o fenômeno da experiência de quase-morte

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  • 8/18/2019 O fenômeno da experiência de quase-morte

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    Jornal Temático da Comunhão Espírita de BrasíliaAno 30, n. 11, dezembro de 2015.

    O fenômeno da experiência dequase-morte

         I     l    u    s    t    r    a    ç     ã    o    :     S     h    u    t    t    e    r    s    t    o    c     k

    Experiências reais

    página 3

    Conceito foi proposto por Victor Egger

    páginas 4 e 5

    A visão da AME/DF

    página 6

    Estudos no Brasil

    página 7

    Libertação chega a três décadas

    página 8

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    Fenômeno intrigante e desafiador

    O tema escolhido pela nossa Assessoria de Comunicação Socialpara este número do Jornal Libertação é muito pertinente e inte-ressante. Os estudos relacionados às experiências de quase-morte

    (EQMs) têm ocorrido para além do Movimento Espírita e de quemprofessa alguma fé religiosa. São muitos os centros científicos atual-mente dedicados a abordar esse fenômeno intrigante, que se verificaentre pessoas de diversas nacionalidades e culturas.

    Na lógica do codificador Allan Kardec, o Espiritismo é afeto à inves-tigação e ao questionamento. Ao cunhar a máxima “antes rejeitar 99verdades do que concordar com uma só mentira”, Kardec legou-nos aimportância de refletir sobre situações que desafiam as fronteiras dopensamento e de nos conduzirmos, coerentemente, diante dos pres-supostos de nossa doutrina. Como espíritas, é nossa tarefa contribuirpara a renovação do pensamento de forma constante e desafiadora,respeitando métodos e códigos da ciência.

    A EQM é um assunto instigante, tanto aos que têm convicção navida após a morte quanto aos que se afinam a pensamentos materialis-tas, pois a maioria dos relatos é contundente e apresenta várias seme-

    lhanças. Recentemente, a Comunhão teve a oportunidade de recebero psiquiatra argentino Sabino Antônio Luna. Em sua palestra, foi possí-vel notar o interesse do público pela exposição acerca da EQM.

    Vale destacar que Sabino é um conferencista de experiência inter-nacional sobre questões da espiritualidade da ciência, participandode eventos em vários países como Argentina, Bolívia, Colômbia, Cuba,Chile, EUA, Uruguai e Honduras. Portanto, acredito que o tema é bemvindo para uma publicação da nossa Casa.

    Estou certo de que esta edição será marcante e terá vocação, inclu-sive, para subsidiar os estudos doutrinários promovidos na Comunhão.

     Adilson Mariz de Moraes

    Presidente da Comunhão Espírita de Brasília

    Muito a comemorar

    Esta edição do Jornal Libertação tem duplo objetivo. Primeiro,explorar tematicamente o assunto da experiência de quase-morte(EQM), a partir da lógica do Espiritismo, descrito pelas mentes e mãosdos nossos voluntários que produziram as matérias. Além disso, háainda outra tarefa, igualmente, importante. Comemorar as três déca-das da publicação sistematizada do Jornal Libertação. Uma trajetóriaque merece destaque e, ao mesmo tempo, reflexão.

    Destaco que as três décadas foram contadas a partir do registro donúmero da edição, constante no cabeçalho do Jornal, pois os esforçosque deram início à publicação são bem mais antigos. Infelizmente,

    não conseguimos resgatar os primeiros exemplares, impressos emmimeógrafos, de forma artesanal.

    De qualquer modo, 30 anos merecem comemoração. Por isso,nesta edição reservamos espaço para relatar um breve histórico doJornal Libertação.

    Durante a pesquisa, tivemos a certeza da importância deste veícu-lo para a difusão de nossa doutrina.

    Assim, seguimos adiante, com o desafio de conduzir o Libertaçãoa um período vindouro alvissareiro, buscando sempre atender aos an-seios do movimento espírita, que só cresce.

    Para resumir 30 anos, retomo as palavras da ex-presidente daComunhão, Heloísa Magalhães, em 2010, ocasião em que o peri-ódico foi relançado com novos formato, periodicidade e metodo-logia. “O Jornal Libertação, certamente, cumprirá com seu papelperante a vontade que todo espírita possui: preservação e divul-

    gação ampla do Espiritis mo”.

    Sionei Ricardo Leão

     Assessor de comunicação da Comunhão Espírita de Brasília

    Presidente da Comunhão Espírita de Brasília

    Adilson Mariz de MoraesVice-Presidente da Comunhão Espírita de Brasília

    Maria Luiza Bezerra

    Assessor de Comunicação Social da Comunhão Espírita de Brasília

    Sionei Ricardo Leão

    Secretária da Comunicação Social da Comunhão Espírita de Brasília

    Sayonara Cintra

    Coordenação editorial e revisão

    Juciara RodriguesProjeto gráfico e diagramação

    Rodrigo Braga

     Jornalistas colaboradores desta edição

    Valéria Castanho, Isabel Carvalho e Marco Tassinari

     Jornalista responsável

    Sionei Ricardo Leão (MTB 95/MS)

    Expediente

    Opinião

    O Jornal Libertação é uma publicação da Comunhão Espírita de Brasília

    Endereço Avenida L2 Sul, Quadra 604, Lote 27. CEP: 70.200-640

    Recepção Integrada: 61 3225-2083 Geral: 61 3225-2563 | Livraria: 61 3225-2505 FAX: 61 3225-2083

