada”, diz Chiavenato. “Os empregados con-tribuem com seus conhecimentos, ca-

pacidades e habilidades, proporcio-nando decisões e ações que dinamizam a organização.”

Há 30 anos, a Siemens conta com as contribuições dos colaboradores por meio do programa 3I. A aposta da com-panhia é no engajamento e na conexão entre as pessoas como principal fonte de sugestões e propostas de melhorias ou de novos processos. “As boas ideias não estão nos livros. Elas surgem em meio às ref lexões diárias, são insights de quem vive aquela realidade”, conta o analista de estratégia de mercado da Siemens, Leonardo Gonçales.

Para manter a cultura da inovação acesa, o programa mantém a mesma premiação para todas as ideias apro-vadas, sem distinguir o alcance ou o impacto nos resultados. São 200 pon-tos na aprovação e mais outros 500 se a proposta for implementada. Por meio de uma empresa parceira, esta pontu-ação pode ser revertida em viagens, produtos eletroeletrônicos, artigos es-portivos e tantos outros prêmios pre-vistos em programas convencionais de milhagens.

A adesão ao programa também ra-tif ica a disseminação da cultura de inovação da companhia, que mantém uma média de 0,8 ideia por colabora-dor, em um universo de 5,5 mil fun-cionários. Padronização de softwares, maior eficiência energética com ilu-minação centralizada dos corredores das instalações e compartilhamento do calendário de atividades entre as áreas, aumentando a produtividade, estão entre as ideias propostas.

IDEIAS SIMPLES

Criatividade ao alcance de todos. Essa é a ênfase dada pelo Programa Imagine, da Duratex, na intenção de que seus colaboradores não se sin-tam nunca inibidos a sugerir novi-dades, mesmo quando pareça algo simples. “Um dos objetivos da ini-ciativa é mostrar que para desenvol-ver uma solução inédita não é pre-ciso ter habilidades extraordinárias”, explica o diretor de Desenvolvimen-to e Marketing da Deca e coorde-nador do Núcleo de Inovação da Duratex, Bruno Basile Antonaccio.

Para garantir o sucesso na estru-turação e a sensibilização dos seus colaboradores, antes do lançamento, em 2012, a empresa fez uma parce-ria com a Fundação Dom Cabral, que realizou workshops para dissemi-nar o tema inovação em diversas áreas, além de benchmarkings com empresas referências no tema. “O Programa Imagine já recebeu mais de 4,5 mil ideias, em que 479 foram consideradas inovadoras e 11% foram implementadas na companhia”, con-ta Antonaccio.

Com o intuito de preservar o di-namismo também da própria inicia-tiva, a Duratex criou um Núcleo de Inovação, composto por represen-tantes de diversas áreas. “Eles têm a responsabilidade de conduzir todas as iniciativas da empresa nesse cam-po, visando estimular o surgimento de ideias que gerem impacto para os resultados”, acrescenta o diretor.

Inovação

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IDEIAS NA WILSON SONS

Nos negócios do Grupo Wilson Sons, não faltam colaboradores com boas ideias. Atualmente, há sete programas de ideias em andamento, que contam com as contribuições da equipe.

PROGRAMA: Inova+NEGÓCIO: Brasco DESDE: 2012

Ao todo, a iniciativa já somou a inscrição de 443 ideias até junho

deste ano, sendo 46 efetivamente incorporadas. Entre os cases de

sucesso estão, por exemplo, a proposta de compra recobrável, que

sugere a identificação de mais oportunidades de produtos e ser-

viços em um mesmo fornecedor; a criação da ferramenta WS

Agenda, que reúne, de forma amigável e acessível, os contatos

dos colaboradores do Grupo, disponibilizados no sistema da em-

presa; e a realocação de equipes reduzidas em um mesmo espaço

corporativo, diminuindo custos operacionais das salas. A simples

iniciativa de acomodar os funcionários em um mesmo ambiente

funcional representou uma economia de R$ 5 mil mensais.

