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O crescimento da indústria de Defesa

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O crescimento da indústria de Defesa

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ISSN: 1980-1599

Conselho EditorialWagner Romano – GE EnergyRenato Nogueira de Paula – UsiminasOswaldo Rossi Júnior – Inter-metroCarlos Madureira – BBL Bureau BrasileiroJosé Santaella R. Jr. – Santec SoldasRaimar Schmidt – RAIMECK

Comitê CientíficoProf. Américo Scotti – UFUProfa. Raquel Gonçalves – UnicampProf. Matias R. Viotti – UFSCProf. Armando Shinohara – UFPEProf. Francisco Ilo – UPEProf. Roberto Sacramento – UFBA

EquipeJornalista responsável: Edu Oliveira (MTB 47.933)Colaboração: Alexandra Alves e Renata FloresComercial: Carlos Eduardo VillarWeb Designers: Henrique Leal e Wellington RodriguesRevisor: Paulo RanieriProjeto Gráfico | Diagramação: Giovana Garofalo Capa | foto: Shutterstock | Edição gráfica: Giovana GarofaloGráfica: Duo Graf

Tiragem7.700 exemplares

Público leitor:Profissionais especializados (engenheiros, gerentes, administrado-res) de empresas de END e Inspeção, usuários dessa tecnologia, téc-nicos (supervisores, inspetores e operadores) que estão diretamen-te envolvidos com o tema e Instituições de Ensino.

A Abendi não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressam apenas o pensamen-to dos autores, não representando necessariamente a opinião da revista. A publicação reserva-se ao direito de, por motivo de espaço e clareza, resumir cartas e artigos.

expediente

| Sede AbendiAv. Onze de Junho, 1317 – Vila ClementinoCEP: 04041-054. São Paulo (SP)Tel. (11) 5586-3199 – Fax (11) 3302-5850Site: www.abendi.org.br

| BibliotecaLançamentos de livros, apostilas, anais e produtos [email protected](11) 5586-3196

| CertificaçãoBureau de Certificação Abendi(11) 5586-3181

| EventosFeiras, eventos, simpósios e encontros do [email protected](11) 5586-3197

| NormalizaçãoÁrea Técnica da [email protected](11) 5586-3195

| SóciosSeja um sócio ou sócio patrocinador da [email protected](11) 5586-3190 ou 3146

| TreinamentosTreinamentos e Ensino a Distância (EaD)[email protected](11) 5586-3141 ou 3175

| Informações [email protected]

| Para anunciar na revista e nos veículos da [email protected](11) 5586-3171

| Comunicaçã[email protected]

| Representante Regional (Norte/Nordeste)[email protected](85) 8702-5368 ou (85) 9932-9159

Sócios recebem gratuitamente a revista.

Para assinar a revista, acesse: www.abendi.org.br/revista

fale com a abendi

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editorial

| Se você tiver ideias, sugestões ou críticas a fazer, envie para [email protected]

Luiz Fernando Corrêa Ferreira

Presidente da Abendi

Esta edição, além de tratar de dois temas de grande importância para o que costumamos chamar de indús-tria da Segurança – certificação em Acesso por Corda e em Atmosferas Explosivas –, traz uma cobertura sobre as principais realizações da 32ª edição do ConaEnd&IEV.

Durante os quatro dias de realização do evento, de 18 a 21 de agosto, foram apresentados 69 trabalhos técnicos, realizadas 53 palestras e 14 sessões especiais, reunindo um público aproximado de mil participantes.

Os destaques foram para o Workshop ASmE, promovido com especialistas daquela entidade que vieram dos EUA, as sessões especiais sobre os setores de Defesa e Ferroviário, o Encontro da Federação Pan-Americana de END, com a participação de representantes das associações da Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia e méxico. Destaque especial também para a realização da primeira Olimpíada de Inspeção GE | Abendi, que ressaltou o melhor inspetor de Ultrassom do país. A competição teve 17 profissionais selecionados entre mais de 90 inscri-tos e contou com o patrocínio da GE.

Aproveitamos a ocasião para celebrar os 35 anos de fundação da Abendi, em uma solenidade que reveren-ciou Vanda Lúcia Teixeira, a primeira profissional certificada em END no Brasil; firmou um acordo de coopera-ção entre a Abendi e a Chinese Society for Non-Destructive Testing, que representa um importante passo para a troca de ideias e para o intercâmbio tecnológico entre os profissionais da China e do Brasil e homenageou os 18 sócios-fundadores e as quatro empresas que completaram 35 anos de filiação ininterrupta.

A solenidade contou, ainda, com um pronunciamento do senhor Detlef Werner Schultze, em nome de todos os sócios, palestra de abertura proferida pelo Dr. Paulo Fernando Gomes de Barros Cavalcanti, gerente-geral de Serviços Técnicos da ETm-CORP Petrobras e com as presenças do nosso vice-presidente, marcelino Guedes Ferreira mosqueira Gomes, do presidente da Federação Europeia de END e representante do Comitê Interna-cional de END, Dr. matthias Purschke, e do Dr. José Paulo Silveira, presidente da FBTS.

Produzimos, ainda, uma edição especial da Revista Abendi com as principais realizações de nossa história e finalizamos a solenidade com uma emocionante apresentação da Família Lima.

Boa leitura!

Acima, os ex-presidentes e o presidente em exercício da Abendi reunidos durante a cerimônia de abertura do ConaEnd&IEV 2014.1. Osvaldo Rossi Jr. | 2. Paulo Kulcsar | 3. João Rufino Teles Filho | 4. Amilton Carvalhal | 5. Maria Isabel Laczko Gebrael6. Edson Vasques Moreira | 7. Pedro Feres Filho | 8. Carlos Madureira | 9. Luiz Fernando Corrêa Ferreira. Ausentes: Alejando Spoerer, Edson José Eufrásio e José Santaella Redorat Jr.

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34 capaCertifiCação Profissional

é garantia de segurança em

aCesso Por Cordas e

atmosferas exPlosivas

sessõ es ferroviáriasmesa redonda e palestras dedicadas ao setor ferroviário no ConaEnd&IEV.

só ciosLista das empresas sócias da Abendi.

08

14

notíciasReunião da PANNDT.

06

16eventos paralelosEncontro mercosul de Normalização em END.

18esp ecial defesaEncontro discute as aplicações de ENDs na indústria da defesa nacional.

20

olimpíadaSucesso total na primeira olimpíada de Inspeção promovida no Brasil.

22

ar tigos técnicos• Análise comparativa em Ensaios Não Destrutivos por Líquido Penetranteem peças usadas e novas.• Ensaio de proficiência como ferramenta para garantir a confiabilidade me-trológica de medição de Espessura por Ultrassom.

45

c alendárioCursos para os meses de setembro e outubro de 2014.

56

exp o endAcompanhe como foi a 19ª Exposição Técnica de Equipamentos, Produtos e Serviços de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção.

28

internacionalWorkshop da ASmE com tradução simultânea.

32

só cios patro cinadoresGE Inspection Technologies apresenta novos equipamentos.

10

bibl iotec aDoação de livros.

12

minicursoUm dia inteiro de estudo sobre as novas alterações da NR-13.

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notícias

REUNIÃO DA PANNDT

a conteceu, durante o Conaend& IEV 2014, a última reunião do

PANNDT (Comitê Pan-Americano de ENDs) que contou com a parti-cipação de membros da Argentina, da Colômbia, do méxico, da Bolívia e do Brasil.

O primeiro encontro do grupo que reúne associações de Ensaios Não Destrutivos da América do Norte, América Central e América do Sul, ocorreu na Jamaica, em 1992, e agora, 22 anos depois, passará a se chamar Federação Pan-Americana de Ensaios Não Destrutivos.

Para João Conte, diretor executi-vo da Abendi, “a mudança é apenas um alinhamento internacional para acompanhar os grandes blocos. Lá fora, existe a Federação Europeia, a Federação Africana, a Federação da Ásia e do Pacífico. Para se ade-quar, o continente americano será representado pela Federação Pan--Americana de ENDs (PANNDT Fe-deration)”.

Os objetivos do grupo continuam os mesmos: estimular a cooperação entre os países para promover o de- senvolvimento e a utilização dos mé- todos de ENDs; realizar a Conferência

Pan-Americana; e promover a cria- ção de regras internacionais para a atividade.

“O destaque é a realização da Con-ferência Pan-Americana. O evento é quadrienal e já ocorreu no Canadá, nos Estados Unidos, no Brasil e no méxico. A próxima edição será em agosto do próximo ano, na Colômbia”, relata João.

O presidente da federação é indi-cado pelo país que sediará a próxima

conferência. Atualmente, as sessões são presididas por Eduardo Pulido, presidente em exercício da ACOSEND (Asociación Colombiana de Soldadura y Ensayos No Destructibles).

Segundo Conte, a reunião mais re- cente foi importante para revisar o estatuto, registrar a necessidade de ter um site efetivo para a Federação Pan-Americana e questionar pontos importantes de áreas como treina-mentos, certificações e projetos. a

nota de falecimento

É com grande tristeza que a abendi anuncia a morte do engenheiro francisco o. S. de Siqueira por insuficiência cardíaca, aos 76 anos de idade. francisco graduou-se em engenharia mecânica e trabalhou por mais de 30 anos na indústria prestando grandes contri-buições ao mercado. nos últimos anos, abriu uma empresa de assessoria e dedicou-se intensamente à área de sistemas de qualidade. o corpo foi enterrado na Zona Sul de São Paulo, no cemitério Getsemani.

O último encontro, na Abendi, reuniu os delegados Juan Francisco For-tis Roa (México), João Conte (Brasil), Eduardo Pulido Blanco (Colômbia), Jorge Contreras Cruz (Colômbia), Alfonso Ramon Garcia Cueto (México), Antonio Aulicino (Brasil).

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sócios

EmPREsAs sócIAs DA AbENDIACINOR Inspeções e Serviços Técnicos LtdaASNDT-Tech - Avaliação de Integridade de Equipamentos Ltda.ATEND - Serviços e Manutenção Ltda EPPAbsolute Examinações Não Destrutivas LtdaAdvanced OEM SolutionsAhak Brasil Serviços Industriais LtdaAltiseg Equipamentos de Segurança de Trabalho LtdaArctest Serviços Tec. Insp. e Manut.Indl. LtdaArmenio End. Inspeção de Soldas Ltda.Arotec S/A Indústria e ComércioAsociación de Inv. Met. Del Noroeste – AIMENÁtomo Radiop. e Segurança NuclearS/C LtdaAuxilio - Assessoria e Serviços Técnicos LtdaAços F. Sacchelli LtdaBBL - Bureau Brasileiro LtdaBC TRADE - Comercial Importadora e Exportadora LtdaBRTÜV Avaliações da Qualidade LtdaBelov Engenharia LtdaBently do Brasil Ltda.Brasil Inspeção de Equipamentos Industriais Ltda - EPPBrasitest LtdaBraskem S/A - UNIB 1 BABrito & Kerche Consultoria e Inspeção Ltda.Bureau Veritas do Brasil Soc. Classificadora e Certif. LtdaBureau de Avali. da Conf.Quali. de Sistem. Ltda.C. C. C de Morais & CIA LTDA - MEC.I.C Certificação em Equipamentos Indus-triais e Cabos LtdaCBC Indústrias Pesadas S/ACCI - Centro Controle e Inspeção LtdaCEETEPS - Faculdade de Tecn. de Pindamo-nhangabaCETEMQ Centro Tecn. de Mão de Obra Qualif.CETREND - Centro de Treinamento em Ensaios não Destrutivos LTDA - MECIA - Centro Nacional de Tecnologia eCom. LtdaCONSINSP - Insp. Equips. e Manut.Indl. LtdaCOTEND Controles Técnicos e END e Montagem LtdaCapaz Inspeções LtdaCarestream do Brasil Com. e Serv. de Prod. Med. Ltda

Carlos Alberto Arruda Salles Marques & Cia LtdaCentro de Pesquisa de Energia Elétrica - CEPELCentro de Treinamento de Rio das Ostras e Inspeção LtdaCesar & Fritsch Offshore Serviços de Manu-tenção LtdaCia de Saneamento Básico do Est. São Paulo-SABESPCivil Master Projetos e Construções LtdaCláudia Vital M.E - Vital End Equip. eAcessórios para ENDColdclima Comercio e Instalação deMaquinas e Equip. LtdaCompergy Qualidade LtdaConcremat - Engenharia e Tecnologia S/AConfab Industrial S/AConnect. Serv. CS Serviços de Mecânica Met. e Man em Altura LtdaControl Service - Prest. Serv. de Insp. e Repres. ComercialControl Union LtdaCooperativa Central de Prod. e Ind. de Trab. em Metalurgia - UNIFORJACooperativa dos Insp. Equip. Autônomos do Estado Bahia LtdaCooperativa dos Insp. de END Estado BA - COOENDD-Edge Comércio e Serviços LTDA MEDMCJ Inspeções LtdaDerrick do Brasil Serviços LtdaDetection Technology IncDeten Química S/ADiagnostic Imagind Automação LtdaDivers University Esporte Aquático LtdaEMC Engenharia Ltda.END OliveiraEND Total Inspeções e Manutenção de Equipamentos Industriais LTDA - MEEND TreinamenUSEND-Check Consult. e Serv. Espec.de Peças e Equip. LtdaENDI - Ensaios Não Destrutivos, Inspeção e Soldagem Ltda - MEEPM Engª de Inspeção, Planejamento e Manutenção LtdaEclipse Scientific South America LTDA.Elfe Óleo e Gás Operação e Manutenção S/AEndtecne Importação e Comércio de END LtdaEngisa Insp. e Pesquisa Aplicada à Indústria Ltda

Escola de Engª Eletromecânica daBahia-EEEMBAEsgotecnica Serviços Especializados Ltda - EPPEstaleiro Brasa LtdaEvidência Qualidade Montagem eManutenção Industrial S/SExtendeFocus Consultoria e Representação LtdaFugro Brasil Serviços Submarinos e Levan-tamentos LtdaFurnas Centrais Elétricas S/AGamatron Radiografia Industrial LtdaGerman Engenharia e Serviços deManutenção LtdaGlobal End - Inspeções e Consultoria Ltda - MEHCG Equipamentos LtdaHelling GmbHINTER-METRO Serviços Especiais LtdaIRM Services LtdaISQ Brasil - Instituto de Soldadura e Quali-dade LtdaIT - Elétrica Comercial e Serviços- EIRELI - EPPITW CHEMICAL PRODUCTS LTDAInecon Inspeções LtdaInoservice Serviços de Inspeção LtdaInspección y Diagnóstico Técnico ISOTEC LtdaInspetec Inspeções Técnicas Ltda MeInstrumental Inst. de Medição LtdaIntegra - Coop. Prof. Engª Integridade Equip. LtdaIntelligeNDT Systems & Services GmbHIntertek Industry Services Brasil Ltda.JBS Inspeção e Ensaios LtdaJCMS Kommandor Eireli - MEJMF Ferreira Man. Indl. e Alp. Industrial Ltda.JN Inspeção Ensaio Não Destrutivos em Equip. Ind. LtdaJPW - Insp. e Cont. da Qual. Montagens Fabricação e Manut. IndustrialK2 do Brasil Serviços LtdaKOENDE TECNOLOGIA EM INSPECOES INDUSTRIAIS LTDAKroma Produtos Fotográficos e Representa-ção LtdaKubika Comercial LtdaLWF Treinamento e Consultoria em Engª LtdaLambda Inspeções Treinamentos e Serviços Ltda. ME

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Latin Consult Engenharia S/S LtdaLenco - Centro de Controle Tecnológico LtdaLloyd’s Register do Brasil LtdaLot Engenharia e Consultoria Limitada M.ELottici Acesso por Corda Ltda - MELuthom Engenharia LtdaM2M do Brasil - Comércio, Serviços e Repre-sentação em END Ltda.MKS Serviços Especiais de Engenharia LtdaMarcelo de Carvalho Salomão EPPMaxim Comércio e Consultoria Industrial LtdaMegasteam Instrumentação & Mecânica LtdaMetal-Chek do Brasil Indústria e Comércio LtdaMetalquímica Tecnologia e Serviços Ltda EPPMetaltec Não Destrutivos LtdaNDT do BrasilNews Inspeções LtdaNr Treinamentos LtdaNuclebrás Equipamentos Pesados S/A - NUCLEPNúcleo Serviços de Inspeção de Equipamen-tos LtdaO. S. Inspeções e Reparos em Equipamen-tos Industriais Ltda - EPPOceânica Engenharia e Consultoria LtdaPaneng Engenharia e Consultoria LtdaPetrobras Transportes S/A - TRANSPETROPetrustest Consultoria em Controle da Qualidade LtdaPetróleo Brasileiro S/A - PETROBRASPhysical Acoustics South America Ltda - PASAPlanet Serviços LtdaPolimeter Comércio e Representações LtdaPolotest Consultoria, Controle de Qualidade e Serviços Ltda

Polyteste InspeçõesPowertemp Tecnologia Industrial LtdaProaqt Empreedimentos TecnológicosProceq SAO Equipamentos de Medição LtdaQualitate Inspeções e END LtdaQualitec Engenharia da Qualidade LtdaQualitech Inspeção, Reparo e Manutenção LtdaQualy End Inspeções LtdaR.R.V.M. Comércio e Assessoria Técnica LtdaRaimeck Indústria e Comércio LtdaRufino Teles EngenhariaS.B. Comércio e Serviços de Soldagens Ltda - MESANTEC - Tecnologia de SoldagemSENAT Group do Brasil - Serviços Marítimos e Terrestres Ltda.SEND CONTROL INSPECOES INDUSTRIAIS LTDASGS do Brasil LtdaSINCQ - Serviços Industriais e Controle de Qualidade LtdaSISTAC - Sistemas de Acesso LtdaSKE Inspeção e Consultoria LtdaSagatech Inspeções de Equipamentos LTDA - MESaipem do Brasil Serviços de Petróleo.Sanesi Engenharia e Saneamento LtdaSansuy S/A Indústria de PlásticosSantos & Fagundes Assessoria em Resgate LtdaSatec Controle de Qual. Equipamentos Petro-quimicos Ltda - EPPServ-End Indústria e Comércio LtdaServiço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAIServiços Marítimos Continental S/ASiemens LtdaSoldas Especiais Armênio

Solutec Brasil Serviços Técnicos em Monta-gem e Manutenção LTDASystem Asses., Insp. e Controle da Quali-dade LtdaT&D Inspeções e Consultorias LtdaTGM - Turbinas Indústria e Comércio LtdaTQI Treinamento, Qualificação e Inspeção Industrial LtdaTSA Tubos Soldados AtlânticoTSI Tecnologia Serviços e Inspeção LtdaTec Sub Tecnologia Subaquática LtdaTechnical Books Livraria LtdaTechnical Solutions Comercio e Serviços Técnicos LTDA METechnotest Serviços de Inspeções Técnicas LtdaTecnomedição Sistemas de Medição LtdaTerminal Químico de Aratu S/A - TEQUIMARTop Team Brasil LtdaTopcheck Controle da Qualidade LtdaTrac Oil And Gas LTDA.Tracerco do Brasil Diagnósticos de Proces-sos Industriais LtdaTuper Tubos S/AUNIFORUsinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A - USIMINASValbrasil Comércio e Indústria LtdaVallourec & Sumitomo Tubos do Brasil LtdaVallourec Tubos do Brasil S.A.Varco International do Brasil Equipamentos e Serviços LtdaVictória Qualidade Industrial LtdaVillar Manutenção de Máquinas LtdaVillares Metals S/AVoith Hydro LtdaWelding Science-Medar Com. Serv. Ltda.EPPWelding Soldagem e Inspeções Ltda

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10 revista abendi no 63agosto de 2014

sóciospatrocinadores

GE INsPEcTION TEchNOlOGIEs TRAz NOvOsEqUIPAmENTOs AO bRAsIl

A linha de equipamentos mentor tem interface inovadora e mos-

tra-se extremamente fácil de operar. Os parâmetros são configurados na tela touchscreen, que conta também com recursos para apoiar o usuário como a exibição de documentos na tela para consulta, passo a passo na execução de procedimento e até ge-ração automática de relatórios. Os equipamentos têm ainda a conec-tividade sem fio para permitir cola-boração remota entre inspetores e especialistas, podendo chegar a con-clusões com mais assertividade sem deslocamento do especialista ao local da inspeção.