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    Depoimentos de experiências reaisIsabel Carvalho

    O médico americano Stuart Hamerroff e o físico britânico SirRoger Penrose afirmam que podem comprovar cientificamente a

    existência da alma. Em entrevista ao periódico Daily Mail , explica-ram a teoria quântica da consciência, revelando que as almas estãocontidas em estruturas chamadas de microtúbulos, os quais vivemnas células cerebrais humanas. Segundo o periódico, o cérebro é umcomputador biológico, com 100 bilhões de neurônios, agindo comoredes de informação. Hamerroff e Penrose alegam que as experiên-cias da consciência são resultado dos efeitos da gravidade quânticano interior dos microtúbulos.

    Em uma experiência de quase-morte (EQM) os microtúbulos per-dem seu estado quântico, mas a informação dentro deles não é des-truída. É como se “a alma não morresse, voltasse ao universo”. Hamer-roff explicou a tese no documentário Through the wormhole (Atravésdo buraco da minhoca), narrado por Morgan Freeman, levado ao arrecentemente pelo Science Channel, nos Estados Unidos.

    “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir,

    os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quânti-ca dentro dos microtúbulos não é destruída; não pode ser destruída,simplesmente é distribuída e dissipada pelo universo“, afirmou o cien-tista. Ainda segundo Hamerroff, “se o paciente é ressuscitado, estainformação quântica pode voltar para os microtúbulos e o pacientepassa por uma EQM”.

    Depoimentos

     Júlio Capilé, médico eescritor espírita, 98 anos

    Capilé passou por umaEQM há mais de 25 anos. Elerelata que sua alma saiu do

    corpo, em meados dos anos1990, após um acidente naComunhão. “Na ocasião,estava em uma cadeira, ten-tando trocar uma lâmpadano auditório. Caí, bati comcabeça no chão e fiquei de-sacordado. Foi quando per-

    cebi que estava do outro lado”. De acordo com o médico, nestemomento teve uma sensação de paz muito grande. “Me senti tãobem, como nunca havia me sentido. Uma tranquil idade e paz mui-to boas”, relatou.

    Capilé, um dos fundadores da Comunhão, que há anos compro-meteu-se com o trabalho espírita, contou que se viu em um cor-redor largo, de vidro, e que atrás dele havia silhuetas de pessoas.

    “Comecei a andar sem medo, como se estivesse em câmera lenta.Foi quando me vi em um túnel de vidro transparente, com pessoasandando de um lado para o outro. Ao fundo via uma luz suave eacolhedora”, disse.

    Júlio revelou ainda mais uma etapa de sua experiência, na qualrelata ter visto uma freira, vestida com uma roupa muito pesada,toda azul e com as golas vermelhas. “Não entendi, mas automati-camente veio a minha mente o espírito de Joanna de Ângelis. Elanão conversou comigo. Eu fiquei ali, por algum tempo, tranquilo esem pressa para acordar. Já o espírito da mulher, que eu acreditavaser o de Joanna, olhava para cá é para lá, quando, de repente, fezum gesto para que meu espírito voltasse ao corpo”, contou. Quan-do despertou, estava sentado em uma cadeira de rodas no hospital.“Alguns anos depois, eu assisti ao filme Ghost e notei que foi exata-mente aquilo que eu vivi”, completou Capilé.

     Jésus Vicente, servidor público, 62 anos

    O servidor público vivenciou uma EQM em dezembro de 2007. Es-

    tava no hospital para fazer três cirurgias faciais de uma só vez: desviode septo, sinusite e bucomaxilofacial. Na ocasião, os médicos aplica-ram muita anestesia e sedativos, o que lhe causou excessivo relaxa-mento e obstrução das vias respiratórias. “Eles não conseguiram me‘entubar’, pois minha laringe e glote incharam. Com isso, comecei a teruma parada respiratória. Como sei disso? Ao ficar desacordado, meuespírito saiu do corpo e presenciou tudo o que se passava na sala decirurgia”, revelou.

    De acordo com o servidor, assistiu a tudo com muita lucidez e tran-quilidade. Viu a atuação dos médicos, tentando salvá-lo. Ao seu lado,estavam dois espíritos amigos, que até hoje não sabe identificar. Du-rante sua experiência, também viu a história de sua vida passar, comoem um filme. Um dos espíritos presentes questionou seu desejo devoltar. “Respondi que queria continuar vivo, pois havia muita genteque precisava de mim, além de compromissos que devia cumprir.

    Neste momento, os espíritos falaram: então, volte! Dei um pulo, comose estivesse mergulhando em uma piscina, e retornei ao meu corpo”,contou. A equipe médica terminou a cirurgia, mas Vicente ficou emcoma, por dois dias, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

    Durante o coma, afirma ter passado por um tratamento médico nomundo espiritual, o que acelerou sua recuperação. “Eu fiquei em umsalão muito grande e escuro, com música ao fundo. Imaginava estarlá para fazer um tratamento de recuperação das minhas cordas vocaisque, por causa da intubação agressiva, tinham ficado comprometi-das”, revelou.

