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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

    ARTHUR MORAES DAMBROSIO

    HUGO FERREIRA DE ANDRADE

    MAURO FLEURY DE TOLEDO FILHO

    RENAN DRESCH MARTINS

    SRGIO ALEXANDRE MASTRI

    VICTOR CARMELINO LORENCETTI

    PROJETO MULTIDISCIPLINAR V

    ESTUDO DA FSICA NO LANAMENTO DE FOGUETES

    POOS DE CALDAS - MG

    2014

  • ARTHUR MORAES DAMBROSIO

    HUGO FERREIRA DE ANDRADE

    MAURO FLEURY DE TOLEDO FILHO

    RENAN DRESCH MARTINS

    SRGIO ALEXANDRE MASTRI

    VICTOR CARMELINO LORENCETTI

    ESTUDO DA FSICA NO LANAMENTO DE FOGUETES

    Relatrio sobre o trabalho do ProjetoMultidisciplinar V desenvolvido pelosdiscentes do Bacharelado Interdisciplinarem Cincia e Tecnologia da UniversidadeFederal de Alfenas, Campus Poos deCaldas, no ano de 2014.

    Prof Dr.: Rodrigo Rocha Cuzinatto

    POOS DE CALDAS - MG

    2014

  • Sumrio

    1 Resumo 4

    2 Introduo 4

    3 Objetivos 4

    4 Reviso da Literatura 5

    4.1 Princpios Fsicos do Lanamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    4.1.1 Movimento Parablico do Foguete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    4.1.2 Equao do Foguete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    4.1.3 Movimento de Acordo Com a Terceira Lei de Newton . . . . . . . . . . 9

    4.1.4 Energia e Expanso Termodinmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    4.1.5 Lanamento de Projtil Considerando a Fora de Arrasto . . . . . . . 11

    4.2 Prottipos Artesanais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    4.3 Fabricao Dos Prottipos e Base Para Lanamento . . . . . . . . . . . . . . . 17

    4.3.1 Foguete PET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    4.3.2 Base para Lanamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    4.3.3 Mdulo de recuperao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    4.4 Lanamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    5 Roteiro de Experimentos Para Serem Realizados com Foguetes PET 29

    5.1 Condies Para o Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    5.2 Estudo do Lanamento Oblquo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    5.2.1 O Movimento Horizontal do Foguete (Eixo x) . . . . . . . . . . . . . . . 30

    5.2.2 O Movimento Vertical do Foguete (Eixo y) . . . . . . . . . . . . . . . . 33

    6 Coleta e Tratamento dos Dados 35

    6.1 O Movimento Horizontal do Foguete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    6.1.1 Experimento 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    6.1.2 Experimento 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    6.2 O Movimento Vertical do Foguete . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    6.2.1 Experimento 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    7 Projeto de Extenso 39

    8 Concluso 42

  • 1 Resumo

    Neste relatrio sobre o Projeto Multidisciplinar V trataremos sobre os fundamentos tericos do

    lanamento de foguetes, com nfase no estudo da fsica do lanamento parablico e na construo da

    frmula fundamental do foguete. Apresentamos um tutorial criado pelos discentes, referente construo

    de prottipos e base de lanamentos artesanais, assim como tambm de mdulo de recuperao, sendo

    todos estes testados tendo alcanados resultados positivos. Finalmente foram realizados lanamentos

    objetivando a coleta de dados, que permitiram o estudo experimental da dinmica dos foguetes, sendo

    possvel concluir que no se pode descrever o movimento do foguete sem levar em conta o arrasto. Verifi-

    camos ainda que, para que os lanamentos pudessem ser feitos de maneira a minimizar os erros existentes

    nos parmetros de configurao do foguete e da base de lanamentos, seriam necessrias modificaes na

    estrutura da base, que no puderam ser realizados por falta de recursos financeiros.

    2 Introduo

    A fsica abrange o pequeno e o grande, o velho e o novo. Dos tomos at as galxias, dos circuitos

    eltricos at a aerodinmica, a fsica parte integrante do mundo que nos cerca (HOLLABAUGH, grifo

    nosso).

    Presentes atualmente na forma de pequenos modelos ou at mesmo gigantescos colossos, os

    foguetes representam um conceito prprio e magnfico de tecnologia. Capazes de lanar o homem ao

    espao, colocar satlites em rbita ou simplesmente divertir um entusiasta, os foguetes so fruto do que

    o homem pode alcanar quando seu instinto competitivo posto a prova.

    Os foguetes so responsveis pelo surgimento de outras tecnologias e vitais para que as mesmas

    sejam utilizadas. O que seriam os satlites ou das viagens espaciais sem os foguetes, um meio de transporte

    um tanto quanto extraordinrio e exagerado, que hoje permite ao homem chegar a lugares que, no passado,

    s poderiam ser sonhados.

    O estudo do lanamento de foguetes pode abranger diversas reas de desenvolvimento, desde a

    fabricao de materiais com maior resistncia ao desgaste sofrido durante o lanamento, at o estudo

    puramente fsico de seu percurso, o que permite que esses corpos pontudos carregados de propelente

    sejam uma fonte de inspirao para muitos pesquisadores de diversas reas, que gostariam de provar seus

    conceitos ao limite.

    A fsica dos foguetes exprime ao mximo as leis de Newton, cujos conceitos extremamente

    abrangentes e de fcil compreenso, podem ser aplicados de formas infinitamente complexas[1].

    Uma das divises da fsica que possui grande influncia sobre o lanamento de foguetes a fsica

    clssica, os fenmenos mecnicos, que estudam as foras e os fenmenos que atuam sobre os movimentos

    realizados pelos corpos.

    3 Objetivos

    Durante o trabalho foram estudadas caractersticas gerais dos foguetes, no apenas as leis fsicas

    que agem sobre seus lanamentos, mas um aspecto geral dos fenmenos que atuam sobre os corpos antes,

    durante e aps o lanamento.

    Outro objetivo foi a coleta de dados dos lanamentos para a comparao de valores encontrados

    na prtica com valores calculados a partir das leis fsicas. Foram analisadas tambm as foras de resistncia

    ao movimento do nosso foguete, como por exemplo a fora de arrasto.

    4

  • Em relao parte social do nosso projeto, foram realizadas apresentaes em escolas da regio

    e em outros eventos. Nestas participaes, apresentamos os conceitos fsicos envolvidos no lanamento de

    foguetes, sendo tambm realizados lanamentos dos nossos prottipos, buscando despertar o interesse dos

    alunos que participam de tais apresentaes para a importncia e a aplicabilidade dos conceitos fsicos

    e matemticos aprendidos em sala de aula, de uma maneira simples e divertida, demonstrando que o

    terico aprendido no est distante das experincias simples do dia a dia.

    4 Reviso da Literatura

    4.1 Princpios Fsicos do Lanamento

    Dentre os mais variados tipos de foguetes projetados, existem aqueles que ao serem lanados,

    ocupam regies suborbitrias e desenvolvem trajetrias balsticas, como por exemplo, o sistema nave-

    foguete utilizado no programa espacial norte-americanoMercury-Redstone, que levou ao espao o primeiro

    astronauta estadunidense, Alan Shepard Jr. O voo durou aproximadamente 15 minutos, a espaonave

    alcanou uma altitude de 187 km, onde o astronauta teve controle total e absoluto sobre a nave. O sucesso

    da misso simbolizou o incio dos investimentos norte-americanos em relao conceitos aeroespaciais[2].

    Todavia, o movimento desenvolvido pela Freedom 7, nome da cpsula pilotada por Shepard, se

    enquadra no tipo de trajetria parablica, que estudamos em Fenmenos Mecnicos, e que discorreremos

    a seguir.

    4.1.1 Movimento Parablico do Foguete

    A trajetria parablica, aquela em que um corpo lanado em determinada direo com um

    ngulo 00 < < 900 em relao ao plano horizontal, descrevendo uma parbola. Esse tipo de trajetria

    depende da velocidade com que o corpo lanado, do ngulo formado com o plano de apoio, da acelerao

    gravitacional existente sobre o mesmo e do tempo de voo do foguete.[3].

    Vejamos a figura abaixo:

    Figura 1: Trajetria parablica descrita por um corpo.

    Percebe-se que o vetor velocidade inicial tem suas projees no plano horizontal (v0x), e no plano

    vertical (v0y), e que essas duas projees se relacionam com o ngulo . Assim, considerando o tringulo

    retngulo formado por esses vetores, tem-se os valores das projees:

    5

  • vox = v0cos (1)

    voy = v0sen (2)

    Em trajetrias parablicas, o movimento horizontal no interfere no movimento vertical. Por-

    tanto, vamos analisar os casos separadamente. No movimento horizontal, nenhuma acelerao ou fora

    age sobre o corpo, assim, sua velocidade constante e o movimento se caracteriza como retilneo uniforme,

    que descrito pela seguinte equao:

    x = x0 + v0xt (3)

    sendo que x expressa a posio final, x0 representa a posio inicial e t est relacionado ao tempo.

    No movimento vertical, sofrendo influncia da fora gravitacional, existe uma acelerao, no

    sentido negativo do eixo vertical, que puxa o corpo para baixo. Assim o movimento classificado como

    uniformemente variado e representado pela seguinte equao:

    y = y0 + v0ytgt2

    2(4)

    adotando y como a posio final, y0 como a posio inicial, g expressando a acelerao da gravidade e t

    est relacionado ao tempo.

    Logo, isolando t na Eq. 3 e substituindo-o na Eq. 4, obtemos a equao que define a trajetria

    parablica:

    y = x tg gx2

    2(v0cos)2(5)

    onde tomamos: x0 = y0 = 0.

    Agora, analisando a figura 1, observa-se que o alcance mximo do corpo especificado por R.

