o canon sob o olhar do leigo

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o Canon sob o olhar do leigo

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SO PAULO - UMESPFACULDADE DE TEOLOGIA Modalidade EADCURSO DE GRADUAO EM BACHAREL EM TEOLOGIA

Teologia (perodo 5)Mdulo: Exegese do Novo Testamento Metodologia e EvangelhosProfessores: Hugo Fonseca e Jorge Schtz

Gilvano Amorim Oliveira

O Canon do Novo Testamento sob o olhar do leigoReflexes de uma oficina laboratorial em uma comunidade de f

CAMPINAS2

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2014O Canon do Novo Testamento sob o olhar do leigoReflexes de uma oficina laboratorial em uma comunidade de fGilvano Amorim Oliveira[footnoteRef:1] [1: Aluno do Curso de Graduao em Teologia EAD. Polo Campinas. RA 207332. E-mail: [email protected]]

A Bblia um livro extraordinariamente maravilhoso. Pelo menos trs aspectos caracterizam-no com maravilhoso, a saber, sua perenidade na linha do tempo, a incrvel concordncia de seus livros entre si, ainda que de autorias diversas e distantes cronologicamente, e a forma como foi copilada. Neste ltimo sentido, em uma recente reunio do Ministrio de Crianas que lideramos em nossa comunidade eclesistica (Igreja gape), provocamos um brain-storm coletivo a partir da seguinte pergunta: - Como voc acha que o Novo Testamento foi formado e como foi o processo pelo qual chegou at voc? A proposta era de participao coletiva, com manifestao individual. Da enquete, onde guardamos, a princpio, posio silenciosa de moderador sem emitir opinio, decalcamos duas concluses. Em primeiro lugar, observamos uma ideia de sacro santidade material da Bblia, a ponto de um dos membros revelar textualmente que ... no descarta no lixo uma Bblia ainda que rasgada por serem santas suas pginas. Nesta linha de pensamento h um imaginrio mgico do surgimento transcendental da Bblia, a tal ponto que se exasperam, de certa forma, com a propositura de reflexo como esta. como se a perenidade da Bblia fosse tal que ela sempre existisse, uma forma grosseira de aproximao eternidade do criador (leitura nossa). Tambm ficou claro que boa parte do grupo tem uma ideia to vaga da formao e transmisso da Bblia, que podemos afirmar que nada sabem, de fato. Finalmente, alguns referiram que a Bblia foi copilada aps anlise quanto veracidade e autenticidade de textos antigos. Surgiu, este ponto, a figura dos livros apcrifos. Neste ponto, quando todos j haviam falado, passamos a construir juntos um pensamento coletivo conceitual do cnon do Novo Testamento. Estabeleceu-se que o conceito de Cnon do Novo Testamento o conjunto sistematizado de textos acerca da vida e obra de Jesus e de seus apstolos depois dele, at a gloriosa viso apocalptica de Joo. Este conjunto de textos teria passado por rigorosa anlise quanto autenticidade e veracidade. A grande discusso ficou por conta da forma desta anlise e de sua validade, j que foi feita por mo humanas. Dentre os critrios que foram aclarados e que guardam estreita relao com o texto proposto nesta atividade acadmica (estreita e curiosa, j que no conhecem o texto), foi mencionado que quanto mais completo no aspecto descritivo do evangelho mais confivel deve ter sido o texto; a apostolicidade surgiu quando se mencionou que testemunhas oculares so mais confiveis; a concordncia doutrinria foi a forma do grupo mencionar o critrio da ortodoxia; Curiosamente o grupo deixou de mencionar a catolicidade dos textos em sua viso leiga do cnon. Finalmente, o grande aspecto amplamente mencionado foi a inspirao divina dos textos. Foi deste ltimo aspecto que se destacou o mago da viso leiga do cnon do Novo Testamento. A natureza inspiracionista do Esprito Santo uma unanimidade. Na viso leiga de nossa comunidade pouco importa o processo histrico do cnon e seus personagens, o que importa que o cnon do Novo Testamento o produto da ao especfica do Esprito Santo que inspirou aqueles que estiveram bem prximos de Jesus e de seus apstolos, que o fez copilar atravs de homens sensveis sua voz, e que preserva a palavra de Deus ao longo das civilizaes e dos tempos.

Aspectos comparativos de Marcos, Lucas e Mateus:

MarcosMateus Lucas

Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhes e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaos, e os grilhes em migalhas, e ningum o podia amansar.Marcos 5:4E, tendo chegado ao outro lado, provncia dos gergesenos, saram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; to ferozes eram que ningum podia passar por aquele caminho.Mateus 8:28E, quando desceu para terra, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que desde muito tempo estava possesso de demnios, e no andava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros.Lucas 8:27

Destacamos uma passagem em que Jesus visita a terra dos Gadarenos e expulsa demnios. Notemos que Marcos menciona um nico homem e destaca que tem fora descomunal e ningum pode det-lo. J Mateus revela que se trata de dois homens. Marcos no menciona claramente de onde veio o homem, mas Mateus diz que saram dos sepulcros. Ainda que sem mencionar este detalhe, Marcos parece concordar, j que um homem to violento no deve ser citadino. No entanto, veja o que diz Lucas. Este autor refere que o homem veio da cidade! Sendo morador de sepulcros, teria feito uma incurso cidade? Lucas, afeito s descries mdicas, menciona que o homem vivia desnudo, o que seus colegas no mencionam.

BIBLIOGRAFIA:

BIBLIA. Portugus. Bblia Sagrada. Traduo de Joo Ferreira de Almeida. 3. Ed. Barueri: Sociedade Bblica do Brasil, 2003, Edio Revista e Corrigida do Brasil.BIGNON, Deivinson Gomes. Apostila introdutria de exegese do Novo Testamento. Disponvel em http://moodle.metodista.br/moodle.ead. ltimo acesso em 06/11/2014.