    Para a surpresa dos médicos, logo após sair do coma, Vicente re-latou tudo o que havia passado. Depois desta experiência, disse tercerteza que não precisa temer a morte. “Na época, eu não sabia o queestava acontecendo. Hoje, entendo que tive uma nova chance. Desdeentão, nunca mais parei de trabalhar e estou sempre envolvido em

    novos projetos da Comunhão Espírita”, concluiu.

    Vilma Americano do Brasil, psicóloga, 80 anos

    Quando tinha apenas 14 anos e morava comseus pais na Argentina, Vilma vivenciou uma EQM.Hoje, aos 80 anos, conta que esta experiência mu-dou sua vida para sempre. “Voltava de uma festacom duas amigas e seus pais. Era inverno e está-vamos agasalhadas, sentadas no banco de trás,quando o carro capotou. Por instantes, vi cenasde minha vida passarem como em um filme. Nãodesmaiei, mas senti e ouvi todas as pancadas e osgritos”, disse.

    Vilma conta que, naquele momento, o tempo

    “correu” diferente, como se estivesse em câmeralenta. “Eu me conectei co m o meu ‘eu profundo’,vi o filme da minha vida. Foi uma situação que euprecisava levar comigo, pois toda a história da mi-nha vida tinha uma relação muito grande de ab-soluta verdade”. Explica, ainda, que só começou aentender o que se passou quando completou 30anos. Até então, não havia comentado com nin-guém sua EQM. “Depois que eu comecei a estudare a me interessar pelo assunto, não tive mais dúvi-das sobre o que eu vivi ”, revelou.

    Relatos

    Foto: Isabel Carvalho

         A    r    q    u     i    v    o

        p    e    s    s    o    a     l

    Outros depoimentos verídicos e interessantespodem ser assistidos no vídeo disponível

    no blog O Mensageiro em

    http://mensageiro.comunhaoespirita.org.br/ 

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    A ciência e a experiência de quase-morte Juciara Rodrigues

    Relatos de visões e de sensações, em estados de morte iminente, re-metem à Antiguidade. Entretanto, o termo experiência de quase-morte

    (EQM), do francês expérience de mort iminente, foi criado pelo psicólogoe epistemólogo Victor Émile Egger (1848-1909). No artigo Le moi desmourents (em uma tradução livre, O ego dos moribundos), publicadoem 1896 na Revista Filosófica da França e do Estrangeiro, o psicólogoanalisou o testemunho do cientista suíço, Professor Heim, proferido empalestra realizada no Alpine Clube de Zurique, em setembro de 1895.

    Segundo Egger, Heim declarou ter “visto a morte de perto” ao so-frer uma queda nas montanhas. Durante os poucos segundos, entre aqueda e o choque físico com o solo, o cientista vivenciou uma estranhaexperiência. Decidido a compreender o fato, reuniu relatos de turistase de escaladores, também sobreviventes a quedas nas montanhas, econstatou quatro semelhanças, peculiares à maioria das narrativas:sentimento de bem aventurança, anestesia ao toque e à sensação dedor, extrema rapidez de pensamento e de imaginação e visão de todoo curso da vida.

    Fundamentando-se em princípios da psicologia, Egger argumen-tou que as sensações relatadas por Heim relacionavam-se ao desper-tar de um fluxo de memórias, diante do perigo da morte iminente, eatribuiu ao ego (determinante às vivências e aos atos de cada pessoa)a visão regressiva de imagens da vida. Afirmou que crianças jamaispassariam por experiência semelhante, pois ainda eram incapazes deperceber a gravidade do risco da morte e tinham o ego “vago, vazio,quase inconsistente”.

    Porém, Egger não pareceu convicto da própria tese, pois finalizouseu artigo, interrogando o Diretor da revista: “Isso, pelo menos tempo-rariamente, é a interpretação que parece ser a mais provável dos fatos,até agora pouco estudados. Mas você não acha, meu caro Diretor, que aquestão merece a honra de uma investigação metódica e crítica? Aque-les que viram a morte de perto, na cama ou na guerra, na água ou nas

    montanhas ou em um acidente de estrada de fer-ro são muitos. Valeria a pena coletar e compararos seus testemunhos”.

    Relatos e debates sobre EQMs não cessaramapós Egger. Porém, o tema intensificou-se a par-tir dos anos 1950, em função do surgimento detécnicas mais avançadas de reanimação cardio-pulmonar e popularizou-se em 1975, com o lan-çamento do best-seller Near-death  experiences(experiências de quase-morte), intitulado no Bra-sil de A vida depois da vida. Escrito pelo filósofo,psiquiatra e psicólogo americano, Raymond A.Moody Jr., o livro apresentou depoimentos demais de 100 pessoas que “viram a morte de perto”,mas que despertaram para contar suas histórias.

    À época, Moody recebeu severas críticas dacomunidade científica. Muitos médicos afirmaram

    que, no campo da ciência, uma centena de casos era insuficiente para re-ceber atenção. Outros disseram que jamais tinham ouvido falar em EQM,

    apesar de terem ressuscitado centenas de pacientes. Houve aqueles queasseveraram se tratar de um desequilíbrio mental temporário, em de-corrência da falta de oxigenação no cérebro, ou de uma doença mental,como a esquizofrenia. Reforçando a tese de Victor Émile Egger, cerca de80 anos antes, alguns declararam que crianças nunca vivenciariam umaEQM porque não eram culturalmente “poluídas” como os adultos. Alémdisso, grande parte dos cientistas materialistas relacionou as EQMs à reli-gião, declarando que ocorriam apenas com pessoas muito religiosas.

