o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

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ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA JOSÉ WILLIAM MENDES ANDRADE O BRASIL ENTRE OS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE PETRÓLEO E SUAS IMPLICAÇÕES GEOPOLÍTICAS, ECONÔMICAS E AMBIENTAL Rio de Janeiro 2012

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Page 1: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

JOSÉ WILLIAM MENDES ANDRADE

O BRASIL ENTRE OS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE PETRÓLEO E SUAS IMPLICAÇÕES GEOPOLÍTICAS,

ECONÔMICAS E AMBIENTAL

Rio de Janeiro 2012

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O BRASIL ENTRE OS MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS DE PETRÓLEO E SUAS IMPLICAÇÕES GEOPOLÍTICAS,

ECONÔMICAS E AMBIENTAL Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Eduardo José Andrade de Barros

Moreira

Rio de Janeiro 2012

Page 3: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

C2012 ESG

Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG _________________________________

Biblioteca General Cordeiro de Farias

O Brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas implicações geopolíticas, econômicas e ambiental / Capitão de Longo Custo. Rio de Janeiro: ESG, 2012.

77 f.: il.

Orientador: Eduardo José Andrade de Barros Moreira Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao

Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2012.

1. Petrobrás. 2. Pré-sal. 3. Royalties. 4. Crescimento com sustentabilidade.I.Título.

Page 4: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

Dedico em primeiro lugar a Deus o criador do Universo.

Aos meus pais José de Oliveira Andrade e Simone Mendes Andrade e

demais familiares que foram a base da minha formação, contribuindo para os meus

ensinamentos e educação.

Aos meus filhos Victor e Vinicius que são a razão da minha vida e que me

incentivaram me apoiaram e compreenderam os momentos que estivemos

afastados durante o período do curso, já que minha vida foi sempre distante pela

profissão que exerço.

Ao meu amigo e grande colaborador Capitão de Longo Curso Jones

Alexandre Barros Soares, pelo apoio e ajuda me dada sempre com presteza e boa

vontade.

Em especial, a minha Esposa Marta Jardim Ornelas, por estar distante,

aceitando e me incentivando nos meus momentos mais difíceis quando precisei do

seu apoio sempre como muito amor e carinho.

Page 5: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

AGRADECIMENTO

Á Transpetro - Petrobrás Transporte S.A. na pessoa do seu Presidente

Senador Sergio Machado, pela sua decisão de autorizar minha inscrição para cursar

a Escola Superior de Guerra nesse ano de 2012.

Ao Sindmar – Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante,

Emespecial seu Presidente Severino de Almeida Filho, por ter me indicado para o

curso de Altos Estudos de Política Estratégica CAEPE 2012 da Escola Superior de

Guerra.

Aos Estagiários da Turma PROANTAR Programa Antártico Brasileiro, em

todos os momentos, peloótimo relacionamento durante todo o curso, pelos os

incentivos recebidos e pela amizade conquistada para sempre.

Ao Corpo Permanente da ESG, pelos ensinamentos e formação que me

foram dados e que me fizeram conhecer melhor o Brasil, demonstrando a real

necessidade de, cada vez mais, melhorar esse nosso grandioso Brasil.

Ao meu Orientador Prof. E Dr. Eduardo José Andrade de Barros Moreira

Cel. EB, pelo incentivo, ensinamentos e apoio dado para conclusão do meu trabalho

de curso.

Aos meus Comandantes que me ensinaram e me apoiaram durante

minha carreira.

Luiz Carlos Duarte, IwaoKamizono, José Menezes Filho, Erich Otto Fritz

Hirschifeld.

Aos meus Gerentes que nunca deixaram de acreditar no meu

trabalho.Paulo R. F. Jansen Ferreira, Mauricio Ney V. Dos Santos , Lafayette Pereira

G. Neto.

Page 6: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

Ao Comandante Jones Alexandre Barros Soares, Gerente Marcus V.

Lisboa Brandão, Conceição de Maria Andrade de Souza e Elizeu José de Souza,

que contribuíram de alguma forma para a conclusão da minha monografia.

Page 7: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

RESUMO

A exploração do petróleo do pré-sal pode ser uma excelente oportunidade para o

Brasil avançar em políticas de desenvolvimento econômico e de redução das

desigualdades regionais e sociais. O amplo debate em curso, envolvendo alterações

na legislação de extração de petróleo e na alocação das receitas de sua exploração,

precisa destacar os vínculos entre o desafio tecnológico de extrair petróleo em

águas tão profundas e o desenvolvimento de tecnologia de ponta no país. Estes

vínculos devem fazer parte de uma política industrial consistente com as opções

macroeconômicas feitas pelo país e com a capacidade de desenvolvimento

tecnológico já existente. Para tal, temos que buscar melhores soluções para

distribuição dos royalties dessa nova riqueza, buscando aumento de investimentos

para o poder Marítimo e Naval, a fim de defender nossa Amazônia Azul de possíveis

interesses externos nunca deixando de se preocupar com a sustentabilidade,

investindo pesado na proteção do meio ambiente. Este artigo procura contribuir para

esta discussão, explorando os contornos que esta política industrial deveria assumir

nesse novo cenário.

Palavras chave: Petrobrás. Pré-sal. Royalties. Crescimentocomsustentabilidade.

Page 8: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

ABSTRACT

The exploration of pre-salt oil can be an excellent opportunity for Brazil to advance in

its policies towards economic development and reducing regional and social

inequalities. The broad debate, involving changes in legislation on petroleum

extraction and allocation of revenue from its exploration, must highlight the links

between the technological challenge of extracting oil from deep waters and the

development of technology in the country. These links should be part of an industrial

policy consistent with the country’s macroeconomic options and the existing

technological development in existence. To this end we have to find better solutions

for the distribution of royalties from these new wealth, seeking increased investment

for the Maritime power in order to defend our interests in the Blue Amazon from

possible external threats while never ceasing to worry about sustainability and

investing heavily in environmental protection. This article seeks to contribute to this

discussion by exploring the forms that industrial policy should take in this new

scenario.

Keywords: Petrobrás. Pre-salt. Royalties. SustainableGrowth.

Page 9: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 E qual é o futuro do Petróleo?..............................................................16 FIGURA 2 Áreas de Exploração e Produção de Hidrocarbonetos no Brasil..........24 QUADRO 1 Número de Derramamento de Óleo Acima de 700TM, Ocorridos de

1979 a 2011 ......................................................................................... QUADRO 2 Os 10 Maiores Consumidores de Petróleo no Mundo..........................41 FIGURA 3 P-54 FPSO (Unidade Flutuante Produção Estocagem Escoamento) ..47 FIGURA 4 Localização Geográfica no Brasil dos CDAS,BAV e PAV....................55

Page 10: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 PIB dos Países da América do Sul ......................................................26 TABELA 2 PIB Países Emergentes .......................................................................27 TABELA 3 Reservas Provadas de Petróleo no Mundo de 2001-2010...................28 TABELA 4 Distribuição dos Royalties Projeto Lei 2565/2011 ................................34

Page 11: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS Alasca Clean Seas

ALBA Alternativa Bolivariana para a América

AMOS Australian Marine Oil Spill Center

ANCAP Administrácion Nacional de CombustiblesAlchool y Portland

ANP Agência Nacional do Petróleo

ANTAQ Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ARPEL Associação Regional das Empresas do Setor Petróleo, Gás e Biocombustíveis da América Latina e Caribe

BC Bacia de Campos

BG BG Group

BM-S Bloco Marítimo Santos

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Nacional

BOP Blowout Preventer

BP Britsh Petroleum

BS Bacia de Santos

BS British Standards

CASA Comunidade Sul Americana de Nações

CCA Comissão de Coordenação de Assuntos para Organização Marítima Internacional

CDA Centro de Defesa Ambiental

CEDPEN Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional

CENPES Centro Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás

CNP Conselho Nacional de Petróleo

CNPE Conselho Nacional de Política Energética

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

COPEC Companhia de Petróleos de Chile

CPMF Contribuição Provisório Sobre Movimentação Financeira

DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral

DP/ST Dynamic Position Shuttle Tanker

DPC Diretoria de Portos e Costas

E&P Exploração e Produção

Page 12: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

ECRC EastCanadian Response Center

EGN Escola Guerra Naval

EIU EconomistInteligence Unit

END Estratégia Nacional de Defesa

EPE Empresa de Pesquisa Energética

FAT Fundo Amparo ao Trabalhador

FFAA Forças Armadas

FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FMM Fundo de MarinhaMercante

FPSO Float Production Storage and Offloading

FS Fundo Social

GASYRG GasedutoYacuiba Rio Grande

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

GNL Gás Natural Liquefeito

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística

IBP Instituto Brasileiro do Petróleo Gás e Biocombustíveis

IDH Índice de desenvolvimento Humano

IMO InternationalMaritimeOrganization

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

IPIECA InternationalPetroleumIndustryEnviromentalConservationAssociation

IPT Instituto de Pesquisa Tecnológico do Estado de São Paulo

ISSO International Standards Organization

ITOPF International Tankers Owners Pollution Federation

MARPOL International Convention for the Prevention of Pollution from Ships

MB Marinha do Brasil

MERCOSUL Mercado Comum do Sul

MF Ministério da Fazenda

MME Ministério das Minas e Energia

MOIG Grupo das Empresas de Petróleo que Operam no Mar Mediterrâneo

MSRC Marine Spill Response Center

NAFTA Tratado Norte Americano de Livre Comércio

NOFO Norwegian Clean Seas Association for Operations Companies

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OCDE Organização de Cooperação de Desenvolvimento Econômico

OHSAS Occupacional Health and Safety Advisory Services

OM Organização Militares

OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo

OPRC Convenção Internacional Sobre Resposta e Cooperação 1990

OSPRI Mar Cáspio, Mar Negro e Eurásia Central

OSRL OilSpill Response Limited

P Plataforma Petrobrás

PAC Programa de Aceleração do Crescimento

PAEMB Programa de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil

PC Plataforma Continental

PDVSA Petróleos d Venezuela SA

PIB Produto Interno Bruto

PLANSAL Plano de Negócios do Pré-Sal

PN Plano de Negócios

PNC Plano Nacional de Contigência

PROMEF Programa de Modernização da Frota

REPSOL Empresa Petrolífera Espanhola

SISGAZZ Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMS Segurança Meio Ambiente e Saúde

SSTA Superintendência de Segurança do Tráfego Aquaviário

TAC Termo deAjuste e Conduta

TRANSPETRO Petrobrás Transporte SA

TRMM Taxa de Renovação da Marinha Mercante

UNASUL União de Nações Sul Americanas

WACAF Iniciativa Global de Combate a Poluição do Oeste Central e Sudeste da África

WCRMRC West Canadian Marine Response Corporation

YPF Yacimientos Petrolíferos Fiscales

ZEE Zona Econômica Exclusiva

Page 14: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................15 2 O INICIO DA ERA DO PETRÓLEO NA INDÚSTRIA NO MUNDO E NO

BRASIL DESDE SEUS PRIMÓRDIOS ......................................................18 2.1 A MODERNA ERA DO PETRÓLEO COM O DESCOBRIMENTO

AMERICANO PARA USO NA INDÚSTRIA ................................................18 2.2 O INÍCIO DO PETRÓLEO NO BRASIL......................................................18 2.3 ERA DO PETRÓLEO NO BRASIL, APÓS CIAÇÃO DA PETROBRÁS......19 2.4 DESCOBRIMENTO DO PÉ-SAL................................................................20 2.5 PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRÁS E OS INVESTIMENTOS NO

PRÉ-SAL............................................................................................................21 2.6 NÚMEROS DO PÓLO DO PRÉ-SAL NA BACIA DE SANTOS ......................22 2.7 NOVAS FRONTEIRAS COM O PRÉ-SAL. ......................................................23 3 ESTUDAR A POSIÇÃO GEOPOLÍTICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL

NO CENÁRIO MUNDIAL CORRENTE ......................................................25 3.1 POSIÇÃO GEOPOLÍTICA ATUAL DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL

E NA AMÉRICA DO SUL............................................................................25 3.1.1 Amazônia azul em especial na área do pré-sal neste novo cenário ....27 3.2 POSIÇÃO ECONÔMICA COM ESTE NOVO CENÁRIO............................29 3.2.1 Uma Nova Política Industrial no Brasil ...................................................30 3.2.2 Os Royalties do Petróleo e o seu significado ........................................31 3.2.3 A idéia falsa do Estado Produtor ............................................................32 3.2.4 Criação do Fundo Social..........................................................................32 3.2.5 Diferença entre o modelo de Partilha e o modelo de concessão.........33 3.2.6 Projeto de Lei 2.565/2011, que cria nova regra para distribuição de

royalties do petróleo ................................................................................33 3.3 ESTUDAR A POSIÇÃO AMBIENTAL ATUAL DO BRASIL NA ÁREA DO

PETRÓLEO................................................................................................35 3.3.1 Introdução da Posição Ambiental no Mundo.........................................35 3.3.2 Meio Ambiente e Legislação ambiental ..................................................37 3.3.3 Direito Ambiental ......................................................................................37 3.3.4 Licenciamento ambiental.........................................................................38 3.3.5 Investimentos da Petrobras no Meio Ambiente.....................................38 3.3.6 Sistema de Gestão Integrada de SMS e Certificações de SMS na

Petrobrás...................................................................................................40 4 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS

EM RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS GEOPOLÍTCAS...........................................41

4.1 INTRODUÇÃO DA POSIÇÃO DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL COM RELAÇÃO SUA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO.................................41

4.1.1 A Petrobrás Situada na América do Sul, como Estratégia Geopolítica ................................................................................................42

4.1.1.1 A Petrobrás situada na Argentina...............................................................42 4.1.1.2 A Petrobrás situada no Chile ......................................................................43

Page 15: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

4.1.1.3 A Petrobrás situada no Uruguai..................................................................43 4.1.1.4 A Petrobrás Situada na Bolívia...................................................................44 4.1.1.5 A Petrobrás Situada na Venezuela.............................................................45 4.1.2 A Petrobrás Situada na América do Norte, como Estratégia

Geopolítica ................................................................................................45 4.1.2.1 A PETROBRÁS SITUADA NOS ESTADOS UNIDOS NO GOLFO DO

MÉXICO .....................................................................................................45 4.1.3 A PETROBRÁS SITUADA NA ÁFRICA, COMOESTRATÉGIA

GEOPOLÍTICA...........................................................................................47 4.2 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS

EM RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS.............................................48

4.2.1 Cenários Possíveis de Recursos Provenientes Pré-Sal Para Economia Brasileira na Sua Representação..........................................48

4.2.2 Pré-sal e o Orçamento de Defesa Nacional............................................50 4.2.3 Cenários possíveis de recursos provenientes somente dos royalties

do pré-sal para economia brasileira .......................................................50 4.2.3.1 O Modelo Norueguês .................................................................................51 4.3 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS

EM RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS ...............................................52

4.3.1 Cenários de Poluições de Grandes Proporções Causadas Por Óleo no Mundo que Provocaram Grandes Mudanças nas Decisões Voltadas a Defesa do Meio Ambiente .....................................................52

4.3.2 As entidades do Governo Federal no Brasil fundamental na presença e apoio num eventual acidente com vazamento de grandes proporções .................................................................................52

4.3.3 Plano Nacional de Contingência (PNC) ..................................................53 4.3.4 Organizações Mundiais de Resposta ao Combate de Derramamento

de Óleo – ORSO ........................................................................................54 4.3.5 Iniciativas Global para Prevenção de Poluição por Óleo......................56 5 LISTAR AS NECESSIDADES DESSE NOVO AMBIENTE QUE O

BRASIL OCUPARÁ ...................................................................................57 5.1 INTRODUÇÃO SOBRE OS GASTOS COM A DEFESA NO BRASIL E

SUA REAL NECESSIDADE DE AUMENTÁ-LOS ......................................57 5.1.1 Poder NAVAL e seu Plano de Articulação e Equipamento da

Marinha do Brasil (PAEMB). Sua situação .............................................57 5.1.2 Efeito Desejado do PAEMB .....................................................................59 5.1.3 Prazo de execução do PAEMB ................................................................59 5.1.4 Possíveis fontes de recursos para PAEMB............................................59 5.1.5 Custo do PAEMB para 2030.....................................................................60 5.2 BREVE HISTÓRICO DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA ANTES DA

CRISE NO SETORES ................................................................................60 5.2.1 A Crise no setor naval..............................................................................61 5.2.2 Renovação da Fronape e a retomada do setor naval brasileiro

através do PROMEF .................................................................................61 5.2.3 Composição do Programa de Modernização e Expansão da Frota da

TRANSPETRO (PROMEF) Fase I e Fase II ..............................................62 5.2.4 Investimentos previstos para setor naval nos próximos 20 anos .......62

Page 16: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

5.3 OS INVESTIMENTOS NA PREVENÇÃO POLUIÇÃO E O QUE FAZER PARA AMENIZAR OS RISCOS .................................................................63

5.3.1 Plano Nacional de Contingência dividido nos seus níveis...................64 6 CONCLUSÃO ............................................................................................66 REFERÊNCIAS ..........................................................................................67 ANEXO A – PRINCIPAIS LEIS,EXPLORACÃO,PRODUÇÃO,

TRANSPORTEE ROYLATIES..............................................76 ANEXO B – LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DE POLUIÇÃO CAUSADA

PORÓLEO ............................................................................80 ANEXO C – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS

NOCIVAS EPERIGOSA DE ACORDO COM A LEI 9.966....82 ANEXO D – ABELA DO ANEXO I DA LEI 9.966 QUE REFERE-SE

DAVALORIZAÇÃO DAS MULTAS CAUSADAS POR POLUIÇÃODE ÓLEO ...........................................................83

Page 17: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

15

1 INTRODUÇÃO

O petróleo é a principal fonte de energia utilizada pela sociedade moderna, é

essencial para a sobrevivência da humanidade e está presente em boa parte de

tudo que utilizamos. Entretanto, é um recurso natural não renovável que se torna

muito precioso, em especial por ainda não haver outra forma de energia que possa

substituí-lo no cenário mundial.