PROGRAMA: Contêiner de IdeiasNEGÓCIO: Tecon Salvador DESDE: 2016

No Tecon Salvador, o programa teve 60 adesões apenas nos seus

quatro primeiros meses. Exemplo de ideia de alto impacto finan-

ceiro, a redução do período do motor de partida, evitando danos

ao equipamento, representou uma economia de até R$ 45 mil por

ano à empresa. Já no que diz respeito ao impacto nos processos,

as luvas, em vez de serem descartadas, passaram a ser higieniza-

das e reaproveitadas. Enquanto o preço de uma nova luva é de

R$ 10,84, a higienização custa apenas R$ 1,80.

PROGRAMA: Boa IdeiaNEGÓCIO: Wilson Sons Estaleiros DESDE: 2010

O programa mais antigo do Grupo Wilson Sons foi reformulado

em 2017. Uma das ideias premiadas propôs o uso de garrafas PET

para proteger lâmpadas, motivando o Estaleiro a fazer uma cam-

panha de arrecadação de garrafas. Com a proteção, as lâmpadas,

que vinham queimando a cada três dias, passaram a durar mais

de 50, representando uma economia de R$ 1,1 milhão a cada 2

anos. Além do reconhecimento interno, a ideia conquistou o Prê-

mio Naval de Qualidade e Sustentabilidade Acúrcio de Oliveira,

oferecido pelo Sinaval e pela Fundação Cultural Aro.

PROGRAMA: Operando IdeiasNEGÓCIO: Tecon Rio Grande DESDE: 2013

Com 137 sugestões, o programa já premiou 12 ideias avaliadas com

base em três pilares: custo, produtividade e SMS. Um grande di-

ferencial do programa é que as ideias que concorrem ao prêmio

são executadas e os seus resultados mensurados para a definição

dos vencedores. Endossando o princípio de que nem toda boa ideia

precisa necessariamente ser complexa, a simples mudança no tipo

de reservatório para abastecimento dos radiadores representou uma

economia expressiva nas despesas com água e com a manutenção

do equipamento. Outro exemplo foi o uso das chamadas tintas in-

teligentes que, além de facilitarem a visualização para o correto

posicionamento do contêiner no lote (principalmente à noite), têm

alta durabilidade e não saem quando expostas à chuva.

PROGRAMA: Mar de IdeiasNEGÓCIO: Wilson Sons Rebocadores DESDE: 2016

Com ênfase em incremento de produtividade e redução de cus-

tos, aprimoramento em segurança e aumento da qualidade per-

cebida pelos clientes, o programa recebeu no ano passado 36 su-

gestões, envolvendo 44 colaboradores, em sua primeira fase.

Duas ideias já foram aprovadas e premiadas. Destaque para um

procedimento que se propõe à análise, recuperação e reaprovei-

tamento das camadas de pintura das embarcações e para o desen-

volvimento de um acessório para as embarcações que reduz os

riscos de acidentes com a tripulação. Atualmente, o negócio ava-

lia as ideias sugeridas em 2017.

PROGRAMA: Programa de custos da WS Logística

NEGÓCIO: Wilson Sons Logística DESDE: 2014

Entre as propostas premiadas pelo programa, destacam-se algumas

de eficiência energética, como a instalação de sensores de presença

em banheiros e ajuste de sensores de iluminação de áreas externas,

além de reformas de equipamentos sucateados e substituição de

copos descartáveis por squeezes e canecas. A proposta é que o pro-

grama se diversifique e passe a contemplar também ideias que me-

lhorem outras performances, além da redução de custos.

PROGRAMA: Fábrica de IdeiasNEGÓCIO: Corporativo DESDE: Novembro/2017

O programa, antes mesmo de começar, já contou com a participa-

ção dos colaboradores, que sugeriram nomes. Baseado em cinco pi-

lares - eficiência, inovação, engajamento, SMS e riscos - o Fábrica

de Ideias, do corporativo, segue as melhores práticas dos programas

de ideias dos negócios, Mar de Ideias, Contêiner de Ideias, Inova +,

Operando Ideias, Boa Ideia e Programa de Custos da WS Logística.