    Apesar das inúmeras opiniões contrárias, o tema despertou interes-se e gerou estudos mais aprofundados. Se em 1975 Raymond A. Moo-dy foi considerado um embuste e os relatos de seus pacientes, alucina-ções, hoje há mais de uma centena de pesquisadores com importantesestudos clínicos publicados sobre EQM.

    Em 2001, o cardiologista holandês, Pim van Lommel, lançou seuestudo sobre EQMs em pacientes que sofreram paradas cardíacas.

    Conforme Lommel, de 344 pessoas reanimadas com sucesso, 62 (18%)passaram por EQMs, lembrando detalhadamente das sensações viven-ciadas enquanto estavam clinicamente mortas.

    Atualmente, só nos Estados Unidos, há mais de 80 pesquisadoresvoltados ao tema. O psicólogo Keneth Ring, professor emérito de psi-cologia na Universidade de Connecticut, co-fundador da International Association for Near-Death Studies (IANDS) e editor fundador do Journalof Near-Death Studies, examinou 102 casos e comprovou que aspectoscomo religião, raça e idade não exercem qualquer influência sobre asEQMs. O método científico criado por Ring tornou-se modelo para ou-tros pesquisadores e os resultados de seus estudos enriqueceram a li-teratura científica.

    O médico cardiologista americano, Michael Sabom, examinou asEQMs de 116 pessoas, com foco no aspecto da separação do corpo,relatado por 32 pacientes. Concluiu que a totalidade descreveu, emdetalhes, sem qualquer erro, as observações feitas durante o proces-so de ressuscitação, enquanto encontrava-se “fora do corpo”.

    Mas foi Melvim Morse, professor de pediatria na Universida-de de Washington, o responsável pelo primeiro estudo científicoprospectivo da EQM em crianças. Durante três anos, Morse e suaequipe dedicaram-se à observação de crianças e de jovens (até 18anos) internados no Hospital Pocatello, em Idaho. Neste período,das 26 crianças que sobreviveram a paradas cardíacas, 23 viven-ciaram a EQM, relatando sensações e visões idênticas. Morse com-parou estas crianças com outras 131, com doenças graves, na uni-dade de terapia intensiva, respirando por aparelhos, tratadas comdrogas e agentes anestésicos e que, muitas vezes, sofriam comfalta de oxigenação no cérebro, mas não se encontravam “perto damorte” e, portanto, nada relataram.

    As pesquisas de Morse estenderam-se por 15 anos, possibilitandoa constatação de que as crianças que passaram pela EQM tornaram-se

    Livros

    Morri para renascer 

     Autora: Anita Moorjani 

    Editora: Grupo Editorial Pensamento

     Ano: 2014

    Nesta autobiografia, Anita Moorjani relata sualuta contra o câncer durante quase quatro anos.

    Quando seus órgãos entraram em falência, teveuma extraordinária experiência de quase-morte,

    descobrindo seu valor intrínseco como ser humanoe a verdadeira causa de sua doença. Ao recobrar a

    consciência, melhorou tão rapidamente que teve

    alta do hospital semanas depois, sem qualquervestígio do câncer.

     D  i    v  u l      g  a   ç   ã   o 

    *Uma prova do céu

     Autor: Eben Alexander III 

    Editora: Sextante

     Ano: 2013

    O neurocirurgião, Dr. Eben Alexander, foi vítima

    de uma meningite bacteriana e ficou em coma por sete dias. Quando os médicos pensaram em

     suspender seu tratamento, Alexander voltoudo coma. Completamente transformado,

    compartilha neste livro sua incrível experiênciade quase-morte e mostra que ciência e

    religiosidade devem andar juntas.

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    Pesquisas

         S     h    u    t    t    e    r    s    t    o    c     k

    Outros pesquisadores da EQM

    Phyllis M. H. Atwater iniciou seus estudos em 1978. É considerada uma das maiores autoridades no assunto e com maior casuística. A pesqui-sadora passou por três episódios de EQM. Foi a primeira autora a afirmar que a EQM modifica a fisiologia do cérebro, alterando sua estruturae modificando, significativamente, os campos eletromagnéticos das pessoas.

    Bruce Greyson, diretor da Divisão de Estudos da Percepção da Universidade de Virgínia, defende que as EQMs são confiáveis porque os relatosdas testemunhas permanecem inalterados ao longo do tempo.

    Peter Fenwick , médico e cirurgião inglês, membro do Royal College of Psychiatrists, consultor neuropsiquiátrico e neurofisiológico do Institutode Psiquiatria de Londres, afirma que 10% dos pacientes com parada cardíaca têm EQM. Desses, 30% relatam ter uma experiência fora docorpo enquanto estão inconscientes e assistindo sua própria ressuscitação.

    Sam Parnia, cientista da Universidade de Southampton, na Grã-Bretanha, estudou dois mil casos de infarto em 15 hospitais do Reino Unido,EUA e Áustria. 39% dos sobreviventes relataram ter experimentado algum estado de consciência e 9% passou por EQMs.