A história recente comprova que esta fonte de energia tem levado países

ase guerrearem, ocasionando milhões de mortes, tudo pelo interesse no

domíniodesse “ouro negro”. O Brasil entra nesse cenário de risco a partir da

descoberta do pré-sal,uma vez que os volumes estimados de reserva estão

próximos dos 100 bilhões de barris, podendo alcançar cerca de 300 bilhões de

barris. Faz-se necessário que nossa costa, mais conhecida como Amazônia

Azul,seja preservada e bem protegida. Com isso,é preciso um investimento mais

considerável para o poder naval e marítimo fazer a defesa e garantir essa demanda

de crescimento na produção de petróleo, em especial na área do pré-sal. Baseado

no exposto acima, o Brasil ocupará uma nova posição no cenário geopolítico

mundial, trazendo com isto a necessidade de uma série de ações que garantam a

sua soberania.Cabe, portanto, ao Ministério da Defesa criar ações e buscar recursos

necessários para fazer cumprir seus objetivos e planos nessa nova fase que virá.

Outro aspecto que deve ser considerado com a exploração do pré-sal é o

impacto na economia nacional e local.As atividades que a indústria petrolífera

desenvolve atualmente no mundo vai muito além do desempenho de suas unidades

de operação, aparentemente isoladas em alto mar, ou da importância de seus

derivados para o consumo. Por exemplo, no Brasil, a presença da Petrobrás vem

alterando a estrutura sócio econômica de cidades que recebem suas instalações.

Nesses locais, há a abertura de novos postos de trabalho, o aumento da circulação

financeira, odesenvolvimento de outros setores da economia, como comércio e

serviços e, consequentemente,o aquecimento da economia regional. Outro benefício

são as divisas e dividendos dos recursos denominados como royalties que, quando

utilizados com responsabilidade, melhoram a qualidade de vida das cidades do

entorno da área de produção.

Visto que as rendas derivadas da extração de petróleo e gás tendem a

assumir cada vez mais um papel importante na agenda nacional de debates

Page 18: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

16

econômicos, está tramitando no Congresso Nacional a nova forma de divisão

desses royalties provenientes do pré-sal, que deverá abranger todos os municípios e

estados de forma mais uniforme e solidária do que a utilizada atualmente.Fazem-se

necessárias outras formas de fiscalização para melhor utilização desses royalties,

tendo como modelo a Noruega.

No que se refere ao meio-ambiente, é preciso um alto investimento visando

a preservação de nossos mares e áreas portuárias e neste sentido a

Petrobraspossui excelentes projetos e planos que são modelos de excelência e

reconhecimento mundial.

Na figura abaixo, podemos verificar como o petróleo será necessário nos

próximos vinte anos, como Matriz Energética.

11

2030 2006

Fonte : EPE - Empresa de Pesquisa Energética – Balanço Energético Nacional 2009 (resultados preliminares)

MME – Matriz Energética 2030 – Cenário de Referência do PNE 2030

10%15%

3%

37%

6%

13%14% 2%

Gás

Carvão Mineral

Petróleo

Lenha e Carvão Vegetal

Outros Renováveis

Hidro

Derivados da Cana-de-Açúcar

18%

3%

16%

9%

27%

7%

6%

14%

Gás

Carvão Mineral

Petróleo

Lenha e Carvão Vegetal

Outros Renováveis

Hidro Derivados da

Cana-de-Açúcar

Nuclear

E qual é o futuro do petróleo?

Matriz energética no Brasil

Figura:1: E qual é o futuro do Petróleo? Fonte: Empresa de Pesquisa Energética 2009.

A pergunta principal para tal situação é: Quais serão as implicações nos

campos social, econômico, ambiental e de defesa nacional para o Brasil como um

dos maiores produtores de petróleo do mundo?

Esta pesquisa tem por finalidade enfatizar a real necessidade de investir

bem e com objetividadeos recursos que virão dessa nova descoberta dasreservas

de petróleo dopré-sal, mostrar de forma objetiva as metas,os planos e projetos da

Petrobrás na área ambiental e por último, reforçar a real necessidade de incremento

e de cumprimento do plano de melhoria na área do poder naval e marítimo, com

objetivo de preservar nossa “Amazônia Azul” em especial a área do pré-sal.

Page 19: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

17

JUSTIFICATIVA

Com a descoberta da camada do pré sal, o Brasil ocupará uma nova posição

no cenário mundial. O país passará a ser um dos maiores produtores de petróleo no

mundo e terá pela frente o desafio de lidar com questões até então pouco discutidas.

É fundamental que se faça uma análisedesse novo ambiente mundial em que o

Brasil aparecerá com ênfase nas expressões Geopolítica, Econômica e Ambiental.

Além disso, far-se-á necessária uma discussão em torno de uma política de defesa

que vise proteger esse interesse nacional.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada será a de pesquisa bibliográfica e explanatória,

empregando o método dedutivo e por documentação indireta.

Page 20: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

18

2 O INÍCIO DA ERA DO PETRÓLEO NA INDÚSTRIA, NO MUNDO E NO

BRASIL DESDE SEUS PRIMÓRDIOS

2.1 A MODERNA ERA DO PETRÓLEO COM O DESCOBRIMENTO AMERICANO PARA USO NA INDÚSTRIA

Conforme Sergio Ferolla(2006), moderna era do petróleo teve início em

meados do século XIX, quando um norte-americano conhecido como Coronel Drake

encontrou este precioso recurso natural a cerca de 21 metros de profundidade no

oeste da Pensilvânia, utilizando uma máquina perfuratriz para a construção de um

poço. O principal objetivo era então a obtenção de querosene e

lubrificantes.Entretanto, a grande revolução do petróleo ocorreu com a invenção dos

motores de combustão interna que necessitavam de gasolina (obtida a partir do

refino do petróleo) para funcionar. A produção de automóveis em grande escala deu

à gasolina uma utilidade mais nobre uma vez que a gasolina, considerada um

subproduto da destilação para a obtenção do querosene era lançada aos rios

(prática comum na época), queimada ou então misturada ao querosene.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do consumo do petróleo foi

quando, na segunda guerra mundial, houve a substituição do carvão mineral por

derivados do petróleo. Essa mudança tornou os navios mais velozes possibilitando

um maior controle do tráfego marítimo. A partir de então, as forças armadas

começaram a usar os derivados do petróleo em seus tanques, caminhões e trens.

2.2 O INÍCIO DO PETRÓLEO NO BRASIL

De acordo com o texto o Petróleo no Brasil(30/08/2009). A história do início

do Petróleo no Brasil ocorreu no estado da Bahia, em 1858, quando o Marquês de

Olinda concedeu a José de Barros Pimentel o direitode extrair petróleo nas margens

do Rio Maraú.

Em 1892, em Bofete (SP), é realizada a primeira sondagem profunda no

Brasil. O poço perfurado por Eugênio Ferreira de Camargo atinge 488 metros de

profundidade, porém, nesta empreitada, encontra-se apenas água sulfurosa.

Em 1930,o poço de Lobato (BA) foi o pioneiro na exploração de petróleo no

Brasil.

Page 21: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

19

Em 1938, criou-se o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) e toda atividade

petrolífera passa, por lei, a ser obrigatoriamente realizada por brasileiros. Apósessa

criação,todos os pedidos de pesquisa e lava de jazidas de petróleo passaram a estar

soba jurisdição do recém criado CNP.

No ano seguinte, exatamente em 21 de janeiro de1939, em Lobato (BA),

cenário da descoberta da primeira jazida de petróleo no País, o poço conhecido

como DPNM-163, atinge camada petrolífera e o petróleo ocupa parte da coluna de

perfuração.

A partir da Constituição de 1946, tem início a campanha nacionalista em

defesa da soberania brasileira sobre o recurso natural, com o chamamento“O

Petróleo é nosso!”. Em 1948, é criado o Centro de Estudose Defesa do Petróleo e

da Economia Nacional (CEDPEN), sendo nomeados presidentes do conselho de

honra o ex-presidente da República Arthur Bernardes, Horta Barbosa, José Pessoa

e Estêvão Leitão de Carvalho. Esse órgão passa a dirigir a campanha em defesa do

petróleo no Brasil, articulando militares, estudantes, homens públicos e intelectuais.

2.3 ERA DO PETRÓLEO NO BRASIL, APÓS CRIAÇÃO DA PETROBRÁS

De acordo com o texto Petróleo no Brasil(30/08/2009),em 03 de outubro de

1953, o Presidente Getúlio Vargas assina a Lei nº. 2004 no Palácio do Catete,

criando a Petrobrás. A lei dispõe sobre a política nacional do petróleo, define as

atribuições do Conselho Nacional do Petróleo, institui a sociedade anônima e

encaminha outras providências.

A primeira descoberta de petróleo no mar ocorreu no Campo de Guaricema,

Sergipe, com a plataforma (P-1).Nos anos 70, iniciou-se a produção na Bacia de

Campos(RJ) e no campo de Garoupa.

Em 1975, o governo federal autoriza a assinatura de contratos de serviços

com cláusulas de risco, permitindo a participação de empresas privadas na

exploração, e caso obtivessem sucesso, receberiam pelos investimentos realizados

além de um prêmio em petróleo ou dinheiro. No entanto, a produção seria operada

pela Petrobrás.

Em 1984, foi descoberto o primeiro campo gigante do País, na Bacia de

Campos(RJ), ondea meta prevista pelo governo em atingir 500 mil barris diários de

petróleo, foi sendo alcançada.

Page 22: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

20

Em 1985, descobriu-se o segundo grande poço na Bacia de Campos, no

campo gigante de Marlim.

Em 1988, descobriu-se petróleo de excelente qualidade no campo de Urucu,

no Alto Amazonas,que se tornou exemplo de exploração de petróleo com

sustentabilidade no meio da floresta Amazônica.

Em 1996, é descoberto o terceiro campo gigante na Bacia de Campos,

chamado de Roncador.

Em 1997, quando atingimos a marca histórica de produção de 1.000.000de

barris de petróleo colocando o Brasil no seleto grupo dos 16 países que produziam

mais de um milhão de barris de óleo por dia, foi promulgada a lei no. 9478(lei do

Petróleo), nodia 06 de agosto, que flexibilizou o monopólio estatal do petróleo, criou

o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Agência Nacional do

Petróleo (ANP), colocando sob responsabilidade da ANP as concessões de

exploração de petróleo em regime de livre iniciativa. Nesse mesmo ano, iniciou-se a

construção do gasoduto Brasil-Bolívia.

E em 2000, a Petrobrás atinge a marca na produção de petróleo no campo

de Roncadorbatendo recorde numa profundidade de 1877 metros.

2.4 O DESCOBRIMENTO DO PRÉ-SAL

De acordo com o texto,Petróleo no Brasil(30/09/2009),em 2005, foram

encontrados os primeiros indícios de petróleo na Bacia de Santos(SP). A conclusão

das análises no segundo poço do bloco BM-S-11(Tupi) indicou volumes

recuperáveis entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás. Nesse mesmo anofoi

descobertaa maior jazida de gás natural no continente brasileiro, no campo de

Mexilhão, e alcançamos a marca de produção de dois milhões de barris por dia.

Em2006, a Petrobrás alcança sua tão sonhada auto-suficiência com a

entrada em operação do navio plataforma P-50 FPSO (Floating ProductionStorage e

Offloading) em águas profundas no poço Gigante de Albacora.

E, finalmente, no dia 02 de setembro de 2008, o navio plataforma P-34

extraiu o primeiro óleo da camada do pré-sal, no campo Jubarte, na Bacia de

Campos (RJ).

Page 23: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

21

Como mencionou Daniel Yergen (2012),P.886.Em seu premiado livro “O

petróleo - uma história mundial de conquistas, poder e dinheiro”, resume muito bem

a importância estratégica do petróleo, ao destacar que:

Por quase um século e meio, o petróleo vem trazendo à tona o melhor e o pior de nossa civilização. Vem se constituindo em privilégio e em ônus. A energia é a base da sociedade industrializada, e, entre todas as fontes de energia, o petróleo vem se mostrando a maior e mais problemática devido ao seu papel central, ao seu caráter estratégico, à sua distribuição geográfica, ao padrão recorrente de crise em seu fornecimento – e á inevitável e irresistível tentação de tomar posse de suas recompensas. [...] O petróleo vem ajudando a tornar possível o domínio sobre o mundo físico. Ele vem tornando possível nossa vida cotidiana e, literalmente, nosso pão de cada dia, através de produtos químicos, agrícolas e dos transporte. Ele tem abastecido, ainda, as lutas globais por supremacia política e econômica. Muito sangue tem sido derramado em seu nome. A feroz, e muitas vezes violenta busca pelo petróleo-e pela riqueza e poder inerentes a ele - irão continuar com certeza enquanto ele ocupar essa posição central. Pois o nosso é um século no qual cada faceta de nossa civilização vem sendo transformada pela moderna e hipnotizante alquimia do petróleo. A nossa continua sendo a era do petróleo.

2.5 PLANO DE NEGÓCIOS DA PETROBRÁS E OS INVESTIMENTOS NO PRÉ-SAL

Conforme portal da Revista Veja, Economia. A Petrobrás e as demais

companhias que têm participação nas concessões onde houve descobertas do pré-

sal estão afinadas em torno de uma estratégia básica, que é acelerar o

desenvolvimento dos campos. A Petrobras já indicou umnovo plano de negócios que

prevê investimentos de 236,5 bilhões de dólares previsto para o período de 2012 até

2016. Embora esse plano possa sofrer revisões de acordo com o mercado e a metas

do governo,essa previsão está condicionada à paridade dos preços internos com os

externos e, consequentemente, ao fim do subsídio indireto que o Brasil dá aos

combustíveis. O valor do barril no mercado internacional subiu demais nos últimos

anos e os preços no Brasil permaneceram parados. Para que não haja perdas na

indústria brasileira, que importa óleo cru a preços internacionais e vende derivados a

preços fixados pelo governo, é necessário que se tome medidas para o controle da

inflação e desse subsídio indireto.

As riquezas que estão abaixo da camada de sal tornaram-se o “condimento”

de uma verdadeira revoluçãoeconômica e geopolítica que implica a quebra de

paradigmas tecnológicos e desafios até então impensáveis para a cadeia produtiva

de petróleo no país. A idéia da Petrobrás e suas parceiras é iniciar a produção em

Page 24: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

22

todas as áreas descobertas nos próximos dez anos, com a entrada em operação de

uma frota de unidades (no mínimo dez, para começar), padronizadas e produzidas

em escala, chamadas de FPSOs” (Floating ProductionStorageandOffloading).AP-74,

será a primeira de uma série de quatro que serão utilizadas na área do pré-sal. Seu

casco encontra-se atracado no porto do Rio de Janeiro e terá capacidade de

produzir cerca de 150 mil barris de petróleo por dia, como as demais plataformas

existentes na Bacia de Campos. Mas, a longo prazo, a estimativa é alcançar até

(2020, cerca de 4 milhões e trezentos mil barris), dobrando a produção nacional

atual que está em torno de 2 milhões e trezentos mil barris.Esse projeto terá um

investimento inicial será de US$ 2 bilhões e deverá ter 70% de conteúdo nacional.

