o estado verde - edição 22431 - 20 de janeiro de 2015

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ANO VI - EDIÇÃO N o 373 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 20 de janeiro de 2015 Páginas 9 e 10 BIODIVERSIDADE O ICMBio quer trazer nossas ararinhas de volta Elas estão no Catar e podem fazer parte de um espólio naquele País. O órgão pediu ajuda ao Itamaraty e espera que a espécie, em extinção, retorne ao Brasil. Página 11 TECNOLOGIA SOCIAL Uma proposta simples para atender o déficit sanitário A solução é simples e ambientalmente correta. Feita de alvenaria impermeável e com custo baixo, a “fossa verde” pode ajudar a solucionar a falta de saneamento. BANCO DE DADOS DIVULGAÇÃO Prefeito recebe recomendação para cuidar das praias de Fortaleza POLUIÇÃO O Ministério Público do Estado do Ceará recomenda, ao prefeito, mais cuidado com a zona costeira e pede que o Município inscreva-se na Certificação Praia Limpa. Páginas 6 e 7

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Jornal O Estado (Ceará)

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ANO VI - EDIÇÃO No 373FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Páginas 9 e 10

BIODIVERSIDADE O ICMBio quer trazer nossas ararinhas de voltaElas estão no Catar e podem fazer parte de um espólio naquele País. O órgão pediu ajuda ao Itamaraty e espera que a espécie, em extinção, retorne ao Brasil. Página 11

TECNOLOGIA SOCIALUma proposta simples paraatender o déficit sanitárioA solução é simples e ambientalmente correta. Feita de alvenaria impermeável e com custo baixo, a “fossa verde” pode ajudar a solucionar a falta de saneamento.

BANCO DE DADOS

DIVULGAÇÃO

Prefeito recebe recomendação para cuidar das praias de Fortaleza

POLUIÇÃO

O Ministério Público do Estado do Ceará recomenda, ao prefeito, mais cuidado com a zona costeira e pede que o Município inscreva-se na

Certificação Praia Limpa. Páginas 6 e 7

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Elisangela Alves. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

R$ 1.3 MILHÕES DO FNDF O Fundo Nacional de Desenvolvi-

mento Florestal (FNDF) disponibi-lizará R$ 1.3 milhões para apoio a novos projetos em 2015. Além dos novos apoios, serão repassados R$ 2.8 milhões para projetos apro-vados em anos anteriores que ain-da estão em execução. Ao todo, o fundo prevê executar mais de R$ 4 milhões no ano.

De acordo com o Plano Anual de Aplicação Regionalizada (PAAR) 2015, foram definidas como áreas prioritárias para atuação do FNDF a promoção do manejo sustentável na Amazônia e o fomento a restauração da Mata Atlântica e do Cerrado.

Para o gerente de Capacitação e Fomento, João Paulo Sotero, os te-mas floresta e água são interdepen-dentes e que a crise hídrica atual tem forte relação com o desflorestamen-to dos biomas. Ainda segundo ele, “a Mata Atlântica tem somente algo em torno de 10% da sua cobertu-ra original. Já o Cerrado e Caatinga sofreram aproximadamente 50% de degradação”. Então, por que não priorizar, também, o Cerrado e a Ca-atinga? O primeiro é considerado a “caixa d´água do Brasil” e a nossa Caatinga, o bioma mais vulnerável ao fenômeno mudanças climáticas.

CURSOS ANAHoje, começa a temporada de cur-

sos 2015 da Agência Nacional de Águas (ANA). São temas diversos do setor de recursos hídricos: comitês de bacias, monitoramento da qualidade da água e gestão de bacias hidrográfi -cas. O objetivo é estimular a conserva-ção e o uso sustentável da água, além da participação cidadã na implementa-ção da Política Nacional de Recursos Hídricos. Os alunos que conseguirem 60% de aproveitamento nas avaliações terão direito a um certifi cado digital. Eu espero conseguir, fi z inscrição para dois, dos sete cursos ofertados.

A Agência realiza capacitações para as entidades que compõem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e para toda a sociedade brasileira. Em 2014, a Agência capacitou 17.185 pessoas. Para 2015, a expectativa é bater este recorde.

REFLEXÃO“É muito melhor arriscar coisas gran-

diosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fi la com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” Theodore Roosevelt.

Governo corta R$ 9 bilhões em subsídios à energia e a conta de luz aumenta. Quem perde? Quem ganha? Adivinhou, eu, você, nós perdemos. Quem ganha? O setor elétrico, o Governo. Este vai arrecadar mais impostos e outro, talvez, seja socorrido através dos bancos públicos.

O pior é que as usinas térmicas estão operando a todo vapor, além de produzir energia mais cara, elas são altamente poluentes. A responsabilidade por esta situ-ação é única e exclusiva do Governo Dilma, que com seu forte caráter interventor, com a MP 579 antecipou o fi m de concessões de geração e deixou as distribuido-ras sem energia contratada. O preço da energia no curto prazo subiu e quem acaba pagando a conta é o consumidor.

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o salvador da pátria da Dilma, só tem uma missão, cortar custos para o Governo e repassar os mesmos para o povo. Pode onerar tudo e todos; o bolso do consumidor, nem se fala, só não pode onerar o Tesouro. Segundo o Governo, as tarifas vão subir de forma gradual para evitar impacto maior na infl ação, parece que até abril, serão três reajustes, espero que os aumentos terminem por aí. Vai sonhando...

ENERGIA, QUEM PAGA A CONTA?

