o estresse em crian

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o ESTRESSE EM CRIAN<;AS DA 1· SERlE DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA COMPARA<;Ao ENTRE ALUNOS DE UMA ESCOLA PUBLICA E UMA PRIVADA Curitiba 2005

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Page 1: o ESTRESSE EM CRIAN

o ESTRESSE EM CRIAN<;AS DA 1· SERlE DO ENSINO

FUNDAMENTAL: UMA COMPARA<;Ao ENTRE ALUNOS DE UMA

ESCOLA PUBLICA E UMA PRIVADA

Curitiba2005

Page 2: o ESTRESSE EM CRIAN

Cristiane de Fatima Xavier da Silva

o ESTRESSE EM CRIAN<;AS DA 1" SERlE DO ENSINO

FUNDAMENTAL: UMA COMPARAt;:AO ENTRE ALUNOS DE UMA

ESCOLA PUBLICA E UMA PRIVADA

Monografia apresentada como requisito parcialpara a obtenty:io do titulo de Pedagogia do Cursode Pedagooia, da Faculdade de Ci8nciasHumanas, Letras e Aries. da Universidade Tuiulido Parana.

Orientador: Prof· Carlos Alves Rocha

Page 3: o ESTRESSE EM CRIAN

·~ Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRASEARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: CRISTIANE DE FATIMA XAVIER DA SILVA

TfTULO: 0 estresse em crianr:as da ,. serie do ensino fundamental:uma comparar:ao entre alunos de uma escola publica e uma privada

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIALPARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGlA, DO CURSO DEPEDAGOGlA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DAUNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

MEMBROSDA COMISSAO AVALIADORA:

\JY2"v$';PROF(a). CARLOS·ALVESROCHAORIENTADOR(A)

~l'i!-(.'\ "-'-IcC, IL·,PROF(a). MARCIA MEDEiROs MACHADOMEMBRO DA BANCA

PROF(a) MARISTELA HEIDEMANN IAROZINSKIMEMBRO DA BANCA

DATA: 09/12/2005

. g 3MEDIA: -' _

CURITIBA - PARANA2005

Page 4: o ESTRESSE EM CRIAN

AGRADECIMENTOS

Agradec;:o a Deus que possibilitou-me iniciar e concluir

rnais uma importante etapa da minha vida sem desmerecer

outras ja conquistadas, ao meu esposo Airton que foi 0 motive

para que eu desse 0 primeiro passo, 0 segundo e

consecutivamente pudesse aos poucos firmar novas

conquistas, ao meu filho que t~o pequeno foi especial mente

compreensivo, a minha mae que sempre me mativou a lutar

com integridade, a CQordenadora e todos as professores do

curSQ de Pedagogia.

Page 5: o ESTRESSE EM CRIAN

SUMARIO

1 INTRODUr;:iio ....06

2 PRESSUPOSTOS EDUCACIONAIS 08

3 ASPECTOS PSICOPEDAGOGICOS . 16

3.1 PSICOPEDAGOGIA: BREVE HISTORICO ..

3.2 COMPORTAMENTO DA CRIANCA

3.3 MATURIDADE ESCOLAR..

. 16

...........18......... .21

. 25

. .25

4 ESTRESSE INFANTIL ...

4.1 CAUSAS ...

4.2 SINTOMAS ..

4.3 CONSEOUENCIAS ..

. 29

. 30

5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .

5.1 INSTRUMENTOS DE PESOUISA. ..

6 APRESENTAr;:iiO E ANALISE DOS RESULTADOS ..

. 33

6.1 PESOUISA COM PROFESSORES ..

6.2 PESOUISA COM ALUNOS ..

7 CONSIDERAr;:OES FINAlS ....

. 34

. 35

. 35

....... .43

. 50

REFERENCIAS ..

ANEXO 1.................. ...

..... 52

............................................ 54

ANEXO 2 ... . ~

Page 6: o ESTRESSE EM CRIAN

RESUMO

o presente trabalho e fruto de estudos bibliograficos e pesquisa de campo sobre 0

estresse em crianc;as da 1il serie do ensina fundamental. Apresenta algunspressupostos educacionais e psicopedagogicos que embasam a pesquisa,passando a comentar sabre as causas e os sintomas e consequencias do estresseinfantil, fundamentando em autores que daD a sustentaC;90 para 0 trabalho. Apesquisa de campo foi realizada em duas escolas: uma publica estadual e oLitraprivada e apresenta um paralelo sabre passive is fccos do estresse para despertaruma reflexao na pratica educacional, no sentido de contribuir para uma viseo darealidade.

Palavras-chave: estresse infantil, pratica educacional e reflexao.

Page 7: o ESTRESSE EM CRIAN

6

1 INTRODUC;A.O

A abordagem deste trabalho e bastante pertinente nos tempos atuais, pois

apresenta urn estudo sabre 0 estresse em crianc;as da 19 serie do ensina

fundamental.

A motivac;.ao que levau esta pesquisa esta vinculada ao fata da pesquisadora

desse trabalho, em suas atividades docentes, perceber que algumas crianc;.as

apresentavam comportamentos que, aD conversar com slas e verificar seus ge5t05

e atitudes, havia alguns aspectos que demonstravam ex.cesso de atividades que

elas eram levadas a cumprir DU masma algumas car~ncias, como ausenda au pauca

atencyao dos pais, au Olltras necessidades afetivas que alas demonstravam.

E prudente analisar 0 estresse infantil sob diferentes aspectos, pois 0 assunto

pareee comum no dia a dia, no entanto e delicado e requer aten~o. Inicialmente e

preciso entender sobre algumas de suas causas, para que se possa intervir de forma

fundamentada e articulada com a realidade escolar.

Portanto 0 problema que desencadeou este estudo foi 0 de identificar

possiveis sintomas que indiquem estresse infantil, bern como motivar uma reflexao

pedag6gica e um posicionamento que venha contribuir para lima visao mais segura,

relacionada com a teori8 e a pratica E, especialmente, refletir sobre

comportamentos como: desatenc;:ao, inquietude, isolamento, violencia, irritabilidade,

que alguns alunos apresentam em sala de aula e que podem estar relacionado ao

estresse

Como objetiva, propoe-se analisar as conceitos de educayao e estresse

infantil presente em referEmcias bibliograficas e, posteriormente tambem, verificar

qual e 0 conceito que os professores tern sobre 0 masmo assunto, tambem fazer urn

para lela entre 0 que ocorre com alunos de uma escola Pllblica e de uma escola

particular do ensina fundamental de Curitiba.

o capitulo 2 (dais) traz lima pesquisa sabre alguns conceitas de educayao,

destacando os diferentes aspectos. No capitulo 3 (tres) serao abordados alguns

aspectos psicopedag6gicos, mostrando alguns pontos mais pertinentes ao assunto,

visando em especial 0 comportamenta da crianga e sua prontidao para 0

aprendizado escolar. 0 capitulo 4 (quatro) traz como pesquisa a estresse infantil,

Page 8: o ESTRESSE EM CRIAN

7

apresentando algumas causas, sintomas e conseqClencias pel a visao da

psicopedagogia. No capitulo 5 (cinco) ha a procedimento metodol6gico, tendo 0

capitulo seguinte a apresentayao e analise dos resultados, concluindo com 0

capitulo 7 (sete) as considera<;Oes finais.

Saseou-se numa pesquisa bibliogn3fica sabre 0 assunto e uma pesquisa de

campo que envolveu professores (cinco) e alunos (vinte e sete)

Page 9: o ESTRESSE EM CRIAN

8

2 PRESSUPOSTOS EDUCACIONAIS

Para 0 desenvolvimento deste trabalho, torna-S8 necessaria estabelecer

alguns conceitos que 0 fundamentam, dentre eles aquale que e a base do estudo: 0

que e a educa~o. Muitos autores tern demonstrado em sells trabalhos esse

conceito, porem de formas e opinioes diversas.

Atraves de pesquisas bibliograficas para fundamentar teoricamente 0

trabalho, loi encontrado, Durkheim citado por Gadotti, que diz 0 seguinte:

A edLlca~O e a 8c;aO exercida pelas gerayaes adultas sabre as gera¢esque n~o se encontram ainda preparodas para a vida social; tern por objetosuscitar e desenvolver nn crian~, certo numera de estados li5ioos,intelectuais e morais, reclamados pela sociedade politica no seu conjunto epelo meio especial CIque a crillnc.a, particularmente, se destine. (Durkheim,apud GADOTTI. 2002. p. 115).

Nesta cita~o pode-se verificar a grande influencia exercida pelo adulto. Nao

se pode ignorar a forma em que tudo e transmitido, desde urn simples sentar-se amesa, ate urn peda~ de papel que e jogado na rua, enquanto existem varios cestas

de lixo e em meio a tantas campanhas - inclusive dentro da escola - de se jagar 0

lixo no lixo. Tais ge5t05 que parecem tao simples e nao influenciiweis, merecem

maior atenyao quando forem praticados, pais naG S8 trata apenas de urna questao

de exemplo, mais tambem de conscientiza\080 local e mundial. Ao se passar algo

verbal mente a urna crianga, nao S8 deve esquecer de praticar 0 que foi dito, pais

desta forma 0 que foi aprendido nao sa Irata apenas de algo passageiro e sim de

algo que tern valor para a crianya, bern como 0 que, e quem esta em volta dela.

Hoje, tude parace acelerada e par esse motive muitos valores sao passados

de forma artificial como m3a se tivesse import~ncia, no entante as crianc;as sao alvos

bem faceis desta injustiga, pois em alguns casos Ihes laltam atent;6es morais,

intelectuais e fisicas a que sao destinadas.

E preciso que todos se conscientizem que a educac;ao e algo construido em

conjunto e para 0 bem e desenvolvimenta de todas. Vygotsky diz que: MA educac;ao

nao apenas influi sobre uns OU outros processos do desenvolvimento, como tambem

Page 10: o ESTRESSE EM CRIAN

9

reestrutura, da maneira mais essencial, lodas as func;6es da conduta" (Vygotsky,

apud BAQUERO, 1987, p. 187).

Dessa forma, a educac;ao ocorre em conjunto. Nao sa pode esperar que 56 a

escola 0 fac;a, - como tern muitos pais que esperam, au pensam que tudo S8 resolve

atraves de uma melhor politica. Situac;6es como estas deveriam estar bem

articuladas para a obten~o de bons resultados. ° que se nota e urn total abandono

que alguns pais deram aos seus filhos. par motivDs diversos. Assim, esquecem que

ao assumir responsabilidades deveriam desempenha-Ias. Uma dessas

responsabilidades inclui participar continua mente do desenvolvimento e

aprendizagem dos filhos. A crianc;a, par sua vez, S8 sente tolalmente abandonada.

Ora esta na escola, ora com parentes, em Qutras cumprindo tarefas e, em poucas

horas livres, levando broncas ou desenvolvendo atividades extracurriculares como

aulas de judo, piano, ingles e outros. Que individuo estamos estrulurando para 0

seculo XXI? Segundo Pia get,

o proceS50 dinAmico que investiga ° desenvolvimenlo cognitiv~ da crian~desde ° nascimento ate a adolesc6ncia, sup6e uma estrulura concebidacomo uma tolalidade em equilibria. A medida que a innuimcia do meio alternesse equilibrio, a intelig~ncia, que excrce run~o adaptativa par f"xcel~nciBreslabelece a auto~regulaylio. (Piaget. apud ARANHA. 1996. p. 184).

o que se tornou normal, talv8Z nas ultimas decadas, pelo menos em grandes

capitais, eo fato de que Mnao S8 tern tempo para nada~ - como S8 isso fosse justificar

certas falhas ocorridas - talvez seja necessaria uma possivel reflexao pertinente ao

assunto; repensar no equilibrio, no trabalho em equipe, na sociedade, na cultura, no

proximo, no desenvolvimento; em nos.

Talvez fosse necessarias varias reflexoes em rela~a aos nossos deveres e

obrigac;6es, pais, usamos quase sempre como desculpas 0 nosso tempo, que esla

destinada a filas bancarias, hiper-mercados, shoppings, congestionamentos de

transito, novel as, espera para poder acessar sites, entre tantos outros. Oessa forma,

torna-se quase que impassivel preocuparmos conosco, quanto menos com 0

proximo, menes ainda onde vivemes e como vivemos.