Nesse cenário, já é possível avaliar que as metas básicas do Plano Diretor da Bacia

de Santos(pré-sal) prevêem gastos na ordem de 141,8 bilhões de dólares. Esses

investimentos poderão ser reduzidos de acordo com a Presidente Graça Foster,

através de parcerias.

Os projetos de desenvolvimento requerem muito investimento e pesquisa,

além de serem uma atividade de alto risco. Com as parcerias, os gastos com

investimentos podem ser divididos e numa eventual queda brusca no preço

internacional do barril, esse prejuízo momentâneo poderia ser aliviado pelo

aglomerado de empresas que estaria diretamente envolvido nesse projeto.

Os investimentos do refino serão da ordem de 31,2 bilhões de dólares

epermitirão ao Brasil deixar de importar gasolina e derivados, construindo duas

novas refinarias, aumentando o refino de cerca de dois milhões de barris para dois

milhões e quatrocentos mil barris.

2.6 NÚMEROS DO POLO PRÉ-SAL DA BACIA DE SANTOS

Área total: 112 mil km2 em uma faixa de 800 km que se estende da costa

de Santa Catarina à do Espírito Santo. Lâmina d'água: de 60 (águas rasas) a 2.300

metros (águas ultra profundas).

Profundidade total: reservatórios estão entre de 5.300 a 7.000 metros de

profundidade (incluindo a camada de água e o subsolo marinho).

Poços perfurados: 20 poços desde 2005, sendo que oito deles apenas

neste ano.

Page 25: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

23

Volume de reservas estimadas: de 100 bilhões de barris de óleo

equivalente (boe), embora haja estimativas oficiais de 5 a 8 bilhões de boe apenas

para a área de Tupi.

Descobertas: oito em 6 blocos do Polo Pré-sal da Bacia de Santos:

Parati (BM-S-10),

Tupi e Iara (BM-S-11),

Bem-Te-Vi (BM-S-8),

Carioca e Guará (BM-S-9),

Caramba (BM-S-21),

Júpiter (BM-S-24) e duas descobertas: Caxaréu e Pirambu, no Parque das

Baleias, na Bacia de Campos, na costa do Espírito Santo.

Investimentos realizados: US$ 1 bilhão. Investimentos estimados para o

desenvolvimento do pré-sal: US$ 600 bilhões.

Valor: pelo preço atual da commodity, 100 bilhões representariam algo em

torno de US$ 7,5 trilhões

2.7 NOVAS FRONTEIRAS COM O PRÉ-SAL

A descoberta de novas jazidas de petróleo em águas ultra-profundas (lâmina

d’água de 1.500 a 3.000 metros) das Bacias de Santos, Campos e Espírito Santo

abriu uma nova fronteira para a indústria de petróleo e gás natural. O

desenvolvimento da camada pré-sal estabeleceu uma nova condição para o Brasil

no mercado internacional de petróleo e gás natural, ampliando suas reservas

provadas e duplicando a capacidade de produção até 2020.

A operação sob tais condições geológicas deve necessitar um número maior

de unidades de produção em cada campo. O desenvolvimento de infraestrutura de

transporte do petróleo e do gás natural à distâncias de cerca de 300 km da costa

está entre os principais desafios a serem vencidos ao longo da década. A Petrobras

e demais operadoras consideram opções (como bases de apoio, terminais

oceânicos e centros de operação remotos) para garantir apoio logístico e

operacionalidade à produção, assim como também sua segurança.

Grandes investimentos nos campos do pré-sal estão programados para até

2020. Estima-se um total superior a US$ 250 bi para o desenvolvimento da produção

Page 26: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

24

de petróleo e gás natural, incluindo toda a infraestrutura de transporte. Entre os

investimentos divulgados estão:

Petrobras, US$ 53,4 bi (2011-2015);

BG, US$ 30 bi;

Repsol YPF, US$ 14 bi.

Figura:2: Áreas de Exploração e Produção de Hidrocarbonetos no Brasil Fonte: BG Group 14/03/2011

Page 27: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

25

3 ESTUDAR A POSIÇÃO GEOPOLÍTICA, ECONÔMICA E AMBIENTAL NO

CENÁRIO MUNDIAL CORRENTE

3.1 POSIÇÃO GEOPOLÍTICA ATUAL DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL E NA AMÉRICA DO SUL

O Brasil ocupa quase a metade do espaço territorial sul-americano - 47.3% e

posiciona-se na larga porção oriental do Atlântico Sul.

De acordo com Therezinha de Castro(1997) P.02,o nosso total de fronteiras

(23.086km) se reparte entre os 15.719km de limites terrestres e 7.367km de litoral.

No conjunto brasileiro, 18% da extensão territorial são formados pela faixa de 250km

que acompanha o litoral, 42% se encontram entre os 250km e 1.000km da orla

litorânea, enquanto os restantes 40% estão além dos 1.000km. Tais porcentagens

comprovam ser o Brasil país do tipo marítimo, associando-o ainda ao tipo continental

pela presença no continente sul americano, caracterizando-o como múltiplo vetor.

Entretanto, o Brasil não tem a representação que nós brasileiros almejamos.

É preciso que se desenvolvameios de um dia alcançar níveis de primeiro mundo

para que possa ser respeitado. Uma das soluções seria a utilização dos royalties,

nas áreas de educação, de tecnologia e, em especial, de defesa. No presente,o

Brasil é reconhecido como uma nação poderosa apenas no cenário da América do

Sul. Conforme oMinistro da Defesa Celso Amorim, na sua aula magna proferida na

EGN em 09/03/2012, “nós somos uma nação miscigenada com tendências de busca

de soluções pacificas e com representatividade no cenário da América do Sul, do

Atlântico Sul, chegando à costa ocidental daÁfrica”. Por isso, aUnasul e o Mercosul

são importantes para a segurança, para a cooperação em defesa e, principalmente,

para as relações comerciais.

Diante desse contexto, o Brasil toma medidas para fortalecer as relações

diplomáticas, a fim de evitar conflitos com os demais países da América do Sul.

Recentemente, dois incidentes envolvendo países sul-americanos mostram a boa

disposição do governo brasileiro em reforçar sua política democrática e pacífica.

Quando a Bolívia assumiu as refinarias da Petrobrás existentes naquele

país, o Brasilnegociou seus preços e fechou um acordo em que a Petrobrás

permaneceria na administração das refinarias, tendo em vista a falta mão-de-obra

especializada. E por medida de segurança, a fim de evitar uma total dependência do

Page 28: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

26

gás proveniente da Bolívia, a Petrobrás alugou navios de grande porte e colocou em

áreas estratégicas para atender a demanda nacional. Também foram construídos

três terminais de gás no Brasil, para atender o nosso aumento de produção e

consumo, conforme informações fornecidas pelo Gerente Executivo do Cenpes,

Marcos Assayg, em sua palestra proferida em 06/06/2012. Com relação ao

Paraguai, havia uma questão envolvendo o valor do repasse do governo brasileiro

para o governo paraguaio referente à energia elétrica. E por outro lado, a

regularização dos agricultores e imigrantes ilegais brasileiros que viviam naquele

país.Pela primeira vez, as autoridades da imigração do Paraguai, o serviço consular

e a Polícia Federal reuniram-se e esses problemas de interesse mútuo foram

resolvidos. Os valores de repasse foram triplicados e os imigrantes legalizados.

Mas, emrelação à economia, a diferença do Brasil é muito grande, quando

comparada com países da América do Sul. Conforme dados abaixo, nosso

PIBrepresenta cerca de 57,28% do PIB de todos os outros países da América do Sul

juntos.

Tabela:1: PIB dos Países da América do Sul

Page 29: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

27

Fonte: Banco Mundial janeiro 2012 Tabela:2: PIB Países Emergentes

8-ago-2012

VI.18 – Indicadores econômicos

Países selecionados – PIB nominal

US$

bilhões

País 2006 2007 2008 2009 2010 2011 20121/ 20131/

África

África do Sul 261,2 285,8 274,2 284,2 363,5 408,1 419,9 438,9

Ásia

China 2 712,9

3 494,2 4 520,0 4 990,5 5 930,4 7 298,1 7 991,7 8 777,2

Coréia do Sul 951,8 1 049,2 931,4 834,1 1 014,9 1 116,2 1 163,5 1 243,1

Índia 908,5 1 152,8 1 251,4 1 254,0 1 597,9 1 676,1 1 779,3 1 961,7

Indonésia 364,3 432,2 511,0 538,7 708,4 845,7 928,3 1 055,0

Taiwan 376,3 393,1 400,2 377,6 430,2 466,8 480,5 519,7

Tailândia 207,1 247,0 272,6 263,7 318,9 345,6 377,2 415,3

Europa

Page 30: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

28

Polônia 341,7 425,3 529,4 430,5 469,4 513,8 528,5 550,0

Rússia 989,9 1 299,7 1 660,8 1 222,7 1 487,3 1 850,4 2 021,9 2 310,8

Turquia 529,2 649,1 730,3 614,4 734,6 778,1 817,3 878,0

América Latina

Argentina 214,0 262,1 328,1 310,4 370,0 447,6 472,8 501,2

Brasil 1 088,8

1 366,5 1 650,9 1 625,6 2 143,9 2 475,1 2 449,8 2 520,6

Chile 154,7 172,9 179,4 172,7 216,1 248,4 272,1 292,0

México 951,8 1 035,3 1 094,0 881,8 1 035,4 1 154,8 1 207,8 1 277,4

Venezuela 183,2 230,0 315,2 329,0 294,7 315,8 337,4 340,5

Fonte: FMI/IBGE Abril/2012

3.1.1 Amazônia Azul em especial a área do pré-sal neste novo cenário

A área conhecida como Amazônia Azul compreende em sua extensão e

abrangências os seguintes espaços marítimos:todo o estado costeiro conhecido

como mar territorial de até 12 milhas náuticas (cerca de 22km), uma zona econômica

exclusiva (ZEE), que não se estende além das 200 milhas náuticas (370km) do

litoral continental e insulare uma plataforma continental (PC) estendida, cujos limites

externos são determinados pela aplicação de critérios específicos.Em alguns casos,

ela ultrapassa a distância de 200 milhas da ZEE. Pela convenção sobre o direito do

mar, o Estado costeiro pode pleitear a extensão da sua plataforma costeira até o

limite de 350 milhas náuticas (648 km), observando-se alguns parâmetros técnicos,

e o Brasil pleiteou essa extensão junto às Nações Unidas.

Dentro desses limites, encontra-se a área do pré-sal, onde foram

descobertas reservas consideráveis de petróleo que podem ter volume próximo dos

100 bilhões de barris. Esse volume, considerando o preço atual do barril, cerca de

US$ 100 dólares, corresponderia um montante que deixaria qualquer país de olho

nas reservas que, inclusive, podem triplicar chegando a 300 bilhões de barris.

Nossa posição no ranking mundial em reservas constatadas (provadas),

segue conforme relatório da ANP, não levando em consideração as áreas do pré-

sal:

Tabela 3: Reservas Provadas de Petróleo no Mundo de 2001-2010

Page 31: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

29

Fonte: BP StatiscalReviewof World Energy 2011;para o Brasil, conforme Portaria ANP nº 9/2000.

Esses números do Brasil, de apenas 14,2 bilhões de reserva provada,

poderão ultrapassar de 100 bilhões, ou até 300 bilhões de barris de petróleo,

colocando os Brasil entre asseis maiores ou, quem sabe, de acordo com as

descobertas que ocorrerão no pré-sal, entre os três maiores produtores do mundo.

E, dentro da América do Sul, coloca-o no patamar acima do já alcançado.

Esse marco promissor, coloca o Brasil num patamar acima do já

reconhecido na América do Sul. Devido a isso, observa-se nos países americanos

uma preocupação em criar e fortalecer blocos que garantam o cumprimento de

acordos já existentes. Podemos citar como exemplo: o NAFTA, integrado pelos

Estados Unidos,Canadá, eMéxico; o MERCOSUL, integrado por Brasil, Argentina,

Paraguai, Uruguai e Venezuela ( Chile,Bolívia ePeru possuem status de “países

Page 32: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

30

associados”); o CAFTA, integrado por países da América Central e a República

Dominicana; o Pacto Andino, formado pela Colômbia, Peru e Equador; a CASA

(Comunidade Sul-Americana de Nações), e a recém criada ALBA (Alternativa

Bolivariana para a América), lançada e liderada pelo Presidente Hugo Chávez da

Venezuela e que íntegra além desse país, Bolívia e Cuba.

Apesar da criação desses blocos, e observando todos os acontecimentos

ocorridos nos últimos anos, constatamos que cada um dos países citados busca

seus próprios objetivos. O Brasil, como o ator principal, como o país mais rico da

região, precisa atuar com maior liderança dentro de seubloco e defender melhor sua

soberania. Precisa investir forte no Poder Marítimo e Naval, precisa ter uma FFAA

consistente, robusta,com poder de dissuasão, precisa de uma Marinha de Guerra

preparada para defender suas riquezas no mar e precisareinvestir na Marinha

Mercante para garantir o transporte e o comércio, afim de evitar saída de divisas.

São 95% das importações e exportaçõesefetuados por transporte marítimo e 97%

desse transporte é utilizado através de bandeira estrangeira em nosso litoral.

Estamos com mais de 95% dos fretes sendo realizados por bandeiras

estrangeiras em nosso litoral.

3.2 POSIÇÃO ECONÔMICA COM ESTE NOVO CENÁRIO

Conforme Antônio Luiz M.Costa(09/11/2011),o Brasil ultrapassou a Inglaterra

no seu PIB, e se torna, em 2011, a sexta maior economia do mundo, ou seja, sexto

maior produto interno bruto medido em dólares à taxa e câmbio recorrentes.Embora

nosso crescimento tenha sido abaixo do esperado, entre 3 e 3,5%, o Reino Unido

teve um tímido crescimento entre 0,7 e 1,2%.

É de se respeitar a nossa posição. Aeconomia brasileira ultrapassou aquela

que foi a maior potência econômica do Ocidente (considerado o seu enorme império

colonial, do século XIX até a I Guerra Mundial). Em 1820, o PIB britânico (sem as

colônias)era 12,4 vezes maior que o do Brasil; em 1870, era 14,3 vezes;em 1913,

11,7 vezes maior; em 1992(segundo o OCDE), essa relação tinha caído para 2,6 e

em 1995, com o câmbio semicongelado pelo Plano Real, foi para 1,5. Mas a

malfadada política cambial de Gustavo Franco e Chico Lopes a fez voltar e subir

para 2,62 em 1999; em 2003 foi para 3,35. Desde então, a relação caiu

continuamente: 2,04 em 2007, 1,61 em 2008;1,36 em 2009(ano em que o PIB do

Page 33: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

31

Brasil ultrapassou os do Canadá e Espanha e se tornou o oitavo do mundo), 1,07

em 2010(quando ultrapassou a Itália) e 0,99 agora.

Porém, a economia brasileira, segundo projeções da EIU, será ultrapassada

pela Índia em 2013. Entretanto, ultrapassará a França em 2014 e, posteriormente, a

Alemanha em 2020. Nesse ano, o Brasil será a quinta economia do mundoe os

Estados Unidos, a China, o Japão e a Índia serão, respectivamente, os primeiros

colocados.

3.2.1 Uma Nova Política Industrial no Brasil

Após o controle da inflação, surge a discussão do papel da política industrial

para a criação de uma estratégia de desenvolvimento econômico, tendo em vista o

novo cenário econômico brasileiro.

O Brasil deve decidir: exportar petróleo in natura ou usar as novas reservas

de petróleo encontradas sob a camada do sal como plataforma indutora de um novo

ciclo de desenvolvimento industrial.

Se a decisão for por exportar produtos de maior valor agregado, como

gasolina e produtos petroquímicos, o país tem em suas mãos a oportunidade de

desenvolver uma política industrial e preencher uma lacuna histórica na estratégia

nacional. Opré-sal será, então, um dos grandes responsáveis por essa nova política

industrial brasileira de desenvolvimento e abrirá uma excelente oportunidade para o

Brasil desenvolver-se economicamente e de reduzir as desigualdades regionais e

sociais. A exploração há mais de 7.000 metros de profundidade exige um valor muito

elevado de investimentos para que tal atividade seja viável comercialmente, é

necessário o desenvolvimento de tecnologia de ponta no país e criação de

externalidades para outros setores.

O pré-sal, dará ao Brasil a oportunidade de buscar cada vez mais sua

autossuficiência, aumentar seu parque industrial,fomentar seu desenvolvimento e

diminuir a desigualdade social.

