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BRASIL | 2017 RELATÓRIO SETORIAL INDÚSTRIA DE CALÇADOS

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B R A S I L | 2 0 1 7

RELATÓRIO SETORIALINDÚSTRIA DE CALÇADOS

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RELATÓRIO SETORIALINDÚSTRIA DE CALÇADOS

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TEXTOSMarcos Tadeu Lélis

COORDENAÇÃO E EDIÇÃOIgor HoelscherPriscila Linck

REVISÃO TEXTUALMaristela Kirst de Lima Girola

PRODUÇÃO GRÁFICAGabriel Dias

Relatório setorial: Indústria de calçados do Brasil 2017 Associação Brasileira das Indústrias de Calçados. Novo Hamburgo: Abicalçados, 2017.ISBN: 978-85-93812-01-9

PRESIDENTERosnei Alfredo da Silva

CONSELHEIROSAdão Oscar Wolff, Caetano Bianco Neto, Caio Borges Ferreira, Danilo Cristófoli, Erna-ni Reuter, Haroldo Ferreira, José Carlos Brigagão do Couto, Júnior César Silva, Lioveral Bacher, Marco Antônio Coutinho, Marco Lourenço Müller, Nilson Erineu Spohr, Paulo Roberto Konrath, Paulo Roberto Schefer, Paulo Vicente Bender, Renato Klein, Ricardo Wirth, Sérgio Gracia, Thiago Lima Borges e Werner Arthur Muller Júnior PRESIDENTE-EXECUTIVOHeitor Klein

CONTATORua Júlio de Castilhos, 561Novo Hamburgo/RS - Cep: 93510-130Fone: +55 51 3594-7011

[email protected]

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#02c a i m i l i a i s o n . c o m . b r

T r e n d b o o k ´ s

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SUMÁRIO

1. EDITORIAL

2. MUNDO2.1 Panorama Econômico Mundial

2.2 Panorama Mundial dos Calçados

2.2.1 Principais Países Produtores

2.2.2 Principais Países Consumidores

2.2.3 Principais Países Exportadores

2.2.4 Principais Países Importadores

3. BRASIL3.1 Produção de Calçados

3.1.1 Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI)