    Sensações que também podem ser vivenciadas

    • Recordações vívidas de todos os fatos da vida em segundos ou minutos, fugindo do conceito terreno de tempo.

    • Encontros com parentes ou amigos desencarnados e encarnados e, até mesmo, com pessoas completamente desconhecidas.

    • Mesmo as pessoas sem religião narram encontros com uma entidade bondosa, caridosa e acolhedora. A identidade deste ser supe-

    rior varia de acordo com a fé individual.

    • Durante a EQM, a pessoa pode encontrar uma esfera que encerra todo o conhecimento do Universo. O ego desaparece, tudo e todospassam a ser uma coisa só.

    A experiência em 5 etapas

    Modelo de EQM criado em 1980 por Kenneth Ring para fa-

    cilitar o estudo do fenômeno. Os eventos nem sempre aconte-

    cem nesta sequência.

    1) Sentimento de paz profunda. Ocorre em 60% dos casos.

    2) Sensação de desprender-se do corpo físico e de flutuar no

    ambiente ou no espaço sideral.

    3) Viagem veloz por um túnel vazio e escuro.

    4) Encontro com uma forte luz brilhante ao final do túnel.

    5) Entrada na luz. Em cerca de 10% dos casos, a pessoa relata

    entrar na luz do fim do túnel, mas consciente de que há um

    limite e que, se ultrapassado, torna a morte irreversível.

    Filmes

    O céu é de verdade

    Baseado em fatos verídicos, o filme conta a históriado pequeno Colton Burpo, operado às pressas em

    razão de uma apendicite. Após sua recuperação,o menino relata ao pai que os anjos vieram cantar

     para ele durante a operação. O pai fica ainda mais surpreso quando Colton afirma ter se encontrado

    com a irmã e com o avô, desencarnados antes de seu nascimento. Convicto de que o filho visitou

    o “paraíso”, o pai, pastor de uma igreja, passa aquestionar sua própria fé e o que pregou até então.

    *A vida depois da vida

    Documentário, homônimo ao livro, sobre as

     pesquisas do Dr. Raymond A. Moody Jr., precursor dos estudos atuais sobre

    experiências de quase-morte (EQM). Ofilme apresenta uma entrevista exclusiva

    com o psiquiatra americano, entrecortada por depoimentos de seus pacientes que

    vivenciaram EQMs.

    adultos mais equilibrados, com menos problemas de saúde e muitomais generosos com a comunidade. Hoje, além de pesquisar as altera-ções físicas e psíquicas provocadas pela EQM, o pediatra trabalha comgrupos de pais que sofreram o desencarne prematuro de seus filhos,auxiliando-os a superar a dor, por meio das visões de seus pacientesque passaram pela experiência. De acordo com Moss, é preciso des-tituir a visão de EQM relacionada a alucinações de um cérebro dis-

    funcional. “Todos nós temos intuições e visões espirituais, precisamosaprender a ouvi-las e a confiar no que elas têm a nos dizer”, afirmouem um de seus artigos.

    No Brasil, estudos com critérios científicos sobre a EQM foram ini-ciados por um grupo de professores da Universidade Federal de Juizde Fora/MG, coordenados pelo psiquiatra Alexander Moreira-Almei-da, autor de livros e de artigos sobre espiritualidade e saúde.

    Embora tantos pesquisadores estudem a EQM, de forma séria eresponsável, não há um consenso científico. A ciência materialista re-siste a fenômenos subjetivos. Mas, como afirmou o astrônomo Camil-

    le Flammarion, autor de obras notáveis e respeitado como uma dasmaiores inteligências da França no século XIX, “a negação dos céticosnada prova senão que os negadores não observaram os fenômenos”.

    * Disponível na Livraria Mário Carvalho, localizada no piso térreo da Comunhão Espírita de Brasília.

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    Médicos espíritas

    AME examina o ser humano em sua integralidadeValéria Castanho

    A Associação Médico-Espírita do Distrito Federal (AME-DF) foi cria-da em 2007, como braço da AME-Brasil, fundada em 1995. Existem,

    atualmente, 67 AMEs em todo o Brasil e outras espalhadas em dezpaíses, por meio da AME Internacional, criada em 1999. O objetivoda instituição é “levar a alma para a medicina, em seu duplo sentido,através do estudo e da pesquisa e, ao mesmo tempo, ressaltar o valordo calor humano e da solidariedade, no amparo ao paciente”, comomencionava Marlene Nobre, fundadora da AME Brasil e da AME Inter-nacional, desencarnada em janeiro deste ano.

    A AME parte do pressuposto de que as pessoas devem ser vistasem sua integralidade: corpo-mente-espírito, com alma imortal. A par-tir desta visão, a instituição desenvolve estudos e pesquisas no campoda saúde-doença, com base em abordagens que levam em conside-ração a espiritualidade e a imortalidade. Neste contexto, consideracomo fundamentais as pesquisas sobre experiência de quase-morte(EQM), assunto que a ciência, em um paradigma exclusivamente ma-terialista, ainda não conseguiu explicar como um todo.

