o foco ed. 102 - notícias com nitidez

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O FOCO jornalofoco.com.br Ano 6 | Edição 102 17 de junho de 2011 Diretor: Thiago Melo ITAGUAÍ EM 4 TEMPOS... 1 3 2 4 O presidente da Câmara, Vicente Rocha, dedicou duras palavras aos envolvidos no escândalo dos terrenos e prometeu ser implacável nas investigações da CPI LLX/MMX Prefeitura ignora lei municipal e patrocina festa junina de rua para divertir cidadãos. O “Arraiá da Cidade do Porto” foi o último a acontecer, garante Câmara O Globo denuncia suposto esquema de informações privilegiadas envolvendo Alexandre Valle - secretário de Turismo - e Alexandre Oberg, Procurador-Geral - que teriam lucrado R$ 10,3 milhões com venda de terrenos na I. da Madeira Lista de contemplados das casas em Chaperó inclui 23 funcionários da prefeitura, faxineira de Martinazzo - prefeito de Seropédica - e supostos empregados de Andréia e Charlinho THIAGO MELO RAPHAEL MELO JUPY JUNIOR THIAGO MELO Página 11 Páginas 3 e 4 Página 10 Página 8

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Notícias de Itaguaí, Mangaratiba e Seropédica

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O FOCOj o r n a l o f o c o . c o m . b r

Ano 6 | Edição 10217 de junho de 2011Diretor: Thiago Melo

ITAGUAÍ EM 4 TEMPOS...

1

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4

O presidente da Câmara, Vicente Rocha, dedicou duras palavras aos envolvidos no escândalo dos terrenos e prometeu ser implacável nas investigações da CPI LLX/MMX

Prefeitura ignora lei municipal e patrocina festa junina de rua para divertir cidadãos. O “Arraiá da Cidade do Porto” foi o último a acontecer, garante Câmara

O Globo denuncia suposto esquema de informações privilegiadas envolvendo Alexandre Valle - secretário de Turismo - e Alexandre Oberg, Procurador-Geral - que teriam lucrado R$ 10,3 milhões com venda de terrenos na I. da Madeira

Lista de contemplados das casas em Chaperó inclui 23 funcionários da prefeitura, faxineira de Martinazzo - prefeito de Seropédica - e supostos empregados de Andréia e Charlinho

ThIAGO MeLO

RAPhAeL MeLO

juPy junIOR

ThIAGO MeLO

Página 11

Páginas 3 e 4

Página 10

Página 8

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 20112

O FOCO EXPEDIENTEDiretor Geral/Editor-Chefe: Thiago Melo MTB 25806-RjEditor: jupy junior MTB 28085-Rj. Diretora Comercial: Verônica Leal.Colaboradores: Ana Carolina Brandão, juliana Torres e Raphael MeloMatérias assinadas não refletem necessariamente a opinião do jornal O FOCO e elas são de inteira e exclusiva responsabilidade de seus respectivos autores.

Editado e distribuído por T.M. Comunicações Ltda. O jornal O FOCO é impresso pela Editora Esquema Ltda.

(21) 2687-0694(21) 8254-9275(21) 8400-7848

www.jornalofoco.com.br

FALE [email protected]

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O jornal O FOCO é distribuído gratuitamente às sextas-feiras nas principais bancas e ruas de Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba. Tem alcance estimado de 40 mil leitores na região.

o p i n i ã o

observatório[thiago melo] [email protected]

[edITORIAL]

eSCÂndALO, FÉ e PROGReSSO

[FOTO deSTAque]

O domingo (12) trouxe um escândalo: o jornal O Globo publicou em página inteira que Alexandre Valle e Alexandre Oberg – se-cretário municipal e procurador-geral de Ita-guaí – poderiam ter se aproveitado de infor-mações privilegiadas na Ilha da Madeira pa-ra lucrar alguns milhões de reais. ninguém sabe ainda quais foram as reais circunstân-cias do negócio. É errado alguém ganhar muito dinheiro por investir em imóveis? não, claro que não. É errado alguém se aprovei-tar da sua intimidade com o poder para ga-nhar muito dinheiro? Sim, é muito errado. en-quanto a justiça não resolve, cabem algumas considerações. A LLX / MMX afirma que o Su-perPorto Sudeste só começou a ganhar for-ma como empreendimento a partir de 2008, portanto, depois da compra dos terrenos. uma questão crucial nesse contexto é relati-vo ao tempo. Sim, o tempo é a chave do mis-tério, se é que há um. quanto tempo demora para uma empresa começar a buscar apoio municipal para uma obra tão impactante ao meio ambiente e à cidade em si? e em que momento um órgão licenciador precisa saber das intenções de uma empresa a respeito? O FOCO acredita que leva bastante tempo, até porque o órgão licenciador precisa estudar a área para saber quais são as contrapartidas necessárias para que a população ganhe al-guma coisa com isso.

Sim, a população precisa ganhar alguma

coisa, e não perder o seu sustento, como vêm afirmando os pescadores e comerciantes da Ilha da Madeira. quando a reportagem esteve lá, recentemente, conferiu a transformação de um lugar belíssimo, mas agredido por obras intensas. O morro pelado, o túnel que está sendo construído pela Odebrecht pela Mari-nha, o cais da LLX tão perto da Praia do Sa-co de dentro... não faz muito tempo estivemos no restaurante Visual e apreciamos a vista, que agora está completamente transformada.

Saudosismo? Talvez... inoperância dos órgãos licenciadores? É bastante razoável supor que sim. O FOCO acredita que os governos estadual e municipal deveriam ter feito de tudo para evitar que denúncias pipocassem de todos os lados. Muitos estão insatisfeitos, e, se no contexto desses muitos existem pessoas que também querem lu-crar com a exploração, isso é só mais uma con-tra-indicação do progresso a qualquer custo.

O que chama a atenção em uma das ma-térias desta edição – serão muitas na próxi-mas que vão tratar desse assunto, sabemos de antemão – é que a LLX precisaria no míni-mo investir em 9 milhões de reais em sanea-mento básico em Itaguaí. na Cidade do Por-to, constatamos existem valas a céu aberto no centro da cidade. Sejamos otimistas, então: talvez o progresso que já chegou para mui-tos ainda chegue para todos. É o que nos res-ta acreditar. Vida que segue, estamos de olho.

Até a edição 103!

[CAIXA-POSTAL] este espaço é reservado para você, leitor. escreva sua carta ou e-mail com sugestões de matérias, elogios, críticas e comentários. Se está faltando água na sua rua ou se seu bairro necessita de atenção do Poder Público, este é o seu canal. Ajude a fazer um jornal com o seu jeito.

envie seu e-mail para

[email protected] cartas devem ser encaminhadas com nome completo, RG, telefone e endereço do remetente. O FOCO reserva-se o direito de selecioná-las e resumi-las para publicação.

Trânsito caóticoInfelizmente não há foto que descreva com exa-tidão como é o trânsito de Itaguaí nas primeiras e útimas horas do dia. Carros, ônibus, mo-tos, bicicletas e pedes-tres disputam cada milí-mitro da via pública. es-tá na hora da prefeitu-ra de Itaguaí contratar um engenheiro de trá-fego para tentar orga-nizar a bagunça. Reca-do dado.

ThIAGO MeLO

Saiu pela tangente O vereador Abelardinho (PDT) apresentou indica-ção para homenagear o diretor de sustentabilidade da CSA, Luis Claudio Ferreira Castro, com o título de cidadão itaguaiense no próximo dia 5. Até aí, tudo bem. Só que o homenageado é visto com des-confiança pelos vereadores devido aos incidentes ambientais causados pela siderúrgica. Ao perceber o constragimento durante a leitura da indicação, o vereador tratou de rapidamente se justificar: “A ho-menagem é merecida tendo em vista a questão das vagas destinadas pela empresa a pessoas portado-ras de necessidades especiais”. Ah sim...

“g8” vem aí, Será? Após o discurso inflamado de Vicente Rocha (PMDB), que levantou ainda mais suspeitas envolvendo a pre-feitura de Itaguaí e seus secretários, o vereador Már-cio Pinto (DEM) - integrante do “G4” - confidenciou ao colega Carlos Kifer (PP) que não sabia de muitos detalhes...será que é um sinal de que a composição da Câmara está prestes a mudar? Não sei...

lenilSOn de vOlta O vereador Lenilson Rangel (PV) voltou à ativa. Ele estava afastado da Câmara desde que sofreu um acidente de carro e fraturou um braço.

