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O CONSUMO RESPONSÁVEL DOS ALIMENTOS E A MATEMÁTICA
Autora: Dóra Bahena Benck1
Orientador: Abdala Mohamed Saleh2
RESUMO
O consumo é uma prática evidente na atual sociedade capitalista, porém fazê-lo de forma
consciente torna-se uma necessidade imediata. Neste contexto a matemática pode sair
da sala de aula para dentro de suas casas ou para a comunidade levando ao consumo
responsável. Através da investigação das características das embalagens de alimentos e
seus rótulos, construiu-se um material didático que teve como objetivo nortear as
atividades dos estudantes, de 5ª série, do Ensino Fundamental, a fim de desenvolverem
seus conhecimentos de matemática. Abordaram-se aspectos de embalagem (papel,
papelão, alumínio, metal, plástico e outros), ressaltando que esta deve proteger o
alimento durante o processo de industrialização até o manuseio do consumidor final. Além
disso, ressaltou-se que a rotulagem possui informações numéricas e está nas
embalagens dos produtos alimentícios. Devido à enorme complexidade que envolve o
consumo trabalharam-se, em situações-problema, conceitos básicos que vão além dos da
matemática, tais como, os das ciências e do português. A investigação ocorreu da
seguinte forma: 1) em sala de aula, foram realizadas atividades que favoreceram a
reflexão dos alunos sobre o que vem a ser um consumo responsável de alimentos,
através do uso de embalagens e rótulos, levando-se em conta, prioritariamente, noções
matemáticas; 2) dadas as atividades anteriores, foram solicitadas, aos alunos, exercícios
fora da sala de aula, onde registraram livremente os diversos aspectos das embalagens e
rótulos dos produtos alimentícios. Os conteúdos básicos de matemática utilizados foram
os das quatro operações - adição, subtração, multiplicação e divisão -, da proporcionalida
1 Professora PDE do Colégio Estadual Presidente Vargas - Telêmaco Borba - PR. [email protected] Professor Doutor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), [email protected].
de e das medidas de massa, vulgarmente conhecido como peso.
Palavras-chave: Embalagens. Consumo. Matemática.
1 Introdução
De acordo com as Diretrizes curriculares da educação básica do Estado do
Paraná (1998), a Matemática está presente nas diversas áreas de conhecimento,
auxiliando o homem em suas atividades cotidianas. Por ser vista como uma disciplina
“fria”, esta ciência vem sendo cada vez mais objeto de preocupação por parte dos
professores, os quais se queixam do fato de os alunos apenas agirem mecanicamente:
repetindo e memorizando. Além disso, o ensino do conhecimento matemático na
educação básica tem um papel importante na formação de novos conhecimentos e para
isso é fundamental saber contar, calcular, medir e estabelecer relações proporcionais
(PARANÁ, 1998). Acredita-se também que, ao se reduzir a abordagem pedagógica nos
limites da vivência escolar, o desenvolvimento da capacidade crítica dos alunos fica
comprometida.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apontam que a matemática é
uma área de conhecimento extremamente relevante, devido à sua grande aplicabilidade
no cotidiano das pessoas, e instrumentaliza as outras áreas curriculares, com seus
conhecimentos (BRASIL, 1996). No entanto, como observamos em nosso dia-a-dia
escolar, há uma grande insatisfação no que se refere aos seus resultados obtidos,
particularmente em relação à aprendizagem.
Em reunião pedagógica do início do ano letivo de 2010 entre professores do
Colégio Estadual Presidente Vargas, chegou-se à conclusão que os alunos de 5ª série
do Ensino Fundamental apresentam dificuldades em Matemática básica, envolvendo as
operações (adição, subtração, multiplicação e divisão). Por ser este conteúdo
especialmente importante para a continuidade de conhecimentos dos educandos,
acredita-se que lançando mão da interação com outras áreas de conhecimento seja
possível promover gosto, valorização e aprendizado eficaz de Matemática. A partir disto,
analisou-se a aplicação de resolução de problemas utilizando embalagens de produtos
alimentícios: rotulagem, volume e massa dos alimentos. Então, valendo-se da relação
existente entre Matemática e Alimentação, fornece-se ao aluno caminhos para a
construção de novos conhecimentos.
As noções básicas de matemática têm importância direta na vida das
pessoas, uma vez que estão relacionadas com muitas situações vividas pelas pessoas
(SANCHEZ, 2004), assim, uma possível causa do baixo rendimento em Matemática é a
forma com que esta ciência é muitas vezes trabalhada, devendo o ensino, segundo
pesquisa investigativa, ser apoiado em práticas dinâmicas e interativas (SANTOS, 2007).
