o caminho do escorpião

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O Caminho do Escorpio

Quo fcil corromper os homens, e quo difcil torn-los justos. Bayushi Tangen

O Escorpio HonestoO Leo estava perfeitamente convicto enquanto o restante de suas palavras ecoava pelas paredes da corte do Imperador. A Gara estava quieta, tentando evitar que a surpresa ou talvez o medo escapasse pelos seus semblantes. Um leve cochicho pode ter sido ouvido no canto onde Caranguejos e Unicrnios se sentavam, saboreando o suave sak da Gara. A Fnix e o Drago estavam esticos como sempre. Mas no canto onde mantos de preto e escarlate se reuniam, no havia risos, nem silncio estico; havia o apenas o pequeno farfalhar calmo de uma tempestade se formando. E tenho dito, exclamou o Leo, sua mo pendendo katana em seu obi. E direi de novo. Os Bayushi no so nada seno covardes, e se algum ousar me enfrentar, o provarei. Pois esta espada a espada de meu av o atravessar e nenhum sangue cair da ferida do Escorpio, apenas gua! O barulho da seda era o nico som na corte. Olhos corriam por sobre uma dzia de mscaras. O Leo permanecia, sua espada e seus braos prontos. Finalmente, uma simples figura caminhou do canto lotado. Ele era um Escorpio alto, e sua face estava escondida apenas por uma alta gola. Ele caminhou calmamente e sem pausa. Em seus mantos pretos e escarlates estava o mon do Campeo de Esmeralda, e em sua manga uma divisa indicando sua posio como Magistrado de Esmeralda. Assim que se aproximou, os outros Lees sussurraram seu nome. Ele continuou a caminhar pela corte, enquanto ouvia algum Gara sussurrar: Que solitrio; o nico Escorpio honesto. Ele parou perante o Leo precisamente para ver onde a espada de Matsu Ino o atacaria. Ino olhou direto para ele, seus olhos ardendo com fria. Ino-san, disse o Escorpio, sua voz parecendo um sussurro, mas ouvida em todo canto da vasta sala. Por que faz isso? Fora do meu caminho, Yojiro. Minha queixa no contra voc. O Escorpio mexeu sua cabea. Mas sou um Bayushi, Ino-san. Sua queixa contra mim. Mais importante ainda, contra minha famlia. O Leo mexeu sua cabea. No. Eu sei. Voc Escorpio apenas por nome. No como o resto. Yojiro respirou fundo. O conheo h muitos anos, Inosan. Voc no o faria sem razo. Ino sorriu levemente sob sua barba pesada. Tenho motivos. Me diga, disse Yojiro, sua voz to sedosa quanto a carcia de uma geisha. Diga-me seus motivos. O silncio preencheu os espaos vazios da sala novamente. Yojiro sentiu o ar sobre ele se comprimir enquanto os cortesos instintivamente caminhavam para frente, antecipando a resposta do Leo.

Pela primeira vez, os olhos de Ino deixaram os outros Escorpies e se viraram para uma dama meio escondida na sombra, de p exatamente ao lado do Trono de Esmeralda vazio. ela! ele exclamou, e Yojiro ouviu milhares de gargantas engasgarem. Ela a culpada! Yojiro caminhou de lado, se pondo entre Ino e o Trono. Cuidado, Ino-san, ele sussurrou. Voc tem sorte do Imperador no estar aqui hoje. Ofender sua mais favorita conselheira... No h ofensa se a acusao for verdadeira! Ino gritou sobre o ombro de Yojiro. Yojiro deu um largo passo para frente. Meu amigo, ele comeou, mas parou quando a mo e Ino retirou metade da espada de sua saya. O Escorpio olhou para o ao, ento olhou para o Leo. Gotas de suor caam do nariz de Ino. Seus olhos estavam selvagens. Foi ela quem disse que planejava usurpar meu senhor! Foi ela quem espalhou a mentira! Agora, ca dos favores de meu senhor! Ela a culpada! Yojiro respirou calmamente, Ino-san, veja onde est. Lembre-se de suas lies. Voc est em solo perigoso. No h nada a ser ganho aqui, e muito a ser perdido. Meu amor por meu senhor no ser comprometido! Nem ser ganho aqui, Ino-san. S ser ganho num outro dia. Ino olhou ao seu redor. Um a um, ele viu as faces chocadas que o cercavam. Ele viu seus olhos, e quase podia ouvir seus sussurros e saber seus pensamentos. Lentamente, ele comeou a perceber o que houve. Um pouco de sak demais, ele sussurrou. A sobrancelha de Yojiro se arqueou. O que disse, Inosan? O Leo curvou sua cabea em vergonha. Muito sak. Sabia que era forte. Ouvi palavras sussurradas, minha cabea estava nadando e meu temperamento fluiu. Trouxe vergonha minha famlia. Yojiro viu sua deixa. Ele caminhou para frente de novo, desta vez, prximo o bastante para tocar o brao da espada do Leo. Contenha seu ao. Voc no pode provar sua coragem aqui. Isto para outro dia. O Leo assentiu. Lentamente, Ino devolveu sua katana ao seu lugar de repouso. Nesta mesma noite, provarei minha coragem. Amanh. Agora repouse. Venha, sei aonde precisa ir. Yojiro sentiu a ira do Leo diminuir, e ele o levou embora da vasta cmara. Enquanto passavam pelo Trono de Esmeralda. O olhar de Yojiro caiu nas sombras e viu o sorriso dela. Ele assentiu. Sim, minha dama. Eu sei o que devo fazer. Que solitrio voc deve ser, disse Ino, recuperando seu treino de pensamento. Yojiro mexeu sua cabea. O que quer dizer? Ser o nico Escorpio honesto. Yojiro mexeu sua cabea. Solitrio no a palavra certa, meu amigo.

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Os sonhos de Ino mantinham seus olhos fechados. O doce aroma e gosto do sak o mantinham aquecido e mido. Seu corpo estava flutuando num grande, quente e purificador banho do qual ele nunca desejava acordar. Mas ento houve um grito. E ento a gritaria. Os sons de ps apressados. Ele sabia que deveria acordar, mas suas mos eram muito pesadas. E seus olhos no focavam. Sua boca estava seca e tinha o gosto e ovos podres. Suas pernas pareciam algas marinhas. Ele finalmente abriu seus olhos e quando acharam o foco, ele finalmente viu o que causou o grito. Uma porta se abriu, jorrando luz em seu campo de viso, cegando e queimando seus olhos. Uma voz, ento, chamou seu nome. De repente, sua mente acordou e ele viu...

Yojiro mandou seu yoriki passar por ele na sala pequena. Ele garantiu assim como eles que evitaria a poa de sangue que se espalhava pelo cho. A face de Ino foi corada pela surpresa. Ino olhou para suas mos, cobertas de sangue. Ele olhou para seu kimono, coberto de sangue. Ele olhou para seu senhor, coberto de sangue. E l, enfiada no pescoo do daimyo morto estava a ensangentada wakizashi de Matsu Ino. Tragam-no aqui, disse Yojiro enquanto Ino foi posto de p, seus olhos cheios de lgrimas. O Leo foi jogado aos ps do Escorpio enquanto o magistrado se ajoelhou em sua frente. Ino, meu amigo. Isso no parece bom para voc. Voc est soluando como uma garotinha. O Leo no podia fazer nada seno olhar por suas lgrimas para Yojiro. Whuh-whuh... Agora est gemendo como uma virgem em sua noite de npcias. O Leo olhou de volta para o corpo de seu senhor e uma nova onda de desespero correu por ele. Yojiro suspirou e falou de novo, soando como se estivesse consolando seu sobrinho predileto. Ino-san, no torne isso mais difcil do que j para mim. Uma repentina mudana de emoo caiu sobre o Leo, mas sua recm-achada raiva no era o bastante para ajudlo a achar sua fala perdida. Voc conhece meu dever, Ino-san. Jurei reforar a Lei do Imperador. Sou um magistrado do Campeo de Esmeralda, e tenho um dever ao ofcio que empenho.

O Leo estava mudo. Tudo que ele podia fazer era olhar friamente ao Escorpio. Ele no podia nem mesmo cuspir com a secura em sua boca. Agora me diga, Ino-san, voc se lembra de qualquer uma de suas atividades na ltima noite? O Leo continuou em silncio. Ino-san, voc um Leo. Sei que entende a lei. Silncio se iguala ao consentimento aos olhos do Campeo de Esmeralda. Ino manteve seu silncio, mas houve um momento de hesitao em seus olhos. Ele tentou escond-lo, mas Yojiro o viu. Ele era um Escorpio, afinal, treinado desde o nascimento para ver as fraquezas alheias. Ino-san, isto o que farei. Estou lhe contando tudo o que sei. Ento voc falar sobre o que sabe. Voc compreende? O assentir do Leo foi to solene quanto uma prece. Muito bem. Aqui est o que sei. Na ltima noite, sua furiosa demonstrao na corte me forou a remov-lo da sala do Trono. Voc e eu conversamos enquanto caminhvamos, e concordamos que deveramos falar no assunto em ambientes mais confortveis. Paramos numa casa de ch sua favorita, se bem me lembro e desfrutamos da companhia que encontramos l. Voc saiu com sua consorte e eu com a minha. Foi a ltima vez que te vi... At poucos momentos atrs. Sei que durante a refeio voc falou mal de seu senhor. Voc disse que foi ignorado promoo em mais de uma ocasio, e que seu senhor no o estava julgando corretamente. Assumi que o sak estava falando por voc, mas agora... Yojiro estendeu a mo desordem ensangentada atrs dele. Se soubesse que seu senhor estava aqui, na mesma casa de ch que ns, teria recomendado outra. Yojiro se aproximou do Leo. Diga-me, Ino-san. Digame porque voc escolheu esta casa de ch ao invs de uma outra qualquer. O furor nos olhos do Leo caiu sobre Yojiro, mas as perguntas continuaram. Caminhamos muito para chegar aqui. Passamos por talvez uma dzias de outras casas de ch. Voc escolheu uma em especial. Por qu? O Leo no disse nada. Yojiro voltou sua postura neutra. Muito bem, vamos continuar. Um grito me acordou de meu sono h alguns momentos. Peguei minha espada, desci o corredor correndo, disse minha consorte para chamar o magistrado local e seus yorikis. Quando chegamos, encontramos voc aqui nesta sala. Yojiro parou. Ele deixou suas palavras pairarem sobre a pequena sala. Ele deixou a antecipao do Leo durar um pouco mais, ento fez outra pergunta. Ino-san, voc pode honestamente me dizer que se lembra de no ter matado seu senhor? O Leo franziu-se, seus olhos confusos. Whuh... Voc se lembra de no ter matado seu senhor? Perguntou Yojiro, sua voz beirando uma exigncia. Eu no...

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Voc est ciente, por acaso, do fato de no matar seu senhor? uma pergunta simples. Responda sim ou no. O Leo estremeceu. Eu-Eu no... Sim ou no, Ino-san! Sim ou no! Ino mexeu sua cabea. Eu no sei... Yojiro se aproximou. Ento no pode me dizer que no foi voc quem o fez? Eu no matei meu senhor! O Leo gritou. Mas voc no sabe disso, sabe? Sim! Sim, eu sei. Eu no matei meu senhor! Voc no sabe disso, no ? Voc no pode me dizer, pode? A cabea de Ino balanava para cima e para baixo, suas lgrimas comeando de novo. SIM! Sim, eu posso! Eu sei que no o fiz! Voc se lembra de t-lo feito? No, disse Ino. No me lembro de t-lo feito. Feito o que, Ino-san? No me lembro de ter matado meu... Ino parou. Yojiro sorriu. Sinto muito por no se lembrar de te cometido tal ato, Ino-san. Um homem deve carregar o peso de seu crime aos seus ancestrais. No, espere! Yojiro o ignorou. Ele se virou para os yoriki. Levemno embora. Ele esperar pela permisso de Lorde Toturi, concedendo-o o direito ao seppuku. Os yorikis colocaram o Leo de p e o arrastaram. Yojiro se sentou calmamente enquanto ouvia o Leo gritar seu nome. Assim que a voz de Ino comeou a sumir ao longe, ele ouviu o Leo amaldioar sua famlia. Ele j tinha ouvido coisas piores.

