o cms como ferramenta para a implementação do guarda-chuva conceitual

XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação

Sistemas de Informação, Multiculturalidade e Inclusão Social Maceió, Alagoas, 07 a 10 de Agosto de 2011

Temática 1: Informação, Conteúdos e Conhecimento na Sociedade da Informação

O CMS como Ferramenta para a Implementação do Guarda-

Chuva Conceitual

o caso biblioteca universitária

Paulo de Castro Gonçalves [email protected]

Assembléia Legislativa de Minas Gerais RESUMO Investiga-se o uso do CMS como mecanismo de automatizar e

dinamizar o uso das ferramentas do Guarda-Chuva Conceitual. O Guarda-Chuva Conceitual é um conjunto de ferramentas que possibilita, em nível operacional, a Gestão do Conhecimento. O CMS é uma aplicação de computador empregada para organizar e criar de forma fácil e colaborativa uma página de conteúdo que possa ser exibida na web. O objetivo desse artigo é apresentar os CMS’s como aplicativos que possibilitam operacionalizar o uso das ferramentas de gestão que atendam os preceitos do Guarda-Chuva Conceitual. A metodologia empregada é um relato de experiência, desenvolvido com base no estudo de caso da criação do portal da Biblioteca Universitária - BU da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG na plataforma Joomla. A primeira parte apresenta o modelo de GC segundo os níveis Estratégico, Tático e Operacional, tratando-se mais especificamente do operacional. A segunda parte investiga o CMS, mais especificamente a plataforma Joomla. A última parte aborda a utilização da aplicação como suporte às técnicas de gestão, de modo a operacionalizar os preceitos do Guarda-Chuva Conceitual.

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PALAVRAS-CHAVE: Gestão da Informação, Gestão do Conhecimento, Sistemas de

Gerenciamento de Conteúdos, Biblioteca Universitária.



1 Introdução

O Guarda-Chuva Conceitual é um conjunto de ferramentas que possibilita, no nível

operacional, a Gestão do Conhecimento - GC. Acredita-se que os Content Management

Systems - CMS’s1 possam atender aos preceitos do Guarda-Chuva Conceitual, de forma a

proporcionar o uso da informação no nível operacional, de modo a subsidiar as ferramentas de

GC.

O CMS é uma aplicação de computador empregada para organizar e criar de forma fácil e

colaborativa uma página de conteúdo que possa ser exibida na web. Um CMS, portanto,

permite gerenciar sites e conteúdos na web sem a necessidade de programadores e/ou web

designers, pois o conteúdo é independente da aplicação. Entre os CMS’s mais populares estão

o Joomla, o Plone, o Wordpress e o Drupal.

O objetivo desse relato de experiência é apresentar os CMS’s como aplicativos capazes de

operacionalizar o uso das ferramentas de GC que atendam os preceitos do Guarda-Chuva

Conceitual, no estudo de caso da criação do portal da Biblioteca Universitária - BU da

Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG na plataforma Joomla. A primeira parte

apresenta o modelo de GC segundo os níveis estratégico, tático e operacional, tratando-se

mais especificamente do operacional, apresentando os conceitos do Guarda-Chuva

Conceitual. A segunda parte investiga o CMS, mais especificamente a plataforma Joomla, sua

lógica de trabalho e os recursos disponíveis. A última parte aborda a utilização da aplicação

como suporte às técnicas de gestão, de modo a operacionalizar a GC e aplicar os preceitos do

Guarda-Chuva Conceitual.

2 Guarda-Chuva Conceitual

O Guarda-Chuva Conceitual, de forma mais simplificada, é um conjunto de técnicas que

permite operacionalizar a GC. As ferramentas mais usuais são: a Gestão Estratégica da

Informação, a Gestão do Capital Intelectual, a Aprendizagem Organizacional, a Inteligência

Competitiva e as Comunidades de Prática. (ALVARENGA NETO & BARBOSA, 2006, p.7).