Esta preocupa~o implicaria em averiguar total desigualdade 8 diferen<;as

sociais 0 qual seria uma das principais importancias para 0 desenvolvimento de uma

sociedade.

Page 11: o ESTRESSE EM CRIAN

10

Urn assunto que parece saturado, no entanto, continua a existir e

consecutivamente a dividir, a falta de unioao au a unioao de poucos para a explorayao

de muitos. Ao se acraditar qua ni!o e possivel mudar asta realidade - que ao longo

dos anos vern S8 arrastando e gerando desigualdades - aumenta a distanda e as

diferenyas, pOis quanta menes pessoas lutarem palos seus direitos, menes chances

teraD de tomar urna sociedade mais igualitaria.

Hoje 0 que sa prega e "lute palos saus direitos', no entanto esta Irase asta um

pouco confusa para alguns, ternandO-s8 motivo para brigas e discuss6es e ern

especial divis6es quando, no entanto, deveria despertar interesses para informac;6es

sobre as direitos humanos e consecutivamente transmiti-Ia de forma que venha

auxiliar a seu pr6ximo e assim agir em conjunto.

Infelizmente esta reflexao nos da a clareza de que estamos lutando por

interesses pr6prios ao inves de interesses mutuos. Pensava-se ha pouco tempo

atras em 0 que se deixar para 0 futuro, hoje a grande preocupayao gira em torno da

obten~o de bens, independente se esta trara algum mal a natureza ou a seu

semelhante. 0 qua sa faz necessaria dentre outros fatores, e pensar a escola como

urn meio de mudan~s de paradigrnas, conceitos, cultura, etnia, etc, para que se

torne possivel urna educa~o a todos os individuos independente de sua dasse,

religiao ou rac;a.

Quando se pensa educac;ao, pode-s8 pansar a memoria de urn povo, a escola

laz parte de um mundo que refiete principalmente as desigualdades. Em escolas

publicas, on de a maioria das familias tem baixa renda, as problemas sao quasa os

mesmos: alunos com fracas so escolar sendo considerados incompetentes,

pregui~osos.

Alguns prolessores percabem cartas dificuldadas, como: desnutril'ilo,

crian~s af1itas, distantes, agitadas e ate com marcas corporais deixadas palos

responsiweis, porem, para eles omitir-se e a melhor opyao, pais varias crianyas

encontram-se em total dependencia da escola e em especial da professora, que ao

buscar ajuda a crian9B, pode encontrar a recusa imediata dos respons8veis,

alegando qualquer situac;ao constrangedora e em muitos casas demonstrarn total

desafeto. E 0 que ocorre tambem quando os professores percebem crianyas

estressadas e que expressam de uma forma au de outra suas causas, cnde diversas

vezes deparam-se com atividades e responsabilidades em demasia. A professora ao

recorrer ao auxilio escolar, depara-se com arientac;6es absurdas e em muitos casas

Page 12: o ESTRESSE EM CRIAN

11

qualquer problema e atribuido a diferen98 de ciasse social. Aranha adverte em seu

livro Historia da Educa<;ao:

o fenOmeno educacional nAo pcxje ser definido como neutro, uma vez quese encontra intrinsecamente ligado aos problemas econOmicos, politicos esocials do seu tempo. A escota nAD e uma ithe, mas riZ parte do mundo, e.nesse sentido reflele as disparidades e as lutas sociais. tgnorar esse fato ~permttir que a escola permaneya a selVil{O do status quo, deixando de setomllr urn possive1 instrumento de tmnsfomul~o. (ARANHA, 1996, p. 16)

Alguns problemas estendem-se ao longo do tempo encontramo-nos em pleno

ssculo XXI, na era da revolu<;aotecnol6gica, onde se encontram meios para facilitar

o dia a dia do homem em tudo, no entanto, nos deparamos com problemas que

deveriam ser considerados totalmente ultrapassados, obsoletos. •A filosofia da

educa<;aoe a refiexiio (radical, rigorosa e de conjunto) a respeito dos problemas que

a realidade educacional apresenta". (Saviani, apud ARANHA, 1996, 16)

E de vital importancia refietir sabre a hist6ria educacional, embora saibamos

que ate pouco tempo nilo havia importantes historiadores, mesmo assim nilo justifica

ficarmos de brac;os cruzados, pois, 0 pouco que conhecemos e vivenciamos deveria

ser 0 suficiente para percebennos que a escola tern um impartantfssima papel asociedade e a cultura de urn pavo, dessa fonna, buscar a historia ja vivida efundamental, mas neo podemos esquecer que somos nos os construtores de

historias futuras e as rnudan<;as deveriarn ocerrer atraves das necessidades atuais.

o que se ve, poderia ser qualificado como medo de uma passivel mudanc;:a,

ao saber que poucas altera<;~es ocorreram em rela<;ao aos dias atuais. "Somente

depois de realizados estudos analiticos capazes de aprofundar 0 conhecimento da

realidade educacional, tal como foi constituida, e que podera ser elaborada uma

hist6ria da educa<;ao brasileira na sua forma de sintese". (Casemiro Filho, apud

ARANHA, 1996, p. 19)

Resolver problemas educacionais requer muito mais do que estar bern

informado ou formado requer muito mais do que ter recursos tecnol6gicos ou

financeiros aliado a informa<;6es vinte e quatro horas por dia, nao se trata somente

de aquisi<;ao de bens ou tais tecnologias. Em muitos casos, os motivos sao os

mesmos: pessoas acreditando que recursos tecnologicos podem resolver tudo (m3o

podemos ignorar que tais apetrechos trazem certas comodidades e resolu¢es

quase que imediata aos nossos problemas), porem, ao usufruirmos, perdernos urn

Page 13: o ESTRESSE EM CRIAN

12

pouco de sensibilidade no trata pessoaL Podemos aD manusear uma maquina liga-

las au desliga-Ias quando acharmos conveniente, e 0 melhor podemos ajusta-Ias as

nossas necessidades.

Conhecer bern as recursos tecnologicos seria sin6nimo de mau

relacionamento interpessoal? Parece que tude nos leva crer que sim, pois aD

manusear uma maquina, nada parece ser mais importante, - a presenc;a de urn

individuo passa despercebida -. Essas praticas tornaram-se quase que norma is, (0

homem nao tern mais paciencia consigo mesma). E rna is uma vez, 0 que se observa

e uma lei desigual (a lei da preferencia a tv, ao computador, ao call1iar e tantos

Quiros que poderiamos citar), porem, bern atualizada onde quem passui informac;ao,

formayao e tecnologia dita as regras. Observamos a que escreve Aranha sabre as

desigualdades:

As nOSSl1S condiryaes econOmicas ninda reduzem muitos homens a umacondiyao servil. A conseqUGncia e n:lo ser liberal a inteligl!ncia daqueles QuesAo 05 senhores da silullC~o. nit vida pratica. Em vez de pugnoremresolutamente pela submissao do munclo aos fins humanos eles dedicam-,sea utilizar-se dos outros homens para fins tanto mais anti-huml1nos. Quantamais eooistas. (ARANHA, 1996. p. 188)

Mais do que nunca em tempos atuais sao visiveis as desigualdades e 0 que epiar, atitudes cordiais com maquinas e grotescas ao individua. Faz-se necessaria

uma pequena reflexao: em paises super desenvolvidos, com tecnologias de ponta 0

que mais se va e a desvalorizavao humana - crianyas e fetos abandonados como sa

fossem lixa - 0 tempo e tao curto que nao se tern espa~ para pensar nessas

situa¢es como problemas e preocupar-se em desenvolver reeursos para faeilitar 0

dia a dia do homern e a prioridade, no entanto, nao percebemos que construimos

maquinas e matamos a humanidade.

Pareee que seguimos infelizmente esta mesma perspectiva, a

desenvolvimento esia acelerado e cada vez mais profissionais, se v~m obrigados a

agirem insensivelmente como robOs, precisam estar atualizados e quase nao tern

tempo para se preoeupar com a necessidade da crian98 de urn modo geral, seja ele

filho, aluno au simplesmente futuro eidadao. Todos estes fatores podem ocasionar

estresse, bern como repercutir nas atividades escolares da crian98.

E muito mais facil aos pais disponibilizar urn video game au uma tv ao seu

filho, do que estar explicando brincadeiras ou jag os, ou conversar e explicar tantos

Page 14: o ESTRESSE EM CRIAN

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porques adquiridos pela criant;a, bern como tambern se torna faGil ao professor

usufruir recursos que seriam para 0 auxilio de urn conteudo passado, como uniGa e

exclusiva fonte: colocar a aluno em frente ao urn cornputador com jogos multimidia

sem 0 minima vinculo com aprendizado cognitiv~ ou ludico au distribuir as mais

variados livras que acabam serl/indo como recurso a diversao. Como a preocupa~o

maior e principal mente com a educador. nao podemos esquecer do sell papel

indispensavel e insubstiluivel na escola. De acordo com Aranha:

o tlluno e 0 responsavel final da nprendizayem na medida em que C0r1stf6i 0sell conhecimento, atribuindo sentido e significado aos contelJdos do ensino.mas ~ 0 prOfes.'Wf quem de't~rmin<l, com sua atua<,;ao, com 0 sell ensino,que as atividades nas quais 0 aluno participa possibililem lllll maior aumenor grau de .,mpliluue e profundidade dos significadO! col1struldos e,sobre tudo. quem assume a respollS3biJidade de orientar esta constrw;fionuma detelTTlinada direr;.lio. (ARANHA, 1995, p. 191)

Encontramos ainda em muitas esco/as professores que usam como

motiva~o aos seus alunos frases prontas como: ·para ser alguem na vida

precisamos estudar~, esta frase par si 56 seria perfeita, nao fosse observa~o

pertinente, e mostrar como em muitos casas issa funciana; perceber, par exemplo,

que quanta rna is tftulas farem hierarquizados maior se tarna a distancia para

conquista-Io e 0 processa seletivo cansecutivamente torna-se mais camplexo.

Acabamas, em diversas acasioos, sendo obrigados a cornpetir para a

aquisi<;-i3o dos melhores e mais variados mulos com colegas, que em varios casos

sentem-se incapazes e inferiorizados. Alguns professores vern, e tornam a eseola

como meio exclusivo para a obten~o de cargos e mel hares salarios.

Pode ser que ern rneio a tantas variedades de consumo, seja de fato

camplicado falar com os alunos ern sala de aula sabre costumes tradieionais e

responder perguntas como: qual e a melhor alimentavao? Ou como S8 relacianar au

se cuidar? Onde de repente, a me/hor opc;:ao fosse silenciar-se, omitindo qualquer

opiniao sabre 0 assunto, e usar como desculpa mais urna frase bem comum: que,

~cada urn ve e vive de formas diferentes e saber qual a realidade de cada aluno,

torna-se uma tarefa diffcil e desvinculada as obrinayOes de urn professor".

o professor em muitos casas teme passar uma resposta inadequada ao aluno

e prefere se omitir, enquanto teria como opyao se interar do cotidiano desse aluno

por meio de conversas soltas durante a intervalo ou cada vez que for oportuno em

sala de aula. Essa omiss~o pode ser tambem, urn mot iva de estresse para a aluno.

Page 15: o ESTRESSE EM CRIAN

14

Acima de tudo, quando ocorre esta preocupac;ao, 0 aluno se sente valorizado

e como retribui~o dedica-se de forma interessada aos estudos e seu

comportamento sofre altera¢es passlveis de transformar OS resultados em

satisfa<;Bo, tanto para ale (0 aluno), quanta para os pais e a escola Ua que quase

n~o sao ouvidos). "Nao laltam respostas, lalta a certeza, a legitimidade de urn

fundamento em que acreditar; e, no excesso de informayOes contra pastas, e eriada

a angustia, 0 retorno, com frequencia, ao desejo de crenc;a simples, firme, milagrosa,

transcendente. (BARTOLOME et ai, 2000, p. 199)

Ao contra rio, tanto pais quanta professores pod em ignorar a ten sao nervosa

de certos alunos quando S8 aproximam, par exemplo, as provas, ande 0 motivQ

principal entre outros; sao aulas te6rieas durante todo 0 processo de ensina e sem

nenhum significado para 0 aluno, gerando inseguranya e mado.