Recentemente, foram lançados o mentor Visual iQ, videoscópio portá-til e resistente, com tela touchscreen, wi-fi, sondas intercambiáveis, rota de inspeção, medição 3D e geração auto- mática de relatório e o mentor Em, de-tector de falhas por correntes parasi-tas portátil também com tela touchs-creen e conectividade, com interface de usuário customizável e dois canais de inspeção.

Outro lançamento na linha de equi-pamentos de Ultrassom é o medidor de Espessuras DmS Go+, que apre-senta medições em A-Scan e B-Scan; métodos de descarte e medição da camada de tinta e armazenamento de medições para aumentar a produtivi-dade da inspeção. No DmS Go+ tam-bém é possível habilitar por software a função USm Go+, permitindo que

A General Eletric acaba de lançar uma série de produtos com tecnologiasfocadas na facilidade de uso, na conectividade e no aumento da produtividade da Inspeção.

o mesmo equipamento opere como Detector Ultrassônico de Falhas ou medidor de Espessuras.

Todos os equipamentos estiveram expostos no estande da GE durante

Acima, foto do aparelho DMS GO+. Abaixo, à esquerda, Mentor EM e, à direita, registro do Mentor Visual IQ.

o ConaEnd&IEV 2014 e também se-rão apresentados durante duas pa-lestras que serão realizadas nos dias 10 e 11 de setembro, nos auditórios da Abendi, em São Paulo (SP). a

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12 revista abendi no 63agosto de 2014

biblioteca

DOAÇÃO DE lIvROs

a Biblioteca Transpetro recebeu, no fim de agosto, a doação de

dois exemplares do livro mecânica da Fratura na Indústria Nuclear, da cole-ção Eletrobras Eletronuclear.

As obras foram doadas por José Eduardo de Almeida manescky que é um dos autores do livro, ao lado de Carlos Alexandre de J. miranda.

José Eduardo ressaltou que foram sete anos de trabalho não contínuos até a edição final.

O livro destina-se a profissionais que atuam com inspeção e manuten-ção no setor Nuclear. “Um dos aspec-tos fundamentais para a aplicação da mecânica da Fratura é o resultado das inspeções em serviço. Desse modo, é nosso entendimento que os profissio-nais de Inspeção devam conhecer (ou pelo menos ter noções básicas) como as suas informações serão usadas para garantir que uma peça mecânica trabalhe de forma segura sob o ponto de vista estrutural”, afirma José.

A doação já se encontra disponível para consulta no acervo da biblioteca que conta também com trabalhos técnicos, periódicos, artigos, dicioná-rios, normas, apostilas e outros mate-riais que podem ser consultados por sócios, estudantes e pela comunida-de de END e Inspeção em geral.

mais sobre a publicação

O livro foi preparado para mostrar como a mecânica da Fratura é usada para resolver certos problemas en-contrados no setor Nuclear. A pro- posta dos autores é que ele seja em-pregado como fonte de consulta e

Horário de atendimento da BiBlioteca tranSPetro:

Segunda à sexta-feira: das 8h às 12h e das 13h às 17h.Sábado: das 9h às 14h (apenas nos dias em que serão aplicados exames teó-ricos).

grande referência para os profissio-nais da área e alunos universitários.

A mecânica da Fratura estuda o com-portamento de materiais com trincas ou fissuras. O aparecimento desses de- feitos, gerados durante a fabricação ou resultantes de fadiga ou corrosão sob tensão, é um desafio constante en- frentado pela indústria em geral. Tu-bulações e vasos de pressão, turbinas e componentes usados em platafor-mas marítimas ou em aeronaves são exemplos de sistemas onde se justifi- a

ca a aplicação da mecânica da Fratura.Com a teoria da fratura, é avaliada

a capacidade de estruturas com trin-cas resistirem às cargas de operação, é estimada a sua vida útil e estabele-cida a frequência de Inspeção. Nesse contexto, a mecânica da Fratura se mostra essencial para uso em com-ponentes onde a preservação da inte- gridade é a garantia que a segurança humana será mantida, os danos ao meio ambiente evitados e os riscos de perdas econômicas minimizados.

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14 revista abendi no 57agosto de 2013

minicurso

AlTERAÇÕEs DA NR-13 (PREsENTE E FUTURO)

o engenheiro naval António Car-los Basso da Cunha Leal, da mi-

xing Consultoria em Processos Indus-triais, lotou a sala 3 no primeiro dia de Conaend&IEV com um minicurso so-bre as principais alterações da NR-13.

A alteração da Norma Regulamen-tadora Nº 13, que trata de Caldeiras, Tubulações e Vasos de Pressão, ocor-reu recentemente, na Portaria mTE 594, publicada em 30 de abril de 2014, e registrada no DOU em 2 de maio de 2014. António relata que esta é a terceira grande mudança na nor-ma, que surgiu em 1978 e passou por adequações em 1985 e 1995. A últi-ma edição materializa discussões que ocorrem em reuniões desde dezem-bro de 2012 e traz, como principais mudanças: a inclusão de Tubulações; a redução do número de RGIs (riscos graves e iminentes) prescritos; a de-finição de prazos para entrega dos relatórios de inspeção; e a retirada da obrigatoriedade do teste hidrostáti-co como ferramenta de avaliação de integridade em casos de Caldeiras e Vasos de Pressão.

Na opinião de António, “o maior impacto se deve ao enquadramento pela norma das Tubulações de fluidos de classes A e B, fato este que obriga-rá as empresas a criar um plano de inspeção específico em médio prazo”.

As reuniões que discutem o futuro da NR-13 ocorrem entre quatro e cin-co vezes ao ano e são realizadas pelas CNTT da NR-13 (Comissão Nacional Tripartite de Temática), que conta com representantes do governo, do sindicato e da base empresarial.

Passado (a origem da nr-13)

A lei que previu as normas regula-mentadoras foi publicada em 1977 em um cenário onde o Brasil era campeão mundial de acidentes de trabalho. Criou-se, então, uma legisla-ção especial e diversas normas regu-lamentadoras surgiram baseadas em critérios de segurança com influência de leis europeias e normalizações americanas. O primeiro texto da NR- -13 foi publicado em 1978.

O foco foi (e sempre será) a segu-rança do trabalhador. “Os grandes esforços são para evitar que ocorram acidentes com equipamentos de pressão, basicamente Caldeiras, Tu-bulações e Vasos de Pressão”. António continua: “No entanto, apenas cum-

prir a lei não anula o risco de possíveis acidentes. A NR-13 é o mínimo que o governo entende como necessário. Empresas que trabalham com proces-sos perigosos precisam fazer mais do que a norma pede”.

divulgação e participaçãoprofissional

Segundo o engenheiro, minicur-sos e palestras são importantes, pois tiram dúvidas e revelam qual é o real intuito e conceito das normas.

“Para quem participa do processo de redação, as normas são claras. mas para quem não estava presente, às vezes, uma palavra pode trazer uma interpretação completamente adver-sa”, alega.

Foto

s: Ed

u oliv

Eira

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liSta com aS últimaS alteraçõeS da nr-13:

1) fim da obrigatoriedade do teste Hidrostático na inspeção de segu-rança periódica.2) definição de prazos para entre-ga de relatórios de inspeção em caldeiras e Vasos de Pressão.3) inclusão de tubulações (fluídos classe a e B).4) revisão dos rGi (risco Grave e iminente) prescritivos.5) Glossário.

O minicurso começou às 9h e se estendeu até às 18h do dia 18 de agosto. No final, António fez um ape-lo para que as pessoas presentes par-ticipassem mais do processo de cria-ção e alteração de normas. Segundo ele, desde o final do regime militar, as legislações nacionais são abertas

para consulta pública. “É um direito que a sociedade tem de participar da criação ou da alteração de normas que estão sendo discutidas”, relata.

Para esta última edição da NR-13, o DSST (Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho) aceitou suges-tões até o dia 17 de junho de 2013.

António declara que o texto da NR-13 continua em evolução e os tra- balhos devem prosseguir por mais al- guns anos até se construir normas for- tes que durem algumas décadas. a

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16 revista abendi no 57agosto de 2013

eventosparalelos

ENcONTRO mERcOsUl DE

NORmAlIzAÇÃO Em END

a conteceu, no dia 18 de agosto, o XVI Encontro do Comitê merco-

sul de END 2014 (CSm 24) com repre-sentantes de Brasil e Argentina.

O evento foi organizado paralela-mente ao ConaEnd&IEV 2014 e con-tou com reuniões especiais sobre Ul-trassom e Radiografia.

O Comitê mercosul de Normaliza-ção encontra-se em atividade desde 2004 e é voltado ao desenvolvimento da normalização nos países membros do mercosul, atividade que estimula a pesquisa científica e tecnológica em favor da integração econômica e comercial entre os países parceiros.

Atualmente, a maior parte do tra-balho é a adoção de documentos da ISO, sendo que o Brasil concordou com a tradução dos textos a partir dos originais em inglês, seguida de

análises pontuais e adequações técni-cas e ortográficas a serem realizadas nas reuniões das respectivas comis-sões brasileiras.

O próximo encontro do comitê acontece em junho de 2015, no Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco), precedendo o Congresso Nacional de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção e a Conferencia Internacional sobre Eva-luación de Integridad y Extensión de Vida de Equipos Industriales, eventos organizados pela Abendi.

Em dezembro do próximo ano, ocor- rerá outro encontro em Buenos Aires (Argentina), no marco do Congresso Comadem 2015 – Condition Monito-ring and Diagnostic Engineering Ma-nagement.

Participaram do encontro: Adriana Rigat (AmN – Brasil), Alessandra Fer-

reira Alves (Abendi – Brasil), Ana Pau- la Giolo (Abendi – Brasil), Carolina Beatriz Bordón (Asarendi – Argenti-na), Gustavo Severich (Ibnorca – Ar-gentina), João m. Hohemberger (Pe-trobras – Brasil), Juan José Zampini (Inti – Argentina), Julio César An- tonelli (JCA NDT – Argentina), marcos Aiub de melo (Petrobras – Brasil), ma- riano Semorile (Iram – Argentina), Ali- ne Soares (Abendi – Brasil), Natália Lauer (Abendi – Brasil), Paulo César F. Henriques (Petrobras – Brasil), Paulo da Cruz Silva (Eletrobras – Brasil).

Os interessados em participar do Comitê mercosul ou das atividades de normalização desenvolvidas pela Abendi devem entrar em contato com o setor de Normalização pelo telefone (11) 5586-3145 ou pelo e--mail: [email protected]. a

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17tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

ProjetoS em deSenVolVimento:

• NM 24:02-EN 10160. Ensaios Não Destrutivos. Ultrassom. Detecção de descontinuidades em chapas metálicas.original en 10160. examen por ultrasonidos de los productos planos de acero de espesor igual o superiores a 6 mm (método de reflexión).

• NM 24:02-ISO 16809. Ensaios Não Destrutivos. Ultrasssom. Medição de Espessura.

Original ISO 16809. Non-Destructive Testing -- Ultrasonic thickness measurement.

• NM 24:04-00003. Radiografia Industrial. Requisitos mínimos do negatoscópio.

• NM 24:04-ISO 17636-1. Ensaios Não Destrutivos de soldas. ensaio de radiografia. Parte 1: técnicas de raios X e gama, com película.

• ISO 17636-1. non-destructive testing of welds. radiographic testing - Part 1: X- and gamma-ray techniques with film.

• NM 24:04-ISO 17636-2. Ensaios Não Destrutivos de soldas. Ensaio de Radiografia. Parte 2: técnicas de raios X e gama, com detectores digitais.

iSo 17636-2 - non-destructive testing of welds. radiographic testing. Part 2: X- and gamma-ray techniques with digital detectors.

• NM ISO 5579 - Ensaios Não Destrutivos. Exame radiográfico de materiais metálicos por raios X e gama.

EMPRESAS MAnTEnEDORAS

faça parte das empresas que incentivam a atividade de normalização nacional.

mais informações: (11) 5586-3145

[email protected]

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18 revista abendi no 57agosto de 2013

especialdefesa

sEssÃO EsPEcIAl DA DEFEsA

a Sessão Especial sobre Defesa, coordenada pelo diretor execu-

tivo da Abendi, João Conte, contou com as presenças do Comandante da marinha do Brasil, marcos dos San-tos, e do Coronel Armando Lemos, da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de materiais de Defesa e Segurança).

marcos dos Santos falou sobre a contribuição da Pesquisa Operacional – avaliação dos meios navais, aerona-vais e Fuzileiros Navais para a indús-tria. Utilizando pressupostos filosófi-cos de teóricos como Albert Einstein, conceitos importantes, como os do professor Edward W. Deming, e prá-ticas gerenciais, como as criadas por Peter F. Drucker, entre outras referên-cias; marcos mostrou a contribuição do Casnav (Centro de Análises de Sis-temas Navais) ao desenvolvimento científico e tecnológico da marinha brasileira e do próprio país.

Em sua apresentação, o Coronel Ar- mando Lemos defendeu a necessi- dade da existência da Indústria de De-fesa como parte integrante e crítica do esforço de mobilização nacional em caso de ameaça à sociedade, e, também, como alavanca de desen- volvimento tecnológico e econômi- co, e de geração de divisas para o País (exportação de material de alto valor agregado).

“O mercado nacional de Defesa se caracteriza por uma comercialização restrita e altamente regulada, produ- ção dependente das compras gover-namentais e a submissão dos produ-tos, com alto valor agregado, a condi-ções extremas”, explica o Coronel.

Outra importante informação di-vulgada foi a estimativa mínima de

US$ 120 bilhões de investimentos do setor, em longo prazo, em sistemas de defesa cibernética e antiaérea; lançador múltiplo de foguetes/mís-seis; transporte tático militar; vigi-lância de fronteiras; navios de super- fície e Amazônia Azul, entre outros.

Armando Lemos explicou que a tec-nologia empregada em equipamen- tos que compõem a indústria de defe-sa é chamada de tecnologia crítica. Os radares, satélites, rádio definido por software, pilha térmica, fibra de car-bono, energia nuclear, veículos não tripulados, instrumentos de visão no-turna, mísseis e nanotecnologia são

alguns exemplos. mas quais seriam os materiais de

defesa e segurança a serem inspecio- nados utilizando Ensaios Não Destru- tivos? Os veículos blindados, as muni-ções inteligentes, o casco de subma- rinos e navios, as aeronaves e prote- ções balísticas (capacetes, coletes, etc).

A Abimde é uma entidade civil, sem fins lucrativos, criada em 1985, e con- grega as empresas do setor de De-fesa e Segurança do país. Promove a integração entre a indústria, os centros de pesquisa e tecnologia, as universidades, associações e os órgãos governamentais.

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O comandante Marcos dos Santos da Marinha do Brasil (CASnAV) fala sobre as aplicações e contribuições da pesquisa operacional.

O coronel Armando Lemos, diretor técnico da Abimde, defende a aplica-ção de Ensaios não Destrutivos na indústria de defesa nacional.

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sessõesferroviárias

DOIs DIAs DEDIcADOs AO

sETOR FERROvIáRIO

o ConaEnd&IEV destacou ques-tões importantes do setor fer-

roviário em duas sessões especiais nos dias 19 e 20 de agosto.

Antonio Aulicino, gerente de Re-lações Institucionais da Abendi, co-ordenou os encontros que apresen-taram uma mesa redonda e diversas palestras.

Acompanhe abaixo o que foi dis-cutido nas sessões:

sessão especial (primeiro dia)A primeira sessão sobre o setor fer-

roviário contou com a participação de Alexandre Porto da ANTT (Agên-cia Nacional de Transportes Terres-tres), Fábio Barbosa da EPL (Empresa de Planejamento e Logística) e Lucas Barros do Comitê Técnico Setorial Ferroviário da Abendi. A mesa redon-da reuniu os profissionais do mer-cado para discutir o Open Access , o novo marco regulatório do setor fer-roviário e suas implicações e oportu-nidades para o setor de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção.

Segundo Antônio, “no Open Ac-cess, o gestor da via é um e os ope- radores são outros. Fazendo um paralelo simples; é como uma rodovia, onde existe um concessioná-rio e diversos usuários passando”.