Capixaba é preSO Calma, gente! Não se trata do prefeito de Mangaratiba, Evandro Capixaba (PR), ainda bem. O Capixaba em questão é o ladrão de carros Laurentino Gal-dino Neves Neto Leão, 21 anos. Ele foi preso nesta segunda-feira (13) em Itaguaí. Segundo os policiais, ele estava de posse de Honda Civic roubado na porta de casa, no bairro Leandro, onde os policiais encon-traram escondido no armário um saco com 45 capsulas de cocaína. Capixaba roubava os carros no Espírito Santo e os vendia no Rio.

Os deputados que integram a Comissão especial da Assembleia Legislativa do estado do Rio (Alerj), dentre eles, Lucinha (PSdB) [foto], realizaram nova audiência pública (a segunda) sobre a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) na manhã desta terça--feira (14) e chegaram à seguinte conclusão: a omissão dos órgãos públicos ambien-tais está levando os pescadores da Baía de Sepetiba a mudar de profissão por falta de peixe. Segundo depoimentos de representantes da Federação de Pescadores da região – composta por 18 entidades e cerca de oito mil integrantes - a produção de pescado na região é praticamente nula. A ausência do Inea e de um representante da empresa abriu terreno para a saraivada de críticas dos opositores.

CSA AINDA SOB ATAQUE

ARquIVO/O FOCO

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 3

c o t i d i a n o

[jupy junior][email protected]

Apesar do clima de ameno a frio que tem feito nos últimos dias, a temperatura na Ilha da Madeira, em Itaguaí, só aumenta. Um dos ele-mentos que contribuiu para a tensão foi a ma-téria publicada no jor-nal O Globo no último domingo (12). Assinada por Chico Otavio, a re-portagem apurou que o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Itaguaí – Alexandre Val-le - e o Procurador-ge-ral do município - Ale-xandre Oberg, lucraram 20.500% com a venda de um terreno na Ilha da Madeira comprado pe-la LLX Logística, de Ei-ke Batista. Nada have-ria de suspeito na com-pra se os envolvidos não fossem autorida-des públicas e não tives-sem, como sugere o jor-nal, supostamente obti-do informações privile-giadas para obter lucro.

de r$ 50 mil a r$ 10 milHÕeSO Globo conta que a

transação imobiliária suspeita envolveu três terrenos (num total de 40 mil metros quadra-dos) que pertenciam aos herdeiros do comer-ciante Azizi Abrahão. Segundo o 3º Ofício do Registro de Imóveis de

[TeRRenOS POLêMICOS]

Valle, Oberg e LLX: ligações perigosasO Globo publica denúncia que envolve LLX, o secretário de Turismo, Indústria e

Comércio e o Procurador-Geral de Itaguaí. Suspeita é de uso de informações privilegiadas

Itaguaí, os terrenos fo-ram vendidos em se-tembro de 2010 por R$ 50 mil a três empresas: a KOF Empreendimen-tos e Participações (de Oberg), a Schulter do Brasil Empreendimen-tos e Participações (de Valle) e a FLR, de Fer-nando Azevedo Ramos (um dos sócios da pe-dreira local). Estas em-presas venderam a Eike Batista em dezembro de 2010 (três meses depois da compra dos Azizi) os terrenos dos herdei-ros por R$ 10,3 milhões. Valle e Oberg estariam cientes das intenções da LLX de construir o porto e teriam adqui-rido os terrenos para vendê-los depois a um preço 20.500% mais al-to. O secretário e o pro-curador negaram ter ti-do acesso a informa-ções privilegiadas.

deSaFetaÇÕeSAlém dos terrenos já

adquiridos, a LLX vai precisar da área onde hoje estão a escola mu-nicipal General Hilde-brando Bayard de Me-lo, um posto de saúde e uma quadra poliespor-tiva. O problema vai ser obter a desafetação (assim se chama o pro-cesso de tornar dispo-nível uma área públi-ca para negociação). O prefeito Carlo Busat-to Junior (“Charlinho”,

PMDB) precisa da aprovação da Câmara, que hoje tem maioria contra o governo. Re-centemente a Câma-ra revogou o direito do prefeito de desafe-tar por decretos. Es-se entrave poderá tra-zer prejuízos à empre-sa de Eike, que preci-sa da área para estocar minério. O presiden-te da Câmara Legisla-tiva de Itaguaí, verea-dor Vicente Cicarino Rocha (PMDB), disse a O FOCO que no mo-mento oportuno vai avaliar os pedidos de desafetação (ver ma-téria “Três perguntas para...” nesta edição).

Cpi a CaminHOA Câmara Legisla-

tiva aprovou na se-mana passada a cria-ção da Comissão Par-lamentar de Inquérito que vai investigar de-núncias da LLX. Con-forme também men-cionou o presidente Vi-cente Rocha, Alexan-dre Valle e Alexandre Oberg serão ouvidos em breve a respeito da suspeita de terem ob-tido informações pri-vilegiadas. Esperava--se que a CPI fosse ins-taurada na última ses-são da Câmara, porém os vereadores concor-daram em instaurar o procedimento na pró-xima quinta-feira (15).

na manhã desta terça-feira (14), moradores e pescadores fizeram um protesto com barricadas pa-ra impedir que caminhões e má-quinas (foto) entrassem nas áreas onde está sendo construído o por-to da LLX (que recentemente trans-feriu as responsabilidades do em-preendimento para outra empresa do grupo, a MMX). Os manifestan-tes atravessam carros na frente dos

portões de três entradas da empre-sa e alguns deles declararam que pedem indenizações por perdas provocadas pelas obras, além de solicitarem o asfaltamento das vias na Ilha da Madeira. Vários também disseram que o pó de minério vai afetar as praias da Ilha da Madei-ra, o que vai desvalorizar imóveis e comércio local. Ao que tudo indica, essa briga vai longe.

[PROTeSTO de MORAdOReS e PeSCAdOReS]RAPhAeL MeLO

ARquIVO/O FOCO

Alexandre Valle, responsável pela expo e braço direito de Charlinho: suspeita de lucro de 20.500% com informações privilegiadas

A matéria de O Globo causou

alvoroço na cidade

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 20114

[jupy junior][email protected]

A compra dos terrenos que agora pertencem à LLX Logística, vendidos por Alexandre Valle (se-cretário municipal de In-dústria, Comércio e Turis-mo de Itaguaí) Alexandre Oberg (Procurador-geral do município) e Fernando Azevedo Ramos adquire contornos cada vez mais suspeitos a partir da ver-são que uma fonte liga-da à família apresentou a O FOCO nesta terça-feira (14). Segundo esta fonte – que trouxe mais informa-ções, embora ainda preli-minares – a família está in-dignada e revoltada com a

situação, e se considera lu-dibriada com a transação milionária que é alvo de investigação.

Site COntradiZ a prÓpria empreSaA questão principal

sobre um suposto golpe remete primeiramente às datas. A família alega que os envolvidos tive-ram acesso a informa-ções privilegiadas pe-lo simples fato de a LLX ter divulgado em seu si-te que já teria feito in-vestimentos de R$ 356 milhões para a cons-trução do SuperPorto Sudeste desde 2007. O FOCO acessou o site da empresa e constatou o seguinte texto: “No Su-perporto Sudeste, em construção em Itaguaí (RJ), desde 2007 até se-tembro deste ano [2010] já foram investidos R$ 356 milhões”. O racio-cínio é o seguinte: se a empresa já anuncia-

[TeRRenOS POLêMICOS]

A versão dos AziziFamília revela trama complexa e diz ter tido confiança excessiva. LLX se contradiz em site

va ter feito investimen-tos desde 2007 (ano em que foram adquiridos os terrenos), a Prefeitu-ra, e consequentemen-te o secretário e o pro-curador-geral, já sabiam das intenções da cons-trução do porto e teriam se aproveitado da situa-ção para lucrarem com a venda posterior.

llx divulga Sua verSÃOA LLX comprou uma

página inteira do jornal O Globo, na edição des-ta quarta-feira (15), para dar explicações a respei-to das suspeitas. No tex-to, a empresa alega que comprou as proprieda-des dentro de um con-junto que pertenciam à uma área extensa. “O Superporto Sudeste só toma contornos defini-tivos e assume seu pri-meiro desenho (...) no ano de 2008.” – ressalta a empresa. A O FOCO a LLX/MMX não ofereceu qualquer resposta, prin-cipalmente em relação às negociações com a Prefeitura de Itaguaí pa-ra a instalação do porto na Ilha da Madeira. Até o fechamento desta edi-ção, o Instituto Estadu-al do Ambiente (Inea) - responsável pelo licen-ciamento ambiental do empreendimento – não respondeu sobre a da-ta em que concedeu a li-cença para o porto.