Um dos grandes desafios para os educadores que lecionam a matemática no
ensino básico é fornecer aos alunos um eficiente aprendizado sobre resolução de
problemas matemáticos envolvendo operações básicas como multiplicação, adição,
subtração e divisão. Partindo desse pressuposto torna-se pertinente o seguinte
questionamento: “Como estimular o educando a solucionar problemas a partir de noções
matemáticas, de forma verdadeiramente motivada e eficaz?”.
Aliado a esta problemática, temos observado que hoje em dia a questão do
consumo responsável tem se tornado cada dia mais importante. No tocante aos alunos,
pensamos que é levar a eles uma discussão sobre o consumo responsável de alimentos,
levando em conta a análise de embalagens (recipiente) e rótulos (informações sobre
conteúdo) destes produtos. O consumo responsável envolve vertentes de meio-ambiente,
saúde e segurança, publicidade, direito e ética (IDEC; INMETRO, 2002a; 2002a; 2002a e
2002d).
É preciso mudar o modo de olhar a Matemática e desenvolver práticas
pedagógicas de acordo com uma proposta contextualizada e prazerosa. Através de
embalagens, rótulos e consumo de produtos alimentícios, sugere-se que os alunos
possam aprimorar seus conhecimentos matemáticos e os professores desenvolver suas
experiências didáticas, angariando resultados satisfatórios.
O consumo possui grande relação com a matemática, apesar de que em
ambientes escolares isto não seja ressaltado. Levar em conta esta relação pode
favorecer uma construção uma educação matemática contextualizada e crítica
(CARVALHO, 1999).
Um termo muito utilizado hoje em dia é o da alfabetização matemática. Esta
pode ser ilustrada ao relacionarmos à educação do consumidor, através da análise de
embalagens às observações de seus respectivos rótulos (PARANÁ, 2008).
A denominada interdisciplinaridade surge no contexto educacional da
modernidade quando se tecem críticas ao modelo de ensino fragmentado e desconectado
do cotidiano das pessoas. De 1970 a 2000 surgem no Brasil vários estudos voltados ao
tema (MACHADO, 2000), principalmente na década de 1990. Apesar de termos muitas
produções acerca deste tema, até agora não temos um consenso do que exatamente a
interdisciplinaridade significa.
Cada autor tem uma significação, um sentido sobre o que é
interdisciplinaridade. Mas, quando se busca trabalhar de forma interdisciplinar em sala de
aula, busca-se a utilização de diferentes disciplinas que poderão dar sua contribuição na
compreensão de um fenômeno de uma situação problema. Assim, pode-se promover a
superação da representação do conhecimento como algo fragmentado e distanciado das
vivências do aluno, levando em conta o que acontece no mundo social e na avalanche de
informações que caracteriza o mundo atual.
Nessa possibilidade curricular, há uma relação de cumplicidade entre teoria e
prática construída pelas diversas áreas do conhecimento em torno de um eixo comum.
Proporcionado o planejamento de ações por parte de vários professores de áreas
diversas, alunos e comunidade, devido à necessidade de integrar, debater e mapear as
atividades a serem desenvolvidas.
Desta maneira, este trabalho objetivou que os alunos aprimorassem seus
conhecimentos matemáticos e os professores desenvolvessem suas experiências
didáticas, partindo da aplicação de noções matemáticas envolvendo embalagens, rótulos
e consumo responsável de produtos alimentícios. Além disso, teve-se como finalidade
colaborar com a formação de cidadãos conscientes, responsáveis e atuantes no meio em
que estão inseridos.
Este trabalho de intervenção foi realizado com alunos de idades entre 10 a 12
anos da 5ª série do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Presidente Vargas, em
Telêmaco Borba – PR, entre agosto e dezembro de 2011.
Antes da implementação houve uma apresentação do trabalho para os
professores, direção, administrativos, pedagogos e serviços gerais. A finalidade foi tornar
público o projeto que contou com a participação multidisciplinar e multisetorial durante
todo o seu desenvolvimento. Houve uma série de questionamentos, gerando
beneficamente discussão entre todos, sobretudo a respeito do consumo consciente que
se baseia no combate ao consumismo supérfluo. Debateu-se também sobre a presença
da matemática na vida diária de todos, além da necessidade de atentar-se para o cuidado
a respeito das propagandas enganosas e analisar produto, considerando aspectos sobre
a saúde e o meio ambiente.
Uma dinâmica para os participantes foi realizada onde em uma caixa contendo
chocolates bastante atraentes, seja pelas embalagens ou pela forma e tamanho,
permitindo assim que os participantes escolhessem um produto. Notou-se que a maioria
escolheu pelo tamanho, não verificando a data de validade. Em seguida, os participantes
foram instruídos a não comer o doce que estava fora do prazo ideal para consumo, o que
gerou nova discussão, pois perceberam que muitas vezes a falta de hábito em analisar os
produtos resultando em prejuízo financeiro como em saúde.