Faz~se necessaria como urna das allernativas que educadares e tados

envolvidos com a escola e a criancya de forma direta au indireta, criar possibilidades

para a articulayao de saberes escolares e val ores que s~o considerados importante

e indispens8veis a comunidade enquanto individuos. "A recupera~o do conceito

integral da educa~o, muito alem da transmiss~o de saberes, continua sendo uma

utopia, infinitas vezes repetida no passado, mas que nem par isso foi alcancyada".

(BARTOLOME et ai, 2000, p. 204).

Hoje ao se pensar em futuro, provavelmenta ocorram alguns recaios,

duvidas, medo e uma certa preocupa~a em se fazer tudo bem rapido talvez par

medo de nao se alcanc;ar 0 que se almeja, no entanto, nao percebemos a

necessidade em relacionarmos cada vez rna is e tentar sanar duvidas am ralac;ao a

tantas coisas novas expostas para auxilie ao manejo humane, onde em varias

situat;6es nos sentimos envergonhados em pedir ajuda por mede de reeeber

represalias ou goza~oes. Situa¢es como estas em especial dentro da escola podem

ser fat ores de estresse a crianya que em seu dia a dia familiar se encontra com

varias responsabilidades e na escola alem dessas, enfrenta a competitividade e

exigencias de se fazer tudo perteito.

Esquecemos, porem, de urn detalhe importante, podemos adquirir a dominic

de urn certo conhecimento, mas nao atingir a plenitude de todos ao mesma tempo.

Tambem se faz necessario relletir que cada urn contribua com 0 pouco que sabe;

seja um conhecimento tacnico, moral ou cultural e assim perceber, que urn depende

do autro para que haja urn desenvalvimento mais justo e satisfatorio.

Page 16: o ESTRESSE EM CRIAN

15

A refiexao sobre as pressupostos educacionais em que esla fundamentado a

trabalho faz-se necessaria, no sentido de determinar alguns aspectos na vida

escolar que podem estar ligados ao estresse infantil. Os acontecimentos

educacionais, denlro de urn ritmo e nivel de exig~ncia das pessoas na sociedade

hoje, tern levado a serem fantes de estresse, porque querem acompanhar essas

exiglmcias, sem questionar as raz6es e as finalidades das atividades pertinentes.

Page 17: o ESTRESSE EM CRIAN

16

3 ASPECTOS PSICOPEDAGOGICOS

3.1 PSICOPEDAGOGIA: BREVE HISTORICO

Para melhor entendimento deste trabalho faz-se necessaria conhecer urn

pouco sabre a psicopedagogia e seu campo de atuayao na instituiyao escolar.

Sua pn3tica S8 da par articulat;ao das estruturas simb61ica e cog nit iva, cnde

Oliveira afirma ser a base principal da psicopedagogia "A psicopedagogia vem

constituindo seu corpo te6rico na articula~o da psicanalise e psicologia genetica~.

(OLIVEIRA, 1994, p. 8).

No seeulo XVIII na Europa psiquiatras e filasofos, jil se preocupavam com as

difieuldades no aprendizado. Onde, ate pouco tempo suas praticas orientaram a

psicopedagogia. Neste mesmo periodo um medico-educador chamado Itard dizia

que "0 ensino deveria ser implantado e esclarecido pela medicina moderna". (Itard,

apud OLIVEIRA, 1994, p. 9). E era no que se cria os psicopedagogos ate os anos de

1970. As crian<;aseram avaliadas atraves de suas dificuldades de aprendizado e 0

intuito era de ajudar nessa deficiencia.Em seu livro A Psicopedagogia no Brasil, Nadia Bossa diz que: •A

Psicopedagogia, no ambito da sua atuac;.ao preventiva, preocupa-se especial mente

com a escola". (BOSSA, 2000, p. 91). Onde, assessorar 0 pedagogo, dedicar-se ao

planejamento educacional, a area de higiene e limpeza sao areas de atuayao do

psicopedagogo com urn olhar clinica, podendo contribuir com propostas, bern como

diagnosticar possiveis problemas, send a este ultimo bern amplo e pouco explorado.Para Bossa:

Pensar a escola, a luz da PsiCOpedagogia significa analisar um processoque inclui questoes metodol6gi~s, reladonais e SOcioculturais, englobandoo ponto de vista de quem ensina e de quem aprende, abrangendo aparticipa~o da familia e dOlsociedade. (BOSSA, 2000, p. 91).

Portanto, e atraves da participa,.ao da familia em conjunto com a escola e a

sociedade e que se torna possivel desenvolver urn trabalho psicopeda.gogico, onde

seu enfoque principal e a artieula,.ao entre as envolvidos para a busca de uma

melhor aprendizagem, visando um melhor desenvolvimento da crian<;ana escola.

Page 18: o ESTRESSE EM CRIAN

17

A psicopedagogia une os conhecimentos da psicologia e da pedagogia

articulando dessa forma uma melhor compreensao as dificuldades escolares

encontradas pelo 0 aluno. Para Joao Beauclair:"A Psrcopedagogia e urn campo do conhecimento que se propOe a

integrar, de modo coerente, conhecimentos e principios de diferentesCiencias humanas com a meta de adquinr urna ampla compreensao sabreas variados processos inerenles ao aprender humano· (BEAUCLAIR. 2005,p.1).

Dessa forma a psicopedagogia verifica a processo de uma aprendizagemobservando quais sao as dificuldades, para que de lonma cuidadosa possa atuar

analisando nao 56 com uma visao escolar como na familia e sociedade. Para que sa

possa haver melhor compreensao quanto as dilerentes etapas do desenvolvimento e

assim diminuir posslveis cobran~s injustas ou em demasias na idade errada.

Assim, identificar, interferir, planejar, preyer, analisar nas diferentes etapas do

desenvolvimento estabelecem com a psicopedagogia uma das articulac;6es e um de

seus principais fios condutor. Visando a busca de novas perspectivas em relayao

aos dilemas, tens6es e limites que surgem no dia a dia em especial na sala de aula,

onde crianyas de todas as idades se deparam com os mais variados tipos de

problemas.

Com significante avanc;ono campo de atuac;ao,os psicopedagogos observam

a importancia de urn aprimoramento constante e principalmente com vi sao cada vez

mais ampliada em seu campo de atuac;ao, onde Beatriz Scoz reforya: ~os

psicopedagogos sentiram a necessidade de aprimorar a propria lormac;ao,

adquirindo conhecimentos multidisciplinares". (SCQl, 1994, p. 31) Visando dessa

forma a busca de cursos e palestras nas areas de pedagogia, psicologia, neurclogia,

entre outros para possibilitar em especial a troca de experiEmcias.

Com essa busca a psicopedagogia deixa de ter uma visao clinica enlocada

somente nas dificuldades de aprendizagem e passa a ter uma visao mais extensa da

sociedade, compreendendo com maior facilidade seu processo acelerado de

crescimento e articulando especial mente 0 desenvolvimento humane e a evoluyao

mundial.

Page 19: o ESTRESSE EM CRIAN

16

3.2 COMPORTAMENTO DA CRIANCA

Oliveira destaca a imporU:.ncia em observar 0 comportamento no

desenvolvimento quanto a rela<;:8oque a crianc;afaz entre 0 corpo e 0 mundo:

As ayOes sem intencionalidades. inibi~o, instabilidade. lentidaa,dinculdades de comunicacAo interpessoal. comportamentos estereotipados,allera¢es ns gestllalidade, hipo ou hiperatMdade constituem perturba¢espsicomotoras a serern observadas e que expressam 0 modo de relac10desse corpo com 0 mundo. (OLIVEIRA, 1994, p. 14).

o lugar ocupado pela crianc;adentro da familia toma-se importante quanto a

sua estrutura, pois, e a partir desse lugar ocupado que a crianc;acensegue perceber

quais sao as seus limites e suas possibilidades de ascensao. Quando a crianya esta

inserida nurn ambiente familiar tranqOilo e segura se sente mais capaz para resolver

pequenos problemas e cern mais tranquilidade do qua outras crianc;as que nao

contam com esse mesma ambiente. Ao 58 permitir que uma crianya tenha carinho,

aten<;:8oe 0 amor do pai e da maa, penmita-se qua ala tambem tenha urn

desenvolvimento melhor de sua personalidade, centando inclusive cern olhares mais

atentos tanto com seU$ brinquedos e brincadeiras, quanta a forma de intematizar a

mundo atraves do h:'dico.

E atraves das bnncadeiras que se pode observar como uma crianya esta sa

desenvolvendo em ralayao ao mundo e cemo esta inserida nele. A falta de

brincadeiras e que sa torna urn fato preocupanta. 'Saba-se que urn sintoma de

neurosa grave na crianc;a e a inibi<;:8ono brincar". (OLIVEIRA, 1994, p. 17). Antes

dos seis anos de idade a crianc;a tam pouca capacidada para cempraensao de

opera¢es, porem e a partir desta idada que esta rnais bern estruturada para reeeber

orienta¢es e entao possivelmente podera ingressar a ascola, porem, seu

envolvimento e interesse ao saber sera uma extensao ao seu comportamento

familiar. "A brincadeira e reveladora da organiza<;:8opsiquica da crianc;a.Ao observa-

la ever seu Significado ahim do aparante, e provavel qua se podera centribuir para

urn crascimanto sadio a uma vida adulta mais satisfat6ria". (OLIVEIRA, 1994, p. 19).

Ao observar urn cernportamanto, normalmenta sa quastiona 0 porque daquele

acontecimento seja ele positiv~ ou negativo. A teona psicol6gica buscara respostas

Page 20: o ESTRESSE EM CRIAN

19

para determinado comportamento, visando 0 motivo que levou OU provocou tal

rearrao. A situa<;ao mais comum hoje (em virtude do acelerado desenvolvimento), em

diversos lares e a tentativa de adaptay6es diversas: ora as pais trabalham somente

pela manha e a Cfianc;a fica com a avo; ora a pai comer;:a a viajar e a mae estudar a

noite e 0 filho fica urn pouco com a avo depois com a vizinha as vezes assiste aula

com a mae. Daqui a pouco par algum motivD nao S8 encontra mais disponivel algum

dos favares, comeva outra correria; sera que 0 filho fica a dia todo na escola?

Contrato uma babe? Aula pela manha au urn curso extracurricular? Qual sera a

melhor opc;.ao para a criancya. Mais uma vez a criany8 necessita de adaptac;llo,

observemos 0 que escreve Paul Mussen a respeito:

MAo inves de assumir que todas as crianyas do mundo estejam tentandoatingir 0" melhor -dos objetivos, 6 utiI considerar·se a possibilidade de Quecada crian~ esteja lentando adilptar·se ~s demandas de seu meioambienle P5icol6gico especiftco. 0 objetivo de sell desenvolvimentodependera do lugar em Queviver". (MUSSEN et 31,1977. p. 28).

A todo a momento, especial mente nas escolas nos deparamos com os mais

variados comportamentos: crian<;as extrema mente agitadas, agressivas, histericas,

insociaveis, muito quietas entre outros tantos, 0 que nos remete a pensar, que

certamente necessita de ajuda. 0 que se faz refietir, no entanto, e que grande parte

das crianr;as se submete a tratamentos rigarosos a base muitas vezes de calmantes

fortes e infelizmente a real causa nao a tratada, neste caso a calmante ajuda a

crianr;a adaptar-se a situaryao que vive, param, i5S0 nao quer dizer que a crianr;a

aeeite aquela realidade que est a inserida.