1 Tradução: Sistemas de Gerenciamento de Conteúdos



Alvarenga Neto & Barbosa (2006, p.4), propõem um modelo de GC nos níveis estratégico,

tático e operacional, baseado no mapeamento conceitual integrativo de três outros modelos, a

saber: a) o modelo de arenas estratégicas proposto por Choo (2003, p.33), b) a ideia do

contexto capacitante como sugerida por Von Krogh, Ichijo & Nonaka (2001, p.12) e c) a

metáfora do Guarda-Chuva Conceitual da GC. De acordo com esses autores, as arenas

estratégicas possibilitariam planejar o uso do conhecimento no nível estratégico, o contexto

capacitante no nível tático, permitindo a criação de um contexto propício para a criação de

conhecimento e o Guarda-Chuva Conceitual proporcionaria o instrumental prático para a

criação e uso desse conhecimento.

Alvarenga Neto (2006, p.223) apresenta uma pesquisa com o objetivo de identificar as

ferramentas gerenciais mais utilizadas para operacionalizar o uso e a criação de conhecimento

em organizações. Entre os instrumentos mais citados pelos entrevistados estão:

(a) monitoração ambiental, inteligência competitiva, pesquisa de mercado; (b) gestão estratégica da informação, gestão eletrônica de documentos, mapeamento de processos; (c) gestão do capital intelectual, competências, pessoas e ativos intangíveis; (d) comunidades de prática – reais e virtuais, (e) aprendizagem organizacional, inclusive e-learning; (f) apoio ao processo decisório e (f) criação do contexto capacitante. (ALVARENGA NETO, 2006, p.224).

Acredita-se os CMS’s possam atender aos preceitos do Guarda-Chuva Conceitual, de forma a

operacionalizar o uso da informação, principalmente, no nível estratégico. Para tanto, na

próxima seção, serão abordadas as funcionalidades e os objetivos dos CMS’s.

3 Sistemas de Gerenciamento de Conteúdos: O CMS Joomla

Na década de 90, de acordo com Ferreira & Bax (2003, p.2) quando as organizações

começaram a disponibilizar um grande número de informações de forma digital na rede,

sempre contavam com o apoio técnico de um webmaster ou um profissional capacitado na

área de informática, encarregado da edição e publicação do conteúdo diariamente. Porém, isso

tornou difícil a manutenção e atualização de conteúdos e também das novas tecnologias, o que

acarretou uma sobrecarga de trabalho a esse profissional.

Os CMS’s nasceram da demanda que as empresas detinham de disponibilizarem a informação

de forma prática e fácil na rede, de tal forma que o tratamento dessa informação fosse



totalmente separado do sistema e permitisse a implementação de tecnologia avançada de

modo a dispor o produto (bens ou serviço) também de forma eletrônica. Era imperativo que o

profissional encarregado da alimentação não detivesse conhecimento específico de qualquer

tipo de linguagem de marcas ou de programação. Sua tarefa seria, exclusivamente, gerenciar o

conteúdo e não a aplicação.

Dentre os principais CMS’s existentes hoje, podem ser citados o Wordpress, Joomla, Drupal e

o Plone (IDEALWARE, 2009, p.8), todos com essa mesma metodologia de uso simples e

fácil. Contudo, não é objeto desse relato investigar todos esses CMS’s. O maior atenção será

dada à plataforma Joomla, a qual foi adotada como aplicação para a proposta de GC na

Biblioteca Universitária da UFMG.

Dentre os CMS’s disponíveis na web, o Joomla, criado em 2005 a partir de outro CMS

popular, o Mambo, está tornando-se um dos mais populares, com uma comunidade atuante e

crescente, graças às suas facilidades e características, a saber: software livre e gratuito;

existência de módulos e componentes externos disponíveis; crescimento da comunidade que

garante sua atualização constante; escrito em PHP e disponível em banco de dados MYSQL.