Já em sala de aula, inicialmente, os estudantes participaram de aula expositiva
abordando conteúdos básicos (as quatro operações: adição, subtração, multiplicação e
divisão) e resolução de problemas utilizando conversões entre pesos e medidas com
aplicabilidade em gráficos e tabelas, os quais se encontram na Unidade Didática. Então,
realizou-se seminário (mesa-redonda) para discutir as diferentes estratégias encontradas.
Em continuidade, após aula sobre saúde e consumo dos alimentos (data de
fabricação e validade; local onde foi industrializado e valor nutritivo), houve uma visita a um
supermercado (com prévio consentimento livre e esclarecido dos pais), onde os alunos
construíram uma listagem baseada em observações de embalagens, enfatizando consumo
responsável de alimentos e suas aplicações matemáticas. As informações obtidas
embasaram posterior discussão em sala de aula.
2 Desenvolvimento
De acordo com o Currículo Básico para a escola pública do Paraná (1990):
[..] aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber estes mesmos problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e transcender o imediatamente sensível.
O Brasil apresenta uma das piores deficiências em Matemática, se
compararmos com outros países (WITTER, 2007).
As dificuldades do aprendizado estão relacionadas aos princípios numéricos e
prática das operações básicas, além de análise, compreensão e resolução de problemas
(SANCHEZ, 2004).
A expressão “os alunos não sabem matemática” denuncia a carência que o
ensino desta ciência apresenta, uma vez que precisa deixar de ser meramente baseado
no autoritarismo para trabalhar com relações e conectividade com outras áreas de
conhecimento (PONTE, 2002).
Para tanto, diversos autores convergem na ideia de que o ensino da
Matemática deve ser capaz de instigar o estudante a realizar conjecturas e associações
(GRANDO, 2008), (LEITE, 2009), (PONTE 2002). Da mesma forma, os Parâmetros
Curriculares Nacionais apontam a necessidade de tratar o conhecimento de forma
contextualizada (BRASIL, 1996).
2.1 Resolução de Problemas
Chama-se resolução de problemas o método pelo qual o aluno aplica o que
aprendeu na disciplina de Matemática em novos contextos, de forma a solucionar
problemas (DANTE, 2003).
A resolução de problemas tende a desenvolver no educando a capacidade de
desenvolver pensamento lógico-matemático, da mesma forma que cultiva sua criatividade
e autonomia (BRANDÃO, 2009).
De acordo com Polya (2006), existem quatro etapas sequenciais a serem
seguidas para resolver problemas. São elas:
• Compreender o problema: a devida compreensão do problema é o passo
inicial para que se possa resolvê-lo. Isto é alcançado através de leitura e
interpretações da situação exposta, de modo a estabelecer adequadamente o
objetivo a ser alcançado, ou seja, obtenção de resultado pela utilização de cálculos
matemáticos. Deve-se, no entanto, identificar os componentes essenciais de um
problema: a incógnita e os dados apresentados no enunciado, além das regras a
serem seguidas para se chegar ao resultado final;
• Elaboração de um plano: eleição de estratégia de ação, podendo-se lançar
mão de desenhos, figuras geométricas, tabelas, gráficos, fórmulas ou outras
diversas possibilidades;
• Executar o plano: aplicação do plano em conformidade com o que foi
previamente estabelecido na fase anterior. Esta fase deverá ser fiscalizada pelo
professor, de modo a fornecer ajuda aos estudantes sem que haja a intenção de
mudança de autor das estratégias de ações.
• Retrospecto ou verificação: após o resultado obtido, faz-se a verificação do
método utilizado, sobretudo em relação à consonância com o definido pelo
problema. Nesta etapa, também deverá ser discutida a possibilidade de diferentes
maneiras de se alcançar o mesmo resultado, bem como fazer associações com
problemas semelhantes.
Ao trabalhar com estes conceitos metodológicos, constrói-se conhecimento e
mentalidade crítica e reflexiva acerca do tema estudado. Pesquisa em escola envolvendo
exploração contextualizada de conceitos matemáticos e questões do cotidiano
evidenciaram que o estudante passa a fazer uso do que aprendeu de forma significativa
(LEITE, 2009). No entanto, resolver problemas não é tão simples, pois o aluno tem que se
apropriar de conhecimentos traduzidos por informações técnicas, conceitos básicos,
habilidades e atitudes descobrindo estratégias para chegar a resultados satisfatórios
sendo preciso experimentar, comparar, construir hipóteses e verificar resultados.
Logo, a resolução de problemas ajuda a clarear os pensamentos e a
desenvolver capacidade de raciocínio.
2.2 Consumo, aluno e desperdício
Em estudo realizado por Toral (2006), verificou-se que muitos adolescentes
têm conceitos errôneos sobre alimentação saudável, tornando-os assim um grupo de
risco para a saúde, mesmo porque o consumo de frutas e verduras é evidentemente
baixo, sugerindo necessidade de promover hábitos alimentares saudáveis.