Família revOltadaValle, Oberg e Ramos

compraram os terrenos de Aide Sebastiana Ro-drigues Abrahão, Ma-ria Cristina Abrahão Borges, Azizi Eduar-do Abrahão Gianna Delphina de Andra-de Abrahão e Cezar Augusto Borges. Re-nata Lucia Rodrigues Rebello Oberg Ferraz, mulher de Alexandre Oberg, é sobrinha de Aide e prima de Ma-ria Cristina. Os fami-liares revoltados com a transação alegam que não têm recibos ou do-cumentos que com-provem a má-fé por-

que Renata teria tido participação no negó-cio, por ser mulher de Oberg. Este, por sua vez, inseriu um outro personagem na transa-ção: Alex Lara.

trama COmplexaA intrincada trama

conta com mais este personagem: Alex La-ra, que teria recebido procuração da famí-lia de acordo com ins-truções de Oberg, ma-rido de Renata. A pro-curação tem data de 13 de dezembro de 2007. Os terrenos, portanto, foram adquiridos pri-meiro por Alex, que os repassou para Val-le, Oberg e Ramos em 4 de fevereiro de 2010, e estes incorporaram o capital às suas respec-tivas empresas. São, portanto, dois anos de intervalo entre a com-pra e a venda. Segun-do a fonte da família, o intervalo se deu possi-velmente na tentativa de ver as propriedades valorizadas.

ligaÇÕeS COm a preFeituraAlém das suspeitas que

cercam as autoridades municipais, surgem mais informações relativas ao negócio: Indrig Kuwa-da Oberg Ferraz, irmã de Alexandre Oberg e sócia na KOF Empreendimen-tos, foi assessora jurídica da Procuradoria do Mu-nicípio até 1º de fevereiro de 2011. Sua exoneração foi publicada na Porta-ria 106, de 10 de feverei-ro de 2011 (página 2 do

indrig Kuwada Oberg Ferraz,

irmã de alexandre Oberg e sócia na KOF

empreendimentos, foi assessora jurídica da

procuradoria do município até 1º

de fevereiro

Jornal Oficial de Itaguaí, edição de 14 de fevereiro de 2011).

A família reitera que não sabia da especulação na Ilha da Madeira e que confiou em Oberg e Re-nata. Alex Lara teria sido apresentado por Oberg como um comprador in-teressado nas proprieda-des. Oberg ainda é acu-sado de aliciar donos de imóveis na Ilha da Ma-deira, com ameaças de cobrança de IPTU atra-sados. Ele foi procura-

do pela reportagem nes-ta terça-feira (14), no seu escritório e na prefeitu-ra, porém não foi encon-trado e até o fechamento desta edição não respon-deu aos recados.

O Ministério Público do Rio de Janeiro já rece-beu a denúncia e vai apu-rar. Ao que parece, mui-tas outras informações ainda surgirão durante a investigação, e caberá à justiça apurar os fatos e, conforme for, condenar os responsáveis.

escritura comprova venda

dos terrenos para a LLX por

R$ 10,3 milhões

Personagens da trama em

destaque: certidão

comprova que empresários

pagaram R$ 20 mil por uma das três áreas, mas

total pago pelo trio foi de

R$ 50 mil

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 5

[jupy junior][email protected]

[juliana Torres] [email protected]

Antonio dos Santos tem 60 anos, cata ferro--velho, papelão, e toma conta de carros na Ci-dade do Porto. Em dias considerados “bons” ganha até 10 reais com seu trabalho nas ruas. Mas o problema não é o dia, e sim a noite. Sob uma marquise, per-to do restaurante No-va Bréscia, no centro, ele se enrola em um co-bertor sujo. São 21h em Itaguaí, frio de aproxi-madamente 18 graus. A poucos passos dele es-tá Emerson da Silva, 38 anos. Ele também toma conta de veículos para garantir uns trocados. Tem dois filhos e es-posa em Padre Miguel, mas prefere dormir na rua. Ambos vivem uma dura realidade urbana: não têm casa nem salá-rio. Antonio sequer tem documentos. Eles “mo-ram” em Itaguaí, mas o mundo deles é a rua.

12 anOS na ruaAntonio e Emerson

são apenas dois dos personagens que habi-tam a noite de Itaguaí. Sabe-se que há muitos.

[ASSISTênCIA SOCIAL]

No mundo da ruaPessoas sob marquises vivem dura realidade na Cidade do Porto

Esta matéria de O FOCO surgiu a partir da ini-ciativa de uma leitora – Aline Andrade – que escreveu para a reda-ção com a intenção de alertar para o proble-ma. Antonio disse dor-mir na mesma marqui-se há 12 anos. Emerson, há quatro.

O mais velho disse que já foi para um abri-go no Guandu, mas que não quer viver “no meio da bagunça”: “não con-sigo dormir lá, os outros roubam as coisas da gente”. A reportagem pergunta o que ele car-rega na bolsa que usa como travesseiro. “Rou-pas” - responde ele. Na garrafa pet de dois li-tros, água. Antonio re-vela, com um meio sor-riso, que tem vários dentes com cárie. A bar-ba é mal feita e suas pa-lavras saem abafadas pelo som dos carros e caminhões que passam.

Emerson tem família.

Não volta para a casa dos pais por orgulho: “disse que quando casasse não voltaria, e não volto mes-mo” – afirmou. Por que não volta para a casa da esposa? “Por causa da minha sogra” – explica. Ele também revelou não dorme no abrigo “porque lá é como uma prisão, en-tra às 19h e só pode sair às 7 da manhã”. Mas não seria melhor do que dor-mir na rua?, pergunta a reportagem. “Não, pre-firo minha liberdade” – sentencia ele. Emerson se expressa melhor que An-tonio, mas a aparência não é muito diferente da do colega de marquise.

aSSiStÊnCia SOCial O FOCO foi até o Cen-

tro de Referência Espe-cializado de Assistência Social, o Creas, para sa-ber o está sendo feito pa-ra tentar minimizar este problema social. O coor-denador de Itaguaí, Sér-gio de Oliveira, disse que a cidade não possui abri-gos para moradores em situação de rua. Olivei-ra disse que Creas tra-balha em conjunto com o Centro de Suporte Es-pecializado em Assistên-cia Social – CSEAS – para prestar serviços de assis-tência social, educação e atendimento psicológico.

A reportagem ainda conversava com os dois moradores de rua quando uma caminhonete preta encostou junto ao meio-fio. desceram do car-ro eder Claudio da Costa, mecânico de 33 anos, e “Minho da Pousada”, 32 – seu amigo. Foram levar refei-ções em quentinhas aos moradores de rua. Praticam caridade há três meses, recebem doações do comér-cio local e distribuem sopa e cober-tores pela cidade, sempre à noite,

duas vezes por semana. Mobilizam--se para tentar fundar um abrigo, obter mais doações e ajudar gente como Antonio e emerson. dizem já ter contado 30 pessoas na mesma condição em uma das noites. Onde? na praça próximo ao calçadão, na rodoviária e na “Reta”. São religiosos e acreditam que o amor ao próximo é a motivação principal. eder diz que a caridade que exercitam é um “trabalho espiritual”.

[CARIdAde nA MAdRuGAdA]

juPy junIOR

eder e Minho praticam caridade com os moradores de rua: sopa para aquecer e alimentar

O CreaS trabalha com uma equipe de abordagem,

que é feita somente pela

manhã. À noite, os moradores de rua continuam nela

O Creas e o CSeASO Creas trabalha com

uma equipe de aborda-gem que sai às ruas pa-ra tentar resgatar a ci-dadania destes mora-dores em situação de rua. O problema é que essa abordagem é fei-ta somente pela manhã e muitos dos que estão na rua querem perma-necer nela, como Emer-son, personagem des-ta matéria. Aqueles que

aceitam a abordagem são levados até a unidade de Itaguaí e lá recebem ba-nho e lanche. No mesmo local, são recolhidas as in-formações pessoais.

No CSEAS, segundo Sérgio, as pessoas rece-bem atendimento psico-lógico e realizam ativida-des lúdicas. Já foram aten-didos 230 moradores em situação de rua. Destes, 156 eram de outros mu-

nicípios e 74 de Itaguaí. Grande parte é de outro município, pois estes in-divíduos são andarilhos. Eles vêem tentar a vida em outra região e aca-ba criando vínculos e vi-vendo na rua. Porém o problema persiste. Mes-mo com a atuação da se-cretaria, as ruas de Ita-guaí ainda formam o mundo dessas pessoas. O cruel mundo da rua.

