o feminismo e as relações de gên ero no brasil: um breve percurso histórico

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Page 1: O Feminismo e as Relações de Gên ero no Brasil: um breve percurso histórico

O Feminismo e as Relações O Feminismo e as Relações de Gênde Gênero no Brasil:ero no Brasil:

um breve percurso histórico um breve percurso histórico

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“Penso que o ‘feminismo’ poderia ser compreendido em um sentido amplo, como todo gesto ou ação que resulte em protesto contra a opressão e a discriminação da mulher, ou que

exija a ampliação de seus direitos civis e políticos, seja por iniciativa individual, seja de grupo. Somente então será possível valorizar os momentos iniciais desta luta – contra os

preconceitos mais primários e arraigados – e considerar aquelas mulheres, que se

expuseram à incompreensão e à crítica, nossas primeiras e legítimas feministas.”

(Constância Lima Duarte)

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“As primeiras letras”

- Aprender a ler e a escrever - direito reservado ao sexo masculino. 1ª legislação para escolas públicas femininas é de 1827.-As opções eram os poucos conventos, que guardavam as meninas para o casamento, raras escolas particulares nas casas das professoras, ou o ensino individualizado, todos se ocupando apenas com as prendas domésticas.

-Destaque para Nísia Floresta Brasileira Augusta (RN,1810 - Normandia,1885), foi das primeiras mulheres, no Brasil, a romper os limites do espaço privado e a publicar textos em jornais da chamada "grande" imprensa. 1º livro, Direitos das mulheres e injustiça dos homens (1832), é também o 1º no Brasil a tratar do direito das mulheres à instrução e ao trabalho, e a exigir que fossem consideradas inteligentes e merecedoras de respeito.

- Ainda que inspirado na leitura de outros, principalmente, em Mary Wollstonecraft ("tradução livre" de Vindications of the Rights of Woman), mas também nos escritos de Poulain de la Barre, de Sophie, e nos famosos artigos da "Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã", de Olympe de Gouges, deve ser considerado o texto fundante do feminismo brasileiro, pois se trata de uma nova escritura e com adaptações à realidade brasileira de então.

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Primeira Onda: “Ampliando a educação e sonhando com o voto”

-Surgiu por volta de 1870: grande número de jornais e revistas feministas, editados no Rio de Janeiro e em outros pontos do país.

- O sexo feminino de Francisca Senhorinha da Mota Diniz, de longa vida e muito sucesso. A filha, Elisa Diniz Machado Coelho, jornalista e autora de romances-folhetim, fundou o Colégio Santa Isabel, para moças (um dos mais prestigiados da cidade). Em seus artigos, Francisca Senhorinha alertava às mulheres que o "grande inimigo" era a "ignorância de seus direitos", que "a ciência dos homens" se encarregava de manter. E que apenas com a instrução seria possível "quebrar as cadeias que desde séculos de remoto obscurantismo nos rodeiam".

- Sinais do sucesso do periódico: impressos mais de quatro mil exemplares dos primeiros dez números para atender aos ilustres novos assinantes do Rio de Janeiro, como o Imperador D. Pedro II e a Princesa Isabel. Depois, entusiasmada com a Proclamação da República, mudou o nome do jornal para O quinze de novembro do sexo feminino, e passou a defender com mais ênfase o direito das mulheres ao estudo secundário e ao trabalho, e a denunciar a educação mesquinha oferecida às meninas. Era a terceira fase do periódico, que vai de 1890 a 1896.

- Outro jornal: Echo das damas, editado por Amélia Carolina da Silva Couto. Circulou no Rio de Janeiro de 1875 a 1885, defendendo a igualdade, o direito da mulher à educação, e divulgando as realizações femininas em outros países.

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“Rumo à cidadania”-Início do século XX: movimentação inédita de mulheres mais ou menos organizadas, pelo direito ao voto, ao curso superior e à ampliação do campo de trabalho. Desejavam não apenas ser professoras, mas também trabalhar no comércio, nas repartições, nos hospitais e indústrias.

-Bertha Lutz (1894-1976), bióloga pela Sorbonne, importante lideranças na campanha pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no Brasil. Com outras companheiras, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que se disseminou em praticamente todos os Estados e resistiu por quase cinqüenta anos.

