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B4 Paraíba Terça-feira, 13 de dezembro de 2016 [email protected] Dorgival Terceiro Neto Júnior TRT-PB recebe Selo de Ouro em eficiência Em Brasília. Solenidade aconteceu na sede do Tribunal Superior Eleitoral No total, 73 tribunais rece- beram a premiação distribuí- da nas categorias Diamante, Ouro, Prata e Bronze. A en- trega das horarias aconteceu na abertura do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O TRT da Paraíba foi repre- sentado pelo juiz auxiliar da Presidência, Antônio Eudes Vieira Júnior e pelo diretor da Assessoria de Gestão Estra- tégica (AGE) Max Frederico Feitosa Guedes Pereira. O Encontro Nacional do Poder Judiciário foi aberto pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Fede- ral (STF), ministra Cármen Lúcia e a mesa da solenidade de premiação do Selo Justi- ça em Números foi presidida pelo conselheiro Bruno Ron- chetti, presidente da Comis- são Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Or- çamento do CNJ e por Maria Tereza Sadek, diretora exe- cutiva do Departamento de Pesquisas Judiciárias do Con- selho Nacional de Justiça. Excelência. “O selo é fru- to do empenho de todos, com destaque especial nas pes- soas do presidente, desem- bargador Ubiratan Delgado, e do servidor Max Frederi- co Guedes Pereira, aqui re- presentando magistrados e servidores envolvidos nesse projeto”, disse o juiz auxiliar da Presidência, Antônio Eu- des Vieira Júnior. Para participar da premia- ção, o TRT13, via Assessoria de Gestão Estratégica, abriu um projeto estratégico inti- tulado Selo Justiça em Nú- meros, que teve o servidor Ronaldo Costa como gestor. Dificuldades. Na abertu- ra do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, o presi- dente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, afirmou que a Justiça do Trabalho, que completou 75 anos de existência, teve seu desem- penho qualitativo compro- metido pelo corte de 30% em seu custeio e de 90% em seu investimento. “O Proces- so Judicial Eletrônico (PJe) está em 100% na Justiça trabalhista, e cortar investi- mento em informática e ma- nutenção é simplesmente parar a Justiça”, disse o mi- nistro Gandra. O selo representa o esforço do Tribunal na busca da excelência dos serviços prestados à sociedade. Antônio Eudes Vieira Júnior. Juiz Auxiliar da Presidência do TRT-PB. Segundo ele, por conta da redução de verba, houve cortes de 2.500 estagiários e de 2.500 terceirizados. Além disso, os tribunais passaram a fechar mais cedo, reduzin- do o número de audiências. “Mesmo assim, vários Tribu- nais Regionais do Trabalho (TRTs) estão recebendo hoje o selo do CNJ, porque fizeram das tripas, coração, do limão, limonada”, ressaltou o minis- tro. Para ele, a celeridade é fundamental já que, se a so- ciedade não confia numa so- lução rápida dos problemas, ela tende a fazer Justiça com as próprias mãos. “Vamos estabelecer metas desafia- doras, mas metas realistas”, disse o ministro do TST. Abuso de direito e litigância de má-fé impossibilitam justiça gratuita O empregado que tem seu pedido judicial negado porque atuou em litigância de má-fé ao violar seus deveres processuais de “expor os fatos em juízo conforme a verdade” e “não formular pretensão quando ciente de que destituída de fundamento” (art. 77, I e II, do novo Código de Processo Civil), não pode obter os benefícios da Justiça Gratuita, conforme decisão da Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. A decisão adotada para desprover agravo de instrumento interposto pelo empregado contra despacho que denegou seguimento a recurso ordinário por deserção, pela falta de recolhimento das custas processuais. O relator do processo, desembargador José Ruffolo, expôs em seu voto que “Não vejo