    Segundo Fabiola Zanetti, médica fundadora e presidente da AME--DF, as AMEs podem ser consideradas como suporte científico à Dou-trina Espírita, pois baseiam seus trabalhos no estudo, no ensino, napesquisa e na benemerência. A associação desenvolve e divulga es-tudos importantes para a compreensão do processo do adoecimentoa partir da visão da imortalidade trazida pela Doutrina Espírita, com oobjetivo de promover a saúde integral em cada um de nós. “A saúdeintegral envolve, além do processo material, a mudança de hábitos ea compreensão da importância dos pensamentos, das atitudes e dasemoções equilibradas, geradoras de saúde e bem-estar em um con-texto mais amplo”, explica.

    A AME-DF reúne-se todas as segundas-feiras, às 20h, na ComunhãoEspírita de Brasília. Promove também palestras, debates e semináriospúblicos, em dias previamente agendados. Mais informações sobre aAME-DF e a AME-Brasil podem ser encontradas nos sites www.amedf.com.br e www.amebrasil.org.br.

     Vivência extracorpórea

    A EQM é o registro consciente da vivência e das percepções doperíspirito no mundo extracorpóreo, uma prova da imortalidade daalma. Não se trata, portanto, de um atributo da matéria, do cérebro.Esta definição, clara para os espíritas, é o grande debate que as asso-ciações médico-espíritas vêm fazendo em todo o mundo, em contra-ponto à ciência materialista, que tenta provar a causa meramente ma-terial da EQM. Segundo o médico Arismar Léon, que responde pelosestudos de EQM na AME-DF, não há mais dúvidas, entre os cientistas

    de todo o mundo, de que a experiência de quase-morte existe, massim de onde vem. “Reconhecer que a EQM é extracorpórea é aceitar a

    imortalidade da alma”, destaca.Ainda conforme Arismar, a EQM é um processo similar ao sono,

    mas com um desdobramento consciente, ao contrário do que ocorrequando a pessoa dorme. Qual é a principal diferença, então, entrea EQM e o sono? Ao acordar do sono, segundo Arismar, não há lem-branças do que ocorreu no mundo extracorpóreo, além de sensaçõessutis e sonhos, muitas vezes criativos e fragmentados. Mas na EQM,o registro da vivência e das percepções do perispírito são lembran-ças de um desdobramento consciente e, portanto, memorizado. “Issoporque, na EQM, o indivíduo encontra-se ‘acordado’ no plano espiri-tual”, explica o médico.

    Outra diferença entre a EQM e o sono, segundo Arismar, é quea EQM é, em geral, uma experiência vivenciada durante um estadopróximo da morte, após uma parada cardiorrespiratória, na qualos indivíduos acreditam deixar seus corpos e ingressar em outra

    esfera ou dimensão. Cerca de 20% dos pacientes sobreviventes deparadas cardíacas passam por essa experiência em todo o mundo,segundo dados da Fundação de Pesquisas em EQM (NDERF), umainstituição americana.

    Para as correntes materialistas, que tentam provar que a EQM éum fenômeno da matéria, as explicações são variadas e envolvem,em geral, imaginação construída pelas expectativas individuais comrelação à morte, memória do próprio nascimento, durante a passa-gem pelo canal vaginal, e alucinações e delírios provocados por me-dicação, entre outras.

    No entanto, segundo Arismar, nenhuma destas explicações jamaisconseguiu demonstrar os pressupostos da EQM como atributo damatéria e, ao contrário, sempre foram cientificamente combatidas porinúmeros estudos. “Pesquisas comprovam que alucinações causam ir-ritabilidade e não pensamento de paz e calma; que pessoas com delí-rio só veem pessoas vivas e não mortas; que indivíduos que nasceramde cesariana, e passaram por EQM, também relatam a passagem porum túnel e até cegos congênitos, que jamais enxergaram, tambémapresentam os mesmos relatos pós EQM, contrariando todas as afir-mações materialistas”, ressalva Arismar.

    Há vários estudos e livros que abordam a EQM. O capítulo VIII doLivro dos Espíritos, que tem como título “Da emancipação da alma”,traz 55 perguntas e respostas sobre temas correlatos, como o sonoe os sonhos, visitas espíritas entre pessoas vivas, mortes aparentes,entre outras.

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  • 8/18/2019 O fenômeno da experiência de quase-morte

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    Equipe multidisciplinar do Nupes da UFJF,integrantes do projeto Aware

    Alexander Moreira-Almeida, ProfessorAdjunto de Psiquiatria e Semiologia daFaculdade de Medicina.

    Leonardo Augusto Miana, Professor Ad- junto da Faculdade de Medicina.

    Carlos Alberto Mourão Jr, Professor Ad- junto de Fisiologia do ICB.

    Saulo de Freitas Araujo, Professor Adjun-to do Departamento de Psicologia.

    Gustavo Arja Castañon, Professor Adjunto do Departamento deFilosofia.

    Projeto

    Estudo realizado no BrasilMarco Tassinari

    No Brasil, entre outras entidades, o destaque ao estudo científicoda EQM é para a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio

    do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes). Umaequipe multidisciplinar de professores desenvolve pesquisas, em par-ceria com projeto internacional  Aware (sigla, em inglês, de  AwarenessDuring Resuscitation), coordenado pelo médico britânico Sam Parnia,da Universidade de Southampton. A Universidade inglesa, que estáentre as dez melhores do mundo em qualidade de pesquisas, obtevecerca de dois mil relatos de EQMs desde o início do projeto, em 2009.O  Aware possui a colaboração de 25 centros de pesquisa espalhadospela Europa, Estados Unidos e Canadá.

