o fazer bibliotecário na biblioteca escolar

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_________________________ 1 Universidade Federal da Paraíba-UFPB, [email protected] , R. Dr. Guilherme Espínola, 72 – Bairro dos Ipês – João Pessoa-PB, CEP: 58028-540. 2 Universidade Federal da Paraíba-UFPB, [email protected] , R. José da Anunciação Santos, 50 – Bairro Mangabeira I – João Pessoa-PB, CEP: 58055-275. O FAZER BIBLIOTECÁRIO NA BIBLIOTECA ESCOLAR: Propostas de Ação Cultural. As práticas do profissional da Informação no contexto brasileiro: permanências e inovações. Clemente Ricardo Silva 1 Rogério Ferreira Marques 2 RESUMO Apresenta um estudo feito nas bibliotecas escolares de três escolas municipais localizadas em Mangabeira, bairro periférico de João Pessoa - Paraíba, com o intuito de analisar as atividades desenvolvidas pelas mesmas, identificando os seguintes quesitos: políticas de ações culturais, condições dos acervos e da infra-estrutura, funcionários responsáveis e a forma como a mediação desses recursos pedagógicos são feitas. Por outro lado, sugere possíveis soluções para suprir as necessidades das bibliotecas escolares e propostas de ações culturais que podem ser exercidas para tornar as bibliotecas escolares espaços de interação social e cultural. O estudo aponta que há um desconhecimento por parte dos governantes do que realmente seja biblioteca escolar, denominado-as de centros de multimeios, por acharem que os recursos tecnológicos não estão relacionados à sua função, ou utilizam isso como forma de impedir a obrigatoriedade da contratação do bibliotecário, e fazer das bibliotecas escolares um espaço onde os professores remanejados possam terminar seu contrato profissional. A biblioteca escolar é um ambiente de aprendizagem que constitui-se por qualquer tipo suporte informacional, funcionando como um grande meio informacional, um ponto de encontro, descoberta e incentivo ao desenvolvimento cognitivo, psicológico e afetivo dos sujeitos que a utilizam. Palavras-Chave: Biblioteca Escolar. Centros de Multimeios. Ação cultural. Bibliotecário. Políticas Educacionais. 1 INTRODUÇÃO As bibliotecas escolares nas escolas públicas brasileiras, sempre foram raras enquanto espaço de interação social e ação cultural, onde contribuíssem para o desenvolvimento cognitivo do seu público.

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o Fazer Bibliotecário Na Biblioteca Escolar

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  • _________________________ 1 Universidade Federal da Paraba-UFPB, [email protected], R. Dr. Guilherme Espnola, 72 Bairro dos Ips Joo Pessoa-PB, CEP: 58028-540. 2 Universidade Federal da Paraba-UFPB, [email protected], R. Jos da Anunciao Santos, 50 Bairro Mangabeira I Joo Pessoa-PB, CEP: 58055-275.

    O FAZER BIBLIOTECRIO NA BIBLIOTECA ESCOLAR: Propostas de Ao Cultural.

    As prticas do profissional da Informao no contexto brasileiro: permanncias e inovaes.

    Clemente Ricardo Silva1 Rogrio Ferreira Marques2

    RESUMO

    Apresenta um estudo feito nas bibliotecas escolares de trs escolas municipais localizadas em Mangabeira, bairro perifrico de Joo Pessoa - Paraba, com o intuito de analisar as atividades desenvolvidas pelas mesmas, identificando os seguintes quesitos: polticas de aes culturais, condies dos acervos e da infra-estrutura, funcionrios responsveis e a forma como a mediao desses recursos pedaggicos so feitas. Por outro lado, sugere possveis solues para suprir as necessidades das bibliotecas escolares e propostas de aes culturais que podem ser exercidas para tornar as bibliotecas escolares espaos de interao social e cultural. O estudo aponta que h um desconhecimento por parte dos governantes do que realmente seja biblioteca escolar, denominado-as de centros de multimeios, por acharem que os recursos tecnolgicos no esto relacionados sua funo, ou utilizam isso como forma de impedir a obrigatoriedade da contratao do bibliotecrio, e fazer das bibliotecas escolares um espao onde os professores remanejados possam terminar seu contrato profissional. A biblioteca escolar um ambiente de aprendizagem que constitui-se por qualquer tipo suporte informacional, funcionando como um grande meio informacional, um ponto de encontro, descoberta e incentivo ao desenvolvimento cognitivo, psicolgico e afetivo dos sujeitos que a utilizam.