3.2.2 Os Royalties do Petróleo e o seu significado.

Conforme IlmoSauer em 02.11.2011,o conceito da palavra “royalty”foi

formulado por Hotelling, na década de 1920, como um prêmio a ser pago ao

Page 34: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

32

detentor de recursos naturais não reprodutíveis (ás vezes era o rei, daí royalty, o

direito do soberano), em compensação por sua exaustão e sua não disponibilidade

no futuro, quando poderia ter valor muito maior. No Brasil, a Constituição de 1988

diz em seu artigo 20: “São bens da união: V – os recursos naturais da plataforma

continental e da zona econômica exclusiva; VII – os potenciais de energia hidráulica;

IX – 0s recursos minerais, os do subsolo; & 1 – É assegurada, nos termos da lei, aos

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração

direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural,

recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos

minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona

econômica exclusiva, ou compensação financeira por exploração.Assim,aqui, o

soberano titular dos recursos é o Povo.

Os royalties, no Brasil, são calculados sobre o volume de petróleo produzido

e o preço de referência do campo no mês de apuração. É um valor condicionado

pelo mercado internacional e cai quando o preço do petróleo é desfavorável. A

quantidade a ser paga em um mês de preço baixo pode ser frustrante para as

finanças do beneficiário, seja estado, município ou União. O valor mais alto do total

de royalties e participações especiais gerado no país, no período registrado, foi

atingido no ano de 2008: cerca de R$ 11 bi de royalties e 12 de participações. É

muito, mas comparado à renda potencial que o Pré-sal pode gerar, representa uma

fração marginal.

Page 35: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

33

3.2.3 A idéia falsa do Estado Produtor

ConformeIlmoSauer em 02.11.2011, atualmente há um grande debate sobre

o verdadeiro conceito de Estado Produtor. Hoje, esse conceito aplica-se à produção

terrestre de petróleo e considera estado produtor aquele que realmente o produz.

Mas quando se falada produção em alto mar, o estado produtor é essencialmente o

Estado Nacional, uma vez que, a descoberta e a produção de petróleo são frutos de

um esforço de décadas da Petrobrás, empresa que representa o país como um

todo,garantindo a produção, a segurança, a logística, a tecnologia e recursos

humanos necessários à exploração.Portanto, o caminho correto seria aplicar de

forma direta e lógica o princípio constitucional inscrito no caput do Artigo 20,

segundo o qual o petróleo pertence à União, portanto a todos os brasileiros. Dessa

forma, os recursos deveriam ser direcionados para a construção de um país para

todos, e não somente para os estados produtores.Deveriam ser investidos para a

criar uma infraestrutura produtiva, educacional, tecnológica que geraria mais riqueza

do que o valor futuro do próprio petróleo produzido agora, tomado às gerações

futuras.

A distribuição utilizada atualmente, levando em conta apenas esses estados

ditos produtores simplesmente não guarda relação com princípio lógico. O mais

grave porém é que os recursos originários dos royalties e participações especiais

estão sendo queimados em grande medida por Estados e Municípios. Estados,

como o Rio de Janeiro,por exemplo, o maior beneficiário, reivindicam os recursos,

proclamam “direitos adquiridos” para seu orçamento e, ao mesmo tempo outorgam

isenções fiscais para empresas, sem justificativas e sem transparência,

transformando os recursos tomados ao futuro em generosidades empresariais.

3.2.4 Criação do Fundo Social

O artigo 1º da Lei 12.351 dispõe sobrea exploração e a produção de

petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos em áreas do pré-sal e em áreas

estratégicas, cria o fundo social – (FS) e dispõe sobre sua estrutura e fontes de

recursos, e altera a Lei no.9.47, que poderá ser um facilitador para tentar diminuir as

desigualdades sociais no Brasil.

Page 36: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

34

3.2.5 Diferença entre modelo de Partilha e modelo de Concessão

No artigo 2º, essalei, no seu segundo parágrafo, mostra a diferença do

modelo de partilha e do modelo de concessão:

I - Partilha de produção e não mais concessão: regime de exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos no qual o contratado exerce, por sua conta e risco, as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção e, em caso de descoberta, adquire o direito à apropriação do custo do óleo, do volume de produção correspondente aos royalties devidos, bem como de parcela do excedente bem óleo, na proporção, condições e prazos estabelecidos em contrato.

Segundo o Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), esse

modelo garante ao Estado o direito de decidir qual o melhor caminho para o petróleo

brasileiro. Dá poder à nação de barganhar a troca desse valioso produto por

tecnologias de ponta egarante àPetrobrás a responsabilidade pela condução e

execução, direta e indireta,de todas as atividades de exploração.

3.2.6 Projeto de Lei 2.565/2011 que tramita no congresso e cria nova regra

para distribuição de royalties do petróleo

A Câmara analisa o Projeto de Lei no.2565/2011 que redistribui os royalties

do petróleo para beneficiar estados e municípios não produtores. A redistribuição

alcança tanto as áreas da camada do pré-sal quanto as do pós sal, que já foram

licitadas.

O projeto, que enfrenta forte oposição dos principais estados produtores

como Rio de Janeiro e Espirito Santo, determina a redução de 50% para 42% da

parcela da união na chamada participação especial – tributo pago por empresas pela

exploração de grandes campos de petróleo, principalmente os recém-descobertos

na camada do pré-sal. A exploração, nesse caso, é contratada peloregime de

concessão.

A participação não inclui os royalties – valores que a União, estados e

municípios recebem das empresas pela exploração de petróleo. Os repasses variam

de acordo com a quantidade explorada. Em relação aos royalties, o relatório traz

uma redução de 30% para 20% na fatia destinada ao governo. O relator propôs que,

Page 37: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

35

a partir de 2013, a União receba uma compensação na participação especial de 1%

por ano, até chegar a 46% em 2016.

O relatório também traz perdas para os estados produtores, que terão a sua

parcela do royalties reduzidas de 26,5% para 20%. A participação especial

destinada aos estados produtores, segundo relatório, cai de 40% para 20%.

Vital Rego, Senador elaborador do Projeto de Lei, disse ter definido

percentuais de forma a garantir uma receita de R$ 11,1 bilhões em 2012 aos

chamados estados produtores. Em 2010, eles receberam R$ 7 bilhões. Os estados

não produtores, que receberam R$ 160 milhões em 2010, receberão R$ 4bilhões em

2012, se o projeto for aprovado como está.

Os estados não-produtores alegam que exploração e produção de petróleo

feitas no mar pertencem a União, conforme está escrito na Constituição Federal. Os

representantes desses estados alegam que foi a Petrobrás que investiu em

pesquisas para explorar e produzir petróleo em alto mar; e não os estados que se

dizem produtores. Argumentam ainda que os contratos, tanto no regime de

concessão, como sobe regime de partilha, são firmados entre a Agência Nacional de

Petróleo (ANP) e as companhias petrolíferas.

Já os estados produtores dizem que os recursos recebidos dos royalties do

petróleo são direitos adquiridos e que não podem perder os repasses de um dia para

o outro.

Segue abaixo nova regra para distribuição de royalties - conforme Agência

Câmara de Notícias:

Tabela 04:Distribuição dos Royalties Projeto Lei 2565/2011

Fonte: agência câmara de notícia 2012.

Page 38: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

36

A proposta da partilha de produção alteraria duas leis que tratam do assunto.

Uma delas é a 12.351/10, que propõe mudança, na partilha dos royalties, do valor

do percentual da alíquota para 15%, a fim de fazer a compensação financeira pela

exploração de petróleo e gás natural dos municípios e estados à União. O projeto

determina, também, que os critérios para os valores dos royalties sejam definidos

em ato do Poder Executivo, em função dos preços de mercado, das especificações

do produto e da localização do campo onde foi feita a exploração.

A outra lei ser alterada é a Lei 9.478/97, sobre política energética nacional e

o monopólio do petróleo. A mudança visa a reduzir percentuais de divisão dos

royalties entre os estados,os municípios e a União.

3.3 ESTUDAR A POSIÇÃO AMBIENTAL ATUAL DO BRASIL NA ÁREA DO PETRÓLEO

3.3.1 Introdução da Posição Ambiental no Mundo

Os mares e os oceanos são uma fonte abundante de recursos biológicos e

naturais. São responsáveis pela reciclagem de produtos químicos e ciclos

biológicos, fonte de alimentos, de renda, além de constituírem vias naturais de

transporte e comércio.

Durante séculos, os oceanos foram vistos como um lugar conveniente para

se jogar vários tipos de resíduos, lixos efluentes líquidos. Devido a isso, existe pouca

zona costeira completamente sem poluição. A poluição marinha resulta em

permanente degradação do meio ambiente marítimo e costeiro. Estima-se que cerca

de 100.000 animais marinhos morram todos os dias no mundo afora, por ficarem

presos nos restos de plásticos jogados nos mares ou por ingeri-los.

O transporte marítimo é, sem dúvida, o mais barato e ecologicamente

correto. Os petroleiros transportam uma carga superior a 40% de todo o comércio

marítimo mundial, e, na década passada, 58% de todo o petróleo consumido no

mundo foi transportado pelo mar – aproximadamente 1 bilhão e 800 milhões de

toneladas, sendo o volume das cargas que viajam pelos mares e oceanos cada vez

mais frequente e crescente, chegando a números como 20 trilhões de toneladas.

Sem sombra de dúvidas, o transporte marítimo tem contribuído de uma maneira forte

para o progresso da humanidade (COLLYER 2008).

Page 39: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

37

Derramamentos de petróleo provenientes de navios, até pouco tempo atrás,

representavam cerca de 10% da poluição global dos oceanos. Entretanto, nos

últimos anos, devido a uma maior conscientização da indústria e à pressão da

sociedade, novas leis são aplicadas a quem polui e novas tecnologias estão sendo

desenvolvidas.Esse percentual vem decrescendo rapidamente e atingindo

patamares aceitáveis.

A melhor solução para um derramamento de óleo, em primeiro lugar, é

sempre evitá-lo. Mas, se o derramamento já ocorreu, é fundamental que os

profissionais responsáveis pela minimização do dano estejam cientes de que

medidas rápidas e eficazes, um plano bem estruturado com equipamentos

apropriados e equipes especializadas são de fundamental importância para uma

pronta e eficaz resposta.

Em todo o mundo, uma consciência voltada para a proteção ambiental e a

preservação do meio ambiente ecoa nos mais diversos setores da sociedade

organizada. A natureza, tão rica e proeminente em recursos para prover os

habitantes do planeta, sente-se seriamente ameaçada pela degradação do meio

ambiente causada pelo homem. Essa ação nociva retarda e prejudica o processo de

desenvolvimento social e tecnológico de qualquer nação. Por conta disso, as

grandes potências mundiais passaram a reunir-se para elaborar metas para a

preservação do meio ambiente; o resultado dessa iniciativa pode ser observado na

figura abaixo, onde é notória a acentuada queda no número de grandes acidentes

no mundo, aqueles considerados acima de 700 toneladas.

Figura03: Fonte: ITOPF Número de grandes acidentes ocorridos de 1970 a 2010

Page 40: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

38

3.3.2 Meio Ambiente e Legislação ambiental

Poluição é toda e qualquer agressão causada ao meio ambiente pelo

homem. Essa agressão pode ocorrer de várias maneiras: descarga de gases de

veículos cujo motores estão desregulados; lixo jogado nas estradas, rios, lagos,

baías, lagoas, mares, ruas; lixos residenciais, hospitalares e industriais depositados

em locais impróprios; etc. A que nos interessa abordar neste trabalho, no entanto, é

a poluição contra a qual a indústria de petróleo e as empresas de navegação e

transporte marítimo de carga mais tentam combater: acidentes com vazamento de

óleo nas operações de carga e descarga de navios petroleiros em píeres, operações

em sistemas de dutos, refinarias, plataformas, acidentes envolvendo embarcações,

entre outras.

O meio ambiente foi reconhecido como bem jurídico desde a Lei de Politica

Nacional de Meio Ambiente(Lei 6.938/81), quando o art. 3º o definiu como “o

conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e

biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” e deve ser

preservado. Por isso, quase sempre os vazamentos de óleo de navios atraem a

atenção da mídia e do publico, motivando novas legislações. Contudo, uma

quantidade significativa de óleo derramado no mar provém de outras fontes –

incluindo infiltrações do ambiente natural, conhecidos com exsudações -, descargas

do processo de refinamento, operações de distribuição e venda, assim como

disposições por parte dos usuários finais do produto do óleo (IPIECA,2010).

3.3.3 Direito Ambiental

Entende-se como Direito ambiental o conjunto de princípios e normas

reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a

sanidade do ambiente e a sua dimensão global, visando a sua sustentabilidade para

presentes e futuras gerações (EDIS MILARÉ).

Com vistas a regular as atividades e as inter-relações humanas sobre a

natureza, de acordo com os princípios dados pelo Direito Ambiental, no Brasil há um

conjunto de regras obrigatórias que são estabelecidas por:

• Constituição Federal;

Page 41: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

39

• Leis Complementares;

• Leis Ordinárias;

• Medidas Provisórias;

• Decretos;

• Resoluções;

• Normas.

A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a consolidar a autonomia

jurídica do bem ambiental, refletindo o interesse primário na conservação da

qualidade ambiental.

“O meio ambiente é patrimônio público e deve ser protegido pelo Estado e pela sociedade”(Art. 255 da CF/1988).

3.3.4 Licenciamento ambiental

O licenciamento ambiental é um procedimento pelo o qual o órgão ambiental

competente – federal (IBAMA), estadual ou municipal – permite a localização,

instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de

recursos ambientais, e que possam ser considerados efetiva ou potencialmente

poluidoras, ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação

ambiental.

Este licenciamento possui as etapas de Licenciamento prévio, instalação e

Operação. A Licença Prévia é solicitada durante a fase de planejamento, aprovando

ou não a sua implantação. A Licença de Instalação aprova os projetos e autoriza o

inicio de seu empreendimento, uma vez que a Licença Prévia tenha sido concedida.

A Licença de Operação é a que autoriza o definitivofuncionamento das atividades.

3.3.5 Investimentos da Petrobras no Meio Ambiente

Conforme Petrobrás Meio ambiente(2011). A responsabilidade ambiental faz

parte da missão da Petrobrás e está totalmente ligada aosseus negócios. A empresa

trabalha visando garantir o futuro sustentável das próximas gerações - seu foco é a

eco-eficiência.

Page 42: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

40

Para ela, não basta só produzir, refinar e distribuir petróleo dentro dos mais

rigorosos padrões de segurança, mas também buscar a excelência em suas

operações. Com a utilização racional de água e energia e a menor geração possível

de efluentes, resíduos e emissões em todas as unidades, reduziu o impacto no meio

ambiente e reforçou o seu compromisso.

De 2000 a 2011, a Petrobrás investiu mais de R$ 43,5 bilhões em

Segurança, Meio Ambiente e Saúde. Parte desse valor foi usado na instalação de

Centros de Defesa Ambiental (CDA) em todo Brasil, assim divididos em:

• Amazônia

• Bacia de Campos

• Bahia

• Centro-Oeste

• Espírito Santos

• Maranhão

• Rio de Janeiro

• Rio Grande do Norte

• São Paulo

• Sul

Cada CDA dos dez existentes, conta com lancha, balsas, recolhedores de

óleo, dispersantes químicos e outros equipamentos.

Além dos CDA’s, conta também com 13 bases avançadas desses centros,

além de três embarcações equipadas com recursos necessários para agilizar e tornar

mais eficiente e mais eficaz a resposta em caso de vazamentos de óleo. Mantidas de

prontidão no litoral brasileiro, essas embarcações permanecem tripuladas 24 horas

por dia, e cada uma delas é apta a recolher até 300 litros de óleo por hora do mar.

Para suas perfurações em águas profundas, utiliza um sistema adicional

para acionamento do BOP (BlowoutPreventer), através de sistema acústico,

complementando os sistemas que são aplicados em outros países.

A Petrobrás apoia de forma voluntária inúmeros projetos ambientais.A

previsão é que o programa Petrobrás Ambiental invista um total de R$ 500 milhões

em iniciativas de preservação ambiental em todos os biomas brasileiros.

Page 43: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

41

Em mais de vinte anos de produção na Amazônia, a Petrobrás tornou-se

referência em responsabilidades socioambiental, contribuindo para a melhoria da

qualidade de vida na região. Nesse cenário, considerado um santuário ecológico,

construiu nossa base de operações, onde desenvolve atividades de exploração e

produção de petróleo e gás natural, com foco na qualidade de seus processos.

Outros exemplosde preservação do Meio Ambiente que demonstram a

preocupação do crescimento com a sustentabilidade, preservando a qualidade de

vida, são:

• Golfinho-rotador - Preservação do comportamento;

• Mata Atlântica - Conhecer para preservar;

• Coral Vivo - Conservação no fundo do mar.