como admitir a dispensa de despesas processuais ao demandante, que se valeu do Poder Judiciário com a pretensão de conquistar objetivo ilegítimo”. A controvérsia ocorreu durante a audiência, quando o funcionário – que ajuizou a ação pleiteando adicional de periculosidade por fazer rondas em área de armazenamento de substâncias inflamáveis – afirmou à juíza não possuir a carteira de trabalho solicitada por ela para averiguar as anotações feitas no documento. Contudo, o advogado da empresa disse à juíza que havia visto a CTPS nas mãos do funcionário na abertura da audiência e, diante da insistência da magistrada, o empregado confessou ter faltado com a verdade e entregou o documento. Na CTPS, constava que o trabalho feito por ele no setor de armazenamento de inflamáveis ocorreu em período diferente do informado, e de acordo com o relato da empresa. Pela deslealdade processual o autor autor foi multado em 1% do valor da causa por litigância de má-fé, com indeferimento do pedido de justiça grauita. (TRT 2ª Região – 5ª Turma – Proc. 0002602- 13.2014.5.02.0027) Cobrar contribuição de empresa sem funcionários é má-fé A partir do fundamento de que, os sindicatos têm livre acesso a documentos que mostram quantos funcionários uma empresa tem, a Décima Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo condenou sindicato, por litigância de má-fé, por ajuizar demanda judicial para cobrar contribuição sindical de uma companhia que não tem funcionários. A desembargadora Ana Maria Moraes Barbosa Macedo, relatora do processo, anotou que na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) da empresa, do ano-base 2014, “não consta nenhum vínculo empregatício, o que, por si só, demonstra a má-fé do sindicato, quando indica na sua planilha de cálculos a existência de três empregados”. A relatora ainda ressaltou que o sindicato poderia ter consultado o RAIS, já que se trata de um documento encaminhado pelas empresas aos órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência Social e com livre acesso aos interessados. (TRT 2ª Região – 10ª Turma – Proc. 0001296- 10.2015.5.02.0080) Max Frederico. Diretor da Assessoria de Gestão Estratégica. O projeto coordenou e organizou todos os dados para que pudéssemos inscrever o TRT13 e hoje ter a felicidade de receber o prêmio Justiça em Números com o Selo Ouro. Esse selo vem premiar a administração do Tribunal, que tem focado em uma melhor prestação jurisdicional e administrativa O Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região) recebeu, em Brasília, o Selo da Justiça em Números categoria Ouro. Encontro. Tribunal foi representado pelo juiz Antônio Eudes e pelo servidor Max Frederico (detalhe) CONDUTA DESELEGANTE Empresa condenada por racismo A Segunda Turma do Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região) acom- panhou o voto da relatora, juíza Herminegilda Leite Machado, que condenou a empresa Elizabeth Produ- tos Cerâmicos Ltda a pagar para um ex-funcionário uma indenização de pouco mais de R$ 6.800,00. Deste valor, R$ 2 mil foram por danos mo- rais pelo chefe ter se referido ao seu ex-subordinado por “Neguinho”. Além do direito à justiça gratuita, o juízo de origem também julgou procedentes, em parte, e obrigou a empre- sa condenada pagar adicio- nal de insalubridade (40% do salário-mínimo), aviso prévio, férias + 1/3, 13º salá- rio e FGTS + 40%, este últi- mo também incidente sobre os reflexos no aviso prévio e 13º salário. No Processo nº 0127700- 51.2012.5.13.0001 atribuí- do, inicialmente, à 1ª Vara do Trabalho de João Pessoa, a empresa ainda foi conde- nada ao pagamento de ho- norários advocatícios (20% do valor da condenação) e honorários periciais (R$ 1.900,00), mas negada pe- la Segunda Turma porque o caso não se coaduna à