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Responsabilidade social

O incentivo que move AvanteWilson Sons implementa sua Plataforma de Patrocínios e beneficia mais de 10 mil pessoas em 2017

Ser uma empresa que atua há 180 anos no Brasil só foi possível graças à capa-cidade de reinvenção da Wilson Sons. Transformar-se significa olhar para o futuro de forma estratégica e entender quais serão os impactos das escolhas da Companhia no entorno dos nossos ativos. A seriedade em compreender qual é o papel do Grupo no desenvolvimen-to do país fez com que, em 2014, a Wilson Sons desse início a uma agenda

de patrocínios via leis de incentivo, por meio de uma plataforma que apoia pro-jetos culturais e esportivos.

No decorrer do processo, foi necessá-rio estruturar o apoio aos projetos e de-senvolver uma visão de longo prazo para a agenda. Este ano foi o de consolidação da Plataforma de Patrocínios da Wilson Sons, que recebeu o nome de Avante, proporcionando maior visibilidade sobre os objetivos do Grupo na iniciativa, com

mais transparência às atividades sociocul-turais para o público em geral.

Na plataforma, foram estabelecidas diretrizes que potencializam os atri-butos de Employee Value Proposition (EVP) do Grupo Wilson Sons – valo-res de dentro da companhia (que são realização,comprometimento, solidez e cooperação), que são percebidos por stakeholders externos. A formação téc-nica e profissional de jovens e crianças em situação de vulnerabilidade social e o relacionamento com a população lo-cal das áreas em que a Wilson Sons pos-sui operações são os direcionadores dos projetos que fazem parte de Avante.

Além disso, as diretrizes também re-forçam os valores do Grupo. Segundo a diretora de Desenvolvimento Orga-nizacional da Companhia, Aléa Fiszpan, agir de forma ética, zelar pela seguran-ça das pessoas, pela preservação do meio ambiente e das comunidades em que

Estúdio Escola de Animação prepara jovens para o mercado de trabalho

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• Brasil de Tuhu: Trabalha pela ampliação da educação musical nas escolas, com ações presenciais e on-line

• Fundação Gol de Letra: Integra práticas educacionais e de assistência social

• Neojiba: Promove integração social por meio da prática coletiva e de excelência da música

• Estúdio Escola de Animação: Capacita mão de obra para esse mercado em expansão no Brasil

• Salvador Esporte e Cidadania: Estimula transformação socioeducacional através do esporte, da cultura e do lazer

• Instituto Reação: Promove a inclusão social por meio do judô

estamos presentes são valores que fazem parte do DNA da Wilson Sons e não poderiam estar fora da estratégia e dos objetivos da plataforma de patrocínios.

“Outro valor muito forte da Wilson Sons que trazemos para essa plataforma é a nossa capacidade de manter relações duradouras. Da mesma maneira que mantemos parcerias ao longo de anos, queremos que a nossa relação com esses projetos também seja assim. Mais do que simplesmente apoiar, queremos contri-buir profundamente e acompanhar os resultados que surgirão”, explica Aléa.

Ao todo, mais de 10 mil pessoas fo-ram beneficiadas em iniciativas dos pro-jetos patrocinados em 2017.

A diretora da Baluarte Cultura, Fa-biana Costa, que está ao lado da Wilson Sons nesse trabalho desde 2014, destaca que este primeiro ano da Plata-forma Avante superou as expectativas. “O trabalho este ano ficou mais associa-do à marca da Wilson Sons e a como ela ajuda a companhia a fortalecer diversos de seus atributos. Hoje, os investimentos

socioculturais estão alinhados ao posi-cionamento e aos valores da companhia, e isso ajuda a comunicar aos proponen-tes de outros projetos o perfil que bus-camos. Isso é benéfico para os dois lados e direciona mais o processo”, comenta.