Em seguida, foi a vez de Do-mingos José minicucci mostrar a importância dos ENDs na área de construção ferroviária. Domin- gos trabalha na mWL Rodas & Eixos,

a

uma empresa com uma vasta experi-ência internacional na fabricação de equipamentos que acredita bastan-te no crescimento das atividades de ENDs no setor.

Alejandro Spoerer da Polimeter mi-nistrou a última palestra revelando as principais inovações na aplicação de Correntes Parasitas na detecção de defeitos superficiais em trilhos e co-mutadores de vias ferroviárias.

Alejandro trouxe o viés de uma tecnologia que não estava necessa-riamente no foco das inspeções do setor. O método de Ultrassom é o

mais utilizado no segmento ferroviá-rio. Todavia, Alejandro mostrou os úl-timos avanços da técnica de Corrente Parasitas e provou que ela pode ser utilizada como complemento.

sessão internacional (segundo dia)A apresentação com o tema Way-

side Technology foi ministrada por Robert Hudd da Beena Vision e ser-viu para mostrar os equipamentos que ficam ao lado do caminho que o trem percorre e conseguem identifi-car problemas que as rodas e o trilho possuem ou podem desenvolver.

Alexandre Porto, Fábio Barbosa e Lucas Barros discutem o novo marcoregulatório.

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Lucas Barros, coordenador do GT Ferroviário.

Robert Hudd da Beena Vision durante apresentação sobre novas tecnologias.

Alejandro Spoerer fala deCorrentes Parasitas nas viasférreas.

Alexandre Porto, da AnTT, ressalta alguns pontos importantes do novo marco regulatório para o setor ferroviário.

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Domingos José Minicucci da MWL Rodas & Eixos.

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OlImPíADA DE INsPEÇÃO GE | AbENDI:Um cAsO DE sUcEssO

t udo começou a partir de um con- vite realizado por uma das geren-

tes executivas da Abendi, Irani de Oli- veira, para uma reunião, cujo assunto era: novo desafio.

Como já é rotina na Associação, re-presentantes de diferentes áreas são estimulados a participar de reuniões para a criação de um produto, cam-panha, soluções para atendimento ao cliente, entre outras demandas.

Nesta ocasião, compareceram pes-soas ligadas a treinamento, qualidade, qualificação, eventos, comunicação, ins-

olimpíada

De um total de 1032 inspetores N2 de Ultrassom do país, 99 participaram do evento e lutaram pelo título de melhor inspetor em uma disputa que ofereceu R$ 40 mil em prêmios ao primeiro colocado.

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titucional, certificação e, claro, a área técnica. E, foi ao final desta manhã de março de 2014, que o conceito da 1ª Olimpíada de Inspeção estava formado e várias tarefas estavam por começar. Vejamos como as coisas aconteceram:

8 de abril – definição dos critérios da premiação para a criação de um portfólio para sair a campo em busca de patrocínio. A olimpíada seria para profissionais N2 de todo o país, no mé-todo de Ultrassom e resultaria em três categorias de premiação: ouro, prata e bronze. Houve uma pré-seleção e os 20 finalistas foram convidados a parti-cipar das eliminatórias durante o con-gresso, em seis grupos, trabalhandos em três diferentes bancadas, ao vivo.

10 de abril – aprovação do portfólio. 20 de abril – inscrições abertas.30 de abril – a GE tornou-se a pa-

trocinadora oficial da 1ª Olimpíada GE | Abendi de Inspeção, responsável por destacar o melhor inspetor em Ultras-som do Brasil.

5 de maio – começa a campanha de divulgação do evento com banner no site da Abendi, anúncio na revista, e-mail mkt, mídias sociais e imprensa.

10 de maio – início do desenvolvi-mento de um hotsite específico para o evento que acontecerá dentro do ConaEnd&IEV. O hotsite prevê um si- mulado para a pré-seleção dos can-didatos.

22 de maio – o hotsite entra no ar.4 de julho – fim das inscrições e 99

inspetores inscritos.5 de julho – início da pré-seleção

on-line pelo hotsite. Conhecimentos técnicos. Critério para classificação: aproveitamento mínimo de 60%; 33 inspetores aprovados.

10 de julho – fim da 1ª etapa e início da segunda seleção on-line. Co-nhecimentos específicos. Critério para classificação: melhores notas.

Ivanderley recebe os prêmiosdas mãos de Luiz Fernando, presidente da Abendi, e Wag-ner Romano, representante da GE.

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18 de julho – fim da seleção on-li-ne. 20 inspetores selecionados.

Já estamos em agosto, mês da olimpíada, no espaço reservado para sua realização dentro do ConaEn-d&IEV. Contagem regressiva para o dia da premiação.

19 de agosto – treinamento prá-tico para reconhecimento dos equi-pamentos utilizados nas provas. O curso foi oferecido pela GE e direcio-nado para finalistas e participantes interessados.

20 de agosto - Os 20 fina-listas são convocados para a prova prática classificatória. Cada competidor tem 30 mi- nutos para resolver o problema. Dos 20, três não compareceram. Proble-mática: Inspeção e análise de um cor-po de prova conforme norma AWS D1.1.

Calibração: Inspeção (Detecção - Dimensionamento – Avaliação) - Re-gistro.

Desta etapa, serão classificados os seis melhores competidores para a prova final.

21 de agosto - Os seis finalistas são direcionados para um circuito com três bancadas. Cada bancada terá uma problemática específica para resolução. Os competidores terão 10 minutos por bancada para solucionar o problema.

Problemáticas definidas pela Comis-são Organizadora:

Bancada 1: Detecção e dimensiona-mento de descontinuidade.

Bancada 2: Dimensionamento pela técnica AVG/DGS.

Bancada 3: Determinação do com-primento e da altura (a técnica poderá ser definida pelo finalista).

Desafio Extra GEO patrocinador propôs, aos três ga-

nhadores da competição, um desafio opcional para a 4ª bancada.

Problemática de Phased Array: Ca-libração e detecção de descontinui-dade próximo ao reforço. Prêmio: um equipamento Phasor XS da GE com acessórios.

Duração: 60 minutos. Conheçam os finalistas:6 finalistas: Carlos Leandro de Tole-

do, Ivanderley Thomaz de Aquino, mar-celo Rodrigues Afonso, marcio Gon- çalves, Nicholas michael Caesar Sene e Silva e Roberson Tavityan Pessoa

3 vencedores: Ivanderley Thomaz de Aquino (primeiro colocado), mar-celo Rodrigues Afonso (segundo colo-cado e vencedor do Desafio Extra GE), Roberson Tavityan Pessoa (terceiro colocado).

olimpíada

DEPOIMEnTOS

Ivanderley Thomaz de Aquino “Eu já trabalho nesta área há quase 40 anos e nunca tive a oportunidade de ver nada igual. Foi uma competição de nível altíssimo. Quero parabenizar todos os participantes. Percebi que o inspetor de Ultrassom é um vibrador e precisa ser re-conhecido. A comunidade de Ultrassom é muito importante. Não tenho a pretensão de achar que sou o melhor do Brasil, pois já vi que neste mercado existe muita gente boa”.

Wagner Romano, GE“Eu presenciei uma grande evolução pessoal. Todos os competidores estão saindo daqui melhores do que chegaram. Nós passamos dois dias com os finalistas e era um clima admirável de fair play. Temos muito a aprender com isso”.

Lilian Modolo, GE“A olimpíada teve uma comoção maior do que estávamos esperando. Na hora da competição, nós sabíamos que todos iriam parar para olhar. Mas o mais interessante aconteceu durante a preparação dos finalistas. Eles nos buscaram na GE com vontade de aprender, de ganhar a disputa. Criou-se um ambiente de competição saudável que envolveu todo mundo. Muitos dos finalistas nós já conhecíamos, pois são pessoas importantes, referências no mercado.”

Vinícius Sardou de Aquino“É a primeira vez que participo de uma olimpíada assim. Acho muito interessante reunir os inspetores em um ambiente diferente do ambiente de exames e trabalho”.

Og Monteiro Júnior“Todos que chegaram às finais da competição são profissionais supercapacitados. Estar aqui, entre os 20 melhores, é uma grande vitória para mim”.

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Ivanderley Thomaz de Aquino“Eu não tenho a pretensão de ser o melhor inspetor do Brasil. Aqui tem inspetores com grande qualidade. Achei a iniciativa da GE e da Abendi muita boa, são coisas assim que incentivam e desenvolvem a atividade. Infelizmente, alguns ótimos inspetores que conheço ficaram de fora, mas haverá novas oportunidades”.

Marcelo Rodrigues Afonso“A olimpíada é uma oportunidade legal para conhecer outros profissionais. Gostei muito da interação que tivemos. Eu pensei que encontraria um clima competitivo, mas encontrei um ambiente saudável com inspetores se ajudando, trocando informações e conhecimentos. Isso é muito interessante. E a competição está em um nível altíssimo. Quando saiu a lista, reconheci alguns nomes e me assustei um pouco”.

Rodrigo Rabelo Leite Fontenelle “Acho uma honra concorrer ao título de melhor inspetor do Brasil. Competições assim têm muito a acrescentar para quem participa. Ajuda no desenvolvimento dos profissionais, apresenta técnicas que geralmente não usamos no dia a dia. Só conhecia os outros competidores de nome e me surpreendi muito. O nível dos profissionais está altíssimo”.

Renato Bulhões da Silva“É a primeira vez que participo de uma olimpíada de Inspeção. Independentemente de ganhar ou não, a troca de experi-ências é muito legal. Cada um tem uma experiência em determinada área e acaba passando para os outros. Eu trabalho com um aparelho GE USM GO. A diferença é que o meu tem um joystick, agora alteram o layout do botão. É um excelente equipamento”.

Roberson Tavityan Pessoa“Resolvi participar para aprender técnicas novas. De uma forma ou de outra, só o fato de você treinar e se preparar já ensina uma coisa nova. Aqui, a gente se familiariza com o aparelho, tem contato com novos ensaios. É uma forma legal de aprender e estudar”.

Carlos Leandro de Toledo“É uma nova oportunidade. Até então, nós não tínhamos um evento como este em outros eventos. O objetivo de participar desta primeira competição é adquirir mais experiência. Eu acredito que a procura cresça mais nos próximos anos, mas o nível desta primeira edição já está altíssimo. Pelo que percebi nos treinamentos que antecedem a competição, a briga vai ser boa”.

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olimpíada

a

Marcio Gonçalves “Eu estava confiante. Queria ganhar o primeiro lugar, mas, depois, comecei a olhar o currículo dos demais participantes e acredito que nem o terceiro eu levo. O nível está bastante elevado. Não vai ser uma disputa fácil. Mas é uma boa troca de informações. A cada segundo, você vai adquirindo mais conhecimentos. O fato de ser uma compe-tição aberta dificulta um pouco mais. Além disso, tem o tempo que é curto e vai ser determinante para escolher os vencedores”.

Alan Dalton da Silva“Eu estou gostando porque é uma forma de adquirir conhecimento e correr atrás das novas técnicas. Eu estava mais focado na área de Inspeção e tem muito mais coisas para estudar. Conheço bastante gente que está participando”

João Vitor Chrisóstomo dos Santos“Acredito que seja uma competição de alto nível. Pela prova teórica, eu percebi que a dificuldade será grande. No entanto, a olimpíada não deixa de ser uma oportunidade para aprender mais e continuar crescendo.”

Fernando Antônio Veiga Júnior“É uma iniciativa nova. Minha grande expectativa é fazer uma boa apresentação. Tem bastante gente boa. Eu ainda estou começando nesta área, tenho quatro anos de mercado. Conheci inspetores com muito mais experiência. Trocar informações com esses profissionais é muito enriquecedor. A competição testa muita coisa: nervosismo, agili-dade no aparelho, vivência profissional. Tudo soma”.

Alexandre Osvaldo de Oliveira“É a primeira olimpíada que eu participo. Estou achando bem orga-nizado, muito interessante. Mesmo que você trabalhe todo dia com o ensaio, no evento é diferente. É uma competição aberta, para todo mundo ver. O equipamento da GE é ótimo, tem a melhor arquitetura de software para se trabalhar atualmente”.

Nicholas Michael Caesar Sene e Silva “Durante a prova, um dos segredos é manter a concentração”.

DEPOIMEnTOS COLHIDOS nA CERIMÔnIA DE EnCERRAMEnTO

Roberson Tavityan Pessoa (3º colocado): “Nunca imaginei que chegasse tão longe”Marcelo Rodrigues Afonso (2º colocado): “Tenho que agradecer aos colegas pelas dicas que recebi. O clima foi de total amizade. Fiquei surpreso! Agradeço, também, à Abendi e à GE pela iniciativa”. Ivanderley Thomaz de Aquino (1º colocado): “Agradeço à minha empresa pelo investimento técnico e à Abendi e à GE pelo alto nível da competição. Nunca vi nada igual. O reconhecimento do inspetor foi um grande lance para a comunidade de Ultrassom. Valoriza o profissional. O trabalho da comissão também foi fundamental”.Wagner Romano (patrocinador): “Encontrei uma escola. Estou emocionado com a premiação. A GE está muito satisfeita em ter participado deste evento”.

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d e forma já tradicional, paralelamente à realização do ConaEnd&IEV, acontece a EXPOEND (Exposição Técnica de Equipamentos, Produtos e Serviços de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção) que, este ano, em sua 19º edição,

reuniu 47 marcas. Juntando-se às brasileiras, empresas com origem na Alemanha, nos EUA, na Inglaterra, França, Aus-trália, Rússia e República Tcheca expuseram seus produtos e serviços durante os três dias de realização da exposição, entre 19 e 21 de agosto.

Pedimos a alguns expositores que comentassem a sua participação na 19ª EXPOEND. Por limitação de espaço, não con- seguimos reproduzir todos os depoimentos.

19ª EXPOEND(EXPOsIÇÃO TécNIcA DE EqUIPAmENTOs,PRODUTOs E sERvIÇOs DE ENsAIOs NÃODEsTRUTIvOs E INsPEÇÃO)

DEPOIMEnTOS ExPOSITORES

José Carlos Paioli, SERV-END “O conteúdo técnico do Conaend&IEV é sempre consistente, significativo. Todos os profissionais que participam conseguem informações que contribuem bastante com suas atividades. Nesse sentido, o congresso é muito importante para a evolução da atividade e do próprio mercado. No evento, queremos tanto ter visibilidade como prospectar clientes. Fazer com que o maior número de profissionais e empresas conheçam nossos produtos e nosso trabalho. Este é um mercado que depende do crescimento e do desenvolvimento do País. Não existe sociedade sem Ensaios Não Destrutivos. Os ENDs são uma necessi-dade e uma obrigação da indústria que precisa controlar seus produtos conforme as especificações e os níveis de segurança obrigatórios. Os ENDs garantem os requisitos de qualidade. A indústria não tem escapatória. Utilizar métodos de END não é mais uma opção, é uma obrigatoriedade”.

Erica Midori, Inter-metro“Participamos dos últimos eventos, e, este ano, o ConaEnd&IEV está sendo muito mais produtivo para a Inter-metro. Tive-mos mais visitação, fizemos contatos com clientes novos, alguns parceiros aceitaram nosso convite e vieram nos visitar. Eu pensei que estaria um pouco mais vazio, mas já solicitaram muitas cotações. Alguns clientes, inclusive, já estão na fase das negociações e isso é muito bom. Nós trouxemos os equipamentos também. Estamos apresentando a nova linha de Phased Array ToFD. É um equipamento que nós já estamos trabalhando há algum tempo, mas trouxemos no evento pela primeira vez. Muitas pessoas mexeram, conheceram o produto e deixaram um feedback bem positivo. O importante é saber o que o mercado está achando e ter o produto é indispensável, pois conhecer só por meio de especificações não basta”.

Amilton Carvalhal, Pasa“Faz 30 anos que participo de eventos como este. O Conaend&IEV é importante para encontrar colegas, conhecer as no-vidades do mercado, assistir a palestras técnicas... A ExPOEND, por sinal, sempre depende muito do mercado. Quando o momento é bom, a exposição tem mais sucesso, mais público. Espero que o mercado melhore nos próximos anos. Torço para que as indústrias voltem a investir em Inspeção e Manutenção. De qualquer forma, é sempre uma ótima oportunidade para fechar novos negócios”.

Junia Vanessa Costa, BC-END“O Conaend&IEV é excelente, uma ótima oportunidade de rever amigos, fazer contato com novos clientes e saber o que há de novo no mercado. A área de exposições permite que os profissionais testem e conheçam os produtos. Nós trabalhamos com a maioria dos métodos de END, desde técnicas simples como Medição de Espessura, passando por Ultrassom conven-cional, Phased Array, Iris, e tecnologias como MFL, equipamentos automatizados e Correntes Parasitas Array, que é uma técnica nova que está chegando no Brasil”.

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Lilian Modolo, GE“O evento está com uma boa participação. Trabalhamos com quatro tecnologias em Ultrassom, Correntes Parasitas, Videoscopia e Radiografia e tivemos a presença de clientes importantes. Muitas pessoas vieram para buscar mais informações sobre os pro-dutos e se mostraram muito interessadas nas novidades que estamos apresentando. Outras chegaram ao stand e apresentaram um problema e uma necessidade de identificar como realizar uma inspeção específica. Nesses casos, nós mostramos todas as técnicas que conseguimos apoiar e, em alguns casos, marcamos uma visita no local para estudar melhor a situação. É um público novo que está começando a se interessar por Ensaios Não Destrutivos”.

William Silva Sebastião, CETRE“Esta foi a minha primeira participação no Conaend&IEV. Gostei bastante da experiência. O evento é uma forma de conhecer e se relacionar com outras empresas, de trocar informações e firmar importantes parcerias com o mercado. Além de estar com a marca presente em um evento importante, o grande objetivo do CETRE era conversar com empresas que tem interesse em qualificar profissionais e equipes de profissionais”.