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

21 DE JANEIRO DE 2015Dia Mundial da Religião • Se o Dia Mundial da Religião criado dia 21 de janeiro, para celebrar a tolerância e o diálogo entre todos os povos, atualmente, mais do que nunca, a sociedade global deve refl etir sobre o tema, especialmente após a execução de jornalistas e chargistas que trabalhavam naquele momento na sede do semanário francês Charlie Hbdo, em Paris, por dois homens armados, identifi cados como mulçumanos. Os dois terroristas, como o governo francês defi ne os criminosos, cometeram o atentado gritando: “Allah Akbar” (Deus é grande) e “o profeta foi vingado”. Costumeiramente, o Charlie publicava caricaturas de Maomé. Por que as charges do Charlie Habdo foram consideradas tão ofensivas? Por que tanta intolerância e raiva? Segundo o Alcorão ou Corão, livro sagrado dos mulçumanos, não há no texto uma proibição sobre o fato de retratar o profeta Maomé ou Alá, o Deus islâmico. No entanto, o verso 11 do capítulo 42 diz: “(Alá é) o criador dos céus e da terra... (não há) nada semelhante a Ele”. Por isso é interpretado por muçulma-nos como uma mensagem de que Alá não pode ser retratado em uma imagem feita por mãos humanas, dada sua beleza e grandeza. O profeta Maomé fundou o islamismo, no início do século VII, na região da Arábia. O Islã é uma religião que compreende o conjunto dos povos de civilização islâmica, que professam o islamismo; em resumo, é o mundo dos seguidores dessa religião. O muçulmano é o seguidor da fé islâmica, também chamado por alguns de islamita. O termo maometano às vezes é usado para se referir ao muçulmano, mas muitos rejeitam essa expressão - afi nal, a religião seria de devoção a Deus, e não ao profeta Maomé. Em árabe, Islã signifi ca “rendição” ou “submissão” e se refere à obrigação do muçulmano de seguir a vontade de Deus. Conforme novas projeções populacionais do Fórum Pew Research Center sobre Religião e Vida Pública (http://www.pewforum.org), a população islâmica mundial deve continuar a crescer nas próxi-mas décadas, passando de 1,6 bilhões em 2010 para 2,2 bilhões até 2030. Já o número de católicos no mundo aumentou e em 2012 chegou a 1,228 bilhões de pessoas, segundo números do Anuário Estatístico Pontifício apresentado em maio de 2014 pelo Vaticano (www.vatican.va). Estão entre as maiores religiões do mundo: budismo; judaísmo; hinduísmo; catolicismo, islamismo xintoísmo.

24 DE JANEIRO DE 2015Dia da Constituição • O artigo 225 da Constituição Federal assegura a todos, o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida. Os incisos VI e VII, do artigo 23 do mesmo instrumento, diz que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção do meio ambiente, o combate à poluição em qualquer de suas formas e a preservação das fl orestas, da fauna e da fl ora.

25 DE JANEIRO DE 2015Dia do Carteiro

• A data foi escolhida em memória a criação do Correio-Mor no Brasil em 25/01/1663. Luiz Gomes da Matta Neto foi o primeiro “carteiro” do Brasil e atendia a corte de Portugal. A profi ssão de carteiro, tal como a conhecemos hoje, só apareceu em 1835, quando começaram a entregar

correspondência nos domicílios. Até então, as pessoas usavam mensagei-ros, bandeirantes ou escravos para enviar mensagens. Em 2015 comemo-

ram-se 352 anos de atividade postal no Brasil quando já existem cerca de 50 mil carteiros trabalhando nos Correios do Brasil.

AGENDA VERDE

Os oceanos, atores essenciais da evolução do clima, estão sob forte vigilância, mas parece que

ainda é pouco. O Programa Mundial de Investigação Climática (WCRP) está lançando o que está chamando de De-safi o Polar, através do qual, vai premiar o grupo de pesquisadores que conseguir enviar um Underwater Vehicle Auto-noma (AUV) ou, veículo com autono-mia para andar debaixo das camadas polares. A missão é o desfi o de fazer a primeira viagem – 2.000 quilômetros – sob o gelo do Ártico e da Antártica.

O objetivo é estimular o desenvolvi-mento de uma ferramenta de monitora-mento, “extremamente necessária” para expandir a capacidade de investigação científi ca nas regiões polares, a serviço do clima. “A criosfera é um importante indicador da mudança climática global e desempenha um papel fundamental no nosso sistema climático”, disse o diretor WCRP, David Carlson, em nota a im-prensa. Criosfera é a camada glacial, fria ou gelada da Terra.

“Apesar das inúmeras melhorias do modelo, a confi abilidade de longo prazo e as perspectivas de mudanças climáti-cas nas regiões polares, é severamente

limitada pela escassez e custo das ob-servações sistemáticas sobre e abaixo do gelo marinho”, enfatizou dr. Carlson. O Desafi o Polar está sendo anunciado na Conferência Arctic Fronteiras, que co-meçou dia 18 de janeiro, em Tromsø, na Noruega, e termina dia 23 (sexta-feira).

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA Os AUVs ou planadores submarinos

já são utilizados em um contexto opera-cional em todo o mundo em zonas livres de gelo, e em superfície com base regu-lar para através de posição GPS, obter e transmitir dados ambientais. Eles são capazes de observar e coletar indicado-res oceanográfi cos com qualidade ideal e média como, temperatura, salinidade, fo-tossíntese e acidez, a um custo menor em comparação com sistemas de observação convencionais. A nova geração de AUVs fornece um potencial de baixo risco, além de baixo custo para a ampliação de redes de observação nas regiões polares.

Sob o gelo marinho, a faixa de opera-ção, posicionamento e de transmissão de dados representam grandes desafi os para os modelos atuais de veículos su-baquáticos. A integração das tecnologias recentes em relação a sistemas de energia e técnicas de navegação, por exemplo, te-ria que ampliar o alcance da aplicação de tais veículos, atualmente limitado princi-

palmente ao oceano aberto. Mas, a nova geração de AUVs, como os planadores submarinos, apresentam um potencial de baixo risco, com baixo custo para a ampliação das redes de observação para as regiões polares.

O WCRP espera que a competição possa promover a inovação tecnológica e formar uma futura e poderosa rede de observação, autônoma e de escala econô-mica, destinada a melhorar as previsões meteorológicas e acompanhar o aumen-to do nível dos mares e suas relações com o aquecimento global, assim como as 3.500 boias da Rede Argo, plataforma de observação que tem como objetivo re-gistrar a temperatura e a salinidade dos

oceanos, podendo alcançar uma profun-didade de até dois quilômetros.