3.3.6 Sistema de Gestão Integrada de SMS e Certificações de SMS na Petrobrás

Conforme site Petrobrás meio ambiente (2011), a busca da excelência em

Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS), objetivo previsto em seu plano

estratégico, levou a Petrobrás a estabelecer, como uma de suas metas, a

certificação de suas unidades de acordo com as normas internacionais de gestão de

SMS. Assim, em dezembro de 2009, a Companhia possuía 39 Certificações

Integradas de acordo com as normas ISO 14001(Meio Ambiente), BS 8800 ou

OHSAS 18001 (Segurança e Saúde). Essas certificações cobriam a maior parte das

unidades de negócio e de serviço da Companhia no Brasil e no exterior. Vale

ressaltar que alguma

s das unidades também estavam certificadas com conformidade com a

norma ISO 9001(Qualidade). As unidades certificadas somente por uma das normas

internacionais supracitadas não foram consideradas no cômputo das certificações

integradas.

Page 44: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

42

4 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS EM

RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS GEOPOLÍTCAS

4.1 INTRODUÇÃO DA POSIÇÃO DO BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL COM RELAÇÃO À SUA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

Nos próximos vinte anos, com a descoberta do pré-sal, o Brasil poderá

estarentre os três maiores produtores de petróleo do mundo. Essas estimativas,

ainda recentes, são baseadas em estudos e avaliações efetuadas com um grau

bastante elevado de segurança e deixa o país muito temeroso quanto à real

necessidade de assegurar essa valiosa área chamada Amazônia Azul. A reativação

da IV Frota Americana para o Atlântico Sul, logo após a descoberta do pré-sal, deixa

transparecer o interesse dos Estados Unidos em efetuar exercício em conjunto no

Atlântico Sul e isso deve ser avaliado e analisado com mais profundidade.Pois seus

objetivos, nas áreas onde o petróleo é abundante,sempre foi,seja através de

diálogos ou de conflitos,defender seus próprios interesses.

Conforme gráfico os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar e consomem

cerca de 24,3% de todo petróleo produzido no mundo.

Quadro:2: Os 10 Maiores Consumidores de Petróleo no Mundo.

Page 45: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

43

Fonte: Site da BP(BritshPetroleum), 2008. Neste mesmo cenário, presencia-se o desenvolvimento da China assim

como da Índia. Essas duas economias vêm crescendo num processo acelerado e

possuem juntas mais de 2,5 bilhões de habitantes. Daqui a 20 anos, aumentarão

sua população e terão uma necessidade maior de continuar produzindo e

sustentando essa massa de pessoas. O que eles poderão buscar em países, como

o Brasil, com um potencial elevadíssimo de riquezas naturais, em especial o petróleo

proveniente do pré-sal?Levando-seem consideração que ambos têm um poder

militar bélico bem superior ao brasileiro, inclusive a bomba atômica, o que essas

nações poderiam fazer para não deixar seu povo passando por necessidades?

precisamos avaliar a política de investimentos na área de Defesa e fazer cumprir o

Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB).

A Amazônia Azul precisa ser defendida e resguardada dos interesses

internacionais. O petróleo é a maior riqueza do Brasil e localiza-se em áreas bem

afastadas do seu território. É importante que esse tesouro seja preservado e queo

país mostre a quem de direito seu poder de dissuasão.

A Petrobrás tem ajudado o Brasil na sua busca por respeito e

reconhecimento. Os grandes e promissores investimentos dessa empresa elevam a

posição do Brasil no cenário mundial. Portanto, é mister analisar os investimentos da

Petrobrás no cenário mundial, em especial na América do Sul, América do Norte e

África.

4.1.1 A Petrobrás Situada na América do Sul, como Estratégia Geopolítica

4.1.1.1 A Petrobrás Situada na Argentina

De acordo com o Globo (20/04/2012),o Governo Argentino quer aumentar de

8% para 15% a participação da Petrobrás naquele país epretende que a Petrobrás

amplie suas atividades. No entanto, o Brasil não se mostra disposto a elevar seus

investimentos na Argentina. O Ministro das Minas e EnergiaEdson Lobãoafirma que

vai manter os investimentos no patamar dos R$ 500 milhões aplicados no ano de

2011” e justifica que no presente, o país está voltado para gastos no pré-sal.

Page 46: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

44

4.1.1.2 A Petrobrás Situada no Chile

Petrobrás Chile (19/07/2012). A Petrobrás deu inicio às suas operações no

Norte do Chile, em 13 de janeiro de 2011, um ano e meio após sua chegada ao país

com a abertura de um dos seis pontos da área de Antofogasta.

Além disso, a petroleira fornece óleo a uma série de mineradoras da região

e, em breve, começará a operar em conjunto com a Companhia de Petróleo de Chile

(Copec), o terminal de descarga combustível, Mejillones, o que garantirá o

fornecimento de energia da área por via marítima, a partir dos centros de refino do

petróleo.

A consolidação da Petrobrás no Chile está em consonância com o Plano

Estratégico da empresa brasileira, que prevê sua expansão emdiversas regiões da

América Latina.

4.1.1.3 A Petrobrás Situada no Uruguai

Petrobrás Uruguai (19/07/2012),a Petrobrás atua no Uruguai desde 2004,

quando fez uma parceria com a estatal do Uruguai, Administración Nacional de

CombustiblesAlchool y Portland (Ancap),para a distribuição de gás natural no interior

do país.

Em 2006 a Petrobrás continua sua ampliação, sua atuação no Uruguai foi

ampliada no setor de gás natural, quando foi concluída a aquisição de 66% das

ações da antiga GasebaUruguaya S.A., hoje MontivieoGas. A empresa é uma

concessionária de distribuição, por duto, de gás natural, de gás liquefeito de petróleo

(GLP) e de gás manufaturado na capital uruguaia. Essa concessão, válida até 2025,

abrange a cidade de Montevidéu.

No presente, distribui gás natural na capital e no interior do país e

possuipostos de serviços em todo o território uruguaio para o fornecimento de seus

produtos, além de atuar na exploração de petróleo na bacia de Puntadel Leste.

Pode se dizer, então, que suas atividades no Uruguai, hoje, abrangem os

segmentos de exploração, produção, distribuição e comercialização de

combustíveis.

Page 47: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

45

Para a Petrobrás, a sua atuação no Uruguai é muito importante para a

integração do Cone Sul.

4.1.1.4 A Petrobrás Situada na Bolívia

Petrobrás Bolívia (19/07/2012). A Petrobrás Bolívia foi criada no final de

1995 e iniciou suas operações, efetivamente, em meados de 1996. No país, seus

investimentos são voltados para o gás e sua atuação é focada no desenvolvimento

da indústria de hidrocarbonetos.

A Petrobrás tem participação em transporte – via Transierra – e compressão

– na Planta de Rio Grande – operando parte dos sistemas de transporte de gás

natural para o Brasil e também o gasoduto Yacuiba-Rio Grande(Gasyrg) que, em

conexão com o gasoduto Bolívia-Brasil, garante a transferência da produção de gás

natural dos campos de San Alberto e San Antonio.

Segundo dados da empresa brasileira, suas duas refinarias, que ficam nas

cidades bolivianas de Cochabamba e Santa Cruz, são responsáveis por 100% da

gasolina consumida e produzida no país (que é auto suficiente no combustível),por

95% do diesel produzido e por 70% do diesel consumido.

A questão do controle das refinarias está sendo discutida porque, segundo

um dos pontos do decreto de nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos,

assinado peloPresidente Evo Morales, em 1º de maio do ano passado, a YPFB,

estatal boliviana de petróleo, tem o “direito” de controlar toda a cadeia de produção,

refino e distribuição de hidrocarbonetos no país. O que está sendo discutindo agora

é a venda de 100% das ações da refinarias.

A nacionalização do gás boliviano, decretado pelo Presidente Evo Morales,

reverteu a privatização das reservas feita na década de 90. Com a medida, o

governo atende a determinação da lei de hidrocarbonetos, aprovada há três anos.

Com todos esses novos contratos que as 12 empresas estrangeiras que

atuam na área de petróleo e gás no país assinaram com a Bolívia em função da

nova lei, por 30 anos, as empresas passam a destinar 50% das receitas de suas

operações para o Estado boliviano, e os 50% restante servem para garantir um

retorno mínimo para suas despesas e investimentos, divididos com a estatal

boliviana de petróleo, a YPFB. Na avaliação da Petrobrás, a remuneração prevista

para empresa é suficiente para garantir que ela não tenha prejuízos.

Page 48: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

46

A Petrobrás é hoje, a maior empesa em operação na Bolívia e responde por

cerca de 25% da arrecadação de impostos do governo boliviano e por 18% do

Produto Interno Bruto (o total de riquezas produzidos em um ano) do país.

4.1.1.5 A Petrobrás Situada na Venezuela

De acordo Exame Abril (16/01/2012),a Petrobrás atua na Venezuela desde

2003, e sua atividade no País é de exploração e de produção de petróleo e de gás.

Sua participação é como operadora, em sociedade com a Petróleos de Venezuela

SA (PDVSA) e outras empresas mistas que operam em campos terrestres de

produção no país.

Essa relação comercial passou a ser mais interessante para o Brasil, a partir

da posição ocupada pelaVenezuela,no ranking mundial, como a segunda maior

reserva provada no mundo - cerca de 211 bilhões de barris de petróleo.

O maior e mais importante investimento realizado entre as duas companhias

a construção da refinaria Abreu Lima, localizada em Recife (PE), que deverá ter

capacidade de refinar mais de 230 mil barris dia de petróleo. De acordo com o

Ministro de Energia venezuelano, Rafael Ramirez, a estatal petrolífera da

Venezuela, a PDVSA, dará em breve sua contribuição para a parceria que tem com

a Petrobrás.

A PDVSA terá 40% por cento de participação no projeto da refinaria ocusto

total da construção está estimado em 12 bilhões de dólares.

4.1.2 A Petrobrás Situada na América do Norte, como Estratégia Geopolítica

4.1.2.1 A PETROBRÁS Situada nos Estados Unidos no Golfo do México, Como Estratégia Geopolítica

De acordo Petrobrás U.S.A. (19/07/2012),a Petrobrás atua em exploração e

produção nos EUA desde 1987, quando adquiriu participações em oito blocos no

setor americano do Golfo do México, mas conquistou o reconhecimento mundial,

com a sua atuação na costa americana, no Golfo do México, nas operações

desenvolvidas em águas profundas e ultraprofundas.

Page 49: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

47

Formou parceria com algumas das maiores empresas petrolífera do mundo.

Devido a isso, com o aumento, nos últimos anos, de nossa participação na

exploração e produção petrolíferas em águas profundas.

Devido a isso, mantém atividades no seguimento do trading, com a

comercialização de petróleo e outros produtos e, desde 2008 na área de refino, após

a aquisição da Refinaria de Pasadena, localizada no Texas, quepossui capacidade

de processamento de 100 mil barris/dia.

Na costa americana, no Golfo do México, a Petrobrás intensificou suas

atividades com o objetivo de consolidar sua posição na área para onde as maiores

empresas do mundo se voltam. Com as concessões exploratórias de petróleo e gás,

tem aproximadamente 190 blocos na costa americana, dos quais atua, em mais da

metade, como operadora. A maioria está em fase exploratória e há sete em

produção.

As maiores promessas vêm de campos de Cascade e Chinook, operadas

pela Petrobrás, e de Saint Malo e Stones, operados por parceiros, todos localizados

a uma profundidade de 2.500 metros.

Com esse projeto, a Petrobrás está modificando com sucesso a maneira de

se operar nas águas do Golfo, onde está sendo aplicada sua tecnologia offshore,

desenvolvida e implantada com sucesso no Brasil há mais de 30 anos. A companhia

será a primeira a instalar um navio-plataforma do Tipo FPSO(floating

productionstorage e offloading/unidade flutuante de produção, estocagem e

escoamento) na parte norte-americana do Golfo. A embarcação começou a operar

em 2011. Além do FPSO, o transporte de petróleo por navios aliviadores

DP/ST(Navios de posicionamento dinâmico shuttletankers)e uso de bombas

submersas e risers (linhas submarinas de escoamento) autossustentáveis fazem

parte das inovações que a Petrobrás está levando para a região.

Page 50: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

48

Figura 3: FPSO (Floating ProductionStorageOffloading P-54). Fonte: site da petrobras.com.br

4.1.3 A Petrobrás Situada na África, Comoestratégia Geopolítica

Blog Petrobras (03/05/2012). Durante o seminário “Investimento na África”,

que contou com a participação do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da

Silva, a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Silva Foster, afirmou que“a África

constitui um excepcional mercado novo” e destacou que “existe grande similaridade

geológica entre as acumulações que temos no Brasil com as potenciais

acumulações que se encontram hoje na África.”Pode se concluir então que há um

grande interesse da Companhia na região.

A Petrobrás exerce atividades em sete países africanos, com destaque para

a Nigéria, e possui um plano de investimentos em biocombustíveis em Moçambique.

Atualmente atua em exploração e produção offshore em Angola, Benin, Gabão,

Líbia, Nigéria e Tanzânia e, de acordo com o plano de Negócios 2011-2015, serão

investidos US$ 2,4 bilhões em projetos no continente nesse período.

A presidente da Petrobrás destacou as relações comerciais com a Nigéria,

onde são produzidos atualmente 58 mil barris de óleo equivalente por dia (boed),e

os investimentos em produção de biocombustíveis em Moçambique.

Page 51: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

49

4.2 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS EM RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS

4.2.1 Cenários Possíveis de Recursos Provenientes Pré-Sal Para Economia Brasileira na Sua Representação

Conforme Jones Alexandre Barros Soares (2010, p.22-25),as riquezas

geradas pelo Pré-sal necessita, pela magnitude representada, de um planejamento

adequado. Apesar das previsões citadas anteriormente, há possibilidade de o pré-

sal gerar 300 bilhões de barris de petróleo. Fazendo uma conta por um terço disso,

100 bilhões de barris, observamos que o custo de produção, hoje, no mundo, é de

cerca de 8 dólares por barril . Como a tecnologia necessária para explorar o pré-sal

é maior, supondo o valor de 25 dólares o barril para extração e mais os descontos

provenientes do pagamento de impostos e royalties, com a cotação do barril a 100

dólares, hoje é possível ter um “lucro” de 75 dólares sobre o barril. Se multiplicarmos

esses 75 dólares de “lucro” por 100 bilhões de barris, teremos 7,5 trilhões de

dólares. Essa é a riqueza já pesquisada e descoberta pela Petrobrás, calculada para

o cenário mais pessimista possível. É uma riqueza realizável no tempo, durante, por

exemplo, 20 anos, e levaremos 6 ou 7 anos para atingir uma boa produção.

Divididos esses 7,5 trilhões de dólares por 20 anos, dá 375 bilhões de dólares ao

ano. O que representariam estes 7,5 trilhões de dólares? O que dá para fazer com

isso?

O orçamento do projeto do trem-bala Rio-São Paulo é de 15 bilhões de

dólares. Com 300 bilhões de dólares pode-se fazer 20 trens-bala, ligando de Porto

Alegre a Belém, passando por São Luís, Teresina, Fortaleza, Maceió, Aracaju,

Cuiabá, Campo Grande e por aí afora. Isso permitiria o transporte barato de pessoas

e da produção, integrar regiões a um preço baixo, economizar na manutenção de

estradas e ter um transporte mais seguro, mais confortável e mais limpo. Esses 300

bilhões de dólares seriam 4,5% da riqueza do pré-sal, na pior hipótese que é de

apenas 100 bilhões de barris.

Orçamento anual da Universidade de Harvard é de 3bilhões de dólares. Com

60 bilhões de dólares pode-se sustentar uma universidade do mesmo nível de

Harvard durante 20 anos.

Page 52: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

50

O INSS paga anualmente o equivalente a 100 bilhões de dólares em

benefícios. Com o equivalente a mais de três anos de pagamento de benefícios, 300

bilhões de dólares, é possível corrigir e manter as aposentadorias do INSS. É

possível resgatar os valores das aposentadorias e pensões, e resgatar a dignidade

dos aposentados. Somando 20 trens-bala, a “Harvard Tropical”, o resgate dos

aposentados e pensionistas, teríamos 660 bilhões de dólares. Os três projetos

mencionados até agora envolveriamapenas 9% por cento da riqueza do pré-sal.