lei 5.584/1970 do Tribunal Su- perior do Trabalho. Acidente. Na ação tra- balhista, o ex-funcionário conta que em novembro de 2010 sofreu um acidente de trabalho enquanto “manu- seava sozinho” um tampo de moinho pesando apro- ximadamente 70 quilos e, sem forças, acabou soltando a peça que caiu de maneira brusca machucando na sua coluna, ombro e clavícula. Por causa do forte impacto que sofreu, ele alega que não conseguiu mais trabalhar sendo dispensado naque- le dia pelo setor médico da própria empresa. Para se defender da acu- sação, a Elizabeth informou que não fazia sentido seu ex- -empregado atribuir aquela lesão ao acidente sofrido na sede da empresa já que ele estava plenamente capa- citado para o trabalho. No entendimento dos desem- bargadores da Segunda Tur- ma, o objetivo da empresa foi justamente desvincular o acidente sofrido pelo seu ex- -funcionário ocorrido em sua sede, inclusive apresentado no laudo pericial. Na reivindicação de uma indenização por danos mo- rais, o autor denuncia na ação que o seu chefe o tratava pe- lo apelido de “Neguinho” no ambiente de trabalho, com o objetivo de humilhá-lo e me- nosprezá-lo por sua afrodes- cendência, tese confirmada por uma testemunha de que “era costume do represen- tante da empresa utilizar palavrões no trato com os subordinados” Comprovada a conduta deselegante do represen- tante da empresa, cabia a Elizabeth Revestimentos comprovar que o fato não ti- nha a intenção de humilhar o trabalhador, mas apenas um tratamento amigável e cari- nhoso praticado no ambien- te de trabalho. Entretanto, a empregadora não apresen- tou nenhuma prova de que o tratamento “neguinho” era amigável e afável. Decisão. A relatora do pro- cesso, a juíza Herminegilda Leite detalhou que “a discri- minação advinda do racismo deve ser extirpada das rela- ções humanas como um mal trágico e repugnante que já assolou a humanidade em épocas recentes e a prática de racismo na seara traba- lhista deve ser eficazmente combatida pela Justiça do Trabalho e pelo Ministério Público, com sanções exem- plares, para que os pratican- tes do ato ilícito entendam que não estão acima da lei e que a atual democracia não mais tolera desvios de con- duta tão prejudiciais à dig- nidade da pessoa, servindo, inclusive, de exemplo para as demais empresas”. DIVULGAÇÃO O Direito e o Trabalho [email protected] A Associação dos Magis- trados do Trabalho da 13ª Região (Amatra 13) divul- gou nota repudiando as de- clarações do presidente da Seccional da Ordem dos Ad- vogados do Brasil de Cam- pina Grande, Jairo Oliveira, feitas em emissora de rádio da cidade, quando se pronun- ciou sobre a paralisação das atividades pelos juízes em protesto contra a aprovação do PL nº 4850/16 pela Câmara dos Deputados. Na nota, a Associação re- pudiou as “assertivas gene- ralizadas, e sem parâmetros objetivos, por parte do refe- rido advogado, porquanto dissociadas da verdade, na medida em que os magis- trados trabalhistas paraiba- nos cumprem seus deveres funcionais, inclusive com excelentes índices de pro- Magistratura repudia declarações da OAB-CG dutividade que podem ser verificados através de sim- ples consulta ao portal de transparência do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região”. A Amatra 13 pontua não haver nenhum regis- tro de reclamações, junto à Corregedoria do TRT da 13ª Região, relacionadas à morosidade processual, inassiduidade, ou descum- primento dos deveres ins- titucionais pelos juízes que atuam nas Varas do Traba- lho de Campina Grande. PRESIDÊNCIA Nota A nota é assinada pelo juiz André Machado Cavalcanti, presidente da Amatra 13. R$ 2 mil foi o valor estipulado de indenização por danos morais comtidos pelo ex- chefe por ter se referido ao ex-subordinado por “Neguinho”.