Era como se as sombras tivessem sido feitas sob medida para ela. Como uma teia, elas acentuavam cada curva, escondendo o que precisava ser escondido, intensificando a beleza que j estava l. Quando ela andava, elas se moviam com ela, juntas num abrao escuro. Quando ela se moveu, seu kimono revelou um pouco, mas apenas o que ela queria. Ela se moveu pela sala e Yojiro sentiu seus olhos vagarem no cho. Ela a esposa de seu senhor, sua mente sussurrou, mas mesmo este pensamento no o ajudava. Com ela de costas para ele, ela sussurrou. Seus olhos exploram pelas suas mos, Yojiro. Seu olhar atirou-se de novo ao cho. Ele a ouviu se virar e caminhar em direo a ele, sua voz beira de um riso macio. No estou desacostumada com tal ocorrncia. Yojiro nada disse, mas observou ela se ajoelhar no palanque erguido diante dele. Meu marido no est aqui, Yojiro. Se estivesse, ele j teria matado o Leo. Fiz o que pude, Madame, disse Yojiro, curvando sua testa ao cho.

Matsu Ino pagou um preo alto por sua insolncia. No o bastante, Madame, disse Yojiro. A dama sorriu. Se fosse qualquer outro, Yojiro, diria que estaria usando uma mscara de falsa humildade. Ele ouviu o kimono dela farfalhar na fraca luz. Mas voc, o nico Escorpio honesto. Um ttulo que os Lees colocaram sobre mim, Madame. Voc o mereceu. Do canto do seu olho, Yojiro viu uma pequena caixa branca sair da manga do kimono dela. Venha e tome sua recompensa... Meu bravo campeo. Yojiro se curvou at embaixo novamente, ergueu-se e caminhou para frente, mantendo seu olhar no cho. Em suas mos ela tinha uma pequena caixa branca de papel dobrado. Yojiro curvou-se novamente e abriu suas mos. Ela ps a caixa em sua palma, os dedos dela correram por sua pele ao faz-lo. Meu presente, ela sussurrou. Os lbios de Yojiro se partiram, mas ela interrompeu. No se preocupe com etiqueta, Yojiro. Voc conhece meu corao. Ele hesitou, e ento curvou-se de novo. Como desejar, ele disse. Ele comeou a recuar, mas a ouviu falar, Abra-o. Yojiro engasgou. Madame, no ... Sua doce voz de repente se tornou fria como gua pura. Eu dito o que e o que no adequado, samurai. Ele parou, e a voz dela foi suave de novo. Abra. Yojiro no desobedeceria duas vezes. Ele desdobrou o papel, ainda em p diante dela. As dobras se abriram revelando papel de arroz... E um pequeno objeto prateado que ele no reconheceu. Chamam de tesouras, Yojiro, uma ferramenta que os Unicrnios usam para cortar. Elas foram um presente que recebi de... Um admirador. Ele curvou-se. Obrigado, minha lady. Este um timo... Este no o seu presente, Yojiro. Ela sorriu e se ps de p. Esta a chave para o seu presente. A mente de Yojiro comeou a correr. Ele sentiu sua pele esquentar sob seu kimono e ele imaginou se ela poderia ver. Claro que ela pode ver seu suor, seu tolo! Ele se xingou. Ele tentou reunir sua compostura e recuar um passo. Ela deu um passo para frente. Aqui est meu presente por vingar minha honra manchada. Yojiro deu outro passo para trs e ela deu outro passo para frente. Por fazer o dever de meu marido. Yojiro observou as mos delas abrirem o obi que estava to delicadamente amarrado em sua cintura. Os dedos dela o correram, desatando o n que o mantinha no lugar. Madame, eu no acho... Fique quieto, samurai. Eu lhe direi quando falar. Ela deu outro passo para frente, e ele recuou novamente. Fique parado, Yojiro, ela disse, sua voz to severa quanto ele nunca havia ouvido antes. Tenho algo que quero que faa.

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Yojiro parou, seu corao explodindo em seu peito. Ela a esposa de seu senhor, sua mente lhe disse repetidas vezes. Ela a esposa de seu senhor. Ela parou prxima a ele e ele sentiu a seda de seu kimono esbarrar no seu. Sua mandbula tremia, mas ele no podia achar vontade para par-la. Ele repentinamente percebeu que o obi dela estava desamarrado. Seu kimono levemente caindo de seus ombros. Ele piscou e ela disse, No. Mantenha seus olhos abertos. Ser perigoso se fech-los. Ela ergueu suas mos ao olhar dele e entrelaada em seus dedos estava a ponta de seu obi. Isto dar um bom n, ela sussurrou por seu sorriso. Madame, eu... Shhh, Yojiro. S faa o que eu lhe disser. Voc conhece o preo pela desobedincia. Seus dedos puxaram a ponta e ele jurou que sentiu seu corao parar de bater. Mas tambm h um preo pela lealdade, no h? Yojiro assentiu. Bom, ela sussurrou. Nada mais valioso para nosso cl que lealdade, Yojiro. Ela pegou a ponta e a tranou em seu cabelo... Deixe os Lees terem sua honra. Isso os torna previsveis. Yojiro olhou o fio e seu cabelo comearem a se misturar em seus dedos rpidos... E deixe a Fnix ter seu conhecimento. Um livro no lhes pode ensinar dor. O preto e vermelho se misturando... A gara cega por seu orgulho. Fazendo um padro... O Caranguejo acha que fora a chave, mas se requer mais do que fora para nadar. No, no um padro, mas uma teia... Os enigmas contraditrios de um Drago s servem para confundi-lo. Uma delicada teia de escurido e sangue... E o Unicrnio... Ela gargalhou. Quem se importa com o que o Unicrnio pensa? Ela se afastou dele, a longa trana danando em seus dedos. Tudo que eles tm so brinquedos maravilhosos. Yojiro piscou, como se tivesse sido repentinamente liberto de um feitio. Ele olhou para a tesoura em suas mos e para cima de novo. Pegue o que merece, Yojiro. Este meu presente. Meu presente para meu campeo. Levou muitos momentos para que ele o fizesse, mas quando finalmente juntou a coragem, ele elevou a tesoura trana. Ento, num simples momento de ousadia que ele nunca entenderia, ele olhou para os olhos dela e baixou as lminas.

ajudar um Mestre de Jogo a expressar suas prprias vises do mais astuto cl de Rokugan. Os Escorpies tambm podem ser chamados do Cl mais vilanizado, pois so a mo de trs do Imperador, que desempenham todos os deveres que o Imperador considera necessrios, porm vergonhosos. Enquanto l, voc descobrir algumas das mais perigosas e feias verdades sobre Rokugan, mas lembre-se, tudo aqui est contado do ponto de vista Escorpio, ento tenha uma dose de bom senso.

Como Usar Este LivroAntes de mais nada, como em todos os nossos suplementos, no queremos ser a palavra final a respeito do Cl Escorpio. Como sempre, o Mestre de Jogo sempre tem a autoridade final sobre os assuntos do jogo. Se sua viso do Escorpio no se encaixa na nossa, espere algumas diferenas entre o que voc achar aqui e o que voc acha nas sombras. O primeiro captulo contm pequenas histrias sobre o Escorpio, lhe mostrando como eles lidam com os outros Cls. Esperamos que isto lhe d uma noo melhor da filosofia Escorpio e da perigosa arte da diplomacia Escorpio. O segundo captulo contm informao e histria sobre as diferentes famlias do Cl Escorpio, incluindo os panos de fundo das famlias Bayushi, Shosuro e Soshi. O terceiro captulo contm as regras que voc precisar para criar um personagem Escorpio, incluindo os Atores Shosuro e os Cortesos Bayushi. O quarto captulo detalha os Escorpies mais importantes (alm dos jogadores Escorpies, bvio), incluindo seus Atributos e Percias. O quinto captulo lista cinco personagens prontos para jogar. Tudo que voc tem a fazer fotocopiar a ficha de personagem do livro e voc est pronto para jogar. Por fim, inclumos uma srie de apndices que detalham informaes que so relevantes aos Escorpies, incluindo venenos, o castelo e terras Bayushi, e a magia das sombras Soshi. Um desses apndices aborda os ninjas de Rokugan. Se voc no um Escorpio um MJ, voc talvez queira deixa essa seo intocada. Ns deliberadamente nos afastamos de criar algum tipo de rvore genealgica para o Cl Escorpio. difcil colocar os personagens numa ancestralidade predefinida, ento deixamos o MJ livre para criar suas prprias rvores genealgicas. Porm, inclumos alguns Escorpies famosos nas barras laterais deste livro. Se uma delas lhe agradar, voc pode compr-lo (a) como ancestral pelos Pontos de Personagem listados. Tirar a mscara do Escorpio olhar para a verdadeira face de Rokugan. Dizem que o Escorpio apenas mostra sua face para aqueles que esto prestes a matar, para que eles carreguem a memria de seu assassino para o almvida. Dizem (os poetas Escorpies, claro) que um Escorpio s mostra sua face para quem ele realmente ama. Voc est prestes a ver a verdadeira face do Escorpio. Melhor saber quem seu amigo.

Bem-vindo ao quinto livro de nossa srie Caminho dos Cls. Caminho do Escorpio um livro projetado para

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Captulo Um: O Sutil EscorpioDos Dirios de Matsu Sanuro(Sanuro era primo de Matsu Sinoku, uma dramaturga Leo. A me de Sinoku era uma Escorpio, e apesar dela creditar sua me pela sua percia com a pena, ela nunca foi membro de confiana da famlia. Sua ltima pea, Misericrdia, talvez tenha sido sua mais poderosa obra. S foi encenada uma vez, e as conseqncias da noite foram gravadas no dirio de seu primo...) Na ltima noite testemunhei algo que nunca esquecerei. Assisti noite de abertura da pea de minha prima, Misericrdia. Rezo para que enquanto escrevo, encontre foras para impedir as lgrimas de carem na tinta fresca para que minhas palavras possam ser lidas, e os eventos da noite passada lembrados. Sentei-me no teatro Akodo e me preparei para a noite lendo o texto. Vi que minha prima havia escolhido o conto que ela demorou muitos e muitos anos para escrever. Era o conto de Matsu Uji, um jovem heri de notvel coragem, fora e perspiccia; um conto que todo Leo saberia de cor. Seria uma pea trgica, pois o jovem daimyo era um homem de paixes que se casou com uma linda Escorpio, no por amor, mas por dever. A noiva Escorpio confabulou com o karo de Uji, Sanjuro, para assassinar seu marido e tomar o Cl. Claro, todo o romance termina com um massacre e o elenco caindo em poas de sangue. considerada uma lio de humildade, honra e lealdade. Assim que o teatro se escureceu, senti a ansiedade revolver minha barriga. Observei a subida da cortina, mas continuei quieto. Ento, ouvi um calmo passo ao meu lado, e vi uma bela mulher caminhar pelo pblico em direo ao palco. Ela subiu os degraus, se virou para ns, e desferiu um monlogo que jamais esquecerei... Boa noite, amados irmos e irms. Esta noite, vocs sero testemunhas de uma tragdia. A Tragdia de Matsu Uji, como foi chamada. Mas esta noite, ela tem um nome diferente, e com um novo nome, vem uma nova lio. Meu nome Shosuro Sushanume, e sou a noiva Escorpio de Matsu Uji. Sou a vil, a sedutora, a traidora. Seduzirei o karo de Uji, e enquanto ele cai em meus braos, o persuadirei traio e assassinato. E enquanto ele ser seduzido, meus irmos e irms, vocs tambm sero. E assim que meu marido for assassinado, vocs tambm sero. Pois a verdadeira morte que traz nova luz aos nossos olhos, ento que vossos olhos estejam abertos. Armem-se agora.

