o capote final

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UNIVERSIDADE PAULISTA

UNIVERSIDADE PAULISTAINSTITUTO DE CINCIAS JURDICASCURSO DE DIREITOCAMPUS PARASO

ATIVIDADES PRTICAS SUPERVISIONADAS (APS)

Disciplinas:FILOSOFIAHOMEM E SOCIEDADEINSTITUIES JUDICIRIAS E TICASINTERPRETAO E PRODUO DE TEXTOS

Professores (a).Maria Tereza SouzaEduardo IamundoRaquel M Nunes

Titulo: ANLISE SOBRE O LIVRO O CAPOTE DE NICOLAI VASSILIEVITCHGOGOL.

Alunos (as) RA Turma TurnoRaiane Almeida T. BuenoB46GCJ-2DT1TU68 NoturnoLilian BazzoT571HB2DT1TU68 NoturnoRaimundo Sandro BrazB33GEH0DT1TU68 NoturnoMaria Ap. da S. Rodrigues B2907E6DT1TU68 Noturno

2012/6INTRODUO

Neste trabalho realizaremos uma anlise de uma obra de grande importncia literria, O Capote de Nikolai Vassilievith Gogol escritor russo que escreveu alguns contos importantes para nossa literatura e nasceu em 1809, onde buscaremos estudar e interpretar a obra com base nos conceitos e pontos de vista, interpretando-os atravs de fatos e fundamentaes jurdicas com conhecimentos adquiridos nas disciplinas de Filosofia, Instituies Judicirias e ticas, Homem e Sociedade, Interpretao e produo de Textos.

Nikolai consegue apresentar em sua obra, que mesmo sendo um conto simples resumiu a histria de vida de um nico personagem vivido por Akaki Akakievitch que nos mostra a trajetria deste funcionrio do Estado, que trabalhava exercendo suas funes em uma repartio pblica.Resumindo a histria de Akaki Akakievitch, sofria diversos preconceitos e indiferenas por parte de seus companheiros de trabalho, onde ningum tinha respeito por ele, onde todos o faziam de alvo de humilhaes e desprezo devido sua posio na sociedade.

Dedicava-se integralmente ao seu trabalho e buscava nele um refgio, o qual o tornava a nica razo pela sua existncia e o seu nico ofcio era copiar documentos e quando recebeu a incumbncia de fazer um trabalho diferente daquele, se recusou, pois a sua nica paixo era copiar. Valorava o seu trabalho tanto que o seu modo de vida e a sua condio perante a sociedade eram quase nulos, que no notava que a sociedade o valorava tambm de acordo com o sentido da sua existncia.

Ate o momento que foi obrigado a comprar um novo capote e isso transformou os dias de Akaki brutalmente, que passou a economizar mais do que j economizava, passou a usar o seu tempo livre dedicando-se tudo que era destinado a fazer aquele belssimo capote.

Mas passaram se meses at que Akaki conseguiu economizar a quantia combinada e enfim recebeu seu belo capote novo, mas ele no imaginava que sua vida pudesse transforma tanto por causa deste novo capote. E no fim, Akaki acaba morrendo de febre e depois vira um fantasma que perturba e persegue todos que possuem um Capote.

E para expor nosso entendimento sobre esta obra apresentaremos no Desenvolvimento e depois contaremos a opinio do grupo sobre a obra na Concluso.

Boa Leitura!

DESENVOLVIMENTO

O incio do livro nos mostrou a trajetria de um conselheiro titular que trabalhava em um ministrio (esfera pblica) cujo nome era Akaki Akakivitch. Um sujeito cabisbaixo que fazia parte da sociedade em que vivia, no sentido de trabalhar, comer, possuir moradia e gozar dos direitos fundamentais inerentes ao ser humano.

Isto esta previsto no Cdigo Civil Art.1 e 2

Art. 1o Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.Art. 2o A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro, porm Akaki por sofrer imensas gozaes de seus companheiros de trabalho parecia viver em um mundo alhures a sociedade. Art. 11. Com exceo dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade so intransmissveis e irrenunciveis, no podendo o seu exerccio sofrer limitao voluntria.Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaa, ou a leso, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuzo de outras sanes previstas em lei.Pargrafo nico. Em se tratando de morto, ter legitimao para requerer a medida prevista neste artigo o cnjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral at o quarto grau.

Dedicava-se integralmente ao seu trabalho, buscando nele um refgio. Hoje em dia um tema que se fala muito e que tem total relao com o que Akaki viveu naquela poca o bullyng. Sabemos que o bullyng pode ser caracterizado por agresses intencionais, verbais ou fsicas, feitas de maneira repetitiva, por uma ou mais pessoas feitas outra pessoa. O Akaki aparentemente foi uma vtima de bullyng, o que justifica sua postura, to curva e reprimida diante das brincadeiras que no o agradava e de alguns gestos como: Jogavam papel picado sobre sua cabea (Gogol, 1809, p. 12).