[Ana Carolina Brandão][email protected]

Em meio a pães, sucos, biscoitos, geléia e demais guloseimas, ocorreu, na última segunda feira (13), na Câmara dos Ve-readores (Itaguaí), a reu-nião do Conselho Comu-nitário de Segurança Pú-blica. Participaram o pre-sidente do Conselho - Luís Machado; o coman-dante do 24º BPM - co-ronel Gileade Albuquer-que; o capitão Átila dos

[SeGuRAnÇA PÚBLICA]

Café da manhã sobre segurançaConselho discute necessidade de integração entre poderes

Santos – responsável pe-lo novo DPO de Itaguaí; o representante da Agên-cia Nacional de Vigilân-cia Sanitária (ANVISA) -

Márcio Oliveira; o super-visor da Guarda Munici-pal - Hélio Ricardo Viei-ra; o tenente da marinha, Marcelo Barbosa – repre-sentando a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá e o conselheiro tutelar Sidney Pereira.

As reuniões, que acon-tecem na segunda sema-na de cada mês (segun-da-feira), não ocorrem apenas para debater a questão da segurança no município, mas também para propor alternati-

vas para os problemas e atender as reclamações dos munícipes.

temaS em debateA Expo de Itaguaí foi

um tema bastante dis-cutido no conselho, pois há uma preocu-pação quanto à segu-rança. De acordo com o supervisor da Guar-da Municipal - Hélio Ricardo Vieira -, não há um treinamento es-pecífico com a Guarda nesse período. Isto po-

de causar transtornos devido à grandiosida-de do evento que rece-be, a cada ano, um ele-vado número de pes-soas. Diante disso, le-vantou-se a questão de uma possível integra-ção entre a Polícia Mi-litar e a Guarda Muni-cipal. Segundo ele, es-ta integração não ocor-re porque falta uma or-dem de comando.

regulamentaÇÃONão apenas essa, mas

a integração entre os governos federal e esta-dual (PM, PRF e Prefei-tura) foi pauta da reu-nião. De acordo com o presidente do Conse-

lho, Luís Machado, es-sa integração é funda-mental para que haja um controle efetivo da criminalidade em Ita-guaí. Para ele, a inicia-tiva de integrar os po-deres públicos deve partir de todos os ór-gãos envolvidos, mas é preciso pressionar jun-to à promotoria para que essa integração se-ja regulamentada.

O representante da ANVISA, Márcio Oli-veira, compareceu à reunião para esclarecer aos presentes que a fis-calização dos portos - em prevenção à bactéria vinda da Europa – acon-tece de forma efetiva.

a expo de itaguaí foi um tema

bastante discutido no

conselho, pois há uma preocupação

quanto à segurança do evento

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 20116

[juliana Torres][email protected]

[jupy junior][email protected]

As questões que en-volvem a CSA, a Ode-brecht e a LLX – empre-sas que se estabelece-ram na região e causa-ram impactos ambien-tais – trouxeram à tona uma discussão a respei-to das responsabilida-des dos empreendimen-tos em relação ao muni-cípio e seus habitantes.

Porém, poucas pessoas realmente sabem qual é a importância dos ins-trumentos legais e da fiscalização para man-ter aceitáveis os níveis de poluição e degrada-ção ambientais. O FO-CO foi buscar essas in-formações a fim de que seja possível avaliar em que medida as empre-sas têm sido omissas ou

[LICenÇA AMBIenTAL]

dinheiro é verdeO que são as contrapartidas ambientais, alvo de polêmica na cidade

prejudiciais a Itaguaí, Mangaratiba e municí-pios vizinhos.

liCenÇaS ambientaiSA Constituição Fede-

ral prevê que o meio ambiente é um “bem de uso comum do povo e essencial à sadia quali-dade de vida”. Assim, qualquer empreendi-mento que possa causar danos ambientais preci-sa ser avaliado. O ins-trumento utilizado para este controle é a licença ambiental.

A licença ambiental é de responsabilidade do em-preendedor, que deve pro-curar os órgãos ambien-tais competentes para que se faça uma habilitação de seu empreendimento. Agentes destes órgãos ve-rificam as condições (lo-calização, instalação etc.) e estabelecem critérios para que não haja desequilíbrio ecológico. Somente após estes critérios serem obe-decidos é que a licença am-biental é emitida.

tipOS de liCenÇaO processo de licen-

ciamento ambiental se estabelece através de re-querimento com a des-crição do empreendi-mento, termo de refe-rência, estudos ambien-tais e projeto básico am-

biental. Existem três formas de licenciamen-to: a licença prévia – re-quisitos básicos-, licen-ça de instalação – auto-rização para o início do empreendimento e a li-cença de operação – au-torização para o início das atividades.

Ao receber o licen-ciamento, o responsá-vel precisa compensar o meio ambiente de al-guma forma. Esta com-pensação vem através das contrapartidas am-bientais. Ou seja, di-nheiro para ser aplica-do na sociedade em tor-no, a fim de beneficiar a população ou minimi-zar os danos ao meio da ambiente da região.

ObrigatÓriaA contrapartida é uma

compensação ambiental obrigatória para as gran-des empresas que, de al-guma forma, provocam impactos no meio am-biente. Para estas empre-sas conseguirem suas li-cenças ambientais, é exi-gida que elas invistam um percentual do custo total do empreendimento em unidades de conservação, saneamento e preservação da biodiversidade.

perCentuaiSPara as unidades de

conservação, o percentu-

al varia de 0,5% a 1,1% do custo do empreendi-mento. Além disso, 1% do custo total do em-preendimento deve ser destinado a saneamento (0,9%) e preservação da biodiversidade (0,1%).

Esse percentual varia de acordo com o impac-to que o empreendimen-to provocará na nature-za, e, assim como as li-cenças, é decidido pe-lo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Até o fechamento desta edição o Inea não havia aten-dido a reportagem pa-ra que esta obtivesse os percentuais das empre-sas fixadas na região.

Em relação à LLX, que está sendo investigada em CPI na Câmara dos vereadores de Itaguaí, cabe resaltar que o in-vestimento anunciado é de R$ 1,8 bilhões. Desse total, no mínimo 0,5% deveria ser aplicado na região, ou seja, R$ 9 mi-lhões. A isso soma-se mais 1% (R$ 18 milhões) para ser investido em saneamento e biodiver-sidade. No total, R$ 27 milhões devem ser apli-cados em Itaguaí pela LLX (agora MMX). Fal-ta agora a empresa e o poder público mostra-rem onde estão os in-vestimentos.

[Ana Carolina Brandão][email protected]

Cem: esse é o núme-ro de catadores dos “li-xões” de Seropédica e Itaguaí que perderam sua fonte de renda com a criação da CTR Sero-pédica. Como a CTR é uma central de tra-tamento e não um “li-xão”, o exercício des-sa função é totalmen-te proibido. Dessa for-ma os catadores dos “lixões” desses muni-cípios precisaram ar-rumar outra fonte de renda. Mas sem quali-ficação adequada é im-possível integrar-se ao mercado de trabalho. A fim de tentar colabo-rar, a Ciclus – empresa responsável pela Cen-tral de Tratamento de Resíduos –, em parce-ria com a Caixa Econô-

mica Federal elaborou um projeto para fazer a inclusão social dos ex--catadores. Não só a Ci-clus, mas a prefeitura de Seropédica também está preocupada com o destino dessas pessoas e propõe soluções.

CiClOS e CaixaO Plano de Inserção

Social de Catadores (Pisca) - proposto pe-la Ciclus e pela Caixa - visa qualificar os ex--catadores cadastrados no programa. O Pisca inclui diferentes ações, dentre elas a abertura de conta bancária para o recebimento de uma bolsa de R$ 400 por seis meses, curso de qualifi-cação para a entrada no mercado de trabalho e a oportunidade de fa-zer parte de uma coo-

[CTR SeROPÉdICA]

vida nova para catadores

RAPAheL MeLO

Ciclus pretende promover inclusão social no CTR

perativa de material re-ciclável. A seleção será feitas com base em con-versas com os catado-res e possibilidades do mercado local.

