O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO – Jean-Paul Sartre.

Palavras chaves: Homem, angustia, livre, escolha,

Sartre Defende o Existencialismo - Acusações Comunistas:1º Imobilismo do desespero, filosofia contemplativa.2º Filosofia Burguesa, pois a contemplação é luxo.3º O homem vive isolado por partir da subjetividade (penso cartesiano).

Outras Acusações:Ênfase à ignominia humana.Crítica católica – esquecer o sorriso da criançaFalta de solidariedade humanaO não alcanço do cógito, ergo sun, penso logo existoÊnfase ao lado negativaAssociação da vida humana com a feiura do existencialismo e por isso é naturalista.Outras acusações cristãs – negar realidade e a seriedade dos empreendimentos humanos, pois suprime os mandamentos de Deus e os valores da eternidade, restando somente a gratuidade.

Argumentação de SartreO Existencialismo como doutrina, torna a vida humana possível, toda verdade e ação implicam um meio e uma subjetividade humana.Sendo nós como naturalismo, é estranho que assustemos e escandalizemos muito mais que o próprio naturalismo, pois será que existe algo mais desesperançado que o provérbio “A caridade bem dirigida começa por si próprio” ou - ama quem te serve e serás desprezado, castiga quem te serve e serás amado¿Toda ação que se insere tradição, é romantismo e toda ação que não se apoia numa experiência comprovada está destinado ao fracasso, a experiência mostra que os homens tendem sempre para o mais baixo e que são necessários freios sólidos para detê-los, caso contrário, se voltam para a Anarquia. As pessoa que repetem estes provérbios, acham humano qualquer ato mais ou menos repulsivo. Será que no fundo o que amedronta no existencialismo é o fato que este deixa uma possibilidade de escolha para o homem¿ O Que é existencialismo¿Doutrina austera e bem definida, destinada exclusivamente a técnicos e filósofos.Aparentemente, por falta de uma justificativa (doutrina de vanguarda análoga), as pessoas dadas às exposições públicas de protesto, escândalos, tentam se voltar a este conceito filosófico, que não tem nada a ver com estes tipos de atitudes.Complicações: Tipos de existencialismosCristãos – Jaspers e Gabiel Marcel – católicoAteus – Heidegger, os franceses e o próprio Sartre.Comum para os 2 tipos: a existência precede a essência e parte da subjetividade

Exemplificação de Sartre: Corta-Papel : objeto que existe com utilidade definida.Conjunto de técnicas: idéias que permitem fabricar o corta-papel (visão técnica do mundo – visão técnica primeiro, antes de produzir algo).A idéia de Deus - artífice superior, quando cria, sabe o que está fazendo.Deus – fabrica – o homem.Industrial – fabrica – corta-papel.

Conclusão: O Homem existe na consciência divina.

Séc. XVIII - O ateísmo dos filósofos elimina Deus mas não supera a idéia de que “a essência precede a existência” – fenomenologia que defende a existência encontrada em Diderot, Voltaire e Kant. A essência do homem precede essa existência história que encontramos na natureza.

Sartre afirma que o existencialismo ateu é mais coerente, e se Deus não existe, logo, há um ser no qual a existência precede a essência, onde isto existe antes de ser definido por conceito = homem.Heidegger – realidade humana – a existência precede a essência, pois segundo Aristóteles, primeiro o homem existe, encontra-se, nasce, e depois define-se.Princípio do Existencialismo : Sartre – o homem a priori não é nada, somente depois de um tempo é que será algo mediante suas escolhas, portanto, não existe natureza humana porque não existe Deus para concebê-la. O homem nada mais é do que aquilo que faz de si mesmo. Há apenas liberdade de decisão.

O homem é um projeto que se vive a si mesmo subjetivamente ao invés de musgo, podridão ou couve-flor, nada existe antes deste projeto, não há nenhuma inteligibilidade no céu, o homem será apenas o que ele projetou ser e não o que ele quis ser, o homem é responsável pelo que é.Você tem escolhas para se tornar alguma coisa, mas precisa trabalhar para isso, não ser somente e nada fazer a respeito, vivendo apenas de pensamento.

Passos do Existencialismo:Primeiramente colocar o homem na posse do que é quanto suas responsabilidades de existência, responsável por si mesmo, ou seja, por todos os homens.