Ele vivia o seu trabalho intensamente, tinha o habito de levar servio para a casa, tinha uma vida banal na qual se resumia em ir de casa ao trabalho, e do trabalho para casa. Com isso, esta rotina comeou a mudar quando Akaki teve a necessidade de comprar um novo casaco. Podemos ver que a principio o que nos diferencia de Akaki que ele viva sem possuir desejos e ambies, diferente do modo que vivemos hoje em dia principalmente aqui no Brasil. Observamos que atualmente estamos vivendo o sistema econmico capitalista, onde as pessoas esto apenas interessadas em ter, comprar, consumir como nos foi mostrado no decorrer do semestre pela disciplina de economia.

Enfim, no livro o autor define muito bem que Akaki sentiu a necessidade de reformar o seu casaco devido ao frio de Petersburgo. S que, se a principio o interesse foi em comprar para atender a uma necessidade, depois passou para o interesse da compra com o intuito de satisfao prpria, podendo-se dizer a grosso modo, o de se sentir incluso na sociedade. Ou seja, ao usar o casaco Akaki comeou a possuir estatuo, e a sentir que no era mais o mesmo sujeito de sempre que vivia no anonimato como no seguinte trecho: Ningum lhe voltava qualquer considerao. Longe de se erguerem a sua passagem os porteiros prestavam menos ateno a sua aproximao do que ao vo de uma mosca (Gogol, 1809, p 11).

No entanto, esta situao de viver no anonimato comeou a mudar a partir do momento que Akaki conseguiu adquirir seu casaco, chegando at ser convidado para uma reunio com as pessoas de sua repartio. Aquelas que tanto desprezo lhe oferecia.Ento o capote novo trazia a sensao de poder a Akaki, no o poder no sentido de autoridade, mas sim no sentido que ele poderia ser quem ele quisesse quando usava seu capote, se sentindo incluso na sociedade e protegido dos insultos recebidos por seus colegas de trabalho.

Ao perder seu capote foi como se o mundo desmoronasse para Akaki, e pior que perder foi perceber o quanto ele era um ser insignificante para a sociedade pelos olhos das outras pessoas, inclusive das autoridades que deveriam estar l para dar suporte e garantir que seus direitos fossem protegidos. Sem xito diante das autoridades, sem o capote, que lhe fora roubado, novamente a vida de Akaki, mudou bruscamente, e voltou a ser tratado com indiferenas e preconceitos pelos seus colegas de trabalho, fato que no importava arredio por parte de seus companheiros de trabalho que j no o que lhe preocupava era a perda do capote no pelo valor significativo que teria acabado de mudar a forma com que seus companheiros o enxergava a partir da aquisio do capote, mas sim sua reao prpria e de mudana para adquirir o novo casaco, j que havia sido difcil ter que aceitar que adquirisse outro capote, o que mudaria muito a sua vida e no estaria disposto a trazer mais uma mudana em sua vida.

Todas estas situaes foram ocasionadas, infelizmente por que Akaki no foi ouvido pelas autoridades, pois os rgos competentes que ele procurou para que fosse ouvido e assim fosse solucionado o problema, contudo, naquela sociedade injusta de estrutura hierarquizada em que a posio valia mais do que Naquela ocasio, em que tanto necessitava dos rgos competentes, para que pudessem interferir para poder trazer o seu Capote de volta, novamente sente-se discriminado e humilhado, que Akaki Akakivitch, de tanto passar frio sem o capote, acaba adoecendo e contraindo uma infeco na garganta que logo se agravou e o levou morte.

Talvez tenha sido a segunda morte de sua existncia, ao passo de considerar sua excluso da prpria sociedade em que vivia apenas como figura, no existia perante outros indivduos, ele venerava apenas os seus prprios valores, e isso o afastava ironicamente da sociedade.

O Autor nos leva criao do fantasma de Akaki Akakievitch, que aparece para buscar por justia, assombrando aqueles que no fizeram nada para encontrar quem roubou seu capote e tinham por obrigao tomar frente daquela situao recuperando o bem que mudou sua vida.

A morte de Akaki e seu reaparecimento como fantasma constituiu uma denncia sociedade, para demonstrar que talvez s num outro plano existisse possibilidade de resolver as situaes pendentes e mal resolvidas, sem que os cidados passem por humilhaes, preconceitos, discriminaes e busquem a justia, e a interpretao do que traz o bem estar e a convivncia pacfica na sociedade diante das autoridades que no cumprem as normas.