A seguir um relato pessoal sobre comportamento em sal a de aula:

Em uma escola particular de Curitiba de Educa~ao Infantil, onde estagiei por

sels meses, no ana de 2004, uma crianya de sels anos, recem chegara ao Brasil,

morava nos Estados Unidos com a mae e por algum motivo veio morar com 0 pai no

Brasil. Esta crianr;a ja estava ha quatro meses na escola e era considerado urn

terror: n~o obedecia a professora, n~o acompanhava nenhuma tarefa designada

pela a mesma, fosse de forma ludica ou cognitiva, agredia violentamente os colegas

Os colegas consecutivamente passaram a isoliHo, foi submetido a varios castigos

como: nao sair na hara do intervalo com os colegas, lanchar separado. 0 pai foi

chamado a escola. E a situB<;ao piorou: ele recebera tambem castigos em casa do

Page 21: o ESTRESSE EM CRIAN

20

pai, nac basta sse que essa crianc;a entrava as sete haras da manha e 56 ia embera,

apas as dezenove heras.

Fui designada a acompanhar esse aluno, mas nada do que eu dissess6, ele

ouvia. Como a ordem era de afasta-Io das Qutras crianc;as, pois, tudo a que ele

conseguisse agarrar em suas maos lanyava em quem estivesse proximo, subia na

mesa na hara do lanche derrubava ao chao a que estivesse sabre ela.

Esta crianya realmente precisava de ajuda alam da escola. Afastei-me da sala

de aula, com ele chutando-me e beliscando-me e meio a trancos e barrancos falou-

me que tinha raiva de todo mundo que ali estava, que desejava que lodos

morressem inclusive 0 pai que Ihe castigara, aos poucos fai me dizendo que sabia

escrever lodas as letras em ingles e tambem sabia lar "bastante letras am ingles·,

mas que issa "nao interessava a ninguem daquela escola idiota", pais 56 queriam

fazer 0 que ala nao sabia. Para finalizar conversei com a gerente da escola, que me

ordenou mante-Io lange da sala de aula wpara qua nao atrapalhasse as outros, par

que 0 pai nao podia se preocupar com esse tipo de problema" e que a soluc;:ao por

ora seria essa: deixa-Io afastado e posteriormente tentar inseri-Io em outra turma.

Meu contrato inspirau e precisei me afastar, porem, me ficou uma pergunta: sera que

aquela crianc;.a conseguiu ajuda? Sera que isola-Ia era nesse caso a solu~o? Ou

fiear mudando de sala? "Se a crianc;a tern certeza de sua inabilidade para aprender

uma nova tarefa como ler, por exemplo, sua expectativa de fraeasso conduzi-Ia-a a

nao mais se eslon;ar na tarela" (MUSS EN et ai, 1977, p. 30). Clara Rappaport

afirma que:

Uma crianrya dispraxica ou hiperativa paden'l se tornar uma crianca"delinquente" ns escola, recusando as tllrefas. desafiando a professora,agredindo os colegas ou mobilizando-os contra 0 estabelecimento, como umproces50 inconsciente de se proteger da pecha de inca paz. Em algum nivelela sabe que seu desempenho e insatisfat6rio, e e melhor ser consideradacomo mau-carater do que ser considerada -burrsw (RAPPAPORT el al.1982, p. 7).

Este comportamento em geral nas escolas e a mais discutido e polemica, pais

as professores percebem que a criant;:a busca uma atenyao especial em sala de

aula, bem como da familia -que nem sempre pod em disponibilizar-. Visando esta

situac;:.ao a professor nesse easo, seria para essa crian9Cl nao s6 urn fio condutor,

mas uma sagunda familia, onde astaria apontando novas eaminhos e trazendo

auxilio para que asta aluno supere suas dificuldades e possa acompanhar todo 0

processo junta mente com seus colegas. Kathy Sylva nos faz crer que:

Page 22: o ESTRESSE EM CRIAN

21

Todo comportamento humano e produto da historin de aprendizauem de lim

individuo, toma·se passlvel analisar os refOf90!. modifi~-Iosadequadamenle e, flssim. rnodificar 0 comportamento de urn individuo emqualquer sentido. (SYLVA et al. 1994, p. 272 e 273).

o que nos leva acreditar que um comportamento arredio necessita de

aten~o especial, pais pode ser um alerta e um pedido de ajuda. Ignorar au isolar

esta crianc;a poderia ser um reforc;o negativo ao seu estado, muitas vezes de

carencia e sobrecargas de atividades a que esta 8xposta. Dutro fator relativQ e que

tambem S8 faz necessaria considerar e 0 processo do desenvolvimento infantil, onde

a crianr;a S8 encontra com atividades aham de sua capacidade cronol6gica e mental.

3.3 MATURIDADE ESCOLAR

Um dos fatores mais infiuenciaveis a maturidade durante 0 aprendizado

escolar, segundo Condemarfn e a condi~o em que a crianc;.a se encontra quando se

coloca de frente com novas situay6es. Se esta preparada fisica, psiquica e

socialmente. Ao decorrer desse processo as formas que a crianya encontra para

alcan9Clr alternativas para a resolu980 de seus problemas estarao relacionadas as

suas condic;:6es alimentares, efetivas e de estfmulos. Oessa forma Remplein define 0

conceito de maturidade para 0 aprendizado escolar: Mcapacidade que aparece na

crianc;.a, de apropriar-se dos valores culturais tradicionais junto com outras crianyas

de sua idade, mediante urn trabalho sistematico e met6dico" (Remplein apud

CONDEMARIN, 1989, p. 21).

Alguns fatares que sao considerados importantes as diversas variaveis e a

maturidade para 0 aprendizado escolar sao elas, segundo Condemarin (1989): a

idade; a que de modo geral intenere mais, e a idade mental, sem descartar a

importancia da idade cronol6gica que e lima das exigencias para 0 ingresso da

crianc;a a escola.

Pesquisas concluem que programas e ou metodologias sao suficientes para

determinar a maturidade escolar, porem outros fatores que devem ser considerados

Page 23: o ESTRESSE EM CRIAN

22

sao: 0 ambiente familiar e social em que se encontra a crian<;a, a forma em que a

escota desenvolve seus conteudos e em especial a afetividade encontrada nos

ambientes. Faz-s9 necessaria, observar nao 56 a maturidade cronol6gica como a

mental, pois em alguns casas crianr;as, par examplo, com idade de sete anos

poderao ter urn comportamento de urna, com idade de quatro au cinco anos, bem

como tambem pode ocorrer 0 inverso; crianyas com idade menor ter urn

comportamento de urna com idade mais elevada. "0 tempo deve ser considerado

como a lapso em que sucedem acontecimentos, que modificarao au manterao as

condutas das crian>"s, sejam estas cognitivas ou afetivas' (CONDEMARiN et ai,

1989, p. 26)

Pesquisas relalam que em grupos de crian!):8s da mesma idade: as meninas

maturam antes dos meninos em consequencia aprendem a falar, escrever e

dominam mais facilmante a ortografia. Enquanto os maninos apresentam com maior

frequencia: canhotismo, gagueira, dislexia entre outros. Mesmo que ocorram

observac;:6es destacando que e 0 meio cultural que interfere, estas observayees

consistem em afirmar que 0 maior numero de professores e do sexo feminino e que

este fator facilitaria relacionamentos do mesmo sexo; que 0 menino de urna certa

forma e visto de forma negativa par seu comportamento geratmente mais agressivo.

Observemos 0 que comenta Condemarin:

A maior parte das escolas fixam uma mesma idade cronol6gica, comocrUerio de selev-aopara 0 ingresso a primeiril serie bBsica. Meninas emeninos assistem a mesma aula, e participam simurtaneamente dasme5l1lasaHvidadese, ainda que um grupo :sejamais maduro que 0 outro.espera-se que ambos realizem discrimina¢es visuais e auditivas finas,mantenharn 0 mesmo !liver de aten~o, cooperem e realizem as mesmastorefos. (CONDEMARiN et ai, 1989, p. 29).

o que de urna forma gera! se observa e que as meninas por serem mais

d6ceis e cooperadoras, adaptam-se de forma rapida e satisfat6ria aos olhos dos

educadores, enquanto os meninos normal mente desatentos, depend em de uma

atenyao especial, resultando em atitudes diferenciadas da professora com

determinado grupe. Observemos ainda 0 que escreve Vygotsky em retac;ao ao

assunto:

o desenvolvimento da crianca nao acompanha nunca a aprendizagemescolar, como uma sombra acompanha 0 objeto que a projela. Os testesque comprovam os progressos escolares nao podem. portanlo, refJetir 0curso real do desenvolvimentoda crian9i'l. (VYGOTSKYet <II,1998. p. 116).

Page 24: o ESTRESSE EM CRIAN

23

Em varias realidades escolares pode-s8 observar que as crian~s sao

avaliadas par urn unico processo, mesmo que as professoras verifiquem as

diferen~s, pois em muitos casas recebem roteiros prontos e fechados a quaisquer

adapta<;oes, ficando claro em muitos casas que a dificuldade esta na crian~

aprender aquele conteudo fechadc e sem relat;ao ao colidiano do aluno.

A saude pode sar citada como Dutro agravante a maturi dade escolar e a

verificac;ao de peso e altura contribuem para observar S9 a crian~ esta com seu

desenvolvimento normal au nao bern como a aspecto higienico. KUma saud a

deficiente pode constituir a base de dificuldades no rendimento escolar~

(CONDEMARiN et ai, 1989, p. 30). Fatores nao 56 como desnutri91\o, mas;

resfriados frequentes, problemas alergicos, de garganta entre outros que costumam

fazer parte do dia a dia escolar de certas crianc;as, dificultam a capacidade de

entrosamento tanto com as amigos quanta com a disciplina, alem de diminuir a

vitalidade e disposi91\oda crian<;a.

Um fator de alta importancia a maturidade escolar tambem constitui nas

experiencias que a crianc;a obtem antes do ingresso escolar, onde tambem pode ser

denominada estimulac;ao psi cos social. A crianc;a pode se encontrar bem motivada ou

n~o, se comunicando de uma forma clara ou nao; enfim a experiencia pre-escolar

pode afetar 0 desenvolvimento geral do educando. "0 nivel cultural geral do lar e da

comunidade de onde provem a crianc;a determina seu nivel de informac;ao e

experiencia". (CONDEMARiN et ai, 1989, p. 32).

Crianryas que participam de conversas nos lares; exp6em suas opinioes;

manejam com freqOencia livres, revistas, jomais e vern seus pais como exemple,

estao prepensas a desenvolver uma linguagem com maior desenveltura.

Conde marin afirma que:

As viagens, excursOes e passeios proporcionam conhecimentos e ampliamos interesses e as experi~ncias. A educacAo dos pais. a estabilidade do lar,a situa~o econOmica, interesses culturais, os meios de comunica~o denlrodo lar, as oportunidades collurais da comunidade, sao fatores quedelerminam a quantidade e qualidade da informacAo que a crianya reeebe, einccntivam 0 aprendizado. (CONDE MARiN et ClI,19B9, p. 32).

Deve-se observar que nem sempre as cria~s que contam com urn aeervo

variado a cullura ast!lo insaridas em lares com altas rendas. Eslas realidades sao

relativas, pOis, em muitas situ8ryOes estas crianyas mal sa encontram com os pais, e

Page 25: o ESTRESSE EM CRIAN

24

aos cuidados de Qutros podem perder alguns valores culturais e consecutivamente

dificultar em seu amadurecimento.

Page 26: o ESTRESSE EM CRIAN

25

4 ESTRESSE !NFANTIL

4.1 CAUSAS

o fitma acelerado, as cobranc;as, mudanyas de papeis no meio familiar, a

inseguranya no trabalho e nas ruas, sao alguns dos fatores de maior preocupac;ao

no seculo XXI. Em virtude destes, as crianyas estao deixando de ser crianyas para

S8 tornarem "pequenos adultos~ ou "adultos em miniatura" Geralmente na cia sse

media quase todas as crianC;:8s sao pressionadas a adquirir saberes intelectuais

precoces, 56 assim estariam prontos as poucas vagas para bans empregos e

universidades publicas -uns dos principais motivos de acirradas competi93es.

K Alguns pais valorizam somente a desempenho, esquecenda-se de dizer para a

crianc;a que ela oj maravilhosa simplesmente par existir, par ser ala" (LlPP, 2004, p.

102).