Subjetivismo: 1º Escolha individual do sujeito por si próprio – cada um de nós se escolhe, ou seja, escolhe-se a todos os homens.2º Impossibilidade do homem em transpor os limites da subjetividade humana – (sentido mais profundo do existencialismo).Sou responsável por mim mesmo e por todos, crio determinada imagem do homem por mim mesmo escolhido, por ter escolhido a mim mesmo, escolhi a todos os outros, a humanidade (escolhendo-me, escolho o homem).

O Homem é angustia:Além de desamparo e desespero, o homem que se engaja e que se dá conta de que não é apenas o que escolheu ser, mas também um legislador que escolhe simultaneamente a si mesmo e a humanidade, não escapa do sentimento de sua responsabilidade, muitos escondem e mascaram a ansiedade entre si e evitam encará-la.Mas e se todos fizessem o mesmo¿ O que aconteceria se todo mundo fizesse como nós¿

Má fé:

Quando se mente ao se desculpar, afirmando que nem todo mundo faz o mesmo, isto é falta de paz com sua consciência, já que a mentira implica num valor universal atribuído a ela, mesmo quando parecer angustia.

Angustia de Abraão de Kierkegard – um anjo ordena que sacrifique seu filho... Será que era verdadeiramente um anjo¿ Será que sou mesmo Abraão¿ Que provas tenho¿ E se escuto vozes, que provas tenho que elas vêm do céu e não do inferno, ou do subconsciente ou se dirigem a mim¿ Se uma voz se dirige a mim, sou sempre eu mesmo que decido se a voz é do anjo , se determinada ação é boa, se afirmo que esta é boa e não má. Nada me designa para ser Abraão, mas sou obrigado a todo momento ter atos iguais.Pergunta para todos os homens: Sou eu, realmente aquele que tem o direito de agir de tal modo que os meus atos sirvam de norma para toda humanidade¿Se não fizer, mascara a sua angustia, gerando inação e quietismo.

Todos o chefes conhecem essa angustia, mas isso não os impede de agir, é ela que sendo a condição de sua ação para encarar a pluralidade dos possíveis, escolhendo o caminho, se dão conta de que este não tem valor algum a não ser o de ter sido escolhido.Esta mesma angustia é uma responsabilidade direta para com os outros homens engajados pela escolha, não é algo que está a parte, separada, mas faz parte da própria ação.

Heidegger – desamparo - Racionalismo na França:A existência de Deus não mudará nada, será apenas uma idéia caduca e poderemos mater as idéias de conduta, progresso e humanismo.

O Começo do Existencialismo:No Existencialismo, isso preocupa, pois não há nada escrito em lugar algum que o bem existe, que devemos ser honestos, não podemos mentir, já que nos colocamos num plano onde só existe o homem, com o não existir de Deus, some com ele a idéia de encontrar valores num céu inteligível – Se Deus não existe, tudo seria permitido, ou seja, o homem está desamparado por não encontrar nada em que se agarrar, nem tem como dar desculpas, portanto, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referencia a uma natureza humana dada e definitiva, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade, o homem está condenado a ser livre para escolher e é responsável por tudo o que faz.

O homem é o futuro do homem – ele tem um futuro a seguir, futuro ainda não feito, assim ele está desamparado.

Ex: de um de seus alunos que deveria escolher entre ficar com a mãe ou ir para a guerra.

Moral Kantiana – Nunca trate os outros como um meio, trate-os como um fim.

Só nos resta confiar em nosso instinto, pois só se sabe o valor de um sentimento e o que o constitui, depois da escolha feita, tornando-se um círculo vicioso, ao passo que o sentimento se constrói através dos atos praticados, o que significa que não posso procurar em mim mesmo a autenticidade que me impele a agir, nem buscar numa moral os conceitos que me autorizam a agir.

O desamparo implica que somos nós mesmos que escolhemos o nosso ser, desamparo e angustia caminham juntos.

Desespero – só podemos contar com o que depende da nossa vontade ou com o conjunto de probabilidades que tornam a nossa ação possível.Quando Descartes afirmava: “É melhor vencermos a nós mesmo do que ao mundo” – agir sem esperança.

Não é preciso ter esperança para empreender, não devo ter ilusões e farei o melhor que puder.Não posso saber sobre o futuro de determinado assunto, mas farei tudo o que estiver ao meu alcance para realizar alguns feitos, além disso, não posso contar com mais nada. O quietismo é a atitude daqueles que dizem que os outros podem fazer o que eu não posso.

Sobre a doutrina existencialistaEsta doutrina apresentada é justamente o contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação, o homem dana mais é do que seu projeto, só existe na medida em que se realiza, não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida. Daí entendemos porque essa doutrina horroriza certo número de pessoas.