3.1.2 Segmentação da Produção

3.2 Consumo de Calçados

3.3 Comércio Exterior

3.3.1 Exportação

3.3.2 Importação

3.4 Emprego e Estabelecimentos

3.5 Indicadores Econômicos

3.5.1 Câmbio

3.5.2 Comportamento do Comércio

3.5.3 Indústria de Transformação

3.5.4 Inflação Nacional

3.5.5 Competitividade Nacional

4. OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4.1 Índice de Competitividade das Exportações de Calçados

4.2 Índice de Atratividade das Exportações Brasileiras de Calçados

5. ANÁLISE DE ESPECIALISTA5.1 Setorial: A Taxa de Câmbio e a Produção de Calçados em 2016

5.2 Macroeconomia: Enquanto 2018 não Vem

6. METODOLOGIA6.1 Dados de Produção

6.2 Projeções Estatísticas

6.3 Fontes

6.4 Classificação do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias

6.5 Definição dos Polos Calçadistas

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 20177

EDITORIAL

O ano de 2016 agravou a crise econômica brasileira, especialmente embalada por uma crise política sem precedentes na história do País. Com uma queda de 7,2% em dois anos, o PIB brasileiro refletiu-se na corrosão do emprego e da renda da população brasileira que, com alto endividamento (quase 60% de famílias endividadas, conforme Serasa Experian), reduziu o consumo de bens de consumo leve, entre eles, os calçados. Nesse cenário, registraram-se quedas em quase todos os indicadores, agravando a baixa do comércio va-rejista, que já vinha desde o ano de 2014. Consequentemente, acumulou-se um revés de mais de 20% no volume de sapatos vendidos no varejo nacional (-1,1%, -8,6% e -11%). A exceção nos indicadores negativos deu-se pelas exportações que registraram incremento de 3,9% em dólares, chegando a US$ 998 milhões, em 2016. Se no Brasil o quadro foi negativo, no mundo, por sua vez, o consumo de cal-çados se manteve estável, totalizando 18,6 bilhões de pares, o que pode ser considerado positivo mediante um ano turbulento, de incertezas econômicas e políticas na área internacional. A expectativa, no entanto, é de uma leve recuperação do consumo mundial de calçados, em 2017, o que abre pos-sibilidades para o calçado brasileiro além-fronteiras. Mesmo que o patamar do dólar não esteja favorável, com a cotação oscilando na casa de R$3,20, a diminuição da produção de calçados da China, pressionada pela elevação de custos e consequente queda da margem de lucro, pode abrir espaço para o calçado brasileiro no exterior – que hoje representa em torno de 5% do total produzido no mundo – apesar da expansão produtiva em países como Índia e Vietnã. Todos esses dados – e muitos outros – estão detalhados no Relatório Setorial da Indústria de Calçados – Brasil 2017, elaborado pela Unidade de Inteligência de Mercado da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalça-dos), e que, agora, chega às suas mãos como uma poderosa ferramenta de competitividade no auxílio para a tomada de decisões e estratégias comer-ciais tanto no mercado doméstico como no exterior. Sobre a Abicalçados A Abicalçados, ao longo de mais de 30 anos de atividades, trabalha em quatro pilares principais: representação setorial, promoção comercial e de imagem, defesa comercial e capacitação gerencial. Dentro deste contexto, a Entidade oferece, entre outros, produtos e serviços de Inteligência de Mercado, vislum-brando o desenvolvimento do segmento por meio de informações qualifica-das e que balizem as estratégias de negócios das empresas. Neste contexto, destaque para o Portal de Inteligência, que pode ser acessa-do no endereço eletrônico www.abicalcados.com.br/inteligenciademercado. Nele, o associado tem acesso a conteúdos como a publicação digital deste relatório, o informativo mensal sobre o mercado, o relatório mensal com in-formações sobre a balança comercial de calçados, bem como a indicadores econômicos nacionais, a estudos com informações detalhadas do potencial de mercados relevantes e a estudos estratégicos realizados por especialistas sobre ambiente de negócios in loco. Ainda na área de Inteligência de Mercado, os estudos customizados, como o Mercados Potenciais, são desenvolvidos para auxiliar as empresas na defi-nição de mercados-alvo para investimento. O estudo de Big Data Social, um amplo estudo desenvolvido para orientar as equipes de marketing e executi-vos de empresas, oferece informações para avaliação do comportamento dos consumidores na internet. Desejo a todos uma ótima – e proveitosa – leitura, aproveitando a oportuni-dade para convidá-los a conhecer mais sobre a Abicalçados e os serviços de inteligência prestados ao setor calçadista nacional.

“A EXPECTATIVA É DE UMA LEVE RECUPERAÇÃO DO CONSUMO MUNDIAL DE CALÇADOS EM 2017, O QUE ABRE POSSIBILIDADES PARA O CALÇADO BRASILEIRO ALÉM-FRONTEIRAS”

INTELIGÊNCIA DE MERCADO: UM DIFERENCIAL COMPETITIVO

HEITOR KLEINPRESIDENTE-EXECUTIVO ABICALÇADOS

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 20178

MUNDO

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 20179

As exportações mundiais, entre 2015 e 2016, retraíram-se em 2,6%, porém, o Produto Interno Bruto (PIB) do mundo cresceu 3,1%, no mesmo período. Essa tendência de crescimento do comércio mundial inferior ao cresci-mento da renda mundial já é observada desde 2013. Com isso, tem-se uma maior dificuldade em alcançar taxas de crescimento do PIB mundial mais elevadas, uma vez que a distribuição do crescimento da renda pode não se distribuir entre o conjunto de regiões do mundo. Para 2017, espera-se que essa tendência não permaneça, pois se estima um crescimento das exportações mundiais de 4,7%, ao passo que a previsão do PIB mundial é de 3,5%. A perspectiva de elevação da taxa de crescimento da renda mundial, entre 2016 (3,1%) e 2017 (3,5%), está an-corada em uma melhora do desempenho econômico dos EUA. Por consequência, é passível de um certo grau de incerteza na estimativa apontada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Exportações totais e crescimento do PIB mundial

Evolução do comércio, consumo e produção mundial de calçados (Bilhões de pares)

Ao se observar as informações consolidadas (2014 e 2015) de produção, comércio exterior (importações e expor-tações) e consumo mundial de calçados, nota-se um processo de expansão em todos os indicadores medidos em pares. Entre 2016 e 2017, a produção mundial de calçados deve crescer em torno de 3,4%. Entre 2015 e 2016, o crescimento dessa produção ficou estável, próximo de 1%. A taxa de crescimento maior em 2017, com parada com 2016, deve ser determinada tanto pela produção (em pares), destinada para o consumo interno dos países, com expansão de 2,6%, quanto pelas exportações (em pares), em aumento de 3,2%. Além disso, chega-se a uma relação média de 59% da produção mundial destinada para as exportações, sendo 41% dessa produção para consumo doméstico. Por consequência, a produção destinada para as exportações, mesmo com uma taxa de crescimento um pouco menor do que a produção destinada para consumo interno, acaba por contribuir na mesma magnitude para o crescimento da produção de calçados total.