Segundo Carmo (2006), existe atualmente entre os adolescentes, práticas
alimentares inadequadas e faz-se necessário, sobretudo, reduzir consumo de açucares.
Sabe-se que não é possível afirmar cientificamente que a desnutrição e
precário desempenho escolar apresentem associações diretas. Todavia, alguns países
desenvolvidos preocupam-se com a nutrição e dieta dos estudantes, sendo que nestas
localidades, a alimentação integra-se às atividades pedagógicas da escola como objetivo
de formar um cidadão integral, não somente preocupando-se com a desnutrição (ABREU,
1995).
2.3 Normatização para apresentação de embalagens (INMETRO, 2002b)
Sabe-se que são várias as normas para regulamentar a forma segura e ideal
para a apresentação de embalagens. Ocorre que nem todos os produtos atendem
exigências estabelecidas e sendo o fornecedor o responsável pela segurança do
consumo, incluindo neste quesito a hipótese de acidentes relacionados.
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(2002), impõe que durante a compra de produtos, o consumidor deve buscar nas
embalagens informações sobre os aspectos relacionados à segurança e certificação do
INMETRO.
No rótulo da embalagem é obrigatório constar:
• denominação da venda: nome que indica a verdadeira natureza;
• o termo “Indústria Brasileira”, para produtos nacionais;
• nome do fabricante, país de origem e importador, para produtos importados;
• marca registrada;
• informação sobre quantidade de conteúdo líquido ou drenado;
• número de registro no Ministério da Saúde para diferentes categorias;
• endereço do fabricante;
• lista de ingredientes;
• instruções para uso, preparam e modo de conservação;
•data de fabricação, validade e lote.
•De igual obrigatoriedade, existem proibições aos rótulos, uma vez que não podem
conter:
• imagens, fotos ou frases que induzam a substituição do leite materno;
• expressões como anabolizantes, estimulante, potencializador e energético, bem
como qualquer outra que se refiram ao uso de suplementos vitamínicos para aliviar ou
prevenir doenças.
O INMETRO afirma ainda que as embalagens devam seguir também
recomendações da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que por sua vez
salientam a necessidade de as embalagens apresentarem condições mínimas de modo a
não oferecer qualquer risco aos consumidores.
2.4 GTR – Grupo de Trabalho em Rede
O Grupo de trabalho em rede (GTR) é uma modalidade de estudo ofertada
pela SEED como uma forma de colocar professores em intercomunicação. A partir disto,
os docentes, baseados na autonomia e comprometimento, realizam discussões sobre
práticas pedagógicas e políticas de ensino. Todo o desenvolvimento deste mecanismo de
interação e trocas de experiências é realizado integralmente via plataforma virtual, sem
necessidade de encontros presenciais.
Cada discente cursista do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
do Estrado do Paraná ofereceu um plano de participação no GTR com a temática de seu
projeto no curso. No caso deste trabalho, o professor e também tutor virtual, promoveu
interação a 15 (quinze) professores de matemática da rede pública de diversas regiões do
Estado.
Após elaboração do projeto de estudo e também da construção de uma
Unidade Didática, estes foram apresentados virtualmente aos professores participantes
do GTR, de modo que fossem coletadas opiniões dos docentes sobre o conteúdo e
aplicabilidade do trabalho em questão. Esta ação contribuiu significativamente para que,
precedendo a implementação na escola, o projeto pudesse passar por uma rico processo
de amadurecimento.
Durante as interações na plataforma online, os docentes puderam trocar
experiências, além de apontar falhas e soluções a respeito da resolução de problemas
contextualizada, enfatizando a matemática básica, uma vez que esta foi apontada como
sendo um fator de grande importância para as séries iniciais. Da mesma forma,
embalagens de alimentos e consumo foram consideradas pela totalidade dos
participantes como um tema de grande valia para contribuir com o processo ensino-
aprendizagem, aumentando os conhecimentos matemáticos dos estudantes.
Pode-se relatar um grande envolvimento e comprometimento dos
participantes no GTR, perceptivelmente pela vasta quantidade de considerações3 e
contribuições que foram expressas pelos professores, a saber:
O projeto vem de encontro com a necessidade pedagógica dos alunos, pois é um tema interessante e do cotidiano dos mesmos, o que possibilita aprimoramento dos conhecimentos sobre matemática. Também, oferecem-se condições de se trabalhar multidisciplinarmente conteúdos que valorizem o consumo responsável de alimentos. A mini-redação é um exemplo real disso, pois se aborda vários aspectos do conhecimento escolar.
Trabalhar com embalagens de alimentos atrai os alunos para resolução de problemas de maneira a levar a construção e realização de novos conceitos matemáticos. Isto é de suma importância pedagógica, pois a matemática requer estudo e inovações constantes. Eu sugiro o envolvimento da Geometria na aplicação deste projeto.