Pois assassinato meu motivo. E palavras, o meu veneno. A cortina se ergueu ento, e ela caminhou pelo palco, apresentando o elenco da tragdia. Ela comeou com seu marido, falando de sua natureza enquanto ouvamos, e ele fazia seu caminho, alheio nossa observao e s palavras da Shosuro. Aqui est meu marido, Matsu Uji. Olhem para ele. Orgulhoso. Forte. Corajoso. Um verdadeiro Leo. Mas onde est sua compaixo? Onde est sua astcia? Seu orgulho e coragem o reduziram a um fraco, apagado e ofuscado resto do que ele j foi. Ele um Leo. Leal aos seus companheiros e fiel sua palavra. Mas quando o sol se pe e a fria noite caminha pela terra, aonde ele vai? Para o conforto de sua cama? Para o conforto de sua esposa? No. Ele acha o conforto nos braos de outra. E outra, e outra. E eu fico em casa, esperando pelo seu retorno. Toda noite que ele passa longe de sua cama matrimonial uma traio. Achei solido nos braos de algum. Isto traio, pois sou uma Escorpio e meu corao negro; pois no procuro conforto nos braos de outro, mas vingana. Ele encontrou conforto nos braos de muitas. Mas isto no traio, pois seu corao o de um Leo. E estou certa de que enquanto seu corpo se deita com outra, seu corao est comigo, e por eu ser fraca, no encontro satisfao neste sentimento. A pea continuou. Ela apresentou cada um dos personagens, e em cada um, vamos caricaturas das virtudes que aprendemos a reverenciar. Um homem corajoso era cegamente irracional. Um homem temperado era temeroso pela falha. Um homem idealista era tolo e no podia ver a verdade nem se estivesse sentada em seu nariz. Enquanto a pea continuava, vi os eventos que conhecia de corao como vistos pelos olhos dela. Vi o temperamento de Uji e sua ignorncia. Vi sua insensatez nublar seu julgamento e vi sua calnia mulher que s queria um pouco de compaixo. Vi o karo Sanjuro jovem, belo e apaixonado cair afoitamente nos braos da linda Escorpio. Ento, quando Sushanume soltou seu longo e belo cabelo, o vi confessar seu dio ao seu senhor, e como ele aumentava quando observava Uji ofend-la dia aps dia, ento fugia aos braos convidativos das geishas. Enquanto Sushanume estocava seu fogo por vingana, vi seu astuto esquema comear a tomar forma, e por um momento, meu corao se apressou na nsia de ver o desfecho. Ento, vi a dama de confiana que descobre a traio da Escorpio, e vi seu olhar sobre a beleza de Sushanume com olhos de inveja. Ela lambeu seus lbios com o pensamento

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de enganar uma Escorpio, especialmente Sushanume, que obviamente no merecia a beleza com a qual nasceu. Finalmente, o duelo. Vi Sanjuro sacar ao contra seu senhor, a fria contida de Uji ao pensar que sua esposa e seu karo traram sua confiana. E no fundo de minha mente, me ouvi dizer Se voc no tivesse sido to frio com ela, e se voc tivesse mostrado a ele a honra que ele merecia... O duelo comeou e quando a espada de Sanjuro derrubou seu senhor, seus olhos chorosos se viraram para Sushanume e seu ao cortou por sua pele tambm. Ento, o jovem karo caiu sobre sua prpria espada, com a morte o seguindo instantaneamente. Sangrando no cho, o marido e a esposa se olharam, a vida escorrendo deles a cada respirao. Calmamente, Uji perguntou, Por qu? Por que me traiu? Apesar da dor, Sushanume sorriu. Se tivesse sido um homem melhor, no precisaria perguntar. Ela tossiu por um momento, e ento disse, Ento novamente, se voc tivesse sido um homem melhor... E com essas palavras, Shosuro Sushanume morreu. As luzes se acenderam no paralisado e silencioso teatro. Achei lgrimas em minha face. Mas no eram lgrimas por Uji. Eram lgrimas por Sushanume. Houve um movimento repentino nos lugares minha frente, e meu foco o seguir. Akodo Kuinjin saltou de com sua katana em mos, se pondo diante de minha prima Sinoku. Antes que algum se movesse, a espada cortou Sinoku, a matando imediatamente. Ento, sua ira subiu ao palco enquanto sua espada cortava pelos atores aterrorizados, um a um. Finalmente, ele se virou ao pblico, seus olhos cheios de fria. Mas quando ele falou, sua voz era calma e clida, como um dia de vero ensolarado. Esta pea nunca ser encenada de novo, ele suspirou. Embainhou a espada e caminhou do teatro sem olhar para trs. O nome de minha prima foi apagado dos livros de histria. Todas as cpias de sua pea foram destrudas. Todas elas menos uma que ela enviou para mim na manh de seu ltimo dia. Chegou esta manh. A li agora. No posso conter as lgrimas.

Cartas de Daidoji Kukojin a Doji YabuStimo dia do Castor, Terceiro Ano de Hantei XVII Tivemos sucesso! Nossa estratgia funcionou perfeitamente e o castelo de Bayushi Uduwara pertence Gara. O prprio Uduwara foi morto em batalha, mas capturamos sua esposa e seus dois filhos. Planejo me mover em direo a Shiro no Shosuro ao amanhecer. Enquanto no espero receber um resgate (tal coisa para inaptos), suspeito que os diplomatas deles na corte estaro chegando pela semana que vem, o que far as negociaes muito mais simples. Meu senhor, estou certo de que quando a neve cair nos muros de sua casa, lhe enviarei uma carta, confirmando nossa vitria sobre nossos traioeiros primos, removendo seus maus feitos de Rokugan para sempre. Nono dia do Castor, Terceiro ano de Hantei XVII Os ltimos dois dias se provaram altamente educativos. Passei o tempo conversando com Lady Shosuro, aprendendo sobre o esprito Escorpio. Ela me implorou pela vida dos seus dois filhos, dizendo que daria qualquer coisa pela garantia da segurana deles. Qualquer coisa? Perguntei, falhando em esconder o meu sorriso. Qualquer coisa, ela repetiu, seus olhos brilhavam com desespero. Posso lhe dizer uma coisa com certeza, meu senhor. O Escorpio certamente sabe como educar suas mulheres. Dcimo Quinto dia do Castor, Terceiro Ano de Hantei XVII Neste dia, meu ltimo dia no mundo, espero que esta carta ensine aos outros os erros de minha fraqueza e negligncia. Ontem chegamos s colinas de Shiro no Shosuro. Arqueiros estavam nos parapeitos esperando para que nos movssemos ao seu alcance. Meus tenentes e eu seguimos adiante, trs Escorpies lideravam o caminho. Assim que nos aproximamos dos muros, vi os oficiais do Escorpio correndo para o comandante, informando de nossos hspedes capturados. E enquanto eles estavam seguros atrs de seus muros, pude ver o medo encher seus olhos enquanto nos aproximvamos com a esposa e filhos do grande lorde do seu Cl. Novamente ela se virou para mim, implorando pela vida de seus filhos. Por favor, ela disse, seus olhos vermelhos e sua voz trmula. Deixe-me falar com o senhor do castelo. Ele nunca o ouvir. Tenho... Alguma influncia com ele. A sugesto dela me fez sorrir. Ele no me ouvir? A cabea dele mexeu. No. Ele se recusar a negociar. Por favor. No quero ver o sangue de meus filhos derramado em minha terra natal. Pensei por um momento, ento concordei. A alegria a tomou, ela caiu aos meus ps, beijando meus calcanhares. Ento ela se ps de p e correu ao castelo, os portes se

JunshinJunshin significa puro de corao, mas ao que concerne ao Escorpio, significa no do sangue. Desde que o resto de Rokugan considera o termo um elogio, Escorpies o suam muito em pblico tambm, porm, nenhum Escorpio seria to vulgar de usar o termo como um insulto casual; isso arruinaria o jogo.

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abriram inteiros para ela. Estava certo de que nossa vitria estava garantida. Ento, momentos depois, ela apareceu no muro, chamando pelo meu nome. Gara tolo! Ela me chamou. Observe com cuidado. De repente, um muro de flechas caiu sobre ns, atravessando meus tenentes e os corpos dos filhos dela. Eles gritaram enquanto caam, olhando para sua me. Eu olhei tambm, no percebendo at que fosse tarde demais que uma flecha me acertara. Olhe aqui, Gara! Ela gritou para mim enquanto olhava aos intrigados e ensangentados corpos de seus filhos. Olhe aqui! Seus filhos... Comecei, mas ela me interrompeu com uma gargalhada to fria quanto uma espada. Posso ter outros. Vi o sorriso dela crescer lentamente em seus lbios. De fato, eu j tenho. Enquanto ela continuava, senti minha pele se arrepiar. E quando ele estiver crescido o bastante, direi a ele sobre seu pai, seu pai de fraca vontade e tolo. Ele crescer de menino para homem, e rechearei seu crescimento com dio e desejo. Seu dio ser por voc, casado com o desejo de ver seu sangue cair em sua terra natal. Me senti assentir lentamente quando a realizao veio sobre mim. A ltima coisa que ver ser os olhos do seu filho enquanto ele corta seu velho e decrpito corpo em dois e os muros de sua terra natal queimaro e cairo sobre voc. Esta minha vingana, Kukojin. Uma vingana que lhe assombrar at que seu filho o abrace... Com sangue e ao. Enquanto ela se retirava para trs do muro, ouvi meu exrcito gritando por minha ateno. Me virei, a viso dela rindo de minha loucura possuindo cada pensamento meu. Mas ento, vi minhas tropas, cercadas por dois poderosos exrcitos do Escorpio que nos superavam em ao menos dois para um, ento soube que s havia um recurso. E assim, com esta carta, lhe digo que s posso achar paz na ponta da espada de meu pai. No h outro meio de apagar minha vergonha. Estou incerto se mesmo este ato bastar. Descobrirei a verdade em breve. Muito mais brevemente do que jamais suspeitei.

Do Famoso Romance de Kakita Ryoku, InvernoFui eu quem fiz a pergunta, e hoje desejo no t-la feito. Tinha minha conscincia sobre mim, teria compreendido as conseqncias de minhas aes, mas o sak em meu ventre fez meus pensamentos inconstantes, e devo admitir estar cercada pelos mais poderosos homens de Rokugan no ajudava nesta situao. Ento, perguntei. Qual a mais importante virtude que um samurai pode possuir? Claro, todos se viraram para prestar ateno quando me referi sala. O primeiro a responder foi Hida Junuro, o

daimyo do Caranguejo. Seus grandes braos sempre faziam minha cabea nadar. Fora! Ele gritou. Pois um homem fraco no um homem afinal. Muitos na sala assentiram calmamente, mas Akodo Kyuinjin foi o prximo. Coragem, ele disse calmamente. Pois mesmo se um homem forte, se ele for um covarde, sua fora para nada servir alm de voar. Muitos mais assentiram sabedoria do Akodo, mas quando o Unicrnio falou, no houve nada alm de silncio. Desenvoltura, eu creio, disse o jovem Shinjo Yuni. Fora e coragem so boas e fazem bem, mas se um homem no pode pensar, ele no pode fazer uso de qualquer uma dessas virtudes. E ento de repente, uma calma voz falou da multido. Quase no a ouvi de to suave que disse, Lealdade. Todos se viraram para ver Bayushi Ujiro de p no canto, pegando dos frescos sashimis na mesa. Pois se um homem no leal, todas essas virtudes servem ao inimigo. Houve um momento de tenso que encheu a sala, enquanto cada um dos daimyos, um a um, assentiram em aceitao. O ltimo a concordar claro foi o Caranguejo. Bah! Ele disse atravs de sua grande barba. O que um Escorpio sabe de lealdade? A risada foi um pouco mais alta do que eu estava habituada, mas me lembro de minha ama me ensinando que traz muita m sorte rir de um Escorpio. Ujiro sorriu sob sua mscara uma bela mscara ondulada de fumaa e fogo que revelavam apenas seus olhos e seus lbios e caminhou para encarar o Caranguejo. Gostaria de pr esta queixa prova? Devo dizer que Hida Junuro fez Ujiro parecer um pouco pequeno, mas o Escorpio no recuou. O Caranguejo olhou para o Escorpio e disse, Um simples Caranguejo vale mil Escorpies em qualquer dia. Ujiro assentiu. Talvez nas Terras Sombrias. Ele se virou e deu trs passos, ento se virou ao Caranguejo de novo. Mas no aqui. Aqui nossa amavelmente receptiva corte de inverno. Ele disparou um daqueles brilhantes sorrisos para mim, e corei com o pensamento do que estaria por debaixo daquela mscara. Muito bem, vamos testar nossos samurais, ento? Ujiro andou pela sala, seus mantos escarlates danando sobre ele como a fumaa ardente de sua mscara. Quem quer testar seus samurais contra os meus? Qual ser o teste? Perguntou Shinjo Yuni. Lealdade, claro, respondeu Ujiro. No essa a mais valiosa das virtudes? Ujiro direcionou a pergunta para Akodo Kyuinjin. Um sbio movimento, pois ele j sabia a resposta do Leo. A lealdade de um Leo incondicional. Assim ouvi dizer, disse Ujiro, sua voz salpicada por um leve sarcasmo. Mas vocs querem coloc-los no teste?