- Maria Lacerda de Moura (1887-1945) luta pela "libertação total da mulher", com a publicação de Em torno da educação, em 1918, que reafirmou a instrução como fator indispensável para a mulher transformar sua vida. Colaborou com Bertha Lutz na fundação da Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, mas logo deixou o grupo para abraçar a causa do operariado. Quando esteve na presidência da Federação Internacional Feminina, propôs a inclusão no currículo das escolas femininas da curiosa disciplina "História da mulher, sua evolução e missão social". Era adepta do amor livre, a favor da educação sexual e contra a moral vigente. Seu livro, A mulher é uma degenerada?, teve três edições desde 1924, tal a repercussão e a polêmica que alcançou nos meios letrados do país. Escritora lúcida, inteligente e engajada, Maria Lacerda desafiou e enfrentou a sociedade de seu tempo, mantendo-se sempre íntegra e coerente

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-Leolinda Daltro, líder de um grupo de feministas, optou por ocupar os espaços públicos e chamar sempre a atenção para suas reivindicações. Após várias passeatas barulhentas, e de muita pressão junto aos políticos, conseguiram que um deles, o Senador Justo Chermont, apresentasse o 1º projeto de lei em favor do sufrágio. O fato representou uma ameaça tão expressiva, que os antifeministas do Senado, da Câmara e da imprensa se uniram numa campanha sistemática de ridicularização das mulheres e dos poucos homens que as apoiavam, conseguindo atrasar o processo e arrastar a campanha do voto até 1928.

Os argumentos continuavam os mesmos e expressavam a concepção masculina de família, de lar doméstico – onde a mulher era "rainha – e dos "sagrados" deveres femininos, considerados incompatíveis com qualquer participação na esfera pública

- Ercília Nogueira Cobra (1891-1938), lançou seu primeiro livro, Virgindade inútil – novela de uma revoltada em 1922, dando início a uma obra polêmica que pretendia discutir a exploração sexual e trabalhista da mulher, e provocou intenso debate e muita crítica entre os contemporâneos. Ercília publicou ainda Virgindade anti-higiênica – Preconceitos e convenções hipócritas (1924) e Virgindade inútil e anti-higiênica – novela libelística contra a sensualidade egoísta dos homens (1931), tendo sido detida várias vezes pelo Estado Novo, chegando a ser presa por suas ideias.

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-1927. Juvenal Lamartine (governador do RN), aprovou, em seu Estado, o direito ao voto às mulheres.

Foi lançado um manifesto à nação (Manifesto feminista ou Declaração dos direitos da mulher), assinado por Bertha Lutz, Jerônima Mesquita e Maria Eugênia Celso, entre outras de importantes famílias políticas:

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“As mulheres, assim como os homens, nascem membros livres e independentes da espécie humana, dotados de faculdades equivalentes e igualmente chamados

a exercer, sem peias, os seus direitos e deveres individuais, os sexos são interdependentes e devem, um ao outro, a sua cooperação. A supressão dos

direitos de um acarretará, inevitavelmente, prejuízos pra o outro, e, conseqüentemente, para a Nação.

Em todos os países e tempos, as leis, preconceitos e costumes tendentes a restringir a mulher, a limitar a sua instrução, a entravar o desenvolvimento das

suas aptidões naturais, a subordinar sua individualidade ao juízo de uma personalidade alheia, foram baseados em teorias falsas, produzindo, na vida

moderna, intenso desequilíbrio social; a autonomia constitui o direito fundamental de todo individuo adulto; a recusa desse direito à mulher é uma

injustiça social, legal e econômica que repercute desfavoravelmente na vida da coletividade, retardando o progresso geral; as noções que obrigam ao pagamento

de impostos e à obediência à lei os cidadãos do sexo feminino sem lhes conceder, como aos do sexo masculino, o direito de intervir na elaboração

dessas leis e votação desses impostos, exercem uma tirania incompatível com os governos baseados na justiça; sendo o voto o único meio legítimo de defender

aqueles direitos, a vida e a liberdade proclamados inalienáveis pela Declaração da Independência das Democracias Americanas e hoje reconhecidas por todas as

nações civilizadas da Terra, à mulher assiste o direito ao título de eleitor.”

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Apenas em 1932, Getúlio Vargas cede aos apelos e incorpora ao novo Código Eleitoral o direito de voto à mulher, nas mesmas condições que aos homens,

excluindo os analfabetos

E o Brasil passou a ser o quarto país nas Américas, ao lado do Canadá, Estados Unidos e Equador, a conceder o voto às mulheres. Mas a alegria durou pouco: Vargas decidiu suspender as eleições e as

mulheres só poderiam exercer o direito conquistado na disputa eleitoral de 1945.

No entanto, as mulheres e a sociedade haviam se transformado...

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Mulheres em fábrica de doces Neugebauer (RS)

Mulheres em fábrica de tabaco e cigarros F. Lopes (RS)

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“As moças modernas entraram de participar ativamente do vórtice da vida cotidiana,

disseminando-se nas oficinas, nas repartições públicas, nas lojas comerciais, e foram

eliminando, pouco a pouco, aquela reserva feminina que constituía o seu maior fascínio e traduzia, no mesmo passo, a força inibitória do

apurado sentimento do pudor.

Subtraíram-se a vigilância e disciplina familiares e fizeram-se precoces na ciência dos mistérios

sexuais.”