Acredito que ao se trabalhar com o consumo consciente, os alunos podem adquirir o hábito de analisar preços e comparar pesos, realizando a razão e proporção de maneira leve e descontraída. Provavelmente, o aluno terá seu raciocínio lógico e intelectual estimulado. Penso também que a aplicação deste tema de trabalho em sala de aula (consumo responsável envolvendo a matemática), automaticamente se conscientiza a família dos alunos, levando a matemática para dentro de casa, indo além do saber escolar.
3 Implementação do Projeto na Escola
A Unidade Didática construída foi bastante ilustrativa e composta de
atividades diversificadas, além de direcionar os professores, facilitando a aplicação aos
estudantes. Houve ênfase nas quatro operações básicas (adição, subtração,
multiplicação e divisão), abordando algoritmos, etapas da resolução de problemas,
embalagens e rótulos de alimentos, pesos medidas e proporcionalidades.
3 Considerações feitas pelos professores no GTR-20010/2011 - “Embalagens de alimentos:
consumo responsável e a matemática” como recursos metodológico para a aprendizagem da
Matemática.
Em relação à implementação do projeto na escola, inicialmente os alunos
participaram de aula expositiva sobre conteúdos básicos: as quatro operações (adição,
subtração, multiplicação e divisão), envolvendo-as em situações interessantes, a partir de
problemas trazidos por eles próprios, a fim de serem resolvidos em grupo, incentivando e
favorecendo a interação entre os mesmos. Em seguida, houve resolução de problemas
propostos pelo professor, contextualizando unidades de medidas (quilograma, litro,
mililitro, quilocalorias) e explorando o significado de massa, volume e energia, fazendo a
conversão entre pesos e medidas utilizando-se gráficos e tabelas.
Na formulação dos problemas, alguns estudantes sentiram dificuldades por
não dominar os conhecimentos de língua portuguesa necessários para a elaboração
adequada de um texto. Tal texto permite construir um enunciado que traga as
informações de um rótulo de embalagem, por exemplo. Durante os trabalhos, uma aluna
notou e avisou o colega que ele havia criado um problema envolvendo subtração ao invés
de adição.
No nosso cotidiano foram resolvidas situações-problemas envolvendo as
operações: adição, subtração, multiplicação e divisão. E para a resolução em muitas
delas, existem vários caminhos, sendo que algumas etapas foram seguidas de acordo
com Polya, como podemos verificar nas atividades abaixo:
Carlos e Leandro possuem juntas 150 bolinhas de gude. Carlos possui 32 bolinhas de gude a mais que Leandro. Quantas bolinhas de gude cada um possui?
Resolvemos e discutimos este problema em conjunto como um exemplo para
quando os alunos fossem resolver os demais, lembrassem-se das etapas e dos cuidados
que deveriam tomar. Os estudantes então tinham um problema para resolver. Eles
precisaram ler atentamente o enunciado compreendendo o problema e fazer algumas
perguntas para eles mesmos como: o que é necessário saber? Quantas bolinhas de gude
cada um possuiu? Quais os dados o problema trás? Juntos os dois tem 150 bolinhas e
que Carlos possui 32 bolinhas a mais do que Leandro. Assim, fez-se um planejamento
para resolver o problema e cada um pensou em uma estratégia:
- O estudante A1 desenhou bolinhas dividindo-as entre Carlos e Leandro;
- O estudante B2 fez o caminho inverso;
- O estudante B3 desenhou a operação no ar calculando- as de cabeça
executando o plano e chegando a um resultado este foi colocado no quadro para a
verificação das respostas.
- Os demais construíram operações de forma convencional, não lançando
mão de estratégias.
Finalmente verificou-se se as respostas estavam corretas, fazendo a seguinte
sequência de raciocínio: Se Carlos possui 32 a mais do que Leandro e juntos eles
possuem 150 bastaria diminuir 150 de 32 ficando 118 bolinhas que foi dividida entre os
dois recebendo Leandro 59 bolinhas e Carlos ficando com 59 + 32 =91 bolinhas e assim
59 do Leandro + 91 do Carlos = 150 bolinhas, escrevendo então o resultado respondendo
a pergunta do problema. Retomando a resposta do estudante B3 verificou-se que ao
subtrair 150 de 32 esqueceu que deveria emprestar das dezenas para que o resultado
fosse válido.
Ao exemplificar esta situação percebeu-se que os estudantes têm o hábito de
resolver problemas sem uma prévia leitura adequada do enunciado. Ou seja, eles retiram
as informações somente dos números que aparecem e “chutam” o resultado. Em seguida
cada resolveu sozinho este problema:
Carlos recebeu de sua mãe 340 reais para pagar 113 reais de aulas de inglês, 59 internet e 81 reais de dentista. O restante seria para fazer alguma compra de mercado, sendo que Carlos deveria deixar 50 reais para comprar um presente para o dia dos pais. Quanto Carlos poderia ter gasto no mercado?