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Page 1: O Direito e o Trabalho de Ouro em eficiência - trt13.jus.br · de Ouro em eficiência Em Brasília. ... juíza não possuir a carteira de trabalho solicitada por ela para averiguar

B4 Paraíba Terça-feira, 13 de dezembro de 2016

[email protected]

Dorgival Terceiro Neto Júnior

TRT-PB recebe Selo de Ouro em eficiência Em Brasília. Solenidade aconteceu na sede do Tribunal Superior Eleitoral

No total, 73 tribunais rece-beram a premiação distribuí-da nas categorias Diamante, Ouro, Prata e Bronze. A en-trega das horarias aconteceu na abertura do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. O TRT da Paraíba foi repre-sentado pelo juiz auxiliar da Presidência, Antônio Eudes Vieira Júnior e pelo diretor da Assessoria de Gestão Estra-tégica (AGE) Max Frederico Feitosa Guedes Pereira.

O Encontro Nacional do Poder Judiciário foi aberto pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Fede-ral (STF), ministra Cármen Lúcia e a mesa da solenidade de premiação do Selo Justi-ça em Números foi presidida pelo conselheiro Bruno Ron-chetti, presidente da Comis-são Permanente de Gestão Estratégica, Estatística e Or-çamento do CNJ e por Maria Tereza Sadek, diretora exe-cutiva do Departamento de Pesquisas Judiciárias do Con-selho Nacional de Justiça.

Excelência. “O selo é fru-to do empenho de todos, com destaque especial nas pes-soas do presidente, desem-bargador Ubiratan Delgado, e do servidor Max Frederi-co Guedes Pereira, aqui re-presentando magistrados e servidores envolvidos nesse projeto”, disse o juiz auxiliar da Presidência, Antônio Eu-

des Vieira Júnior.Para participar da premia-

ção, o TRT13, via Assessoria de Gestão Estratégica, abriu um projeto estratégico inti-tulado Selo Justiça em Nú-meros, que teve o servidor Ronaldo Costa como gestor.

Dificuldades. Na abertu-ra do 10º Encontro Nacional do Poder Judiciário, o presi-dente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, afirmou que a Justiça do Trabalho, que completou 75 anos de existência, teve seu desem-penho qualitativo compro-metido pelo corte de 30% em seu custeio e de 90% em seu investimento. “O Proces-so Judicial Eletrônico (PJe) já está em 100% na Justiça trabalhista, e cortar investi-mento em informática e ma-nutenção é simplesmente parar a Justiça”, disse o mi-nistro Gandra.

O selo representa o esforço do Tribunal na busca da excelência dos serviços prestados à sociedade. Antônio Eudes Vieira Júnior. Juiz Auxiliar da Presidência do TRT-PB.

Segundo ele, por conta da redução de verba, houve cortes de 2.500 estagiários e de 2.500 terceirizados. Além disso, os tribunais passaram a fechar mais cedo, reduzin-do o número de audiências. “Mesmo assim, vários Tribu-nais Regionais do Trabalho (TRTs) estão recebendo hoje o selo do CNJ, porque fi zeram

das tripas, coração, do limão, limonada”, ressaltou o minis-tro. Para ele, a celeridade é fundamental já que, se a so-ciedade não confi a numa so-lução rápida dos problemas, ela tende a fazer Justiça com as próprias mãos. “Vamos estabelecer metas desafia-doras, mas metas realistas”, disse o ministro do TST.

Abuso de direito e litigância de má-fé impossibilitam justiça gratuitaO empregado que tem seu pedido judicial negado

porque atuou em litigância de má-fé ao violar seus deveres processuais de “expor os fatos em juízo conforme a verdade” e “não formular pretensão quando ciente de que destituída de fundamento” (art. 77, I e II, do novo Código de Processo Civil), não pode obter os benefícios da Justiça Gratuita, conforme decisão da Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

A decisão adotada para desprover agravo de instrumento interposto pelo empregado contra despacho que denegou seguimento a recurso ordinário por deserção, pela falta de recolhimento das custas processuais.

O relator do processo, desembargador José Ruffolo, expôs em seu voto que “Não vejo como admitir a dispensa de despesas processuais ao demandante, que se valeu do Poder Judiciário com a pretensão de conquistar objetivo ilegítimo”.