Praticamente todo o financiamento brasileiro da indústria, habitação,

saneamento, renovação do parque industrial, incorporação de novas tecnologias é

feito com recursos do FAT, via BNDES. O FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador,

que também paga o seguro-desemprego, tem um patrimônio próximo a 90 bilhões

de dólares. O FGTS acumulou, até hoje, cerca de 100 bilhões de dólares. Esses

dois fundos totalizam, então, o valor de 190 bilhões de dólares. O Brasil pode fazer

um novo fundo, com o pré-sal, igual à soma do FAT e do FGTS, mais os 20 trens-

bala, mais a “Harvard Tropical”, mais corrigir e manter aposentadorias do INSS, e

mesmo assim isso somaria apenas 11,3% de uma projeção rasteira dos recursos do

pré-sal. Isso totalizaria, por alto, 850 bilhões de dólares.

O orçamento federal da Educação é de 17 bilhões de reais, ou 9 bilhões de

dólares. Esses recursos podem ser triplicados: os 9 existentes mais 18 bilhões de

dólares. Com esse acréscimo de 18 bilhões de dólares ao orçamento já existente,

em 20 anos seriam gastos 360 bilhões de dólares. Isso permitiria, finalmente, a

Escola Pública em tempo integral, com alimentação, médico, dentista, biblioteca,

computadores, atletismo, esporte, cultura. A conta, aqui, chegou a 1,09 trilhão de

dólares.

O orçamento da saúde, que sustenta o SUS, é de 43 bilhões de reais, ou

cerca de 22 bilhões de dólares, ou 440 bilhões de dólares em 20 anos. Isso é 8% do

total do petróleo da camada pré-sal segundo a conta mais pessimista. Aqui, a conta

sobe para 1,530 trilhão de dólares, ou 28% do total do pré-sal.

Para fins meramente comparativos a dívida interna brasileira está em 1

trilhão de reais, ou 500 bilhões de dólares. Somado isso aos projetos anteriores,

seriam gastos 2,03 trilhões de dólares. E estamos falando na conta mais pessimista,

de 7,5 trilhões de dólares de reservas

Isso tudo dá um total de 2,03 trilhões de dólares, ou 30% do que temos no

pré-sal de acordo com os cálculos absolutamente pessimistas que fizemos.

Page 53: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

51

Só que o pré-sal pode ter 300 bilhões de barris; o petróleo pode ir

rapidamente a mais de 100 dólares, como exemplo do preço do barril de US$

125,00: o custo de extração permaneceria em 25 dólares, o que aumentaria o “lucro

líquido” nas mesmas proporções do preço do barril. Nessa hipótese, teríamos 300

bilhões de barris multiplicados por US$ 100 dólares de “lucro líquido”, o que daria 30

trilhões de dólares. Essa posição é de um cenário otimista.

4.2.2 Pré-sal e o Orçamento de Defesa Nacional

Toda essa riqueza contudo irá despertar a cobiça internacional,

especialmente num cenário de insegurança energética mundial de países

desenvolvidos como os EUA, ou de países em ascensão, como China e Índia. Surge

então a questão da Defesa Nacional a fim de escudar esta riqueza, como fator

fundamental para que o pré-sal atinja seu verdadeiro objetivo de proporcionar um

ciclo de progresso grandioso e longo para o Brasil. O orçamento militar brasileiro foi,

por exemplo, de cerca de 61,00 bilhões de reais ou cerca de 30,3 bilhões de dólares

em 2011. Todavia, os valores destinados à investimentos são muito pequenos o que

nos leva a ter uma situação atual de sucateamento dos equipamentos das forças

armadas. Isso é particularmente preocupante no caso do pré-sal, devido às suas

especificidades de localização, no tocante ao Poder Marítimo. Duplicando este valor

que seria cerca de 3% do produto interno bruto(60,3 bilhões de dólares), enfatizando

o investimento em renovação e modernização dos equipamentos, em especial Poder

Marítimo, representaria uma atitude correta para defender esta riqueza. Em 20 anos,

teríamos 1.210 trilhões de dólares ou apenas 16,3% de uma projeção rasteira dos

recursos do pré-sal. (Os EUA por exemplo, gastam 548 bilhões de dólares/ano) que

equivale cerca de 4% do produto interno bruto americano.

4.2.3 Cenários Possíveis de Recursos Provenientes Somente dos Royalties

do Pré-Sal para Economia Brasileira

O montante dos royalties provenientes da produção de petróleo, em especial

os do pré-sal, representa e irá representar valores significativos que poderão e

deverão ser utilizados com objetivos diretos para a educação, a ciência e tecnologia

e os programas sociais. São três fatores básicos para alavancar o desenvolvimento

Page 54: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

52

de uma Nação. E em especial para a defesa do pré-sal garantindo esse precioso

bem.

O que não se pode é ficar sem uma definição concreta e objetiva, sem

metas diretas, sem modelos que possam ser aplicados.A Noruega pode ser citada

como exemplo pelaforma própria de aplicação e utilização desses recursos

4.2.3.1 O Modelo Norueguês

Conforme José Roberto Rodrigues Afonso, Sergio WulffGobetti,poucos

assuntos provocam tantas opiniões, emoções e controvérsias como o petróleo. Um

raro consenso é o sucesso da Noruega na gestão das suas enormes reservas. De

fato, quatro décadas após Ekofisk, a primeira descoberta gigante na plataforma

continental norueguesa, há hoje um amplo reconhecimento do acerto das políticas

adotadas naquele país. A Noruega conseguiu conciliar o que parece inconciliável:

dirigismo discricionário com eficiência e sem corrupção; protecionismo local e evoluir

para competitividade internacional; produção com respeito ao meio ambiente;

arrecadar e não gastar. A riqueza dos seus recursos naturais transferida do subsolo,

onde não tem nenhum valor, para um fundo de investimentos, soberano e

transparente, que já acumula cerca de 400 bilhões de dólares. Esse valor é aplicado

no exterior, e o governo só pode utilizar um máximo de 4% do valor do fundo por

ano(equivalente á perspectiva de rendimento real anual). È um dos poucos países,

senão o único grande exportador de petróleo a conseguir estender crescimento e

prosperidade a toda sua população e às gerações futuras, a transformar em bênção

a maldição do petróleo.A Noruega goza de uma qualidade de vida tão elevada que

nem todo esse montante é utilizado.

Com relação ao Brasil, é necessário objetivar e direcionar com qualidade e

honestidade esses tão valiosos royaltiespara que não haja desvios e os recursos

cheguem ao destino certo. Deve haver um maior controle para que esses

recursossejam plicados diretamente na infraestrutura, na educação, na ciência e

tecnologia, nos programas sociais e, em especial, nadefesa da nossa Amazônia

Azul.

Não se pode permitir que se ocorra como na CPMF, em que os recursos

especificamente destinado à saúde nunca chegavam no total a seu destino. É

preciso criarmecanismos de proteção, para que tais recursos alcancem seu principal

Page 55: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

53

objetivo. Para tal, seriam necessários um planejamento objetivando atingir metas

para 2020 e a criação de um plano de Estado e não de Governo, pois esse sempre

termina visando os objetivos políticos momentâneos.

4.3 ANALISAR A POSICÃO DO BRASIL NOS PRÓXIMOS VINTE ANOS EM RELAÇÃO A PAÍSES PRODUTORES DE PETRÓLEO NO MUNDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS

4.3.1 Cenários de Poluições de Grandes Proporções Causadas por Óleo no Mundo que Provocaram Grandes Mudanças nas Decisões Voltadas a Defesa do Meio Ambiente

Conforme Marcus Vinicius Lisboa Brandão(2012),após o grande acidente

ocorrido no Campo de Macondo, no Golfo do México em abril de 2010, sinistro que

provocou a morte de onze pessoas com a explosão e afundamento da plataforma

DeepwaterHorizon, e passou a ser o maior desastre ambiental em termos de volume

ocorrido no mundo – quase cinco milhões de barris derramados – mexendo de forma

profunda, não só financeiramente mas também com a imagem de uma das maiores

empresas de energia do mundo, a British Petroleum; e o que ocorreu com a Exxon,

há 23 anos no Alasca, por ocasião do encalhe e vazamento com o petroleiro Exxon

Valdez; houveuma mudança nos padrões de segurança, na análise de riscos e no

gerenciamento do processo da indústria do petróleo a níveis mundiais.

4.3.2 As Entidades do Governo Federal no Brasil Fundamental na Presença e Apoio num Eventual Acidente com Vazamento de Grandes Proporções

Conforme Marcus Vinicius Lisboa Brandão(2012),por maior que seja o poder

econômico das atuais grandes empresas de energia, é fundamental a representação

através dasForças Armadas: Marinha, Aeronáutica e Exército; Ministério das Minas e

Energia; Ministério do Meio Ambiente, e de instituições reguladoras / fiscalizadoras

como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA), a Agência Nacional de transportes Aquaviários (ANTAQ), o Instituto

Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a Diretoria de Portos e Costas

(DPC) - em caso de ocorrência no Brasil de acidentes similares aos ocorridos tanto

em Macondo, comono Alasca.

Page 56: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

54

4.3.3 Plano Nacional de Contingência (PNC)

Conforme Marcus Vinicius Lisboa Brandão(2012),Muitos países,

principalmente os mais desenvolvidos, possuem uma estrutura que o Brasil vem há

alguns anos tentando implantar, que é o Plano Nacional de Contingências (PNC).

Esse plano é um requisito obrigatório para os países signatários da Organização

Marítima Internacional que assinaram a Convenção Internacional sobre, Resposta e

Cooperação, conhecida como OPRC-90 – e o Brasil passou a ser signatário desta

convenção no ano de 1995. Essa Convenção além de prever a obrigação dos

estados de cooperar entre si em caso de sinistro, incentiva também a troca de

informações, resultados de pesquisa, e assistência e apoio em eventos

emergenciais de grande magnitude.

Assim sendo, este Plano Nacional de Contingências, é fundamental para

que tenhamos o mais rápido possível a aprovação da autoridade governamental

competente. O problema é que, para ser aprovado pela Casa Civil,é necessário que

dezessete Ministérios ratifiquem, e apenas três o fizeram. É preciso, através da

mídia e da sociedade, fazer cumprir sua ratificação, pois só com esse Plano pode-se

atender os requisitos necessários dos órgãos internacionais.

Com o advento do pré-sal,aumentará demasiadamente o transporte de

petróleo pelo mar, uma vez que, devido ás grandes distâncias das unidades de

produção até a costa, é inviável a utilização de oleodutos. Haverá, também, um

aumento da capacidade de refino e da movimentação de cargas potencialmente

poluidores pelo país, tendo em vista as dimensões continentais de nosso território.

Vale ressaltar que mais de 90% desta produção ocorrerá em águas

profundas, bem afastadas do litoral brasileiro, o que dificulta sobremaneira as ações

logísticas de atendimento em caso de ocorrências de sinistros.

Os últimos acidentes ocorridos no Campo de Macondo, no Golfo do México,

e no Campo de Frade, na Bacia de Campos, e suas repercussões na mídia,

mostraram que essa atividade de risco deve ser permanentemente controlada.

Políticas firmes, bem conduzidas e alinhadas nas esferas federais, estaduais e

municipais são condições fundamentais para que as empresas que exercem as

atividades de exploração, produção e movimentação de petróleo no Brasil tenham

Page 57: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

55

em mente que não se permitem erros e falhas, por menores que sejam. O petróleo é

fonte de energia de grande utilização e precisa ser explorado para seu uso direto.

Riscos, nessa atividade, são eminentes, mas não se pode falhar. Portanto, é

necessário que se esteja preparado com profissionais capazes, equipamentos de

ponta e tecnologia avançada para amenizar os prejuízos ao meio ambiente e a todos

os envolvidos.

4.3.4 Organizações Mundiais de Resposta ao Combate de Derramamento de Óleo – ORSO

• Alaska Clean Seas (ACS);

• Australian Marine Oil Spill Center (AMOSC);

• Clean Caribbean & Americas (CCA);

• East Canadian Response Center (ERCC);

• Western Canada Marine Response Corporation (WCMRC);

• Olil Spill Response Limited (OSRL);

• Marine Spill Response Corporation (MSRC);

• Norwegian Clean Seas Association for Operation Companies – NOFO;

• Centro de Defesas Ambientais (CDAs) no Brasil.

Dentro dos órgãos mundiais acima mencionados, pode-se destacar,

especificamente, os Centros de Defesa Ambientais no Brasil. Esses centros foram

criadas pela Petrobras, a partir de 2001, quando ocorreram dois grandes acidentes

ambientais: o rompimento do duto que ligava o Terminal da Ilha D’água à refinaria

de Duque de Caxias, na Baía de Guanabara;e o rompimento de outro duto na

refinaria do Paraná, afetando o rio Paraná. A partir de então, a Petrobrás instalou no

país dez Centros de Defesa Ambiental (CDAs), cujo objetivo é assegurar a máxima

proteção às suas unidades operacionais em caso de emergências.

Atendendo aos mais modernos padrões internacionais e localizados em

pontos estratégicos onde a companhia realiza operações, os CDAs cumprem hoje

uma função de apoio operacional e logístico, ou seja, completam os planos de

emergência locais, que são baseados em várias hipóteses acidentais já existentes

nos seus terminais, refinarias, plataformas e embarcações a serviço da Petrobrás.

Page 58: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

56

Cada centro, dos dez existentes em todo o Brasil, está equipado com

lanchas, embarcações, equipamentos recolhedores de óleo de alta e média vazão,

barreiras de contenção e absorção, além de equipamentos de comunicação e

veículos que podem rapidamente ser deslocados de forma rodoviária ou área para

combate a emergências em qualquer lugar do país.

Cada Centro de Defesa Ambiental conta hoje com cerca de 20 operadores

especializados em operações de emergência(combate a poluição por óleo), todo a

postos 24 horas por dia, sendo estes profissionais treinados e possuidores de

certificação internacional que realizam regularmente treinamentos e simulações para

garantir ao sistema uma máxima proteção.

Figura 4: CDAs, Bases Avançadas e Postos dedicados operados pela Petrobrás Fonte: Site da Petrobras área meio ambiente

Page 59: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

57

4.3.5 Iniciativas Global para Prevenção de Poluição por Óleo

• Ações Globais da Associação Internacional das indústrias de petróleo e

gás voltadas ás questões ambientais e sociais (IPIECA). Hoje

responsável por mais de 60% da produção mundial de petróleo.

• Interfaces entre a Organização Marítima Internacional e a IPIECA

• Mar Cáspio, Mar Negro e Eurásia Central (OSPRI)

• Mar Mediterrâneo (MOIG)

• Programa de Combate a Poluição na África (WACAF)

• Sudeste e Noroeste da Ásia

• América Latina e Caribe (ARPEL)

• Associação Internacional Armadores de navios Petroleiros (ITOPF)

A Associação Internacional de Armadores de Navios Petroleiros(ITOPF) é

mais uma organização sem fins lucrativos, que trabalha diretamente para armadores

de navios e seguradoras, apoiando através dos mais competentes consultores

internacionais, substâncias nocivas e perigosas. Foi criada após o acidente ocorrido

no Canal da Mancha, envolvendo o navio TorreyCanyon, onde após um encalhe,

cerca de 120.000 m3de petróleo bruto vazaram para próximo à localidade de

LandsEnd, na Inglaterra, provocando um dano ecológico de aproximadamente dez

anos para ser totalmente recuperado. Como não havia métodos eficazes na época

para atendimento a respostas, usou-se de dispersantes altamente tóxicos, o que fez

surgir diversos problemas relacionados a essa técnica. A partir de então, verificou-se

a necessidade de equipamentos e de pessoas especializadas em combate à

poluição e também a criação das Convenções Internacionais relativas à

responsabilidade civil e Convenções do Fundo.

Atualmente,a ITOPF tem sob sua administração mais de 6.000 membros,

que possuem ou operam cerca de 11.000 navios petroleiros, mínero-petroleiros e

barcaças, somando mais de 320 milhões de toneladas de porte bruto. O que

representa praticamente todo o universo de transporte comercial internacional de

petróleo e derivados.

Page 60: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

58

5 LISTAR AS NECESSIDADES DESSE NOVO AMBIENTE QUE O BRASIL

OCUPARÁ

5.1 INTRODUÇÃO SOBRE OS GASTOS COM A DEFESA NO BRASIL E SUA REAL NECESSIDADE DE AUMENTÁ-LOS

Conforme Luiz Padilha Defesa Aérea e Naval(31/05/2012). No Brasil, o

crescimento na área de defesa,hoje, é decerca de1,6% do produto interno bruto. Em

2011, esse gasto foi da ordem de US$ 30,3 milhõeso equivalente a R$ 61,00

milhões de reais. Nos próximos dez anos o governo pretende investir cerca de 2%

do produto interno bruto, próximos dos países do BRICS, como Índia e China que

atingem cerca de 2,5% do produto interno bruto. Arepresentatividade do Brasil na

América do Sul é grande poisseu território representa 47,3% de todo o território da

América do Sul, seu produto interno bruto representa cerca de 57,28% do produto

interno bruto da América do Sul eseus investimentos em defesa que já alcançaram

valores da ordem de 3% na década de oitenta, precisam aumentar mais do que esse

valor estipulado pelo governo, que é, da ordem de 2% para os próximos 10 anos.