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Eu vou, disse o Caranguejo. Assim como eu, disse o Unicrnio. Mas o Leo olhou Ujiro com curiosidade, suspeitando (suponho) de que algo estava faltando. No hesite muito, Akodo-san. Lady Ryoko est olhando, afinal. Ele se virou para mim ento, seu diablico sorriso brilhando luz das velas. E voc estar escrevendo tudo isso em seu dirio, no estar, Madame? Eu sorri. Com certeza estarei. Ele passou por mim, e ento, retornando ao outro daimyo. Vocs ouviram, meus amigos. Todos sabemos que a boa Lady estar publicando seu dirio na primavera. No queremos o resto de Rokugan nos vendo como tolos... Ele pausou perante Akodo Kyuinjin. ... No ? Meus samurais no tm nada a provar, disse Kyuinjin. Ujiro curvou-se a Kyuinjin. Muito bem. Ouvi que um Leo vive por suas aes... E no por suas palavras. Kyuinjin assentiu. Hai. Muito bem. Vamos ver se as aes de seus yojimbos vivem por suas palavras. O Leo hesitou e, por um momento, pensei ter visto sua mo indo em direo sua wakizashi. Ento, ele se curvou levemente e disse rapidamente, Muito bem. Excelente! Ujiro rapidamente levou os outros cortesos para o outro lado da sala e alinhou os daimyos contra a parede de frente porta. Ento aqui est nosso desafio. Chamaremos nossos yojimbos para a sala. Ento, lhes daremos um comando. Que comando ser? Perguntei, deliciada em ver tal jogo em minha corte. Ujiro sorriu. Demonstrarei com meu prprio yojimbo, Shunsen. Ento, cada um de vocs far o mesmo. O yojimbo que hesitar ou questionar o comando de seu senhor ser desqualificado. Estamos de acordo? Os outros daimyos assentiram, mas Kyuinjin assentiu por ltimo. Muito bem. Que o jogo comece! Ele se virou para mim. Minha lady, ele disse numa delicada e doce voz, faria a gentileza de chamar Shunsen sala? Assenti e caminhei porta do cmodo. Do lado de fora, os yojimbos de cada um dos daimyos se ajoelhavam sobre almofadas e comiam arroz. Shunsen, eu disse, e o Escorpio abaixou seu arroz, correu aos meus ps e se curvou at embaixo. Seu senhor requisita sua presena. Shunsen curvou-se rapidamente para mim e correu sala se ajoelhando aos ps de seu daimyo. O tempo entre o momento que Shunsen caiu de joelhos ao momento que Ujiro deu o comando foi de apenas uma respirao, mas neste simples sopro, uma lenta realizao veio a mim. Olhei para os outros daimyos e vi puro contentamento nos olhos deles. Senti meu corao correndo com a excitao do jogo. Senti o frio ar de inverno em meu nariz e contra meus dentes. Ento, olhei para Ujiro. O Escorpio no estava olhando para seu yojimbo. Seus olhos estavam fixos em mim. Vi aqueles olhos, e de repente, pude ouvir sua voz como se estivesse do meu lado.

Lembre-se disso, minha Lady. Lembre-se disso. De repente percebi o que estava prestes a acontecer. Foi como um pesadelo. Minha voz se prendeu em minha garganta e mundo se desacelerou. No podia me mover. Tudo que podia fazer era assistir Ujiro dar seu comando enquanto seus olhos ficaram fixos aos meus. Shunsen, ele disse. Meu senhor? Mate-me. O Escorpio no pausou. Sim, meu senhor. Sua katana saiu de sua saya e atravessou Ujiro antes que pudesse sequer pensar em se mover. O corpo do Escorpio caiu no cho, seu sangue espirrou sobre os outros daimyos. Ento, novamente sem pausa, Shunsen caiu de joelhos, jogou sua katana no cho com fora, puxou sua wakizashi e caiu sobre ela. Momentos depois que o yojimbo parou de agonizar, os gritos comearam. Os outros daimyos ficaram parados, seus olhos no cadver do Escorpio que ainda sangrava. E ento meu raciocnio voltou para mim, e s podia pensar em duas coisas. A primeira era a voz de Ujiro, me dizendo para me lembrar. E a segunda era que foi a minha pergunta que foi a causa de sua morte.

Do Livro de Bayushi Namaru, Promessa de BayushiNas sombras, Bayushi estava perfeitamente plcido e sentado. Em suas mos estava a carta escrita com apressada caligrafia, pedindo sua audincia e discrio. Seu irmo estava sentado diante dele, seus olhos cheios com a luz da nsia. Bayushi olhou para a carta de novo, lendo as palavras dela. Ento, ele olhou para seu irmo, seus lbios se partindo apenas num momento. O que voc me pede, disse Bayushi, sua voz um sussurro nas trevas, para sacrificar meu nome e os nomes de todos aqueles que me seguem. Ele se levantou, caminhou pela pequena sala, sua cabea pendendo com o peso da deciso. No h outro que possa fazer o que te peo, meu irmo. Bayushi olhou para seu irmo enquanto ele falava. Ele continuou. No posso pedir a Akodo. Ele no tem a coragem. No posso pedir a Doji. Ela muito refinada. No posso pedir a Hida. Ele est obcecado por sua muralha. No posso pedir a Shiba. Sua mente no to prtica. Shinjo se foi para as montanhas, mas ainda assim, o corao dela muito meigo para tal trabalho. E quanto a Togashi? Perguntou Bayushi. O Imperador hesitou. No. Porque... Porque no confio nele. Bayushi assentiu. Nem eu.

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O silncio caiu ente os dois irmos e Bayushi se ajoelhou nas sombras de novo. Voc o nico, Bayushi. O Imperador se ajoelhou para frente. O nico em quem confio para fazer tal trabalho. To vil, contemplativo trabalho. Bayushi assentiu. Compreendo. Ele se levantou e caminhou at seu irmo. Eu aceito. Ele entregou a carta a seu irmo, mas a jogou para ele ao faz-lo. Serei o seu vilo, Hantei. Ele pausou. Mas se voc me trair... Ele pausou novamente. Nunca nos enfrentamos no torneio, irmo... Comeou Bayushi. Hantei terminou. E rezo para nunca nos encontremos.

Aula de NataoA pequena histria do sapo e do escorpio fala muito sobre a filosofia do Cl Escorpio. A primeira lio envolve a narrao da histria de Shinsei. Bayushi assume que j sabe o final, mas o final surpreendente de Shinsei apresenta o poder de confundir um oponente com sua prpria certeza. A segunda lio vem com o ataque que Bayushi recebe. Novamente, uma outra lio talvez a mais dolorosa sobre certeza. Shinsei olhou nos olhos de Bayushi e viu que ele aprendeu um dos maiores segredos da histria, mas ainda h mais para aprender. E de fato, a lio de Shinsei poderia ser sumarizada com uma simples sentena que pode ser encontrada na edio da Fnix do Tao de Shinsei: Quando voc est certo de que aprendeu tudo que h para ser aprendido, voc falhou. A terceira lio sobre a considerao de Shinsei sobre mentirosos e a mscara de Bayushi. Sua face me disse uma coisa e seus olhos me disseram outra, uma das mais importantes lies na histria. Bayushi usa a mscara para esconder sua face, assim, s seus olhos esto visveis. Como se diz Os olhos de um homem so as janelas de sua alma. Isto indubitavelmente um raciocnio Escorpio. Uma das primeiras lies que bushis Escorpio aprendem como mentir com seus olhos. A ltima lio a falha intencional no torneio. Ao no derrotar seu irmo Shiba, ele estabeleceu expectativas para seu irmo, e talvez, seus outros irmos e irms tambm. Ele estabeleceu uma impresso de fraqueza. Os astutos truques de Bayushi foram o bastante para derrotar Shinjo, mas no Shiba.

O conto do nascimento do Cl Escorpio foi contado sete vezes na histria de Rokugan, mas a narrativa mais perturbadora est no livro de Bayushi Namaru, Promessa de Bayushi. Nele, ela d uma perspectiva no tradicional no acordo de Bayushi para servir como mestre de espionagem de Hantei. Daimyos do Escorpio derivam sua ancestralidade de Bayushi, Filho do Sol e da Lua, e irmo de Hantei, o primeiro Imperador de Rokugan. Outros membros do cl derivam sua linhagem de Shosuro, Soshi e Yogo, os trs mortais que escolheram seguir Bayushi s colinas no centro de Rokugan. A famlia Yogo cumpre a obrigao do Escorpio de esconder e proteger as doze escrituras negras que foram a runa de Fu Leng. A famlia Soshi formada de mestres de um tipo nico de feitiaria chamada Shinobi, enquanto os Shosuro servem como infiltradores e assassinos, calmamente removendo ameaas ao cl e seus aliados. Por fim, os Bayushi servem como a face do Escorpio. Eles mantm a reputao que o Escorpio lutou dificilmente por muito tempo para desenvolver, de ardilosa, mentirosa e indigna escria. Isto tambm muito perigoso. Especialmente quando h um samurai se escondendo sobre esta falsa vilania. E, coletivamente, eles continuam a ajudar a perpetuar a maior falsidade da histria de Rokugan.

Os NinjasPor mil anos, histrias de ninjas foram tecidas na tapearia folclrica de Rokugan. Detestados como supersties camponesas pela maioria dos samurais, outros suspeitam que possa haver alguma verdade nos contos agrestes de espies trajados de sombras que podem desaparecer vista, escalar altas paredes e matar sem fazer som. Todos sabem que os ninjas comearam como Escorpies, mas muitos especulam que os ninjas cresceram alm da habilidade do Escorpio de control-los. Nem todas as histrias de ninjas so verdadeiras, mas tambm nem todas so falsas. A verdade mais profunda e mais lcida que qualquer um suspeita.

O Sapo e o Escorpio Uma Histria Contada por Bayushi GuwahimeEsta uma velha histria; uma das mais antigas, de fato. a primeira histria que aprendi, e lhes contarei agora. Dizem que quando os Filhos do Sol e da Lua organizaram um grande torneio para ver quem governaria, Bayushi ficou e observou seus irmos e irms lutarem, e viu Shinsei se aproximar dele. Bayushi disse, Pequeno mestre, tenho uma pergunta para voc. Shinsei nada disse, concentrado no torneio. Bayushi continuou. Espero vencer o torneio, mas no sei se minha estratgia me levar at l.

Os Filhos de BayushiDe todos os cls de Rokugan, o mais vilanizado o Escorpio. Quase toda cano e histria encenam o Escorpio como vilo. Eles so retratados como mentirosos, assassinos e covardes. Todo samurai em Rokugan sabe a verdade: um Escorpio nunca enfrenta o olhar de um homem honesto sem piscar. Nada poderia estar mais longe da verdade.

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H mais de um meio de se vencer o torneio, disse Shinsei. Bayushi se sentou prximo a Shinsei e disse, Digame. Shinsei assentiu e comeou. Havia um pequeno sapo que vivia beira do rio. Um dia um escorpio passou por ali e pediu para o pequeno sapo que o carregasse pelo rio. Bayushi sorriu. Conheo a histria, pequeno mestre. Shinsei franziu-se. Tem certeza? Ele esperou um momento, ainda olhando o torneio. Bayushi ficou em silncio e esperou que ele continuasse. O escorpio disse ao sapo, Carregue-me pelo rio. O sapo disse, No. Pois se o fizer, voc me picar. O escorpio disse, No irei, pois se o fizer, nos afogaremos. Bayushi assentiu impacientemente. Sim, sim. J ouvi a histria. Shinsei franziu-se de novo. Tem certeza? Ele esperou um momento, ainda observando o torneio. Bayushi ficou em silncio de novo e esperou que ele continuasse. O sapo viu sabedoria nas palavras do escorpio, e ento deixou ele montar em suas costas e comeou a nadar pelo rio. Na metade do caminho, ele sentiu uma ferroada dolorosa em suas costas... Sim, sim! Conheo esta histria! Exclamou Bayushi. Finalmente, Shinsei se virou do torneio e olhou nos olhos de Bayushi. Bayushi ficou em silncio. Me desculpe, pequeno mestre. Por favor, continue.