A controvérsia ocorreu durante a audiência, quando o funcionário – que ajuizou a ação pleiteando adicional de periculosidade por fazer rondas em área de armazenamento de substâncias infl amáveis – afi rmou à juíza não possuir a carteira de trabalho solicitada por ela para averiguar as anotações feitas no documento.

Contudo, o advogado da empresa disse à juíza que havia visto a CTPS nas mãos do funcionário na abertura da audiência e, diante da insistência da magistrada, o empregado confessou ter faltado com a verdade e entregou o documento.

Na CTPS, constava que o trabalho feito por ele no setor de armazenamento de infl amáveis ocorreu em período diferente do informado, e de acordo com o relato da empresa.

Pela deslealdade processual o autor autor foi multado em 1% do valor da causa por litigância de má-fé, com indeferimento do pedido de justiça grauita.

(TRT 2ª Região – 5ª Turma – Proc. 0002602-

13.2014.5.02.0027)

Cobrar contribuição de empresa sem funcionários é má-fé

A partir do fundamento de que, os sindicatos têm livre acesso a documentos que mostram quantos funcionários uma empresa tem, a Décima Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo condenou sindicato, por litigância de má-fé, por ajuizar demanda judicial para cobrar contribuição sindical de uma companhia que não tem funcionários.

A desembargadora Ana Maria Moraes Barbosa Macedo, relatora do processo, anotou que na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) da empresa, do ano-base 2014, “não consta nenhum vínculo empregatício, o que, por si só, demonstra a má-fé do sindicato, quando indica na sua planilha de cálculos a existência de três empregados”.

A relatora ainda ressaltou que o sindicato poderia ter consultado o RAIS, já que se trata de um documento encaminhado pelas empresas aos órgãos do Ministério do Trabalho e Previdência Social e com livre acesso aos interessados.

(TRT 2ª Região – 10ª Turma – Proc. 0001296-10.2015.5.02.0080)

Max Frederico. Diretor da Assessoria de Gestão Estratégica.

O projeto coordenou e organizou todos os dados para que pudéssemos inscrever o TRT13 e hoje ter a felicidade de receber o prêmio Justiça em Números com o Selo Ouro. Esse selo vem premiar a administração do Tribunal, que tem focado em uma melhor prestação jurisdicional e administrativa

O Tribunal do

Trabalho da Paraíba

(13ª Região) recebeu,

em Brasília, o Selo da

Justiça em Números

categoria Ouro.

Encontro. Tribunal foi representado pelo juiz Antônio Eudes e pelo servidor Max Frederico (detalhe)

CONDUTA DESELEGANTE

Empresa condenada por racismoA Segunda Turma do

Tribunal do Trabalho da Paraíba (13ª Região) acom-panhou o voto da relatora, juíza Herminegilda Leite Machado, que condenou a empresa Elizabeth Produ-tos Cerâmicos Ltda a pagar para um ex-funcionário uma indenização de pouco mais de R$ 6.800,00. Deste valor, R$ 2 mil foram por danos mo-rais pelo chefe ter se referido ao seu ex-subordinado por “Neguinho”.

Além do direito à justiça gratuita, o juízo de origem também julgou procedentes, em parte, e obrigou a empre-sa condenada pagar adicio-nal de insalubridade (40% do salário-mínimo), aviso prévio, férias + 1/3, 13º salá-rio e FGTS + 40%, este últi-mo também incidente sobre os refl exos no aviso prévio e 13º salário.

No Processo nº 0127700-51.2012.5.13.0001 atribuí-do, inicialmente, à 1ª Vara do Trabalho de João Pessoa, a empresa ainda foi conde-nada ao pagamento de ho-norários advocatícios (20% do valor da condenação)

e honorários periciais (R$ 1.900,00), mas negada pe-la Segunda Turma porque o caso não se coaduna à lei 5.584/1970 do Tribunal Su-perior do Trabalho.