Clayton Oliveira, Magnaflux“Acompanho o ConaEnd&IEV desde 1998. Ao mesmo tempo em que o evento está cada vez mais abrangente, atraindo um público maior a cada edição, o evento cumpre um importante papel de integração. Esta é uma grande oportunidade para encon-trar as pessoas que trabalham em diversas regiões do país e trocar experiências, atualizar-se com o que aparece de novo. A Magnaflux trouxe, para a ExPOEND, uma bancada de inspeção de Líquido Penetrante e Partículas Magnéticas com o objetivo de proporcionar uma experiência ao usuário. Queremos captar melhor do mercado o que é um diferencial e o que pode se tornar um diferencial e isso é a base da nossa estratégia de negócios”.

João Carlos Videira José (Catalão), Arctest“Eu estava bastante apreensivo que não tivéssemos procura devido à retração do mercado, mas fiquei surpreso. O evento foi bastante proveitoso. As procuras estão mais técnicas do que comerciais. Nas outras edições, o País passava por um momento melhor e o lado comercial falava mais alto. Agora, o grande objetivo é adquirir conhecimentos, acompanhar as novidades. Vemos um grande número de estrangeiros e isso é um bom sinal, pois mostra que há empresas atentas ao nosso mercado. Sinto um mercado se preparando para crescer. 2014, pra mim, é um ano tático, de preparação. O crescimento mesmo retorna em 2015”.

Lucas Cabral, Metal-Chek“A Metal-Chek tem uma relação antiga com a Abendi, tem uma história grande neste tipo de eventos. É a minha primeira vez aqui, mas gostei muito da oportunidade de conversar com todos do mercado, de trocar experiências e conhecer os grandes lançamentos. O objetivo da Metal-Chek no evento é tanto institucional como comercial. Trabalhamos com o lançamento de duas luminárias e esperamos que os novos contatos evoluam para negócios após o evento”.

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Leonardo Simmelink Fiorini, Morken Brasil.“Acredito que todas as pessoas do mercado que estão focadas em Inspeção vieram para cá. O objetivo da Morken é sempre estar presente e envolvida com essas pessoas que são referências no Brasil”.

Ana Claudia dos Santos, Induflux“Achei um evento muito interessante, muito organizado. Os expositores são os maiores, quem realmente é do ramo. Viemos aqui para promover a nossa marca, para fazer novos contatos e para lançar produtos químicos nos métodos de Partículas Magnéticas e Líquido Penetrante”.

Luiz Castro, Carestream“Eu achei que a feira está muito grande, em um espaço melhor do que no ano passado. Participei de um dia do congresso e achei muito produtiva a Sessão Específica de Radiografia. Torço muito para que o evento continue sendo aqui, em São Paulo. No entanto, a ExPOEND não é uma feira com cultura para fechar negócios. Seria até um ponto positivo se fosse assim. Além da área de NDT, a Carestream atua também no setor médico. Nesse mercado, por exemplo, os eventos são mais propícios para fechar negócios. É interessante porque o perfil do público é outro, as pessoas entram preparadas para fechar negócios. Elas já sabem o que querem e acabam aproveitando as promoções”.

Robson Escobar, Futura Group“É a nossa primeira edição do Conaend&IEV. Estamos muito satisfeitos em participar como patrocinador ouro. Há uma como-ção grande em torno da qualificação. Os investimentos são grandes no aprimoramento técnico e profissional. Conseguimos alavancar alguns bons negócios, formalizamos algumas parcerias com empresas e associações”.

Haroldo Courel, Arotec“A organização do Conaend&IEV foi muito boa. O que notei mais especialmente é que, em função da própria situação econô-mica do mercado, a frequência foi mais fraca. A situação econômica/empresarial está muito aquém do esperado. Acredito que isso tenha inibido muita gente a vir e muitas empresas a liberarem seus profissionais para visitarem a exposição. Atrações como a olimpíada são muito importantes para estimular os inspetores. Os inspetores não são profissionais de campo, eles precisam participar mais da sociedade dos Ensaios Não Destrutivos como um todo. Em um evento assim, ele se sente mais prestigiado, motiva-se mais a participar. O mercado vinha em um movimento ascendente, mas foi prejudicado pelas ações políticas. Os usuários começam a ter problemas para investir e nós não recebemos estes investimentos. Acredito que, em breve, esse cenário mude. A feira é sempre interessante, tem temas legais.”.

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1. AAENDE2. ABENDI3. ABRACO4. ACOSEND5. ADVANCED OEm SOLUTIONS6. A.HAK BRASIL7. ANACOm8. ARCTEST9. AROTEC10. BC END11. CARESTREAm12. CETRE DO BRASIL13. C.K. LEICA14. ECLIPSE SCIENTIFIC15. ELETRONUCLEAR16. EXTENDE17. FLIR SYSTEmS

Agradecemos às empresas abaixo relacionadas pelo prestígio emprestado ao nosso já consagrado evento e esperamos contar com todas em nossas próximas realizações.

18. FOmA BOHEmIA19. FUTURA GROUP20. GE INSPECTION TECHNOLOGIES21. GUIDED ULTRASONICS22. HCG EQUIPAmENTOS23. H.STRATTNER24. INDUFLUX25. INSTRUmENTAL BRASIL26. INTER-mETRO27. IT ELETRICA28. JmE29. KUBICA30. INSTITUTOS LACTEC31. m2m DO BRASIL32. mAGNAFLUX33. mARQUES & CIA34. mETAL-CHEK DO BRASIL

35. mIXING 36. mORKEN BRASIL37. NIKON mETROLOGY38. OmETTO 39. PASA40. PETRUS41. POLIEND42. POLImETER43. PRÜFTECHNIK44. PUC-RIO45. RADIOLAB46. RAImECK47. SERV-END48. SYNTHESIS49. TECNOSCAN50. TRAC OIL & GAS51. 19TH WCNDT 2016 – DGZfP

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32 revista abendi no 57agosto de 2013

sessãointernacional

AsmE sTANDARDs

WORKshOP

a edição deste ano do Conaen-d&IEV apresentou um dia inteiro

de workshop com renomados especia-listas para discutir as normas da ASmE (American Society of Mechanical Engi-neers), o lançamento da Seção VIII e as principais alterações de 2013 sobre a qualificação em soldagem.

Um dos principais oradores do en-contro foi Jim Ramirez, atual vice-pre-sidente de Desenvolvimento de Negó-cios, Padrões e Tecnologia da ASmE.

Jim ressaltou que eventos como o Conaend&IEV são ótimos para a ASmE, pois atraem muitas pessoas. “Certamente, nós reunimos mais de 100 pessoas na sala. Isso é essencial para transmitir informações sobre os códigos e para conhecer mais sobre as necessidades reais das empresas bra-sileiras. É através desta troca de infor-mações e experiências que podemos melhorar e incorporar requerimentos

dentro dos códigos ASmE”, afirma.As principais alterações se referem

às Seções I (Caldeiras), VIII (Vasos de pressão) e V (Ensaios Não Destruti-vos). O vice-presidente ainda destaca a atuação da ASmE não apenas nas áreas petroquímicas e petroleiras, mas também no setor nuclear. Para Jim, é importante aproveitar o con-gresso para expor questões relativas a serviços e reparações em equi- pamentos nucleares.

A sessão, que começou às 9h do dia 19 de agosto, se estendeu pela tarde, até às 18h.

Além do panorama traçado por Ra-mirez, o workshop contou com apre-sentações de Chuck Withers (Panora-ma do Conselho Nacional), marcelo Pereira (Últimos Desenvolvimentos da Seção VIII, divisões I e II), Lynn Sturgill (Seção IX), Lawrence mullins (Seção V) e Rick Swayne (Seção XI).

Jim Ramirez discursa na abertura do workshop internacional.

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treinamento aSme/aBendi

a abendi obteve, recentemente, a licença para ser um provedor de treinamentos, no Brasil, autorizado pela aSme.

o primeiro treinamento será o de inspeção, reparo e alterações em Vasos de Pressão, que ocorrerá na sede da abendi, no último tri-

mestre de 2014.

o módulo será conduzido por um instrutor da aSme e abordará, em dois dias de aula, as exigências de vários códigos e normas em matéria de

inspeção para profissionais e fabricantes de empresas de manutenção, serviços de inspeção e outras organizações envolvidas com a manuten-

ção e com o reparo de equipamentos pressurizados.

os principais assuntos abordados serão: as exigências do conselho nacional do código de inspeção e da aPi-510; a aPi-579 fitness for Service;

os procedimentos de avaliação de falhas simples e as atividades de pós-construção do comitê aSme.

Quem participar do treinamento ganhará, como cortesia, um ano de filiação aSme.

reserve a sua vaga com o setor de treinamentos: [email protected].

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capa

Atenta aos riscos de acidentes graves, a Abendi certificaprofissionais, com excelência, para trabalhar nesses segmentos

certificação profissional égarantia de segurança emacesso por corda eatmosferas explosivas

34 revista abendi no 63agosto de 2014

Alexandra Alves

a soma de talento, foco e or- ganização resulta sempre num trabalho bem feito,

mas quando a atividade envolve riscos o item ‘’atenção’’ se torna a qua- lidade mais importante. Neste con- texto, o gerenciamento de áreas de riscos preserva a vida de pessoas, meio ambiente e patrimônio. Por is- so, os sistemas de certificação da Abendi em Atmosferas Explosivas e Acesso por Corda são fundamentais na formação de pessoal qualificado, pois qualquer erro pode acarretar em prejuízos irreversíveis.

No caso da atividade de Acesso por Corda, é impossível imaginar al- guém ‘’pendurado’’ no alto de um prédio ou de uma torre sem correr risco algum. O trabalho leva a vanta- gem de ser mais rápido do que a alternativa de montar andaimes para chegar a locais de difícil acesso, en- tretanto, necessita de extrema habi- lidade técnica, condicionamento físi- co e preparo mental para ser bem su- cedido. E a gama de funções no seg-

mento é grande: limpeza de fachadas e fixação de banners em prédios, ins- peção, execução de Ensaios Não Des- trutivos, montagem, fabricação e ma- nutenção de estruturas metálicas, re- paros em plataformas de petróleo, va- sos de pressão, navios, chaminés...

“mais do que treinar, precisamos certificar profissionais em Acesso por Corda para atender a um mercado cada vez mais exigente. Fazemos isso na Abendi desde 2008. Nosso sistema é acreditado pelo Inmetro, conforme a norma ABNT NBR ISO 17024, e aten- de a todas as exigências relativas a cer- tificação de pessoal do Anexo 1 de Acesso por Corda da norma regula- mentadora do ministério do Trabalho (NR-35)” declara marcelo Neris, o ge- rente do Centro de Exames de Qualifi- cação da Abendi.

Com o lançamento da norma em questão, o prazo previsto para as em- presas de Acesso por Corda se adequa- rem às exigências da lei vai até outubro. Na Petrobras, a exigência por certi- ficação profissional é uma regra con-

tratual. O gerente da área de Processos e medição da Bacia de Campos da estatal, Agostinho Robalinho, explica que, para utilizar o Acesso por Corda na empresa, os trabalhadores devem ter a certificação conforme a ABNT NBR 15475, norma técnica brasileira que regula a atividade. ‘’Portanto, a empresa que vai firmar um contrato com a Petrobras, e esse contrato envol- ve a execução de técnicas de Acesso por Corda, deverá utilizar somente profissionais certificados. A certifica- ção garante que a pessoa é capacita- da. Vale ressaltar que todo esse pro- cesso foi desenvolvido por uma série de outras instituições do Brasil, que ajudaram a Petrobras a ter esse cuida- do com a mão de obra, assim como o Inmetro, a Abendi, o próprio ministé- rio do Trabalho e a ABNT. Há um ali- nhamento social no sentido de quali- ficar adequadamente as pessoas e aumentar a garantia de segurança da atividade’’, acrescenta.

Christian Camara, diretor executivo da Dois Dez Industrial, empresa es-

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A atividade de Acesso por Cordas leva a vantagem de ser mais rápida do que a alternativa de montar andaimes para chegar a locais de difícil acesso, entretanto, necessita de extrema habilidade técnica, condicionamento físico e pre-paro mental para ser bem sucedida.

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capa

A Abendi certifica profissionais em Acesso por Cordas desde 2008, sen-do o único sistema no Brasil acreditado pelo Inmetro, conforme a norma ABnT nBR ISO 17024, e que atende a todas as exigências do Anexo 1 (Acesso por Corda) da nR-35, norma regulamentadora do Ministério do Trabalho.

pecializada no segmento de fabrica- ção, fornecimento e instalação de sistemas de prevenção de quedas por meio de sistemas de ancoragem de diversos tipos, acredita que a criação da lei para regulamentar a profissão é essencial ‘’ao crescimento sustentável e com qualidade do setor”. Segundo ele, a certificação de profissionais de acesso por corda é imprescindível para o crescimento sustentável e com qualidade desse setor. A certificação deve, acima de tudo, ser idônea, justa e imparcial representada por profis- sionais de ponta com amplo conhe- cimento na área, além de atender às normas técnicas e regulamentadoras nacionais. É por isso que escolhemos certificar os nossos profissionais atra- vés do sistema Abendi, que atende e excede a todas as demandas téc- nicas e normativas relevantes e vigen- tes. muito importante citar que o sis- tema de certificação Abendi atende a ABNT NBR ISO 17024, que nos garan- te total confiabilidade no sistema’’, destaca.

Christian acrescenta ainda que, tão importantes quanto o treinamento e certificação de profissionais de aces- so por corda, são, também, os equipa- mentos e ancoragens que suportam os trabalhadores pendurados pela cidade. ’”‘Garantir “a segurança de to- dos os elementos do sistema é essen- cial à execução segura e saudável dessa profissão”. “Lembremos, tam- bém, a importância do treinamento de Acesso por Corda, tanto para a certificação como para a manutenção periódica”. Ao final Christian reco- menda que se procure, sempre, trei- nadores com ampla experiência e, de preferência, amparados por centros de formação idôneos e reconhecidos pelo mercado.

Outro especialista na área, o sócio-diretor da empresa Stonehenge mountain, prestadora de serviços nas

áreas de acesso por corda, resgate industrial e assessoria em treinamen- tos, Tiago Santos, salienta que garan- tir aos profissionais em Acesso por Corda habilidades e conhecimentos compatíveis com as funções é a prin- cipal importância da certificação‘’.

O Brasil vem acompanhando uma tendência mundial de padronização dessa atividade, seja com equipa- mentos certificados, que vêm evo- luindo constantemente no desenvol- vimento de novos produtos, seja na elaboração de normas, visando ao aprimoramento de procedimentos operacionais para a realização da ati- vidade com segurança. Para que tu- do seja seguido, a certificação dos trabalhadores de AC é fundamental,

pois são eles que, à frente do trabalho, garantem que todas as etapas sejam realizadas em condições adequadas’’, complementa.

legilslação

Todo trabalho em altura exige cui- dados com relação à segurança e, no caso de Acesso por Corda, deve envolver, também, análise de risco e autorização do empregador. No que diz respeito à regulamentação, duas normas merecem destaque: NR-34 – Condições e meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval, e NR-35 – Trabalhos em Altura. A NR-34 é uma norma que estabelece os requisitos mínimos e

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as medidas de proteção à segurança, saúde e meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de cons- trução e reparação naval. Ou seja, atividades desenvolvidas nas instala- ções empregadas para esse fim ou em navios, barcos, lanchas, platafor- mas fixas ou flutuantes, dentre outras. Essa norma cita explicitamente que a atividade de Acesso por Corda deve ser feita de acordo com os procedi- mentos técnicos de escalada e certi- ficação de pessoal, conforme estabe- lecido em norma técnica nacional. A NR-35 obriga empregadores e pro- fissionais a adotar várias medidas de segurança para a realização do tra- balho em altura. A certificação é uma forma de dar mais transparência, mais credibilidade e mais profissionalismo à atividade. Os textos das normas NR-34 e NR-35 remetem às normas ABNT NBR 15595 – Acesso por Corda, Procedimento para Aplicação do método, e ABNT NBR 15475 – Acesso por Corda, Qualificação e Certificação de Pessoas.

Certificação

A Abendi certifica profissionais em Acesso por Corda desde 2008. No que se refere às responsabilidades, essa certificação é dividida em três níveis:

• Profissional Nível 1 – Respon- sável pela inspeção de todo o seu equipamento pessoal; realiza mano- bras com grau de dificuldade compa- tível com a sua certificação sob a ori- entação de um N2 ou N3; é capaz de executar autorresgate e participar de resgates sob a supervisão do profis- sional N3; possui conhecimento de sistema de redução mecânica.

• Profissional Nível 2 – Além das habilidades do primeiro nível, possui treinamento de primeiros socorros; conhecimento de legislação, dos re- quisitos de segurança e dos procedi- mentos relativos ao Acesso por Cor-

da. O profissional N2 participa da supervisão dos profissionais N1.

• Profissional Nível 3 – Além das habilidades dos dois níveis acima (N1 e N2), o profissional N3 assume a res- ponsabilidade de planejar e executar

trabalhos; tem larga experiência em técnicas de trabalho por Acesso por Corda e bons conhecimentos sobre análise de risco e legislação. Possui, também, conhecimento avançado de técnicas de resgate.

SaiBa onde realiZar eXameS de aceSSo Por cordaos exames teóricos podem ser realizados na sede da abendi, em instalações externas ou em locais previamente determinados. já os exames práticos só podem acontecer em locais devidamente aprovados pelo ceQ abendi, conhecidos como instalações externas. os exames teóricos e práticos são realizados em, aproxima-damente, oito horas, nos seguintes endereços:• Tech–Insp - Treinamentos e Serviços Ltda. Rio das Ostras (RJ). Telefone: (22) 2764-6172.e-mail: [email protected]. • Task/Polygon - Votorantim (SP). Telefone: (15) 3034-8000. E-mail: [email protected]. • JMF Ferreira Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde, Manutenção Industrial e Alpinismo industrial ltda. curitiba (Pr). telefone: (41) 3078-9585. e-mail: [email protected].• Caesar Vertical Ltda. Belo Horizonte (MG). Telefone: (31) 2555-5508.e-mail: [email protected].• Stonehenge. Canoas (RS). Telefone: (51) 3028.5671. E-mail: [email protected]

A SEGUIR, O DEPOImENTO DE Um EXPERIENTE PROFISSIONAL DE ACESSO POR CORDA

A técnica de Acesso por Corda vem sendo utilizada desde 1993, mas ganhou

força quando começou a ser empregada nos serviços de plataforma de petróleo e indústrias petroquímicas. Em 2001, na ausência de uma norma, a Petrobras adotou o método Irata. Em 2008, foi aprovada a norma ABNT NBR ISO 15595 – Procedimento para aplicação do método e, em 2008, iniciou o sistema nacional de certificações de pessoas, pela Abendi e, já em 2011, começaram os exames de qualificação para os profissionais.