Os meies de comunica~o, que incluem filmes, livros, musica e a televisao

com canal aberto em especial, cada vez mais retratam aos pequenos consumidores

situac;6es manipuladoras como roupas e dan~s sexy, momentos e ocasi6es que

fazem a crianc;.a se sentir e querer a.gir como adulto, bern como em cenas de novelas

que retralam crian~s querendo processar as pais -por e.xcesso de tarefas

dornesticas-, desenhos violentos, entre outros. Esses fatores sao alguns, entre

tantos outros que pod em interferir e acelerar urn amadurecimento infantil.

Observemos 0 que retrata Rossi sabre 0 assunto:

A desi!;lllaidade, a alienacAo do trabalho e das rela¢es, 0 menosprezo devatores e normas em prot do IUCfO. do consumismo e do cuno a forc;a YO

alguns dos fatores que conlribllem para esla verdndeirn epidemia. 0 Clvnn~.otecnol6gico e cientifico tern sido urn grande aliado para reduzir II mortalidadecausada por doenyas. No entanto, nem mesmo as somas vultosasinvestidas para reduzir a vjol~ncia hum.ma t~m consegllido criar antidotos~ra este m<ll M(ROSSI, 2004, p. 106r.

Atualmente e cada vez mais, aumenta 0 abuso e a exploray~o de crianyas. E.quase que comum nos depararmos com crianc;as puxando carrinhos de papeis

extrema mente carregados, au entao crian~as ainda muita pequenas com bebe ao

colo pedindo ajuda -enquanto e supervisionado por urn adulto a distimcia-, ou entao

sa encontram fortemente armados e destemidos -8bordando alguem distraido nas

Page 27: o ESTRESSE EM CRIAN

26

ruas, lojas, shoppings ou no transito. Estes, entre Qutros fatores, contribuem para

que haja disparidades em grandes proporc;:6es: de urn lado crianc;:as submetidas a

trabalhos forryados e expostos a todD tipo de violE§ncia; de Dutro, crianryas com

agendas Ictadas e infinidades de tarefas a serem cumpridas ao decorrer do dia; e

uma provc!lvel conclusao: crianc;:as S8 sentindo desprotegidas, inseguras, com medo

do futuro, a procura de uma atitude que possa Ihes trazer algum beneficia.

Existem poucas pesquisas especificas sobre a estresse infantil e suas

causas. Nos Estados Unidos, David Elkind, Phd. Professor de Desenvolvimento

Infantil revelou que a estresse pode acorrer quando aceleramos 0 processo normal

de desenvolvimento da crianya. Ja no Brasil, grande parte das pesquisas se

desenvolve na PUC de Campinas, 0 que se verificou que todas as crianyas passam

par situa90es estressantes ja nos primeiros anos de vida como: hospitaliza90es,

acidentes, doen9as, nascimento de irmaos, mudan9a de casa, de escola, ou de

empregada, alem das tensoes geradas pela necessidade sempre maior de se

autocontrolar.

o endocrinologista Hans Selye, pioneiro nesta area afirma que: "0 estresse ecomo qualquer adaptayao imposta a pessoa. Ela pode ser de origem fisica,

pSicalogica au psicossacial" (Selye, apud ROSSI, 2004, p. 19).

Neste sentida refon;:a Upp:

E urna reayao do organismo diante de situa.;:6esou muito dificeis ou muitoexcitanles, que pocle ocorrer em qualquer pessoa, independenle de idade,raya. sexo e situayao socioeconOmica. Em geral 0 organismo humanofunciona em peneila sinlonia interior: os viuios 6rgaos trabalham emcolaborayao uns com os oulros. Em periodos de estresse, conludo, essefuncionamento harmonioso e aretado e cada 6rgao passa a Irabalhar em urnrilmo diferente dos demais. (LIPP. 2004, p. 17).

Como pudemos perceber sao varios os aspectos que causam 0 estresse na

crian9a, Elkind se reporta ao estresse como:

lima exigemciade adaptayao incomum que nos obriga a recorrer as nossasreservas de energia acima daquela que em geral gastamos ereabastecemos no decorrer de um periodo de vinle e qualro horas. Embora° eslresse, ou demandas extraordinilrias de adapta.;:ao possa ser de lodosos tipas - acidentes, avarias, atrasos, decis6es importanles, fracassosimportantes, sucessos -, a rea~ao ao estresse e bastante especifica e estabern documentada. Em oulras palavras, nossos corpos lem uma maneiramuito especifica de recorrer a - e utilizar - nossas reservas de energia.(ELKIND. 2004, p. 190).

Page 28: o ESTRESSE EM CRIAN

27

Ainda podemos constatar que algumas pesquis8S apresentadas pelos autores

LlPP (2004), ELKIND (2004), revelam que 0 estresse infantil pode estar relacionado

com fatores internos e extern as. Vejamos algumas causas externas de estresse

infanti!:

• A violencia e a arneaca de violencia na escota;

• Praticar esportes de adulto;

• Mudan.yas significativas ou constantes;

• 0 desamparo;

• Responsabilidades em excesso;

• Briga au separayao dos pais:

• Algumas escolas;

• Morte na familia, em especial dos pais ou irmaos;

• Exig{mcia au rejei~o par parte dos colegas;

• Disciplina confusa par parte dos pais;

• Doen", e hospitaliza<;<'io;

• Nascimento de irmao;

• Injustic;a par parte dos pais;

• Medo de pais alco6latras;

• T raea de professora au escota;

• Mudan9CJ de baba;

• Pais au professores estressados:

• Colonias de ferias:

• Excesso de atividades:

• A cornpeti<;<'io;

• Viagens do pai ou da mae como parte do trabalho;

Inicio (ou troca) de urna nova atividade curricular (aulas de musica,

escotismo, etc.);

• Ganho ou perda de um animal de estimac;ao;

• Problemas com a professora

• 0 ingresso cada vez mais ceda da crianya a escola.

Sao inumeras situar;6es que podem levar a crianya a criar urn estresse,

porem, em outras: JOe a propria crianya que 0 cria, par meio de algumas

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28

caractensticas de sua personalidade" (LlPP, 2004, p. 28). Quando se percebe uma

crianl'" timida, por exemplo, sabe-se que ela pode trazer geneticamente alguns

tralX'S de timidez, essa situayiio podera ser reforl"'da dependendo de sua criayiio,

porem, ~se seu meio ambiente favorecer a auto-seguranc;a e se ela aprender aconfiar em 5i mesma e no mundo a seu redor, sua timidez sera significativamente

reduzida" (LlPP, 2004, p.29), portanto, quanto mais cedo a crianl'" se relacionar

socialmente, mais se torna capaz de lidar com sua timidez.

Outro fator preocupante ,; a ansiedade, que pode acontecer atrav,;s da

reayiio do corpo segundo Lipp, pode ser manifestada atrav,;s de: "taquicardia, maos

suadas e frias e, em cases mais graves, vOmito, dar de cabeya, diarreia, falta de ar,

paralisayiio motora" ou na mente: "sob forma de medo, sensayiio de que algo ruim

vai acontecer, irritabilidade, agressividade e inquietayao" (LlPP, 2004, p. 30) Na

ascola a inquietac;ao pade ser gerada par meio de atitudes hiperativ8, irritabilidade e

falta de concentrayiio, dificultando 0 bom desempenho escolar. Estaremos, nos

proximos capitulos abordando mais sobre as conseqOencias.Vejamos algumas causas estressoras internas mais comuns segundo LlPP

(2004)

• Ansiedade;

• Depressao;

• Timidez;

• Desejo de agradar;

• Medo do fracasso;

• Preocupayao com mudanc;as fisicas;

• Mado de puniyao divina;

• Duvidas quanto a propria inteliglmcia, a propria beleza etc;

• Interpretayees amedrontadoras de eventos simples;

• Medo de as pais morrerem e ela ficar 56;

• Medo de que alguem morra porque sua morte foi desejada em momentos de

briga;

• Medo de ser ridicularizada por amigos;

• Sentir-se injustil"'da sem ter como se defender;

• Desacordo entre as exigencias de sucesso e 0 verdadeiro potencial.

Page 30: o ESTRESSE EM CRIAN

29

4.2 SINTOMAS

Torna-s8 necessario reconhecer alguns fatores relacionados ao estresse, pois

sao estes, ·os chamados estressores ou (antes de estresse, e as inumeros sintomas

de estresse, que podem ser fisicos e psicol6gicos' (LlPP, 2004, p. 43). Os sintomas

sao considerados estressores quando ha rnudanyas significabvas no ritmo diciriD da

crianya, porern, desde que nao haja nenhuma patologia anteriormente identificada.

Deve-s8 estar atenta as mudanc;as apresentadas pela crianya que necessariamente

precisam ser especificas e estarem agregadas, pois as sintomas observados

isoladamente nao configuram urn estresse.

Ameavas, mede ou ainda muita euforia proporcionada a crian<;,a, podera

trazer variadas rea90es. Verifiquemos algumas, segundo Lipp:

Algumas crianc;as apresentam modilicayOes ern seu organismo, como maossuadas e frias, bo~ seca, aceleravao dos batirnentos cnrdiacos, aumentoda freqfi~ncia respirat6ri<l. ten$!\o muscular, hipervigil:\ncia, allera~o noapetile e no 50110 e possivei5 dores abdominais. EMes sintomas surgemporqut: 0 e.quilibrio interne do organismo foi quebrada no esforyo dOl crianyapara lidar com a situo~o nova e adaptar-$e a ell;!. (UPP, 2004, p.44).

Estes sin10mas tendem a desaparecer assirn que seu agente estressor for

elirninado. Quando a crianya conseguir se adaptar ou de alguma forma a situayao se

modificar.

A crianya quando se encontra ansiosa, por exemplo, com 0 resultado de urn

born desempenho a uma avaliayao escolar esta propensa a manter os sintomas

dessa fase de alerta e podem apresentar sintomas variados. De acordo com Lipp:

( ... ) uma crianya pode apresentar dificuldades para donnir. ter sono agitado.queixar-se de dares abdominais, nao collseijllir alirnentar-..5e e aM mesmowinar 113cama, durante a noite. (LlPP, 2004, p. 44).

Porem, ao fim da situa980 quando a crianya se sentir segura quanto ao

resultado ou perceber que foi capaz de solucionar aquele problema, provavelmente

os sintomas desaparecerao e a crian~ volta a agir de forma como sempre agiu.

Quando a crianya se encontra em situayao, onde 0 estresse se torna mais

longo como, por exemplo, a espera incansavel do pai que fez uma viagem longa e

nao chega, a situayao poden3i se agravar e desencadear Lim esfor90 excessive de

Page 31: o ESTRESSE EM CRIAN

30

energia podendo alterar·o estado ffsico (resfriar-se au sofrer uma crise respiratoria),

psicol6gico (birras rnais frequentes, irritabilidade e de comportamanto (agitar-se,

quebrar coisas sem querer)" (LlPP, 2004, p. 45).

Faz-s8 necessaria atentar para as sintomas que sao variados, porem

espedficos. Infelizmente nossas crianyas estao rna is propensas ao pessimismo que

desde muito cedo comeya a sar transmitido pelos pais, seguido das escolas e

consecutivamente pela sociedade. ~Esse aumento de pessimismo de toda asociedade toma a crianya mais vulneravel aos efeitos da depressao e ao estresse.

(LlPP, 2004, p. 75).

4.3 CONSEOOENCIAS

FreqOentemente como ja observou-se crianyas com comportamentos de

adulto, as quais freqOentementenao estao preparadas para tais assimilayiles. A

conseqOenciae de urn mini adulto. 0 que ainda piora a situa,ao e que 0 papel

dessa crianya fica sem defini,ao, pois, nao sao capazes de desempenhar tarelas

como urn adulto, bem como, nao sao tratadas como crian<;as que deveriam reeeberaten,ao a amor redobrados, em virtude da lalta de tempo dos pais. "As

conseqOenciasde uma carga de estresse tao alta e tao cedo sao problemas na

auto-estimaa difieuldadespara lidar com os desafios" (ROSSI,2004, p.36).