    Palavras-Chave: Biblioteca Escolar. Centros de Multimeios. Ao cultural. Bibliotecrio. Polticas Educacionais.

    1 INTRODUO

    As bibliotecas escolares nas escolas pblicas brasileiras, sempre foram raras

    enquanto espao de interao social e ao cultural, onde contribussem para o

    desenvolvimento cognitivo do seu pblico.

  • 2

    De fato, quando existem nas escolas espaos denominados bibliotecas, estes passam, na maioria dos casos, de verdadeiros depsitos de livros ou, o que pior, de objetos e natureza variada, que no esto sendo empregados no momento, seja por estarem danificados, seja por terem perdido sua utilidade. s vezes a biblioteca um armrio trancado situado numa sala de aula, ao qual o professor se dispe a abri-lo... quando a chave localizada. [...]. E, na melhor das hipteses, ou nas menos pior, a biblioteca o espao onde os alunos vo copiar verbetes, trechos ou pargrafos dos mesmos livros e enciclopdias receitados pelos professores, [...]. (SILVA, 1995. p. 13)

    A biblioteca escolar ainda hoje com raras excees se caracteriza como um local

    aptico e sem dinamismo, parado no tempo e no espao e que ainda mantm as mesmas

    caractersticas conservadoras da antiguidade.

    O advento das novas tecnologias da informao e comunicao, presentes na

    sociedade contempornea, atuam de forma direta e indireta na vida do indivduo alterando seu

    modo de vida cultural, social e econmico, atribuindo uma grande responsabilidade

    biblioteca escolar que deveria acompanhar esse processo de evoluo tecnolgica que a

    sociedade est inserida, atuando como um grande meio informacional dinmico, oferecendo

    suporte para suprir as necessidades de seus usurios.

    Segundo MILANESI (1986), a discusso da biblioteca no Brasil raramente feita,

    pois parece que impossvel que ela se desdobre em significaes.

    Essa situao em que a biblioteca escolar se encontra, reflexo da falta de

    medidas governamentais e de um total desconhecimento de sua funo como espao de

    dinamizao da leitura, elemento primordial para a constituio da subjetividade.

    E como podemos reverter essa situao na qual a biblioteca escolar se encontra

    atualmente? Para isso necessrio reconhecer que existe um problema e se certificar que as

    instituies tambm reconhecem esse problema. Isso vai de encontro denominao de centro

    de multimeios ao invs de biblioteca escolar.

    Essa denominao resultado da pouca atuao da biblioteca escolar e uma viso

    pragmtica j estabelecida pela prpria sociedade de que biblioteca um espao onde

    predomina o silncio, normas e regras, sendo constituda apenas de suporte informacionais

    impressos.

    Diante desse fato o trabalho faz um estudo nos centros de multimeios de trs

    escolas do bairro Mangabeira da cidade de Joo Pessoa - PB: Luiz Vaz de Cames, Zumbi

    dos Palmares e Joo Gadelha de Oliveira, na busca de ver qual a realidade dessas bibliotecas

    escolares denominadas Centro de Multimeios, e qual seu papel como espao de ao

    cultural.

  • 3

    2 MTODO

    A estratgia de ao usada para fazer o estudo nos centros de multimeios, foi um

    servio de informao feito nas escolas: Luiz Vaz de Cames, Zumbi dos Palmares e Joo

    Gadelha de Oliveira. Os servios de informao se baseiam no mtodo da observao

    assistemtica, onde o observador interage com os elementos humanos que compe o

    fenmeno que est sendo estudado.

    O relatrio de observao teve como objetivo:

    a) Conhecer a sua estrutura fsica dos centros de multimeios como um todo;

    b) Verificar a sua organizao e os servios prestados;

    c) Identificar quem so os seus usurios;

    d) Investigar quais os profissionais responsveis;

    e) Observar quais os suportes informacionais existentes;

    f) Investigar quais so as aes culturais desenvolvidas.