WCRPO World Climate Research Program-

me está confi ante quanto às contribui-ções, e acredita que estas “virão de todas as partes interessadas” no andamento da iniciativa que “além de importante, será emocionante”. O WCRP é patroci-nado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Conselho Inter-nacional para a Ciência (ICSU) e pela Comissão Oceanográfi ca Intergoverna-mental (COI) da Organização das Na-ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

O Programa Mundial de Investigação Climática (WCRP) está lançando o que está chamando de Desafio Polar. O objetivo é monitorar as alterações do clima

Órgão internacional estimula criaçãode veículo para viajar sob o gelo

CLIMA

POR TARCILIA [email protected]

DIVULGAÇÃO

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

O novo presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Am-biente (Conpam), Artur Bruno,

é empossado ofi cialmente, pelo gover-nador Camilo Santana. O ato de assina-tura do livro de posse ocorreu na ma-nhã do dia 14 de janeiro no Palácio da Abolição. A nomeação para o cargo foi publicada no Diário Ofi cial nº 08, que circulou no dia 13 de janeiro, com data retroativa a 01 de janeiro.

Artur Bruno é empossado

Inscrições podem ser feitas pela internet até 13 de fevereiro

PRÊMIO BIODIVERSIDADE

JORNALISTA E ESCRITOR

DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO Logo no primeiro Princípio expo-

sado pela Declaração de Estocolmo (1972) o entendimento referido no tópico anterior se faz nítido: “O ho-mem tem o direito fundamental à li-berdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, EM UM MEIO AMBIENTE DE QUALI-DADE TAL, QUE LHE PERMITA LE-VAR UMA VIDA DIGNA E GOZAR DE BEM-ESTAR.” (grifo meu). O desen-volvimento dos diversos ramos do Direito Ambiental, segundo Daniela Annoni, ensejou a que tal postura seja sobrepujaa pela ideia de que a proteção amiental constitui um fim autônomo. Todavia, as posições não se excluem, ao contrário, se imis-cuem, uma vez que “a vida humana guarda relação de dependência com as condições ambientais”.

PONTO DE CONTATO

Neste viés do ordenamento legal internacional entre Direito Ambiental e Direitos Humanos, vale ressaltar a lição do professor Antônio Augusto Cançado Trindade, referência em di-reitos humanos no Brasil, quando se expressa: “Pode-se em nossos dias detectar um ponto e contato entre a proteção dos direitos humanos e a proteção ambiental na preocupação com esta última nos instrumentos in-ternacionais de direitos humanos e, reversamente, na preocupação com a proteção dos direitos humanos nos instrumentos internacionais de direito ambiental.”

PACTO INTERNACIONAL Em 1966, o Pacto Internacional os

Direitos Econômicos, Sociais e Cul-turais, já se adiantava na construção do meio ambiente sadio como um direito humano, ao defi nir como um dos caminhos a sere trilhado para as-segurar o direito à saúde (art. 12) a melhoria os aspectos de higiene am-biental (art. 12.2,b). De igual modo é a manifestação do Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais da ONU, que na Declaração nº 14, de 12 de maio de 2000, lista os pré-re-quisitos para se ter assegurados os direitos à saúde, e entre estes desta-ca o “acesso à água segura e potável e saneamento básico, condições de trabalho seguras e saudáveis, e meio ambiente saudável.”

DESAFIO DO SÉCULO

Em 1993, Fatma Ksentini apre-sentou um relatório oficial da Subco-missão Sobre Prevenção de Discri-minação e Proteção e Minorias das Nações Unidas, órgão criado quatro anos antes, no qual se afirma que meio ambiente, desenvolvimento, democracia e direitos humanos são problemas que caracterizam o sécu-lo XX e constitui um desafio para o século atual, posto que os direitos assentados na Declaração Univer-sal de Direitos Humanos, da ONU, devem ser plenamente realizados. O caráter universal dos direitos hu-manos está inquestionavelmente im-bricado com os direitos a um meio ambiente saudável.

DIREITO AMBIENTAL E DIREITOS HUMANOSO “Corpus Iuris” do Direito Internacional no respeitante à proteção

dos direitos da pessoa humana alcançou amplo e diversificado de-senvolvimento, tanto em nível de sistema universal como em nível de sistemas regionais de proteção aos direitos humanos. Dentro desses aspectos surgiu posteriormente, sobretudo na década de 1960, e, ao depois, em 1972, com a realização da I Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, assoma o Direito Ambiental Internacional em que se identifi-ca claramente uma preocupação definida com o homem, ou seja, uma visão antropocêntrica do Direito Ambiental na busca de solução para questões até então não definidas no sistema legal internacional.

SERVIÇOSeminário sobre Licenciamento para DespachantesData: 21.01.15Horário: 9 horasLocal: auditório da SeumaAvenida Deputado Paulino Rocha, 1343, Cajazeiras.

Seuma realiza seminário gratuito para despachantes

LICENCIAMENTO

A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), realizará, amanhã (21), a partir das 9 horas, o “Seminário sobre Licenciamento para Despachantes”, no auditório do órgão. O objetivo da iniciativa é esclarecer as principais dúvidas sobre Alvarás de

Construção, Licenças Ambientais e Lei de Parcelamento.

No encontro serão apresentados os fl uxos, prazos e checklists do órgão para a emissão de documentos, além do Decreto de Procedimentos. O semi-nário é gratuito e aberto a todos que tiverem interesse em participar.

Estão abertas, até 13 de fevereiro de 2015, as inscrições para o Prêmio Nacio-nal da Biodiversidade. Instituída pelo Mi-nistério do Meio Ambiente (MMA), a pre-miação tem como objetivo, reconhecer ações e projetos de organizações não governamentais, empresas, sociedade civil, academia, órgãos públicos, im-prensa e cidadãos, que se destacam por buscarem a melhoria ou manutenção do estado de conservação das espécies da biodiversidade brasileira, contribuindo para a implantação das Metas de Aichi para a biodiversidade.

A previsão é que os vencedores sejam divulgados em cerimônia marcada para

22 de maio de 2015. Para participar, os interessados devem preencher formulá-rio online no endereço eletrônico (www.pnb.ana.gov.br/).