2.1 PANORAMA ECONÔMICO MUNDIAL

2.2 PANORAMA MUNDIAL DOS CALÇADOS

MUNDO2

Exportação

12,3

12,1

12,4

12,8

10,0

10,2

10,3

10,5

20,1

20,5

20,7

21,4

17,8

18,6

18,6

19,1

Importação Produção Consumo

Exportações mundiais totais

(trilhões de US$)

17,1

15,2

14,8

15,5

3,5

3,4

3,1

3,5

PIB real(%) Mundo

1,2

0,1

1,1

PIB real (%) América Latina e Caribe

2014 2015 2016 2017* 2014 2015 2016 2017* 2014 2015

2016

2017*

Fonte: WTO; FMI (abril/2017)(*) Estimativa Abicalçados/FMI

Fonte: WSR(*) Estimativa Abicalçados.Nota: Informações de exportação e importação reportadas, respectivamente, pelo país de origem e destino. A divergência no saldo mundial de exportações e importações dá-se em função do valor que é reportado pelos países bem como pela ausência de valores.

2014 2015 2016* 2017* 2014 2015 2016*2017* 2014 2015 2016* 2017* 2014 2015 2016* 2017*

-1,0

Exportação

12,3

12,1

12,4

12,8

10,0

10,2

10,3

10,5

20,1

20,5

20,7

21,4

17,8

18,6

18,6

19,1

Importação Produção Consumo

Exportações mundiais totais

(trilhões de US$)

17,1

15,2

14,8

15,5

3,5

3,4

3,1

3,5

PIB real(%) Mundo

1,2

0,1

1,1

PIB real (%) América Latina e Caribe

2014 2015 2016 2017* 2014 2015 2016 2017* 2014 2015

2016

2017*

Fonte: WTO; FMI (abril/2017)(*) Estimativa Abicalçados/FMI

Fonte: WSR(*) Estimativa Abicalçados.Nota: Informações de exportação e importação reportadas, respectivamente, pelo país de origem e destino. A divergência no saldo mundial de exportações e importações dá-se em função do valor que é reportado pelos países bem como pela ausência de valores.

2014 2015 2016* 2017* 2014 2015 2016*2017* 2014 2015 2016* 2017* 2014 2015 2016* 2017*

-1,0

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201710

2.2.1 PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES

MUNDO2

No ano de 2015, os países asiáticos que se localizavam entre os dez maiores produtores de calçados do mundo (China, Índia, Vietnã, Indonésia, Paquistão e Tailândia) representaram 79% desta produção mun-dial. Além do mais, neste mesmo ano, Brasil e México, os dois únicos países pertencentes à América Latina listados entre os maiores produtores de calçados do mundo, contribuíram com 6% da produção mundial. Outrossim, três pontos são passíveis de destaque na tendência de localização da produção mundial de calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados entre 2014 e 2015, mostrando um movimento de realocação da produção de calçados no interior da própria Ásia; (2) é bem provável que, em 2016, o Vietnã ultrapasse o Brasil no ranking dos maiores produtores de calçados, uma vez que o ritmo de crescimento da produção dos países asiáticos é muito superior ao observado no Brasil; (3) observa-se um leve movimento de des-concentração da produção de calçados entre os dez maiores produtores, sendo que, em 2013, as outras regiões representavam 11,2%, já em 2015, esse percentual chegou a 12,3%.

Principais países produtores de calçados em pares(Participação em 2015)

País 2013 Variação 2014-2015

China

Índia

Brasil

Vietnã

Indonésia

Nigéria

Paquistão

México

Tailândia

Itália

Outros

Total

11.353

2.480

1.021

779

695

384

237

266

221

202

2.245

19.882

2014

11.693

2.579

996

854

715

393

245

240

222

197

1.987

20.118

11.322

2.698

942

927

733

406

251

250

226

191

2.529

20.477

-3,2%

4,6%

-5,4%

8,5%

2,5%

3,3%

2,4%

4,2%

1,8%

-3,0%

27,3%

1,8%

Milhões de Pares

Fonte: WSR

2015

Brasil

4,6%

Índia13,2%

Indonésia

Vietnã

China55,3%

3,6%

4,5%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201711

Quando se compara, em 2015, os dez maiores países consumidores de calçados (em pares) do mundo e os dez países mais populosos, verifica-se, nas duas listas, os seguintes países: China, Índia, Estados Unidos, Brasil, Indo-nésia, Japão e Nigéria. Por consequência, os únicos países que não estão entre as maiores populações do mundo e são grandes consumidores de calçados são aqueles pertencentes ao continente Europeu – Alemanha, França e Reino Unido. Assim, é possível afirmar que esses três países, mais os Estados Unidos, são grandes consumidores de calçados em termos per capita. Ao se comparar o desempenho do consumo de calçados do Brasil com o dos dez países que mais consomem esse produto no mundo, nota-se a maior retração na economia brasileira. Além disso, é interessante salientar o posicionamento da China e da Índia em termos de produção e de consumo de calçados, em 2015. Esses dois países são os maiores produtores mundiais de calçados, em pares, mas a China consome, aproximadamente, 28% da sua produção, exportando o restante. A Índia, todavia, destina para o mer-cado doméstico, praticamente, 96% da sua produção, apontando para a capacidade da Índia de se tornar, no futuro, um grande player no mercado internacional de calçados.