Shinsei voltou seus olhos ao torneio. O sapo sentiu o veneno do escorpio fluir em seu corao, e enquanto a morte chegava a ele, os dois comearam a se afundar na gua fria. Shinsei pausou por um momento, mas Bayushi continuou quieto. Antes que seu nariz afundasse nas guas, o sapo disse, Escorpio, agora ns dois nos afogaremos! Mas o escorpio sorriu... Shinsei pausou e se virou para Bayushi, ... E ele disse, mas pequeno sapo, eu posso nadar. Bayushi se sentou prximo a Shinsei, sua face mostrando sua surpresa paralisada. Ento, lentamente, ele comeou a sorrir. Compreendo, pequeno mestre. Shinsei repentinamente se virou e deu um golpe rpido de sua bengala contra a boca de Bayushi. Seus lbios quebraram e o sangue espirrou. Bayushi se ps de p e ps suas mos em sua face. Por que fez isso? Ele disse por lbios fendidos. Dor a nica recompensa de um mentiroso. Sua face me disse uma coisa e seus olhos, outra. Tinha que recompensar um dos dois, ento escolhi recompensar sua face mentirosa. Bayushi ficou em silncio e seu sangue gotejou na terra. E lentamente e dolorosamente ele sorriu. Ele arrancou um pedao de pano de seu manto, o amarrou na face, e caminhou ao torneio... E perdeu de propsito. Ento, voltou a Shinsei e se curvou at embaixo ao pequeno mestre. Shinsei assentiu. Agora voc sabe como nadar.

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Shosuro

Captulo Dois: Histria do EscorpioApesar da histria do Cl Escorpio comear com a queda de Bayushi, no at seu (des)glorioso encontro com Hantei que a histria comea. Quando Bayushi concordou em ser o mestre de espionagem do Imperador, ele assumiu um papel que estigmatizaria a ele e sua famlia para sempre. Alm disso, ele viu o ponto de vista de seu irmo: nenhum de seus outros irmos era capaz desse papel, e era um dever necessrio. Assim, Bayushi se tornou o nome mais odiado em Rokugan. Mas outros nomes ganharam infmia similar. Um a um, Shosuro, Soshi e Yogo se tornaram eternamente associados com Bayushi, assim, ganhando suas eternas difamaes. As histrias dos encontros de Bayushi com cada um realmente quantifica seus personagens, forrando o palco por tanto suas origens e evolues por mil anos de paz. Estudar a histria do Escorpio no uma tarefa fcil. Pode-se dizer que a histria conhecida do Cl Escorpio considerada o equivalente rokugani de lenda urbana. As nicas histrias que os fabulosos historiadores do Cl Leo aceitam a histria que ocorreu em pblico. Contos agrcolas de ninjas, venenos, magia das sombras e conspiraes esto no mago da histria do Escorpio, e geralmente tidas como supersties camponesas. justamente isso que o Escorpio quer. Diferente do Drago, o Escorpio faz muitos esforos para se definirem, e fazem cada esforo reforarem suas cuidadosamente criadas imagens. Essa imagem, porm, tem pouco haver com a verdade. Para achar a verdadeira natureza do Escorpio, devemos primeiro fazer uma jornada ao passado e seguir os eventos que os formaram.

Filha de BayushiO nome Shosuro obviamente um pseudnimo. uma derivao de shosuru que significa nome. Nas histrias do Escorpio, Bayushi sempre chama a Trovo do Escorpio de Shosuko, um apelido que os pais do s filhas primognitas, e Soshisa, que significa fundadora. Quase nada se sabe da Filha de Bayushi, incluindo o gnero de Shosuro. Assume-se que Shosuro seja uma mulher, mas retratos de palcos e arte pintam a enigmtica Trovo sem sinais de gnero. Para fins de clareza, este livro se referir a Shosuro no feminino, mas no h evidncia que prove que o apelido de Filha de Bayushi esteja correto.

Cavalgando por Rokugan com sua espada e armadura, Bayushi procurava por aliados em sua tarefa apontada. Ele passava pelo continente, parando em cidades e vilas, procurando por aqueles dignos de se juntarem sua busca. Numa cidade, ele foi visto por um garoto de olhos brilhantes, de p ao lado da estrada. Nas mos e bolsos estavam artimanhas e truques de mgica. Ele correu at o samurai montado, chamando-o assim que passou. Samurai! Ele gritou. Samurai, leve-me com voc! O entusiasmo do garoto o fez sorrir. Mas voc nem mesmo sabe aonde estou indo, respondeu Bayushi. No importa! Leve-me com voc! Quero ser um samurai! Bayushi sorriu, mas mexeu a cabea. No tenho tempo para esta besteira, garotinho. Por que no me diz onde posso achar um lugar para repousar esta noite? Os olhos do garoto se apagaram. Sim, ele disse, sua voz traindo seu desapontamento. H uma casa de ch na cidade. Voc pode ficar l. Bayushi atirou algumas moedas ao menino e rumou cidade. O garoto olhou para as moedas e correu atrs do samurai, deixando o ouro na poeira ao lado da estrada. Quando Bayushi chegou casa de ch, ele se banhou, comeu e se preparou para uma noite confortve. A okasan o arrumou uma bela geisha para passar a noite talentosa em todos os aspectos. Quando ela fechou o painel da porta, Bayushi viu que a beleza dela poderia inspirar poesia. Ela curvou-se e se sentou em volta dele. Eles passaram a noite em conversas e canes, e pela primeira vez em anos, Bayushi se permitiu sentir-se vontade. Quando a hora correu e a geisha apagou as luzes, Bayushi ps de lado sua tanto e se preparou para uma longa noite de entretenimento. Mas antes que pudesse se mover, um repentino e doloroso peso caiu em sua cabea. Algum puxou sua cabea pelo cabelo e havia um joelho em suas costas. O frio ao de sua prpria tanto estava em sua garganta e ele ouviu uma familiar voz macia em seu ouvido: Voc estava procurando por homens de astcia? Bayushi sentiu seus lbios se curvarem num sorriso. Voc o garoto da estrada, no ? Este um disfarce brilhante. A geisha riu. Quem disse que estou usando um disfarce? Na manh seguinte, Bayushi saiu do vilarejo, com Shosuro ao seu lado.

O TraidorAs sombras da sala estavam intensas e grandes pelo pr do sol. O shugenja da Fnix se ajoelhou ao lado de sua wakizashi e suspirou. Sua cabea se afrouxava para baixo e sua respirao era pesada. Seus olhos estavam vermelhos das lgrimas do dia, mas sua lamria no abalava sua resoluo. Calmamente, o Fnix colocou uma folha de papel em mos, as ltimas palavras que escreveria. Ento, ele pegou

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a wakizashi, a libertou de sua saya e colocou sua ponta contra sua... Espere, disse uma voz atrs dele. O shugenja se virou, fogo queimando em sua alma. Quem ousa...? Uma figura saiu das sombras, uma figura que o shugenja conhecia bem. Sou eu, ele disse. O que tudo ousa. Bayushi. Ele falou o nome por entre dentes cerrados. O Escorpio assentiu. . Ouvi de seu... Dilema. Tenho uma soluo menos dolorosa. De repente, o dio do shugenja sumiu, e a esperana tomou o seu lugar. Voc sabe como remover a maldio? Bayushi mexeu a cabea. No. Este conhecimento no est ao meu alcance. O shugenja repentinamente percebeu que estava de p. Seu queixo caiu ao peito de novo, e a fora de suas pernas o deixou. Ele sentiu o cho tremer. Amaldioado! Ele gritou, como se a lua pudesse ouvi-lo. Amaldioado para sempre! A trair a quem voc mais ama, concluiu Bayushi. O shugenja assentiu. Ele soluou por um tempo, ento seu punho se fechou em torno da espada diante dele. Se apenas... Se apenas? Se apenas eu pudesse faz-los... Faz-los pagar? O shugenja olhou para ele. Bayushi podia ver o dio nos olhos do homem, mesmo por entre as trevas. Sim. Faz-los pagar. Todos eles. O Escorpio deu um passo frente. Ns podemos. Juntos, os faremos pagar. O shugenja mexeu a cabea. No. No h como. Mesmo com todo o meu conhecimento, a maldio no pode ser quebrada. Estou condenado a trair aqueles que amo. Bayushi se ajoelhou prximo a ele e ps a mo em seu ombro. Havia um sorriso em sua face e gozo em seus olhos. Mas, Yogo, voc no me ama. De Traidor, por Yogo Anaido. Durante a guerra contra seu irmo negro, os Filhos do Sol e da Lua ganharam muitos seguidores mortais. Um daqueles que se juntaria a Bayushi era um homem chamado Yogo. Porm, Bayushi no era o primeiro kami que Yogo seguira. No comeo da guerra, Yogo era seguidor de Shiba, e usava o mon da Fnix em seu peito. Ela era um shugenja astuto, e de grande uso para a Fnix. Porm, depois de uma particularmente brilhante vitria, Yogo foi amaldioado por um maho-tsukai. A Fnix detectou as magias negras infectando o chi de Yogo, mas apesar de seus melhores esforos, seu limitado conhecimento de maho no era o suficiente para remover a maldio. Porm, foram capazes de identific-la. Yogo estava destinado a no momento mais crucial de sua vida trair aqueles que mais ama. Os

shugenjas da Fnix tambm determinaram que o feitio passaria adiante ao sangue de seus filhos, e aos filhos de seus filhos e todos os outros que usassem o seu nome. Onde a Fnix viu tragdia, Bayushi viu oportunidade. Ele se aproximou do shugenja amaldioado com esperana que ele pudesse deter a mo de Yogo. Levou vrias horas para que o convencesse, mas por fim, o shugenja concordou. Ele se juntaria a Bayushi se isso significasse que ele ganharia sua vingana contra o deus negro. Bayushi prometeu que honraria o pedido do shugenja. Pouco sabia Bayushi do quo profticas pequenas mentiras podem ser.

Bayushi GuwahimeA filha mais jovem de Shosuro Indeme, Guwahime era uma garota muito comum. Seu pai lamentava que nunca seria capaz de casar sua filha, que ela estava condenada a passar a vida como ama. Ele tentou cas-la com cada um dos Cls, mas vez aps vez ela retornava para casa sem promessas. Finalmente, ela foi sem a permisso de seu pai o filho mais velho do daimyo Bayushi. Na manh seguinte, Ideme recebeu a notcia de que o herdeiro do trono Escorpio se casaria com ela naquela noite. Seu pai descobriu pela dama de Guwahime que o herdeiro a perguntou de que uso ela seria. Ela passou a noite contando-o o que ela aprendeu de cada dos cls e como engan-los. Ela tinha o afeto para educar crianas, e passou vrias horas na corte, contando-lhes histrias. Seus mais famosos contos so conhecidos como Fbulas de Guwahime, e foram publicados pelo seu filho aps sua morte. Voc achar suas mais famosas histrias espalhadas pelas caixas deste livro.

O Trovo de BayushiAs Crianas estavam em absoluto silncio, iniciado pelo anncio de Shinsei. Um a um, eles assentiam ao pequeno mestre. Finalmente, seus olhos caram sobre Bayushi, e o Escorpio mexeu sua cabea. No, ele disse. Shinsei se aproximou. No h outro meio, ele disse. As mos de Bayushi se fecharam, seus olhos ardiam com uma raiva interna. A um passo de distncia dos dois, os dedos de Akodo corriam sobre sua katana. Os de Hida fizeram o mesmo. Bayushi olhou para Hantei, seus olhos imploravam. Perdi filhos o suficiente. Doji caminhou para frente. Todos ns perdemos filhos, meu irmo. Voc no est sozinho em sua dor. Bayushi se virou para encar-la e ao homem do lado dela com a mo sobre sua katana. Bayushi assentiu para ele. Voc enviar seu marido ento, irm Doji? Ele se virou para Akodo. E quem voc enviar? Talvez a bela

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Matsu deva ser enviada para encontrar nosso irmo, no ? Os olhos de Akodo nunca pestanejaram. Se isso for salvar o Imprio... Ela ir sem questionar. Bayushi se virou novamente para Shinsei, seu corpo tremendo com raiva. No. Deve haver outro meio! O pequeno mestre mexeu a cabea. No. No h outro meio. Bayushi ficou em silncio no meio de seus irmos e irms. Seus olhos fixos nele. Alguns estavam impressionados. Alguns estavam confusos. Dois estavam cheios de dio. de Dia do Trovo, por Kakita Uniko.

manh seguinte, apesar de suas objees, Shosuro foi com Shinsei encontrar-se com Fu Leng. Ela era a nica Trovo a ir sem a permisso do progenitor de seu Cl. Shosuro foi tambm a nica que retornou.