    A intenção da pesquisa é apontar evidências para novas per-guntas e trazer respostas para questões que envolvem mente ecérebro, como ressalta um dos coordenad ores do grupo do Nupes,Leonardo Miana, professor do Departamento de Clínica Médica daFaculdade de Medicina da UFJF, em relato à revista A3, mídia dedivulgação da U FJF.

    A metodologia utilizada no projeto consiste na instalação de pra-teleiras, acima dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), emhospitais de Juiz de Fora. Nas prateleiras, parecidas com bandejas, sãocolocadas figuras impressas de objetos ou de pessoas reconhecidaspela população, como uma fruta, um político ou um esportista. Asimagens ficam localizadas a 30 cm do teto, podendo ser visualizadassomente por alguém que “flutue”. Não há como observá-las de qual-quer lugar do chão ou do leito.

    No estudo, médico e paciente desconhecem as figuras dispostasnas prateleiras. Os leitos são constantemente monitorados e, caso opaciente sofra parada cardíaca, após a reanimação, seus relatos são in-vestigados. Além disso, um questionário, baseado na Escala de Grey-son, com perguntas formadas por componentes cognitivos, emo-

    cionais, transcendentais e paranormais, é aplicado para classificar aexperiência como EQM padrão ou não.

    Se a experiência for considerada como uma EQM padrão, a segun-da etapa é iniciada. A versão do paciente, sobre o que vivenciou du-rante a parada cardíaca, é gravada e analisada com o intuito de iden-tificar os fatos e as ocorrências desenrolados. O paciente, então, devedescrever as figuras contidas nas prateleiras acima do leito, o que sópode ser feito se, realmente, esteve fora do corpo. Em esclarecimen-to à revista A3, o médico e professor do Departamento de Fisiologiado Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFJF, Carlos Mourão, inte-grante do Nupes, explica que, além da aplicação da escala de Greysone do acompanhamento dos relatos, diferentes testes neurológicos epsicológicos são realizados para descartar variáveis que possam desa-creditar a veracidade das narrativas, como doenças neurológicas outranstornos psiquiátricos.

    Por enquanto, apenas a Santa Casa de Misericórdia recebeu as pra-teleiras acima dos leitos da UTI para acompanhar possíveis EQMs de

    pacientes. Porém, outros hospitais estão na fila, a exemplo do Univer-sitário, Monte Sinai, Albert Sabin e João Felício, que em breve integra-rão a pesquisa.

    Ainda segundo o artigo da revista A3, qualquer que seja o resulta-do dos estudos, a certeza é que a questão “mente e cérebro” carece desolução. Para o professor Carlos Mourão, é algo novo, somado a outraspesquisas da área. “Será mais um tijolinho para ajudar na construçãoda obra do conhecimento”. O professor do Departamento de Psico-logia do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF, Saulo Araújo,declara entender que a ciência está longe de decifrar as questões en-volvendo mente e cérebro, presentes na filosofia há mais de dois milanos. “A corrente reducionista acredita que no dia em que conhecer-mos todo o cérebro, compreenderemos a mente.”

    Experiência compartilhada

    Diversos países, entre eles Estados Unidos, Inglaterra, Holan-

    da e Canadá, realizam pesquisas sobre experiências de quase-

    -morte (EQMs). Profissionais de universidades, hospitais e asso-

    ciações empenham-se em ouvir relatos e identificar ocorrências.

    A Associação Internacional para Estudos de Quase-Morte, nos Es-

    tados Unidos, estima que 13 milhões dos americanos lembram-

    -se de ter passado por algo do gênero, o que corresponde a 4,5%

    da população do país. Este número, projetado a nível mundial,representa cerca de 270 milhões de pessoas.

    A EQM tornou-se conhecida do grande público em 1975, com

    a publicação do livro “Vida depois da vida”, de Raymond Moody

    Jr. Paralelamente, outro fenômeno relacionado às EQMs foi obje-to de seu estudo. São as experiências de morte compartilhadas

    (EQMCs), relatadas por pessoas que acompanham o paciente à

    beira da morte e experimentam as mesmas sensações.

    Moody ouviu o primeiro relato de EQMC em 1972. Sua colega,professora de medicina, descreveu que tentava ressuscitar a mãe

    durante uma parada cardíaca, quando sentiu deixar o próprio

    corpo, sendo capaz de assistir ao que fazia. Em seguida, a mãe

    desencarnou e a professora conseguiu vê-la, em forma de espíri-

    to, encontrando-se com outros seres, que reconheceu como ami-

    gas de sua mãe. Ao final da experiência, viu todas sendo sugadas

    por um túnel.

     “Uma das características comuns às EQMCs é que a pessoa

    acompanhante vê o espírito daquela que está morrendo como

    uma réplica transparente, com forma oval, ou como uma esfera

    de luz que sai da cabeça ou do peito dos corpos físicos das pesso-

    as que morrem”, disse Moody em entrevista ao Epoch Times.