Segundo informações da Ciclus, a assistên-cia aos catadores já co-meçou. Na primeira se-mana de junho, sábado (4) e domingo (5), os ca-tadores dos “lixões” de Itaguaí e Seropédica vi-sitaram a CTR para re-ceber as primeiras in-formações sobre o pro-jeto e ganhar cestas bá-sicas. “As cestas básicas distribuídas são apenas uma medida provisó-ria para assegurar a ali-mentação da família no período de transição en-tre o trabalho no ‘lixão’ e as novas atividades” – alegou a Ciclus. A em-presa também dará as-sistência e acompanha-rá o recebimento de be-nefícios governamen-tais para esses trabalha-dores como o Bolsa Fa-mília, por exemplo. Até o fechamento dessa edi-ção a CAIXA não in-formou como seria sua participação no projeto.

reCiClagemSobre o projeto, a pre-

feitura de Seropédi-ca informou que fisca-lizará se a inclusão so-cial dos ex-catadores es-tará em curso. Segun-do o secretário de meio ambiente do municí-pio, Ademar Quintela, a prefeitura elaborou um programa de reciclagem que promoverá uma fonte de renda àqueles ex-catadores que não se adequam ao merca-do de trabalho. Para ele, os catadores receberiam um treinamento sobre lixo reciclado e passa-riam a recolher esse lixo nas casas dos morado-res. “Os catadores pas-sariam a ser reciclado-res” – concluiu Quinte-la. Em Itaguaí, já existe um programa de coleta seletiva nos moldes su-geridos pelo secretário, como foi publicado em O FOCO na edição 95.

a Ciclus, em parceria com a

Caixa econômica Federal, elaborou um projeto para fazer a inclusão social dos ex-

catadores

a contrapartida é uma compensação

ambiental obrigatória para as grandes empresas que, de alguma forma, provocam

impactos no meio ambiente

O mangue na Ilha da Madeira: contrapartidas ambientais devem ser em prol das regiões impactadas

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 7

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 20118

[juliana Torres][email protected]

No último final de se-mana os moradores de Itaguaí puderam par-ticipar de uma grande festa. O Arraiá da Cida-de do Porto aconteceu entre os dias 10, 11 e 12 de junho, realizado pela Prefeitura, e contou com atrações musicais, barra-cas típicas etc. O evento levou centenas de pesso-as para as ruas da cida-de e o trânsito foi inter-rompido para ceder lu-gar às pessoas, que tran-sitaram e dançaram li-vremente. Muitos que bebiam e dançavam não sabiam, mas tudo ocor-reu à revelia da lei mu-nicipal nº 2751.

A lei, de autoria do ve-reador Luiz Roberto de Jesus (PMDB) - mais co-nhecido como “Beto da Reta” - está em vigor desde 2009 e proíbe o fe-chamento das ruas Dr. Curvelo Cavalcante, Ge-neral Bocaiúva, Amélia Louzada, Coronel Frei-tas e as praças Vicente Cicarino e Barão de Te-ffé para festividades em geral. Exatamente as ru-as ocupadas no último final de semana. Contu-do, ninguém impediu a festa, que transcorreu normalmente.

[ARRAIÁ CIdAde dO PORTO]

Festa fora da leiLei de vereador não impede festa em Itaguaí

CadÊ a inFOrmaÇÃO?O Arraiá da Cida-

de do Porto já havia si-do divulgado na cidade por carros de som que passaram a todo o mo-mento nas ruas de Ita-guaí para chamar a po-pulação. Muitas pesso-as já haviam tomado co-nhecimento sobre a fes-ta, menos o vereador Beto da Reta. Segundo ele, somente na quin-ta-feira, véspera do Ar-raiá, ele ficou sabendo. O vereador alegou ain-da que a Prefeitura não divulgou o evento.

De acordo com Beto, ele enviou um ofício ao Ministério Público pa-ra comunicar o desres-peito à lei. Mas, como já estava na véspera do evento, ele foi orientado a impetrar um mandado de segurança com pedi-do de liminar, pois es-

te seria o caminho mais rápido para a “solução” da desobediência. Da Reta não poderia impe-trar o mandado, e o ve-reador contou na últi-ma sessão na Câmara (14) que precisou con-vocar um comerciante para assinar o pedido. A dificuldade se deu por-que ninguém queria ser responsável. “As pesso-as têm medo de repre-sálias, por isso foi mui-to difícil que alguém as-sinasse. Quando conse-gui alguém já era noite de sexta-feira, por isso não houve como fazer a lei ser cumprida” – dis-se o vereador.

deSObediÊnCia À leiSegundo o juiz que emi-

tiu a liminar - Sérgio Sou-za, da Vara Cível de Ita-guaí - o pedido do man-dado de segurança foi en-viado horas antes do iní-cio da festa. E ele nada pode fazer para evitá-la, pois o evento já havia si-do divulgado e a popula-ção estava consciente so-bre os dias em que ocor-reria o “arraiá”. Segundo Souza, sua determinação foi pela obediência à lei, com a passagem de pelo menos um carro por vez. “Em nenhum momento determinei o fim da fes-ta” – disse o juiz.

Segundo o juiz Sérgio Souza, o evento já havia

sido divulgado e a população

estava consciente sobre os dias

em que ocorreria o “arraiá”

Na sessão em que o vereador Beto da Reta explicou as circunstân-cias da festa, na terça--feira (14), o vereador Carlos Kifer (PP) usou sua fala para dizer que Da Reta havia sido vi-torioso por duas ve-zes: por não ter atraído

a antipatia dos populares ao tentar impedir a fes-ta e por ter obtido a limi-nar para tentar fazer va-ler a lei. Kifer disse: “per-guntei às pessoas na fes-ta se elas sabiam da lei, e todo mundo respondeu que não. Também vi que muitas barracas arreca-

daram fundos para as escolas, o que foi mui-to bom”. Logo depois, Toni Coelho (PRP) fez uma piada: “O vere-ador Beto da Reta foi na festa para dançar e beber, e Kifer foi fazer campanha”. Garga-lhada geral.

Kifer comenta , Toni faz piada

[juliana Torres]redaçã[email protected]

O Sistema de Seleção Unificada – SiSU – abriu suas inscrições. A UFRRJ

[SISu]

UFRRJ: vagas no SiSUestudantes têm até o dia 19 de junho para se inscrever

está com 1,51 mil vagas pa-ra o 2º período letivo deste ano. Somente podem par-ticipar da seleção aqueles quem obteve a nota míni-ma no último Enem.

As inscrições para o SiSU estão abertas do dia 15 a 19 de junho, no site sisu.mec.gov.br. Além das vagas pa-ra a UFRRJ, o progra-

ma conta com 26,33 mil vagas em universida-des federais e estadu-ais e nos institutos fe-derais de educação, ci-ência e tecnologia.

FOTOS juPy junIOR

Ruas e praças interditadas no centro: desrespeito à lei

jovens se divertem: nenhuma preocupação como o trânsito

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 9

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 201110

p o d e r

[jupy junior][email protected]

[Thiago Melo][email protected]

O relatório da chama-da “CPI das Casinhas” - que investiga os conjun-tos Turmalina, Topázio e Esmeralda, em Cha-peró (Itaguaí) - deverá ser divulgado apenas no dia 29 deste mês. Po-rém O FOCO teve aces-so exclusivo, e em pri-meira mão, a informa-ções sobre a investiga-ção da Comissão Parla-mentar de Inquérito. As suspeitas se concentra-ram em irregularidades no projeto fruto da par-ceria entre a secretaria de Assistência Social da prefeitura de Itaguaí e a Caixa Econômica Fede-ral. Os documentos re-velam que 23 funcioná-rios da prefeitura foram contemplados com ca-sas nos conjuntos habi-tacionais. Uma faxinei-ra do prefeito de Sero-pédica - Alcir Fernando Martinazzo - e um ex--motorista da deputada estadual pelo PDT e pri-meira-dama de Itaguaí, Andréia Busatto, tam-bém foram contempla-dos pelo projeto.

baixa renda e SituaÇÃO de riSCOAs investigações con-

[CPI dAS CASInhAS]

Tudo em casaFuncionários públicos receberam casas da prefeitura de Itaguaí. Faxineira de Martinazzo e supostos empregados de Andréia Busatto foram beneficiados

centraram-se no critério de seleção dos contem-plados, e nas oitivas (es-pécie de interrogatório) na Câmara, muitas con-tradições e informações desencontradas. A Cai-xa Econômica afirma que não participou da seleção, fato contestado pela secretaria de Assis-tência Social. Há duas semanas, o depoimen-to de Silvia Keiko, as-sistente social, também ressaltou contradições ao declarar que foi a Caixa Econômica quem selecionou as famílias contempladas com as casas dos conjuntos ha-bitacionais, e não a pró-pria prefeitura. Segun-do Keiko, os critérios in-cluíam famílias que vi-viam em situação de ris-co e que apresentaram baixa renda. Porém do-

cumentos obtidos por O FOCO revelam que alguns funcionários da prefeitura que recebem mais de 800 reais ganha-ram uma das 286 casas em Chaperó.