(HUNGRIA, Nelson. “Crimes Sexuais”. Revista Forense, abril de 1937)

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A inserção da mulher nos lugares públicos, desempenhando atividades profissionais, tais

como as mencionadas pelo juiz Nelson Hungria, haviam se tornado uma realidade na virada do

século XIX para o XX.

De qualquer forma, o recado estaria servindo a todas as que se aventuravam a sair de suas

casas para desempenharem alguma atividade profissional ou para reforçarem o orçamento

doméstico. Caberia a elas o ônus por despertarem nos homens sentimentos impróprios e inoportunos, pela sua atual condição de mulher

moderna.

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Segunda Onda: revolução sexual, igualdade e direito à diferença- O feminismo como movimento político organizado, ressurgido na década de 1960 em alguns países, ou como conhecido entre a historiografia pertinente por Segunda Onda, teria, no Brasil, apenas começado a ganhar algumas vozes. -Carmen da Silva: a mais importante colunista feminista do segmento de revistas, da grande imprensa destinada às mulheres, atuou durante 22 anos com inegável talento em uma coluna (“A Arte de Ser Mulher”, 1963) que já existia pouco tempo antes de ela fazer parte do corpo de articulistas de Claudia (1961-)

-1975: Ano Internacional da Mulher, logo estendido por todo o decênio (de 1975 a 1985), tal o estado de penúria da condição feminina, e tantas as metas para eliminar a discriminação.

- Encontros e congressos de mulheres se sucedem, cada qual com sua especificidade de reflexão, bem como dezenas de organizações, muitas nem tão feministas, mas todas reivindicando maior visibilidade, conscientização política e melhoria nas condições de trabalho.

- O "8 de Março" é finalmente declarado Dia Internacional da Mulher, por iniciativa da ONU, e passa a ser comemorado em todo o país de forma cada vez mais organizada.

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- Nos outros países as mulheres se uniram contra a discriminação do sexo e pela igualdade de direitos; no Brasil o movimento feminista teve marcas distintas e definitivas, devido a conjuntura histórica: contra a ditadura militar e a censura, pela redemocratização do país, pela anistia e por melhores condições de vida.

- Na pauta também a sexualidade, o direito ao prazer e ao aborto. "Nosso corpo nos pertence". O planejamento familiar e o controle da natalidade passaram a ser pensados como integrantes das políticas públicas. E a tecnologia anticoncepcional (chegou ao Brasil em 1962) tornou-se o grande aliado do feminismo

- 1975: jornal Brasil mulher, porta-voz do recém criado Movimento Feminino pela Anistia; e, em 1976 surgiu o periódico Nós mulheres, que logo se assumiu como feminista e circulou por quase três anos.

- Mulherio (1981), São Paulo, iniciativa de feministas ligadas à Fundação Carlos Chagas. Prestigiado no meio universitário, e no seu terceiro número contou com mais de três mil assinaturas. Várias seções: de denúncias de violência, da discriminação contra a mulher negra, à política do corpo, à amamentação, ao trabalho feminino e à vida das operárias e da periferia das grandes cidades; produção cultural de escritoras e artistas; endereços de grupos feministas de todo o país. Alguns números tornaram-se documentos da trajetória da mulher na construção de uma consciência feminista, tal a seriedade do trabalho realizado para a conscientização da cidadania e o avanço das conquistas sociais da mulher brasileira.

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-Rose Marie Muraro: atuação firme e coerente em toda sua vida, assumidamente feminista. Responsável pela vinda ao Brasil da escritora norte-americana Betty Friedan, cuja passagem no Rio de Janeiro pode ser comparada a um maremoto de proporções inimagináveis. A ontológica entrevista ao Pasquim, assim como o massacre verbal que ambas sofreram, são por demais conhecidos. Como também são sobejamente conhecidas a força e a determinação de Muraro para impor suas idéias e sua permanente disponibilidade para o debate. Em 1975, ela havia fundado, com outras companheiras, o Centro da Mulher Brasileira, entidade pioneira do novo feminismo nacional.

- Dentre seus trabalhos, uma importante pesquisa sobre a sexualidade da mulher brasileira, em que considerou não apenas a diversidade de nossas regiões, como a experiência diferenciada das camadas sociais no que diz respeito ao corpo e ao prazer. A repercussão de tal trabalho no momento em que foi divulgado, o ano de 1983, foi decisiva para o debate acadêmico e a orientação de outras pesquisas.

- No campo político, as mulheres começam a ocupar espaço nos partidos e a disputar as eleições, nas diversas instâncias do poder, mas não ainda no ritmo desejado. E mesmo nas últimas décadas do século XX assistimos a todo instante o registro de "pioneiras", pois a mídia não se cansa de noticiar as conquistas femininas que ocorrem a todo instante. Um dia é a primeira prefeita de uma grande capital, em outro é a primeira governadora, ou senadora, ministra, e por aí vai.