A crianc;;a passa entaD a enfrentar novas desafios escolares que quase

sempre sao inevitaveis. Grupinhos organizados passam a atribuir apelidos com

caracteristicas fisicas ou psicol6gicas: obesidade, uso de 6eulos, problemas

ortod6nticos, difieuldades de aprendizagem e outros. 0 que, pode provocar 0

isolamento e perda de auto-estima dificultando 0 interesse do aluno em ir para a

escoJa. Isso quando neo ocorre amea98, e posteriormente a violencia, onde as

rea¢es pode ser as mais variadas. '"Ha pessoas que paralisam diante dessas

situac;6es, outras conseguem conduzir suas a¢es de forma rapida e objetiva e

levam algum tempo ate" "cair a ficha". He individuos qua reagem com choro,

de5mai05,gril05". (ROSSI,2004, p. 115).

Page 32: o ESTRESSE EM CRIAN

31

Algumas consequEmcias do estresse infantil excessivo (LlPP, 2004)·

-Fisicas

• Reduyao da resistencia da crianc;a, tornando-a I/ulneravel ao desenvolvimento

de infea;oes e de doenc;as contagiosas;

• Ooen<;as que permaneciam latentes pod em ser desencadeadas. Ulceras,

85ma, diabetes, problemas dermatologicos, alergias, bronquite e obesidade

pod em surgir.

-PsicoI6gicas:

• Problemas escolares surgem com freqOencia em decorrencia da dificuldade

de concentrayao e de desenvolver 0 pensamento abstrato;

• Existe uma tendencia da crianc;.a estressada a mostrar-se agressiva,

desobediente, apatica e desinteressada;

• Afeta de modo dramatico a habilidade de organizal"'o, os cadernos e

materia is escolares em garal tarnam-S8 muito desorganizados, 0 que dificulta

mais ainda a estudo;

• Gagueira e tiques nervosos podem tambem ser desenvolvido durante

periodos dificeis para a crianya;

• Agressividade, irritabilidade, medos exagerados, depress~o, ansiedade

surgem tambem com bast ante frequencia;

• Problemas interpessoais, a impaci~ncia, a host iii dade e a apatia.

-Sociais

• As crianyas crescem sem resistencia aos em bates e as dificuldades da vida,

assim resultam em adultos que nao conseguem lidar bem com as mudan9as.

Muitos pais buscam cada vez mais cedo uma estruturac;ao prematura em

seus filhos, dessa forma procuram especializ8-lo em algum esporte au em

modalidades artisticas sem se preocupar S8 tal tarefa e agradavel a crianc;a. MO que

em geral acontece e que a crianya se torna especializada tao cedo que as outras

partes da sua personalidade ficam um tanto subdesenvolvida" (ELKIND, 2004, p.

220).

Page 33: o ESTRESSE EM CRIAN

32

As pressoes causadas pelos pais aos seus filhos como, efetu8r variadas

taretas domesticas, cuidar de irma os mais novos (normalmente oecrre com crianc;ade familia de baixa renda), e Qutras press6es como realizar as mais variados son has

dos pais, KO jovem pode se revoltar de varias maneiras diferentes, tais como indo

embora, envolvendo-se com drogas, abandonando a escola, tarnando-s9

delinquente, au simptesmente recusando-se a realizar 0 que Ihe cabe~ (ELKIND,

2004, p. 221). Situa<;Cies como estas revelam insatisfa<;Cies com a estrutura.,ao

precoce e conseqOencias desagradaveis tanto para a indivfduo que recebe a carga

quanto para a sociedade.

Page 34: o ESTRESSE EM CRIAN

33

5 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Como metodologi8 foi utilizada a pesquisa qualitativa, pois ela propicia uma

atenyao a valores individuais e coletivos que interessam ao tema em estudo e assim

proporcionar maior clareza e familiaridade. Foram realizadas pesquisas

bibliograficas, caletas de dad os atral/as de questionarios e observayees.

Na busca de um ambiente escolar para estudo, 0 prime ira cantata foi

realizado com uma professora que leeiona em uma escala publica na Regiao

Metropolitana de Curitiba em um periodo e no Qutro, em uma escola particular em

um bairro de Curitiba. A professora mostrou-se muito interessada a pesquisa e S8

propos a auxHiar no que fosse necessaria.

Par meio desse contato foi passivel obler uma amostra com vinte e sete

criancyas, que responderam urn questionario contendo dez perguntas estruturadas,

direcionada as crian~s da 1a serie do Ensine Fundamental, onde doze sao alunas

da escola publica da Regiao Metropolitana de Curitiba e quinze da escola particular.

Tambem foi possivel realizar amostras com tn3s professoras da escola particular do

Ensino Fundamental onde a professora leciona, que responderam a urn questionario

contendo dez perguntas semi-estruturadas. 0 mesmo question aria semi-

estruturadas direcionadas aos professores foi realizado com mais tres professores

de uma outra escola Estadual.

A principia seria realizado urn questionario direcionado somente as crianyas,

param, em uma conversa informal com a professara que leelona nas duas fades, fai

possivel observar grandes duvidas sobre 0 assunto. Entao se observou a

importancia em elaberar um questionario com a intuito de perceber quais as maiores

dificuldades encontradas sabre 0 assunto em sala de aula.

A pesquisa bibliogn3fica visou identificar quais as papeis atribuidos aeducac;.ao na vis~o de diferentes autores, para que S8 possa obter com maior clareza

qual a funyao propria mente dita de um educador como professor na sal a de aula.

Tambem procura identificar possiveis causas, 5intomas e conseqOencias do

estresse infantil. A pesquisa tornou-se ardua, por se tratar de um assunto pouco

evidente em crianyas com idade escolar 8 os poucos livros encontrados tratam

Page 35: o ESTRESSE EM CRIAN

34

especificamente de assuntos direcionados ao adulto, porem artigos na Internet

conseguem esclarecer muitas duvidas e indicar alguns livros de autores renomados.

Fez-s8 uma analise dos dados e as conhecimentos adquiridos para buscar de

forma sistematizada a elabora~o e apresentavao da monografia.

5.1 INSTRUMENTOS DE PESQUIS.A.

Fai realizado urn questionario (anexo 2), para crianc;as da primeira serie do

Ensino Fundamental, visando identificar situa96es que pudessem trazer algum tipo

de preocupac;:ao au afliyao. 0 masma questionario foi aplicado a crianc;as de escola

publica e particular

o interesse da pesquisa foi a de encontrar algum foco que pudesse indicar

possibilidades de desencadear alterayoes no comportamento infantil, ande a maiaria

das perguntas estao relacionadas ao dia a dia, destacando assuntos referente a

inseguranc;a e medo. E especial mente observar que, alguns dos assuntos sao

pertinentes as mesmas classes sociais.

Com 0 resultado dessa pesquisa, foi despertado 0 interesse em formular um

questionario tam bern aos professores (anexo 1), onde 0 objetivo especial foi 0 de

identificar a que 0 professor conhece do aluno, dos pais e especial mente da escola

Verificar S8 alguma professora ja S8 deparou com algum caso comprovado de

estresse infantil em sala de aula.

Tambem 0 questionario direcionado aos profassores leve 0 interesse em

observar quais os tipos de duvidas mais freqOentes referente ao assunto, bern como

despertar interesse sabre as sintomas que poderiam causar a estresse.

Os professores tambem tiveram a oportunidade de expor suas opinioes se

posicionando em rela~o aos pais, escolas e a ales pr6prios como fontes

sintomaticas do estresse.

Page 36: o ESTRESSE EM CRIAN

35

5 APRESENT M;Ao E ANALISE DOS RESULTADOS

6.1 PESQUISA COM PROFESSORES

Este capitulo apresenta as resultados da pesquisa realizada com cinco

professoras que lecionam ou ja lecionaram em escola publica e particular da 1a seriedo Ensino Fundamental. Sendo que a professora Tati' realizou duas entrevistas,

pais, pela manha leciona ern eseela publica e a tarde em escola particular, par issa eidentificada com Tati 1 e Tati 2, as Qutras professoras responderam em relac;ao as

escolas que atuam par esse motivD, aparecem res pastas de seis questionarios.

Foram realizadas dez perguntas e a identificavao de cada urna e feita par

cadi names.

Na sequencia, seguem as resultados da pesquisa feita entre as professoras,

sendo as dados apresentados de acordo com cada questao constante no

questionario (anex01), entregue as docentes.

Questoes 1 e 2, referente a idade e tempo de profissAo:

Professoras Idade Tempo de profissAo

Clara 27 9 anosBeti 30 7 an os

Tati1 33 15 anos

Ale 36 13 anas

Marga 49 18 anos

Tati2 33 I 12 anas

Quadro 1

Conforme 0 quadro 1, as idades variam entre 27 e 49 anas e 0 tempa de

experiencia no magisterio asia entre 7 e 18 anos.

\ Os names das professaras sjo ficticios.

Page 37: o ESTRESSE EM CRIAN

36

Quest6es 3 e 4, tempo de trabalho com alunos em escola publica e particular:

Professoras Idade Tempo de profissao

Clara 06 3 anos

Beti 07 0

Tati1 15 5 anos

Ale 13 3 anos

Marga 15 8 anos

Tati2 15 15 anos

Quadro 2

Uma professora atuou apenas em escola publica, 0 que naD ocorreu com as

demais, que atuaram tanto em escola PLlblica quanta particular. Verifica-se, que hauma experiencia significativa no tempo de trabalho das professoras, tanto na escola

publica quanta na particular. A variac;ao na escola publica vai de 6 a 15 anos,

enquanto que em rela,ao as que atuaram (ou atuam) em escola particular vai de 3 a

8 anos.

Quest30 5: Os alunos confiam problemas a voc~? Explique:

-Professora Clara:

Resposta: Algumas crianc;as sim, Qulras s~o mais fechadas; a comportamento ebern diferente. As vezes sao os pais quem trazem as problemas.

·Professora Beti:

Resposta: A maiaria das crianryas apresenta problemas, posso perceber atraves das

atitudes; tem dia que a crianya vem muito anita, fica a tempo todo desligada as

vezes ate chora, mas somente algumas chegam a conversar de verda de.

-Professora Tati 1 :

Resposta: Sim. Em especial as crianc;as da escola publica contam das

necessidades financeiras, problemas de saude, pais separados, etc.

Page 38: o ESTRESSE EM CRIAN

37

-Professora Ale:

Resposta: Alguns me contam suas afli9!3es, coisas que ocorrem no seu dia em

casa, como par exemplo: sa a pai au a mae brigou au S8 ficou de castigo. Sinto as

vezes que querem uma aprova~o au reprovayllo minha com relac;::.o a atitude dos

pais ou respons8vel

-Professora Marga:

Resposta: Sim. Alguns alunos confiam contando seus problemas. Procure de certa

forma descobrir a causa do problema; S8 e familiar, pessoa! au da escota. Sempre

tento ajudar na medida do passivel; buscando ajuda da escola para esclarecer a

causa da afli~o do aluno, tambem busCQ a ajuda de Deus, que pra mim e a auxilio

maior.

-Professora Tati 2:

Resposta: Sim. Eles relatam principal mente fatores financeiros. Ja tive urn aluno

que saiu da escota porque 0 pai ficou desempregado

o que se pode observar atraves das respostas e que a maioria das crianc;as

busca 0 auxilio da professora em sala de aula, confiando problemas que muitas

vezes os pais se sentem constrangidos em partilhar com a escola. No entanto, a

professora em algumas situac;aes nao sabe como orientar a aluno, pais percebe que

alguns dos problemas estao relacianados ao dia-a-dia familiar, atribuindo esta

dificuldade a lalta de uma participa(:iio e percep(:iio maior dos pais quanta aos

problemas e dilemas enlrentados par seus filhos em sala de aula.

Questao 6: Os pais e a escola, normal mente participam desse processo?

Explique:

-Professora Clara:

Resposta: Os pais normal mente deixam que a escola resolva. Em alguns casaS os

pais sao chamadas a escola e naD comparecem.

Page 39: o ESTRESSE EM CRIAN

38

-Professora 8eti:

Resposta: Nao. Fazem vistas grossas. Se ha algum problema, a escola e que tern

que resolver sQzinha.

-Professora Tati 1:

Resposta: Sim. Os problemas mais serios que acabam afetando a aprendizagem do

aluno.