Creio que com a certificação esse cenário já tenha mudado um pouco e venha tomando cada vez mais força. Com a NR35, irá mudar muito mais, pois, com a qualificação, vêm os procedimentos e padronizações e quem ganha com isso somos nós, porque com a certificação teremos muito mais bagagem para comprovar a experiência e profissionalismo, demonstrando a seriedade dessa atividade que é tão nobre e só expressa uma parte do trabalho na altura que, quando bem avaliada no planejamento, pode ser uma das opções técnicas mais seguras, se comparada a alternativas convencionais, que apresentam grande risco aos trabalhadores direta e indiretamente.

Alessandro Luszczynski é profissional de Acesso por Corda Nível 3, pelo SNQC-Abendi, tem formação de socorrista pela Universidade Federal do Paraná (UTFR), é

supervisor de Espaços Confinados, instrutor de treinamentos, palestrante e membro do Cosmo 2009 (Corpo de Socorro de Montanhas). Atualmente, é coordenador técnico

de Projetos da empresa Altiseg.

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Atmosferas Explosivas

Antes de explicar sobre a impor- tância da certificação em Atmosferas Explosivas é fundamental esclarecer que tipos de locais são esses. Se tra- balhar em alturas ou em ambientes fechados é absolutamente perigoso, imagine somar uma atmosfera po- tencialmente explosiva, pela quanti- dade de combustível, gases ou va- pores, a um desses cenários. Pois é, dá para ter uma ideia do quanto é importante ter pessoal qualificado e devidamente protegido por equipa- mentos de segurança nesse segmen- to (saiba mais no box abaixo).

‘’Entendo que todo e qualquer tra- balho deva ser bem feito e, de pre- ferência, perfeito. Para conseguir isto faz-se necessário conhecer o assunto com o qual está tratando, assim como

também conhecer a normalização técnica relacionada com esse tema que está disponível para atender às exigências da legislação existente. Agora, quando o trabalho a ser feito envolve segurança, saúde e a vida de pessoas que lidam com uma de- terminada atividade, bem como o pa- trimônio da empresa, então o as- sunto ganha uma dimensão maior, e é exatamente disso que trata o tema Atmosferas Explosivas, que gera os riscos de explosões - acidentes que mais matam e ferem trabalhadores no mundo. Esses acidentes envolvem o patrimônio das empresas e a vida e saúde dos trabalhadores’’, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Atmosferas Explosivas (ABPEx), Nelson Lopez.

O qUE SãO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS?

atmosferas explosivas são ambientes altamente expostos ao risco de incên-dios, justamente porque a proporção de gás inflamável ou de poeira com-bustível presente no ar é tão grande que uma única faísca elétrica ou o aque-cimento de uma máquina pode representar uma fonte de ignição, capaz de provocar a explosão de todo o ambiente.de forma geral, três elementos são necessários para provocar uma explosão: um material explosivo, tal como um gás inflamável ou uma poeira combustí-vel, o oxigênio no ar e uma fonte de ignição, que pode ser representada por uma centelha de uma ferramenta elétrica ou um ponto aquecido com alta temperatura de um equipamento mecânico.e, nesse contexto, são todos os locais que produzem, armazenam, transpor-tam, distribuem, manipulam ou processam líquidos combustíveis. Um traba-lho que envolve diversas indústrias como petróleo, GlP, gás natural, álcool e biodiesel. Quanto aos produtos sólidos desse setor, existem as empresas farmacêuticas e de carvão, resinas, plásticos, produção, borracha e de pro-cessamento de cereais e de alimentos, entre outras. tais instituições estão espalhadas por todo o País e representam os segmentos mais ricos da econo-mia, alimentando e movimentando todas as cadeias produtivas.

fonte: aBPex

Segundo ele, é por isso que o gerenciamento dos riscos gerados nesses ambientes depende de uma equipe ampla de profissionais, que inclui os de segurança, projetos, montagens, operações, manutenção, supervisão, inspeção, etc.

‘’Esse contingente ainda é carente de conhecimentos, da normalização disponível e das exigências da legis- lação atual. Quanto a esse último item, hoje a legislação está rigorosa, a ponto de cobrar responsabilidades civis e criminais desses profissionais em caso de acidentes, por isso é ne- cessário ter capacitação e certificação, já que essas cobranças estão em ple- no vigor”.

Certificação profissional

Atenta a essa realidade, a Abendi lançou, no início do ano, o primeiro sistema brasileiro de certificação de competências pessoais para profis- sionais que atuam em áreas com At- mosferas Explosivas. O processo tem como base a Norma NA 017, que trata dos requisitos para a qualificação e certificação de profissionais que tra- balham em área Ex, baseada em uma sistemática internacional, que considera dez Unidades de Compe- tências em Atmosferas Explosivas, abrangendo as diversas atividades realizadas nesses locais (saiba mais na pág 41).

“O que se pretende é que cada profissional assuma sua cota de res- ponsabilidade em caso de acidente ou mesmo de incidente. Em resumo, por tudo isso, a certificação se torna absolutamente fundamental’’, destaca o presidente da ABEPx.

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Atenta aos riscos de acidentes, a Abendi lançou, no início do ano, o primeiro sistema brasileiro de certificação de competências pessoais para profissionais que atuam em áreas com Atmosferas Explosivas.

É fundamental ter pessoal qualificado para trabalhar num ambiente potencialmente explosivo, pela quantidade de combustível, gases ou vapores.

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Em relação à oferta de trabalho, ele afirma que o mercado está aque- cido, porque a fiscalização para con- ferir as condições de segurança des- ses ambientes está cada vez mais frequente. ‘’É uma consequência do aparecimento da legislação para este tipo de empresas, constituída pelo mTE, traduzidas em Normas Regula- mentadoras, como NR10, NR20, NR33, etc. Além disso, existe o trabalho da Cetesb; ANP; ISO; dos Bombeiros e das Seguradoras. Com tudo isso, as empresas sujeitas a esses riscos se viram obrigadas a se adequarem aos melhores pa- drões de segurança, porque essa fiscalização evidenciou os altos riscos aos quais elas estavam sujei- tas. Outro aspecto que também pressionou as empresas foram os muitos incêndios que impactaram nos noticiários, como a boate Kiss, os armazéns de açúcar da Cooperativa Copersucar e Santa Adelia, entre ou- tros. Tudo isto está dinamizando o trabalho relacionado com as Atmos- feras Explosivas.”

Perfil profissional

Dados da ABPEx comprovam que a maioria dos profissionais desse seg- mento tem pouca informação sobre os riscos de trabalhar em ambi- entes com Atmosferas Explosivas. “Isso porque nunca existiu, nem no ensino técnico nem no superior, uma cadeira ou matéria que falasse so- bre importante tema Por tudo isso, temos a certeza de que todos os profissionais da cadeia ligada ao setor vão buscar essa capacita- ção e certificação., já que isso fará uma grande diferença também na sua faixa salarial.

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Entenda o processo de Certificação de Competências Pessoais ExAs certificações a serem obtidas nas

diversas Unidades de Competências Ex são pessoais e cumulativas. Isso quer dizer que, independentemente da iniciativa da inscrição do candida- to ter sido uma indicação da empresa onde trabalha, por interesse ou inicia- tiva própria, o interessado poderá buscar oportunamente a certificação nas dez Unidades de Competências Pessoais descritas no sistema como um todo, dependendo de suas expe- riências, conhecimentos, habilidades e qualificações nas diferentes ativi- dades previstas.

O consultor técnico da Abendi, Hé- lio Rodrigues, explica que o processo de certificação disponibilizará, em princípio, dois caminhos possíveis a serem percorridos. A rota do reco- nhecimento (disponível nesta pri- meira etapa, para a unidade Ex 001), que se destina a pessoas que já trabalham no segmento há mui- tos anos e que contam com uma significativa experiência em ativida- des em áreas classificadas. O segundo é o caminho convencional, aquele em que o candidato se inscreve e realiza os exames teóricos e práticos. Em ambas as opções, o candidato deve comprovar que atende aos requisitos definidos na Norma Abendi NA 017, tais como escolaridade, experiências, participação em cursos, etc.

Atualmente, o Centro de Exames de Qualificação (CEQ) de Competên- cias Pessoais Ex da Abendi está sen- do adaptado para comportar equipa- mentos e instalações elétricas e de instrumentação; estrutura necessária para aplicação dos exames práticos, so- bre os diversos tipos de proteção, nas nove Unidades de Competências Ex.

Após a aprovação no processo de certificação, o candidato recebe o

respectivo certificado de competên- cias pessoais Ex e a carteira de iden- tificação, com validade de três anos.

normas técnicas da aBnt

As 10 Unidades de Competências Ex incluídas no sistema de certificação de competências pessoais Ex da Abendi são totalmente baseadas nos requisitos normativos indicados em Normas Técnicas nacionais da Série ABNT NBR IEC 60079 – Atmosferas Explosivas.

Essas normas brasileiras são idên- ticas, em conteúdo técnico, forma e apresentação, às respectivas nor- mas internacionais IEC 60079, ela- boradas pelo Comitê Técnico TC-3 (Equipment for Explosive Atmosphe res), do qual o Brasil é um país par- ticipante do processo de elaboração, atualização, comentários e voto das normas internacionais.

Podem ser citados, como exemplos

desta Série de Normas Técnicas da ABNT, a NBR IEC 60079-14 (Projeto, seleção de equipamentos, instalação e inspeção inicial Ex), a NBR IEC 60079-17 (Inspeção e manutenção de instalações elétricas Ex) e a NBR IEC 60079-19 (Reparo, revisão e recupera- ção de equipamentos elétricos Ex), so- bre as quais se baseiam quase que a totalidade das unidades de Ex.

norma abendi na 017

A NA 017 estabelece a sistemática para a qualificação e certificação de competências pessoais de profissio- nais envolvidos em atividades relacio- nadas com Atmosferas Explosivas de substâncias inflamáveis na forma de gás ou vapor e de substâncias com- bustíveis na forma de poeira e fibras em suspensão. A norma completa es- tá disponível para download no site da Abendi .

CONHEçA AS UNIDADES DE COMPETêNCIA EXUnidade Ex 001 – Aplicação dos princípios básicos de proteção em Atmosferas Explosivas.Unidade Ex 002 – Execução de classificação de áreas.Unidade Ex 003 – Instalação de equipamentos com tipos de proteção contra explosão e sistemas de fiação.Unidade Ex 004 – Manutenção de equipamentos em Atmosferas Explosivas.Unidade Ex 005 – Revisão e reparo de equipamentos com tipo de proteção Ex.Unidade Ex 006 – Ensaios de equipamentos e instalações elétricas em, ou associadas a Atmosferas Explosivas.Unidade Ex 007 – Execução de inspeções visuais e apuradas de equipamentos e instalações em, ou associadas a Atmos-feras explosivas.Unidade Ex 008 – Execução de inspeções detalhadas de equipamentos ou instalações elétricas em, ou associadas a At-mosferas explosivas.Unidade Ex 009 – Projeto de instalações elétricas em, ou associadas a Atmosferas Explosivas.Unidade Ex 010 – Execução de inspeções de auditoria das instalações elétricas em, ou associadas a Atmosferas Explosivas.Vale destacar que as dez Unidades de Competências Ex são baseadas nos requisitos das normas da Série NBR IEC60079 – Atmosferas Explosivas, elaboradas pelo Subcomitê SC-31 do Cobei e publicadas pela ABNT, incluindo as seguintes normas:NBR IEC 60079-10-1 – Classificação de áreas – Atmosferas Explosivas de gás.NBR IEC 60079-10-2 – Classificação de áreas – Atmosferas de poeiras combustíveis.NBR IEC 60079-14 – Projeto, seleção, montagem de instalações elétricas.NBR IEC 60079-17 – Inspeção e manutenção de instalações elétricas.NBR IEC 60079-19 – Reparo, revisão e recuperação de equipamentos.NBR IEC 60079-20-1 – Características de substâncias para classificação de gases e vapores – Métodos de ensaios edados.

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1- Por que a certificação de com- petências Pessoais em Atmosferas Explosivas é importante?O Brasil possui, desde 1991, um regulamento nacional, publicado pelo Inmetro, sobre a compulsorie- dade de certificação de equipamen- tos elétricos para instalação em áreas classificadas contendo Atmos- feras Explosivas.Naquela época, os esforços que foram realizados tinham como premissa a percepção de que a comercialização somente de equipamentos elétri- cos e eletrônicos, que tivessem pas- sado por um rigoroso processo de certificação de terceira parte, seria suficiente para a necessária elevação dos níveis de segurança das instala- ções e das pessoas envolvidas com Atmosferas Explosivas. Na década de 1980, havia uma gran- de demanda no mercado por equipa- mentos elétricos para Atmosferas Ex- plosivas, em decorrência do grande número de plataformas instaladas na Bacia de Campos. Naquela época, em função da ocorrência de diversas explosões e da verificação da existên- cia no mercado de uma grande quan- tidade de equipamentos “Ex” sem certificados ou com certificados falsi- ficados, foram realizados esforços pa- ra a elaboração, pelo Inmetro, de um regulamento que tornou compulsória a certificação de equipamentos elé- tricos “Ex”.Com base nestes esforços, a esperança que havia era a de que os eleva- dos níveis de segurança requeridos nas instalações elétricas em Atmosfe- ras Explosivas seriam alcançados em decorrência da existência no mercado de produtos “Ex” certificados.No entanto, transcorridos mais de 20 anos sob a obrigatoriedade de certi-

ficação de equipamentos “Ex”, é pos- sível verificar, na prática, que os níveis de segurança das instalações e das pessoas ainda não se encontram em grau necessário, podendo ser ob- servadas a continuidade da ocorrên- cia de explosões e acidentes fatais. Observa-se que, tendo como base a grande quantidade de não confor- midades de projeto, montagem, ins- peção, manutenção e reparo dos equi- pamentos e instalações elétricas “Ex”, notórias em diversas plantas in- dustriais no Brasil, que a simples cer- tificação de equipamentos elétricos “Ex” não é suficiente para garantir a segurança das instalações e pessoas envolvidas em áreas classificadas.Isto se deve ao fato de que pouco adianta se os equipamentos foram certificados com o dito selo “Inmetro”, se os mesmos não são devidamente especificados, instalados, inspeciona- dos, mantidos ou reparados ao longo das décadas em que normalmente permanecem instalados em locais de elevados riscos de explosão, conten- do Atmosferas Explosivas de gases in- flamáveis ou de poeiras combustíveis.A melhoria de qualidade das ativida- des de classificação de áreas, projeto, instalação, inspeção, manutenção e reparos “Ex” somente será obtida me- diante um processo de certificação das competências pessoais dos profissio- nais envolvidos com estas atividades. Há vinte anos, o Brasil deveria ter iniciado um processo de certificação das competências das pessoas que trabalham em áreas classificadas e das empresas de prestação de ser- viços “Ex”, e não somente dos equi- pamentos elétricos que são insta- lados nestas áreas de risco.Sob o ponto de vista de segurança, o que pode ser verificado é que, caso

isto tivesse sido feito, certamente hoje poderíamos contar com uma força de trabalho e empresas de prestação de serviços mais preparada e qualificada para realizar com mais competência e consciência, à luz das Normas Téc- nicas existentes, as atividades das quais depende a segurança das ins- talações em Atmosferas Explosivas.

2 - Como está a demanda de tra- balho para profissionais da área na Petrobras?A Petrobras possui, em seu atual plano estratégico de desenvolvimento e in- vestimentos, a construção de novas refinarias de petróleo, plantas de fer- tilizantes nitrogenados, plataformas offshore de produção e navios pe- troleiros.As recentes descobertas do pré-sal fazem com que haja a demanda de grande quantidade de novas insta- lações e plantas industriais, para pro- duzir, transportar, armazenar, proces- sar e distribuir todos os produtos desta cadeia de produtos, desde a matéria-prima, representada pelo pe- tróleo e gás natural, até os derivados de petróleo, tais como gás de re- finaria, óleo diesel, querosene, gasolina, nafta, óleos combustíveis, coque de petróleo e enxofre.Dentre estes novos empreendimen- tos podem ser citados, por exemplo, os atuais de construção da Rnest (Refinaria do Nordeste), em Pernam- buco, e a construção do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Além disto, encontra-se em construção a nova UFN III (Unidades de Fertilizantes Nitrogenados no ma- to Grosso do Sul). Estas obras contam com a presença de dezenas de mi- lhares de profissionais.Na área de química e petroquímica

A seguir, uma entrevista com o consultor técnico da Refinaria Presidente Bernardes da Petrobras e coordenador do Subcomitê SC-31 (Atmosferas Explosivas) do Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicações (Cobei), Roberval Bulgarelli.

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também são esperados investimen- tos para a adequação das instalações existentes para estes novos produtos e instalações.Tendo como base todo este cenário e panorama, é possível ter-se uma ideia dos elevados níveis de deman- da por profissionais que atuam em atividades relacionadas com áreas classificadas, tais como projetistas, montadores, inspetores, pessoal de manutenção e pessoal de reparo, revisão e recuperação de equipamen- tos “Ex”. Existe a necessidade de profissionais para estas atividades re- lacionadas com Atmosferas Explo- sivas nas áreas de eletricidade, instru- mentação, automação, telecomuni- cações e mecânica.Todos estes profissionais precisam ter os devidos conhecimentos, treina- mentos, habilidades, experiências e qualificações para poderem atuar, de forma autônoma, consciente e segura nas atividades para as quais são responsáveis. Além disto, há a necessidade destes profissionais exe- cutarem tais atividades de acordo com os requisitos normativos indica- dos nas respectivas Normas Técnicas da Série NBR IEC 60079 - Atmosferas Explosivas, elaboradas pelas Comis- sões de Estudo do Subcomitê SC-31 do Cobei e publicadas pela ABNT.Existe, ainda, grande expectativa de demanda para empresas de certifi- cação e de prestação de serviços nas atividades relacionadas com At- mosferas Explosivas, tais como nas áreas de Certificação de Produtos, Certificação de Sistemas, Certificação de Competências Pessoais, audito- rias, classificação de áreas, projeto, construção naval, instalação, inspe- ção, manutenção e reparos. Tais empresas também necessitam contar com pessoas responsáveis e executantes que tenham tais compe- tências “Ex”. Para todos estes profis- sionais e empresas existe a demanda

de profissionais que possam eviden- ciar as suas competências pessoais “Ex”. Nestes casos, o modelo de certificação de competências pessoais, realizado por um Organismo de Certificação de Pessoas “Ex”, acreditado nacional- mente pelo Inmetro ou internacio- nalmente pelo IECEx é o mais ade- quado.Sob o ponto de vista do “ciclo total de vida” das instalações contendo Atmosferas Explosivas, esta é uma das ações mais necessárias e importantes para a elevação dos níveis de confor- midade legal, conformidade norma- tiva e segurança industrial das plan- tas industriais e das pessoas que nelas trabalham.