    3 RELATRIO DE OBSERVAO

    3.1 EEFM Luiz Vaz de Cames

    Localizao: Rua Josefa Taveira, S/N - Mangabeira IV

    Espao Fsico

    Climatizado

    Pequeno

    No possui um bom layout, pois existe um balco que separa o usurio das

    estantes e das entradas para as demais salas de multimeios ficam na parede

    lateral do espao destinado a leitura e estudo gerando um certo desconforto

    devido ao movimento de entrada/ sada das salas.

    Profissionais responsveis

    No h bibliotecrios, nem auxiliar de biblioteconomia;

  • 4

    Existem duas funcionrias terceirizadas, que prestam servios nos centros de

    multimeios.

    As responsveis tm formao em pedagogia e no tem nenhum treinamento

    para trabalharem em bibliotecas.

    Organizao

    O balco separa o espao do bibliotecrio (estantes, fichas e computador) e o

    espao dos usurios (cadeiras e mesas);

    As fichas de emprstimos no so arquivadas, sempre que se preenche todo

    espao da ficha elas so eliminadas;

    O laboratrio de informtica do lado da escola, o que fragmenta o sistema;

    No existe nenhum sistema de recuperao da informao nem na biblioteca,

    nem nas buscas no computador;

    Os livros no so catalogados nem classificados;

    A circulao dos alunos pelo setor de multimeios dificulta a ateno daqueles

    que querem estudar;

    No segue rigorosamente uma norma de emprstimo;

    No fazem avaliao;

    Servios

    Abertura a comunidade;

    No efetua buscas;

    Os emprstimos tm validade de dois dias, renovvel, segundo disponibilidade;

    No conta com servios de cpia, nem na biblioteca nem na escola;

    No remete os alunos para outras fontes;

    No faz levantamento bibliogrfico;

    No disponibiliza informaes de incentivo a leitura;

    No possui manual de servio.

    Acervo

    No existe uma poltica de desenvolvimento do acervo;

    No conta com muitos ttulos, mas tem excesso de exemplares, o que torna o

    acervo repetitivo;

  • 5

    Livros muito antigos, alguns quase impossveis de serem usados;

    Conta com muito material para distribuio retidos no acervo;

    No possui peridicos (ss revistas velhas para recortes);

    Conta com uma mdia de 06 alunos para cada exemplar.

    3.2 EEFM Zumbi dos Palmares

    Localizao: Rua Rita Xavier de Oliveira, S/N - Mangabeira VI

    Espao fsico

    No climatizado;

    Pequeno, possui apenas 05 mesas com 04 cadeiras;

    Possui uma boa organizao com relao ao acervo;

    Profissionais responsveis

    No h bibliotecrio;

    Existem trs funcionrias, uma responsvel pelo espao da biblioteca, e as

    outras duas so responsveis pela sala de vdeo e informtica;

    As responsveis tm formao em pedagogia e recebem apenas um tratamento

    anual pela Secretaria de educao.

    Organizao

    Os alunos tm acesso livre ao acervo;

    As fichas de emprstimo no existem, apenas um livro com dados pessoais

    do aluno e atravs dele que as funcionarias fazem o controle de emprstimo;

    Nenhum documento arquivado, portanto no ha recuperao da informao;

    O laboratrio de informtica, sala de vdeo e biblioteca funcionam em salas

    separadas;

    Os livros no seguem uma catalogao e classificao de acordo com o padro;

    Existem painis decorados com as datas comemorativas e incentivo leitura,

    favorecendo sempre para que o aluno busque e a informao.

    Servios

    aberta a comunidade, mas s efetua emprstimos para os alunos

    matriculados;

  • 6

    No efetua levantamento bibliogrfico;

    Tem um jornalzinho bimestral informando acontecimentos e escolares e da

    sociedade;

    O emprstimo apenas de 03 dias teis; dificultando a disponibilidade para os

    alunos;

    Existe doao de jornais e revistas pelos professores.