    Assumindo ento, que R o deslocamento da partcula no eixo x, ou seja x x0, temos:

    R

    vox= t (6)

    Adotando que, para esse alcance R, a posio inicial da partcula em relao ao eixo vertical

    igual posio final da partcula em relao ao mesmo eixo, ou seja, y = y0, encontra-se que:

    0 = v0ytgt2

    2(7)

    Substituindo a Eq. 6 na Eq. 7, temos:

    6

  • 0 =v0senR

    v0cos 1

    2

    gR2

    v20cos2

    (8)

    Simplificando a equao, temos:

    0 = tgR 12

    gR2

    v20cos2

    (9)

    Isolando R na equao acima, teremos:

    R =2v2

    0

    gsencos (10)

    Ao analisarmos a Eq. 5, percebemos que esta uma equao do segundo grau e toda equao do

    segundo grau representada graficamente por uma parbola. Assim, as condies se satisfazem, ou seja,

    comprova-se algebricamente a trajetria parablica do foguete.

    Existem vrias maneiras de se obter a velocidade inicial de um projtil num lanamento oblquo.

    Por exemplo, se um canho atira parabolicamente uma esfera cilndrica, o lanador considerado um

    objeto externo, porque, o sistema do canho que provoca algum tipo de fora sobre a esfera, empurrando-

    a. Agora, por exemplo, se o projtil for um foguete, a sua velocidade inicial s passa a existir, a partir do

    momento, que parte da matria que constitui seu corpo expelida, na forma de gases, gerando uma fora

    que o empurra pra cima, portanto, pode-se dizer que o foguete lana a si mesmo. Logo, no momento em

    que essa fora empurra a estrutura do foguete para cima, surge outra que empurra os gases expulsos para

    baixo, caracterizando ento o principio da ao e reao[4].

    A seguir, vamos discorrer sobre a equao fundamental que explica o movimento do foguete.

    4.1.2 Equao do Foguete

    Primeira Equao do Foguete

    Pode-se dizer que em um sistema de lanamento de foguete, a massa total do foguete no per-

    manece a mesma durante a trajetria realizada. Isso porque, o combustvel, que compe a maior parte

    da massa daquele corpo, passa por um processo de combusto, se convertendo basicamente em gs e

    gerando propulso (impulso) ao corpo, quando expelido. Fisicamente, para um sistema inercial, valida

    a segunda lei de Newton. Portanto, para o sistema de lanamento, considera-se ento o corpo do foguete

    e todos os produtos expelidos pelo mesmo[4].

    Considerando um referencial inercial e um foguete acelerando no espao, ausente de foras gra-

    vitacionais ou arrasto, temos a conservao do momento:

    Pi = Pf (11)

    onde Pi expressa o momento inicial e Pf representa o momento final.

    Podemos dizer ento, que o momento linear conservado. Sabendo, que o momento equivalente

    ao produto da massa e velocidade, observa-se que o momento final corresponde ao produto da massa do

    7

  • combustvel expelido na forma de gs (dM) multiplicado pela velocidade do mesmo (U) somado com o

    produto da massa do corpo do foguete (m+ dM) e da sua velocidade (v + dv)[4].

    Logo, para um instante dt, temos:

    Mv = dMU + [(m+ dM) (v + dv)] (12)

    onde dM a massa do produto liberada pelo foguete no instante dt , U representa velocidade com queo gs gerado pela combusto expelido no instante dt.

    Se analisarmos a Eq. 12, em relao a velocidade relativa (vrel) entre o foguete e o produto

    expelido de acordo com o referencial inercial, temos:

    U = (v + dv) vrel (13)

    pois, a velocidade relativa (vrel) a velocidade do foguete menos a velocidade dos gases expelidos.

    Substituindo U na Eq. 12 e dividindo por dt, obtm-se a primeira equao do foguete:

    dMdt

    vrel =Mdv

    dt(14)

    onde dMdt

    taxa em que o foguete perde massa e dvdt

    representa a acelerao do foguete.

    Agora adotando dMdt

    como R (taxa positiva de perda de massa), ou seja, a taxa de consumo

    de combustvel, temos que o termo esquerdo da Eq. 14 corresponde ao empuxo. Assim, considerando

    o empuxo T como a fora que o fluido, resultante da queima do combustvel, exerce sobre o corpo do

    foguete, fica evidente a segunda lei de Newton:

    T = ma (15)

    T = Rvrel (16)

    Segunda Equao do Foguete

    A velocidade de um foguete, aps seu lanamento, varia de acordo com a massa perdida. Nessa

    situao, o combustvel, aps a combusto, converte-se em fluido que expelido pelos motores, provo-

    cando uma diminuio na massa da estrutura do foguete e gerando uma fora que atua sobre o mesmo,

    empurrando-o. Assim, quanto maior for a quantidade de produto consumido, maior o empuxo gerado e

    menor a massa total do foguete, o que resulta numa acelerao de valor relevante do corpo e consequen-

    temente, uma velocidade considervel num instante especfico[4].

    Da Eq. 14:

    dv = vescapdM

    M(17)

    8

  • Integrando-se os termos para se encontrar a velocidade, temos que:

    vf

    vi

    dv = vrel MfMi

    dM

    M(18)

    Logo:

    v = vrellnMiMf

    (19)

    a Eq. 19 representa a segunda equao do foguete.

    Vale lembrar que a velocidade do foguete (vescap), depende das propriedades de combusto e

    potencia do motor do mesmo e que a massa inicial (Mi ) estabelecida no incio do projeto e depende

    do material da estrutura do foguete, sua carga e a quantidade combustvel a ser utilizada.

    4.1.3 Movimento de Acordo Com a Terceira Lei de Newton

    Temos que o movimento dos foguetes acontece principalmente atravs dos princpios da terceira

    lei de Newton, onde temos uma reao para toda ao realizada. Em um foguete, o movimento ocorre

    pela reao da fora exercida pela expulso do combustvel[5]. Podemos nomear o fluxo de combustvel

    para fora do foguete de taxa de fluxo de massa m/t = m.

    Este fluxo de massa gera um momento igual variao de massa pelo tempo, multiplicado pela

    velocidade de expulso do combustvel, e ao lembrarmos que o momento conservado, temos que o

    foguete adquire um momento no sentido contrrio do combustvel lanado, gerando o que ns chamamos

    de propulso para o foguete[5]. Para expressarmos a propulso do foguete, adotaremos primeiramente:

    pfoguete = pexaustao (20)

    pfoguete = mVsaida (21)

    onde temos que pfoguete a taxa de variao do momento do foguete, expressa em N em relao ao

    tempo; pexaustao a variao do momento da exausto da massa em relao ao tempo; m a taxa de

    fluxo de massa expressa em kg/s em relao ao tempo e Vsaida a velocidade de exausto, dada em m/s.

    A propulso efetiva transferida, pode variar de acordo com o modelo do foguete, por isso, define-se

    a velocidade de esgotamento efetiva C para que possamos expressar a propulso do foguete como [5]:

    Fpropulsao = mC (22)

    onde Fpropulsao a propulso total do foguete; C representa a velocidade efetiva de exausto e m a

    taxa de fluxo de massa. Observamos que, a propulso do foguete cresce proporcionalmente velocidade

    e a quantidade de massa expulsa do foguete.

    9

  • 4.1.4 Energia e Expanso Termodinmica

    A fonte de energia utilizada pelos foguetes baseiam-se em princpios termodinmicos. A energia

    apresentada na forma de calor e presso, geradas em um foguete atravs das reaes sofridas por um

    propelente. Foguetes que funcionam a base de energia termodinmica, possuem um equipamento vital,

    o bocal, responsvel por converter a energia termodinmica em energia cintica atravs do conceito de

    expanso termodinmica [5].

    Para que se possa expressar o funcionamento de um bocal, necessrio antes o entendimento da

    mecnica dos fluidos, que pode ser inicialmente demonstrada atravs de um simples modelo, um balo de

    ar preenchido com um gs ideal, o que nos permite relacionar presso, densidade e temperatura atravs

    da lei dos gases ideais[5]:

    P = RT (23)

    onde P a presso expressa em N/m2; a densidade do fluido obtida em kg/m3; T a temperatura

    indicada em K e R a constante especfica do gs dada em J/kgK. Temos que:

    R =RuM

    (24)

    onde Ru a constante universal dos gases Ru = 8, 31 J/molKe M representa a massa molecular do gs

    em kg/mol.

    Para que o modelo seja considerado vlido, devemos supor que:

    O fluxo adiabtico;

    A energia total conservada;

    O fluxo ocorre apenas em uma dimenso e constante;

    Todas as reaes ocorrem no interior da cmara de combusto.

    Lembrando que, dentro da cmara, o gs j possui energia mecnica na forma de presso, e que

    mais energia adicionada ao sistema aps a queima do propelente, podemos descrever a energia total do

    sistema em termos da entalpia especfica [5]:

    h = u+ Pv (25)

    onde h a entalpia especfica, u a energia interna dada, P a presso v o volume especfico.

    O fluido dentro da cmara posto em movimento, permitindo o escape deste fluido atravs de

    um cano, o que nos permite avaliar a energia de escape em termos da energia interna do fluido, pela

    energia mecnica, atravs da seguinte equao:

    m = V A (26)

    onde m representa a taxa de variao do fluxo de massa do fluido; a densidade do fluido, V a

    velocidade do fluido e A a rea da seo transversal do cano.

    10

  • Isso nos permite entender os casos de fluxo lento, como por exemplo, o de gua por uma mangueira

    de jardim, na qual a reduo da rea da seo transversal causa um aumento da velocidade e a diminuio

    da presso do fluido para manter uma taxa de fluxo constante (efeito Venturi)[5]. Porm em casos onde

    o fluxo possui uma velocidade muito alta, ocorre o efeito inverso, onde ao invs da velocidade do fluxo

    cair com o aumento da rea da seo transversal do cano, ele aumenta. Algo que s pode ser entendido,

    estudando processos isentrpicos, onde a seguinte relao vlida:

    h+1

    2V 2 = constante (27)

    sendo h = u+ Pv a entalpia especifica da Eq. 25 e V a velocidade do fluxo. Percebemos que o segundo

    termo do lado esquerdo da equao compara-se a energia cintica especfica do fluxo, independente da

    massa. Assim temos que a energia interna e a presso do gs podem ser substitudas pela energia cintica.

    Essa relao conhecida como Princpio de Bernoulli[5].