Como a primeira etapa era ler com muita atenção o problema houve um
silêncio na sala e muitos liam e reliam o enunciado tomando o cuidado da boa
interpretação, uma vez que almejavam chegar à resposta correta. Entretanto houve um
estudante que logo no começo falou que o enunciado era muito grande e com muitas
informações, confessando que tinha preguiça em ler, mas foi incentivado pelos colegas
para a leitura, permanecendo em silêncio. Logo, houve comentários e discussão sem a
interferência do professor que, por sua vez, apenas observou.
O resultado não foi o desejado, porque alguns obtiveram sucesso, outros
alunos ainda se mostravam inseguros. O exemplo foi insufuciente e foi necessário propor
mais problemas.
Um estudante realizou o processo longo onde retirou do texto o número
maior e foi subtraindo os demais números dos resultados obetidos, fazendo uma
operação sucessiva de subtração como mostra abaixo :
340 – 113 = 227
227 – 59 = 168
168 – 81 = 87
87 – 50 = 37
Observa-se que se chegou ao resultado, mas simplesmente retirando do
enunciado os “valores visiveis” sem uma leitura mais acurada. Outro aluno comentou que
ao somar todos os valores gastos 113 + 59 + 81 somariam 253 e acrescentando 50 da
compra do presente ficaria 303 sobrando apenas 37 reais para a compra no mercado,
satisfazendo a resposta.
Na realização das atividades envolvendo a divisão e multiplicação, os
estudamtes apresentaram maiores dificuldades, precisando de mais atenção
principalmente quando envolvia números de dois algarismos. Isto fez com que o processo
ficasse mais lento e a retomada da tabuada fez-se necessária, envolvendo novamente a
adição. Retornando às atividades, percebeu-se o interesse em chegar aos resultados
esperados. Além disso, o método do algoritmo da decomposição foi questionado, pois
muitos deles relataram que desconheciam esse processo, necessitando de mais
exemplificações.
Os alunos comentaram que nunca realizaram problemas que tivessem que
pensar muito ou descobrir diferentes caminhos que levassem à resolução do mesmo,
apenas estavam habituados a seguir um padrão, ou seja, um modelo onde o professor
levava para a sala de aula uma lista de problemas matemáticos para serem resolvidos
seguindo o exemplo. Notou-se, através dos relatos, que é fundamental orientar os
estudantes na construção de seus próprios caminhos e não seguirem estratégias pré-
estabelecidas.
No que diz respeito à rotulagem dos produtos alimentícios estes destinam-se
a fornecer informações a respeito do produto e garantir proteção à saúde do consumidor.
Além disto, a embalagem tem significado importante na proteção do alimento desde sua
industrialização até o manuseio por aquele que a consumir.
Atualmente, existe uma grande variedade de tipos de embalagens, sendo os
mais comuns elaborados a partir de papel, papelão, alumínios, metal, plásticos e outros.
Nelas incluem-se rótulos elucidativos e matematicamente importantes.
Por intermédio da aplicabilidade da Matemática Básica, possibilitou-se, além
do desenvolvimento teórico-prático de noções matemáticas, a consciência sobre o que
venha ser um consumo responsável.
Na explanação sobre embalagens e rótulos de alimentos os participantes
ficaram atentos, pois o tema chamou a atenção de todos com vários questionamentos.
Um exemplo foi o da aluna (A2) sobre o material da embalagem (alumínio/papelão) que
são reutilizados no restaurante onde sua mãe trabalha para armazenar produtos
alimentícios, preservando assim seu valor nutricional. Em continuidade houve discussão
sobre a data de fabricação e validade do produto (data limite que o produto pode ser
consumido com segurança), o local onde foram industrializados (nacionalidade), dando
ênfase ao consumo dos produtos nacionais e de considerável valor nutricional. Nesse
momento observamos que os alunos não se mostraram interessados nas informações
nutricionais dos rótulos, necessitando, assim, que o professor interferisse, exemplificando
através de uma suposta caixa de bolo a tabela abaixo:
Informações nutricionais
Elementos Porção de 50g Porção de 200gCarboidratos 12g 48g
Proteínas 6gGorduras 2gColesterol 16mg 64mg
Cálcio 13mgSódio 60mg
Tabela: embalagem de bolo
Neste momento, o professor informou os alunos sobre a importância dos
alimentos na garantia de condições ideais de saúde e qualidade de vida. Para tanto, é
preciso conhecer suas necessidades nutricionais para assim estabelecer a melhor dieta.
Os alimentos são a nossa principal fonte de energia, necessários para o bom
funcionamento do organismo e para a própria manutenção da vida. Por isso o alimento
deve apresentar de forma básica os seguintes componentes: proteínas, gorduras,
carboidratos e fibras.