FunCiOnáriOS pÚbliCOS e FaxineiraOs funcionários da

prefeitura que foram beneficiados estão lo-tados da seguinte for-ma: 18 são da Secre-taria de Educação e Cultura (cuja secre-tária era Andréia Bu-satto na gestão ante-rior do prefeito Char-linho), um da Secreta-ria de Saúde, três da Secretaria de Segu-rança e um da Secreta-ria de Assistência So-cial (responsável pela condução do proces-so seletivo). A suspei-ta é que essas pessoas tenham sido favoreci-das por estarem mais próximas do poder.

Na lista também figu-ram Márcia Chavez de Souza, com quem a re-portagem conversou na tarde desta quarta-feira (15). Souza confirmou ter recebido uma das casas, e que trabalha para o prefeito de Sero-pédica. “Sou faxineira dele, e isso que estão fa-lando é intriga da opo-sição” – disse.

uma faxineira do prefeito de Seropédica -

alcir Fernando martinazzo - e um ex-motorista da

deputada estadual pelo pdt e primeira-

dama de itaguaí, andréia busatto, também foram contemplados pelo projeto

Outras duas bene-ficiadas são Ilcéia Vi-cente e Cassia Regi-na de Mendonça, su-postamente emprega-das da família Busat-to. Ambas registraram no cadastro de solici-tação de inclusão no programa o telefone 2687-1553. O FOCO fez uma pesquisa na internet com o núme-ro de telefone e o CPF da deputada no site da Oi Telefonia. No resultado, consta co-mo “contas encontra-das já pagas ou cance-

ladas”. Quando a pes-quisa é feita com outro CPF, o site acusa que o documento “não corres-ponde ao telefone infor-mado”. O telefone, por-tanto, é ou foi de An-dréia e faz parte do ca-dastro mantido pela Se-cretaria de Assistência Social para a seleção das casas em Chaperó.

A reportagem ligou pa-ra o número de telefone, e, ao pedir para chamar Il-céia Vicente, foi informa-da que ela “não trabalha-va mais” ali. Quando per-guntada se era possível fa-

lar com Cassia Regina, a pessoa imediatamen-te desligou o telefone. Novas tentativas e nin-guém atendeu mais às chamadas.

Também consta da lista de beneficiados Marcelo Augusto Bor-ges, supostamente ex--motorista da deputa-da, quando esta ainda era secretária de Educa-ção em Itaguaí.

O Prefeito Alcir Mar-tinazzo e a deputada Andréia Busatto não atenderam a reporta-gem de O FOCO.

Telefone e motorista de Busatto

ARquIVO/O FOCO

Acareação: a secretária de A. Social, Maria Isabel e Lígia Leles

no site da Oi Telefônica, O FOCO consultou o telefone com o CPF da deputada Andréia Busatto

O número foi preenchido na secretaria de Assistência Social, e o resultado da pesquisa confirmou que o telefone é de Andréia

quando a consulta é feita com outro CPF, a Oi informa que não há correspondência com o número

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 11

[jupy junior][email protected]

Foi um discurso emo-cionado e inflamado. Vi-cente Cicarino Rocha (PMDB), presidente da Câmara Legislativa de Itaguaí, começou a sua fa-la na sessão de terça-feira (14) lembrando que com-parece pouco na tribuna. Mas, em se tratando de importância e tom, a meia hora em que tratou de ex-por sua posição a respei-to da polêmica acesa pe-la reportagem de O Globo – publicada no domingo (12) - compensou. Rocha dedicou duras palavras aos personagens citados na matéria – Alexandre Valle, secretário de Turis-mo, Indústria e Comér-cio de Itaguaí e Alexan-dre Oberg – Procurador-

[CPI LLX]

Discurso inflamado

Vicente Rocha sugere afastamento de Valle e Oberg, e declara: “não tenho medo da morte, não adianta me ameaçar”

-geral do município. Para o presidente da Câmara, não há dúvidas da ilici-tude e do favorecimento das autoridades em rela-ção à compra e venda de terrenos que hoje perten-cem à LLX Logística, em-presa de Eike Batista que atuou na construção do SuperPorto Sudeste na Ilha da Madeira.

“eSQuema biliOnáriO”Vicente declarou que

em Itaguaí existe “um es-quema bilionário” que “envolve cartórios e pre-feitura, que envolve se-cretários e cartórios, em um esquema de con-luio”. O vereador disse que sua vida financeira é instável, que sofre com dívidas, pede dinheiro emprestado a amigos, e

que, por este motivo, se sentia confortável para denunciar aqueles que, segundo ele, não podem expor sua vida financei-ra. Rocha mencionou a reportagem de O Globo

e comentou que há ali-ciamento da população na Iha da Madeira. “Se-rei incansável, e não terei medo em proteger a po-pulação” – afirmou, e lis-tou mais cargos que, na sua visão, estariam com-prometidos com o poder

capitalista das empresas estabelecidas em Itaguaí: “há magistrados envolvi-dos em esquemas, dou-tores envolvidos, estou aqui denunciando. Não tenho medo da morte, não adianta me amea-çar” – frisou ele.

“viSCeral”Vicente disse que vai

à Corregedoria do Esta-do denunciar conluios e conchavos entre a pre-feitura de Itaguaí e car-tórios: “vou acabar com isso, custe o que cus-tar”. E lamentou que Oberg esteja envolvido nas denúncias, ao citar o pai e a mãe do Procu-rador-geral: “Fico pen-sando no senhor Jorge Ferraz, um homem sé-rio e íntegro, que edu-cou os seus filhos da

ThIAGO MeLO

melhor forma possível, ver um filho [Alexan-dre] hoje que todos pos-sam desconfiar...é imo-ral, é sujo, é feio... uma família com uma base sólida em nossa cidade, o filho fazer um papelão desses, se locupletando de informações privile-giadas” – disse Rocha, que confessou à audiên-cia: “estou sendo visce-ral nesse momento”.

“SaltimbanCOS” e “larápiO”.Vicente chamou ain-

da de “saltimbancos” os empresários que in-vestem na cidade, e dis-se que o alvo da Câmara será o secretariado, por onde ele pretende “des-montar a Torre de Ba-bel” – segundo suas pró-prias palavras. Especi-

ficamente sobre a polê-mica em torno da com-pra dos terrenos pela LLX, Rocha disse que re-cebeu um telefonema da Aide Abrahão, herdeira de Azizi, e que ela teria chorado: “ela foi enro-lada pela sobrinha dela, que é mulher de Alexan-dre Oberg Ferraz” – dis-se o presidente da Câ-mara, que não economi-zou nos adjetivos dedi-cados à Alexandre Valle: “um larápio, sem moral, mercenário”.

“gOl de plaCa”Rocha sugeriu que o

prefeito Charlinho po-deria “fazer um gol de placa”: “se ele não tem nada com isso, poderia afastar o secretário, dei-xar a apuração transcor-rer, e se o secretário não tiver nada com isso, é só reconvocá-lo” – acon-selhou Vicente. No dis-curso foram citadas ain-da as suspeitas sobre a construtora Lytorânea, que detém o recorde de vencer todas as licita-ções para as obras em Itaguaí. O vereador rei-terou que a Câmara atu-ará obstinadamente na investigação e cobrança das autoridades sobre as denúncias apresen-tadas, e disse enfatica-mente: “não aceito na-da, já me fizeram várias ofertas e várias propos-tas” – afirmou Vicente, sugerindo que já houve tentativa de suborno do parlamentar.

Logo depois do discurso contundente que fez na sessão da Câmara na terça-feira (14), Vicente Cicarino Rocha respondeu a O FOCO três perguntas sobre a situação. ele foi bem mais calmo do que no discur-so e chamou Charlinho de “pessoa vivida”. Confira:

O FOCO - Como ficará a desafetação das áreas públicasna ilha da madeira que são de interesse da llx? vicente rocha - Assim que essa matéria chegar aqui, vamos ana-

lisar, ver quais são as contrapartidas que eles vão dar ao município. quero deixar bem claro que o empreendedor é visto com bons olhos por qualquer ente da federação, do estado e do município. O empreendedor é importante, gera emprego e renda, mas ele deve obedecer à legislação.