DIVULGAÇÃO/CONPAM

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

Hoje, Funceme divulga prognóstico climático de 2015

QUADRA CHUVOSA

O prognóstico climático para a quadra chuvosa de 2015 no Ceará, elabora-do pela Fundação Cearense de Re-

cursos Hídricos (Funceme), será divulgado hoje (20), às 10h, no auditório do Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado. Tra-ta-se de uma das mais relevantes informa-ções para a orientação de políticas públicas nas áreas de agricultura e gestão de recursos hídricos, com impactos também em outros setores da sociedade.

O Governo Estadual, sensibilizado da gravidade do panorama da seca no Ceará, que chega em 2015 ao quarto ano conse-cutivo, enxerga a importância do prognós-tico e trata a questão dos recursos hídricos como prioridade. Atualmente, 176 dos 184 municípios cearenses têm decretos de es-tado de emergência por consequência da estiagem. E a situação dos açudes tam-bém preocupa, pois nos 149 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), há dis-poníveis somente 20,4% da capacidade de armazenamento de água, havendo várias regiões do Estado em que o sistema de re-servatórios está abaixo dos 10%.

“Somente um cenário de chuvas acima da média e bem regulares poderá atenuar o cenário atual da seca no Ceará. A Funceme fez prog-nósticos em novem-bro e em dezembro de 2014 e, em am-bos, as condições dos oceanos não nos deram bons sinais. Agora em janeiro, rodamos novamente os modelos globais e o resultado será apresentado na terça-feira. Acho importan-te lembrar que desde novembro de 2013, a Funceme demonstra preocupação com 2015, devido à atuação do El Niño. O prognóstico apontará as probabilidades de como será o acumulado de precipitações nos meses de fevereiro, março e abril de 2015”, explica Eduardo Sávio Martins, colaborador da Uni-versidade Federal do Ceará (UFC).

Segundo ele, desde o início do atual ciclo de estiagem, em 2012, o Governo do Estado toma medidas para melhorar a convivência

com a Seca, como investir na am-pliação e integração da rede

de distribuição de água, repasse de toneladas de

milho para alimentação animal, além de ações mais emergenciais como carros-pipa e instalação de adutoras

de engate rápido para os municípios e localidades com

situação mais crítica. “Estive re-centemente reunido com o gover-

nador Camilo Santana e apresentei as previsões. Ele garantiu que vai man-

ter e incrementar o conjunto de ações para amenizar os danos da seca”, afi rma Martins.

WORKSHOP

Para chegar às probabilidades de cada categoria do prognóstico (acima da média, em torno da média e abaixo da média), a Funceme, analisa os modelos atmosféricos do Superconjunto Nacional, composto pela modelagem global da instituição cearense juntamente com o Centro de Previsão do Tempo de Estudos Climáticos do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) e do Instituto Nacional de Meteoro-logia (Inmet).

Essa análise aconteceu, ontem (19), du-rante o “XVII Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nor-destino”, a ser realizado no auditório da Funceme, com a participação de meteoro-logistas de centros estaduais, nacionais, da Europa e América do Norte. A reunião téc-nica é fechada para imprensa ou visitantes.

Como o prognóstico climático apontará para o próximo trimestre e a quadra chu-vosa ofi cial no Ceará engloba os meses de fevereiro, março, abril e maio, a Funceme fará, no fi m de fevereiro, nova avaliação dos modelos para apontar as probabilida-des de como serão as precipitações acumu-ladas de março a maio.

SERVIÇO:

Coletiva de divulgação do prognóstico da quadra chuvosa de 2015 no Ceará

Data: 20 de janeiro de 2015Horário: 10hLocal: Local: Auditório do Palácio da Abo-

lição (Rua Silva Paulet, 400 – Meireles)

O documento é uma das mais relevantes informações para a orientação de políticas públicas nas áreas de agricultura e gestão de recursos hídricos

El Niño segue em desenvolvimento, o clima não está para chuvasBRASIL

O Infoclima do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC/INPE, publicou dia 19 de dezembro, em seu portal (http://infoclima1.cptec.inpe.br/) que o fenômeno El Nino se-gue em desenvolvimento no Oceano Pacífi co Equatorial. Signifi ca que o aquecimento das águas superfi ciais e subsuperfi ciais no Pacífi co continua em curso, infl uenciando a distribuição de anomalias de precipitação nos se-tores norte e sul do Brasil.

Além disso, segundo meteorologistas do Infoclima, “a evolução das atuais anomalias de Temperatura da Superfí-cie do Mar (TSM) no Atlântico Tropical

poderá contribuir para a diminuição dos totais pluviométricos sazonais sobre o norte da Região Nordeste”.

A previsão por consenso para o tri-mestre janeiro, fevereiro e março de 2015 (JFM/2015), baseada na análise das condições oceânicas e atmosféri-cas em novembro e início de dezem-bro e dos prognósticos de modelos dinâmicos e estatísticos de previsão climática sazonal, é de maior proba-bilidade dos totais pluviométricos sa-zonais ocorrerem na categoria abaixo da faixa normal climatológica, tanto para o norte da Região Norte, com distribuição de probabilidades 20%,

35%, 45% para as categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal res-pectivamente, como para o norte da Região Nordeste, com distribuições de probabilidade 25%, 35%, 40%.

Para o sul da Região Sul, a previsão de maior probabilidade das chuvas situarem-se dentro da faixa normal, com a seguinte distribuição de pro-babilidades: 35%, 40% e 25%, para as categorias acima, dentro e abaixo da faixa normal climatológica, res-pectivamente. Para as demais áreas, a previsão é de igual probabilidade para as três categorias.

Ressalta-se que o défi cit pluviométri-

co observado no decorrer da primeira quinzena de dezembro sobre a Região Sudeste do Brasil (norte de São Pau-lo, centro-sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro), somada às anomalias negati-vas de precipitação em outubro e, em alguns setores, em novembro, implica em uma estação chuvosa mais fraca em seu início.

Portanto, segundo o órgão, “este cenário requer maiores cuidados aos tomadores de decisão, principalmen-te em função das condições de baixa umidade do solo após longo período de estiagem e seca na Região Su-deste do Brasil”.