    Porm, mesmo o Princpio de Bernoulli, no suficiente para nos permitir entender por completo,

    o motivo pelo qual o aumento da rea da seo transversal de escape de um fluxo de altssima velocidade

    tambm aumenta a velocidade do fludo. Por isso, necessrio estudar tambm o comportamento de

    gases a altas velocidades[5].

    4.1.5 Lanamento de Projtil Considerando a Fora de Arrasto

    Todas as anlises e leis vlidas para um foguete no espao demonstradas anteriormente valem

    para um projtil, que independente do tipo de lanamento, est sujeito ao da fora gravitacional

    quando comea a descrever um movimento que envolve o eixo vertical.

    Nesta seo, discutiremos sobre o fato de que no mundo real, existem outras foras, alm dessa

    ltima, que atuam sobre o corpo, e fazem surgir outros conceitos para a elaborao das leis que retratam

    seu movimento. Para isso, tomaremos como base, a imagem abaixo do diagrama das foras que agem

    sobre qualquer corpo, quando lanado:

    Figura 2: Esquema de projtil inclinado.

    Como vemos acima, a fora gravitacionalFg, tem sentido contrrio fora de empuxo L; e a

    fora de arrasto W , contrria a velocidade v do corpo, sendo, ento, contrria ao movimento. Para odesenvolvimento das leis que discutiremos a seguir, consideraremos, que, a fora de empuxo L nula, e

    que o ngulo existente entre o eixo do projtil e o vetor velocidade v zero, ou seja, v se encontra namesma direo que o eixo, assim como W , que est no sentido contrrio [3].

    11

  • Adotaremos tambm que o arrasto W dado por:

    W = av + bv2 (28)

    onde a e b so coeficientes que dependem das caractersticas do projtil e do meio.

    Deve-se ressaltar que o primeiro termo da Eq. 28 vale apenas para velocidade baixas, de at

    aproximadamente 24m/s. J o segundo termo faz-se vlido para velocidades altas, entre 24m/s at

    330m/s. Nesta etapa, desconsideraremos o termo quadrtico da Eq. 28, considerando que o nosso

    projtil atinja velocidades prximas a 24m/s [3]. Alm disso, em todas as situaes, daqui adiante, como

    a uma constante, o arrasto W ser escrito como:

    W = mk(v ) (29)

    onde m a massa do projtil e k uma constante.

    Lanamento Horizontal com Arrasto

    Partindo desse raciocnio, estudaremos, em primeiro momento, como se d o lanamento hori-

    zontal de um projtil. Para isso vamos nos basear na figura abaixo:

    Figura 3: Esquema de projtil na horizontal.

    Como podemos ver, a fora gravitacional e a fora de arrasto, mesmo que em eixos diferentes,

    agem sobre o projtil. Sabemos, ento, que a fora resultanteF a somatria dessas duas foras e assim,

    partindo da segunda lei de Newton, temos que:

    Fg +

    W = ma (30)

    S que a fora gravitacional, existente no eixo vertical, pode ser escrita da seguinte maneira:

    Fg = mg() (31)

    j que j versor correspondente ao eixo vertical.

    A fora de arrasto, presente no eixo horizontal, dada por:

    12

  • W = mkv() (32)

    onde o versor correspondente ao eixo horizontal.

    Sendo assim, se existem foras em ambos os eixos, existem tambm aceleraes diferentes nesses

    eixos, que quando somadas determinam a acelerao resultante do corpo [3]. Alm disso, definindo a

    acelerao como sendo a segunda derivada temporal do espao, a partir da Eq. 30, teremos que:

    mg()mkvx() = m [x() + y()] (33)

    onde x representa a segunda derivada do espao, referente ao eixo horizontal, e y representa a segunda

    derivada temporal do espao, correspondente ao eixo vertical.

    Agora, como o movimento do corpo no eixo vertical no interfere na velocidade do corpo no eixo

    horizontal, podemos analisar a Eq. 33, separando os termos que apresentam os mesmo versores, de forma

    a obter o seguinte sistema de equaes[3]:

    mx = mkvxmy = mg (34)

    Manipulando algebricamente a primeira linha do sistema acima, e resolvendo a equao diferencial

    ordinria decorrente desse rearranjo, temos para o movimento horizontal que:

    ln vx = kt+ C (35)

    onde C uma constante arbitrria.

    Para determinar-se o valor dessa constante C, devemos considerar que, no momento inicial do

    lanamento, ou seja, quando t vale zero, a velocidade vx equivalente a velocidade inicial v0, e assim,

    temos que C = ln v0. Agora, substituindo esse valor de C na Eq. 35 e por fim, elevando todos os termos

    dessa equao na base exponencial, encontramos a velocidade do projtil, para o lanamento horizontal

    com arrasto, representada a seguir [3]:

    vx = v0ekt (36)

    Levando em conta a Eq. 36 acima e que a velocidade v pode ser definida como a primeira derivada

    temporal do espao, chegamos a equao da posio do projtil para o lanamento horizontal, dada por:

    x =v0k

    (1 ekt) (37)

    Dessa equao, torna-se possvel estabelecer a relao de que a velocidade do foguete diminui

    linearmente medida que ele se desloca no eixo horizontal, como demonstrado no grfico abaixo:

    13

  • Figura 4: Grfico da velocidade durante o movimento horizontal com arrasto.

    Lanamento Vertical com Arrasto (Queda Livre)

    Do mesmo modo que no lanamento horizontal, no lanamento vertical temos presente a fora de

    arrastoW contrria ao movimento do foguete, e portanto, velocidade v [3]. Vejamos a imagem abaixoque demonstra as foras atuantes no corpo, nesse tipo de movimento:

    Figura 5: Esquema de projtil na vertical.

    Fica evidente, nessa situao, que o foguete desenvolve um movimento apenas no eixo vertical, e

    existem apenas duas foras agindo sobre o mesmo. Ento, mais uma vez, pela segunda lei de Newton, a

    fora resultante sobre o corpo em questo, pode ser escrita da seguinte maneira:

    Fg +

    W = ma (38)

    Pelo fato dessas foras agirem no mesmo eixo, a acelerao do corpo se d nesse nico eixo.

    Entretanto, a diferena que as foras tem sentidos opostos, e assim, se definirmos a fora gravitacional

    no sentido negativo do eixo vertical, a Eq. 38 pode ser relatada da seguinte forma:

    14

  • mg mkvy = ma (39)

    Ressaltando, agora, que a acelerao a primeira derivada temporal da velocidade, e que a massa

    a mesma durante todo o movimento, obtemos:

    g kvy =dvydt

    (40)

    Resolvendo essa equao ordinria, e definindo que a velocidade no instante inicial de lanamento

    t = 0 v0 , chegamos na equao da velocidade do corpo para esse tipo de movimento:

    vy =gk

    +(g + kv0) e

    kt

    k(41)

    Adotando que a velocidade vy equivalente a primeira derivada temporal do espao y, a Eq. 41

    assim descrita:

    dy

    dt=gk

    +(g + kv0) e

    kt

    k(42)

    Resolvendo a equao ordinria acima em termos de dy, e considerando que no incio do movi-

    mento de queda livre, a altura dada por h, obtemos a equao da posio para um movimento retilneo

    uniformemente variado no eixo vertical do projtil [3]:

    y = h gkt+

    (g + k0)

    k2(1 ekt) (43)

    O grfico da Eq. 41 demonstrado a seguir, nos permite relatar que a velocidade do foguete, no

    movimento de queda livre com arrasto, decresce de forma exponencial at se manter constante, no ponto

    em que o corpo atinge velocidade terminal:

    Figura 6: Grfico da velocidade durante o movimento vertical com arrasto.

    15

  • Lanamento Oblquo

    Nesse tipo de lanamento o foguete descreve um movimento em duas dimenses, semelhante

    aquele retratada na Fig. 1 e sendo assim, est sujeito a aes de foras de arrasto, tanto no eixo vertical

    quanto no eixo horizontal [3]:

    W = mkx()mky() (44)

    Novamente, temos a aplicao da segunda lei de Newton para este sistema, e assim:

    Fg +

    W = ma (45)

    Considerando que o projtil acelera em ambos os eixos, e substituindo a Eq. 44 na Eq. 45, temos:

    mgy()mkx()mky() = m[x() + y()

    ](46)

    Se analisarmos separadamente o movimento em cada dimenso, demonstrados na equao acima,

    encontraremos a Eq. 37 para o movimento na horizontal e a Eq. 43 para o movimento na vertical.

    Logo, semelhante ao que fizemos para o caso sem atrito com o ar, calcularemos o alcance do

    projtil quando este desenvolve uma trajetria parablica. Para isso, temos de adotar que a altura inicial

    do foguete equivalente a altura final, j que esse projtil se desloca a partir da base de lanamento

    posicionada no cho, e atinge o prprio cho no final da trajetria. Ou seja, na Eq. 43, y = h e ento [3]:

    0 = gkT +

    (g + k0)

    k2(1 ekT ) (47)

    onde T o tempo de voo.

    O problema que a Eq. 47 acima transcendental, ou seja, impossvel isolarmos o tempo de

    voo T analiticamente, para depois substituirmos na Eq. 37, e posteriormente, encontrarmos o alcance,

    como o de costume. Sendo assim, devemos aproximar a Eq. 48 fazendo uso da expanso em srie de

    Taylor para quando a constante k 1. Feito isso, encontramos que o tempo de voo T dado por [3]:

    T =2v0yg

    (1 kv0y

    3g

    )(48)

    Agora substituindo a Eq. 47 na Eq. 48, obtemos que o alcance R dado por:

    R =2v0xv0y

    g

    (1 4kv0y

    3g

    )(49)

    Estas equaes, referente aos tipos de movimento, sero utilizadas para a anlise dos dados

    experimentais coletados a partir dos lanamentos, fazendo estimativas para os valores de constantes, como

    por exemplo, a constante k. Desta forma, calcularamos teoricamente valores de algumas variveis, para

    depois compar-los com os valores registrados experimentalmente, verificando se os modelos utilizados

    so realmente adequados.