A Sombra EscondidaAs portas se abriram enquanto uma dzia de guardas estava pronta para proteger o Imperador. De p, na porta, uma cinzenta fumaa flua de sua pele. Shosuro tremia, um saco preto sobre seu ombro. Sua mscara estava rasgada, mas ainda assim, um pouco de sua face estava visvel. Seus olhos procuraram pela corte, e seus lbios sussurraram um simples nome: Bayushi. Ele caminhou para frente, seu andar hesitante. Seus lbios tremiam. Quando ele a viu de p ali, cercada por guardas aterrorizados, ele correu para ela, lanando as mos que o bloqueavam. Ela caiu aos seus joelhos quando o viu, um sorriso exausto se achou em seus lbios. No a toque! Gritou Shiba. A mcula! Bayushi no hesitou. Ele tomou a Trovo moribunda em seus braos e a aproximou. Eles sussurraram por um momento, o drama do momento tirando suas palavras. Ento, assim que a corte se aproximava, a conversa deles pde ser ouvida. No importa, pequenina, disse Bayushi para ela. No importa mais. A Trovo mexeu sua cabea. Eu voltei... Eu voltei porque precisava lhe dizer... Ele a calou, mas ela continuou. Preciso lhe dizer... Ela sussurrou de novo, suas palavras to macias que foram perdidas para todos exceto o homem que a segurava. Bayushi assentiu. Eu entendo. E te perdo. Shosuro sorriu uma ltima vez. Ento a luz deixou seus olhos e seu corpo caiu em seus braos, inerte e imvel. O silncio preencheu o saguo. Os nicos sons que nos alcanavam era o suave e rtmico som da respirao de Bayushi. Ningum se movia. Ento, finalmente, Bayushi se levantou, seus olhos repousando sobre o corpo quebrado no cho. Ele falou, seus olhos nunca mudando. O corpo deve ser abenoado. E ento queimado. Bayushi parou, recuperando seu flego. Ento, ele continuou. O saco, ele disse. O saco contm o mtodo que usaram que para prender nosso irmo. Ela prometeu a Shinsei que os traria de volta para ns. Hantei assentiu. Ento ela teve sucesso. Eles devem ser guardados, disse Bayushi. O dever pertence a mim. Hantei assentiu novamente. No tenho argumentos quanto a isso. Bayushi se virou de volta ao saco. Ele o pegou em suas mos e se virou aos seus seguidores. Venham, minhas crianas, ele disse. Temos muito o que fazer. De Dia do Trovo por Kakita Uniko.

O Mon BayushiO mon da famlia Bayushi um Escorpio cercado por gua. Normalmente acompanhado com os kanjis Eu posso nadar.

Dizem que o Dia do Trovo foi a ltima lio de Shinsei s Crianas do Sol e da Lua, uma lio de humildade e perda. Talvez ningum estivesse mais ciente disso que Bayushi. A recusa de Bayushi de enviar um dos seus uma das maiores histrias da lenda de Rokugan. Incontveis peas e livros foram escritos sobre o incidente. Pode-se dizer que este ato de tragdia foi o comeo da vilanizao do Cl Escorpio. Especulaes cerca da recusa de Bayushi tiveram um ano para se desenvolverem. Muitos estudiosos acreditam que tem haver com nmeros. Enquanto os irmos e irms de Bayushi reuniam centenas de seguidores, os seguidores do Escorpio eram poucos e esparsos. Durante a guerra, os Escorpies eram responsveis por explorar e espionar o territrio inimigo, e apesar de serem astutos e rpidos, muitos caram aos exrcitos de Fu Leng. A objeo de Bayushi no era por ter perdido muitos seguidores, mas que ele j no tinha mais nenhum para perder. H at mesmo a especulao de que o kami no confiasse em Shinsei, um sentimento que existe em vrios Escorpies at o dia de hoje. Os mais venenosos ataques ao Tao de Shinsei vem de estudantes do Escorpio que duvidam de sua autenticidade. Como o estudante do Escorpio Soshi Muyoko escreveu: Se Shinsei realmente tivesse escrito tudo o que est no Tao, ele ainda o estaria dizendo. Mas ainda mais significante que a recusa de Bayushi o que ocorreu quando Shinsei saiu com seus Troves. Na

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A mscara e roupas de Shosuro foram cremadas, e um jovem shugenja ficou ao lado de Bayushi e acendeu a pira. Ento, Bayushi e o shugenja caminharam juntos montanha mais alta de Rokugan para terem uma alta viso do resto do Imprio. Juntos, eles construram uma fortaleza secreta guardada por feitiaria e sombra. O shugenja tomou o lugar de Shosuro ao lado de Bayushi. Ele era o conselheiro de Bayushi e seu mais prximo confidente. Ele disse que seu nome era Soshi. Todos na corte do Imperador testemunharam a morte da filha de Bayushi. Shosuro, a maior atriz que j viveu, se foi para sempre. Ou assim eles acreditavam. Bayushi carregou Shosuro para ser queimada e enterrada, mas esta cerimnia nunca ocorreu. Pois Shosuro havia feito seu maior truque em toda Rokugan; ela convenceu o Imprio inteiro que ela estava morta. Ela aplicou um truque maior que o de seu senhor Bayushi, pois agora, ela no era nada mais que uma memria, um sussurro, uma sombra escondida. Com Shosuro morta e acabada, Soshi e Bayushi comearam a criar uma rede de espies e informantes que comeariam a guarda dos segredos de Rokugan. Juntos com um de seus mais admirveis estudantes, Soshi desenvolveu um novo estilo de magia. Ele o chamou de Shinobi, e envolvia sentir, invocar e comunicar-se com as sombras. Depois de posteriores experimentos, Soshi era capaz de misturar os espies de Bayushi com as sombras, literalmente fazendo-os uma coisa s com elas. A arte dos Shinobi permaneceu um segredo do Cl Escorpio por mil anos; se o Caranguejo ou a Fnix a descobrissem, eles certamente a classificariam como maho.

Yogo aceitou os manuscritos com as mos trmulas. Ele percebeu que segurava a mais poderosa magia que o mundo j vira. Mas, por que eu? Porque voc est destinado a trair Shiba, no a mim. Por isso eu confio em voc. De Traidor, por Yogo Anaido. Desde este dia, tem sido o dever da famlia Yogo guardar as escrituras negras. Por quase mil anos, muitos tsukais tentaram ter acesso ao conhecimento que continham, mas nenhum jamais as localizou. Apenas um homem sabe a localizao de todas as doze: o daimyo do Cl Escorpio. Elas continuam escondidas em locais separados, e cada um dos guardies sabe apenas a localizao de sua prpria escritura.

O Ki-Rin e o EscorpioUm dia, o Ki-Rin estava trotando pelo campo. Sua irm, a Fnix o disse para tomar cuidado com o Escorpio, mas o Ki-Rin estava ocupado brincando e procurando por novas coisas que apenas ouviu parte do aviso de sua irm. Enquanto estava brincando, uma criatura escalou numa rocha para olhar. O Ki-Rin viu a criatura e disse, Eu vi uma Flor, e uma rvore, e vi um Cavalo, mas no vi voc. Quem voc? A criatura disse, Eu sou Verdade. Ki-Rin sorriu. Fico muito feliz em conhec-la, amiga Verdade. Voc viu o Escorpio? Minha irm me disse para procur-lo, mas no sei como ele . Sim, conheo o Escorpio, disse Verdade. Voc pode me dizer como ele se parece? Sim. Na verdade, vamos procurar por ele agora. Se me colocar em suas costas, iremos muito mais rpido do que se andarmos. Boa idia! Disse o Ki-Rin. Suba s minhas costas, e iremos. Verdade escalou nas costas do Ki-Rin e juntos, foram procurar o Escorpio. Ento, perguntou Ki-Rin. Como o Escorpio se parece? Ele tem duas garras afiadas, disse Verdade. Ki-Rin olhou para as duas garras afiadas e disse, Ah, entendo. E tem muitas pernas. Ki-Rin olhou para as vrias pernas de Verdade e disse, Ah, entendo. E ele tem uma cauda que goteja veneno mortal. Ki-Rin olhou para o rabo de Verdade e disse, Por que, Verdade, ele se parece tanto com voc? Verdade sorriu e disse, Sim, ele parece. Ki-Rin gargalhou. No foi bom ter te encontrado antes dele? O Escorpio assentiu. Sim, foi. E o Ki-Rin no tinha mais nada a dizer.

Legado de ShosuroAntes que Shosuro sasse com Shinsei e os outros Troves, ela deixou para trs trs estudantes que aprenderam os segredos de suas tcnicas. Esses trs tomaram o nome de sua sensei e continuaram a servir Bayushi em sua memria. Desde ento, a famlia Shosuro serviu famlia Bayushi. Claro, dito que o Shosuro mais velho Kinjiko era na verdade filho de Shosuro e Bayushi. Tais rumores nunca foram mais que um sussurro... E provavelmente se originaram dentro do prprio Escorpio.

As Doze Escrituras NegrasQuando a construo do castelo comeou, Bayushi deu a Yogo uma grande caixa. Dentro dela, ele disse, voc achar vingana. Yogo abriu a caixa e achou as doze escrituras negras que Shosuro trouxera das Terras Sombrias. Est certo, disse Bayushi. lhe dei a runa de Fu Leng.

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A Trupe de Atuao ShosuroEnquanto Shosuro desenvolveu magia sombria, seus estudantes melhoraram e desenvolveram as percias que sua sensei os havia deixado. Os Shosuro ensinaram aos seus estudantes os fundamentos da atuao: maquiagem (disfarce), voz (imitao), vestimenta (camuflagem), movimento (furtividade), interpretao (persuaso) e contra-regras (cordas, escaladas e ferramentas). Enquanto estudavam as artes da enganao, um instrutor, Shosuro Furuyari, sentiu a necessidade de testar suas prprias teorias e tcnicas. Ele levou seus estudantes s estradas do Imperador como uma trupe itinerante e apresentou-se para lderes de vilarejos e magistrados de baixa patente. Assim que a reputao cresceu, o status de sua audincia tambm. Depois de poucos anos, ele estava se apresentando para as cabeas das mais prestigiosas famlias de Rokugan, entretendo-os com contos de comdia e tragdia sinistra. Durante suas visitas, ele sempre era recebido com hospitalidade... Uma oportunidade que Furuyari no deixaria passar. E quando sua trupe estava dentro dos muros dos castelos Hiruma, Shiba e Daidoji, eles reuniam informaes das famlias e suas defesas. Eles enganaram servos, memorizaram rotas de fuga e revelaram serventes que pareciam afoitos a quebrarem a f da casa. Por trinta e sete anos, Furuyari foi a mais valiosa ferramenta do Escorpio. Porm, sua sade o comprometeu, e sua fora falhou. Sua ltima performance foi perante o prprio Imperador. Ele morreu horas depois. Mas apesar de sua morte, a trupe de Furuyari continuou em memria dele. Eles formaram uma escola, e a nomearam segundo seus atores viajantes. A Escola do Leque Marfim ainda existe e viaja por Rokugan, entretendo sua mais prestigiosa nobreza.