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

POR TARCILIA [email protected]

FORTALEZA

Ministério Público recomenda evitar mais poluição na zona costeiraAlém de causar danos à saúde, aos biomas marinhos e gerar confl itos com a atividade econômica de turismo, praia poluída é inconstitucional. O papel da promotoria pública é fi scalizar o cumprimento da lei

As galerias pluviais que esco-am para o mar levam, além da água da chuva, lixo e esgotos

clandestinos, poluindo cada vez mais nossas praias e consequentemente, o oceano. Atento ao cenário, o Ministé-rio Público do Ceará (MPCE), através do promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e, Planejamento Urba-no, José Francisco de Oliveira Filho, expediu dia 19 de dezembro de 2014, recomendação ao prefeito de Fortale-za, no sentido de ações urgentes para a preservação dos ambientes de zona costeira e “informar o administrador municipal acerca da conservação e limpeza de praias da Capital”.

Segundo Oliveira Filho, “o papel da promotoria pública é fi scalizar o cum-primento da lei”. O MPCE exige que o poder público municipal proceda à inscrição de praias de Fortaleza, nos termos da Lei Estadual nº 13.892 de 31/05/2007, para fi ns de obtenção do Certifi cado Praia Limpa. “O meio am-biente está afetado de maneira grave, o dano ambiental é irreparável, temos que agir logo”, disse o promotor, destacan-do que a recomendação pretende evitar que a situação piore.

POLUIÇÃO E BALNEABILIDADEEm recente entrevista ao Estado Ver-

de, o biólogo marinho, Clóvis Castro, coordenador geral do Projeto Coral Vivo, disse que são evidentes os impac-tos ambientais relacionados aos esgotos clandestinos e à quantidade e composi-ção de resíduos fl utuantes, em praias, e/ou depositados no leito marinho. “Os plásticos são os mais frequentes”, disse.

Fatores como tempo de decomposi-ção, o uso abundante pela sociedade moderna e a ineficácia ou inexistência de programas de gerenciamento de resíduos sólidos, explicam , por exem-

plo a presença de tanto plástico entre os lixos marinhos. “Além dos danos à vida nos oceanosa, o lixo no litoral entra em conflito com uma das princi-pais atividades econômicas da região: o turismo”, alerta o biólogo.

O turista que chega ao Ceará, na sua maioria, vem em busca de sol e mar. Sol é garantido, mas banho de mar, vai depender, e muito, da balneabilida-de das praias. O boletim que aponta o total de trechos próprios para a práti-ca recreativa do banho de mar na orla marítima de Fortaleza é emitido pela Estadual do Meio Ambiente (Semace). Segundo o órgão “vários fatores podem infl uenciar na qualidade das águas, como: chuvas, ligações clandestinas de esgotos, aumento da maré, presença de animais no entorno, disposição inade-quada de resíduos sólidos e regiões de adensamento urbano”.

O resultado é realizado por técnicos da Gerência de Análise e Monitora-mento (Geamo) da Superintendência, que semanalmente visitam 31 pontos da Capital, coletando amostras de cada um destes. As análises feitas por eles são baseadas em parâmetros estabelecidos pela resolução 274 do Conselho Nacio-nal do Meio Ambiente (Conama).

RECOMENDAÇÃOSe um promotor de justiça verifi car

que é possível reverter ou prevenir al-gum dano apenas com a iniciativa de um agente público, ele pode emitir uma recomendação. Trata-se de um instru-mento que serve para alertar sobre a ne-cessidade de providências para resolver uma situação irregular ou que possa le-var a alguma irregularidade. Não é uma obrigação, mas, se a recomendação não for acatada por quem deve prevenir ou resolver o problema, o promotor pode tomar outras providências na esfera ju-dicial e extrajudicial.

A recomendação expedida pelo MPCE está fundamentada nos incisos VI e VII,

NAYANA MELO

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

Implantado em 2007, o Programa de Despoluição da Orla Marítima de Forta-leza objetiva fi scalizar imóveis localizados em ruas próximas à orla que possuem esgotamento sanitário para se certifi car quem não efetuou a interligação à rede de esgoto. A ação visa melhorar os índices de balneabilidade dos recursos hídricos

e das praias do Município por meio da eliminação das fossas e sumidouros, das ligações clandestinas e dando o destino correto aos efl uentes. Até o fi nal de 2014, foram vistoriados, por meio do Programa, mais de 19 mil imóveis.

Dentre as ações estão: fi scalização diária por denúncia ou busca ativa de

imóveis não interligados à rede pública de esgoto e de possíveis ligações clandes-tinas; fi scalização das estações de trata-mento de esgotos (ETEs) e de locais com atividades potencialmente poluidoras, sendo os responsáveis autuados quando efl uentes são lançados fora dos padrões; iniciativas de educação ambiental com

sensibilização da população e o acom-panhamento dos trabalhos de limpeza das águas e do entorno, este último exe-cutados pelas Secretarias Regionais, De-fesa Civil e Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), por meio da Empresa Municipal de Limpeza e Urba-nização (Emlurb).

Programa de Despoluição da Orla Marítima

do artigo 23 da Constituição Fede-ral, segundo os quais é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção do meio ambiente, o com-bate à poluição em qualquer de suas formas e a preservação das flores-tas, da fauna e da flora. Além disso, considera o artigo 225 da Constitui-ção Federal, que assegura a todos o direito fundamental ao meio am-biente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida. De acordo com o MPCE, a Prefeitura ainda não se manifestou.

Sobre a recomendação, a Prefeitu-ra de Fortaleza, por meio da Secreta-ria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), informou-nos em nota, que está providenciando o devido credenciamento junto ao Selo Praia Limpa. “As praias indi-cadas serão divulgadas assim que as inscrições forem abertas. Em 2014 não houve edição do selo, e que está aguardando o lançamento da edição de 2015 para se cadastrar”. Veja quadro sobe o Selo Praia Limpa.

MEDIDASVale ressaltar que a Prefeitura, na

mesma nota, esclarece que “já de-senvolve ações, o Programa Águas da Cidade, composto por várias iniciativas integradas, a exemplo do Projeto Orla, objetivando a re-cuperação da qualidade dos recur-sos hídricos de Fortaleza. As ativi-dades promovidas possibilitam a conquista de melhores índices de balneabilidade das praias do muni-cípio, considerando que alguns rios e riachos deságuam diretamente no mar”, diz a nota.