    16

  • 4.2 Prottipos Artesanais

    Como exemplo mais comum de prottipos artesanais de foguetes, podemos citar aqueles fabrica-

    dos a partir de garrafas PET, propulsionados com ar comprimido e gua. As principais caractersticas

    favorveis de tais modelos so o baixo custo para a sua fabricao e a relativa facilidade com que so

    montados e lanados.

    Apesar disso, so extremamente satisfatrios para que, atravs destes, se possa estudar e compro-

    var os conceitos fsicos envolvidos em tal atividade (conforme veremos mais a frente onde sero abordados

    os Princpios Fsicos do Lanamento) alm de servir como extico passatempo para aqueles que compar-

    tilham do interesse pelo espaomodelismo.

    Normalmente, na fabricao desses prottipos, utilizam-se materiais simples, como fita adesiva,

    pedaos de plstico, papelo e os tradicionais tipos de garrafas que do nome a este foguete artesanal,

    utilizando tambm utenslios domsticos como tesouras e aplicadores de cola quente.

    Tais prottipos obedecem as leis de ao e reao que regem o lanamento de um foguete profis-

    sional, porm os modelos artesanais feitos a partir dos recipientes plsticos no utilizam de propelentes

    qumicos ou que envolvam queima de combustvel. Para que seja possvel que modelos to simples sejam

    lanados e alcancem marcas significantes, utiliza-se nada mais do que ar comprimido e gua, e tambm

    uma base para lanamento, tambm feita artesanalmente, utilizando canos de PVC, engates rpidos utili-

    zados em equipamentos de jardinagem, e na grande maioria das vezes, bombas de ar utilizadas comumente

    para encher pneus de bicicletas[6].

    Figura 7: Sistema completo de lanamento com base, foguete e mdulo de recuperao desenvolvido pelosdiscentes da UNIFAL

    4.3 Fabricao Dos Prottipos e Base Para Lanamento

    Abaixo, segue um roteiro minucioso para a fabricao de todas as partes que compe o sistema

    completo criado pelos discentes. Sugerimos antes de iniciar os processo de fabricao das partes, separar

    e organizar as ferramentas e acessrios que sero utilizados em todo o processo, conforme a lista abaixo:

    Alicate

    17

  • Estilete

    Tesoura

    Jogo de ferramentas (chaves de fenda, chaves de boca, etc...)

    Pistola e basto de cola quente

    Pincel marcador preto ou azul para quadro branco

    Rgua

    4.3.1 Foguete PET

    Para a fabricao do foguete PET, alm dos materiais descritos no item anterior, sero utilizados:

    Duas garrafas PET (neste tutorial utilizaremos garrafas de dois litros)

    Fita adesiva (45 mm de largura)

    Bandejas de isopor (daquelas utilizadas para acondicionar frios)

    Cola quente

    Uma das garrafas ser utilizada sem modificaes em sua estrutura, na outra faremos uma mar-

    cao para corte logo abaixo do trmino do cone. Em seguida, efetuaremos o corte com a utilizao

    de tesoura ou estilete. Aps feito isso, posicionaremos o cone cortado na parte inferior da garrafa que

    permaneceu inteira, utilizando fita adesiva para a fixao, tendo o cuidado para manter alinhadas as

    pontas em um eixo central imaginrio, conforme a Fig. 8.

    Figura 8: Marcao do cone para o corte, cone cortado e cone fixado na garrafa.

    Em seguida, utilizaremos a bandeja de isopor para a confeco das aletas, lembrando que estas

    podem ter diversos formatos e quantidades, ficando por conta do leitor deste, a liberdade para a sua

    criao e sugerimos que ao propor novos modelos, estes sejam feitos de forma anatmica na parte que

    ser fixada no corpo do foguete, de modo que as aletas se encaixem com perfeio. Neste tutorial,

    utilizaremos quatro unidades feitas conforme a imagem que segue.

    18

  • Figura 9: Imagem de aleta e bandeja com marcaes.

    Aps feitas as marcaes de acordo com o nmero de aletas desejado, recortaremos estas com o

    uso de estilete, tendo o cuidado para eliminar possveis imperfeies na borda. Em seguida, fixaremos as

    aletas no corpo do foguete utilizando cola quente, atentando para que o espao entre estas seja os mesmo.

    Figura 10: Aletas recortadas e coladas no corpo do foguete.

    Feito isso, conclumos a montagem do foguete PET.

    Figura 11: Foguete PET.

    4.3.2 Base para Lanamento

    Entendemos que a base de lanamento a parte que requer maior ateno e preciso na montagem,

    devendo-se portanto, atentar para a utilizao de materiais de boa qualidade, evitando assim quaisquer

    tipos de vazamentos que podem ocasionar em perda de presso e consequentemente, comprometimento

    do lanamento de prottipos. Alm dos materiais constantes no item 4.3, utilizaremos tambm:

    19

  • 02 Abraadeiras metlicas com rosca sem fim (60 mm dimetro)

    Alavanca de freio para bicicletas

    Anel de borracha para vedao (18 mm)

    01 Bucha de reduo de PVC de 3/4 - 1/2

    02 Buchas de reduo de PVC de 1.1/2 - 3/4

    Cabo de ao com capa para freio de bicicleta

    Cano de PVC 1/2 com parede reforada

    01 Plug de PVC 3/4 com rosca

    Cintas plsticas para amarrao de cabos (larga)

    01 Cruzeta de alumnio fundido com rosca 3/4

    Fita metlica multifuros

    04 joelhos de PVC 3/4 soldvel

    01 luva de PVC para esgoto (40 mm)

    02 luvas de PVC com rosca 3/4

    06 Npeis de PVC com rosca 3/4

    01 Registro de esfera com rosca 1.1/2

    Cano de PVC 3/4

    01 Tarraxa para criar rosca 1/2

    01 Te de PVC com parede reforada com uma rosca 3/4

    02 Te de PVC 3/4 soldvel

    01 Vlvula de pneu de bicicleta com bico

    01 Manmetro com rosca

    01 Bucha de reduo metlica de 3/4 para rosca cnica no dimetro da rosca do manmetro

    01 Bucha de Reduo metlica de 1/2 para 3/4

    Fita veda rosca

    03 Parafusos com porcas

    01 Bomba para encher pneus

    Silicone para vedao

    01 Mola com aproximadamente 60 mm de comprimento e com um dimetro interno 5 mm.

    Rolhas de cortia

    Lixa para PVC

    20

  • Figura 12: Peas utilizadas na montagem da base de lanamento.

    Iniciaremos pela montagem da base propriamente dita, sendo que para isso utilizaremos 06 pe-

    daos de 300 mm de cano de PVC 3/4, 02 Tes soldveis, 01 Te de PVC com parede reforada com uma

    rosca e 04 joelhos de PVC soldveis. Nesta fase, temos como objetivo formar um H com o material

    acima, utilizando o Te com rosca no centro. Sugerimos no utilizar nenhum tipo de adesivo nas emendas,

    pois dessa forma se torna possvel desmontar a base, facilitando o transporte.

    21

  • Figura 13: Parte inferior da base de lanamentos.

    Agora prosseguiremos na montagem da coluna de lanamento, colocando em sequncia os seguin-

    tes componentes, iniciando esta sequncia na sada com rosca do Te que se encontra na base (sugerimos

    a aplicao de fita veda rosca nos encaixes procurando obter uma melhor vedao), neste colocaremos

    um npel, um bucha de reduo de PVC de 1.1/2 - 3/4, o registro de esfera, outra bucha de reduo de

    PVC de 1.1/2 - 3/4, outro npel, a cruzeta de alumnio, mais um npel, uma luva de PVC com rosca,

    mais um npel, outra luva de PVC com rosca e a bucha de reduo de PVC de 3/4 para 1/2.

    Devemos ento preparar o plug de PVC para receber a vlvula de pneu de bicicleta. Deve-se fazer

    um furo no centro do plug, utilizando-se uma broca com dimetro um pouco menor que a vlvula, para

    que essa seja acoplada ao plug, introduzindo-se a vlvula pela parte interna do plug. Recomendamos

    a aplicao de um pouco de silicone na parte interna no plug antes da introduo da vlvula, para a

    vedao de possveis imperfeies causadas pela broca. Aps a secagem, aplica-se adesivo epxi na parte

    exterior frontal, para acabamento e perfeita vedao. Aps a secagem completa da pea, coloca-se esta

    em uma das sadas restantes da cruzeta de alumnio. Na outra sada da cruzeta, coloca-se o manmetro

    com suas devidas buchas de reduo metlicas.

    Para montagem do mdulo de disparo devemos utilizar duas partes da fita metlica, uma delas

    fixada na luva de PVC inferior, dobrada de tal forma que fique um vo no final para que por dentro deslize

    a outra parte da fita, montada sobre a luva de unio de esgoto, que dever ter suas bordas cortadas para a

    diminuio da altura desta pea, sendo que esta fita metlica ter a forma de um L. Esta pea, deslizar

    para baixo, no momento do disparo atravs do acionamento do cabo, retornando e ficando em sua posio

    inicial pela presso exercida pela mola.

    O cabo de freio dever ser fixado na fita, passando por dentro da mola e por um orifcio feito

    em uma rolha que ficar na ponta, criando um apoio na parte inferior da fita. Este cabo ser ligado

    manopla de freio, que pode ser instalada em um dos canos na parte inferior da base, de maneira que, ao

    ser pressionada, ela faa com que a fita superior presa luva de unio de esgoto, faa um movimento

    para baixo, e ao soltarmos a manopla de freio, a fita retorne sua posio inicial.

    Utilizando as abraadeiras metlicas, fixaremos de 6 a 8 cintas para amarrao de fios na luva

    de unio superior. Deve-se procurar a exatido da posio pelo mtodo de tentativa e erro, apoiando-se

    a o bico de uma garrafa PET na ultima pea na parte superior da coluna de lanamento, sendo que as

    cintas devero estar colocadas de tal modo que encaixem-se perfeitamente na aba plstica em forma de

    anel existente logo abaixo do bico da garrafa, de maneira que esta seja segura. Sobre estas cintas, aps

    fixadas, deslizar a luva de unio de esgoto, de forma a impedir as cintas de movimentarem-se, e quando

    acionado o gatilho de disparo, com o deslizamento da luva de unio de esgoto para baixo, as cintas podem

    se mover, liberando assim o foguete.