3 – Trace um panorama do setor.É cada vez mais evidente no Brasil e em todo o mundo que a simples certificação de equipamentos elétri- cos para Atmosferas Explosivas não é suficiente para garantir a segurança das instalações e dos trabalhadores.Com o início oficial das atividades do IECEx, em 2002; o sistema de certi- ficação de equipamentos “Ex” e, posteriormente, o lançamento dos sistemas de certificação de oficinas de serviços de reparos “Ex”, em 2007; e de competências pessoais em At- mosferas Explosivas, em 2010, ficou evidente para toda a comunidade técnica internacional a necessidade de uma visão mais ampla, abrangen- do todas as fases de operação de uma planta de processo, desde o seu projeto até as atividades rotineiras de inspeção, manutenção e reparos dos equipamentos e instalações “Ex”.Nesta área de atuação de competên- cias pessoais em Atmosferas Explo- sivas, por volta de 2002 a 2004, Con- sultores Técnicos da Petrobras, espe- cializados em Atmosferas Explosivas, foram até a cidade de Aberdeen, na Escócia, e mantiveram negociações com a empresa Aset (Aberdeen Skills

and Enterprise Training) International Oil & Gas Training Academy, para trazer para o Brasil o “know how” de treinamentos teóricos e práticos so- bre instalações elétricas em Atmos- feras Explosivas. Esta empresa esco- cesa de treinamentos “Ex” possui uma experiência acumulada de realização de cursos de qualificação para deze- nas de milhares de profissionais, des- de sua fundação, em 1993.A parceria entre Aset e Petrobras foi financiada por meio do Programa Prominp - Programa de mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural da Petrobras. Através de contrato firmado em 2005 pela Petrobras com o Senai/RJ, foi mon- tado um Centro de Treinamento “Ex”, o qual contou com o suporte e trans- ferência de conhecimentos e meto- dologias do Aset. A partir de 2007 este Centro de Trei- namento “Ex” passou a ministrar cur- sos teóricos e práticos para empre- gados da Petrobras, lotados na área de E&P (Exploração & Produção), com base na assessoria e material didático fornecidos pelo Aset para a Petrobras. Este Centro de Treinamento “Ex” mi- nistra também cursos regulares para empregados de empresas de presta- ção de serviços na área de Óleo e Gás.

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Sob o ponto de vista internacional, relacionado com a necessidade de visão do ciclo total de vida das ins- talações “Ex”, em 2013, o IECEx ampli- ou o sistema de certificação de em- presas de prestação de serviços, ini- ciado em 2007, com oficinas de servi- ços de reparo, incluindo agora tam- bém as empresas projetistas, de mon- tagem, de inspeção e manutenção. Estes sistemas de certificação de em- presas de prestação de serviços “Ex” estão intimamente relacionados com o sistema de Competências Pessoais “Ex”, uma vez que os empregados destas empresas devem demonstrar as devidas competências pessoais, de acordo com as dez Unidades de Competências “Ex” (Ex 001 a Ex 010), de acordo com as atividades que exe- cutam em áreas classificadas.A Norma Regulamentadora NR-10, publicada pelo mTE em 1978, não fazia referência alguma em relação à qualificação dos profissionais envol- vidos com atividades em Atmosferas Explosivas. Somente com a revisão de 2004 houve a introdução de alguns requisitos sobre a necessidade de trei- namento das pessoas envolvidas com estas atividades “Ex”, sem, no entanto detalhar o conteúdo programático, carga horária ou avaliação de com- petências pessoais.Sob o ponto de vista de Normalização Técnica Brasileira, entre os anos de 2006 e 2012, foram elaboradas pela Comissão de Estudo CE 03:031.01 do Subcomitê SC-31 do Cobei e pu- blicadas pela ABNT as Normas NBR IEC 60079 – Partes 14, 17 e 19, as quais apresentam, de uma forma ob- jetiva, requisitos normativos sobre co- nhecimentos, habilidades e compe- tências das pessoas responsáveis e dos executantes nas atividades de projeto, instalação, inspeção, manutenção e reparos de equipamentos “Ex”.Em 2012 foi elaborada pela Comissão

de Estudo CE 03:031.01 do Subcomitê SC-31 do Cobei e publicada pela ABNT o Documento Operacional ABNT IEC Ex OD 504, o qual detalha as 10 Uni- dades de Competências Pessoais pa ra as diversas atividades em Atmos- feras Explosivas. Este Documento Operacional serve de base para o sistema de Certificação de Compe- tências Pessoais Ex do IECEx. Em entendimentos mantidos em 2013 entre o Cobei e o IECEx, foi defini- do que este Documento Operacio- nal publicado pela ABNT será can- celado e substituído por Documen- to Operacional a ser publicado di- retamente no próprio website do IECEx, em português. Desta forma, os Documentos Opera- cionais para os sistemas de Certifi- ação de Competências Pessoais “Ex” e de Empresas de Certificação de Empresas “Ex” estarão disponíveis, em português, para livre acesso por par- te de qualquer pessoa, empresa ou entidade do mundo que esteja en- volvida ou interessada em participar destes sistemas de certificação “Ex”.Em termos de segurança industrial, deve ser ressaltada a importância da existência de sistemas de certificação de competências pessoais e de em- presas prestadoras de serviços para Atmosferas Explosivas. Pode ser verificado, na prática, que a maioria das empresas que realizam serviços, tais como de classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção e manutenção em áreas classifica- das, não possui os devidos procedi- mentos, sistemas de gestão da quali- dade, equipamentos e pessoal devi- damente competente para a execu- ção destas atividades.Em função destas deficiências, po- dem ser verificadas nas plantas in- dustriais, durante as inspeções das instalações “Ex”, uma grande quan- tidade de não conformidades, oriun-

das de falhas de projeto, monta- gem, inspeção e mnutenção.Somente a existência de sistemas de certificação de competências pes- soais e de prestadores de serviços torna possível a contratação de em presas que realmente tenham evi- denciado o atendimento dos requi- sitos de certificação e das normas téc- nicas nacionais aplicáveis da Série ABNT NBR IEC 60079. A forma mais adequada e efetiva para evidenciar o atendimento dos requisitos normativos da Série NBR IEC 60079 é através da certificação de terceira parte, emitida por um Organismo de Certificação, acredita- do para a emissão de certificados no escopo envolvendo Atmosferas Ex- plosivas. No Brasil, no presente momento, o Inmetro está elaborando dois novos programas contendo os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) para empresas prestadoras de ser- viços de reparo de equipamentos “Ex” e de competências pessoais em At- mosferas Explosivas, tendo como ba- se os requisitos internacionais do IECEx, e de acordo com as respec- tivas Normas NBR ISO/IEC 17024, NBR ISO/IEC 17025 e da Série ABNT NBR IEC 60079.Com a elaboração de um regulamento nacional a ser publicado pelo Inmetro sobre certificação de competências pessoais em Atmosferas Explosivas, de acordo com os requisitos do IECEx, o Brasil dará um grande passo no sentido de elevação dos níveis de segurança das instalações industriais envolvendo Atmosferas Explosivas, bem como das pessoas que nelas trabalham. Com este novo requisi- to legal, serão auferidos grandes ganhos para toda a sociedade, em termos de educação, segurança, saúde ocupacional e preservação do meio ambiente. a

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Estevam Ferreira Pais Filho1

Roberto Tetsuo Fujiyama1

1Universidade Federal do Pará - UFPA, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial - PPGEI, Belém, Pará, Brasil. [email protected],[email protected].

ANálIsE cOmPARATIvA Em ENsAIOs NÃO DEsTRUTIvOs POR líqUIDO PENETRANTE Em PEÇAs UsADAs E NOvAs: INFlUêNcIA DA EXEcUÇÃO DAs ETAPAs DE lImPEzA PRé-vIA E REmOÇÃO DO líqUIDO PENETRANTE

1. introduçãoOs Ensaios Não Destrutivos (ENDs) ou Non

Destructive Tests (ENTs) são técnicas não intrusivas, realizadas em peças acabadas ou semi-acabadas, sem interferir em seu posterior uso ou processamento, têm como objetivo determinar a integridade e as características de peças, materiais e equipamentos soldados, fundidos, forjados ou laminados, revelando possíveis descontinuidades ou defeitos, por meio de princípios físicos definidos [1-4].

Os ENDs constituem importante ferramenta de controle de qualidade de materiais, assegurando a integridade, a confiabilidade da inspeção e

Os Ensaios Não Destrutivos (ENDs) por Líquido Penetrante (LP) constituem importante ferramenta de controle de qualidade de materiais, tendo ampla aplicação na indústria. Vários fatores podem influenciar nos resulta-dos dos ENDs por LP, em especial a limpeza adequada da superfície da peça a ser testada. O presente trabalho teve como objetivo realizar análise comparativa em ENDs por LP em peças usadas e novas, constatando a influência da execução das etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante nos resultados. Foram executados três ENDs comparativos em uma empresa do ramo industrial que atua no segmento automobilís-tico de duas rodas, instalada no Pólo Industrial de Manaus (PIM) no Amazonas. Conclui-se que a peça usada exigiu um maior cuidado nas etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante; a execução inade-quada destas etapas podem gerar indicações falsas, ocasionando a necessidade de se refazer o ensaio e, no caso de peças usadas recomenda-se uma tratativa diferenciada, por meio do desenvolvimento de um Proce-dimento Operacional Padrão (POP) específico que contemple o detalhamento das etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante.Palavras-chave: Descontinuidades. Contaminantes. Controle de Qualidade.

Abstract: Nondestructive Testing (NDT) by Liquid Penetrant Examination (LPE) is an important tool for quality control of materials, with wide application in industry. Several factors may influence the results of NDT by LPE, in particular adequate cleaning of the surface of the part being tested. The present study aimed to perform comparative analysis in NDT by LPE in used and new parts, noting the influence of the implementation of the stages of pre-cleaning and penetrant removal in the results. Three comparative NDT were executed in a com-pany of the industrial sector that operates in the automotive segment two wheels, installed in the Industrial Pole of Manaus (PIM) in the Amazon State. We conclude that the part used demanded greater care in steps pre-cleaning and penetrant removal; inadequate implementation of these steps may generate false informa-tion, causing the need to redo the test and, in the case of used parts is recommended differentiated dealings, through the development of a specific Standard Operating Procedure (SOP) that includes a breakdown of stages of pre-cleaning and penetrant removal.Key-words: Discontinuities. Contaminants. Quality Control.

resumo

(Comparative Analysis on Nondestructive Testing by Liquid Penetrant in Used and New Parts: Effect of the Implementation Steps Precleaning and Penetrant Removal)

contribuindo para a redução dos custos de produção, sendo amplamente aplicados nos diversos setores industriais. Para garantir consistência e confiabilidade nos resultados alguns elementos são fundamentais, tais como: treinamento, qualificação e certificação do pessoal envolvido; elaboração de um Procedimento Operacional Padrão (POP) baseado em normas técnicas reconhecidas, para execução, controle e registro dos ensaios [5,6].

Os ENDs podem ser agrupados em métodos visuais, radiográficos, eletromagnéticos, elétricos, sônicos e mecânicos. Dentre os métodos visuais, que consistem na verificação visual a olho nu ou por intermédio de comparadores óticos e microscópios,

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destaca-se os ensaios por Líquido Penetrante (LP), considerado um dos melhores métodos para a detecção de descontinuidades presentes na superfície de materiais não porosos (metais Ferrosos e Não-Ferrosos, Ligas metálicas, Cerâmicas, Vidros, alguns tipos de Plásticos ou materiais organo-sintéticos) [7].

Os ensaios por LP são superficiais e de inspeção indireta, pois está fundamentado no fenômeno da capilaridade, poder de penetração de um líquido em locais extremamente pequenos. De forma resumida, a técnica se baseia na aplicação de um líquido penetrante sobre a superfície a ser ensaiada, que, devido suas propriedades físico-químicas (tensão superficial, molhabilidade, volatilidade, ponto de fulgor, inércia química, facilidade de dissolução e penetrabilidade) se introduz nos defeitos superficiais. Após a remoção do excesso de líquido penetrante e aplicação de um revelador, é realizada a inspeção do material, a fim de se detectar manchas causadas por possíveis aberturas ou defeitos [3,5,8]. Esse tipo de ensaio é sequenciado em 5 etapas: limpeza prévia; aplicação do líquido penetrante; remoção do líquido penetrante (excesso); aplicação do revelador e inspeção [9]. A limpeza da peça após o ensaio, procedimento necessário para a devolução da peça em perfeitas condições para posterior utilização, pode ser considerada também como a sexta etapa do ensaio [10].

Há um consenso na literatura de que vários fatores podem influenciar nos resultados dos ENDs por LP, em especial a limpeza adequada da superfície da peça a ser testada. A presença de substâncias estranhas pode prejudicar o efeito capilar do penetrante, acarretando a não revelação de descontinuidades presentes, desta forma, preconiza-se que a limpeza seja realizada, dependendo do estado em que a peça se encontre, da forma mecânica (com a utilização de lixas, discos abrasivos e escovagem) ou química (utilizando-se solventes). Quando os ensaios são executados por operadores devidamente qualificados e certificados, seguindo um procedimento padrão devidamente testado, aprovado e executado de forma criteriosa, tais riscos são minimizados [3].

Entretanto, na prática, a aparente simplicidade do método e o fato de ser geralmente aplicado somente como inspeção complementar, acabam contribuindo para que o mesmo seja executado por pessoal não qualificado de forma empírica, negligenciando as recomendações. Tal fato tem induzido inspetores a laudos imprecisos ou a necessidade de refazer o ensaio, demandando maior tempo e custo, podendo ainda causar outras consequências para a produção ou manutenção de máquinas e equipamentos diversos.

O objetivo deste trabalho é realizar análise comparativa em ENDs por LP em peças usadas e novas, constatando a influência da execução das etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante.

2. metodologia O presente trabalho foi realizado em uma empresa do

ramo industrial que atua no segmento automobilístico de duas rodas, instalada no Pólo Industrial de manaus (PIm) no Amazonas. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema em livros, publicações cientificas, normas técnicas e sites especializados, de forma a subsidiar o processo de discussão. Em seguida foi realizada a seleção das peças e a execução de três ENDs comparativos com base na norma ASTm E165/E165m-12 [9] e instruções do fabricante dos produtos utilizados (kit de ensaio manual).

Os ENDs foram executados em local apropriado contendo pia, detergentes, pincéis, esponja, papel-toalha, estufa, ar comprimido para secagem, cabine para aplicação do líquido penetrante e do revelador dotada de sistema de esxaustão, além de termômetros, cronômetros e outros instrumentos para auxiliar na realização dos ensaios.

Seguindo as normas Petrobras N-1596 e N-2370 [11,12], utilizou-se um kit de ensaio manual da marca Spotcheck da empresa magnaflux composto de limpador SKC-S, líquido penetrante SKL-WP e revelador SKD-S2, em latas de aerossol (Figura 1), sendo observadas as precauções e instruções de segurança recomendadas pelo fabricante.

Figura 1 - Kit para ensaio manual SPOTCHECK da Magnaflux. Os três EnDs comparativos foram executados em uma

peça do sistema de freio de um veículo automotor fabricada em aço-carbono 1020, com 3 componentes soldados e 1

retentor prensado, conforme descritos na Tabela 1.

Tabela 1 - Resumo dos EnDs comparativos.

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Os ENDs seguiram as 5 etapas básicas representadas no fluxograma da Figura 2 conforme norma ASTm E165/E165m-12 [9]:

Na etapa 1, utilizou-se o limpador presente no kit de ensaio manual, água, sabão para lavagem automotiva e um pincel para retirada dos resíduos impregnados. Em seguida a peça foi seca utilizando papel toalha e exposta ao ar livre por aproximadamente 10 min. No END 2 além disso, utilizou-se querosene para potencializar a remoção das impregnações, esponja, hastes flexíveis com algodão e pinça, de modo a alcançar os resíduos em partes de difícil acesso da peça, e jato de ar comprimido para secagem. Em adição, os processos de lavagem e secagem foram executados de maneira meticulosa, diferente do aplicado nos ENDs 1 e 3, realizados da maneira usual.

Na etapa 2, foi utilizado líquido penetrante constante do kit para ensaio manual, sendo aplicado em toda a superficie da peça com tempo de espera para a penetração de 10 minutos, conforme recomendado no item 8.5.1 da norma ASTm E165/E165m-12 [9].

Na etapa 3, por tratar-se de líquido penetrante lavável em água, seu excesso foi retirado por meio de lavagem com jato grosso de água com baixa pressão, a fim de evitar a retirada do líquido penetrante das descontinuidades superficiais. Após lavagem, o processo de secagem foi realizado utilizando-se papel toalha. No END 2, a principal diferença foi o zelo no processo, com atenção em cada detalhe, a fim de se certificar que a peça estava devidamente limpa e seca.

Na etapa 4, o revelador também constante do kit de ensaio manual foi aplicado numa camada fina e uniforme em toda superfície da peça.

Na etapa 5, após 10 minutos de espera da aplicação do revelador, conforme recomendado no item 8.5.1 da norma ASTm E165/E165m-12 [9], procedeu-se a inspeção visual a olho nu em ambiente com boa iluminação.