Ela se ajoelhou prxima parede, to silenciosa quanto nunca foi. Eu sei a verdade, ela ouvir Shoju dizer. Mas no toda ela, respondeu Yokuni. Eu a quero. O que voc quer? Toda ela. Ela ouviu Yokuni suspirar. Muito bem. como eu vi tomar forma. Voc deseja ouvir o conto... Conheo a histria, Drago. Ela ouviu o kimono de seu marido farfalhar com o movimento. Ele estava se inclinando para frente. Quero saber o que vir dela. Ento, ela podia jurar ter ouvido o Drago sorrir. Eu sei o que voc quer, Escorpio. Sempre soube. Sempre. Ela ouviu Togashi rir ento, e isso colocou um rio de gelo em sua espinha. Ela nunca havia ouvido tal riso antes. Ela s o ouviria mais uma vez, e seria apenas momentos antes de v-lo morrer... A histria secreta, sabida por um total de cinco almas vivas. A primeira o pai. A segunda o filho. A terceira o fantasma da me que vaga pelas montanhas. O quarto o daimyo do Escorpio e a quinta a sua esposa. Ela comea duzentos anos antes do fim da Guerra contra o Obscuro, quando o daimyo do Escorpio da poca enviou sua filha aos corredores dos Togashi para aprender seus segredos. Ela fez seu trabalho muito bem; aprendeu seu maior segredo. Mas por um preo... A filha de Bayushi Oshiso, Kininoko era uma das mais talentosas alunas da escola Shosuro. Era dever dela penetrar os muros do castelo Togashi e trazer de volta tudo o que viu e aprendeu. Infelizmente, ela conseguiu, e seus esforos chamaram a ateno do daimyo do Drago, Togashi Kuzejiro. Ela ganhou a confiana e o amor de Kuzejiro, e incrivelmente ele ganhou o dela. O resultado de seu amor trouxe uma criana ao mundo... E uma perigosa verdade para o depsito de segredos do Escorpio. Kuninoko voltou ao seu pai, dizendo-o que estava grvida, e que deveria retornar s terras do Drago. Oshiso exigiu saber o nome do pai, e ela concordou, dizendo que era o prprio Togashi, disfarado por duzentos anos sob vrios nomes. Ento, ela deixou as terras de seu pai, para nunca aparecer de novo. Desde este tempo, o Cl Escorpio fez de seu dever descobrir o destino do filho de Kuninoko. S recentemente, um magistrado Escorpio finalmente confirmou o que eles suspeitaram por centenas de anos. Enquanto posando como um monge Shintao, ele conseguiu pr os olhos numa criatura que era meio-homem e meio-drago. A criatura, ele descobriu, sempre vinha ao monastrio para meditar e desfrutar da companhia dos monges. Quando ele perguntou mais, descobriu que a criatura era sempre vista deixando o monastrio na direo das terras do Drago. Pouco depois, Bayushi Shoju rumou para as terras do Drago em pessoa para confrontar a entidade que Togashi. Ele passou dias em longa e sussurrada conversao, e Bayushi Shoju aprendeu muito. Ele

EventosNo h eventos significativos na histria de Rokugan que tenha um profundo impacto na estrutura e deveres do Cl Escorpio. Claro, alguns desses eventos no tm registro de interveno ou interferncia do Escorpio, o que atribudo sua habilidade de cumprirem seu dever determinado.

TogashiO samurai caiu de sono exatamente agora. Ela beijou sua testa suavemente, sem dizer nada. Ento, ela ps seu kimono sobre os ombros e se moveu silenciosamente pelo piso fina parede que separava sua sala da sala em que Yokuni aceitou se encontrar com seu marido. O fino papel no silenciaria o som de suas palavras, apenas os obscureceria. No importava. Ela estava acostumada a ouvir palavras obscurecidas.

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aprendeu que todo daimyo do Escorpio antes dele veio a Togashi para aprender dos segredos que ele sabia. Lhe direi segredos, disse Togashi, assim como os contei a todos os Escorpies antes de voc. Lembre-se disso, Escorpio. Os nicos segredos que voc agora sabe so os segredos que lhe deixei saber.

Os NinjasA morte de Bayushi Aramoro um dos mais recriados eventos em palcos e livros. assunto de muito debate entre historiadores e estudiosos, especialmente aqueles interessados em descobrirem a verdade por trs do mito ninja. A verdade por trs do mito ninja muito mais elaborada que algum pode supor. A morte de Aramoro convenceu o Escorpio que uma mentira complicada era necessria para manter a eficcia da rede de informaes em um nvel aceitvel. Afinal, se todos de Rokugan descobrissem sobre a rede, ento o que realmente poderiam conseguir? Bayushi Hajioko, o daimyo do Cl, ponderou o problema e chegou a uma soluo. Depois de consultar com os daimyos das famlias Shosuro, Soshi e Yogo, uma nova conspirao foi formulada: uma conspirao ilusria, separada do Escorpio, que chamaria a ateno para ela ao invs do mestre dos segredos. Hajioki colocou Shosuro Nodage a cargo do projeto. Nodage era um dos mais clebres Shosuro da memria recente, e afoito pelo desafio. Sob suas ordens, a rede espalhou rumores de um grupo celular radical que se chamavam de ninjas. Escorpies comearam a sussurrar em tons no to baixos sobre os assassinos sombrios, e a notcia se espalhou rapidamente. De acordo com a mitologia, o fantasma de Aramoro veio a um grupo de seletos espies do Escorpio, fazendoos tirarem vantagem de sua morte. Os espies seguiram as ordens de seu falecido mestre e falsificaram suas prprias mortes (em respeito a seu mestre cado). Ento, eles usaram mgica proibida para transformarem seus corpos e almas na matria das sombras. Esses guerreiros sombrios buscaram vingana sobre todos aqueles aliados ao Campeo de Esmeralda e com a queda de seu senhor. Um a um, os samurais responsveis pela morte de Bayushi Aramoro foram mortos por meios insalubres e cruis. E ainda assim, nenhuma prova dos assassinos foi deixada para trs. Tal evidncia apenas d razo ao Cl Escorpio, que de fato havia uma conspirao independente de guerreiros sombrios procurando a vingana por seu senhor cado. Assim que o mito estava firmemente slido, espies Shosuro de baixo escalo comearam a vestir roupas pretas e capuzes, incitando vises de ninjas por toda a Rokugan. Ninjas se tornaram mais que um mito; se tornaram uma conveniente distrao para os supersticiosos. Enquanto os ninjas vestidos em preto saltassem sobre os telhados, tentando desesperadamente serem notados, um Shosuro mais discreto rastejaria pelas sombras completando as misses.

O mito ganhou fora. Vises de ninjas ocorriam em todos os lugares e eles nem sempre eram plantados pelo Escorpio. Afinal, as histrias de ninjas impulsionavam samurais invejosos e ambiciosos a atos vis, facilmente culpando as sombras perigosas. Acreditava-se que os ninjas no fossem nada mais que sombras, capazes de desaparecerem em plena vista, escalar paredes lisas e empregar maho nunca antes vista. E enquanto isso, espies Shosuro continuavam suas misses enquanto o resto de Rokugan se preocupava com a ameaa ninja.

O Mon ShosuroO mon da famlia Shosuro um interminvel emaranhado de ramos. o eterno labirinto, o quebracabea que pode nunca ser resolvido.

As Mais Profundas SombrasPor oitocentos anos, o Escorpio manteve o mito ninja. Apenas poucos chegaram perto da verdade, e assim que comeavam a perceber as implicaes do que aprendiam, eles eram silenciados pelo culto ninja. Muito recentemente, porm, os achados de um certo magistrado, Kitsuki Kaagi, chamaram a ateno do Cl Escorpio. Kaagi dedicou-se a descobrir a verdade sobre o culto ninja, e sua obsesso o levou mais perto que qualquer outro. Porm, ele misteriosamente desapareceu antes que o Escorpio descobrisse o que aconteceu. O dirio de Kaagi agora est seguro nas mos do daimyo do castelo Kitsuki e Yasu se recusa a permitir que qualquer um olhe suas pginas. Um rumor se espalhou de que o livro estaria amaldioado e que apenas aqueles de sangue Kitsuki podem l-lo. Outros dizem que Kaagi encontrou segredos que mesmo o Escorpio no sabia. Existem outros que sussurram que o mito ninja no um mito afinal, mas um fato. Muitos contos de fontes confiveis narram os ninjas fazendo uso de magias que nem mesmo o Obscuro pode conceder. H vises de ninjas tomando a forma de sombras, desaparecendo na escurido e at mesmo mudando de forma vontade. Claro, esses contos so vistos com riso sarcstico por muitos Shosuro... Mas ento vem o dirio de Kaagi. Um Bayushi conseguiu o acesso ao livro e leu suas pginas malditas. Ele retornou um ms depois e atacou o daimyo Shosuro. Ele no humano! Ele no humano! Ele gritou enquanto enfiava a adaga no peito do homem. De algum modo, o Shosuro sobreviveu ao ataque, e o Bayushi enlouquecido imediatamente foi levado morte.

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IuchibanPara maiores informaes sobre a Tumba de Iuchiban, vide O Caminho do Caranguejo. Nenhum outro evento na histria rokugani tem tanto impacto na poltica e cultura do que a ascenso do feiticeiro chamado Iuchiban. O nome o bastante para fazer o mais rgido Caranguejo tremer. Ele desfruta da mesma infmia que o Irmo Cado. O conto de Iuchiban na verdade o conto de trs homens. importante dizer que a histria relatada aqui sabida por poucos ainda, e apesar de conter vrias meias verdades, contm vrios fatos histricos. Ela comea 900 anos atrs com um shugenja nas terras do Cranguejo e termina com a mais sutil e perigosa aliana de Rokugan. O nome do shugenja era Kuni Nakanu, apesar de voc no achar seu nome em qualquer livro de histria do Caranguejo. Ele foi um dos primeiros Caranguejos a notar que a Mcula das Terras Sombrias tinha um estranho efeito em cadveres: ela os reanimava. Ele passou boa parte de dois anos pesquisando o fenmeno, ento passou mais dois aprendendo a concentrar a energia da terra negra num feitio. Sua justificativa era simples: ele queria encontrar um meio de erguer os mortos antes que as Terras Sombrias o fizessem, e coloc-los contra os exrcitos do Obscuro. Sua histria terminou em tragdia. Depois de cinco anos de pesquisa, um erro de clculo na invocao acidentalmente levantou dezessete cadveres de uma vez, e Nakanu no podia controlar todos eles. Ele foi comido vivo por suas criaes malignas. O dirio de pesquisas de Nakanu foi tido como perdido por centenas de anos, mas apareceu de novo nas mos do homem que seria chamado Iuchiban (que quer dizer orador de sangue). Exatamente quem Iuchiban era um segredo intimamente guardado e trs diferentes manuscritos do Escorpio contam trs histrias diferentes. A primeira diz que ele foi um jardineiro em Otosan Uchi. A segunda o lista como um Mestre do Vcuo cado. A terceira diz que ele foi um membro perdido da tribo Unicrnio que vagou pelas montanhas, carregando magias secretas e estranhas. Qualquer uma delas pode ser a verdade. Em todo caso, depois de ter ganhado seu conhecimento, Iuchiban solicitou a ajuda de um shugenja da Gara, Asahina Yajinden que criou famosas mscaras encantadas de porcelana. Essas mscaras, quando colocadas nas faces dos mortos, criavam um exrcito de mortos com vontade prpria. Os dois tambm foram responsveis pela criao das quatro espadas Iuchiban: espadas amaldioadas forjadas com as almas de quatro samurais honrados, cada uma, uma stira virtude reverenciada pela casta samurai. Com elas, Iuchiban secretamente causou a queda de trs daimyos de Cls antes que seu plano fosse descoberto. A descoberta da traio de Iuchiban um conto de coincidncia e chance. No fosse por uma contenda entre dois magistrados do Leo e do Escorpio, seu plano teria tido sucesso. Mas, como as Fortunas queriam, os dois

magistrados vieram a cruzar com a fortaleza secreta, bem no corao de Otosan Uchi. Assim que foi descoberto, o plano de Iuchiban foi lanado por terra. As foras combinadas de todos os sete cls eram demais para at mesmo um feiticeiro enfrentar. Mas, quando os cls o capturaram, eles descobriram que o feiticeiro os havia enganado. Usando magias que nem mesmo a Fnix entendia completamente, Iuchiban de algum modo removeu seu corao de seu peito, escondendo-o num lugar secreto, o que o fazia efetivamente imortal. Iuchiban foi posto em grilhes e algemas de jade enquanto os shugenjas dos Cls Maiores discutiam sobre o que fazer com o feiticeiro. Finalmente, depois de trs noites de argumentao calorosa, foi decidido que uma elaborada cripta seria erguida. Por muitos seguidores de Iuchiban terem escapado da batalha, a estrutura precisaria de dispositivos para manter Iuchiban dentro e seus seguidores fora. Mais importante, o construtor da tumba no receberia permisso de saber a verdadeira localizao de sua inveno. Um total de trs tumbas foram construdas, duas das quais falsas. O daimyo do Escorpio permitiu que a localizao das duas falsas estruturas vazassem nas mos dos Oradores de Sangue, assim, levando vrios seguidores de Iuchiban a fins medonhos. Quando o criador da verdadeira tumba terminou seu trabalho, registros histricos de Leo e Caranguejo contam que ele caminhou para a tumba, pondo armadilhas atrs dele enquanto passava; um nobre fim para Kaiu Gineza. A verdade do assunto um pouco vago. Quando o trabalho de Gineza terminou, ele foi raptado por espies do Escorpio e assassinado, para garantir que os segredos da tumba nunca fossem conhecidos. Quando o daimyo do Caranguejo perguntou ao daimyo do Escorpio sobre o destino e seu engenheiro, o Escorpio respondeu, Ele caminhou para dentro da tumba para pr armadilhas. Ele nunca vai retornar. O Caranguejo sabia bem que seu engenheiro havia feito um projeto melhor, que ele no teria planejado to somente criar uma tumba inversa. Ele olhou para o Escorpio e disse, Seu sacrifcio ser lembrado. O Escorpio assentiu e nada mais foi dito sobre o assunto.