    22

  • Figura 14: Cintas impedindo a liberao do foguete.

    Figura 15: Movimentao da fita metlica no mdulo de disparo.

    Por ltimo, prepara-se o tubo de lanamento, que introduzido no foguete. Utilizaremos o cano

    de PVC com parede reforada, com uma medida de aproximadamente 400 mm (tamanho este que depende

    do comprimento de garrafa utilizada para a construo do foguete). Em uma das pontas deve-se criar

    uma rosca, utilizando para isto a tarraxa, e aps o trmino da rosca, precisaremos criar um sulco neste

    cano, sem perfur-lo, para que neste sulco seja encaixado um anel de borracha para vedao, impedindo

    a perda de presso e vazamento de gua. O sulco necessita ser fundo o bastante para que o anel no saia

    dele ao introduzirmos o foguete no tubo, contudo necessrio que o anel fique justo no bico da garrafa,

    propiciando uma vedao perfeita.

    Figura 16: Tubo de lanamento com rosca e sulco e tubo de lanamento com o anel colocado.

    Feito isso, acoplamos o tubo no final da coluna, dando por encerrada a construo da base de

    lanamentos.

    23

  • Figura 17: Base de lanamentos.

    4.3.3 Mdulo de recuperao

    A utilizao do mdulo de recuperao opcional. Sua funo a de proporcionar uma aterris-

    sagem mais suave para o foguete, visando impedir ou diminuir possveis danos, atravs da utilizao de

    um paraquedas. O modelo aqui proposto, de funcionamento simples, liberando uma pequena trava de

    um sistema de ejeo do paraquedas, aps o foguete ter atingido seu ponto mximo, quando este comea

    seu trajeto de retorno ao solo. Alm dos materiais constantes no item 4.3, utilizaremos:

    Uma garrafa PET e o restante da garrafa utilizada na fabricao do foguete, da qual apenas foi

    retirado o cone (neste tutorial utilizaremos uma garrafa de dois litros, tendo em vista que, para um

    melhor acoplamento, seja utilizado o mesmo modelo de garrafa utilizado na fabricao do foguete)

    Fita adesiva do tipo silver tape

    Fita adesiva larga (45 mm)

    Clipes para papel

    Hastes de cotonetes

    Alfinete com fechador

    Gomas elsticas (daquelas utilizados para prender dinheiro)

    Primeiramente, faremos a marcao para o corte do cone, semelhante como foi feito para a

    confeco do foguete conforme a Fig. 18. No cone recortado, colocaremos duas metades de clips, uma

    prxima da base, e outra prxima do bico, em lados opostos. Podemos utilizar o prprio metal para

    fazer os furos, aquecendo-os um pouco, mantendo o cuidado para que estes tenham apenas o dimetro

    necessrio para a entrada do material, e posteriormente, fixamos estes clips pela parte interna, com o uso

    de fita adesiva do tipo silver tape, podendo-se antes aplicar um pouco de cola quente para uma melhor

    fixao. Nas abas metlicas que ficaram para fora do cone, colocaremos uma goma elstica inteira em

    cada conforme Fig. 19.

    24

  • Figura 18: Garrafa com marcao e cone j cortado.

    Figura 19: Cone com elsticos laterais fixados.

    Aps, faremos quatro furos ao redor da base do cone, de maneira que estes sejam equidistantes,

    por onde passaremos uma goma elstica cruzando-a por dentro conforme Fig. 20. Dentro deste cone

    ficar alojado o paraquedas do mdulo de recuperao, e este sistema de expulso feito com a goma

    elstica, ejetar o paraquedas no momento em que o mdulo se torna ativo.

    Figura 20: Cone com elstico para ejeo do paraquedas.

    Utilizaremos agora, a parte inferior que restou da construo do foguete PET. Nela sero feitas

    duas marcaes retangulares, sendo uma com 70 mm de comprimento por 30 mm de largura (inferior) e

    outra com 70 mm de comprimento por 55 mm de largura (superior), que sero recortadas conforme Fig.

    21.

    Nas extremidades destas abas, sero feitos pequenos cortes para que possam ser fixadas na lateral

    da parte inferior da garrafa PET, da qual foi apenas retirada o cone. Elas devero ser fixadas na mesma

    25

  • linha, a primeira (inferior) com uma distncia de 20 mm do final da garrafa, e a segunda com uma

    distncia de aproximadamente 75 mm da primeira, de forma que fiquem com a mobilidade semelhante a

    uma dobradia, com o uso pedaos de clips metlicos. Na aba superior, no final de sua extremidade, ser

    fixa uma haste de cotonete com aproximadamente 30 mm, de forma que esta ultrapasse a borda da aba

    em 15 mm. Na aba inferior, ser feito um furo com uma distncia de 15 mm do final desta, de maneira

    que a haste encaixe dentro deste orifcio. No centro da aba superior, faremos ainda um outro orifcio, no

    qual ser fixada uma haste de cotonete de 15 mm conforme Fig. 22. Para estas fixaes, utilizaremos

    cola quente e fita adesiva do tipo silver tape, caso necessrio.

    Figura 21: Marcao para corte e abas cortadas.

    Figura 22: Abas laterais montadas.

    No lado inverso onde foram colocadas as abas, instala-se uma presilha fixa com o uso de uma

    metade de clips metlico, fixado aos moldes dos anteriores. Esta pea sera utilizada para fixar a goma

    elstica presa ao cone na parte mais prxima do gargalo da garrafa. A goma elstica do lado contrrio,

    na parte mais baixa, ser engatado no pino que sai da aba superior na parte de baixo do mdulo de

    recuperao. O cone, dever ter a sua extremidade inferior recortada de modo que, ao ser sobreposto a

    parte inferior do mdulo, no fique justo, sendo apenas seguro pelas gomas elsticas. Na parte inferior da

    garrafa, a qual recebe o cone em seu topo, no centro deve-se fixar o alfinete com presilha na parte externa

    desta, sendo nele preso o fio do paraquedas. Ao serem colocados os elsticos em seus devidos lugares, o

    pino existente na aba superior encaixado no orifcio existente na aba inferior, conforme a Fig. 23.

    O sistema de recuperao ser encaixado sobre o corpo do foguete (devendo este estar sem o cone

    superior) e fixado com a utilizao de fita adesiva larga. Quando o foguete encontra-se em movimento

    vertical (subida), a aba inferior desce liberando a aba superior, porm esta mantm-se no lugar devido

    26

  • a fora de arrasto sofrida. Quando o foguete atinge seu ponto mximo, devido a desacelerao, com a

    diminuio da fora de arrasto, a fora exercida pelo elstico puxa aba superior para cima, neste instante

    o elstico depreende-se do pino que o segurava abrindo o cone, e o elstico em sua parte interna ejeta o

    paraquedas.

    Figura 23: Sistema de recuperao montado.

    Paraquedas

    Para montagem do paraquedas, alm do material do item 4.3, utilizaremos:

    Tecido de nylon 550 mm x 550 mm (semelhante ao tecido usado em guarda-chuva)

    Fita adesiva do tipo silver tape

    Furador de papel (do tipo que faz orifcios circulares)

    Fio encerado com aproximadamente 1 mm de dimetro

    A montagem do paraquedas se d de maneira muito simples, requerendo ateno especial apenas

    na dobragem do tecido para posterior corte e perfurao. Deve-se seguir o esquema de dobras especificado

    na Fig. 24.

    Aps a perfurao do tecido, em cada furo ser colocado um pedao do fio de 55 mm, dando-se a

    volta por dentro do orifcio e prendendo-se sua ponta no corpo do fio com o uso de fita adesiva tipo silver

    tape. Posteriormente, as oito pontas sero unidas e presas um fio de 45 mm, e este dever ser preso ao

    alfinete com presilha no mdulo de recuperao.

    27

  • Figura 24: Esquema para dobras do paraquedas.

    Figura 25: Paraquedas pronto e sistema de recuperao ativo.

    4.4 Lanamento

    Primeiramente deve-se planejar o local de lanamento, lembrando que devido as variveis en-

    volvidas, como vento por exemplo, no h como definir exatamente o local de aterrissagem do foguete.

    Portanto h de se escolher um local com amplo espao e com poucos obstculos.

    Com o local determinado para a colocao da base, adiciona-se gua ao foguete, de 20 30% do seu

    volume,1 ento encaixa-se o foguete no tubo de lanamento, prendendo seu gargalo adequadamente com

    as cintas de amarrao. Acopla-se a bomba de encher pneus na vlvula da base, iniciando a compresso

    de ar. Deve-se acompanhar constantemente a presso apresentada pelo manmetro, com o objetivo e

    verificar se h possveis vazamentos no sistema. No instante em que foi atingida a presso desejada, pare

    a compresso de ar, e acione o gatilho do mdulo de disparo2. Caso seja necessrio abortar o lanamento

    em qualquer instante, basta acionar o registro de esfera na base para a descompresso do sistema.

    1Foi verificado empiricamente pelos discentes que a utilizao desta quantidade de gua proporciona um melhor desem-

    penho do voo.2No devem ser efetuados lanamentos sem a presena de gua no interior do foguete, sob risco de exploso.

    28

  • Figura 26: Vlvula para descompresso do sistema.

    5 Roteiro de Experimentos Para Serem Realizados com Foguetes

    PET

    Nesta seo apresentamos propostas de experimentos que podem ser realizados com a utilizao

    da base de lanamentos e dos prottipos feitos com garrafas PET. Os dados coletados podem ser utilizados

    para o estudo do movimento oblquo, trajetria de projteis com arrasto e da frmula dos foguetes.