Este ano, as ações do Brasil de Tuhu, projeto itinerante apoiado pela Platafor-ma que tem como objetivo disseminar a importância da educação musical no país, contaram com o apoio do Progra-ma de Voluntariado da Wilson Sons, o Criando Laços. Foram eleitos embaixa-dores da companhia para entregar às es-colas participantes um kit didático com os materiais utilizados nas capacitações dos educadores. Foram eles: Gabriella Leone e Fernanda Luz (Santo André), Ana Paula Rodrigues, Filipe Sousa e Cleidiane Fontes (Guarujá), Laise Ri-beiro, Juliana Barbosa e Fernanda Lago (Salvador), Aline Nascimento da Silva, Maria Simone Melo Maués de Faria,

Daniela Reis Bastos e Franciane Olivei-ra dos Santos Baía (Belém), Aline Melo, Jaqueline Ferreira dos Santos e Inaldo Alves de Santana (Ipojuca), Ariana e He-len (Niterói) e Valere Silva e Jackson Vieira (Rio de Janeiro). Desta forma, os profissionais podem continuar a aplicar as técnicas aprendidas, ampliando a atu-ação musical na educação brasileira.

A Wilson Sons patrocina os projetos por meio de leis de incentivo, como a Lei do ISS (Imposto Sobre Serviços) da Prefeitura do Rio de Janeiro, a Lei Rouanet do Ministério da Cultura, Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte e o Fundo para Infância e Adolescência (FIA).

Projetos

Brasil de Tuhu leva educação musical para as escolas

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18 Dezembro 2017 NEW,S

Wilson Sons Rebocadores expande controle sobre a frotaCompanhia conclui projeto piloto de telemetria em 2017 e vai ampliar monitoramento

Rebocadores Toda a frotarastreadaOutra conquista importante recente da Wilson Sons Rebocadores foi a in-clusão de todas as suas embarcações no sistema da Central de Operação de Rebocadores (COR). Até o ano pas-sado, a maior parte da frota já era mo-nitorada pela ferramenta, mas faltava ainda a inclusão dos rebocadores que operam em Ilhéus (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL) e Cabedelo (PB).

A COR monitora os rebocadores da Wilson Sons, por meio de equipamen-tos modernos e equipe especializada. A empresa acompanha as manobras e presta todo apoio necessário para seu sucesso, conferindo maior segurança e eficiência. Através da Central, ras-treia a navegabilidade de seus ativos, evitando áreas de risco e garante que eles sempre estejam em melhor posi-ção para o atendimento.

Após três anos de conceituação e de-senvolvimento, a Wilson Sons vai ex-pandir para demais embarcações de sua frota o Projeto Telemetria, que abrange o monitoramento, armazena-mento de dados e análise, em tempo real, das variáveis de operação dos prin-cipais equipamentos do rebocador. Com um sistema moderno, desenvol-vido em parceria com a Schneider e GTA, a companhia é capaz de acom-panhar o consumo de combustível, variações de temperatura e pressão, vazões, alarmes e variáveis elétricas de motores, propulsores, sistemas de ge-ração de energia, entre outros, ante-cipando-se à possibilidade de aciden-tes, avarias e melhor planejamento das intervenções de manutenção.

“Somos hoje, no mundo, uma das únicas companhias de apoio portuário com um sistema próprio de telemetria. Isso nos dá diferencial competitivo mui-to forte, tanto no momento de apre-sentar nossos serviços para os clientes quanto internamente, mudando nossa estratégia de fazer negócios”, explica o gerente de manutenção da Wilson Sons Rebocadores, Leandro Aversa. “Com essa implementação, além de mantermos contato direto com o que ocorre no rebocador e com a tripula-ção, contaremos com uma Central de Manutenção, que nos ajudará a diag-nosticar e resolver os problemas que surjam, integrando as demais técnicas de manutenção como inspeções, aná-lise de vibração, termografia e análise de lubrificante.”