Principais países consumidores de calçados em pares(Participação em 2015)

2.2.2 PRINCIPAIS PAÍSES CONSUMIDORES

MUNDO2

EUA13,2%

País 2013 Variação 2014-2015

China

Índia

Estados Unidos

Brasil

Japão

Indonésia

Alemanha

França

Reino Unido

Nigéria

Outros

Total

2.796

2.389

2.309

937

688

443

413

398

346

381

6.356

17.455

Consumo per capita (2015)

2,3

2,0

7,7

4,2

5,7

1,8

5,5

6,2

6,9

2,2

-

2,5

2014

3.032

2.479

2.315

903

693

452

439

431

408

393

6.240

17.782

3.108

2.590

2.460

851

724

461

451

414

447

401

6.694

18.603

2,5%

4,5%

6,3%

-5,8%

4,5%

2,0%

2,7%

-3,9%

9,6%

2,0%

7,3%

4,6%

Milhões de Pares

Fonte: WSR, Abicalçados

2015

Brasil4,6%

Japão3,9%

Índia13,9%

China16,7%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201712

2.2.3 PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES

MUNDO2

Como consequência da capacidade produtiva e da competitividade internacional, a China, em 2015, posiciona--se como o principal exportador mundial, em termos de valor (US$) e pares. Esse país asiático apresenta 69,2% das exportações mundiais, medidas em pares, tal que, ao se definir as exportações em US$, a economia chinesa detém 41,2% das exportações mundiais. Com isso, confirma-se a manutenção dos negócios internacionais de calçados das empresas localizadas na China, a partir de um posicionamento competitivo via preços médios baixos. Contrariamente a esse posicionamento, encontra-se a Itália, com 1,7% da participação de mercado nas exportações mundiais de calçados, em pares, e 7,7% de market share, quando este indicador de trocas interna-cionais é medido em valor (US$). Em relação à dinâmica de crescimento, entre 2014 e 2015, o Vietnã apresentou uma taxa de 8,4%, em pares, e 16,4% em valor (US$), posicionando-se como o segundo maior exportador de calçados em volume e valor. Por outro lado, em 2015, o Brasil posicionava-se como o 12º maior exportador mundial, medido em pares, e, na 17º posição, quando se observa este indicador de comércio exterior em termos de US$, apresentando uma retração nas suas vendas externas, pelas duas medidas, entre 2014 e 2015. Desta-ca-se, nesse mesmo período, uma queda mais acentuada nas exportações mundiais em US$, em comparação ao número de pares. Com isso, é possível afirmar que, entre 2014 e 2015, tem-se uma queda nos valores mé-dios dos calçados comercializados no mercado internacional.

Principais países exportadores de calçados em pares(Participação em 2015)

País 2013 Variação 2014-2015

China

Vietnã

Indonésia

Bélgica

Alemanha

Itália

Índia

Holanda

Espanha

Reino Unido

Brasil (12º)

Outros

Total

8.667

490

344

196

185

220

152

156

140

141

123

1.187

12.001

2014

8.780

569

354

228

227

215

165

162

158

155

130

1.179

12.322

8.341

617

366

239

237

208

177

142

158

191

124

1.253

12.053

-5,0%

8,4%

3,4%

4,8%

4,4%

-3,3%

7,3%

-12,3%

0,0%

23,2%

-4,2%

6,2%

-2,2%

Milhões de Pares

Fonte: WSR

2015

Alemanha2,0%

Indonésia3,0%

Vietnã5,1%

China69,2%

2,0%Bélgica

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201713

Principais países exportadores de calçados em US$(Participação em 2015)

MUNDO2

País 2013 Variação 2014-2015

China

Vietnã

Itália

Bélgica

Alemanha

Indonésia

Hong Kong

Espanha

França

Holanda

Brasil (17°)

Outros

Total

48.145

8.397

10.717

5.104

4.735

3.755

4.353

3.008

2.822

3.366

1.095

22.775

118.272

2014

53.837

10.318

11.154

5.565

5.400

3.972

4.014

3.507

3.095

3.554

1.067

24.849

130.332

51.194

12.013

9.597

5.403

4.868

4.386

3.578

3.253

3.083

2.992

960

22.799

124.123

-4,9%

16,4%

-14,0%

-2,9%

-9,9%

10,4%

-10,8%

-7,2%

-0,4%

-15,8%

-10,0%

-8,3%

-4,8%

Milhões de US$

Fonte: UNComtrade

2015

Alemanha

Itália7,7%

Vietnã9,7%

China41,2%

4,4%Bélgica

3,9%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201714

Principais países importadores de calçados em pares(Participação em 2015)