A Seuma destacou também, que em parceria com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), vem realizando medidas para evitar e mitigar impactos na nossa zona costeira. “Apenas em 2014, mais de 820 imóveis não interligados à rede pública de esgoto foram vistoria-dos”. De acordo com o informe, ano passado, a secretaria realizou visto-rias em 430 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) de condomínios, das quais, 79 foram autuadas.

A Certifi cação Praia Limpa é um programa de Governo coordenado pelo Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam). Criado pela Lei nº 13.892 de 2007, tem como objetivo conceder um selo de Certifi -cação Ambiental, expedido pela Supe-rintendência Estadual do Meio Am-biente (Semace), aos municípios que aderirem de forma voluntária ao pro-grama inscrevendo suas praias para que sejam avaliadas e recebam um selo de qualidade atestando as condi-ções de higiene / limpeza, segurança

e conservação exigidas pelo programa dentro de critérios estabelecidos, con-forme a legislação citada.

A Assessoria de Comunicação do Conpam, disse que a Lei 13.892 de 2007 é muito pequena e carece de ajustes, por isso já “está na Procu-radoria Geral do Estado (PGE) uma minuta que propõe modificações”. Dentre elas, está sendo proposto a alteração do nome da certificação que passaria a ser chamada de Selo Estrela do Mar. Deixa de ser um pro-grama e passa a ser uma certificação

com três níveis de avaliação.Continuará sendo um selo voluntá-

rio. “A certifi cação não é fi scalizadora, a lei não obriga o município a se ins-crever, se ‘ele’ acha que tem praias ha-bilitadas para inscrever-se que o faça. A proposta é incentivar o município a ser ambientalmente correto, que-remos tudo dentro da conformidade ambiental e legal, e contribuir para criação de valores, inclusive, perti-nentes ao turismo. A intenção não é fl agrar, mas incentivar”.

Aprovada a nova metodologia, o

Conpam abre as inscrições para os 20 municípios que compõem a Zona Costeira do Estado do Ceará. Esta será a 3ª edição da certificação bia-nual (2017 e 2018) que é bianual. Cada município poderá indicar um ou duas praias por edição. Os muni-cípios são: Icapuí, Aracati, Beberibe, Cascavel, Fortim, Aquiraz, Fortale-za, Caucaia, São Gonçalo do Ama-rante, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Itapipoca, Amontada, Itarema, Aca-raú, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Camocim e Barroquinha.

Uma certifi cação voluntária que pode fazer a diferençaSELO PRAIA LIMPA

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

Vem aí mais uma edição do “All About Energy”. O Terminal de Passageiros Docas do Ceará, no

Mucuripe, tendo como fundo a orla de Fortaleza, foi palco do lançamento da 9ª Feira Internacional de Energias Renováveis. A solenidade aconteceu no último dia 16 e contou com a pales-tra “Energias Renováveis: regulamen-tação, incentivos e novos mercados”, proferida pelo presidente do evento, Armando Abreu.

Considerado o maior e um dos mais im-portantes encontros do setor na América

Latina, a feira, segundo Abreu, “é respon-sável por atrair renomadas companhias do setor energético alternativo de forma que impacta, positivamente, sobre a eco-nomia local, além de colocar o estado do Ceará, em posição de destaque no cenário nacional e no centro das discussões e soluções sobre energias renováveis”.

Durante a palestra, Abreu relembrou o pioneirismo do Ceará em 1996, como também, destacou o Proinfa - Programa de Incentivo as Fontes Alternativas de Energia Elétrica, que em 2004 recebeu vários projetos, alguns, inclusive, aplica-dos em outros estados. “Não buscamos apenas incentivo, queremos um ambiente propício aos negócios, e onde as coisas

ocorram no tempo certo”, disse. Foi a par-tir de 2009 que o Ceará começou a perder espaço para os estados, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Bahia e Piauí.

Para o titular da Secretaria de In-fraestrutura do Estado do Ceará (Sein-fra), André Facó, em termos de produção de energia limpa, somos autossufi cien-tes. “O que precisamos é fomentar uma politica de longo prazo, principalmente de energia eólica e solar, buscando os vários atores para entender qual é o caminho que o Ceará deverá seguir”. Ele falou da importância do planejamento e de uma logística adequada para os reais avanços da indústria, respeitando as questões de sustentabilidade.

Um dos objetivos do “All About En-ergy” é reforçar as condições favoráveis do Estado para a retomada de posição de destaque no cenário nacional e mundial, como produtor e exportador de energias renováveis. Por ocasião do lançamento, o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, destacou que “duas usinas lograram êxito” no leilão de en-ergia realizado no fi nal de 2014. “São 60 megawatts de placa solar que serão instaladas no Ceará”, afi rma.

Compareceram ao lançamento, auto-ridades locais, representantes da socie-dade civil, e do poder público, além de empresários do setor de energia.

ALL ABOUT ENERGY

Lançada a edição 2015 do maior evento de renováveis da ALFeira colocará o Ceará no centro das discussões sobre energias alternativas. A proposta é fomentar uma política de longo prazo, principalmente de energia eólica e solarPOR ELISANGELA [email protected]

BETH DREHER

9VERDE

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

TECNOLOGIA SOCIAL

Conhecida popularmente como fossa de bananeiras ou fossa verde, a solução é barata, amiga do meio ambiente, mas pouco utilizada. Falta vontade política?

Uma proposta simples paraatender o déficit sanitárioProjeto acadêmico propõe solução

para a falta de saneamento bási-co. O experimento foi aplicado

em uma aldeia indígena, da etnia Pita-guary, no município de Maracanaú com o objetivo de levar alternativa sustentá-vel aquela comunidade. A tecnologia já conhecida em outros países vem sendo testada em algumas regiões do Brasil, no Estado do Ceará, além de Maraca-naú, os municípios de Icapuí e Madale-na já foram contemplados.