    Acervo

    No existe uma poltica de desenvolvimento do acervo;

    A biblioteca conta com muitos ttulos, o acervo tem muitos ttulos atuais;

    Conta com diversos materiais de referncia como dicionrios enciclopdias;

    A biblioteca tem peridicos como Nova Escola e cincia hoje, estes esto

    disponveis para leitura de alunos e professores.

    3.3 EEFM Joo Gadelha de Oliveira

    Localizao: Rua Ivan de Assis Costa, S/N - Mangabeira VII

    Espao fsico

    No climatizado;

    Pequeno, possui apenas 04 mesas com 04 cadeiras;

    Possui uma boa organizao com relao ao acervo;

    Profissionais responsveis

    No h bibliotecrio;

    Existem duas funcionrias, uma regente e um apoio ambos responsveis pelo

    centro de multimeios;

    As responsveis tm formao em pedagogia e nunca receberam treinamento

    para atuarem no centro de multimeios.

    Organizao

    Os alunos tm acesso livre ao acervo;

    As No existe fichas de emprstimo, trabalham livro que contm dados

    pessoais dos alunos para fazerem o controle de emprstimo;

    No ha recuperao da informao, por no arquivarem os materiais;

    Possui apenas um computador para fazer pesquisas discentes;

    Os livros no seguem uma catalogao e classificao de acordo com o padro;

  • 7

    Servios

    No aberta a comunidade;

    No efetua levantamento bibliogrfico;

    Tem um jornalzinho trimestral que informa as atividades que acontecem na

    escola e os acontecimentos da sociedade;

    O emprstimo apenas de 03 dias teis; dificultando a disponibilidade para os

    alunos;

    Acervo

    No existe uma poltica de desenvolvimento do acervo;

    Conta com jogos ldicos-pedaggicos;

    Conta com materiais de referncia como dicionrios enciclopdias;

    Alguns livros no atendem as necessidades dos alunos.

    4 RESULTADOS PARCIAIS

    De posse do relatrio de observao, foi feita uma reunio com os responsveis

    pelas escolas pesquisadas, buscando discutir juntos os problemas dos centros de multimeios, e

    sugerir possveis solues frente aos resultados do relatrio.

    Em todas as escolas foi unnime o consentimento do diagnstico do centro de

    multimeios, e medida que amos expondo a situao real dos centros de multimeios, os

    participantes refletiam sobre o assunto e interagiam conosco. Isso foi o clmax a reunio, pois

    todos foram de acordo com a necessidade de tomar medidas urgentes para o real

    funcionamento da biblioteca, e comearam a expor todas as dificuldades encontradas pela

    escola para tornar o funcionamento do centro de multimeios proveitoso para seus usurios

    (alunos professores e funcionrios).

    Dentre as principais dificuldades das escolas destacam-se: o alto ndice de alunos

    de 1 a 5 sries que no sabem ler; a dificuldade de se estabelecer o PDE (Plano de

    Desenvolvimento da Escola) devido as freqentes trocas de professores efetuadas pela

    Secretaria de Educao; a falta de recursos destinados s escolas; a imposio de livros de

    devem ser comprados, quando chega verba destinada aos centros de multimeios.

  • 8

    Ressaltamos aqui a necessidade da classe profissional bibliotecria, reivindicar o

    direito de atuar nas bibliotecas escolares, juntamente com os professores lotados nela que

    desconhecem as funes de gerenciamento de bibliotecas dentre outras atividades da rea. O

    ideal seria a atuao conjunta dos profissionais.

    As anlises efetuadas pelo trabalho apontam como necessidades prioritrias:

    a) A falta do profissional bibliotecrio para organizar, supervisionar e dinamizar as

    bibliotecas. Como estas no fazem parte do cotidiano educacional dos professores,

    estes desconhecem o potencial dessas instituies e, sobretudo, do bibliotecrio como

    imprescindvel para a concretizao dos objetivos a que se propem alcanar;

    b) A ampliao do espao destinado biblioteca na escola, para satisfazer s suas

    exigncias, pois nenhuma biblioteca visitada apresentou um espao condizente com o

    nmero de alunos. Esses espaos no se identificam com espaos culturais, nem como

    centros de recursos pedaggicos para subsidiar professores na preparao de suas

    aulas e alunos nos seus estudos e tarefas escolares;