MUNDO2

País 2013 Variação 2014-2015

Estados Unidos

Alemanha

Japão

Reino Unido

França

Itália

Bélgica

Espanha

Holanda

Rússia

Brasil (43º)

Outros

Total

2.326

570

603

482

465

303

252

327

253

186

39

3.768

9.574

2014

2.333

636

610

559

509

330

283

316

277

181

37

3.915

9.986

2.466

649

642

633

500

328

302

283

264

160

33

3.919

10.179

5,7%

2,0%

5,2%

13,2%

-1,8%

-0,6%

6,7%

-10,4%

-4,7%

-11,6%

-10,8%

0,1%

1,9%

Milhões de Pares

Fonte: WSR

2015

Alemanha6,4%

França

6,2%Reino Unido

EUA24,2%

Japão6,3%4,9%

Ao se considerar as dez maiores economias mundiais, medidas em dólar estadunidense, somente China, Brasil, Índia e Canadá não se configuram entre os principais importadores de calçados em 2015. Esse resultado acaba sendo influenciado pelo grau de desenvolvimento desses países. Com exceção do Canadá, as outras três eco-nomias pertencem ao grupo de países considerados em desenvolvimento, os quais apresentam, relativamente, certas vantagens competitivas na produção de calçados, posicionando-se, neste mesmo ano, como os três prin-cipais produtores de calçados no mundo. Ainda é possível destacar no grupo dos principais países importadores de calçados, as economias da União Europeia. Pode-se explicar essa estrutura pelo entendimento de dois motivos principais: (1) a integração aduaneira da região; e (2) o tamanho da economia, corroborados pelo consumo per capita dos países da região. Individualmente, salientam-se três países: Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. O primeiro país apontado é passível de destaque pelo valor médio do calçado importado.

2.2.4 PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201715

Em 2015, a Alemanha detinha 6,4% das importações mundiais de calçados em pares, sendo que participava com 8,5% das importações mundiais medidas em dólares, resultado que indica um preço médio das importações elevado. Já o Reino Unido e os Estados Unidos destacam-se pela dinâmica de crescimento das importações entre 2014 e 2015. Nesse período, entre os maiores importadores mundiais, esses dois países foram os únicos que atingiram taxas de crescimento positivas nas importações medidas em dólares, tal que as compras externas do Reino Unido e dos Estados Unidos, em termos de pares, entre 2014 e 2015, apresentaram uma taxa de cresci-mento expressiva.

Principais países importadores de calçados em US$(Participação em 2015)

MUNDO2

País 2013 Variação 2014-2015

Estados Unidos

Alemanha

Reino Unido

França

Japão

Itália

Hong Kong

Holanda

Bélgica

Espanha

Brasil (33º)

Outros

Total

25.305

9.174

6.316

6.873

5.592

5.107

4.342

3.709

3.483

2.749

572

40.108

113.330

2014

26.594

10.345

7.110

7.437

5.453

5.524

4.288

3.853

3.824

3.198

561

42.108

120.297

28.299

9.959

7.221

6.973

5.160

5.052

3.945

3.781

3.596

2.985

481

39.157

116.609

6,4%

-3,7%

1,6%

-6,2%

-5,4%

-8,5%

-8,0%

-1,9%

-6,0%

-6,7%

-14,3%

-7,0%

-3,1%

Milhões de US$

Fonte: UNComtrade

2015

Alemanha8,5%

França

6,2%Reino Unido

EUA24,3%

Japão4,4%6,0%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201716

MUNDO2

BRASIL

- 3 -

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201717

Estima-se que as empresas brasileiras de calçados produziram um total de 954 milhões de pares, entre 2015 e 2016, o que representa um crescimento de 1,3%. Ao se comparar esse resultado com o desempenho da eco-nomia nacional, pode-se afirmar que o setor de calçados apresentou um resultado muito superior. O principal determinante do crescimento da produção de calçados (em pares), no Brasil, encontra-se no comportamento da taxa de câmbio entre o final de 2015 e o primeiro semestre de 2016, que oscilou entre patamares de R$/US$ 3,50 e R$/US$ 4,00, (moeda doméstica desvalorizada). Com isso, duas variáveis foram impactadas, as exportações brasileiras e o coeficiente de importações no mercado doméstico. As perspectivas para a produção (em pares) de calçados, em 2017, encontram-se entre uma queda de 0,4% (pessimista) e uma elevação de 1,1% (otimista). Em valor (R$), esta estimativa encontra-se entre 1,1% e 2,5%. A diferença entre o cenário otimista e o pessimista apresenta-se diante do comportamento da taxa de câmbio, da evolução da massa de rendimento da economia brasileira e do desempenho da economia mundial no segundo semestre de 2017.