-Professora Ale:

Resposta: Nem sempre os pais querem falar sobre os assuntos que afligem seus

filhos, sentem-se constrangidos. S6 falam mesma quando as problemas estao sem

controle.

-Professora Marga:

Resposta: Grande parte dos pais S8 preocupa, mas e a escola em grande parte que

percebe os problemas e acaba resolvendo, encaminha para 0 Cansalha Escolar, aRede de Proteyao, UNICEMP, etc.

-Professora Tati:

Resposta: Sim. Na escola que eu trabalho a direyao diz que problemas da escola se

resolvem na escola, 56 em ultimo casa pedimos ajuda aos pais.

Como S8 podem observar, dificilmente as criangas contam com a auxilio dos

pais as suas aflic;Oes. Este processo e delicado e necessita de atenyao, pais as

professores em sala de aula muitas vezes acabam send a para a aluno a ultima

esperanya a soluc;ao de seus problemas.

As professoras que responderam este questionario em sua maioria estao

convencidas que tais problemas devem ser resolvidos pela escola, pais em muitos

casos as pais acabam ignorando a situac;ao em que 0 fitho se encontra,

considerando a situac;ao realmente importante muitas vezes depois em que a filho

necessita de urn auxilio especializado quando nao clinica, fora do alcance escolar.

Page 40: o ESTRESSE EM CRIAN

39

Questao 7: Em algum momento foi levantada a hip6tese de ser estresse

infantil?

-Professora Clara:

Resposta: Nao.

-Professora Beti:

Resposta: Nao.

-Professora Tati 1:

Resposta: Eu ate agora nao presenciei

-Professora Ale:

Resposta: N~o seL Os nassos alunos ficam muito tempo na escola e lange da

familia. Talvez esse fator possa causar um estresse, mais nada foi comprovado por

profissionais, alias, naD sei S8 a escola conta com profissionais nesta area.

-Professora Marga:

Resposta: Sim. Porque muitas crian<,;as lem que assumir 0 papel de m:ae em casa,

realizado afazeres domesticos e ate cozinhar, lavar roupas e principal mente havarias criantyas que fiearn sozinhas em casa para cuidar dos irmaos mais nOllos com

idade entre dais e qualro anos.

-Professora Tati 2:

Resposta: Sim, a psic6loga disse que a aluno chegou naquele estado porque era

demasiadamente cobra do.

Estas respostas deixam claras as duvidas encontradas pelas professoras,

trazendo preocupayOes e inseguranya de uma forma geral, porem sabem, muitas

vezes, quais sao as causas dos maus resultados obtidos pelos alunos, mas sao

raras as situayOes em que podem contar com a colaborac;ao dos pais, pais atribuem

as crianyas tarefas e responsabilidades de urn adulto.

Page 41: o ESTRESSE EM CRIAN

40

Questao 8: Comente a que vael! sabe sabre 0 estresse infantil?

-Professora Clara:

Resposta: Nao presenciei nenhuma situa.yao comprovada de estresse infantil, mas

acho que ale existe e precisa ser levado a serio.

-Professora Beti:

Resposta: 0 pouco que se; e em relayao ao adulto, que sa refere a atividades em

demasia, falta de tempo, cobranyas, etc.

-Professora Tati 1:

Resposta: Tive sornente uma experiencia e nao foi com aluno da escola publica.

Penso que a cobran~ em demasia e urna das causas.

-Professora Ale:

Resposta: Acho que a falta de interesse para realizar as atividades, nervosos,

irritados, etc.

-Professora Marga:

Resposta: Problemas de estrutura familiar, problemas geneticos, revolta, agressao,

indiferenc;a, inquietac;ao, etc.

-Professora Tati 2:

Resposta: Sei s6 que vivi com esse aluno, ele ficou nervoso, apatico, chorava por

qualquer COiS8.

De uma forma geral, as professoras trazem duvidas em rela~o ao assunto,

mas, como se pode detectar, apresentam 0 estresse como sendo tarefas em

demasia, chora, agressao, indiferenc;a, inquietayao, nervosismo e ate a estrutura

familiar ao estresse infantil.

Page 42: o ESTRESSE EM CRIAN

41

Questao 9: A escola par meio de profissionais, ja identificou algum caso de

estresse infantil? Comente:

-Professora Clara:

Resposta: Nac. Normalmente sao crianyas apontadas como hiperativa, dislexa,

sistema nervoso abalado entre Qutros.

-Professora Beti:

Resposta: Nac. E tambem naD vi comentarios sabre 0 ass unto. 0 que e mais

comum cam as criangas e encaminharmos a pedagog a que tenta despertar

interesse da crian9CI ao estudo, encaminhando S8 necessario a crianva ao psic6logo

au outro profissional que possa auxiliar na resoluc;:ao do problema.

-Professora Tati 1:

Resposta: Eu ainda naD vi.

-Professora Ale:

Resposta: Nac. Ja foram apontados e direcionados varies casos, onde as crianc;as

passam ate a tamar calmante, mas pelo menos pra nos, nao foj passado como

diagnostico de estresse.

Professora Marga:

Resposta: Sim. Oepois foram eneaminhados para fazer tratamento e posteriormente

encaminhados para a sala de recursos que a eseola tern.

-Professora Tati 2:

Resposta: Sim a professora passou 0 problema para a orienta9ao que encaminhou

para a psic6loga, mas nao foi eomentado nada sobre 0 problema.

Ao se observar as respostas pode-se concluir que situa96es constrangedoras

e de formas mais variadas sao detectadas por meio das professoras, no entanto, e

encontrado rernedio para os problemas, mas, dificilmente e verificado as causas,

pois esse fato implicaria, talvez, em se envolver com problemas, habitos farniliares e

ate cultura diferente, onde a omissao em muitos casos seria a melhor OP9aO.

Page 43: o ESTRESSE EM CRIAN

42

Questao 10: Em sua opinia.o, os pais, professores e a escola de urn modo geral

sao fantes geradoras de estresse infanti!? Por que?

-Professora Clara:

Resposta: Eu entendo que 0 estresse e causado a crianya quando S8 cobra muito

dela, eu acho que a crianya hoje n~o vive como crianc;a, vive como adulto.

-Professora Beti:

Resposta: Sim. Atribuo a estresse infantil 0 masma causado pelo a adulto. E a

crianc;a hoje, esta bern assustada e irritada, sem tempo para 0 lazer.

-Professora Tati 1:

Resposta: Acredito que a escola contribui a diminui~o do estresse quando forneca

aos alunos variedades interessantes no aprendizado. Ja as pais d~o Inuita

responsabilidade e a crianc;a sa sente com mado em poder realizar certas tarefas

adultas e reeeber represalias.

Professora Ale:

Resposta: Sim. A ausemcia dos pais e muito tempo nas escolas integrais; acredito

que esta situayao contribui para 0 estresse infantil.

-Professora Marga:

Resposta: As vezes sim. Devido aos diversos compromissos que cada um possui

para resolver, deixam de ser formadores e educadores e tornam-se model os

negativos para seus filhos e aiunos.

-Professora Tati 2:

Resposta: Claro que sim, as escolas sao conteudistas de urna forma geral A escola

nao esta preparada para aluno com dificuldade, ela 56 recebe bem os alunos

"perfeitos". Cobra do aluno 0 que ele nao pode fazer. Encaminha para ca, para IiI.

Os pais cobram muito, nao sabem reconhecer os avan90s do aluno. E urn caos na

minha opiniao, sem contar a rotina da criancya na eseela, entra na sala, anda em fila,

Page 44: o ESTRESSE EM CRIAN

43

faz mil atividades, lancha, brinca 15 minutos, volta para sala, mais 500 atividades,

capia a li~o de casa e vai para Casa. Faz 1i980 de casa, toma banho, janta, tern

pouquissimo tempo com a familia e no dia seguinte, comeya tudo outra vez. Ai! Meu

Deus!! Essa vida, nem cachorro mereee.

As respostas apresentadas levam a perceber que niio se pode ignorar 0 fato

da situayao como urn todo. Nao 56 as professoras, mas 0 individuo de uma forma

geral acabou S8 enl/olvenda com tantas tarefas que ao perceber as grandes

dificuldades para dar conta, acaba deixando Qutras, talvez, a mais importante para

tras, sem levar em conta a importalncia da participayao no desenvolvimento da

crianc;a, que se~o as futures cidadaos.

A professoras, de uma forma geral, sao ooncordantes quanta aos cuidados

que precisam ter para articular situac;6es como estas que apesar de serem

constantes sao constrangedoras, mas apesar de vivenciarem situa¢es como estas

percebem de urn modo geral que tambern podem ser fontes geradoras de estresse

bern como a escola e os pais de urna maneira gera!.

6.2 PESQUISA COM ALUNOS

Esta pesquisa foi realizada com alunos de uma mesma turma de urna escota

particular e outra turma de urna escola publica da 1.0 serie do Ensino Fundamental.

Ocorreu com 0 envolvimento da professora Tati, que leciona no periodo da manha

com urna turma e no perfodo da tarde com outra. As respostas dadas pelos alunos

foram a partir de um questionario (anexo 2), que Ihes foi entregue.

Sua mae au pessaa responsavel trabalha fora?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nao Sim I Nao

14 I 01 09 I 03

Quadro 1

Page 45: o ESTRESSE EM CRIAN

44

Podemos observar que apesar da pequena arnostra retratada, 0 indice de

respostas positivas em ambas a escolas e bem significativD para podermos

comentar que hoje a maiaria dos pais tern dispensado menes tempo para seus filhos

do que as gerac;6es anteriores, onde as pais de urna forma garal trabalhavam fora e

as maes sa responsabilizavam integralmente a educa~o dos filhos. Desta forma,

pode-se observar que a crianl'" de hoje esta mais carente de aten,ao e afetividade

e esta faUa em muitos cases estao relacionadas com reay6es como histerismo,

fobia, agressividade, indiferencya entre Qutros. Upp relata que urna das causas mais

frequentes de ansiedade na crianya e a "sensac;ao de desamparo causada pelo

sentimento de desproteyao diante de situac;6es perigosas ou sentidas como diffeeis

demais para lidar" (LlPP, 2004, p,30)

2- Voc! foi assaltada (0) ou roubada (o)?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I N30 Sim I N30

01 I 14 03 I 09

Quadro 2

FaZ-S8 necessaria considerar que 0 numero de crianc;as que jil foram

assaltadas €I relativamente grande considerando quanti dade de amostras obtidas.

Relata-s6 aqui crianc;as com idade de 6 e 7 anos, no entanto, enfrentam situac;oes

delicadas e de estrema inseguranr;a.

Segundo Upp: ~Por volta dos sete anos a crianga tende a desapegar-se dos pais, e

seus colegas passam a ser mUlto importantes: intensifica-se 0 seu relacionamento

coletivo·, (LlPP, 2004, p, 139), Pode-se prever por meio desta afirma,ao que uma

crianc;a ao comeyar a relacionar-se, busca desenvoltura, simp alia e tranqOilidade, no

entanto S9 depara com situa¢es de ansiedade e 5ensa~o de nao ter como S6

defender, par estar 56 e nao poder cantar com ninguem. Tambern S8 percebe que

crianyas de escolas publicas talvez por estarem mais expostas s~o as maiores

v[timas.

Page 46: o ESTRESSE EM CRIAN

45

3- Voc~ tem alguma dificuldade com a Professora?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nao Sim I Nao

0 I 15 01 I 12

Quadra 3

Este resultado certamente e positiv~ a professora, aos pais e

principal mente aos alunos, pois, podemos concluir que a maiaria dos alunos

encontra-se satisfeitos e de urna forma geral sabem que podem contar com uma

amiga sa precisarem. ~Convem salientar que, nessa fase de desenvolvimento infantil

a professora e a substituta da mae" (LlPP, 2004, p. 126). E aqui segundo a opini~o

dos alunos a professora representa muito bem este papel, considerando que saoduas realidades diferentes, onde a malaria das crianyas da ascola particular elevada e apanhada pelos pais ou por condu¢es particulares, enquanto grande parte

dos alunos de escola publica VaG e voUam ape.