    c) A livre escolha da aquisio do acervo da Biblioteca conforme as necessidades do

    usurio que, infelizmente, barrada pela falta de sensibilidade do MEC e da SEDUC,

    devido s tomadas de deciso quanto escolha dos acervos acontecem sempre de cima

    para baixo, sem o consentimento dos docentes que no tm vez e voz para opinar

    sobre os anseios dos usurios no que concerne s suas demandas informacionais,

    impedindo uma interao mais efetiva entre educador e educando. Isto configura uma

    contradio na medida em que ambos no participam dessa importante deciso;

    d) A insuficincia de ttulos e volumes, principalmente voltados para a literatura infanto-

    juvenil, sabidamente o grande instrumento de formao leitores conscientes, crticos e

    criativos. Outros entraves so as publicaes que no atendem o nvel cultural nem do

    aluno nem do professor, alm do grande nmero de livros didticos que no so

    utilizados;

    e) Falta de recursos destinados as bibliotecas, que no correspondem a dinamicidade que

    exigida de quem est a frente desses espaos, primordiais para o ensino, a

    aprendizagem e a promoo pessoal e social dos educandos.

    5 PROPOSTAS DE AO CULTURAL PARA AS BIBLIOTECAS ESCOLARES

    A Biblioteca escolar deve ser um local mgico, encantador, alegre, vibrante,

    organizado, com atividades que possam ampliar a vivencia cultural de seus usurios, tais

    como:

  • 9

    Concurso: de obras literrias, autor (escritor/ilustrador), contadores de histrias,

    poesia, redao.

    Exposio: de livros raros, obras de um determinado autor, originais de ilustrao

    de trabalhos feitos por alunos, livros novos, etc.

    Mural de notcias: matrias importantes sobre leitura, eventos (Bienal/

    lanamentos de livros, feiras, etc.), nota sobre concursos, resenhas dos livros mais

    lidos na escola, comentrios sobre filmes, peas, etc.

    Hora: do conto, do vdeo, da msica, do teatro, do sarau de poesia.

    Oficinas: de cartes de ilustraes de poemas, de mscaras.

    Encontro marcado: Autor, ms, entrevista, homenagem, livro em destaque.

    Datas Importantes: dia da poesia, dia nacional/internacional do livro, dia da biblioteca,

    etc.

    6 CONCLUSO

    Para se chegar a uma biblioteca modelo destinado nas escolas preciso algumas

    alteraes fundamentais: se no devem existir escolas sem bibliotecas no devem existir

    bibliotecas sem bibliotecrios (MILANESI, 1988).

    Partindo desse pressuposto imprescindvel a presena de bibliotecrio, pois ele

    o intermedirio entre a biblioteca e o usurio e as funes desenvolvidas por um bibliotecrio

    so importantssimas como: disponibilizar informao em qualquer suporte; tratar e

    desenvolver recursos informacionais; desenvolver estudos e pesquisas; desenvolver aes

    educativas e realizar eventos de difuso cultural.

    O bibliotecrio e essencial para a atuao da biblioteca escolar como espao

    cultural da informao focalizando o desenvolvimento das potencialidades individuais que

    so peculiares de cada indivduo elas no so adquiridas individualmente, mas sim

    coletivamente na interao entre indivduos.

    Mediante os fatos expostos podemos perceber um dos vrios motivos para a

    secretaria de educao no utilizar o nome biblioteca escolar que alem de no compreender

    sua finalidade seja tambm uma forma de no contratar o profissional Bibliotecrio j que

    regido por lei que toda Biblioteca talvez seja por isso que se usa a denominao de Centros

  • 10

    de Multimeios e dessa forma contribua ainda mais para a pssima educao das escolas

    pblicas brasileiras.

    difcil no deixar nas nossas anlises marcas da nossa formao e ndices de

    nossas percepes das coisas. Da estarmos sempre mediando ainda que inconscientemente a

    favor do que consideramos certo. Sentimos isso quando lemos os escritos sobre os assuntos

    que ora enfocamos. Ora, ao defendermos uma real biblioteca e no um centro de multimeios,

    trazemos conosco sentimentos que nos incomodam ao ver tantos alunos desassistidos, e logo

    tentamos vender a idia da aproximao, sem uma anlise do que isso representar para as

    partes em questo.