Proteínas: constroem e reparam o corpo.
Gorduras e Carboidratos: são combustíveis para o corpo.
Fibras: elemento importante para o funcionamento do intestino.
Cálcio: Mineral
Sódio: Elemento importante para conservação.
Devido ao aumento da inserção de alimentos industrializados (artificiais) em
nossa sociedade, torna-se fundamental a apresentação de informações no rótulo, que
devem ser consultadas antes da compra e do consumo.
Assim, também puderam relacionar as proporções entre 50g e 200 g.
Lembrando aos alunos a transformação das medidas usadas
• 1quilograma(kg)= 1000gramas(g)
• 1grama(g)= 1000 miligramas(mg)
Em relato, um dos componentes disse que em que certa ocasião teve de ser
hospitalizado devido à infecção estomacal proveniente de um produto ingerido com data
de validade vencida. Desde então não come nada sem a rigorosa fiscalização do produto,
principalmente aqueles que estão em promoção e com datas perto do vencimento. Além
disso, alertou os colegas dizendo que “o barato sai caro”.
Após a análise de duas embalagens de suco levados para a sala de aula, os
estudantes elaboraram uma mini-redação sobre as diferenças destacadas entre elas,
ressaltando a atitude do consumidor frente a essa situação. Ao analisar as embalagens,
um dos participantes logo percebeu que de 10g da quantidade de suco diminui para 9g,
permanecendo o mesmo preço e tamanho da embalagem, trazendo prejuízos ao
comprador. O fato gerou importante discussão a respeito dos direitos do consumidor.
A seguinte mini redação foi escrita por um estudante participante do projeto:
As embalagens parecem proteger bem os alimentos, mas as letras são muito
pequenas assim minha mãe não consegue ler, pois ela usa óculos, mas o peso esta
escrito ainda menor, em quantidades diferentes um tem 9 g e o outro 10g para a gente
não notar. Os preços são iguais e assim estamos pagando mais caro sem perceber, pois
estamos pagando o mesmo preço por uma quantidade menor. As datas de validade se
confundem com as cores das embalagens não deixando a gente ler direito. Se a gente
não prestar atenção nas embalagens vamos ser enganados. Por isso devemos ir ao
mercado com tempo e não vou deixar minha mãe comprar sem olhar e conferir preços e
peso e quando eu encontrar com situações assim vou falar com o gerente.
O que me chamou a atenção também nas embalagens foi o colorido, as frutas
parece estarem muito gostosas dando vontade de tomar e comprar.
Outra estudante verificou de imediato a data de vencimento, notando também
o colorido das embalagens. Após a leitura da mini-redação destacamos a unidade-padrão
mais utilizada no nosso dia-a-dia: o grama, do gênero masculino. Percebeu-se
curiosamente que muitos alunos acreditavam, erroneamente, quanto ao substantivo
grama, pois o gênero o grama (peso) é masculino e costuma causar dúvidas, mas o
substantivo em questão, pode ter significado diferente de gênero se vier precedido do
artigo a: a grama (relva) e isso despertou um grande interesse dos estudantes, que até
aquele momento não tinham se apropriado desse conhecimento acreditavam que o
grama fosse uma palavra do gênero feminino.
Após essas observações os estudantes levaram para a sala de aula
embalagens de produtos alimentícios onde comparam peso, medidas e proporcionalidade
fazendo registros e apontamentos em seus cadernos. Houve discussões entre os colegas
e eles também puderam verificar em uma balança de precisão o peso exato de medidas
menores como ml (miligramas). Os alunos ficaram surpresos com a exatidão.
Em continuidade, resolveram problemas envolvendo as grandezas, lendo a
sugestão de preparo e retirando os dados do rótulo de uma garrafa de suco concentrado
fizeram a proporcionalidade no preparo relacionando copo, suco e água.
A tão chegada hora da visita ao supermercado chegou com muito entusiasmo
e curiosidade, pois alguns deles não tinham ido ao supermercado sem a companhia dos
pais e/ou com a possibilidade de circularem livremente pelo estabelecimento.
Os participantes, professores e vice-diretora foram recebidos pelo proprietário
e seus funcionários. Estava presente também o representante comercial que observou o
uso de crachá de identificação pelos alunos que foi confeccionado a partir de embalagens
de produtos que o mesmo representava, parabenizando então a equipe escolar.
A gerência do supermercado ofereceu um café da manhã aos alunos e
demais membros da escola ali presentes. Na mesa estavam dispostos caixas de sucos
naturais e ao perceber isto, um estudante fez o seguinte cálculo:
1 caixa (1L) de suco serviria 5 alunos em copo descartável,então seriam
necessárias 3 caixas (3L) para que todos os 15 colegas recebessem suco em
quantidades iguais. Logo, nota-se que houve a aplicação de noções de razão e
proporção.