Países como Estados Unidos e Rússia gastam cerca de 4% do produto interno bruto

na área de defesa. É necessário definir,como objetivo de Estado e não como

objetivo de Governo, um valor específico do produto interno bruto, afim de evitar

deixar para trás investimentos que serão de real necessidade para a defesa do pré-

sal e da nossa Amazônia Azul ou serão alvos de interesses internacionais. Para tal,

precisa-se fazer cumprir o Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil,

previsto até 2030, que terá fundamental importância nesse cenário que se vislumbra

para os próximos vinte anos.

5.1.1 Poder NAVAL e seu Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB). Sua situação

Conforme PAEMB (2009). A Estratégia Nacional de Defesa (END),

formulada em 2008, organizou-se em torno de três eixos estruturantes.

O primeiro eixo diz respeito à organização e à orientação das Forças

Armadas, para melhor desempenharem sua destinação constitucional e suas

atribuições na paz e na guerra.

Page 61: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

59

O segundo eixo estruturante refere-se à reorganização da indústria nacional

de material de defesa, para assegurar que o atendimento das necessidades de

equipamento das Forças Armadas apóie-se em tecnologias sob domínio nacional.

O terceiro eixo estruturante versa sobre a composição dos efetivos das

Forças Armadas e, consequentemente, sobre o futuro do Serviço Militar Obrigatório.

No que diz respeito ao primeiro eixo, ressalta-se que não abrange apenas o

financiamento e a equipagem das Forças Armadas, mas as ações para transformá-

las, a fim de melhor defenderem o Brasil, por meio de reaparelhamento, articulação,

adestramento e capacitação de seus integrantes, de modo a dispor de meios

militares aptos ao pronto emprego, de forma conjunta ou singular, nas situações de

paz, crise e nos conflitos armados, com elevada mobilidade tática e estratégica.

Nesse contexto, observa-se, ainda, que os planos governamentais não

contemplam, de forma sistemática, a aquisição de produtos de defesa, calcados nos

programas plurianuais e planos de equipamento das Forças Armadas, com

priorização da indústria nacional de material de defesa. Essa omissão ocasiona,

muitas vezes, aquisições de meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais ditas

“de oportunidade”, com desníveis tecnológicos em relação ao “estado da arte”, sem

priorização da indústria nacional e com a geração de indesejável dependência

externa.

A fim de suprir essa lacuna, foram atribuídas ao Comando da Marinha, num

primeiro momento, duas tarefas principais:

• Elaborar o respectivo “Plano de Articulação e Equipamento”, o qual deverá contemplar uma proposta de distribuição espacial das instalações militares e de quantificação dos meios necessários ao atendimento eficaz das Hipóteses de Emprego, com vistas à adequação da Força à Estratégia de Defesa Nacional; e

• Rever, a partir de uma política de otimização do emprego de recursos humanos, a composição dos efetivos da Marinha do Brasil, de modo a dimensioná-la para atender adequadamente ao disposto na Estratégia Nacional de Defesa.

Em decorrência, o Comando da Marinha orientou e organizou a elaboração

do presente “Plano de Articulação e Equipamento da Marinha do Brasil” (PAEMB),

estabelecendo projetos e metas para o reaparelhamento de seus meios, expansão e

redistribuição de suas Organizações Militares (OM) e para o incremento e

Page 62: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

60

capacitação de seu efetivo, consoante com sua missão e as premissas

estabelecidas na END.

5.1.2 Efeito Desejado do PAEMB

(Conforme PAEMB(2009),o efeito desejado deste Plano é a obtenção de

capacidade plena para:1. (Cumprimento das tarefas básicas do Poder

Naval).2.(Negar o Uso do Mar ao Inimigo) 3.(Projetar Poder sobre Terra).

4.(Controlar Áreas Marítimas e Contribuir para a Dissuasão Estratégica). Também se

busca obter capacidade para o cumprimento, com eficácia, das atividades

subsidiárias afetas à Autoridade Marítima, bem como: 5.(Para a realização de

operações de manutenção da paz). sob a égide de organismos internacionais,

operações humanitárias e de resgate de não combatentes no exterior.

5.1.3 Prazo de execução do PAEMB

Este prazo tem previsão para 2030, divididos em ações de curto prazo

(2010-2014), médio prazo (2015-2022) e de longo prazo de (2023-2030).

5.1.4 Possíveis fontes de recursos para PAEMB

• Tesouro Nacional

• Royalties do Petróleo

• Operações de Crédito

• Fundo Naval

• Fundo de Marinha Mercante

• Fundo do Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo

• Convênios com o Ministério da Saúde e/ou Governos Estaduais (aplicável aos navios de assistência hospitalar), e

• Recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Page 63: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

61

5.1.5 Custo do PAEMB para 2030

De acordo (PAEMB 2009), meios Navais US$ 64.546,69; Meios Aeronaves

US$ 9.521,90; Meios de Fuzileiros Navais US$ 1.474,83; Munição US$ 10.723,59;

Embarcações para o SSTA e Embarcações de Apoio US$ 172,06; Forças de

Fuzileiros Navais, Forcas Distritais e Órgãos de Apoio US$ 69,13; Apoio Logístico

US$ 3.294,27; Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGazz) E

Comunicações Militares US$ 504,15; Órgãos do sistema de ensino Naval, de Apoio

de Saúde e de Assistência Social e PNR US$ 1.675,71; Sistema de Segurança do

Tráfego Aquaviário (SSTA) US$128,60; Complexo Naval da 2ª Esquadra/ 2ª Divisão

Anfíbia US$ 1.227,53; Forças de Fuzileiros Navais, Forcas Distritais e Órgãos de

Apoio.(PAEMB 2009).

5.2 BREVE HISTÓRICO DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA ANTES DA CRISE NO SETOR

Conforme AlcydesGoullarti Filho p.2,a indústria da construção naval pesada

foi instalada no Brasil no bojo do Plano de Metas, dentro da Meta 28, a partir da vinda

do Estaleiro Ishibrás, de origem japonesa, e do Estaleiro Verolme, de origem

holandesa. O financiamento da Meta 28 foi possível mediante a aprovação da Lei

3.381 de 24 de abril de 1958, que criou o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e a Taxa

de Renovação da Marinha Mercante (TRMM). Os recursos dessas duas fontes

arrecadadores, depositadas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

(BNDE), eram administrados pela Comissão da Marinha Mercante (CMM), que

arquitetou os planos de estímulo à construção naval. Outro fator determinante foi a

disponibilidade no mercado nacional de aço e componentes elétricos, ofertados pelas

recém-inauguradas siderúrgicas estatais e pela indústria eletro-metal-mecânica.

Junto com as duas multinacionais, também foram incluídos nos planos de

estímulo à construção naval pesada, o Estaleiro só, fundado em 1850, o Estaleiro

Caneco, 1886, o Estaleiro Mauá, 1907, e o Estaleiro EMAQ, 1914. Todos de capital

nacional, sendo que o primeiro localizava-se no Rio Grande do Sul e os demais no

Rio de Janeiro.

Page 64: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

62

O bom desempenho da indústria da construção naval está associado ao

desenvolvimento da marinha mercante, que por sua vez está condicionada ao fluxo

mercantil gerado pelo sistema nacional de economia. O aumento na participação da

frota mercante nacional no longo curso e a constante modernização da frota

destinada à cabotagem rebatia no aumento das encomendas junto aos estaleiros.

Este foi o mecanismo amparado pelas políticas públicas de proteção e

financiamento, que possibilitou ao Brasil chegar aos anos de 1980 como umas das

maiores potências da indústria naval do mundo.(ALCYDES GOULLART FILHO)

5.2.1 A Crise no setor naval

A partir do final da década de 80, iniciou-se um processo de decadência,

levando ao caos a Indústria Naval brasileira, praticamente zerando seu parque de

construção e limitando a utilização dos estaleiros apenas para a parte de

manutenção dos navios.

Empresas de navegação foram fechando, cada vez mais dependíamos da

escalada de afretamentos de outras bandeiras para efetuar todo nosso transporte

marítimo. Hoje, 97% do transporte marítimo na importaçãoe exportação é efetuado

por navios de bandeiras estrangeiras,(com exceção de uma empresa: a Frota

Nacional de Petroleiros (FRONAPE), que pertencia a Petrobrás e em seguida foi

incorporada pela nova subsidiária TRANSPETRO, criada em 12 de junho 1998, pelo

governo Fernando Henrique Cardoso.)

Apesar de todos esses entraves, dificuldades e falta de investimentos no

setor naval, a Fronape teve fôlego para sobreviver aos piores momentos do setor

naval e da Marinha Mercante Brasileira.

5.2.2 Renovação da Fronape e a retomada do setor naval brasileiro através

do PROMEF Foi com uma visão corajosa de um novo desbravador que, o Presidente da

Transpetro na ocasião e até os dias de hoje,SenadorSérgio Machado, apresentou

uma solução que, visando atender a demanda do crescimento do transporte de

petróleo e, em seguida a demanda do pré-sal, levaria a retomada do crescimento do

setor naval, o então sonhado Programa de Modernização da Frota (PROMEF). Esse

Page 65: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

63

programa proporcionou a criação de novos estaleiros, buscando parcerias e

tecnologias nacionais, e que levaria a criação de mais 60 mil empregos.

Page 66: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

64

5.2.3 Composição do Programa de Modernização e Expansão da Frota da

TRANSPETRO (PROMEF) Fase I e Fase II

Conforme Trasnpetro Petrobrás Transporte(2008),este programa é integrado

ao PAC 2, (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal.

Tem como premissa a construção de navios no Brasil, com índice e

nacionalização de 65% na primeira fase e 70% na segunda, e com a utilização de

estaleiros modernos, que se tornem mundialmente competitivos após a curva de

aprendizado.

Na primeira fase do promef, está previsto a construção de 23 navios

petroleiros, sendo 10 Suezmax, 5 Aframax, quatro Panamax e quatro navios de

produto.

Já na segunda fase, serão 26 navios, sendo 07 Aliviadores com

posicionamento Dinâmico, oito navios de produtos, 08 gaseiros e três de transporte

de bunker.

O Promef está mudando o cenário da indústria naval brasileira, que hoje

oferece 60 mil empregos diretos. Sómente a Transpetro com o Promef fase I e fase

II, vai investir cerca de R$ 11,2 bilhões.

Nos últimos anos, três estaleiros foram criados no país devido ás demandas

do Promef: o Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial de Suape e o estaleiro

STX Promar ambos em Pernambuco, e o Estaleiro Tietê no município de Araçatuba

em São Paulo.

5.2.4 Investimentos previstos para setor naval nos próximos 20 anos

Nos próximos vinte anos, a indústria naval deve receber cerca de R$ 150

bilhões para investimentos. As encomendas para atender as necessidades da

cadeia do pré-sal devem chegar a esse valor até 2020. Os números fazem parte de

um levantamento feito pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e

Reparação Naval e Offshore (Sinaval), segundo Michael Fine,o gerente da

Navalshore 2012 - Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore. "O momento é

inédito para o setor naval brasileiro. Em 2011, havia 47 estaleiros no País. Mais

onze estão sendo construídos e, nos próximos três anos, outros sete devem ser

construídos. Os antigos estão apostando no parque tecnológico e em equipamentos

Page 67: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

65

mais modernos para não perder demanda". Pelo menos, 730 encomendas estão

previstas para os próximos oito anos.(SITE PORTOGENTE – GAZETA). 31/07/2012.

Esses investimentos grandiosos necessitam de mão de obra qualificada em

grande escala,e não só o sistema Petrobrás, está investindo pesado, como também

o setor privado na área do offshore com inúmeras encomendas de embarcações de

apoio. Com a descoberta do pré-sal, os investimentos só tendem a crescer e esse

crescimento vai exigir cada vez mais conhecimento para assumir essa tecnologia de

ponta. O preparo e a qualidade do pessoal no Brasil tem que melhorar, pois o país

está sofrendo uma invasão de mão de obra estrangeira, em especial no transporte

marítimo e no offshore.

Para melhorar essa qualificação, existem recursos suficientes a serem

utilizados. Portanto, é preciso mudar esse modelo de educação e melhorar a

formação do profissional. O primeiro passo é valorizar o professor. Investir na sua

formação e melhorar seu salário para que a profissão seja mais atrativa e, assim,

evitar a evasão da categoria. È necessário melhorar também toda a estrutura da

educação, utilizando recursos do pré-sal, sejam do fundo social que esta sendo

criado ou recursos dos royalties. O importante é começar a definir e agir o quanto

antes. Essa reversão levará anos e não se pode ficar esperando. È urgente buscar

soluções semelhantes às encontradas pela Coréia do Sul, que investiu pesado na

educação, e hoje esta colhendo os frutos. Seus produtos são consumidos em todos

os cantos da terra com um alto grau de reconhecimento da sua tecnologia. A

qualidade de vida vem melhorando em relação à vinte anos atrás e todo esse

resultado foi proveniente dos investimentos realizados na educação.

5.3 OS INVESTIMENTOS NA PREVENÇÃO POLUIÇÃO E O QUE FAZER PARA AMENIZAR OS RISCOS

Conforme Marcus Vinicius Lisboa Brandão (jun 2012),mesmo já tendo

investido pesado na preservação do meio ambiente, a Petrobrás precisa continuar

investindo nessa área, levando-se em consideração que as áreas do pré-sal são

distantes da costa e em profundidades acima dos 7.000 metros. Isso a coloca na

obrigação de investir em pesquisas, meios e soluções, através de tecnologias ou

equipamentos que possam atender esses novos riscos.

Page 68: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

66

È preciso buscar alternativas para tentar diminuir riscosnessa nova frente de

exploração de petróleo.O acidente ocorrido no Campo de Macondo, no Golfo do

México, na plataforma DeepwaterHorizon, que foi considerado o maior desastre

ambiental em termos de volume derramado, cerca de cinco milhões de barris de

petróleo, e também o vazamento ocorrido no Campo de Frade, operado

pelaempresa Chevron na Bacia de Campos são exemplos de desastres ambientais

que podem ocorrer. No entanto, vazamentos de grande proporção,longe da costa,

para serem evitados exigem o acompanhamento e o monitoramento do óleo por

meio de equipamentos, barcos de apoio, a fim de evitar que venham ameaçar

quaisquer tipo recursos. Esse tipo de vazamento pode, em seu mecanismo de

limpeza,ocorrer por meio natural, através de correntes, ondas, marés, ventos e

chuvas. Com relação ao ocorrido no Golfo do México, o que se viu foi, que mesmo

ocorrendo nos Estados Unidos, com a Empresa British Petroleum, de renome

mundial, não foi possível evitar o acidente que ocasionou estragos profundos ao

meio ambiente e alcançou custos elevadíssimos no combate à poluição e no

pagamento de indenizações e multas severas. Esses fatos levam à nação a

obrigação de buscar soluções que possam evitar ou amenizar ao máximo este tipo

de vazamento, já que quando ocorrem rachaduras ou trincas no fundo do poço, será

necessário, para que o vazamento seja estancado, furar outro poço nas adjacências,

afim de diminuir a pressão até parar o vazamento e, posteriormente, efetuar sua

vedação e fechamento do mesmo. Esse processo demanda um tempo considerável.

Dentro do Plano Estratégico da Petrobrás de 2020, tendo em vista o

aumento da produção de petróleo, a construção de mais cinco refinarias e o

aumento da Frota Nacional de Petroleiros, através do Promef fase I e II, está

previsto o aumento das atuais 10 unidades de CDA’s para 47 unidades que serão

distribuídas ao longo da costa do Brasil.

5.3.1 Plano Nacional de Contingência dividido nos seus níveis

Conforme Marcus Vinicius Lisboa Brandão (jun 2012),pp.26-27,há Planos

Nacionais de Contingência em três níveis, que atendem conforme o tipo de

derramamento:

Nível 1, atende a pequenos acidentes; Nível 2, acidentes que envolvam uma

região e Nível 3, acidentes que venham a necessitar de toda uma estrutura de

Page 69: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

67

resposta a nível nacional, podendo algumas vezes também necessitar de uma

cooperação internacional.

Os treinamentos são de fundamental importância para um excelente

entrosamento e para a obtenção de uma boa resposta de atuação. O Plano Nacional

de Contingência nível 3, ainda está em fase de aprovação junto às autoridades

brasileiras. Esse plano deve ser integrado com os planos Regionais e também com

as mais diversas empresas e organizações de resposta a nível mundial.