Os CMS’s, mais especificamente a plataforma Joomla possam ser uma importante ferramenta

para a GC, de forma a operacionalizar o uso da informação, uma vez que, por meio de seus

recursos, possibilita a implementação das ferramentas que atendem aos preceitos do Guarda-

Chuva Conceitual.

4 A Gestão da Informação através do Joomla: o caso Biblioteca Universitária

A Biblioteca Universitária da UFMG lançou, em maio de 2009, a nova página do sistema de

bibliotecas da UFMG, em que a comunidade universitária e o público em geral passaram a ter

acesso a informações sobre a Biblioteca Universitária e as bibliotecas do sistema, incluindo

informações sobre produtos (bens e serviços), bases de dados locais, acervos especiais, entre

outras informações. O projeto foi desenvolvido internamente pela equipe de bibliotecários do

setor e a ferramenta para a construção da página foi a plataforma Joomla.

O desenvolvimento da nova página obedeceu a uma metodologia de trabalho primando pela

gestão dos recursos informacionais com qualidade, eficiência e efetividade. Para tal, a

elaboração da página obedeceu a diretrizes de identificação, consistência, confiabilidade,



adequação de fonte, facilidade de uso, layout, restrições de acesso e suporte ao usuário.

(VALENTIM E MONTANARI, 2004, p.19).

Além de um novo visual, o site buscou também apresentar uma estrutura de conteúdos mais

simples e organizada, permitindo uma navegação mais rápida e buscas mais eficientes, pois as

maiores queixas dos usuários com relação à antiga página eram a dificuldade de navegação e

encontrar conteúdos específicos. Dentre outros serviços, a página buscou proporcionar acesso

ao catálogo on-line do acervo bibliográfico da UFMG, ao portal de periódicos da Capes e à

Biblioteca Digital de Teses e Dissertações.

Além de funcionar como mediador dos serviços oferecidos pelo sistema de bibliotecas para a

comunidade e outras instituições, a página buscou também, como metodologia, implementar

novas funcionalidades que não existiam na página anterior como uma área exclusiva para as

perguntas frequentes dos usuários e outra área específica que lista todas as bibliotecas do

sistema, além da relação de todos os periódicos que são editados e/ou publicados pela UFMG.

A intenção foi facilitar o acesso da comunidade a esses tipos de informações, antes dispersas,

reunindo-as numa única página.

Contudo, a maior novidade foi a criação de uma área de acesso restrito aos funcionários do

sistema de bibliotecas da UFMG, que funcionará como uma espécie de Intranet, até então

inexistente. A ideia é que nela sejam vinculadas informações a respeito de normas e políticas,

manuais e procedimentos, além de um fórum de discussão, funcionando como ferramenta

para integrar todos os bibliotecários e todas as bibliotecas do sistema. Foi criado também um

diretório reunindo todas as informações a respeito de todas as bibliotecas que compõem o

sistema, além da previsão de criação de um espaço destinado a depositar todos os currículos

de todos os colaboradores do sistema, de modo a melhor identificar as competências de todos

os bibliotecários e servidores das bibliotecas da UFMG.

Todas essas novidades nasceram da implementação do Guarda-Chuva Conceitual na etapa de

recolhimento das ideias e planejamento. A intenção foi identificar as ferramentas do Guarda-

Chuva Conceitual e traduzi-las em produtos e serviços na página. Por exemplo, dentro dos

preceitos da Gestão Estratégica da Informação foi desenvolvido uma área específica na página

para disponibilização das bases de dados e das perguntas frequentes. Outro exemplo seria a

criação do fale conosco e do fórum de discussão dentro do princípio e ideia das comunidades

de prática. O quadro abaixo relaciona todas as ferramentas utilizadas do Guarda-Chuva

Conceitual na primeira coluna e o respectivo produto (bens ou serviço) criado ao lado.