Na fase inicial, o Projeto Teleme-tria contava com três embarcações: WS Pegasus, WS Bellatrix e Alphard. Com o sistema já estruturado, serão in-cluídos os sete rebocadores da filial Rio de Janeiro. Além disso, todas as próximas embarcações da companhia, como as du-as que estão em construção pela Wilson Sons Estaleiros, já serão entregues preparadas para esse acompanhamento.

“Foram três anos desenvolvendo to-das as soluções de comunicação entre

os mais diversos equipamentos do re-bocador. Agora já estamos preparados para incluir outras embarcações”, diz o gerente.

O projeto envolve temas importantes para o Grupo Wilson Sons. Além de tecnologia e inovação, a telemetria está relacionada também com segurança, com a redução do risco de falha duran-te a operação, e eficiência energética & emissões, já que o monitoramento pos-sibilitará identificar oportunidades de otimização dos recursos energéticos.

“Os resultados no piloto foram tão satisfatórios que decidimos apresentá--los para a Damen, projetista dos nos-sos rebocadores. A empresa ficou im-pressionada e passou a desenvolver uma solução própria baseada na nos-sa, também em parceria com a Sch-neider. Além disso, a GTA, responsá-vel pela programação do sistema, ganhou um prêmio de inovação pelo trabalho. Esses reconhecimentos nos motivam a continuar aprimorando o projeto”, comenta Aversa. WS Pegasus, um dos rebocadores da fase piloto

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Memória

20 anos da Lei do PetróleoRegras criadas em 1997 mudaram o mercado brasileiro

Há 20 anos, o setor de petróleo e gás passou por uma grande trans-formação no Brasil. Pela primeira vez desde a década de 1950, a Pe-trobras não tinha mais o monopólio da exploração e produção de petró-leo no país, permitindo que outras empresas entrassem nesse mercado.

Chamada de Lei do Petróleo, a Lei 9.478 foi aprovada em julho de 1997, no governo do presidente Fer-nando Henrique Cardoso, e é con-sequência de ações que já vinham ocorrendo nas gestões de Fernando Collor de Mello e Itamar Franco, como a extinção da Interbrás e da Petromisa, o Programa Nacional de Desestatização e a privatização da Petrofertil. A lei reafirmava o mo-

nopólio da União sobre os depósitos de petróleo, gás natural e outros hi-drocarbonetos f luidos, mas abria o mercado para outras empresas com-petirem com a Petrobras.

A partir da Lei do Petróleo foi criada a Agência Nacional de Pe-tróleo (hoje Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis – ANP), responsável por comandar a entrega das reservas brasileiras às empresas privadas. A ANP realizou em 1999 o primeiro de cinco leilões, em que foram dis-putadas 27 áreas produtoras de pe-tróleo. Desde então, o setor se de-senvolveu muito.

Com a chegada das grandes com-panhias internacionais de petróleo,

cresceu a demanda por serviços de apoio offshore. Foi enxergando o potencial desse mercado que o Gru-po Wilson Sons decidiu investir em novos segmentos. Ainda em 1999, a companhia criou a Brasco, empresa de bases de apoio offshore. A pri-meira base foi inaugurada em Nite-rói (RJ) e, desde então, a companhia já realizou operações em diversos pontos da costa brasileira e inaugu-rou uma segunda unidade na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2003, a Wilson Sons iniciou a operação do PSV (Platform Supply Vessel) Saveiros Albatroz, entrando no segmento de embarcações de apoio offshore. Já em 2009, a empresa se uniu ao grupo chileno Ultramar pa-ra criar a Wilson Sons Ultratug Offshore, que opera uma das maio-res frotas de PSVs de bandeira bra-sileira, hoje com 23 embarcações.

O Saveiros Albatroz – bem como 19 outros PSVs do Grupo – foi cons-truído pela Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá (SP). A empresa também cresceu, inaugurando uma segunda unidade e construindo embarcações para outras companhias, inclusive o Fugro Aquarius, o primeiro ROVSV (Remotely Operated Vehicle Support Vessel) feito no Brasil.

Saveiros Albatroz, o mais antigo PSV do Grupo Wilson Sons.

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