3.1 PRODUÇÃO DE CALÇADOS

BRASIL3

Fonte: IBGE/Abicalçados(*) Estimativa Abicalçados

Fonte: Abicalçados

Milhões de pares Milhões de R$

2014 2015 2016 2017* 2017*

1,1%

2,5%

-0,4%

1,1%

99

6

94

2

95

4

96

5 (

otim

ista

)

95

0 (

pess

imis

ta)

2014 2015 2016

21

.36

2 (

otim

ista

)

21

.06

9 (

pess

imis

ta)

2014 2015 2016

20

.57

8

21

.18

0

20

.84

1

78,5% 72,9% 72,1%

Fonte: IBGE/Abicalçados(*) Estimativa Abicalçados

Fonte: Abicalçados

Milhões de pares Milhões de R$

2014 2015 2016 2017* 2017*

1,1%

2,5%

-0,4%

1,1%

99

6

94

2

95

4

96

5 (

otim

ista

)

95

0 (

pess

imis

ta)

2014 2015 2016

21

.36

2 (

otim

ista

)

21

.06

9 (

pess

imis

ta)

2014 2015 2016

20

.57

8

21

.18

0

20

.84

1

78,5% 72,9% 72,1%

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de calçados no Brasil está em processo de queda desde 2014. Esse resultado está atrelado ao desempenho da produção desta indústria que, entre 2014 e 2015, sofreu uma retração de 5,4%. Entre 2015 e 2016, atinge-se uma taxa de crescimento da produção de 1,3%, não suficiente para elevar a utilização da capacidade instalada das empresas produtoras de calçados. Com isso, não é possível esperar, ainda, uma elevação nos investimentos desta indústria com o objetivo de ampliar seu potencial de produção.

3.1.1 NÍVEL DE UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA (NUCI)

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201718

Ao identificar a produção das regiões brasileiras, em 2016, o Nordeste destaca-se como o grande produtor de calçados no Brasil, com 58,2% da produção nacional. Entre os principais estados produtores de calçados desta re-gião, destacam-se o Ceará e a Paraíba, os quais concentram 85% da produção de calçados do Nordeste. A segun-da região mais importante, no Brasil é a região Sul, a qual representa 22,6% da produção nacional. No estado do Rio Grande do Sul, concentra-se 84% da produção da região. Não obstante à importância produtiva do Nordeste, entre 2015 e 2016, a produção, na região, cresceu apenas 0,8%, ou seja, abaixo do desempenho nacional. Por outro lado, a região Sul apresentou um crescimento de 2,7%, praticamente, o dobro do crescimento da produção brasileira. A diferença entre os desempenhos das regiões Nordeste e Sul está na recuperação mais consistente da produção de calçados de couro voltada às exportações.

Segmentação da produção brasileira de calçados por regiões e Unidades da Federação em 2016

3.1.2 SEGMENTAÇÃO DA PRODUÇÃO

BRASIL3

Fonte: Abicalçados

Ceará

Paraíba

Bahia

Pernambuco

Sergipe

268,0

201,8

49,4

26,5

11,5

28,1%

21,2%

5,2%

2,8%

1,2%

Minas Gerais

São Paulo

90,8

69,5

9,5%

7,3%

NordesteNordeste Milhões

de Pares Participação

Milhõesde Pares Participação

Milhõesde Pares Participação

Sudeste

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Paraná

181,0

21,7

12,9

19,0%

2,3%

1,3%

Outros

Brasil

21,3

954,2

2,2%

100%

Sul

Part.2016

58,2%

Var.2015/16

0,8%Norte

Part.20160,2%

Var.2015/16

1,3%

Sudeste

Part.2016

18,4%

Var.2015/16

1,5%

Sul

Part.2016

22,6%

Var.2015/16

2,7%

Centro-Oeste

Part.20160,6%

Var.2015/16-4,0%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201719

Entende-se por polo calçadista as regiões onde há grande concentração de empresas produtoras, em locais próximos. Estados como a Bahia e Pernambuco possuem produção significativa de calçados, no entanto, há uma dispersão geográfica elevada dessa produção. Por isso, não são identificados polos, mas sim, a produção do es-tado como um todo. Para a seleção dos polos que são objeto de interesse, foram considerados três critérios: (1) a contribuição da região à produção nacional; (2) a contribuição da produção do estado na produção da região; e (3) a dispersão da produção no interior do estado. A estimativa da produção de calçados de cada polo foi desen-volvida a partir dos microdados de produção por cidade, fornecidos pelo IBGE, agregados em polos. Buscou-se determinar uma relação entre produção e geração de emprego, de modo a extrapolar os dados de produção de 2014, do IBGE, através do emprego na indústria calçadista em 2016. Com isso, foi necessário observar a variação da produção com relação ao emprego entre os estados e entre os polos calçadistas no interior de cada estado. Assim, na região Nordeste, foi constatado que 92,1% da produção do estado da Paraíba está concentrada no polo de Campina Grande. No Ceará, apesar da concentração de 15,4% no polo de Juazeiro do Norte, a represen-tatividade de 84,6% da produção calçadista fora desse polo está localizada, principalmente, nos municípios de Horizonte e Sobral. Característica de dispersão da produção também verificada nos demais estados do Nordeste. Já na região Sudeste, dois estados foram destacados: São Paulo e Minas Gerais. Em relação ao primeiro, Birigui, Franca e Jaú, representam 92% da produção de calçados do estado. Diferentemente de São Paulo, a produção de calçados de Minas Gerais caracteriza-se por uma centralização no polo de Nova Serrana. No Sul, destaca-se o estado do Rio Grande do Sul, no qual chama a atenção a participação da produção em regiões fora dos polos listados, o que pode apontar a ocorrência de uma desconcentração da produção do estado.