    5.1 Condies Para o Experimento

    Como em qualquer experimento, o cuidado com as condies para a execuo dos procedimentos

    experimentais devem receber especial ateno. No nosso caso, conforme ser detalhado nas prximas

    sees, devemos realizar uma srie de lanamentos repetidos, onde sero alteradas determinadas variveis

    e mantidas outras contantes, para que possamos coletar, tratar e analisar os dados produzidos. Para

    que estes dados possam ser significativos e para que a produo e propagao de erros seja minimizada,

    devemos procurar fazer com que os equipamentos e as condies do experimento sejam as mesmas ou o

    mais parecidas possveis.

    Desta forma, prefervel que medidas sejam sempre realizadas pelo mesmo indivduo, assim como

    determinados procedimentos, como a colocao de gua no foguete ou a colocao do foguete no tubo de

    lanamento e ainda o lanamento do mesmo. Em um cenrio ideal, deveria ser considerado a utilizao

    do mesmo prottipo para todos os lanamentos, contudo sabido que este pode vir a se danificar diante

    de vrios lanamentos. Assim, talvez seja prudente e necessrio que sejam fabricados alguns prottipos.

    Dessa maneira, imperativo que sejam observados alguns procedimentos para que estes foguetes possuam

    caractersticas mais semelhantes possveis. Por isso devemos atentar para detalhes como por exemplo,

    a mesma quantidade de fita adesiva, que deve tambm ser aplicada da mesma forma; mesmo tamanho,

    material e angulao das aletas; mesmo modelo e tamanho de garrafas PET, entre outros aspectos.

    Deve-se tambm selecionar um local plano e que sofra pouca influncia de vento. Devemos

    tambm estabelecer a altura inicial de lanamento seja a mesma altura final do local de aterrissagem

    validando assim as equaes utilizadas. Para isso pode-se colocar a base de lanamento, abaixo do nvel

    do solo, deixando o incio do tubo de lanamento (ponta onde se encontra o anel de vedao) o mais

    prximo possvel do nvel do solo.

    29

  • 5.2 Estudo do Lanamento Oblquo

    As equaes a serem consideradas para este caso no movimento horizontal so:

    ax = 0 (50)

    onde ax a acelerao no eixo x.

    vx = v0x (51)

    onde vx representa a velocidade no eixo x e v0x a velocidade inicial no eixo x.

    x = x0 + vxt (52)

    onde x a posio final no eixo x; x0 a posio inicial no eixo x e t o tempo.

    As equaes a serem consideradas para o estudo do lanamento oblquo no movimento vertical

    so:

    ay = g (53)

    onde ay a acelerao no eixo y.

    vy = v0y + ayt (54)

    onde vy representa a velocidade no eixo y e v0y a velocidade inicial no eixo y e t representa o tempo.

    y = y0 + v0yt+1

    2ayt

    2 (55)

    onde y a altura final; y0 a altura inicial.

    Os valores para x, y, t e sero medidos atravs de equipamentos durante a realizao dos

    lanamentos, e de posse destes dados, poderemos determinar o valor para v0.

    5.2.1 O Movimento Horizontal do Foguete (Eixo x)

    Experimento 1

    Para este experimento, nosso objetivo a obteno de dados para a plotagem de um grfico do

    alcance horizontal mximo, que chamaremos de R, em funo do quadrado do tempo total de voo, que

    chamaremos de T 2. Na horizontal sabemos que o movimento retilneo e uniforme (MRU), sendo assim

    a acelerao nula, o que faz a velocidade constante, conforme a equao que segue:

    vx = v0x = v0cos0 (56)

    30

  • onde v0 a velocidade inicial do projtil e 0 o ngulo inicial de lanamento.

    Desta forma, poderemos calcular a posio final do foguete PET no eixo x atravs da equao

    que segue:

    x = (v0cos0) t (57)

    Para facilitar os clculos, fixaremos a origem do sistema de coordenadas no incio do tubo de

    lanamento (onde se encontra o anel de vedao), desta maneira, a posio inicial x0 igual 0, e desta

    forma, a posio final x corresponder ao alcance total R alcanado pelo foguete. A contagem de tempo

    ser iniciada no exato momento que a trava que segura o foguete na base de lanamento for acionada, e

    desta forma, o tempo t ser o tempo total de voo T . Dessa maneira teremos:

    R = (v0cos0)T (58)

    A partir da Eq. 55, admitindo ay = g e t = T , obtemos a equao que segue abaixo:

    T = 2v0gsen0 (59)

    Isolando v0 na equao acima, chegamos :

    v0 =g

    2sen0T (60)

    Substituindo a Eq. 60 na Eq. 58, chegamos :

    R =g

    2cotg0T

    2 (61)

    Percebemos que esta equao possui a forma da equao da reta Y = aX + b, onde o coeficiente

    angular da reta a = g2cotg0 e o coeficiente linear b = 0, Y ser representado por R e X ser equivalente

    T 2. Obteremos esta reta atravs de um ajuste realizado pelo Mtodo dos Mnimos Quadrados (MMQ)

    [7] aplicado aos valores coletados em vrios lanamentos (quanto maior a quantidade de lanamentos

    realizados, teremos mais dados para a aplicao do MMQ e com isso procederemos um melhor ajuste,

    desta maneira vamos determinar que no mnimo sejam realizados 10 lanamentos).

    Para que obtenhamos o alcance horizontal mximo a cada lanamento, utilizaremos como ngulo

    inicial de lanamento 0 = 45o. Devemos tambm utilizar a mesma quantidade de gua no interior

    do foguete, que dever ser medida e sempre adicionado pelo mesmo indivduo, minimizando assim a

    propagao de erros. Os dados que coletaremos sero o tempo total de voo (com o uso de um cronmetro,

    por exemplo) e o alcance horizontal total (podendo para isso utilizar uma trena). O parmetro que dever

    ser variado a cada lanamento dever ser a presso adicionada ao sistema.

    31

  • Aps o ajuste de reta pelo Mtodo dos Mnimos Quadrados, podemos calcular o chi quadrado

    reduzido 2r [7] para que possamos identificar se o ajuste realizado aceitvel. Supondo que o valor obtido

    para o 2r 1 o ajuste pode ser considerado como bom, e o movimento do foguete na horizontal pode

    ser considerado como sendo um movimento retilneo uniforme, podendo afirmar tambm que o efeito do

    atrito no importante.

    Sabendo que o coeficiente angular da reta a igual g2cotg0 , podemos encontrar os valores

    para g e para 0 e compar-los aos valores encontrados na literatura, no caso de g, e valores medidos e

    utilizados no experimento, para o caso de 0. As comparaes sero feitas com os valores obtidos atravs

    das equaes que seguem:

    g =2a

    cotg0(62)

    0 = arctg( g2a

    )(63)

    Se houver a possibilidade, todos os lanamentos deveriam ser filmados, de modo panormico,

    fim de se permitir uma estimativa da altura mxima, do tempo de voo, e o tempo de expulso de

    gua do foguete, possibilitando, ento, uma comparao desses valores com aqueles obtidos por meio das

    equaes. Lembramos ainda que, deve-se sempre realizar os clculos considerando as incertezas que so

    inerentes aos instrumentos de medio, assim como tambm devemos propagar todas essas incertezas

    quando aplicamos as equaes descritas neste relatrio.

    Experimento 2

    Neste experimento, temos como objetivo a obteno de dados para a plotagem de um grfico do

    alcance horizontal mximo, que j denominamos como R, em funo do sen (20), onde 0 o ngulo

    inicial de lanamento do projtil. Podemos calcular o alcance horizontal mximo R atravs da equao

    que segue [4]:

    R =v20

    gsen (20) (64)

    Novamente chegamos uma equao tpica de uma reta, onde temos que Y = R e X = sen (20),

    assim teremos coeficiente angular da reta como sendo v2

    0

    ge o coeficiente linear da reta nulo. Obteremos

    esta reta atravs de um ajuste pela aplicao do MMQ [7] aos valores coletados aps a realizao de

    vrios lanamentos (no mnimo 10 lanamentos).

    Neste experimento, manteremos a presso P constante em todos os lanamentos. Todos os

    parmetros de configurao sempre devem ser anotados com a sua respectiva incerteza associada, inclusive

    aqueles que no so usados diretamente nas equaes. A cada lanamento, iremos variar o valor do ngulo

    de lanamento inicial 0, sendo sugerido que o ngulo inicial mximo 0max = 85o e o ngulo inicial mnimo

    0min = 15o. Coletar juntamente com os dados, o tempo total de voo T para cada lanamento.

    Aps o ajuste utilizando do MMQ, calculamos o 2red para verificarmos se ele prximo de um, e

    com isso teremos que o ajuste realizado condizente, lembrando que o coeficiente linear da reta ajustada

    deve estar prximo zero. Sabemos que o coeficiente angular da reta a encontrada representa:

    32

  • a =v20

    g(65)

    Isolando a velocidade inicial v0 nesta equao temos que:

    v0 =a.g (66)

    lembrando que esta varivel a representa o coeficiente angular da equao da reta que foi ajustada atravs

    do Mtodo dos Mnimos Quadrados.

    Podemos ento comparar os valores obtidos para a velocidade inicial deste experimento com

    os valores obtidos no experimento 1, e se eles forem compatveis, poderemos utilizar o valores para a

    velocidade inicial obtidos na experincia 1, que chamaremos de v01 , e juntamente com o coeficiente

    angular a obtido na experincia 2 que chamaremos de a2, calcular o valor para a acelerao da gravidade

    g, utilizando a equao abaixo, que foi obtida isolando a varivel g na Eq. 62, conforme segue:

    g =v201

    a2(67)

    Desta forma poderemos verificar se o resultado corrobora com o valor conhecido na literatura

    como sendo g = 9, 78m/s2[4].