Para os ENDs 1 e 2, tomou-se uma peça submetida a teste dinâmico de resistência a rodagem de 2.200 km em diversas condições de terreno e sujeita às intempéries, como apresentado na Figura 3. Pode-se observar que a peça apre- sentava contaminação de graxa, barro, lama, resíduos diver- sos e pontos com oxidação e desgaste do tratamento superficial.

Para o END 3 foi utilizada uma peça nova retirada de um lote de produção antes da aplicação do tratamento superficial (Figura 4). Ensaios em peças nessas condições são comuns como uma forma de verificar a qualidade, objetivando a detecção de descontinuidades superfíciais ouriundas do processo de fabricação [7]. Esta peça, ao contrário da peça usada, apresentava-se isenta de conta- minantes, com excessão de uma fina camada de óleo prote- tivo, que simplificou a etapa de limpeza prévia durante a realização do ensaio.

3. resultados e discussão No END 1 houve o aparecimento de manchas arredon-

dadas em dois pontos principais e manchas defeituosas (Figura 5), fato que não permitiu laudo claro e preciso sobre a real condição da peça. As manchas arredondadas ocorrem devido porosidade ou trinca muito profunda, em consequência do excesso de líquido penetrante absorvido pelo revelador, já as manchas defeituosas são indefinidas, exigindo a repetição do ensaio, porém a remoção inade- quada do líquido penetrante também pode afetar a aparência das indicações [10].

Figura 2 - Fluxograma dos EnDs por Líquido Penetrante.

Figura 3 - Peça usada com impregnação de contaminantes.

Figura 4 - Peça nova isenta de contaminantes.

Figura 5 - Resultado do EnD 1.

Figura 6 - Resultado do EnD 2.

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Como resultado do END 2, após garantir as recomen- dações de que toda forma de corrosão, escória, pinturas, óleo, graxa e qualquer outro contaminante deve ser removido da superfíície a ser ensaida [10], obteve-se uma peça isenta de manchas, não deixando dúvidas quanto ao laudo (Figura 6).

Após análise comparativa entre os ENDs 1 e 2, constatou-se que o aparecimento das referidas manchas no END 1 foi devido aos resíduos não removidos na lavagem prévia (falha da etapa 1) e escorrimento de líquido retido entre os componentes soldados após o processo de remoção do líquido penetrante e secagem (falha na etapa 3). Com isso, constantou-se a importância da observância da afirmativa de que o preparo da peça para os testes deve consistir na completa remoção de qualquer substância que possa prejudicar a análise, tais como: óxidos, gorduras, óleos lubrificantes ou poeiras [5].

Foi possível constatar também o que afirma o item 8.4 da norma ASTm E165/E165m-12 [9]: “O sucesso de qualquer ensaio por líquido penetrante é muito dependente da superfície circundante e das descontinuidades estarem livre de qualquer contaminante (sólido ou líquido) que possa interferir com o processo do penetrante”. Isto significa que toda a superfície da peça deve estar limpa e seca antes de o líquido penetrante ser aplicado.

No END 3, por se tratar de uma peça sem uso, as etapas críticas do ensaio (limpeza prévia e remoção do líquido penetrante) não apresentaram dificuldades. Como resulta- do não foram reveladas manchas, confirmando assim sua qualidade, não havendo dificuldade para conclusão do laudo (Figura 7).

4. ConclusãoA análise comparativa em ENDs por LP em peças usadas

e novas, visando constatar a influência da execução das etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante permitiu concluir que:

Em comparação com a peça nova, a peça usada exigiu um maior cuidado nas etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante, em função das impregnações de contaminantes e efeitos das intempéries sofridas ao longo de sua utilização.

Em peça usada a execução inadequada das etapas de limpeza prévia e remoção do líquido penetrante podem gerar indicações falsas, ocasionando emissão de lausdos equivocados ou a necessidade de se refazer o ensaio.

Em se tratando de peças usadas recomenda-se uma tratativa diferenciada, especialmente nas etapas críticas de

Figura 7 - Resultado do EnD 3.

limpeza prévia e remoção do líquido penetrante através do desenvolvimento de um POP específico que contemple o detalhamento da execução das mesmas.

5. agradecimentosA Universidade Federal do Pará - UFPA e ao Instituto de

Tecnologia Galileo da Amazônia - ITEGAm, pelas orientações e disponibilização das instalações para pesquisa e desenvolvimento dos trabalhos.

6. referências Bibliográficas [1] LImA apud BARKOKÉBAS JUNIOR, Béda et al. Ensaios não

destrutivos por líquido penetrante como ferramenta de auxílio à manutenção preditiva de equipamentos de elevação da construção civil. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo: São Carlos, 2010.

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[7] CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia mecânica: Processos de Fabricação e Tratamento. Volume II. 2.ed. São Paulo: mcGraw-Hill, 1986.

[8] ASmE Boiler and Pressure Vessel Committee on Nondestructive Examination. Section V - Nondestructive Examination. New York: The American Society of mechanical Engineers, 2011.

[9] ASTm E165/E165m – 12. Standard Practice for Liquid Penetrant Examination for General Industry. USA: ASTm International, 2012.

[10] ANDREUCCI, Ricardo. Ensaio por Líquidos Penetrantes. São Paulo: ABENDE - Associação Brasileira de Ensaios não Destrutivos, 2008.

[11] PETROBRAS. Norma N-1596 Ensaio Não Destrutivo – Líquido Penetrante. Revisão E. CONTEC - Comissão de Normas Técnicas: Nov.2003.

[12] PETROBRAS. Norma N-2370 Líquido Penetrante. Revisão C. CONTEC - Comissão de Normas Técnicas: Nov.2003.

artigotécnico

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artigotécnico

D S Junior1

D S Braz1

C E R Silva1

R P B Costa Felix1

1 Laboratório de Ultras-som (Labus), Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (Dimci), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) , Av. Nossa Sra. das Graças, 50 (Prédio 1), Duque de Caxias, RJ, Brasil, CEP 25250-020E-mail: [email protected]

ENsAIO DE PROFIcIêNcIA cOmO FERRAmENTA PARA GARAN-TIR A cONFIAbIlIDADE mETROlóGIcA DE mEDIÇÃO DE EsPEs-sURA POR UlTRAssOm

1. introduçãoA portaria nº 91 de 31 de março de 2009 [1]

determina uma série de disposições a serem adotadas para os Organismos de Inspeção Acreditados (OIA) e representantes da Rede Brasileira de metrologia Legal e Qualidade (RBmLQ) que realizam inspeção em veículos e equipamentos rodoviários que transportam produtos perigosos em relação ao cumprimento de diversos Regulamentos Técnicos de Qualidade (RTQ) citados nessa portaria. A portaria determina que a fiscalização seja realizada pelo Inmetro.

No item 6 do Regulamento Técnico da Qualidade (RTQ) 1i – “Inspeção Periódica de Equipamentos Para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos a Granel – Gás Cloro Liquefeito”, anexo à portaria nº 91, são descritas diversas inspeções que devem ser realizadas nos equipamentos rodoviários, dentre elas a medição de espessura por ultrassom. Para a garantia da qualidade dessas inspeções, uma das ferramentas utilizadas é a realização de Ensaios de Proficiência (EP). Um ensaio de proficiência é a avaliação do desempenho de um participante contra critérios preestabelecidos por meio de comparações interlaboratoriais. Um EP pode ser projetado e operado para uma ou mais rodadas

A portaria Inmetro n°91, de 31MAR2009, especifica que os veículos para transporte rodoviário de produtos perigosos devem ter as espessuras de seus tanques avaliadas periodicamente. Esta atividade técnica (Ensaio Não Destrutivo de espessura por ultrassom) deve ser realizada obrigatoriamente por um Organismo de Inspeção Acreditado (OIA) pelo Inmetro. Para avaliar a competência dos OIA, o Inmetro organizou e gerenciou um Ensaio de Proficiência (EP) no escopo de medição de espessura por ultrassom. No total, 59 OIA se inscreveram, sendo que cinco deles (9%) abandonaram o EP durante sua execução. Os artefatos utilizados no EP foram 10 cubos de paredes metálicas com espessuras das paredes variando entre 2 mm e 12 mm. A montagem dos cubos foi tal que não havia dois cubos com as mesmas espessuras de paredes, e não havia cubos com mais de duas paredes com espessuras iguais. Cada participante recebeu um cubo ao longo do EP, e cada cubo foi enviado para entre 4 e 7 participantes. Os valores de referência para as espessuras das paredes dos cubos, sua incerteza e a estabilidade foram determinados ao longo dos 12 meses de duração do EP, sendo que os cubos foram remedidos entre cada medição realizada por um parti-cipante. Um participante foi considerado “aprovado” se todos os seis resultados reportados foram estatisticamente iguais aos respectivos valores de referência, “parcialmente aprovado” se obteve entre um e cinco resultados corretos, e “desaprovado” se não reportou resultado correto. Foi utilizado z-score como estatística para p = 0,95. Além dos cinco participantes que abandonaram o EP (9% do total), 16 (27%) foram aprovados, 35 (59%) foram parcialmente aprovados e apenas 3 (5%) foram reprovados. Foi observado que a calibração dos instrumentos de medição tem influência no bom desempenho neste EP. Como considerações gerais, apesar de não ser obrigatório segundo o re-gulamento atual para acreditação no escopo de inspeção para veículos de cargas perigosas, recomenda-se que os técnicos responsáveis por este tipo de inspeção sejam treinados em metrologia, e possivelmente sejam acreditados como profissional de END.PALAVRAS CHAVE: Metrologia, Ultrassom, Ensaios Não destrutivos, Confiabilidade Metrológica, Ensaio de proficiên-cia.

sinopse

de uma área específica de ensaio, medição, calibração ou inspeção. A participação em EP e comparações interlaboratoriais fornece aos participantes um meio de avaliar e demonstrar a confiabilidade dos dados que estejam produzindo [2].

A Divisão de Comparações Interlaboratoriais e En- saios de Proficiência (Dicep) em colaboração com o Laboratório de Ultrassom (Labus), ambos da Diretoria de metrologia Científica e Industrial do Inmetro, organi- zaram e realizaram um EP cujos participantes-alvo foram os OIA acreditados pela Divisão de Acreditação de Orga- nismos de Inspeção (Diois) da Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre). Os OIA candidatos foram aqueles em cujo escopo esta atender a Portaria no 91 (mAR2009) do Inmetro. O relatório completo desta EP pode ser encontrado em:

http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/profi_ultrassom_conteudo.asp

Os valores de referência e suas respectivas incertezas foram determinados pelo Labus/Dimci, e a logística de transporte dos artefatos e análise dos resultados, bem como inscrição dos participantes e compilação do relatório final, ficou a cargo da Dicep/Dimci. A Diois/Cgcre forneceu o contato dos OIA convidados para o

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50 revista abendi no 63agosto de 2014

artigotécnico

EP. A participação foi voluntária, sem ônus algum para o participante para além das horas necessárias para realizar as medições e preencher o formulário de apresentação dos resultados.

1.1 Análise e detalhamento das normas técnicasA norma de referência para a acreditação de organismos

de inspeção é a ABNT NBR ISO/IEC 17020 “Avaliação da conformidade – Critérios gerais para o funcionamento de diferentes tipos de organismos que executam inspeção” [3]. Um dos objetivos dessa norma é especificar critérios gerais para a competência de organismos imparciais que executam inspeção independentemente da área de atuação.

A Norma Inmetro Específica NIE-DImCI-029 “Procedimen- tos para a realização de ensaios de proficiência na Dimci” [2] estabelece detalhadamente toda a sistemática para a realização de ensaios de proficiência, no que condiz ao planejamento, competências, protocolos, participantes, confidencialidade e análise de resultados.

A medição de espessura por ultrassom é abordada pela norma ABNT NBR 15824 “Ensaios não destrutivos – Ultrassom – medição de espessura” [4] que determina o método de ensaio não destrutivo por ultrassom para a medição de espessura.

O ensaio de proficiência tema deste trabalho é baseado na norma ISO/IEC 17043 “Conformity assessment – General requirements for proficiency testing” [5] que trata ensaios de proficiência num âmbito geral, sendo complementada pela a NIE-DImCI-029 [2].

2. materiais e métodos

2.1 O ArtefatoOs artefatos utilizados para a realização do Programa

de Ensaio de Proficiência (PEP) foram dez cubos metálicos compostos por seis placas metálicas de diferentes espessuras unidas por um cordão de solda nos vértices, como pode ser observado na Figura 1. As placas metálicas que constituem o cubo foram previamente medidas e sua espessura determinada através do método descrito no item 3.2. O formato cúbico do artefato evita que o participante possa determinar a espessura da placa metálica por qualquer outro método, como exemplo, o emprego de um micrômetro externo.

2.2 Determinação dos Valores de ReferênciaO sistema de medição das placas e dos cubos foi

composto de por um osciloscópio digital de 100 mHz de largura de banda modelo DSO6032A (Agilent Technologies Inc., USA), um gerador de ondas arbitrárias/função de 80 mHz modelo 33250A (Agilent Technologies Inc., USA) e um transdutor de onda longitudinal com frequência nominal central de 5 mHz modelo V309 (Olympus Corporation, USA). Uma visão geral do sistema de medição de espessura por ultrassom pode ser visto na Figura 2.

A figura 3 mostra a tela de um programa desenvolvido em LabVIEW (National Instruments Inc., USA) utilizado para calcular espessura. Nesta figura é apresentado o sinal capturado pelo osciloscópio e importado para o programa através do protocolo de comunicação GPIB. Os sucessivos picos máximos são marcados para depois se processarem os cálculos de distância.

A velocidade ultrassônica é uma propriedade intrínseca de cada material. Em relação ao aço carbono, a velocidade de propagação ultrassônica nominal é de 5920 m.s-1. A velocidade pode variar mesmo entre peças construídas com o mesmo tipo de aço. Entretanto, como o propósito deste EP foi determinar a capacidade do OIA medir espessura, e a fim de se minimizarem as fontes de incerteza, foi definido que todas as faces teriam suas espessuras determinadas para a velocidade de propagação longitudinal de 5920 m.s-1. Desta forma, a velocidade adotada para o Labus e todos os participantes do ensaio de proficiência foi a velo- cidade de propagação ultrassônica padrão do aço, indepen- dentemente do material e das características metalo- gráficas reais de cada amostra. É esperado do participante que saiba ajustar seu medidor para qualquer velocidade de propagação, e assumindo que a mesma velocidade foi adotada para todas as amostras a análise dos resultados seria simplificada.

Foram feitas medições de espessura em cada placa metálica separadamente, com o intuito de se obter um valor de referência para cada uma delas. Foram medidas, portanto, as 60 placas metálicas antes de serem soldadas para formar os 10 cubos deste trabalho. Após esta medição inicial, os 10 cubos foram construídos de sorte a não ter dois cubos iguais, e distribuindo-se as placas para que um mesmo cubo não tivesse mais do que duas faces com dimensões semelhantes. Depois de montados os cubos, foram realizadas novas medições de espessura em cada face de cada cubo para garantir que os resultados obtidos nas medições das placas não foram alterados pelo aquecimento do material durante o processo de soldagem.

O procedimento experimental adotado foi tal que em cada face foram realizadas duas leituras em cinco posições distintas (uma em cada canto e uma no meio da face), sendo que cada leitura não podia diferir mais do que 0,2 mm em cada ponto. O procedimento foi realizado em condições de repetibilidade, totalizando quatro repetições. Foi obtido o valor médio da espessura de cada face e avaliado sua respectiva incerteza de medição. Esta foi a medição preli- minar. Após esta etapa, os cubos foram distribuídos para os participantes, sendo retornados ao Inmetro após a medição. Os cubos não eram identificados externamente, e os participantes não eram identificados anteriormente para o laboratório piloto, ficando todo o sigilo garantido pela Dicep/Dimci em seu protocolo. Após retornar de um participante, todos os cubos foram remedidos, sendo que

Figura 1. Cubo Metálico, artefato usado como padrão itinerante no Ensaio de Proficiência.

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51tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

Figura 2. Visão geral do sistema de medição de espessura por ultrassom, onde: A= Gerador de Fun-ções, B= Osciloscópio, C= Computador, D= Transdutor Ultrassonico, E= Cubo Metálico a ser ensaiado

e F= Suporte de Sistema de Posicionamento do Transdutor

Figura 3. Digitalização dos ecos gerados na tela do osciloscópio.

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52 revista abendi no 63agosto de 2014

artigotécnico

Tabela 1: Componentes da incerteza do tipo B

o valor de referência final foi aquele estabelecido após a média de todas as medições realizadas.

2.3 Cálculo da incerteza de mediçãoA incerteza de medição das espessuras foi baseada no

guia para a expressão da incerteza de medição GUm [6]. Para a incerteza do tipo A foi utilizado o desvio padrão dentre as 4 repetições das medições. As incertezas do tipo B foram calculadas utilizando-se as contribuições apresentadas na Tabela 1.

Onde :v = velocidade de propagação do material (5920 m.s-1)t = tempo (s)

A componente da incerteza do Tipo A foi combinada com as componentes de incerteza do Tipo B para a determinação da Incerteza Combinada, conforme a seguinte equação:

(1)

Onde:uc = Incerteza Combinada. ui = Componente de incerteza.

A combinação entre todas as incertezas calculadas para a determinação de uma incerteza que abrangesse todos os métodos: os valores de espessura médio das placas e os valores médios de espessura das faces dos cubos foram determinados através da equação (2).

(2)

Onde:uct = Incerteza combinada de todas as incertezas obtidas;s = Desvio padrão entre as médias dos valores en-

contrados em cada repetição; n = Número de repetições;máx. (uc ) = maior valor de incerteza combinada do Tipo B entre as repetições.

Com o valor da Incerteza Combinada foi determinado o Grau de Liberdade Efetivo [6]. Em seguida foi calculado o coeficiente de abrangência k, com probabilidade de abrangência de 0.95, utilizando-se a tabela t de Student. Por

fim, com o valor do coeficiente de abrangência foi possível determinar a incerteza de medição expandida, conforme a equação (3).