O Retorno do Orador de SangueCento e cinqenta anos depois, quando Iuchiban escapou de sua priso, os Cls se juntaram novamente para derrubar o feiticeiro. Desta vez, porm, mesmo suas foras combinadas no seriam o bastante. Por causa do corao arrancado de Iuchiban nunca ter sido encontrado, ele era capaz de separar sua alma de seu corpo e possuir os corpos alheios. Por cento e cinqenta anos enquanto os cls pensavam que ele estava preso na tumba, o feiticeiro viajou por Rokugan, coletando materiais e meios de se vingar contra eles. Todo esse tempo, ele se

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moveu despercebido entre o campesinato e nobreza de Rokugan... At que cometeu o erro da vaidade. Enquanto esteve nas terras do Drago, Iuchiban tentou possuir o corpo de um ise zumi e falhou. Mas a tentativa alertou o homem tatuado que agora era capaz de sentir a presena de Iuchiban. Magistrados do Escorpio e Drago se uniram para rastrear Iuchiban, esperando manter a fuga do feiticeiro sem corpo como um segredo. Falha aps falha requisitaram a ajuda da Fnix e eventualmente do Caranguejo, e logo, os outros cls estavam envolvidos tambm. Finalmente, o feiticeiro foi capturado forando-o a possuir o corpo de um ise zumi. Sua tumba foi reconstruda desta vez por shugenjas da Fnix, Caranguejo e Escorpio e ele foi aprisionado de novo... Juntamente com os trs shugenjas, para garantir que ele nunca escape.

Para Proteger o Imperador...No apenas o incidente de Iuchiban uniu as famlias Yogo e Kuni, mas tambm criou um dos mais estranhos e mais controversos relacionamentos da histria de Rokugan. De fato, o evento mudou a prpria histria de Rokugan... Por mais meios do que geralmente se sabe. Quando Iuchiban foi capturado e sua identidade revelada, uma conferncia imediata foi feita entre os daimyos das famlias Ikoma e Bayushi. Por razes no mais registradas, o Imperador exigiu que a identidade de Iuchiban fosse escondida para sempre, e os detalhes do evento mudaram. No apenas obscurecidos, mas diretamente alterados para que as futuras geraes nunca soubessem da verdadeira identidade do feiticeiro. O daimyo dos Bayushi imediatamente chamou o daimyo dos Shosuro e relatou as ordens do Imperador. Ele tambm explicou o porqu. O daimyo Shosuro assentiu e se juntou aos Ikoma para garantir que as ordens do Imperador fossem levadas adiante. Desde este dia, os Ikoma e os Shosuro tm trabalhado juntos por uma razo: proteger o Imperador. Juntos, eles garantiram que a histria rokugani oficial protegesse o Imperador dos perigos visveis e invisveis. Os registros no faziam meno da verdadeira herana de Iuchiban (qualquer que seja ela), nem fazem qualquer outra meno indiscrio Imperial. As histrias do Leo no fazem meno de um navio estrangeiro convidado s docas de Otosan Uchi para comrcio e troca. Porm, um navio estrangeiro atacou Otosan Uchi, e foi repelido com sucesso. Claro, nenhum registro do envolvimento do Cl Mantis mencionado. No h meno do apetite insacivel de Hantei XVII por jovens samurai-ko. Nem h discusso de uma dama Caranguejo que ergueu sua mo na presena Imperial, assim liberando uma cruzada contra o Caranguejo que s a diplomacia Gara e Escorpio pde resolver. Nem h registros dos hbitos particularmente noturnos do dcimo nono Hantei. Ou da recusa do vigsimo terceiro Hantei a se banhar. Ou da quase concretizada guerra Leo-Fnix pela maligna manipulao de Hantei XXV. De fato, os Shosuro e Ikoma garantiram que qualquer evento que comprometesse a honra ou integridade da linhagem Hantei fosse apagado da memria do Imprio, pois todos sabem que se os Ikoma no registraram, nunca aconteceu.

O Leo e o EscorpioEra uma vez um Leo, dormindo no campo ensolarado. O Escorpio veio at ele, e disse, Leo, voc to grande, suponho que seja a maior criatura em todas as terras. O Leo respondeu, Sim, creio que eu seja. E, disse o Escorpio, Voc deve ser a mais brava e forte criatura tambm. o que dizem, disse o Leo. Minha nica vantagem minha cauda envenenada, disse o Escorpio. E suponho que voc possa me esmagar sob seus ps antes que eu possa lhe ferroar ao menos uma vez. Poderia, bem facilmente, disse o Leo, se levantando e espreguiando. De fato, se eu o picasse, duvido que notaria. O Leo olhou para o pequeno Escorpio curiosamente. Talvez. Mas creio que o esmagarei agora, pequenino, e voc nunca ter a chance. Ah, mas grande Leo, disse o Escorpio sorrindo, Eu o piquei h cinco minutos. E o Leo no tinha mais nada a dizer.

Ps-ConflitoDepois da segunda priso de Iuchiban, os caadores de bruxas do Cl Caranguejo foram criados, mas o Escorpio tomou suas prprias precaues contra a magia negra. Uma ordem especial de shugenjas Yogo foi instituda para vigiar os Oradores de Sangue e outros praticantes de maho. Os kuroiban (viglia negra) foram treinados para reconhecer maho, e os mtodos de proteo contra seu poder. O primeiro kuroiban foi Yogo Itoju, um jovem aprendiz do shugenja Soshi atado tumba de Iuchiban. Trabalhando com as anotaes e seu mestre, ele desenvolveu um sofisticado sistema de encantos de proteo contra a maho. Itoju compartilhou seu conhecimento com o Caranguejo, e os Kuni dividiram seus conhecimentos de aprisionamento. Ento comeou um longo relacionamento entre as famlias Kuni e Yogo.

Marcas SombriasPor muitos sculos, o Escorpio tem se aprimorado na peculiar magia introduzida primeiramente por Soshi. Seus experimentos iniciais com a marca das sombras se provou sem sucesso, mas cem anos de aprendizes se seguiram ao seu trabalho, resultando num tipo de magia nico que os Soshi chamam de magia sombria. Magia sombria concede vrias vantagens para os Escorpies. Assim como outros shugenjas estudam os

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Cinco Elementos, Soshi vislumbram a sombra leve, descobrindo que ela, como os outros elementos, tem seus prprios kamis. Usando seus poderes nicos, os Sohi imprimem um samurai com o puro elemento das sombras, marcando um kami diretamente em sua pele e fazendo-o um com o elemento. O processo longo e doloroso, mas tambm altamente til para espies Shosuro. Mais informaes sobre marcas sombrias podem ser encontradas no Apndice 3.

A Gara e o EscorpioEra uma vez uma Gara e um Escorpio, sentados beira de um rio. A Gara disse, No engraado como as Fortunas distribuem suas bnos entre as criaturas? O Escorpio olhou a Gara com suspeitas. O que quer dizer? A Gara sorriu e disse. Olhe para mim. Veja minhas belas asas e penas. Posso voar e nadar. Olhe meu pescoo perfeito e meus olhos brilhantes. Estou certa de que todos as criaturas no mundo me invejam. Ento a Gara olhou para o pequeno Escorpio e disse, Olhe para voc. Tudo que voc tem sua cauda. Ah, Disse o Escorpio, mas tudo isso significa que voc no tem nada a ganhar, e eu no tenho nada a perder. E quando voc estiver velha e perder suas penas, voc no ser capaz de voar. E quando estiver gorda e quase cega, voc no ser capaz de andar. Ento, quando estiver contando o que perdeu, estarei contando tudo o que ganhei. E a Gara no tinha mais nada a dizer.

O Mon SoshiO mon da famlia Soshi um Escorpio com garras estendidas, e com uma rede entre elas.

A Batalha na Plancie da Fortuna (554)

BatalhasBatalha da Retirada Sangrenta (750)J houve incontveis batalhas nas estradas de Rokugan, mas na histria do Escorpio, a mais importante aconteceu em torno de 750 contra o exrcito de morto-vivos de Iuchiban. Quando o feiticeiro saiu de sua tumba, seu exrcito de morto-vivos se juntou a ele no lado norte das Montanhas Crepsculo. Eles marcharam pela Floresta Shinomen (e perderam quase um tero de sua fora), at a Plancie do Trovo, e foram vistos primeiramente pelos criminosos em Ryoko Owari. Os cidados abandonaram a Cidade das Mentiras e fugiram para Yogo Shiro. Os morto-vivos arrasaram a cidade e marcharam para o sul do Estreito Beiden. O Escorpio enviou corredores ao Leo falando do retorno de Iuchiban, mas o Leo no podia fazer ir at a outra extremidade do Estreito at que os morto-vivos j tivessem passado facilmente s Plancies Osari. Para dar tempo ao Leo, o Escorpio enviou exrcitos para defender a sada sul do Estreito Beiden. Eles lutaram por quase cinco dias, perdendo terreno ao fim de cada dia, esperando para que o Leo enviasse reforos. Quando as ltimas legies fendidas do Escorpio chegaram ao norte do Estreito, eles foram recebidos com alegria por milhares de Lees que se apressaram em batalhar contra os morto-vivos e os empurraram de novo ao longo da Estrada do Caminho da Vingana Justa, onde as hordas de Iuchiban foram derrotadas numa batalha final no Rio Dormente.

Os dois exrcitos um do Caranguejo e outro do Escorpio estavam lutando por horas perto do oratrio de Osano-Wo. Eles lutavam pelo controle das ricas fazendas prximas ao oratrio, mas a batalha cessou quando viram um gigantesco exrcito do Leo se aproximando da plancie. Tanto o Escorpio quanto o Caranguejo poderiam combater o exrcito e vencer, mas se continuassem a lutar um contra o outro, o Leo certamente derrotaria o vencedor. O general do Escorpio props uma aliana, mas o general do Caranguejo no confiou nele. Ao invs disso, o Escorpio sugeriu um mtodo menos sangrento de determinar quem venceria o dia. Jogaremos dados, sugeriu o general. Quem tiver os maiores nmeros fica com a plancie e o outro se retira do campo. O Caranguejo concordou, mas exigiu que usassem os seus dados. O Escorpio assentiu e o jogo de dados comeou. O Caranguejo jogou os dados primeiro. Um doze! Ele gritou e seus homens gritaram com ele. Voc no pode superar um doze, Escorpio. No, disse o Escorpio, mas posso empatar. Ele rolou o dado e eles mostraram um seis e outro seis. Os Escorpies riram dos exrcitos do Caranguejo enquanto seu general sorria. Acho que teremos que jogar de novo. O Caranguejo pegou os dados e os inspecionou para ter certeza de que eram os seus dados e rolou de novo. Doze de novo! Ele gritou quando os dados caram. Certamente as Fortunas me favorecem a vencer hoje! Talvez, disse o Escorpio. Mas ainda tenho meu segundo turno. Ele pegou os dados, rezou para Bayushi e os lanou no cho. Quando caram, um parou em seis, mas o outro quebrou no meio. Hah! Gritou o Caranguejo. Voc perdeu!

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No, disse o Escorpio, apontando aos dados. Pois as metades deram seis e um. Seis, seis e um so treze. A plancie minha. O Caranguejo praguejou e seus homens saram do campo. O Escorpio derrotou o Leo, e deteve o oratrio de Osano-Wo.

Batalha da Plancie da Costa Branca (815)O Escorpio o segundo em termos de planejamento a longo prazo, perdendo para os Kolat. Isso os fez o segundo mais infeliz grupo em Rokugan quando o Cl Ki-Rin, agora chamado de Unicrnio veio cavalgando de volta pelas Terras Sombrias. Pior ainda, 800 anos de choque cultural significavam que o padro de tticas do Escorpio era