PRODUÇÃO POR POLOS CALÇADISTAS

BRASIL3

Concentração dos principais polos calçadistas nas Unidades da Federação do Brasil em 2016

Fonte: Abicalçados*Nota: Bahia e Pernambuco são estados com a produção descentralizada geograficamente, não consistindo na formação de polos calçadistas.

Fonte: AbicalçadosNota: A classificação dos materiais não está diretamente relacionada à classificação por NCM. A base de segmentação parte da Prodlist da PIA-produto/IBGE.

Polo de Campina GrandeOutros

92,1%7,9%

Paraíba Participação

Polo de FortalezaPolo de Juazeiro do NorteOutros

2,9%15,4%81,8%

Ceará Participação

Participação

Participação

Participação

Polo de Nova SerranaOutros

61,9%38,1%

Minas Gerais

Polo de BiriguiPolo de FrancaPolo de JaúOutros

46,1%36,1%9,8%8,0%

São Paulo

Polo de São João BatistaOutros

67,4%32,6%

Santa Catarina

Participação

Polo do Vale do Rio dos SinosPolo do Vale do Paranhana/Encosta da SerraOutros

41,3%

26,6%32,1%

Rio Grande do Sul

19,9%Couro

27,4%Laminado Sintético

46,4%Plástico/Borracha

1,8%Outros

4,5%Têxtil

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201720

BRASIL3

Produção identificada de calçados por gênero(Participação em 2016)

Produção de calçados no Brasil por material predominante em pares(Participação em 2016)

Com relação ao material predominante utilizado na produção de calçados do Brasil, chega-se em uma participa-ção expressiva de plástico/borracha, liderada pela região Nordeste na produção nacional de calçados. A produção de calçados de couro, apesar da recuperação em 2016 (as exportações brasileiras deste tipo de calçados, entre 2015 e 2016, cresceram 2,8 pontos porcentuais acima da média nacional), acaba por representar 19,9% da pro-dução total do Brasil.

Ao se estabelecer a produção brasileira classificada por gênero, identifica-se uma participação de 41,9% dos calçados unissex, ortopédicos, de segurança, entre outros especificados como gênero “não identificado”, res-saltando-se que uma parcela dos chinelos pertence a esse tipo de classificação. O detalhamento da produção identificou que 39,3% da produção total de calçados é do gênero feminino, 12,9% do gênero masculino e 5,9% é de calçados infantis. Assim, chega-se a 58,1% da produção de calçados com gênero identificado.

Fonte: Abicalçados*Nota: Bahia e Pernambuco são estados com a produção descentralizada geograficamente, não consistindo na formação de polos calçadistas.

Fonte: AbicalçadosNota: A classificação dos materiais não está diretamente relacionada à classificação por NCM. A base de segmentação parte da Prodlist da PIA-produto/IBGE.

Polo de Campina GrandeOutros

92,1%7,9%

Paraíba Participação

Polo de FortalezaPolo de Juazeiro do NorteOutros

2,9%15,4%81,8%

Ceará Participação

Participação

Participação

Participação

Polo de Nova SerranaOutros

61,9%38,1%

Minas Gerais

Polo de BiriguiPolo de FrancaPolo de JaúOutros

46,1%36,1%9,8%8,0%

São Paulo

Polo de São João BatistaOutros

67,4%32,6%

Santa Catarina

Participação

Polo do Vale do Rio dos SinosPolo do Vale do Paranhana/Encosta da SerraOutros

41,3%

26,6%32,1%

Rio Grande do Sul

19,9%Couro

27,4%Laminado Sintético

46,4%Plástico/Borracha

1,8%Outros

4,5%Têxtil

Fonte: Abicalçados

Fonte: Abicalçados

10,0%Infantil

22,2%Masculino

67,8%Feminino

58,1%

41,9%Não Identificado

(unissex, ortopédico, segurança. etc)

Identificado

45,4%Chinelo

40,2%Casual + Social

7,8%Esportivo

4,7%Segurança

1,9%Ortopédico

Page 21: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201721

BRASIL3

Na edição de 2017 do relatório, foi estimada a produção calçadista por tipo de uso. Lembra-se que a base para essa classificação de produção são as informações do IBGE, as quais apresentam uma amostra com mais de mil empresas do setor que representam, na média, mais de 92% da produção nacional, mas com uma defasagem de informações de dois anos. Com os valores da produção em pares da base do IBGE, a Abicalçados aplica uma pes-quisa de produção simplificada e pontual. Aplicada a metodologia estatística com o cruzamento das informações da base do IBGE e da pesquisa de produção da Abicalçados, estima-se a segmentação da produção de calçados por tipo de uso.