    5.2.2 O Movimento Vertical do Foguete (Eixo y)

    Faremos algumas consideraes para o movimento vertical, conforme as equaes que seguem,

    onde temos que:

    v0y = v0sen0 (68)

    Como tomamos o cuidado para que o incio do tubo de lanamento da onde o foguete liberado

    estivesse no mesmo nvel que o local de aterrissagem do prottipo, podemos considerar que a altura inicial

    y0 nula. Desta maneira, a Eq. 54 e Eq. 55 podem ser escritas como:

    vy = (v0sen0) gt (69)

    y = (v0sen0) t1

    2gt2 (70)

    A teoria do lanamento oblquo garante que na metade do tempo total de voo T , o prottipo

    alcanar a altura mxima ymax. Chamaremos esse tempo levado pelo foguete para alcanar a altura

    mxima ymax de tempo tmax. Para confirmarmos a afirmao anterior, utilizaremos a Eq. 65, sabendo

    que quando o foguete alcana sua altura mxima, podemos dizer que ele pra no ar, apresentando

    y = ymax, velocidade vy = 0 e tempo t = tmax, e depois inicia sua trajetria de retorno ao solo. Desta

    forma, substituindo esses termos na Eq. 65 e isolando tmax, temos que:

    33

  • tmax =(v0sen0)

    g(71)

    No tempo t = T , o foguete estar de volta ao cho, e teremos assim y = y0 = 0. Fazendo estas

    substituies na Eq. 66, teremos e isolando T , teremos:

    T = 2(v0sen0)

    g(72)

    Comparando a Eq. 67com a Eq. 68, teremos que:

    tmax =T

    2(73)

    Ao substituirmos o valor obtido para tmax na Eq. 66, sabendo que y = ymax representa a altura

    mxima que chamaremos de H , obteremos:

    H = (v0sen0)

    (T

    2

    ) 1

    2g

    (T

    2

    )2(74)

    Percebe-se que esta uma equao do segundo grau, e nos permite que sejam efetuados dois tipos

    de experimentos.

    Experimento 3

    Neste experimento determinaremos a altura H em funo da velocidade v0. Para isso aproveita-

    remos os dados coletados no experimento 1 e 2 da seo 5.2.1. Escolha um nico lanamento daqueles

    que foram realizados na experincia 1, sendo que j ser conhecido um conjunto de dados referente este

    evento, como ngulo inicial de lanamento 0 que foi fixado, tempo total de voo T que foi medido e a

    velocidade inicial v0 foi calculado. Podemos substituir estes valores nas variveis correspondentes

    da Eq. 70, encontrando assim valor para H , lembrando que devemos tambm propagar as incertezas

    associadas aos clculos.

    Faremos o mesmo processo utilizando um lanamento da experincia 2, onde possumos tambm

    os valores necessrios para o clculo da altura H atravs da Eq. 70. Posteriormente, podemos comparar

    os resultados obtidos para ver se estes so semelhantes.

    Experimento 4

    Caso tenham sido produzidos vdeos com a qualidade necessria para a estimao da altura H de

    forma visual (utilizando recursos computacionais, por exemplo), pode-se determinar a velocidade inicial

    v0 em funo da altura H . Para isso devemos escolher um dos lanamentos realizados na experincia 1

    e um dos lanamentos realizados na experincia 2, e determinar a altura H nos lanamentos conforme

    exposto.

    34

  • Assim, possuindo os dados da variveis da Eq. 74, e isolando v0 nesta equao, poderemos

    calcular o valor da velocidade inicial v0 para os lanamentos em questo com o uso da equao que segue

    abaixo, e compar-los, para verificar se houve consistncia nos resultados:

    v0 =1

    sen0

    (2H

    T+gT

    4

    )(75)

    6 Coleta e Tratamento dos Dados

    6.1 O Movimento Horizontal do Foguete

    6.1.1 Experimento 1

    Seguindo as condies dos lanamentos apresentados no item 5.1 deste relatrio, demos incio

    ao primeiro experimento relacionado ao movimento do foguete PET na horizontal. Como local para a

    realizao do experimento, escolhemos um campo de futebol que fica localizado ao lado do Aeroporto

    Embaixador Walther Moreira Salles, na cidade de Poos de Caldas, local este que oferece as condies

    necessrias. O experimento foi realizado em um dia de sol, com pouco vento, durante o perodo matutino.

    Foram realizados dez lanamentos mantendo-se constante o ngulo inicial3 0 = 450, os quais forneceram

    os dados expressos na tabela abaixo4:

    Tabela 1: Dados coletados durante os lanamentos do experimento 1.

    A partir dos dados coletados nos lanamentos, foi confeccionado um grfico do alcance horizontal

    R em funo do tempo total de voo ao quadrado T 2, que segue:

    Figura 27: Grfico obtido a partir dos dados coletados.

    3Medido com o auxlio de um transferidor.4Para a medio do tempo de voo foi utilizado um cronmetro.

    35

  • Afim de obter a melhor reta que se ajuste aos pontos foi utilizado o Mtodo dos Mnimos Qua-

    drados [7]. A equao encontrada que representa esta reta, segue abaixo:

    Y = 0, 43X + 65, 87 (76)

    Tambm foi aplicado o teste do 2red [7], a fim de se verificar se o ajuste realizado era bom, tendo

    sido obtido o valor como sendo 2red = 8, 96. Sabe-se que para que o ajuste da reta aos pontos seja

    considerado bom, o valor encontrado deveria ser 2red 1, e podemos perceber que o valor obtido no se

    encontra to prximo do valor esperado. O ocorrido pode ser atribudo m estimativa das incertezas,

    efeito do atrito sobre o prottipo ser relevante ou quantidade de dados coletados insuficientes.

    Temos que o coeficiente angular a = 0, 43m/s2 e assim utilizando a Eq. 62 e a Eq. 63 obtivemos

    como valores empricos g = 0, 86m/s2 e 0 = 85o. Percebemos que os valores obtidos no esto prximos

    ao valores reais, e tais resultados significam que o modelo adotado no correto, ou seja, o atrito sofrido

    pelo prottipo muito relevante para ser desprezado.

    6.1.2 Experimento 2

    Neste experimento, tambm estava programada a realizao de dez lanamentos respeitando as

    condies expostas na seo 5.1. Contudo, como para este experimento o fator a ser variado deveria ser o

    ngulo inicial de lanamento 0, devido s dificuldades encontradas para que fosse possvel a configurao

    dos parmetros da base de lanamento e do controle da preciso dos ajustes, verificou-se no ser possvel

    a realizao deste experimento. O tratamento destes dados possibilitaria a comparao da velocidade

    inicial do projtil v0 obtida nos experimentos 1 e 2.

    Aplicando a Eq. 60 poderemos encontrar o valor da velocidade inicial v0 para cada lanamento da

    Tab. 01, e considerando a propagao das incertezas envolvidas nos clculos e utilizando g = 9, 78m/s2

    e 0 = 45o, chegamos aos valores constantes na tabela abaixo:

    Tabela 2: Velocidades iniciais calculadas para cada lanamento.

    6.2 O Movimento Vertical do Foguete

    6.2.1 Experimento 3

    Utilizando o valor obtido no experimento 1 do item 6.1.1 para a velocidade inicial v0, podemos

    calcular a altura mxima H para cada um dos lanamentos em funo do tempo total de voo T , utilizando

    36

  • para isso a Eq. 74, chegando aos valores que se encontram expressos na tabela que segue:

    Tabela 3: Valor para a altura mxima do foguete H calculada em funo do tempo total de voo T .

    Verificamos que os valores calculados para a altura mxima H so bem condizentes com a altura

    que verificada durante os lanamentos, sugerindo que a estimativa da velocidade inicial v0 do foguete

    PET representativa. Verificamos, contudo, que se tal afirmativa procedente, podemos aplicar o valor

    obtido para a velocidade inicial v0 na Eq. 58, obtendo valores aproximados para o alcance horizontal

    do foguete PET de 100 metros. Percebemos que este valor se difere dos valores obtidos empiricamente,

    que ficaram em torno de 80 metros, confirmando mais uma vez que, para os lanamentos dos prottipos

    confeccionados com garrafa PET, o arrasto deve ser levado em considerao, conforme podemos ver na

    figura que segue [8]:

    Figura 28: Trajetrias calculadas de uma partcula levando em conta a resistncia do ar para vriosvalores de k (em unidades de s1). Esses valores foram calculados para ngulo inicial de lanamento0 = 60

    o e velocidade inicial v0 = 600m/s [8].

    Na figura vemos que, para um valor de k = 0, 02 s1, temos uma reduo no alcance mximo de

    aproximadamente 40% quando comparamos o alcance mximo desconsiderando a resistncia do ar, ou

    37

  • seja, com o k = 0. Percebemos ento que, para os valores de alcance mximo calculados no experimento,

    consistente supormos que k = 0, 02 s1. Para testar a hiptese da figura, confirmando que o arrasto

    deve ser levado em considerao, devemos primeiramente admitir o valor da resistncia do ar como sendo

    k = 0, 005 s1. Em seguida utilizaremos a equao para o tempo total de voo T [8] que segue abaixo:

    T = 2v0g

    (1 kv0

    3g

    )(77)

    para recalcular a velocidade inicial v0, qual utilizaremos para o primeiro tempo total de voo coletado

    T . Para isso, deveremos isolar a varivel que representa a velocidade inicial v0 na equao acima, ento

    obtendo:

    v0 =1

    sen0

    (3g

    2k

    )[1

    1

    (2

    3kT

    )](78)

    O clculo da altura mxima H alcanada pelo foguete no lanamento oblquo, foi obtida atravs

    da equao abaixo [8]:

    H = gtmaxk

    +kv0 + g

    k2(1 ektmax) (79)

    onde v0 utilizado na equao acima, foi obtido no item 6.1.1 deste relatrio. Os valores obtidos para a

    velocidade inicial v0 com o uso da Eq. 78 e para a altura mxima H com o uso da Eq. 79, esto na Tab.

    4.

    Os valores obtidos para as alturas mximas H so compatveis com os obtidos no item 6.2.1,

    constantes na Tab. 3. Se dispusssemos de um equipamento apropriado para a verificao da altura

    mxima que atingida pelo prottipo de forma emprica, poderamos analisar de melhor forma se os

    valores obtidos so prximos do observado, e dessa forma verificaramos se os valores obtidos para a

    velocidade inicial podem ser considerados prximos do correto.

    Tabela 4: Valores obtidos para a velocidade inicial v0 e alcance mximo H .