Na nossa constituio de 1988 constam os direitos e deveres, inclusive a quem recorrer caso sejam violados. Acreditamos que j havia leis naquela poca, para guardar os direitos dos russos, inclusive no caso de roubo ou furto, mas o que nos pareceu que Akaki no soube a quem procurar ou recorrer.

Observamos que aqui no Brasil ainda acontece que, apesar das leis e normas que nos mostram os direitos e deveres dos cidados ainda h pessoas que as desconhecem, aceitando viver em condies sub-humanas, ou em empregos que escravizam os funcionrios. Isso pode ocorrer devido s causas sociais, culturais e financeiras.

O que aconteceu tambm que quando Akaki necessitou de um posicionamento pela parte da administrao pblica a qual ele trabalhava e se dedicava integralmente com tanto prazer, se deparou com um imenso descaso em atend-lo. Ento ele teve a possibilidade de ver tambm o quanto era burocrtico buscar os seus direitos, e voltou ento, a ter aquela postura insignificante que tinha antes de possuir o capote.

No nosso pas tambm passamos por esta burocracia nos tempos de hoje. Sabemos que devemos recorrer polcia em caso de furto ou roubo. Contudo, com a imensa quantidade de roubos as delegacias esto quase sempre cheias, nos impossibilitando de possuir qualquer bem que tenha sido furtado. No entanto importante ressaltar a necessidade de registrarmos um boletim de ocorrncia, a partir do momento que o fazemos, estamos exercendo o nosso papel de cidado.

CONCLUSO

O livro apesar de ser pequeno, no demonstra uma linguagem de fcil compreenso na primeira leitura, mas sim ao longo da segunda leitura e atravs dos conhecimentos obtidos em sala de aula, torna-se interessante a partir do momento em que passamos a relacionar com a nossa rea do direito, seja atravs de leis, artigos ou fatos ocorridos.

Este trabalho nos proporcionou um olhar mais critico em relao a uma histria, que apesar dos anos, pode ser vista nos dias de hoje independente do tempo e do lugar que ocorreu. E como um nico texto pode proporcionar diferentes interpretaes a respeito, e a cada ser humano com o seu olhar crtico e subjetivo vai gradualmente construindo o seu conhecimento, mas no apenas o conhecimento que no se modifica.

Acreditamos que aps as diversas leituras que fizermos do capote, e dos informes que recebemos j temos uma noo de como o direito est presente em nossas vidas at mesmo nas situaes mais simples do dia-a-dia como vimos no livro apresentado.O texto nos mostrou tambm como o ser humano pode ser incrvel no que diz respeito s novas tecnologias e descobertas e ao mesmo tempo pode ser to perverso e cruel com as pessoas que esto ao seu redor.

No ambiente de trabalho como nos foi mostrado e vimos que por mais que haja hierarquias no existem pessoas melhores do que as outras, todos devem ter seus direitos assegurados e praticados e que existem outros valores muito mais importantes do que a maneira de se vestir ou os bens que possuem.

A literatura produzida passa a apresentar as caractersticas das concepes em voga nesse perodo: busca da objetividade, cr na razo e preocupa-se com o social. A essa tendncia, oposta ao idealismo romntico, d-se o nome de Realismo, estilo que pretende fixar-se no real e no homem comum, assoberbado por problemas prosaicos e rotineiros.

REFERNCIAS COMPLEMENTARES

Gogol, Nicolai. O Capote. Virtual Books Edio especial para distribuio pelaInternet atravs da Virtual Books: Download www.4shared.com.

CARPEAUX, Otto Maria. Histria da Literatura Universal: Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2012

HISTRIA DA RSSIA. In: WIKIPEDIA a enciclopdia livre. Disponvel em:. Acesso em: 10 jun.2012

RSSIA. In: WIKIPEDIA a enciclopdia livre. Disponvel em:. Acesso em: 10 jun. 2012.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

Pinsky, Jaime 12 Faces do Preconceito, Contexto 1999

ARIS, Philippe. Histria social da criana e da famlia. 2 ed., Rio de Janeiro: LTC,1981

Guimares, Antonio S. Alfredo. Preconceitos e Descriminao - EDITORA 34

Medeiros, Carlos Alberto - Racismo, Preconceito e Intolerncia - Atual Editora.

http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resenha-o-Capote/250974.htmlAcesso em 08 de Junho 2012.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htmAcesso em 08 de junho de 2012.

http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=102343Acesso em 08 de junho de 2012.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htmAcesso em 08 de junho de 2012.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htmAcesso em 08 de junho de 2012.

http://www.infoescola.com/filosofia/a-morte-na-filosofia-socratica/Acesso em 09 de junho de 2012.