Um plano bem elaborado é o sucesso de uma operação de resposta

imediata aos acidentes, em especial ao derrame de óleo.

É de fundamental importância o apoio de todos os órgãos governamentais

num eventual derramamento de grandes proporções, semelhante ao ocorrido no

Golfo do México, no Campo de Macondo.

Page 70: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

68

CONCLUSÃO

Com base no que foi exposto, no decorrer desse trabalho, pode-se concluir, então, que o Brasil não está preparado para defender sua Amazônia Azul, em especial a área do pré-sal. Embora a Constituição reze que se deva buscar a paz e a harmonia através da democracia, é necessário que, o país se prepare para se defender de um provável ataque externo.

Para tanto, o Governo brasileiro precisa investir mais nas Forças Armadas, aumentando o percentual do PIB destinado à defesa, que hoje é 1,4%, para 2,5%; a fim de equiparar-se aos demais países do BRICS.

É necessário também que os investimentos para o PAED (Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa) e o PAEMB (Plano de Articulação e Equipamentos da Marinha do Brasil), previstos para até 2030, sejam rigorosamente aplicados dentro desse cronograma, tento em vista a urgência de defender o patrimônio do pré-sal .

Mas investir na defesa não significa esquecer a importância do transporte marítimo, tão fundamental para um país continental e com um litoral rico em recursos naturais. Mesmo o Governo investindo muito no setor naval, construindo estaleiros e navios petroleiros, ele precisa também investir em navios de carga geral e capacitar mão de obra qualificada para o comércio de importação e exportação através do mar.

E além de investir na Defesa e buscar desenvolver a indústria naval, o Governo deve preocupar-se com o meio ambiente. É urgente que se busque recursos e que se invista em equipamentos e soluções que possam evitar acidentes idênticos aos ocorridos no Golfo do México e na Bacia de Campos. Não se pode deixar acontecer uma catástrofe para depois buscar soluções. É mister aprofundar estudos e buscar tecnologias que possam ser utilizadas nessa área do pré-sal.

Entretanto, para que todas essas medidas citadas acima possam se cumprir, elas precisam fazer parte de um Plano de Estado e não de Governo pois, assim, terão continuidade numa eventual mudança de poder.

Page 71: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

69

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Page 74: o brasil entre os maiores produtores mundiais de petróleo e suas

72

ANEXO A – AS PRINCIPAIS LEIS DA EXPLORACÃO, PRODUÇÃO, TRANSPORTE E ROYALTIES

Conforme Funcefet/RJ Curso MBA (2007),o Brasil desde a última década

vem cada vez mais acelerando e adequando suas leis numa frenética adaptação ao

seu novo modelo de Estado.

O pagamento de tributos de relacionados ás atividades de petróleo no Brasil

estabelecido pela a primeira vez na Lei no.2.004, de 03 de outubro de 1953, quando

foi criada a PETROBRÁS. No seu artigo 27, ficou determinado pagamento de 4%

aos Estados e 1% aos Municípios sobre toda produção terrestre de petróleo e gás

natural em seus territórios. Este foi o início das contribuições recebidas pelo poder

público. Entrando em vigor a Lei 2.004, a União Federal passou a deter, em todo

território nacional, o monopólio de todas as atividades relativas a indústria de

Petróleo definindo as competências do CNP-Conselho Nacional do Petróleo e

atribuindo essas atividades, com exclusividade, à Petróleo Brasileiro S.A. –

Petrobrás. Mais adiante na constituição de 1967, o monopólio do petróleo tornou-se

matéria constitucional com a promulgação da mesma, que, em seu artigo 162,

estabeleceu que “ a pesquisa e a lavra do petróleo em território nacional constituem

monopólio da União. E na carta Outorgada de 1969 manteve a mesma disposição

em seu artigo de 1969; e, a Carta Magna de 1988, complementou, em seu artigo

177, as demais disposições previstas no Artigo 1 da Lei 2.004/53.

Os percentuais de tributos da Lei 2.004/53, só foram modificados com a Lei

no. 7453, de 27 de dezembro de 1985, que determinava o pagamento de tributos

para produção no mar. A seguinte distribuição dos royalties foi assim definido: 1,5%

para os Estados, 1,5% para os Municípios dos poços produtores e pertencentes às

áreas geoeconômicas dos municípios produtores, 1% ao denominado Ministério da

Marinha e 1% ao Fundo Especial, e distribuídos aos Estados e Municípios da

Federação. Essa Lei define conceito de áreas geoeconômicas. E conforme esse

conceito, o município mesmo quando a extração não se dá no seu solo, ele recebe

royalties.

E na Lei 7.525, de 29 de agosto de 1986, determinou normas

complementares para execução do disposto no art. 27 da Lei no. 2.004/53(imposta

pela elaboração de uma nova redação dada pela Lei no. 7.453/85), introduzindo o

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73

conceito de extensão dos limites territoriais dos estados e municípios litorâneos na

plataforma continental, de acordo com os conceitos e metodologias estabelecidos

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metodologia que persiste

até as linhas atuais. O Decreto no. 93.189, de 29 de agosto de 1986, regulamentou

o traçado de linhas de limites dos Estados e Municípios, e a consequente

localização dos poços de petróleo e de pagamento dos royalties.

E na Lei no. 7.990, de 28 de dezembro de 1989(regulamentada pelo Decreto

no. 01 de 01 de janeiro de 1991) apresentou a nova distribuição dos tributos, no qual

introduziu o percentual de 0,5% aos Municípios onde ocorre embarque e

desembarque do petróleo e gás natural. Para isso, reduziu-se de 4% para 3,5% o

percentual dos Estados quando fosse extraído em terra, e de 1% para 0,5% do

fundo especial, quando fosse extraído na plataforma continental.

Com o advento da promulgação da Emenda Constitucional no. 9, em 24 de

novembro de 1995, foi dada nova redação ao artigo 177 da constituição, encerrando

o ciclo de exclusividade da Petrobrás, e permitindo assim que a União, ainda

detentora do monopólio constitucional, pudesse contratar, nas condições

estabelecidas em lei, empresas estatais ou privadas para execução de atividades de

exploração e produção de petróleo.

E com o Marco Divisor que criou o novo modelo de exploração e produção

foi estabelecida na Lei no. 9478, de 06 de agosto de 1997, conhecida como a lei do

petróleo, que revogou expressamente a Lei 2.004.53, instituiu o Conselho Nacional

de Política Energética (CNPE), e criou a Agência Nacional de Petróleo ANP). Uma

entidade reguladora governamental com o papel de promover a regulação, a

contratação e a fiscalização das atividades econômicas integradas da indústria do

petróleo, de empresas estatais e privadas mediante concessões ou autorizações.

Entre as normas estabelecidas pela a Lei no. 9.478, estão descritas na

seção VI artigo 45, incisos Art. 45. O contrato de concessão disporá sobre as

seguintes participações governamentais, previstas no edital de licitação:

I - bônus de assinatura;

II - royalties;

III - participação especial;

IV - pagamento pela ocupação ou retenção de área.

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74

Bônus de Assinatura

É o montante ofertado pelo licitador vencedor, em sua proposta, não inferior

ao valor mínimo fixado pela ANP no edital de licitação, para a obtenção da

concessão de petróleo e gás natural. Foi instituído pelo inciso I do artigo 45 e artigos

47 e 49 da Lei 9.478/97 e regulamentada pelo Decreto 2.705/98. Ato da assinatura

do contrato. O Bônus de Assinatura constitui receita da ANP, tendo ocorrido o seu

primeiro em 23 de setembro de 1999, na ocasião da assinatura dos contratos de

concessão da primeira rodada de Licitações, rendeu para ANP um montante de R$

321.656,637,0.

Desde a primeira rodada em 1999 até a sétima rodada realizada no quarto

trimestre de 2005, a ANP arrecadou aproximadamente R$ 3,26 bilhões em bônus de

assinatura, sendo recebido apenas na sétima rodada R$ 1,08 bilhões.

Royalties

Instituído pela a Lei no. 7.990/89 e pelo artigo 45 da Lei no. 9.478/97,

regulamentada pelo Decreto no. 2.705/98, e previsto na Constituição Federal, os

royalties são uma compensação financeira devido ao Estado (sociedade) pelos

concessionários que exploram e produzem petróleo e gás natural, recursos estes

considerados escassos e não renováveis. Seu fato gerador é o início da produção

do campo de petróleo e/ou gás natural. Cada campo destes é tratado com unidades

de negócio separado, ou seja, a cada campo corresponderá uma alíquota de

royalties e preços próprios para petróleo e gás natural.

Os valores dos royalties são calculados mensamente com base no volume

de petróleo produzido e fiscalizado em pontos de medição, no volume de gás natural

medidos nos mesmos pontos de medição, excluindo o volume re-injetado na própria

concessão e o volume de queima autorizada, e nos preços do petróleo e do gás,

denominados preços de referencia, definido no Decreto no. 2.705/98 e estabelecido

pela Portaria ANP no. 206/2000, para o petróleo, e determinado pelas Portarias

Interministeriais (MME/MF) no. 3/2000 e Portaria ANP no.45/2000, para o gás

natural. O preço de referência do petróleo leva em conta a existência ou não da

operação de venda e é determinado pelo o maior valor entre a média ponderada dos

preços de venda praticados pelo concessionário, estes livres de impostos e das

contribuições sociais incidentes sobre a venda, correspondente ao petróleo

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75

embarcado na saída da área de concessão (FOB), excluindo os custos de transporte

incorrido fora da mesma área, e o preço mínimo determinado pelo ANP. Os royalties

são calculados mensalmente para cada campo produtor, mediante a aplicação da

alíquota sobre o valor de produção de petróleo e gás natural.

Participação Especial

A participação encontra-se estabelecida nos artigos 45 e 50 da Lei no.

9.478/97 e regulamentada pelo Decreto 2.705/98, e tem expressão definida como

compensação financeira extraordinária devida pelos concessionários de exploração

e produção de petróleo e gás natural, nos casos de grandes volumes de produção

ou de grande rentabilidade e será paga, com relação a cada campo de uma dada

área de concessão, a partir do trimestre em que ocorrer a data início da respectiva

produção.

Tanto os preços de referências como os volumes produzidos de petróleo e

gás natural utilizados para o cálculo dos royalties serão os mesmos a serem

utilizados na base de cálculo das participações especiais, Ao contrário dos royalties,

cuja a base de cálculo é a receita bruta, a Participação Especial incide sobre o lucro

da concessão, sendo permitido deduzir, na apuração de tal lucro, as deduções

previstas nas Portarias ANP nos. 10/9 e 102/9; ressaltasse que a Portaria ANP no

10/9 também apresenta as tabelas de alíquotas progressivas para cálculo da

Participação Especial.

Pagamento pela Ocupação ou Retenção de Áreas

O pagamento pela ocupação ou retenção e área também foi instituído pela a

Lei do petróleo de 1997. Esta modalidade de renda mineral constitui-se na receita da

ANP, “consignada no seu orçamento aprovado, destinando-se o excedente ao

Tesouro Nacional “ (ANP, 2000). O seu valor fixado em R$ por KM2, e varia

dependendo da fase ou período em que se encontra a concessão.

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76

ANEXO B – LEGISLAÇÃO BRASILEIRA POR POLUIÇÃO CAUSADA POR ÓLEO

As principais legislações concernentes á poluição causada por óleo no Brasil

serão apresentadas a seguir.

• Lei nº 6.938: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, 31 de

Agosto de 1981, com seus mecanismos de formulação e aplicação,

institui o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de

defesa ambiental; cria o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)

e constitui o SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente).

E define em seu art. 3º:

I - Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações

ordem física, química e biológica, que permite, abrigam e regem a vida em todas as

suas formas;

III – Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades

que direta e indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da

população; criem condições adversas ás atividades sociais e econômicas; afetem

desfavoravelmente a biota; afetam as condições estéticas ou sanitárias do meio

ambiente”.

• Lei Federal Nº 9.605 de 12/02/98 / Lei de Crimes Ambientais: dispõe

sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Esta lei

responsabiliza pessoas físicas e jurídicas, sendo que a punição poderá

ser extinta com apresentação de laudo que comprove a recuperação do

dano causado. Objetos de enfoque dessa lei são a fauna, flora, poluição,

ordenamento urbano, patrimônio cultural e administração ambiental.

Incrimina pessoa física e jurídica. Há sanções penais – restrição de

direito(serviços a comunidade, interdição de direitos, suspensão de

atividades, prestação pecuniária, recolhimento domiciliar). As sanções

administrativas por violações de regras jurídicas – advertência, multa

simples e diária (50 reais a 50 milhões de reais), apreensão, destruição,

suspensão, embargo e demolição. Revigora o Termo de Ajuste de

Conduta(TAC), um instrumento administrativo, previsto no artigo 5º, § 6º,

da Lei nº 7.347 de 24 de julho de 1985 (Lei de Ação Civil Pública),

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77

utilizado pelos órgãos públicos, em especial o Ministério Público, para

disciplinar a ação civil pública de responsabilidade por danos causados a

meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direito de valor artístico, estético,

histórico, turístico, e paisagístico.

Tríplice Responsabilidade: Física ou Jurídica

Administrativa: Advertência, multa simples (50 milhões),

apreensão/destruição de produtos, equipamentos, embargo, cancelamento de

registro, licença, etc.

CIVIL(objetiva) – Restauração do dano causado ou indenização.

Criminal(subjetiva) – Multa, restrição e interdição de direito e liberdade,

prestação de serviço comunitário e pecuniária.

• Lei 9.966/00 / Lei do Óleo: dispõe sobre a prevenção, o controle e a

fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras

substâncias nocivas ou perigosas em águas sobre jurisdição nacional.

Aplica-se ás embarcações nacionais, portos organizados, instalações

portuárias, dutos, plataformas e suas instalações de apoio, em caráter

complementar á Convenção MARPOL 73/78 e ás embarcações,

plataformas e instalações de apoio estrangeiras, cuja a bandeira arvorada

seja ou não de país contratante da MARPOL 73/78, quando em áreas sob

jurisdição nacional. As substâncias nocivas ou perigosas estão

classificadas nas seguintes categorias, nesta lei, de acordo com o risco

produzido quando descarregadas água:

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ANEXO C - TABELA CLSSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS NOCIVAS E PERIGOSAS DE ACORDO COM A LEI 9.966.

Tabela 1: Classificação de substâncias nocivas e perigosas de acordo com a Lei 9.966.

Categoria A Alto risco tanto para a saúde humana como para o ecossistema aquático

Categoria B Médico risco tanto para saúde humana como para o ecossistema aquático

Categoria C Risco moderado tanto para a saúde humana como para o ecossistema aquático

Categoria D Baixo risco tanto para saúde humana como para ecossistema aquático

Fonte: Acordo lei 9.966 classificação de substâncias nocivas e perigosas

• Regulamento a lei 9.966, o Decreto nº 4.316, 20 de Fevereiro de 2002,

vem especificando as sanções aplicáveis ás infrações, ás regras de

prevenção, controle e fiscalizaçãoda poluição causada por lançamento de

óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição

nacional; instituindo valores das multas aplicáveis e seus determinados

casos, separando-os em grupos e estabelecendo o órgão competente

para aplicação das multas. Este decreto estabelece que “constitui infração

ás regras sobre prevenção, o controle e a fiscalização da poluição

causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou

perigosas em águas sob jurisdição nacional, a o inobservância a qualquer

preceito constante da Lei nº 9.966 e instrumentos internacionais

ratificados pelo o Brasil”. Em seu artigo 4º resolve que “as infrações, para

efeito de aplicação de multa, classificam-se em grupos, por faixas, de

modo que permita a sua adequada graduação em função da gravidade da

infração, sendo seus valoresestabelecidos Anexo I deste Decreto”.

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ANEXO D – TABELA DO ANEXO I DA LEI 9.966 QUE TRATA DA VALORIZAÇÃO DAS MULTAS POR POLUIÇÃO Tabela 2:Anexo I da Lei 9.966 que trata da valorização de multas

GRUPOS MULTAS (R$)

A 1.000,00 a 10.000.000,00

B 1.000,00 a 20.000.000,00

C 1.000,00a 30.000,000,00

D 1.000,00 a 40.000.000,00

E 1.000,00 a 50.000.000,00

F 7.000,00 a 35.000,00

G 7.000,00 a 70.000,00

H 7.000,00 a 700.000,00

I 7.000,00 a 7.000.000,00

J 7.000,00 a 1.000.000,00 acrescido de 7.000,00 a cada hora a partir do incidente

Fonte: acordo lei 9.966 que trata de valorização multa