O FOCO – em relação à Cpi da llx, que será instaurada na próxima ter-ça-feira (21), o inea (instituto nacional de meio ambiente) será chamado?

vicente – Lógico, o Inea é importantíssimo, foi quem liberou as licenças ambientais. Também chamaremos o secretário [de meio ambiente] jailson Barboza, todos vão ser ouvidos.

O FOCO – Qual é a sua avaliação das denúncias que envolvem espe-culação imobiliária na ilha da madeira?

vicente – É muito triste, mas tenho certeza que o prefeito vai afastar ime-diatamente os envolvidos, até porque somente assim a investigação dos fa-tos poderá ocorrer sem que haja nenhuma interferência que prejudique a apuração. Acho que o prefeito deve refletir bastante, ele é uma pessoa vivi-da e pode dar tranquilidade à população em relação a esses fatos.

[TRêS PeRGunTAS PARA...VICenTe ROChA, PReSIdenTe dA CÂMARA LeGISLATIVA de ITAGuAÍ]

vicente disse que vai à Corregedoria

do estado denunciar conluios e conchavos entre

a prefeitura de itaguaí e cartórios

O presidente da Câmara não

economizou nos adjetivos dedicados à

alexandre valle: “um larápio, sem moral, mercenário”

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 201112

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 13

[juliana Torres][email protected]

A Câmara itineran-te já é uma realidade. A primeira sessão fora do plenário aconteceu em Conceição de Jaca-reí na tarde desta quar-ta-feira (15). Os vere-adores Edison Ramos

(PMDB), José Luiz do Posto (PMDB), Gustavo Busse (PSDB), José Car-los Simões (PSDB), Jo-sé Carlos Costa (PSDB) estiveram em uma qua-dra de esportes no Cen-tro Esportivo Eli Fer-reira Ceia muito pró-ximos da população. A

[MAnGARATIBA]

Plenário fora de CasaCâmara itinerante estreia em Conceição de jacareí

ideia partiu de Gusta-vo Busse e foi aprova-da pelos vereadores. O objetivo é levar as ses-sões da Câmara até as pessoas que têm difi-culdades de chegar ao centro de Mangaratiba. A sessão transcorreu de forma tranquila, porém com um incidente cons-trangedor.

vereadOreS divergemEmbora a ideia te-

nha sido de Busse, Sid-ney Marcello Filho (PHS, “Sidinho”) reivindicou a autoria ao dizer que não queria levar os “louros de glória” mas afirmou que a ideia tinha sido de-le: “eu tinha pensado na ideia da Câmara itine-rante, ou então fazer co-mo em Itaguaí, com um telão transmitindo onli-ne, mas ia dar muito tra-balho na época e acabei desistindo”. Busse, por sua vez, já havia declara-do na sessão que discutiu a ideia com os colegas. “Achei melhor não co-mentar quando o verea-dor Sidinho fez as decla-rações” – declarou Busse.

mOradOreSaCOmpanHaramOs moradores de

Conceição de Jacareí compareceram em pe-so. Cerca de 100 pessoas foram conferir de per-to a sessão, que tratou de vários temas caros ao distrito, como por exemplo revitalização do cais, despoluição da cachoeira, apoio policial à noite, dentre outros. Edison Ramos, o pre-sidente, lembrou que a sessão não diferia em nada ao plenário, exce-to a localização. Por es-te motivo, a plateia não poderia se manifestar.

mOmentO COnStrangedOrUma das moradoras

foi personagem prin-cipal de um momento constrangedor duran-te a sessão. Ela se apro-ximou do vereador Si-dinho e deu um beijo nele. Logo em segui-da, a moradora tentou pegar o microfone, Si-dinho negou e ela co-meçou a gritar e exigir atenção dos presentes. Os seguranças tenta-

[jupy junior][email protected]

Os vereadores do “G7” não esqueceram as questões relaciona-das às obras em Itaguaí. A fim de apurar as de-núncias, a Comissão Parlamentar Mista (Co-missão de Obras jun-to com a Comissão de Constituição, Justiça e Redação) resolveu ou-vir a diretora de assun-tos executivos da Pre-feitura de Itaguaí, Sô-nia Oliveira. Ela traba-lha com licitações, e a esperança dos vereado-res era de poder escla-recer alguns pontos que permanecem obscuros nos processos licitató-rios do município. Sô-nia, porém, limitou-se a declarar que desconhe-cia as razões pelas quais as licitações são consi-deradas suspeitas, e não demonstrou o estranha-mento que é partilhado entre os parlamentares.

“nÃO Sei COmO Se dá a lOgíStiCa”O vereador Nisan Cé-

sar (PV) fez questão de elogiar a depoente antes de perguntar se ela con-siderava “estranho” o fato das construtoras Va-lesul e Lytorânea divi-direm praticamente to-das as obras de Itaguaí. Oliveira respondeu que não tinha conhecimen-to dos meandros das li-citações, que somente prepara todo o processo e lança editais. “Os edi-tais são divulgados pa-ra todo o estado, não sei porque algumas empre-sas pegam o edital e não aparecem e também não sei porque só estas em-presas ganham as licita-ções” – declarou Sônia, que lembrou aos vere-adores que o presiden-te da Comissão de Lici-tações é José Fernando Braga Lacombe, conhe-cido como “Dodô”. “Os vereadores estão mal in-formados, quem é o pre-sidente é Lacombe” – disse ela.

Nova pergunta: “A se-

[COMISSÃO eSPeCIAL]

Licitações em pautaComissão mista da Câmara ouve Sônia Oliveira, da Pre-feitura de Itaguaí

nhora sabe por que a empresa Valesul, que fi-ca em Angra dos Reis, manifesta tanto interes-se por Itaguaí? A logís-tica é mais complicada, as distâncias para car-regar material e outras providências são mais complicadas. A senho-ra tem algum ideia?” – quis saber Nisan. “Não tenho conhecimento do interesse das empresas, algumas participam da licitação e são de outros estados, não sei como os responsáveis tratam a logística nesses casos, não posso responder” – disse Oliveira.

“nuanCeS” e aluguel de CarrOSDevido às negativas

de Sônia, que foi reticen-te quanto às informações, os vereadores passaram a listar as possíveis impro-bidades da prefeitura em relação a obras no mu-nicípio. A depoente de-clarou em certo momen-to que “existem nuances em licitação” e “cada em-presa tem seus métodos”. Beto da Reta (PMDB) dis-se que considera absurdo a Lytorânea sempre ga-nhar dos concorrentes, o que foi ressaltado por Ni-san César: “a associação comercial de Itaguaí tem 12 empresas cadastradas no ramo de construção ci-vil, e só quem ganha é a Lytorânea e a Valesul” – afirmou ele.

Os vereadores também citaram Marcos Abade – um dos sócios da Lytorâ-nea – que, segundo eles, procuraria as empresas interessadas na concor-rência para instigá-las a não participar das licita-ções e comentaram que a prefeitura pagou cerca de R$ 20 milhões à Lyto-rânea para alugar car-ros. Por fim, menciona-ram o fato de prefeitura não expor placas indica-tivas das obras e pergun-taram a Sônia se ela ha-via visto alguma placa. “Não sei, quase não an-do por aqui, vou embora direto pela Rio-Santos” – declarou a diretora.

RAPhAeL MeLO

Conflito de autoria e momento constrangedor marcaram a primeira sessão itinerante

Segundo o presidente edinho,

a Câmara itinerante desembarcará nos distritos de itacuruçá (em

agosto), muriqui (setembro), Serra do piloto (outubro)

e praia grande (novembro)

ram contê-la, mas sem sucesso. Segundo in-formações de uma das pessoas da plateia, a mulher tem problemas com alcoolismo.

prÓximaS SeSSÕeSSegundo o presiden-

te Edinho, a Câmara itinerante desembarca-rá nos distritos de Ita-curuçá (em agosto), Muriqui (setembro), Serra do Piloto (ou-tubro) e Praia Gran-de (novembro). Todos os vereadores presen-tes gostaram da expe-riência, embora Busse tenha comentado que preferia que as reivin-dicações dos presen-tes fossem lidas. Os ve-readores Nelson Berti-no (PMDB), Ruy Quin-tanilha (PV) e Marqui-nho da Ilha (PV) não compareceram.

embora a ideia tenha sido de busse, Sidinho reivindicou a

autoria da Câmara itinerante

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O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 201114

e s p o r t e s[MInI TênIS]

[juliana Torres][email protected]

Crianças e adolescen-tes de Mangaratiba ago-ra já têm a oportunida-de de conhecer e prati-car o tênis. O esporte, que não é tão popular quanto o futebol ou o vôlei, começou a ganhar notoriedade na região com a criação do Projeto Mini-Tênis, que já con-ta com 100 alunos. A fi-nalidade Do projeto é a divulgação do esporte a todas as classes sociais.