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-Na década de 1980, grupos feministas ultrapassaram as divergências partidárias e se aliaram às vinte e seis deputadas federais constituintes – o "charmoso" "lobby do batom" – como forma de garantir avanços na Constituição Federal, tais como a desejada igualdade de todos brasileiros perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

-Também a década de 80 foi marcada pelo direito à diferença entre as bandeiras feministas. Apesar de muitos avanços na Constituição de 1988, muitas reivindicações ficaram de fora, como por exemplo, o direito ao aborto.

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GÊNEROGÊNERO

1. Apesar de constituírem a metade da espécie 1. Apesar de constituírem a metade da espécie humana, as mulheres foram, historicamente, humana, as mulheres foram, historicamente, colocadas na penumbra dos fatos, lugares e colocadas na penumbra dos fatos, lugares e narrativas sobre a humanidade;narrativas sobre a humanidade;

2. Fins do século XX = emergência das mulheres 2. Fins do século XX = emergência das mulheres como sujeitos sociais, históricos e como sujeitos sociais, históricos e econômicos; econômicos;

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- O termo gênero surgiu como categoria de análise na década de 1970 como forma de refrear o então avassalador determinismo biológico, no sentido de distinguir formas culturalmente específicas de masculinidade e feminilidade de ‘sexo’ biológico, construído como cromossomos, fisiologia e anatomia. Os deterministas biológicos, na época, como agora, fundamentavam certas características masculinas, como relações especiais agudas, na anatomia do macho.

Contudo a popularidade do termo provocou a sua utilização indevida.

Hoje, gênero costuma ser utilizado como uma “palavra de código para ‘sexo’, ‘mulher’, ou ‘feminista’”. Porém, é mais apropriadamente utilizado para referir-se a um sistema de “signos e símbolos denotando relações de poder e hierarquia entre os sexos.”

Gênero também, portanto, pode referir-se a relações de poder e modos de expressão no interior de relações do mesmo sexo. Nestes casos, a homossexualidade, a bissexualidade e a transexualidade também emergiram como temas acadêmicos, uma vez que se tornou impossível não compreender estas questões como frutos de sérios conflitos de poder com consequências sociais e culturais.

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“Ideologias de gênero prescrevem características e comportamentos aceitáveis para homens e mulheres. Europeus e americanos, desde pelo

menos o século XVIII, por exemplo, foram hipnotizados pela noção de mulheres modestas e delicadas, protegidas por homens robustos e valentes. As ideologias de gênero são específicas à região, religião,

idade, classe, etnia e assim por diante.

A identidade de gênero denota como um homem ou mulher individual apropria aspectos de ideologias de gênero como parte de seu senso de

eu. As identidades dos indivíduos podem mudar de acordo com o contexto, ambiente e época.

Finalmente, a atribuição de gênero refere [-se aos] comportamentos esperados de um indivíduo em virtude dele ser homem ou mulher.”

Em vista disso, percebeu-se que o conceito tanto se apresenta de formas e situações diferentes, quanto denota entendimentos mutáveis e diversos em relação ao que significa ser homem ou ser mulher no interior de cada ambiente social. É historicamente construído e renegociado, reelaborado

em relação a divisões culturais como status, classe e etnia. “Embora qualquer homem ou mulher particular possa rejeitar um conjunto

particular de atributos de gênero, ele ou ela, não obstante, se sujeita às regras e regulamentos mutáveis de gênero”.

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Naquele momento, o Naquele momento, o movimento feministamovimento feminista ressurgia com força em todo o mundo, ressurgia com força em todo o mundo,

juntamente com a onda revolucionária que juntamente com a onda revolucionária que percorrera a Europa, a China, a América percorrera a Europa, a China, a América Latina e EUA, no final da década de 60, Latina e EUA, no final da década de 60,

com os com os grandes movimentos estudantis e a grandes movimentos estudantis e a contestação dos papéis e comportamentos contestação dos papéis e comportamentos

sexuaissexuais..

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Desde então, tornou-se necessário o Desde então, tornou-se necessário o aprofundamento teórico e aprofundamento teórico e metodológico para tratar dessas metodológico para tratar dessas questões.questões.

Hoje em dia, diz-se "diferença de Hoje em dia, diz-se "diferença de gênero" e não "diferença de sexo" gênero" e não "diferença de sexo"

como algum tempo atrás.como algum tempo atrás.

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Estamos Estamos acostumados a acostumados a considerar as considerar as diferenças de diferenças de classe social, classe social,

etnia, aparência etnia, aparência física, e muitas física, e muitas

vezes não vezes não relevamos uma relevamos uma das diferenças das diferenças marcantes para marcantes para o ser humano: o ser humano:

o ser homem ou o ser homem ou ser mulherser mulher. .

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