(3)

2.4 Protocolo do Ensaio de ProficiênciaO protocolo do ensaio de proficiência visa, sobretudo,

orientar e uniformizar a sistemática com o intuito de garantir que os resultados do ensaio sejam o mais representativos da realidade dos organismos participantes. Além disso, o protocolo detalha todo o manuseio do artefato para manter sua integridade e consequentemente a garantia de que todos os participantes tenham a mesma característica a ser medida.

O protocolo do ensaio de proficiência foi baseado em [4]. Foram definidos cinco pontos de medição em cada face, sendo um próximo de cada aresta e o quinto no centro da face. Em cada ponto deveriam ser feitas das medições sequenciais, sendo que a diferença entre elas deveria ser inferior a 0,2 mm. O valor a ser considerado é a média entre essas duas medições. A média entre os cinco pontos define o valor da espessura da face, sendo que ode sio padrão foi utilizado para o cálculo da incerteza do Tipo A para a espessura da face. Todo o procedimento deveria ser repetido 4 vezes em condições de repetibilidade para cada face. Ao final do protocolo, o participante deveria informar todos os valores medidos, bem como condições gerais do ensaio, tais como marca e modelo do instrumento de medição, se foi utilizado bloco padrão, bloco escalonado ou outro, condições atmosféricas, estado de calibração dos instrumentos, e demais condições consideradas relevantes.

2.5 Análise estatísticaA primeira análise estatística realizada foi nas faces dos

cubos quanto a sua estabilidade. Como foram repetidas as medições entre o envio e recebimento de cada cubo para cada participante, o cubo foi considerado estável se o Erro Normalizado (equação 4) fosse menor do que 1, conforme estabelecido em [5].

Os resultados provenientes dos organismos participantes e do Labus foram avaliados por diversos métodos estatísticos com o objetivo de verificar a eficácia e a comparabilidade dos métodos de medição aplicados pelos participantes do ensaio de proficiência [5].

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Figura 4: Índice de aprovação

(4)

Onde:En = Erro Normalizado

Vinicial = Valor medido antes do envio.

Vfinal = Valor medido após o envio.

uinicial = Incerteza de medição referente à medição antes do envio.ufinal = Incerteza de medição referente à medição após o envio.Para verificar a homogeneidade entre os valores

encontrados para as incertezas de medição dos resultados antes e depois da medição pelos organismos participantes será utilizado o teste de Fischer [7]:

Para uma determinada condição de homogeneidade entre variâncias, temos que:

(5)

Onde:

(6)

Isto sendo válido para: (7)

Sendo u1 e u2 as incertezas de medição provenientes dos resultados encontrados pelo Labus.

O Ftabelado é função dos graus de liberdade de ambas as incertezas de medição e é obtido pela tabela estatística correspondente ou através de programa de computador específico.

Para a avaliação dos resultados provenientes dos organis- mos participantes será adotado o método z-score, também citado pela norma ISO/IEC 17043 [5] como uma alternativa para comparação dos resultados. O método z-score utilizan- do a incerteza de medição dos resultados do Labus é determinado pela seguinte equação (8):

(8)

Onde: V lab= Valor encontrado pelo organismo participante;

Vref= Valor encontrado pelo Labus (Referência);

uref = Incerteza de medição expandida dos resultados encontrados pelo Labus (p = 0,95).

O valor de referência (Vref) é a média aritmética entre todas as medições e remedições realizadas nas faces dos cubos durante todo o EP. A incerteza de medição expandida de referência (uref) foi obtida através da equação (9):

(9)

Onde:v1 ,v2 ,vn ... = graus de liberdade das incertezas de medição expandidas;u1 , u2 , un ... = Incertezas de medição expandidas

Como critério de análise dos resultados obtidos pelo z-score, temos [7]:

- z ≤ 2: Os resultados podem ser considerados satisfatórios,- 2 < z ≤ 3: Os resultados são parcialmente aceitáveis, mas

com precaução.- z > 3: Os resultados são inaceitáveis.

3 resultados e discussõesA figura 4 mostra a distribuição dos participantes quanto

ao seu desempenho no EP, segundo o critério de “aprovado”, “parcialmente aprovado” e “reprovado” apresentado ante- riormente.

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54 revista abendi no 63agosto de 2014

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Figura 5: Representação dos valores medidos e sua dispersão, (a) Participante 1 – Face B; (b) Participante 1 – Face D

Figura 6: Índice de acertos por categorias de espessuras nominais.

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Houve um expressivo número de participantes “Aprovados” e “Parcialmente aprovados”, o que pode ser um indicativo de que há OIA competentes para este tipo de ensaio. Entretanto, uma melhoria significativa poderia acontecer se eles fossem obrigados a terem seus técnicos certificados, ou se pelo menos treinamento especializado em metrologia fosse ministrado como complemento da sua formação e qualificação.

Na Figura 5(a) e (b) são representados resultados típicos de uma situação “aprovada” e “não aprovada” comparando-se valores medidos e os respectivos valores e incertezas de referência.

A Figura 5(a) demonstrou que ambos os valores estão cobertos pelos limites da incerteza de medição (z-score igual à 0,1) enquanto na Figura 5 (b) o valor médio encontrado pelo organismo participante está fora do intervalo compreendido pela incerteza de medição (z-score igual à 1,2; parcialmente aceito).

Em relação às espessuras medidas, podemos avaliar os resultados por categorias de valores nominais de espessura, conforme demonstrado na Figura 6.

Pela análise da Figura 6, os valores de espessuras nominais menores possuem um índice de aprovação maior que os valores abaixo de 6 mm. É necessário levar em conta que o z-score é calculado por um denominador cujo valor utilizado foi a incerteza de medição e praticamente é o mesmo para todas as faixas de espessura (aproximadamente 0,03 mm) ocasionando uma cobertura proporcional maior para os baixos valores de espessura que os maiores valores.

Apesar de suma importância, os padrões de calibração dos medidores de espessura aparentemente não influenciaram decisivamente os resultados do ensaio de proficiência, pois dos quatro participantes com índice satisfatório totalmente em qualquer avaliação do z-score, dois deles utilizaram apenas um bloco padrão de 5 mm para cobrir toda a faixa de medição do ensaio.

4. ConclusõesTodo o trabalho foi fundamentado num Ensaio de Pro-

ficiência (EP) como forma de verificar a confiabilidade metrológica em medição de espessura por ultrassom, cuja necessidade é o atendimento da portaria Inmetro n° 91, de mAR2009.

Num âmbito geral, os resultados não foram satisfatórios, uma vez que o índice de aprovação foi inferior a 30%. Por outro lado, a reprovação completa de apenas três participantes (5%) e a grande maioria de participantes parcialmente aprovados demonstra que há uma boa quantidade de OIA com competência para realizar os ensaios.

Os pontos críticos observados no EP foram a aparente falta de treinamento em metrologia por parte dos OIA, posto que em nenhum caso foi reportada a incerteza de medição. Também a que se notar que nem todos participantes relataram ter seus sistema de medição calibrado (apenas cerca de 76 %).

O artefato utilizado atendeu aos requisitos de um EP, pois

se manteve estável durante todo tempo, sem apresentar tendência em seu valor de referência. As incertezas foram baixas (cerca de 0,03 mm), o que demonstra que o método de determinação do valore de referência foi apropriado para os propósitos do EP. Os artefatos utilizados foram cedidos à Divisão de Acreditação de Organismo de Inspeção para serem utilizados corriqueiramente nas próximas auditorias para se avaliar, como ferramenta complementar durante o processo, a capacidade do OI de produzir resultados tecnicamente satisfatórios.

Resumidamente, sugere-se ao Organismo de Acredita- ção particular atenção aos seguintes pontos:

a) Devem-se realizar as calibrações dos blocos padrão de espessura utilizados pelos OIA. Pelos dados apresentados pelos OIA nos relatórios de medição apenas alguns deles calibraram seus blocos padrões de espessura;

b) Também é necessária a calibração dos medidores de espessura por ultrassom em laboratórios acreditados pelo Inmetro;

c) É imprescindível um treinamentos para os técnicos avaliadores dos OIA nas normas técnicas pertinentes, bem como nos fundamentos da metrologia;

d) Seria desejável que os técnicos executores das inspeções sejam inspetores de categoria N1, no mínimo, certificado por OPC (Organismo de Certificação de Pessoas) apropriada;

e) Realização periódica de Ensaios de Proficiência de participação obrigatória com periodicidade não superior a três anos, promovida pelo Inmetro e com Coordenação Técnica da Dimci/Inmetro.

referÊnCias BiBliogrÁfiCas[1] INmETRO – INSTITUTO NACIONAL DE mETROLOGIA,

QUALIDADE E TECNOLOGIA. Portaria n° 91, de 31 de março de 2009, Rio de Janeiro, 2009. 273 p.

[2] INmETRO – INSTITUTO NACIONAL DE mETROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. NIE-DImCI-029: Procedimentos para a realização de ensaios de proficiência na Dimci, Rio de Janeiro, 2011. 14 p.

[3] ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORmAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISSO/IEC 17020: Avaliações da Conformidade – Critérios Gerais Para o Funcionamento de Diferentes Tipos de Organismos que Executam Inspeção. Rio de Janeiro, 2012. 18p.

[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORmAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15824: Ensaios não destrutivos – Ultrassom – medição de Espessura. Rio de Janeiro, 2010. 8p.

[5] ISO – INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STARDA- DIZATION. ISO/IEC 17043: Conformity assessment – General requirements for proficiency testing. Genebra, 2010. 39p.

[6] ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORmAS TÉCNICAS. Guia para a expressão da incerteza da medição – ISO Guide to the Expression of Uncertainty in measurements (GUm). Rio de Janeiro: Inmetro e ABNT, 2003. 120 p.

[7] CHATFIELD, Christopher. Statistics for Technology - 3rd edition. London: Chapman & Hall, 1992. 377 p.

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calendário

Setembro Data LocalEnsaios Radiográficos 22 a 30 Abendi (SP)

Outubro Data LocalPreparatório para iniciantes em END. Nivelamento. 6 a 17 Abendi (SP)Ultrassom N3 13 a 25 Abendi (SP)Básico de Phased Array 14 e 15 Abendi (SP)Inspeção de Dutos Terrestres, Ensaios e Testes 20 a 24 Abendi (SP)Ultrassom N3 (Abemi/Abendi) 20/10 a 01/11 Abendi (SP)Gestão e Organização dos ENDs 27 a 29 Abendi (SP)Básico para instrutores AVG/DGS (Novas Exigências) 30 e 31 Abendi (SP)

Abendi

Setembro DataIE LT (Noturno) 08 a 17Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 15/09 a 04/10Controle Dimensional CL (Noturno) 15/09 a 24/10IE LT (Noturno) 18 a 27Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 22/09 a 01/10Ultrassom N1 L (Noturno) 22/09 a 07/10Ultrassom N2 L (Noturno) 22/09 a 21/10Ultrassom por Medição de Espessura (Diurno) 27/09 a 18/10Líquido Penetrante N1 (Noturno) 29/09 a 08/10Líquido Penetrante N2 (Noturno) 29/09 a 14/10

Outbro DataLíquido Penetrante N1 (Noturno) 13 a 22Líquido Penetrante N2 (Noturno) 13 a 28Controle Dimensional MQ (Noturno) 13/10 a 01/12Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 20 a 29Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 20/10 a 08/11Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 27/10 a 05/11Ultrassom N1 L (Noturno) 27/10 a 11/11Ultrassom N2 L (Noturno) 27/10 a 28/11

Cetre - Bahia

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Setembro DataLíquido Penetrante N1 (Noturno) 08 a 17Líquido Penetrante N2 (Noturno) 08 a 23Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 22/09 a 01/10IE LT (Noturno) 22/09 a 01/10Ultrassom N2 (Noturno) 22/09 a 21/10Controle Dimensional CL (Noturno) 29/09 a 08/11Controle Dimensional MQ (Noturno) 29/09 a 17/11

Outubro DataIE LT (Noturno) 06 a 15/Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 13 a 22Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 13/10 a 01/11Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 20 a 29Ultrassom N1 L (Noturno) 20/10 a 05/11Ultrassom N2 (Noturno) 20/10 a 22/11Controle Dimensional CL (Noturno) 27/10 a 09/12

Cetre - Pernambuco

Setembro DataIE LT (Noturno) 15 a 24Controle Dimensional CL (Noturno) 15/09 a 24/10Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 29/09 a 08/10Ultrassom N1 L (Noturno) 29/09 a 14/10Ultrassom N2 (Noturno) 29/09 a 28/10Controle Dimensional TO (Noturno) 29/09 a 01/11

Outubro DataControle Dimensional CL (Noturno) 06/10 a 14/11Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 13 a 22Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 13/10 a 01/11Controle Dimensional TO (Noturno) 13/10 a 18/11Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 20 a 29Ultrassom N1 L (Noturno) 20/10 a 04/11Líquido Penetrante N1 (Noturno) 27/10 a 05/11TPP N2 (Noturno) 27/10 a 11/11LP N2 (Noturno) 27/10 a 11/11

Cetre - Santos

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58 revista abendi no 63agosto de 2014

calendário

Cetre - São Paulo

Setembro DataUltrassom por Medição de Espessura (Diurno) 01 a 05Ultrassom N1 L (Diurno) 01 a 10Partículas Magnéticas N1 (Diurno) 08 a 12Líquido Penetrante N1 (Noturno) 08 a 17Partículas Magnéticas N2 (Diurno) 08 a 19Líquido Penetrante N2 (Noturno) 08 a 23IE LT (Noturno) 15 a 24Ensaio Visual N2 (Noturno) 15/09 a 04/10Controle Dimensional CL (Noturno) 15/09 a 24/10Ultrassom por Medição de Espessura (Diurno) 22 a 26Líquido Penetrante N1 (Diurno) 22 a 26Líquido Penetrante N2 (Diurno) 22/09 a 01/10Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 22/09 a 01/10Ultrassom N2 (Diurno) 22/09 a 10/10Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 22/09 a 11/10Controle Dimensional TO (Noturno) 22/09 a 25/10Controle Dimensional MQ (Noturno) 22/09 a 07/11DV N2 (Diurno) 29/09 a 02/10Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 29/09 a 08/10

Cetre - Taubaté

Setembro DataControle Dimensional TO (Noturno) 08/09 a 14/10Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 15 a 24Ultrassom N1 L (Noturno) 15 a 30Ultrassom N2 (Noturno) 15/09 a 16/10Controle Dimensional CL (Noturno) 15/09 a 25/10Controle Dimensional MQ (Noturno) 15/09 a 01/11IE LT (Noturno) 29/09 a 10/10Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 29/09 a 20/10

Outubro DataLíquido Penetrante N1 (Noturno) 06 a 15Líquido Penetrante N2 (Noturno) 06 a 21ER N2 (Diurno) 13 a 31ER N2 (Noturno) 13/10 a 11/11Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 20 a 29Ultrassom N1 L (Noturno) 20/10 a 04/11Ultrassom N2 (Noturno) 20/10 a 21/11Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 27/10 a 05/11TPP N2 (Noturno) 27/10 a 11/11Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 27/10 a 17/11

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59tecnologia preservando a vidawww.abendi.org.br

Petrus - Rio de Janeiro

Setembro Data

Líquido Penetrante 15Dimensional de Caldeiraria 22

Outubro Data

Ultrassom 6Partículas Magnéticas 13

Ultrassom CM (Diurno) 29/09 a 10/10ER N1 (Noturno) 29/09 a 14/10Ultrassom N1 L (Noturno) 29/09 a 14/10TPP N2 (Noturno) 29/09 a 14/10Ultrassom N2 (Noturno) 29/09 a 28/10ER N2 (Noturno) 29/09 a 28/10DV N1 (Diurno) 30/09 a 02/10

Outubro DataUltrassom por Medição de Espessura (Diurno) 06/10 a 10/10Partículas Magnéticas N1 (Diurno) 06/10 a 10/10Líquido Penetrante N1 (Noturno) 06/10 a 15/10Ultrassom N1 L (Diurno) 06/10 a 15/10Partículas Magnéticas N2 (Diurno) 06/10 a 17/10Líquido Penetrante N2 (Noturno) 06/10 a 21/10Ultrassom N2 (Diurno) 06/10 a 24/10TPP N2 (Noturno) 13/10 a 28/11Controle Dimensional TO (Noturno) 13/10 a 18/11Líquido Penetrante N1 (Diurno) 20/10 a 24/10Líquido Penetrante N2 (Diurno) 20/10 a 29/10Partículas Magnéticas N1 (Noturno) 20/10 a 29/10Partículas Magnéticas N2 (Noturno) 27/10 a 08/11ER N1 (Diurno) 27/10 a 05/11Ultrassom por Medição de Espessura (Noturno) 27/10 a 05/11Ultrassom N1 L (Noturno) 27/10 a 11/11ER N2 (Diurno) 27/10 a 14/11Ultrassom N2 (Noturno) 27/10 a 28/11DV N2 (Diurno) 28/10 a 31/10DV N1 (Diurno) 29/10 a 31/10

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60 revista abendi no 63agosto de 2014

produtos eserviços

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JPW InSPEÇÃO E COnTROLE DA QUALIDADE, MOnTAGEnS, FABRICAÇÃO E MAnUTEnÇÕES InDUSTRIAIS LTDA. - EPPEmpresa Referência em ensaios não destrutivos LP, ME, US, PM, INSPEÇÃO DE SOLDAGENS, TESTES HIDROSTÁTICOS.Atua na área: offshore; Fabricação; Caldeiraria; Usinagens; Inspeção submersa; Acesso por corda; Manutenções industriais; Soldas especiais; Engenharia em Projetos de Médio e Grande Porte; Pintura Industrial ; Isolamento Térmico; Construção civil em geral.Site - www.jpwinspecao.com.br

EnD TREInAMEnTUSRua Francisco Joaquim de Oliveira Filho, 123 – Pindamonhangaba – SPCEP 12425-130 Tel.: (012) 3522-4078 - E-mail [email protected] (Ultrassom);Treinamento geral; Treinamento Específico para todos os subníveis; Treinamento com Elaboração de Instruções Técnicas; Treinamento Prático Medição de Espessura; Treinamento Prático Chapas Laminadas; Treinamento Prático Subnível S1; Treinamento Prático Subnível S2; Treinamento Prático Subnível S2,1; Treinamento Prático Subnível S3; Treinamento Prático Subnível S4; Treinamento Prático Subnível AE1; Treinamento Prático Subnível AE2

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