    O Dr. Alexander Moreira-Almeida explica aspesquisas realizadas pelo Nupes. Acesse o blog

    O Mensageiro e confra.

    http://mensageiro.comunhaoespirita.org.br/ 

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    Comemoração

    Três décadas de difusão doutrinária e idealismo espíritaSionei Ricardo Leão

    O ano era 1963. Roberto Beck, um dos fundadores da Comunhão,tinha em mão o livro Libertação, de André Luiz. Veio daí sua inspi-

    ração para o nome do Jornal que, a princípio, tratava-se de um bo-letim informativo, mimeografado e distribuído aos confrades pelopróprio Beck.

    Noticiava, mensalmente, dias e horários das reuniões e demais ati-vidades da Casa, mensagens contidas em livros de Emmanuel, psico-grafadas por Chico Xavier, e outras de vultos do Espiritismo, além defatos relacionados aos trabalhos espíritas na nova Capital, Brasília. Adiretoria do Jornal era composta por Roberto Beck, diretor presiden-te, Francisco Scartezine, diretor redator, e Acácio Ramos, secretário.

    Estas lembranças foram relatadas pela ex-presidente da Comu-nhão, Heloísa Magalhães, na edição de agosto de 2010, em celebra-ção ao retorno do Jornal Libertação, com novo projeto gráfico e edi-torial, temático e impresso em cores. Nesta edição o tema abordadofoi o papel das mães na sociedade moderna, os desafios da educaçãoe os cuidados dos pais com crianças e adolescentes.

    Atualmente, a Assessoria de Comunicação empreende esforços nosentido de coordenar o conteúdo impresso do Jornal com o universo

    digital e as outras mídias ofertadas pela Comunhão, tais como site,blog, boletins online, facebook, whatsapp. Além disso, a Assessoriatem planos ousados para transformar o Libertação em uma revista,projeto já avalizado pela Presidência da Comunhão.

    Fica registrada aqui a celebração de três décadas do Jornal Liberta-ção, na expectativa de que esta história, em prol da difusão doutrináriae em respeito aos princípios do Espiritismo, estenda-se a perder de vista.

    Coral da Comunhão Assessoria de Comunicação

    Na página 7, da edição n. 10, de agosto de 2015, o Libertação publi-cou uma matéria sobre os oito anos do projeto Cantando a Doutrina.Recebemos uma carta do Órion Gonçalves da Silva, que participou dacriação do Coral Comunhão, com outras informações bem interessan-tes. Segundo Silva, o Coral Comunhão foi criado nos anos 1960, poriniciativa de Irene Carvalho. Os componentes pioneiros foram LauraConde (cantora e regente do grupo), César e Isac (tenores), Cordélia,Verinha e Izanilde (sopranos), Teixeira, Gevásio e Órion (baixos). Por setratar de um pequeno grupo, todos os domingos, Irene cedia a sala deestar e o piano de sua casa para os ensaios e, ao final, servia um fartolanche aos integrantes.

    Após o afastamento de Laura Conde, as atividades do coral foramdesativadas. Porém, dois anos depois, com a ajuda de Irene e Gaspar,

    o Coral Comunhão tornou-se um dos grandes coros de Brasília. Nestafase, dirigido pelo maestro Eduardo Dias de Carvalho. Mais tarde, soba regência de Éder Camuzis, o coral apresentou-se no Festival CantaPueblo, realizado na Argentina e no Chile.

    Silva ressalta que as atividades do Coral Comunhão foram en-cerradas com muita tristeza, sem solenidade de despedida. Umanova fase de trabalho foi iniciada na Federação Espírita do DistritoFederal, onde o coral recebeu o nome de Unicanto. Quanto à músicaSilêncio, Silva conta que foi a primeira ensaiada pelo recém-criadoCoral da Comunhão, na década de 1960. Nos anos seguintes não fezmais parte do repertório.

    A Assessoria de Comunicação da Comunhão agradece ao ÓrionGonçalves da Silva pelas informações adicionais.

    Jornal Bimestral da Comunhão Espírita deBrasíliaAno XVIII, no 01

    Relacionar-seafetivamente,educar e estar alertaaos perigos dasociedade moderna:os desafios das mãese das mulheres naatualidade e o quesugere a doutrinaespírita

    Primeiro JornalLibertação foifeito em mimeógrafo

    página 02

    Para superaro desafio deeducarfilhos,mãesprecisam confiarem Deuseno poderda prece.

    página 03

    Conheça na íntegra o Estatuto da Comunhão Espírita de Brasília

    páginas 04 e 05

    Relacionamentosentrehomensemulherese stão maisverdadeirosediretos.Entrevista com Flávio Vervloet

    página 06

    ArtigosdeMárcia Braga eJulio Capiléabordam sobreo amorincondicionalmaterno ea respeito dese corrigiros

    filhoscom veemência sem utilizar castigos

    página 07

    Resenha literária analisa a obra Maria deNazaré,a Mãede Jesus

    página 08

    I    l     u  s   t   r   a   ç   ã   o  :  M  a r   c   e l     o P   e r  r   o n  e  (   M  e m b  r   o  d   o  C   o n  s   e l    h   o  D  i    r   e  t    o r   d   a  C   o m u n h   ã   o  )   

    As edições anteriores do Jornal Libertaçãoestão disponíveis no site da Comunhão.

    www.comunhaoespirita.org.br 

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