Acidente. Na ação tra-balhista, o ex-funcionário conta que em novembro de 2010 sofreu um acidente de trabalho enquanto “manu-seava sozinho” um tampo de moinho pesando apro-ximadamente 70 quilos e, sem forças, acabou soltando a peça que caiu de maneira brusca machucando na sua coluna, ombro e clavícula. Por causa do forte impacto que sofreu, ele alega que não conseguiu mais trabalhar sendo dispensado naque-le dia pelo setor médico da própria empresa.

Para se defender da acu-sação, a Elizabeth informou que não fazia sentido seu ex--empregado atribuir aquela lesão ao acidente sofrido na sede da empresa já que ele estava plenamente capa-citado para o trabalho. No entendimento dos desem-bargadores da Segunda Tur-

ma, o objetivo da empresa foi justamente desvincular o acidente sofrido pelo seu ex--funcionário ocorrido em sua sede, inclusive apresentado no laudo pericial.

Na reivindicação de uma indenização por danos mo-rais, o autor denuncia na ação que o seu chefe o tratava pe-lo apelido de “Neguinho” no ambiente de trabalho, com o objetivo de humilhá-lo e me-nosprezá-lo por sua afrodes-cendência, tese confi rmada por uma testemunha de que “era costume do represen-tante da empresa utilizar palavrões no trato com os subordinados”

Comprovada a conduta deselegante do represen-tante da empresa, cabia a

Elizabeth Revestimentos comprovar que o fato não ti-nha a intenção de humilhar o trabalhador, mas apenas um tratamento amigável e cari-nhoso praticado no ambien-te de trabalho. Entretanto, a empregadora não apresen-tou nenhuma prova de que o tratamento “neguinho” era amigável e afável.

Decisão. A relatora do pro-cesso, a juíza Herminegilda Leite detalhou que “a discri-minação advinda do racismo deve ser extirpada das rela-ções humanas como um mal trágico e repugnante que já assolou a humanidade em épocas recentes e a prática de racismo na seara traba-lhista deve ser efi cazmente combatida pela Justiça do Trabalho e pelo Ministério Público, com sanções exem-plares, para que os pratican-tes do ato ilícito entendam que não estão acima da lei e que a atual democracia não mais tolera desvios de con-duta tão prejudiciais à dig-nidade da pessoa, servindo, inclusive, de exemplo para as demais empresas”.

DIVULGAÇÃO

O Direito e o [email protected]

A Associação dos Magis-trados do Trabalho da 13ª Região (Amatra 13) divul-gou nota repudiando as de-clarações do presidente da Seccional da Ordem dos Ad-vogados do Brasil de Cam-pina Grande, Jairo Oliveira, feitas em emissora de rádio da cidade, quando se pronun-ciou sobre a paralisação das atividades pelos juízes em protesto contra a aprovação do PL nº 4850/16 pela Câmara dos Deputados.

Na nota, a Associação re-pudiou as “assertivas gene-ralizadas, e sem parâmetros objetivos, por parte do refe-rido advogado, porquanto dissociadas da verdade, na medida em que os magis-trados trabalhistas paraiba-nos cumprem seus deveres funcionais, inclusive com excelentes índices de pro-

Magistratura repudia declarações da OAB-CG

dutividade que podem ser verifi cados através de sim-ples consulta ao portal de transparência do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região”.

A Amatra 13 pontua não haver nenhum regis-tro de reclamações, junto à Corregedoria do TRT da 13ª Região, relacionadas à morosidade processual, inassiduidade, ou descum-primento dos deveres ins-titucionais pelos juízes que atuam nas Varas do Traba-lho de Campina Grande.

PRESIDÊNCIA

NotaA nota é assinada pelo juiz André Machado Cavalcanti, presidente da Amatra 13.

R$ 2 mil foi o valor estipulado de indenização por danos morais comtidos pelo ex-chefe por ter se referido ao ex-subordinado por “Neguinho”.