    No fcil nos depararmos diante dessa realidade em que a biblioteca escolar se

    encontra, pois, ainda no contempla as necessidades das escolas e atua muito pouco como

    espao de ao cultural.

    The Librarian Role in School Library: proposals for cultural action.

    ABSTRACT

    It presents a study made of schools libraries in three public schools located in Mangabeira, peripheral district of Joo Pessoa - Paraba, with intention to analyze the activities developed for the same, identifying the following questions: politics of cultural actions, conditions of the collections and infrastructure responsible employees and the form how the mediation of these pedagogical resources are made. On the other hand, it suggests possible solutions to supply the necessities of school libraries and proposals of cultural Actions that can be exerted to make the school library spaces for social interaction and cultural. The study points there is a lack of knowledge by the rulers of what really is the school library, calling them centers of multimedia, because they thought that technological resources are not related to your function, or they use this as a way to prevent the compulsory hiring of librarians, and make school libraries a place where renowned teachers can finish his professional contract. The school library is a learning environment that is constituted by any type of informational support, functioning as a great way informational, a meeting point for discovery and incentive the cognitive development, psychological and affective of the subjects that use it. Keywords: School Library. Multimedia Centers. Cultural Action. Librarian. Educational Policies. REFERNCIAS AMARILHA, Marly. (org.) Educao e leitura. Natal: EDUFRN, 2000. CARVALHO, Ana Maria S. Polticas de leitura e biblioteca escolar: um jogo de silncios na educao cearense. 2001. Tese (Doutorado em Educao) Faculdade de Educao. Universidade Federal do Cear, Fortaleza, 2001.

  • 11

    DELORS, Jacques (Org). Educao um tesouro a descobrir: Relatrio para a UNESCO da Comisso Internacional sobre Educao para o Sculo XXI. 2. ed. So Paulo: Cortez; Braslia, DF: MEC; UNESCO, 1999. MARTINEZ, Lucila; CALVI, Gian. Escola, sala de leitura e biblioteca criativas: o espao da comunidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Autores & Agentes & Associados, 1998. MILANESI, Luiz. Ordenar para desordenar: centros de cultura e bibliotecas pblicas. So Paulo: Brasiliense, 1986. ______ . O que biblioteca. 5. ed. So Paulo: Brasiliense, 1988. SILVA NETO, Casemiro. Novas esfinges, outras decifraes, recepo e comunicao: a leitura como pista terica. Olhar miditico. Fortaleza, p. 10, set.1998. SILVA, Waldeck Carneiro da. Misria da Biblioteca Escolar. So Paulo: Cortez, 1995. SOARES, Magda. Letramento: um tema em trs gneros. Belo Horizonte: Autntica, 1999. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1995.

    2 MTODO3 RELATRIO DE OBSERVAO3.1 EEFM Luiz Vaz de CamesEspao FsicoClimatizadoPequeno

    Profissionais responsveisOrganizaoServiosAcervo3.2 EEFM Zumbi dos Palmares

    Espao fsicoProfissionais responsveisOrganizaoServiosAcervo3.3 EEFM Joo Gadelha de Oliveira

    Espao fsicoProfissionais responsveisOrganizaoServiosAcervo5 PROPOSTAS DE AO CULTURAL PARA AS BIBLIOTECAS ESCOLARESConcurso: de obras literrias, autor (escritor/ilustrador), contadores de histrias, poesia, redao.Exposio: de livros raros, obras de um determinado autor, originais de ilustrao de trabalhos feitos por alunos, livros novoMural de notcias: matrias importantes sobre leitura, eventos (Bienal/ lanamentos de livros, feiras, etc.), nota sobre concuHora: do conto, do vdeo, da msica, do teatro, do sarau de poesia.Oficinas: de cartes de ilustraes de poemas, de mscaras.Encontro marcado: Autor, ms, entrevista, homenagem, livro em destaque.Datas Importantes: dia da poesia, dia nacional/internacional do livro, dia da biblioteca, etc.REFERNCIAS