Tabela 1: Ferramentas e produtos do Guarda-Chuva Conceitual

Ferramentas do Guarda-Chuva Conceitual Produtos (bens e serviços) criados Gestão Estratégica da Informação Bases de dados Gestão Estratégica da Informação Perguntas Frequentes Inteligência competitiva Lista dos periódicos publicados pela UFMG Princípio da Racionalidade Limitada Normas, políticas, manuais e procedimentos Comunidades de prática Fórum de discussão Gestão do Capital Intelectual Diretório/Currículo Aprendizagem Organizacional Grupos de Estudo Gestão Estratégica da Informação Fale com a BU(Help Desk) Comunidades de prática Fale Conosco

Todas essas novas funcionalidades buscam utiliza-se do potencial do aplicativo CMS, mais

especificamente da plataforma Joomla, ferramentas e recursos que operacionalize o uso da

informação, servindo como suporte às ferramentas do Guarda-Chuva Conceitual.

4 Considerações Finais

O Guarda-Chuva Conceitual, conforme foi visto, é um conjunto de ferramentas que

possibilita, no nível operacional, a GC. Foram apresentados os CMS’s e como podem ser

utilizados como subsídio às ferramentas do Guarda-Chuva Conceitual, de forma a

operacionalizar o uso do conhecimento.

Foi visto também que os CMS’s são aplicações de computador que permitem gerenciar e

implementar de forma simples e colaborativa uma página de conteúdo na web. Um CMS

possibilita, portanto, a gerência de sites e conteúdos na Internet sem a necessidade de

conhecimentos técnicos ou de linguagem de programação. Entre os CMS mais usados estão o

Joomla, o Plone, o Wordpress e o Drupal.

Com relação ao Guarda-Chuva conceitual, foi debatido o modelo de GC segundo os níveis

estratégico, tático e operacional, focando-se no operacional, apresentando os conceitos e

técnicas do Guarda-Chuva Conceitual. As ferramentas mais usuais são a Gestão Estratégica

da Informação, a Gestão do Capital Intelectual, a Aprendizagem Organizacional, a

Inteligência Competitiva e as Comunidades de Prática.

Por fim, foi abordada também a utilização da aplicação Joomla como ferramenta a

operacionalizar a GC, por meio do Guarda-Chuva Conceitual. A metodologia foi

desenvolvida com base no estudo de caso da criação do portal da Biblioteca Universitária da



UFMG. Dentre as principais ferramentas criadas, estão: a veiculação de informações a

respeito de normas e políticas, manuais e procedimentos, um fórum de discussão, objetivando

funcionar como ferramenta para integrar todos os bibliotecários e todas as bibliotecas do

sistema, o diretório e o currículo de competências.

Referências

ALVARENGA NETO, R.C.D.; BARBOSA, R. R. Gestão Estratégica do Conhecimento no Contexto Organizacional Brasileiro: proposta de mapeamento conceitual. Revista Gestão Industrial, Ponta Grossa, v. 2, n. 3, p. 1-14, 2006.

ALVARENGA NETO, R.C.D. Gestão Estratégica do Conhecimento em organizações atuantes no Brasil: estudos de caso. RCA: Revista de Controle e Administração, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 213-227, 2006.

CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Ed. Senac, 2003. 425 p.: il.

FERREIRA, L. A.; BAX, M. P. A Importância da Gestão do Conhecimento para o Marketing de Relacionamento. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, 6., 2003, Curitiba. Anais.... Curitiba: ISKM, 2003.

IDEALWARE. Comparing open source content management systems: Wordpress, Joomla, Drupal and Plone. [s.l], [s.n], 2009. 63 p.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim; MONTANARI, Fabiana Ramos. Fontes de Informação Industrial na Internet. In: TOMAÉL, Maria Inês; VALENTIM, Marta Lígia Pomim (org.). Avaliação de fontes de informação na Internet. Londrina: Eduel, 2004. p. 95-120.

VON KROGH, G.; ICHIJO, K.; NONAKA, I. Facilitando a criação de conhecimento: Reinventando a empresa com o poder de inovação contínua. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

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