Observados a todo o momento e sem qualquer interferência do professor,
puderam pegar as embalagens dos produtos alimentícios de seus interesses, analisaram,
compararam quanto suas considerações a respeito do produto a ser estudado e uma
listagem de apontamentos mais relevantes foi organizada, enfatizando consumo
responsável de alimentos, embalagens e aplicações matemáticas.
No final da visita o proprietário deu uma entrevista aos participantes do
projeto falando sobre o empreendedorismo e consumo. Houve interação entre todos,
sendo verificada a formulação de importantes apontamentos e questionamentos por parte
dos estudantes. Exemplo disso foi o comentário de um aluno sobre o modo de
distribuição das mercadorias nas prateleiras e indagação acerca de alimentos colocados
na altura e visão das crianças, induzindo facilidade de manuseio e valendo-se valer do
fato de que aqueles de pouca idade possivelmente compram pelo visual, ou seja, pela
embalagem chamativa e dificilmente comparando preço e peso.
Outro estudante mencionou que ao analisar e comparar preços percebeu que
nas prateleiras mais altas ficavam os produtos de preços menores e que nas prateleiras
mais baixas permaneciam os produtos de preços mais altos.
O destino das embalagens danificadas, ou seja, amassadas ou furadas foi
abordado por um estudante. Então, o proprietário explicou que ao encontrar esses tipos
de embalagens, estas eram retiradas das prateleiras e trocadas pela empresa de origem
do produto. Comentou, ainda, que muitas vezes isto ocorre devido ao transporte. Ele
orientou, neste caso, que o consumidor deve comunicar a um repositor do
estabelecimento para que haja a retirada e troca imediata do produto.
O aluno A4 quis saber do proprietário se realmente as balanças para pesar os
produtos eram realmente de precisão.
Em todos os momentos, o entrevistado respondeu às perguntas com bastante
descontração, deixando todos à vontade. Por fim, recomendou que os alunos tomassem
como hábito comprar por necessidade e não por mero consumismo, ressaltando que o
consumidor também precisa da matemática propriamente dita para comparar, analisar e
avaliar os produtos, considerando a saúde e o meio ambiente, praticando desta forma
ações típicas de cidadãos conscientes.
Ao saírem do supermercado, os participantes compraram alguns produtos
analisando a razão entre menor preço e maior quantidade, podendo assim ser melhor
distribuição entre os colegas.
Em sala de aula foi feita uma retrospectiva, valorizando os aspectos não
mencionados por eles inicialmente, porém de importância matemática significativa.
Assim, as aulas se tornaram mais dinâmicas e prazerosas, não ficando
estagnadas com técnicas de repetição de exercícios, uma vez que a resolução de
problemas contextualizada leva o estudante a pensar produtivamente e a chegar a um
resultado efetivo através de pré-requisitos e conhecimentos adquiridos durante o
desenvolvimento do projeto e de sua vida escolar.
Em reunião escolar onde houve a implementação deste trabalho foi colocado
entre o coletivo os resultados obtidos e a repercussão deste trabalho.
4 Considerações finais
Observaram-se resultados positivos, pois os participantes deste trabalho
passaram a utilizar etapas básicas de resolução de problemas (compreender a situação
apresentada; elaborar e executar plano resolutivo e realizar uma verificação retrospectiva)
em ensino regular.
O conhecimento real sobre consumo consciente foi verificado em palestras
ministradas pelos integrantes deste projeto destinadas aos estudantes da sala de aula
regular ou para os não-participantes das atividades desenvolvidas durante o projeto.
É relevante destacar que as atividades aqui propostas, foram desenvolvidas
pelos estudantes de maneira participativa e com grande interesse. Observamos, de forma
positiva, que houve vários questionamentos e um despertar do senso-crítico entre os
participantes. Entre as metodologias abordadas, a oralidade foi a que mais os alunos
conseguiram expressar sua maneira de pensar, contribuindo para uma aprendizagem
investigativa e colocando a sua pratica em situações-problemas. Devemos destacar que
esta forma de expressão é muito relevante, mas a nossa sociedade, principalmente a
detentora do conhecimento, se expressa na forma escrita.
Os alunos aprimoraram seus conceitos matemáticos e conseguiram relacioná-
los com a sua vida cotidiana indo além do seu conhecimento escolar, o que proporcionou
ao educando uma nova maneira de se olhar a matemática.
Ao analisar os resultados positivos da implementação pedagógica, percebe-se
a necessidade em ampliar este trabalho envolvendo a geometria presente nas embalagens
de produtos alimentícios as quais apresentam uma enorme variedade de formas
geométricas para serem exploradas, aprofundando assim os conceitos relacionadas com a
matemática. Espera-se que este trabalho contribua de maneira significativa para alguns
trabalhos futuro entre professores da rede pública e discente do PDE- Programa de
Desenvolvimento do Estado do Paraná.
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