4- Aconteceu algo com seus pais ou responsaveis que Ihe deixou muito

triste?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nao Sim I Nlio

06 I 09 08 I 04

Quadro 4

Buscou-se aqui evidenciar urn fator emocional que pudesse gerar urn foeo

para 0 estresse e a que se observa infelizmente e que grande parte das crianyas se

encontra preocupadas au existe algo com sellS farniliares que Ihes afligem e

especial com as criancyas de escola publica, onde a resposta fai quase un~njme.

Lipp afirma que tambem sao fontes externas geradoras de estresse na infancla:

"brigas ou separa('iio dos pais, morte na familia; principal mente dos pais ou irmiio"

(LlPP,2004, p 20 e 21).

Page 47: o ESTRESSE EM CRIAN

46

5- Voce ficou hospitalizada?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nao Sim I Nao

I 05 I 09 09 I 03Quadro 5

Normalmente esta situac;ao e causa dora de medos e pode garar

inseguran<;a aD adulto, podemos imaginar a partir desse pressuposto, qual seria a

reayao de urna crianc;a. Lamentavelmente, observamos que a maiaria dessas

crianyas pesquisadas ja foi hospitalizada, observamos que as crianryas da ascola

Pllblica aqui apresentadas estao mais propensas que as da escola particular,

independentemente de quais sejam as causas, S8 faz necessaria observarmos

situa¢es como estas, onde a crianva S8 encontra mai5 sensivel, pOis hi! urna

"desestruturayao emocional, meda, angustia, dificuldades escolares, problema de

disciplina, disturbios de comportamento, dificuldades de adapta~o social entre

outros" (LlPP, 2004, p. 23)

6- Alguem faz brincadeiras que voce nao gosta au e muito gros50 com vocl!:?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nao Sim I Nao

04 i 11 06 I 06

Quadro 6

Apesar de S8 tratar de brincadeiras, sabemos que toda crianya gosta de ser

tralada com respeito, no entanto, muitas vezes pais, parentes, amigos, professores e

ate mesmas as pr6prios coleguinhas fazem brincadeiras de mau 905to, apenas para

expor 0 Dutro a gOZ8c;:08S e a chacotas e dessa forma podem provocar estados de

ansiedade causados por estresse exposto, considerado por Lipp urn interventor

negativD para a desempenho escolar. 0 que nos leva ficarmos mais atentos quanta

Page 48: o ESTRESSE EM CRIAN

47

a brincadeiras excessivas que muitas vezes provocam 0 choro nas crian!y8s, par n~o

saberem S8 defender e nao terem a quem buscar.

7- Alguem briga au bate muito em voce?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nilo Sim I Nilo

08 I 07 07 I 05

Quadro 7

Estas condic;oes de viol em cia verbal ou fisica independente S8 e em casa

au na escola seja com par parte de professores ou par meio dos amigos, sao fatores

de extrema preocupaC;8o considerando que praticamente cinqOenta par cento das

crianyas tanto da escola particular quanta da escola publica dizem passar par essa

infelicidade, nao S8 trata apenas de numeras asta e a realidade de nossas criang8s,

onde tambem varias professoras S8 revelam preocupadas com varias crianr;:as em

situa96es criticas especial mente com os pais ou responsaveis, tornando-se muito

agitadas, hostis ou indiferentes.

8-Seus pais estao em situac;!o de separa~~o ou reconciliac;~o?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nilo Sim I Nilo

07 I 08 09 I 03

Quadro 8

Outro fator bern relevante e situa~o de relacionamento dos pais, "quando

uma pessoa esta estressada, ela fica muito irritada, hipersensivel e sem paciemcia,

alem de naa se sentir muito bem fisicamente" (lIPP, 2004, p. 25), tarnanda-se dificil

o convivio com outras pessoas que 0 cercam, ~principalmente com crianyas que, em

geral, desejam muita atengao dos adultos ao seu redor" (lIPP, 2004, p. 26). A

crianya ao S8 deparar com situa¢es que nao compreende tende a se cui par por nao

c:::,•..,~':;L;;;" idc.i-,iificar a razao. Por meio desse quadro, percebemos que na escola

publica 0 indice e bem maior, na entanto as crian9as de escola particular apesar da

Page 49: o ESTRESSE EM CRIAN

48

porcentagem ser menor, tambem estao expostas e esle tipo de preocupa~o que

deveria ser urn assunto restrito aos pais.

9· Alguem pro mete te bater ou te deixar de castigo em casa ou na escola?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim J Nilo Sim I Nao

04 I 11 07 I 05

Quadro 9

Urn assunto bern polemico certamente, porem naD estamos aqui discutindo S8

e correto ou nao. Analisa-s8 de forma garal como urn fata que causa ten~o

psicol6gica gerando medo e inseguranya, quando em demasia. De urn modo geral

observamos que as crianyas da escola publica sofrem mais com esla situa~ao,

talvez par considerar que em grande parte sao respons8veis pelas tarefas

domesticas incluindo cuidar de irmaos menores. A crianc;a quando S8 encontra sob

presseo como, par examplo: fazer toda a liC;:80ate a mae voltar, se nao fizer ira

apanhar; raramente realiza a tarefa com sucesso, enquanto que geralmente se

receber este mesmo pedido sem ameac;a, estara realizando com maior criatividade e

interesse nao 56 esta como qualquer outra; estara tambem se sentindo motivada a

criar alternativas para desafios encontrados em seu dia a dia.

10- A Professora comerrou alguma atividade diferente em sal a de aula?

Escola Particular 15 alunos Escola Publica 12 alunos

Sim I Nlio Sim I Nilo

01 I 14 12 I 0

Quadro 10

o simples fator de uma nova atividade em sala de aula pode gerar incertezas.

Estes numeros apresentados VaG S8 alterar a cada atividade diferente iniciada

inevitavelrnente pel a professora. Ao se sentir insegura quanto ao urn assunto, a

professora poderc3 transmitir esta sensayao ao aluno que consecutivamente ja estara

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49

apreensivo quanta ao novo desafio, sabe~se que nos sentimos acomodados quanta

urn ass unto que domina mas, enquanto que 0 novo nos traz desafios que podem nos

causar motiv8yao para continuar au desanimo e a vontade de desistir. "Ha fatores

externos - aqueles relacionados ao nivel sociocultural da familia e a suas

caracteristicas, mas tambem a metodologia educacional" (Tonelotto, apud LlPP,

2004, p. 137). Estes sao alguns dos latores que podem aletar a aprendizagem

escolar S8 nao for bern articulado a realidade dos alunos.

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50

7 CONSIDERAC;OES FINAlS

o trabalho apresentado mostra caracteristicas relevantes do interesse do

profissional em educa~o, par se tratar de um problema causado as crian<;:as de

formas diretas e indiretas e que interfere negativamente tambem em seu

desenvolvimento escolar. Contribui e alerta 0 professor quanta ao comportamento e

atitudes, muitas vezes designadas a urna serie de suspeitas muitas vezes

patologicas.

Este tema me despertou interesse par ser urn assunto muito falado entre

adultos e pouco observado em crianyas. No entanto, a crian~ hoje praticamente

passa par situac;6es semelhantes a de urn adulto com urn agravante: ela nao tern a

mesma capacidade de com preen sao, par perceber que grande parte dos alunos de

idade entre 6 e 7 anos sao obrigadas a conviver com situa96es que est~o fora de

seu alcance de entendimento e que principalmente dificilmente sao auxiliadas.

Com a pesquisa bibliografica foi posslvel adquirir melhor conhecimento sobre

as varias causas do estresse infant;1. possibilitando assim uma compreensao mais

ampla e critica e especial mente esclarecendo duvidas e apontando sugestoes sabre

a assunto. Foi passivel compreender 0 porque da escola ser tambem responsavel

pel a educayao do individuo. bern como sua cultura, e que buscar recursos

adaptativos para os problemas encontrados com cada aluno, torna-se funyao

prioritaria da escola.

Por meio da pesquisa com as crian98s da 1;' serie da escola particular e

escola publica do ensino fundamental foi possivel observar que boa parte das

crian98s esta passivel a urn estresse independente de sua classe social. dessa

forma reafirma a preocupac;:ao com 0 ass unto pesquisado, trazendo urn alerta e uma

maior atenyao nao s6 aos professores em sala de aula como pais e/ou

responsaveis

A pesquisa com as professoras fai satisfat6ria, pais relatou as duvidas que a

grande maiaria possui especial mente sabre os sintomas. tanto da escola publica

quanta da escala particular. bern como se mostrou a necessidade de trazer de uma

forma mais clara, 0 ass unto de maneira geral. Revela a preocupa~o que parte das

professoras tern em rela~o ao aluno. Elas percebem que as alunos estao carentes

Page 52: o ESTRESSE EM CRIAN

51

de atenc;ao e que varias situa¢es agravam 0 born desenvolvimento escoiar, param,

sentem~se incapacitadas para ajudar, par S8 tratar de assuntos muitas vezes

delicado e de dificil acesso.

Acredito que as objetivos do trabalho foram alcan9Cidos, pOis, atravas das

pesquisas, p6de-se esclarecer varias duvidas, em especial aos comportamentos

gerados palo estresse que, em muitos casos trazem inseguranya e preocupac;6es

aos professores em sala de aula. Tambem foi ralevante as resultados obtidos par

meio das pesquisas com as crianyas, que em muitas situ8c;oes S8 sentem inseguras

em rela~o 80 seu dia-a-dia, seja ala estudante de uma escola publica ou privada.

Este trabalho trouxe indicios para urn aprofundamento maior do assunto,

principal mente no que diz respeito a formac;:~o de professores, pois as professoras

pesquisadas mostraram descanhecer a assunta e suas implicac;:oes na educac;:ao.

Recamenda-se, tanto na forrna9-~1O inicial quanta na cantinuada, que a estresse

infantil seja urn tema de reflexao para se buscar ac;:6es educacionais que possarn

auxiliar a aluno em seu desenvalvirnento integral.

Page 53: o ESTRESSE EM CRIAN

52

REFERENCIAS

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Page 55: o ESTRESSE EM CRIAN

54

ANEXO 1

Page 56: o ESTRESSE EM CRIAN

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Entrevista realizada com professoras de Escola Publica e Escola

Particular da 1" serie do Ensino Fundamental

1) Idade: _

2) Tempo de Profissao: _

3) Tempo de trabalho com alunos da escola publica: _

4) Tempo de trabalho com alunos da escola particular: _

5) Os alunos confiam problemas a voce? Explique:

Escola publica:

Escola particular:

6} Os pais e a escola, normalmente participam desse processo? Explique:

Escola publica:

Escola particular:

7) Em algum momento, foi levantado a hip6tese de ser estresse infantil?Escola publica: _

Escola particular: _

Page 57: o ESTRESSE EM CRIAN

8) Comente 0 que voce sabe sobre 0 estresse infantil?R: _

9) A escola, por meio de profissionais, ja identificou algum caso de

estresse infantil? Co mente:

Escola publica: _

EscoJa particular: _

10) Em sua opiniao, os pais, professores e a escola de urn modo geral sao

fontes geradoras de estresse infantil? Por que?R: _

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55

ANEXO 2

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Pesquisa com alunos da 1" serie do Ensino Fundamental da Escola

Publica - idade entre 6 e 7 anos (as perguntas sao referentes aos

u!timos meses

1) A sua mae ou pessoa responsavel trabalha fora?() Sim () Nao

2) Voce foi assaltada ou roubada?() Sim () Nao

3) Voce tern alguma dificuldade com a professora?() Sim () Nao

4) Aconteceu algo com seU$ pais ou responsavel que Ihe deixou muitotriste?

() Sim () Nao

5) Voce ficou hospitalizada?() Sim () Nao

6) Alguem faz brincadeiras que voce naD 905t3 ou e muito gr0550 comvoce?

() Sim () Nao

7) Alguem briga ou bate muito em voce?() Sim () Nao

8) Seus pais estao em situac;ao de separac;~_o ou reconciliac;ao?() Sim () Nao

9) Alguem pro mete te bater ou te deixar de castigo em casa ou na escola?() Sim () Nao

10 A professora comec;ou alguma atividade diferente em sal a de aula?() Sim () Nao