A fossa verde é objeto de pesquisa desenvolvida no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFCE). É viável e tem como principal benefício o fato de não contaminar o lençol fre-ático, pois não deixa passar as “águas negras”. Sabe-se que o défi cit das ações de saneamento ambiental no meio rural brasileiro ainda é elevado. Muitas polí-ticas públicas e o modelo institucional da área de saneamento ambiental não contemplam a população residente no meio rural de maneira satisfatória.

SISTEMA FECHADOA Bacia de Evapotranspiração, conhe-

cida popularmente como “fossa de ba-naneiras” e ou fossa verde, trata-se de um sistema fechado de tratamento da água usada na descarga de sanitários convencionais, conhecida como ‘águas negras’. O sistema não gera nenhum efl uente e evita a poluição do solo e dos recursos hídricos superfi ciais e subter-râneos. Nele os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plan-tas e a água só sai por evaporação, por-tanto, “completamente limpa”, segundo os pesquisadores do projeto.

A solução, ambientalmente correta e simples, é feita de alvenaria imperme-ável, e no interior da mesma tem uma pirâmide de tijolos onde concentra-se o esgoto. Fora dessa estrutura, são colo-cados entulhos e cascas de coco recober-tas por uma camada de terra. Os dejetos fi cam retidos na estrutura piramidal e

a água é drenada por tijolos furados. O líquido passa por um processo de trata-mento e pode ser utilizado para irriga-ção de hortaliças.

FALTA VONTADE POLÍTICA Mas por que uma tecnologia social

que visa melhorias na saúde ambiental de comunidades não é replicada, prin-cipalmente, em uma região carente de saneamento básico como a nossa? In-

formações da Companhia de Água e Es-gotos do Ceará (Cagece) apontam que a cobertura de esgoto no município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, por exemplo, é de apenas 41.39%.

Segundo o professor e orientador do projeto, Olivio Brito, “falta vontade po-lítica, interesse e divulgação, para que um projeto como esse saia do papel e vire realidade. Além disso, o reuso da

água é uma questão essencial para o de-senvolvimento do Estado, não devendo mais ser adiada”, declara. Além do be-nefício social, ambiental, a fossa verde tem um custo relativamente barato, im-pactando na economia.

RELATIVAMENTE BAIXO O graduando em Química, Ricarlos

Pereira de Melo, do IFCE Maracanaú, informa que o projeto gastou em

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

TECNOLOGIA SOCIALSegundo a Fundação Banco

do Brasil (http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/o-que-e/), tecnolo-gia social compreende produtos, téc-nicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a co-munidade e que representem efetivas soluções de transformação social.

É um conceito que remete para uma proposta inovadora de desenvolvi-mento, considerando a participação

coletiva no processo de organiza-ção, desenvolvimento e implementa-ção. Está baseado na disseminação de soluções para problemas volta-dos a demandas de alimentação, educação, energia, habitação, ren-da, recursos hídricos, saúde, meio ambiente, dentre outras.

As Tecnologias Sociais podem aliar saber popular, organização social e conhecimento técnico-científi co. Im-

porta essencialmente que sejam efeti-vas e reaplicáveis, propiciando desen-volvimento social em escala.

São exemplos de Tecnologia So-cial: o clássico soro caseiro (mistura de água, açúcar e sal que combate a desidratação e reduz a mortalidade infantil); as cisternas de placas pré--moldadas que atenuam os problemas de acesso a água de boa qualidade à população do semiárido, entre outros.

média R$ 600,00 na construção da fossa, e atende uma família de sete pes-soas. “Um valor relativamente baixo se considerarmos o enorme ganho que trará a essas famílias, e principalmente ao meio ambiente”, ressalta o orientan-do do projeto. A efi cácia de um projeto leva em conta vários fatores. No caso da “fossa de bananeira” alguns aspec-tos são importantes entre eles: a im-plantação deve ocorrer em área rural, com bastante espaço, e considerar a quantidade de pessoas por família que farão uso da tecnologia.

De acordo com o estudante e pesqui-sador Ricarlos, “o conceito de fossas

verdes foi sugerida ao grupo de tra-balho sobre meio ambiente, durante o evento 7 Ceará’s, como uma alternativa a ser levada para áreas rurais, onde o défi cit das ações de saneamento am-biental, ainda é elevado”. Em dezem-bro de 2014, grupos de pessoas reuni-ram-se no Centro de Eventos do Estado do Ceará (CEC) para discutir propostas e elaborar um Plano Participativo, a ser executado durante o governo Camilo Santana.

PLANOS DE SANEAMENTO Nossa reportagem procurou saber o

que a Agência Reguladora de Serviços

Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce) vem fazendo para garantir à po-pulação os serviços de saneamento bá-sico e como se dá a articulação com ou-tras entidades envolvidas no processo.

De acordo com o coordenador de saneamento do órgão, Alceu Galvão, a principal contribuição da Arce vem sendo o apoio técnico aos municípios para elaboração dos planos de sane-amento básico, principal instrumen-to para a universalização do serviço, que inclusive, condiciona o acesso aos recursos da União. “Este apoio é realizado, conjuntamente, com ou-tros parceiros, como a Cagece, por

exemplo,” informa. A cobertura nas cidades atendidas

pela Companhia de Águas e Esgotos é de 38,75%. Há obras recentemente concluídas ou em andamento cujo ob-jetivo é a ampliação dessa cobertura, inclusive em Fortaleza, informa a Cage-ce. Para quem sofre com o problema, a esperança é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que benefi cia a população do Ceará com ampliação do esgotamento sanitário. Atualmente, estão em andamento cerca de 20 obras (entre PAC e outros programas) na Ca-pital e no Interior para implantação ou ampliação do sistema de esgoto.

FOSSA VERDE: FÁCIL E BARATA

Tijolos: R$ 140.00 4 sacos de cimento: R$ 100.00 1 metro e meio de brita: R$ 105,00 1 tubo 100mm/esgoto: R$50.00 Total: R$ 395.00

Material reutilizado• 20 pneus velhos Cacos de tijolos e telhas

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

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BIODIVERSIDADE

As raras espécies estão em cativeiro no Catar e podem fazer parte de um espólio naquele país. O objetivo é trazê-las para aumentar a reprodução e devolver os indivíduos ao meio ambiente natural

O ICMBio quer ajuda paratrazer nossas ararinhasAs ararinhas-azuis que vivem em

cativeiro no Catar poderão voltar para o Brasil. O Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiver-sidade (ICMBio) pediu ao Itamaraty que ajude no pedido ao país árabe. O objetivo é aumentar a reprodução dos indivíduos e, assim, tentar devolver a espécie à vida selvagem.