    Conclumos do estudo com o coeficiente k = 0, 02s1, que ao levar em conta o arrasto, podemos

    explicar de maneira consistente o movimento do foguete. O atrito com o ar um fator decisivo no

    movimento do projtil.

    38

  • 7 Projeto de Extenso

    Diante da dedicao e comprometimento dos discentes para com o projeto, e visto que esse apre-

    sentava resultados extremamente significativos, foi-nos sugerido pelo orientador que transformssemos

    este em um projeto de extenso. Aps a sugesto do docente, notamos que nosso interesse pelas dis-

    ciplinas envolvidas no tema havia aumentado, dado que o aprendizado ocorria de maneira prazerosa e

    divertida. Dessa maneira, foi verificado que o projeto poderia ser utilizado como uma excelente ferramenta

    pedaggica.

    Com a mesma motivao que havia resultado em uma proposta para formulao de um projeto de

    extenso, recebemos o convite para a participao na Semana Nacional de Cincia e Tecnologia, realizada

    de 15 a 21 de outubro de 2012 no shopping Poos de Caldas, mesmo ainda antes da aprovao do projeto

    como extensionista. A participao foi uma oportunidade para testar a reao da comunidade acadmica

    e pblico em geral acerca do projeto, tendo este sido recebido com grande entusiasmo por ambas as

    partes, tornando evidente o interesse, principalmente de alunos de nvel fundamental e mdio, sobre a

    possibilidade da aplicao prtica de fundamentos fsicos aprendidos em aulas tericas. Foram realizadas

    sees de lanamentos de foguetes em diversos horrios e com a participao de estudantes do ensino

    fundamental e mdio de Poos de Caldas, conforme fotos abaixo:

    Figura 29: Imagens obtidas durante a preparao de um lanamento e estande utilizado na SemanaNacional de Cincia e Tecnologia 2012.

    Em novembro de 2012, recebemos como resposta do Coordenador de Extenso do Campus, o

    Prof Dr. Cassius Anderson Miquele de Melo, que no s nosso pedido para o projeto de extenso havia

    sido aprovado, como fora o primeiro da Universidade conseguir tal aprovao para dois anos.

    Em fevereiro do corrente ano, os integrantes do grupo obtiveram a oportunidade de participar

    da 17 Escola de Dinmica Orbital e Planetologia realizada na Faculdade de Engenharia da Unesp de

    Guaratinguet, tendo sido esta uma oportunidade mpar para o aprofundamento dos conhecimentos na

    rea.

    39

  • Figura 30: Integrantes do projeto em frente entrada da Faculdade de Engenharia da Unesp de Guara-tinguet - SP.

    Com o apoio da pr-reitoria de extenso conquistamos o direito de possuir o drupal, um domnio

    no site da universidade, que nos ajudar na divulgao do projeto, agendamento de visitas s escolas

    interessadas e uma maior interao com a sociedade acadmica e no acadmica. O site () representou mais uma grande conquista para o nosso projeto, e a possibilidade de

    que este seja divulgado de maneira mais ampla, possibilitando tambm que este se torne uma ferramenta

    de consulta para alunos de qualquer localidade que se interessem pelo tema.

    Confeccionamos um panfleto utilizado para a divulgao nas escolas acerca do carter extensi-

    onista do nosso projeto, para a divulgao e conhecimento daqueles que fazem parte da rede de ensino

    fundamental e de ensino mdio de Poos de Caldas.

    Figura 31: Panfleto confeccionado para divulgao do projeto em escolas.

    Realizamos uma apresentao do projeto na Escola Estadual Prof Arlindo Pereira Polivalente,

    para cerca de 130 alunos do primeiro ano do ensino mdio e outros 120 alunos do terceiro ano do

    ensino mdio. As atividades transcorreram de maneira extremamente satisfatria, sendo que inicialmente

    foi realizada uma apresentao com os fundamentos tericos aplicados ao lanamento de foguetes, e

    posteriormente foram efetuados diversos lanamentos dos prottipos por ns fabricados.

    Estas atividades foram recebidas com entusiasmo, tanto pelos alunos, que puderam perceber a

    proximidade dos fenmenos fsicos em atividades que podem ser reproduzidas atravs de experimentos

    simples, como pelos docentes, que elogiaram a proposta e acharam a didtica da apresentao muito

    interessante. Alguns momentos deste dia foram registrados, conforme as imagens que seguem abaixo:

    40

  • Figura 32: Imagens obtidas durante a apresentao do projeto de extenso na Escola Estadual ProfArlindo Pereira Polivalente.

    Em outubro de 2013 fomos novamente convidados para realizar uma apresentao na Semana

    Nacional de Cincia e Tecnologia no Shopping Poos de Caldas. O evento confirmou todas as expectativas

    do grupo e dos organizadores e foi recebido de forma animadora por aproximadamente 100 pessoas entre

    alunos e professores que visitavam o evento. Foram realizadas explicaes sobre os fenmenos fsicos que

    regem os movimentos dos foguetes e lanamentos em diferentes horrios com a participao de estudantes

    do ensino fundamental e mdio, e o projeto foi mencionado com destaque em uma reportagem da emissora

    de televiso local, conforme imagens que seguem:

    Figura 33: Imagens retiradas da reportagem exibida por uma emissora de televiso local.

    Em 22 de novembro de 2013 realizamos uma apresentao na Escola Municipal Raphael Sanches,

    localizada na zona rural de Poos de Caldas, para cerca de 80 alunos do ensino fundamental. Os conceitos

    foram introduzidos atravs de uma apresentao e depois foram realizados lanamentos. As imagens

    abaixo retratam alguns momentos desse dia.

    41

  • Figura 34: Integrantes do projeto durante apresentao realizada na Escola Municipal Raphael Sanches.

    8 Concluso

    A construo da base se deu de maneira bastante satisfatria, visto que esta no apresentou

    nenhum tipo de vazamento ou perda de presso, podendo ser utilizada nas apresentaes em escolas e

    tambm para lanamento de diversos prottipos. Ainda assim, percebemos que quando necessitamos de

    uma maior preciso quanto configurao dos parmetros aplicados ao lanamento, como por exemplo,

    determinao de forma precisa do ngulo inicial de lanamento e baixos valores de presso, a base no era

    adequada, necessitando de modificaes estruturais, que no puderam ser realizadas por falta de recursos

    financeiros.

    Quanto aos prottipos confeccionados, verificamos que o deslocamento do centro de massa do

    prottipo tornando a ponta um pouco mais pesada, aliado colocao de aletas de forma que estas

    proporcionassem um movimento de rotao ao foguete, adiciona uma quantidade significativa de preciso

    direo do prottipo, tornando-o menos suscetvel ao do vento.

    Obtivemos xito tambm na produo de um tutorial para a construo de foguetes a partir de

    garrafas PET, mdulo de recuperao com paraquedas e base para lanamentos, sendo que este material

    ser objeto de estudos continuados com o objetivo da publicao de um artigo que contemple um manual

    para uso de estudantes.

    Os dados coletados foram insuficientes para a obteno de todos os resultados esperados, por

    conta dos problemas relacionados base de lanamentos que foram acima explicitados. A falta de

    determinados equipamentos, tambm no nos possibilitou a comparao dos resultados obtidos atravs

    da manipulao dos dados coletados com valores obtidos empiricamente, mas, ainda assim, devemos

    considerar os resultados obtidos como significantes, pois eles comprovam que um modelo onde se despreza

    o atrito sofrido pelo projtil no vlido. Dessa maneira, todos os dados coletados e resultados obtidos

    esto presentes neste trabalho, por considerarmos importante este tipo de transparncia em um estudo

    cientfico e para que este possa servir como referncia para estudos futuros.

    Apesar desta ser a ltima unidade curricular de Projeto Multidisciplinar, a pesquisa sobre o

    tema no ser encerrada. Nosso projeto foi contemplado com um financiamento oferecido pelo Ministrio

    da Educao e Cultura, e esperamos receber nos prximos meses diversos materiais, como por exemplo

    42

  • altmetros, aparelhos gps, microcmeras, cmera profissional para gravao de vdeo, equipamentos de

    informtica (hardware e software) para a modelagem e tratamento de dados, equipamento para a cons-

    truo de novas bases, etc., sendo assim possvel o desenvolvimento de uma base que possibilite a coleta

    de dados significativos e confiveis. Desta maneira, j foi verificada junto ao orientador do projeto a

    possibilidade da continuidade dos estudos e a apresentao dos dados obtidos atravs da publicao de

    um artigo respeito do efeito da fora de arrasto sobre o foguete pet.

    vlido citar tambm, que o carter extensionista do projeto permanece. Desta forma as apre-

    sentaes em escolas da rede de ensino da cidade, assim como tambm a participao em eventos como

    a Semana Nacional de Cincia e Tecnologia, continuaro a ser realizadas periodicamente. O que motiva

    os discentes para que isso ocorra a experincia obtida com as visitas anteriores, onde percebemos o

    quo gratificante a sensao de estar levando conhecimento de uma maneira diferente aos alunos e

    espectadores, que nos recebem sempre com muito entusiasmo e ateno.

    Desta forma, encerramos este trabalho destacando o quanto este foi importante para os discentes.

    Atravs das unidades curriculares de Projeto Multidisciplinar cursadas ao longo do Bacharelado Inter-

    disciplinar em Cincia e Tecnologia, pudemos aprender e compreender brevemente os princpios tericos

    que englobam a pesquisa e desenvolvimento, e tambm coloc-los em prtica. Mais importante que os

    resultados obtidos, foi o prazer que nos foi proporcionado pela atividade acadmica, e as experincias

    adquiridas com a realizao desta.

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  • Referncias

    [1] YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. SEARS E ZEMANSKY. Fsica I Mecnica. 10

    Edio. So Paulo: Addison Wesley, 2003.

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    . Acessado em: 28 out. 2011.

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    2013. 17 p. Notas de Aula.

    [4] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Fsica, Volume I:

    Mecnica. 8 Edio. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

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    Foguete de Garrafa PET. Trabalho de Concluso de Curso Universidade Catlica de Braslia,

    Braslia DF, 2008.

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