Segundo Alex Sandro - coordenador e profes-sor - a intenção é expan-dir o mini-tênis para ou-tros distritos do muni-cípio, como Muriqui e Conceição de Jacareí. O Projeto Mini-Tênis pre-cisa de patrocinadores e voluntários formados em educação física.

alex e O tÊniSAlex joga tênis há 19

anos. Segundo o profes-sor, ele sempre gostou do esporte, mas quan-do criança nunca te-ve a oportunidade de praticá-lo. Originário de uma família caren-te, Alex passou gran-

Tênis em miniatura, sonhos grandiososProjeto ajuda a popularizar esporte considerado de elite

de parte de sua vida trabalhando como gar-çom. Chegou inclusi-ve a ir trabalhar na ca-pital, mas não se adap-tou. Então, quando vol-tou, foi até Angra pro-curar emprego. Ao che-gar lá ele viu uma va-ga de “rebatedor de tê-nis”. Ao ser perguntado se sabia jogar, disse que sim. Mas, na verdade, mal conhecia o esporte. No teste prático, bateu com a raquete no rosto. Mas o professor Nilton Grustolim - de quem fa-la com muito orgulho - concedeu o emprego para Alex.

A partir daí, Alex co-meçou a trabalhar em di-versas quadras de tênis de hotéis da região. De-pois fez cursos em São Paulo. Ao se destacar no esporte, recebeu bolsas

de estudos de inglês, es-panhol e curso superior.

Alex está no primei-ro lugar no ranking dos tenistas de Angra. Mas, devido à idade (37 anos) e a falta de patrocínio, não participa de com-petições. E hoje o que ele deseja é poder ensi-nar o tênis, este esporte que mudou a sua vida. “Meu sonho é que cada distrito de Mangaratiba tenha um quadra de tê-nis pública”- diz ele.

prOJetO SOCialCom a união da vontade

de ensinar e da prática no esporte, Alex criou o Pro-jeto Mini-tênis. Para ele, o tênis ainda é um espor-te muito elitizado e o pro-jeto dá oportunidade pa-ra jovens - que talvez nun-ca viessem a conhecer o es-porte – de aprender o tênis.

Para Alex, por ser um esporte que possui mui-tas regras e exige disci-plina, o tênis faz com que os atletas/alunos apren-dam a lidar em equipe e se tornem mais respon-sáveis por suas atitudes.

O mini-tÊniSO mini-tênis é uma

adaptação do tênis tra-dicional. A quadra é menor e as regras mais são fáceis. As aulas são dadas na quadra do centro de Mangaratiba, nos horários de 8:30h às 10:30h(terças e sex-tas) e 14h às 16h (terças e quintas). As categorias oferecidas são infan-til e juvenil. Quem qui-ser participar é só com-parecer nos dias e horá-rios citados ou ligar pa-ra Alex Sandro no tele-fone (21) 96517208. Nes-

Nas quadras exter-nas da praça de espor-tes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) ocorrerá nos dias 18 e 19 de junho – a par-tir das 9h - o VII Aber-to de Tênis da Rural. O torneio terá as cate-gorias iniciante, inter-mediário e avançado (para adultos) e ini-ciante e intermediário (para crianças). Os três primeiros coloca-

Inscrições: VII Aberto de Tênis da Rural

dos em cada categoria receberão troféus.

inSCriÇÕeSOs interessados em

participar do even-to podem ser inscre-ver no site www.te-nisrural.blogspot.com ou no Departamen-to de Educação Físi-ca da UFRRJ até o dia 16 de junho. A taxa de inscrição é R$ 15,00 e estudantes da UFRRJ estão isentos.

[Ana Carolina Brandão][email protected]

O Grêmio Mangarati-bense segue na luta pelo título da série C. O time venceu neste domingo (12) o Arraial do Cabo por 2 a 0, no estádio da Praia do Saco, em Mangaratiba. Com o resultado, a equi-

[GRêMIO MAnGARATIBenSe]

grêmio é primeiro do grupoTime da Costa Verde se classifica para a terceira fase da série C

pe da Costa Verde se clas-sificou para a terceira fa-se da série C do Cariocão. Esta fase é decisiva para o time alcançar seu objeti-vo principal: ficar entre os três primeiros colocados e se credenciar para dispu-tar a segunda divisão no ano que vem.

Com a vitória o Grêmio

Mangaratibense está em primeiro lugar do grupo H, com 13 pontos, seguido do Búzios com 9 pontos – que também se classificou – Arraial com 7 e Barcelo-na com 4. A equipe termi-nou a segunda fase como a segunda melhor da com-petição, atrás apenas do Goytacaz.

Para as disputas da próxima fase serão for-mados dois grupos com quatro equipes cada, e as duas melhores equipes de cada grupo se classifi-cam para as finais. Agora, a expectativa é para saber quem serão os adversá-rios do time na reta final do campeonato.

te número empresários e demais pessoas inte-ressadas também po-

dem fazer doações ou negociar uma participa-ção no projeto.

dIVuLGAÇÃO

Alex com alunos: esporte e cidadania

dIVuLGAÇÃO/GRêMIO

Momento é de intensificar preparação física

Sexta-feira, 17 de junho de 2011 O FOCO 15O

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ESTADO DO RIO DE JANEIRO | MUNICÍPIO DE MANGARATIBAREGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DO 1º DISTRITO

RUA DOMINGOS JANNUZZI, N.º 58, CENTRORESP. PELO EXPEDIENTE: FÁBIO HENRIQUE V. DE ALMEIDA REGO

PUBLICAÇÃOProcesso n° 1617/2011 – Casamento: EDGAR MARTINS DA COSTA & VALDIRENE DA SILVA RODRIGUESProcesso nº 1787/2011 – Casamento: VITALY PYATIKHATKA & NATALIA WERNECK DA SILVAProcesso nº 1788/2011 – Casamento: GERALDO ALVES TE-NORIO & MARIA DELOURDES SILVAProcesso n° 1789/2011 – Casamento: JOSÉ ANTONIO RAPO-SO DE SOUZA & FRANCILENE MOREIRA PEREIRA DA SILVAProcesso nº 1790/2011 – Casamento: DIOGO DE OLIVEIRA ARAUJO & ERICA OLIVEIRA SILVAProcesso n° 1791/2011 – Casamento: LUCCAS BARBOSA DA CONCEIÇÃO & BIANCA INACIO MUNIS ALVESProcesso nº 1792/2011 – Casamento: DIEGO LEONARDO FERREIRA TEIXEIRA & DANIELA DA SILVA FRANCO Processo nº 17932011 – Casamento: JOSE ROBERTO SANTA-NA DO REGO BARROS & MARIA DA CONCEIÇÃO DA SILVAProcesso nº 1794/2011 – Casamento: JANDERSON LUIZ DA SILVA & BARBARA DE OLIVEIRA NASCIMENTO Processo nº 1795/2011 – Casamento: LEANDRO DE OLIVEI-RA FRAGOSO & EMILIANE REGINA EUGENIO FERNANDES .Processo n° 1796/2011 – Casamento: LEANDRO CARLOS MATHIAS DO NASCIMENTO & VANESSA TERRA MAMEDE Processo nº 1798/2011 – Casamento: MARCIO JOSÉ DA APRESENTAÇÃO COSTA & VANESSA ROSA DA SILVA. Processo nº 1799/2011 – Casamento: ROQUE BISPO PE-REIRA & JANICE MARIA DA CUNHA RIBEIRO Processo nº 1800/2011 – Casamento: FLAVIO JOSÉ DIAS & ANDREA FELIX DE OLIVEIRA Processo nº 1801/2011 – Casamento: CARLOS EDUARDO MARCULINO OLIVEIRA & LIDIANI DE VASCONCELOS PAULAProcesso nº 1802/2011 – Casamento: DIOGO DE SÁ FER-REIRA & JULIANA SILVA DE JESUS Processo nº 1803/2011 – Casamento: MARCELO CARDOSO MEYER & CRISTIANE CARVALHO DE SOUZAProcesso nº 1804/2011 – Casamento: MANOEL AUGUSTO & MARIA DE PENHA BELO

Se alguém souber de algum impedimento, acuse-o, na forma da lei.Mangaratiba, 17 de junho de 2011.

O FOCO Sexta-feira, 17 de junho de 201116