As aves que vivem no Catar estão sob os cuidados da Al Wabra Wildlife Preservation, instituição que fi ca perto da capital, Doha, e que reúne animais ameaçados. A ave é nativa da Caatinga, bioma que só existe no Brasil.

A Al Wabra Wildlife Preservation era

administrada pelo ex-ministro da Cul-tura do Catar Saoud Bin Mohammed Bin Al Thani, que morreu no ano passado. O temor de que os animais pudessem ser distribuídos pelo espólio de Thani levou o ICMBio a acionar o Itamaraty. Thani era um dos maiores conhece-dores de obras de arte do país árabe e também se esforçava para preservar fauna e fl ora ameaçadas de extinção. Gazelas, antílopes e plantas raras são parte do acervo da instituição.

A Al Wabra é dona da maior parte dos animais da espécie Cyanopsitta spixii, a ararinha-azul, que se encontra em cat-iveiro. Mais de 70 ararinhas pertencem

à instituição. Outras 10 vivem na Ale-manha, e 12, no Brasil. De acordo com o coordenador geral de manejo para conservação de espécies do ICMBio, Ugo Vercillo, a meta da instituição é devolver a ararinha-azul ao seu hábi-tat natural em 2021. Essa meta consta do Plano de Ação Nacional para a Con-servação da Ararinha.

Para que isso seja possível é preciso ampliar a quantidade de animais que nascem por ano. A média atual é de 10 indivíduos e precisa chegar a algo entre 20 e 25. É necessário, também, que os animais tenham o menor contato pos-sível com o homem.

Hoje, começa o Programa Volta às Aulas da AMC

20/01/15Terça-feira

21/01/15Quarta-feira

26/01/15Segunda-feira

27/01/15Terça-feira

28/01/15Quarta-feira

29/01/15Quinta-feira

UTILIDADE PÚBLICA

Terminaram as férias e o ano letivo está começando. Com ele, podemos ver um aumento signifi cativo do trânsito, que se torna mais intenso próximo a áreas es-colares. Por isso, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidada-nia (AMC) realiza, a partir de hoje (20), o Programa Volta às Aulas, que visa cons-cientizar pais, alunos e educadores para uma boa convivência no trânsito durante

os horários de chegada e de saída dos alunos nas escolas. A iniciativa acontece em algumas escolas da Cidade, nos tur-nos manhã e tarde (veja o quadro).

Em parceria com as escolas partici-pantes, a atividade é desenvolvida por agentes da AMC através de aborda-gens educativas e lúdicas na porta das escolas, onde os pais recebem orien-tações sobre as infrações mais come-

tidas no entorno dos colégios, como por exemplo: estacionar em fi la dupla, estacionar sobre a faixa de pedestres, não utilizar os equipamentos de segu-rança obrigatórios para o transporte de crianças, entre outros.

A fi scalização também será reforça-da ao redor das instituições de ensino e motoristas que insistirem em cometer infrações podem ser autuados. “Realiza-

mos esta ação com o objetivo de criar uma cultura de educação no trânsito, entre as crianças e seus responsáveis”, informa Bruna Arruda, psicóloga e edu-cadora de trânsito da AMC.

O programa segue o calendário abai-xo, buscando atende toda a comunida-de escolar com foco na segurança no transporte das crianças e agilidade no desembarque das mesmas.

TURNO MANHÃ E TARDE

Colégio Guri SeniormanhãRua Cônego de Castro, 1780

Colégio Christus AnexoRua Israel Bezerra, 630 Dionísio Torres

Colégio MaximusRua Azevedo Bolão,1369 Parquelândia

Colégio Andeline CostaRua General Caiadode Castro, 445 Pq. Manibura

Colégio Jim WilsonAvenida Augusto Anjos, 1915Bonsucesso

Colégio Santo InácioAv. Desembargador Moreira 2355Dionísio Torres

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 20 de janeiro de 2015

VERDE

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De tão amplo, o termo cidadania pode nos confundir. No entanto, para o professor Márcio Simeone, do De-

partamento de Comunicação Social da UFMG, é bom mesmo que seja amplo e, por isso, trivial, “pois, quanto mais tentarmos aprisionar seu conceito, tanto menores serão as possibilidades de que ele seja efetivamente incorpo-

rado como prática do dia a dia”.Uma boa cidadania implica em di-

reitos e deveres, é ter consciência dos mesmos e lutar para que sejam coloca-dos em prática. Por vezes, cidadania é vista como algo pronto para ser conce-

dido ou tomado, e a ser desfrutado, no entanto, cidadania é um processo éti-co, dinâmico e em permanente cons-trução da vida coletiva e que passa por diversas formas de associação e orga-nização. Cidadania é...

O artigo 225 da Constituição Federal diz que todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo, portanto, dever do Poder Público, mas também da “coletividade”, cuidar e preservar o mesmo.Fazem parte do meio ambiente, não apenas o patrimônio natural, mas aqueles que o homem, único animal produtor de cultura e história, construiu para atender às suas necessidades, entre os quais se incluem bens culturais, turísticos, históricos, paisagísticos e os de uso ou de utilidade pública.

Infelizmente é muito comum encontrar muros pichados, lixos nas vias públicas, espaços comunitários e patrimônio público, e até mesmo obras de arte, depredados. Cuide do patrimônio público, da sua rua e do seu bairro, assim como cuida

de sua casa.

CIDADANIA

Não comprando

e nem vendendo animais de fauna nativa

e nem utilizando nenhum tipo de enfeite ou peças de

roupa com partes de animais, retirados da fauna nativa. Plante e cuide de espécies

vegetais que possam atrair borboletas

e aves.

Pres

ervar a Fauna...

CUIDAR DO PATRIMÔNIO

PÚBLICO

POR TARCILIA [email protected]