Contudo, é possível estimar que a produção brasileira, em 2016, foi composta, na sua maioria, por Chinelos (45,4% da produção total de calçados no Brasil). Lembra-se que a definição de chinelos abrange aqueles que se utilizam de qualquer tipo de material, não exclusivamente plástico/borracha. O segmento de Esportivo demons-tra uma participação de 7,8% da produção nacional, e os calçados de Segurança representam 4,7% da produção doméstica. Os calçados destinados ao uso Ortopédico representam 1,9% da produção brasileira de calçados e os calçados classificados como Casual e Social somam 40,3%.

PRODUÇÃO DE CALÇADOS POR TIPO DE USO

Segmentação da produção brasileira de calçados por tipo de uso em pares(Participação em 2016)

Fonte: Abicalçados

Fonte: Abicalçados

10,0%Infantil

22,2%Masculino

67,8%Feminino

58,1%

41,9%Não Identificado

(unissex, ortopédico, segurança. etc)

Identificado

45,4%Chinelo

40,2%Casual + Social

7,8%Esportivo

4,7%Segurança

1,9%Ortopédico

Page 22: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201722

Entre 2015 e 2016, o consumo aparente de calçados no Brasil permaneceu praticamente estável. Assim, ao se verificar que a produção de calçados brasileira cresceu 1,3%, no mesmo período, pode-se concluir que a dinâmica da produção em 2016 foi definida, principalmente, pelas exportações. O efeito de um Real (R$) mais desvalori-zado pode ter atuado no sentido de elevar as exportações e dificultar a entrada de importações, abrindo espaço para a produção nacional ocupar margem no consumo doméstico, mesmo em um ambiente de baixo crescimento da demanda local de calçados.

A balança comercial brasileira de calçados apresentou um sensível crescimento no seu saldo comercial em 2016, alcançando uma taxa de 36,4%. Esse resultado foi fruto, principalmente, da queda das importações de calçados na ordem de 28,5%, entre 2015 e 2016. No mesmo período, as exportações brasileiras de calçados cresceram 3,9%. Assim, o efeito da desvalorização do Real (R$) no saldo comercial do Brasil, refletiu-se de forma mais sen-sível sobre as importações, que se reduziram mais que o nível de consumo de calçados no mercado interno, que se manteve estável.

Consumo aparente de calçados(Milhões de pares)

3.2 CONSUMO APARENTE DE CALÇADOS

3.3 COMÉRCIO EXTERIOR

BRASIL3

Balança comercial de calçados no Brasil (Milhões US$)

1.0

67

,2

56

1,3

96

0,4

48

1,0

99

8,0

34

3,7

2014 2015 2016

Exportações

Importações

Saldo

Fonte: MDIC

506,0 479,4

654,3

90

3

85

1

85

1

2014 2015 2016

Fonte: Abicalçados

903,0

851,2

851,4

2014

2015

2016

Fonte: Abicalçados

Page 23: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201723

Em 2016, as exportações brasileiras de calçados atingiram 125,6 milhões de pares, isto é, um crescimento de 1,2% em relação ao ano anterior. Em valor, os embarques chegaram a US$ 998 milhões, definindo um cresci-mento de 3,9%, entre 2015 e 2016. Assim, percebe-se uma elevação do valor médio dos calçados exportados pelo Brasil, nos anos analisados, mesmo depois de uma queda da moeda nacional frente ao dólar estaduni-dense. Essa elevação no valor médio das exportações brasileiras de calçados é reflexo do aumento significa-tivo das vendas externas das empresas produtoras de calçados de couro. Em 2017, as expectativas para as exportações de calçados, medidas em pares, caracterizam-se em uma banda variável entre -0,5% (pessimista) e 2,2% (otimista), sendo que, em relação ao valor das exportações (US$), esta margem encontra-se entre 3,7% (pessimista) e 6,6% (otimista).

Coeficientes de exportação e de importação de calçados no Brasil

Exportações brasileiras de calçados

3.3.1 EXPORTAÇÃO

O coeficiente de exportação aponta o percentual da produção calçadista nacional que é exportada. Já o coe-ficiente de importações estabelece o percentual da oferta local de calçados (produção nacional, descontados os pares enviados ao exterior, mais as importações) oriunda de outros países. Com efeito, nota-se uma certa estabilidade na participação das exportações no total produzido pelas empresas calçadistas brasileiras, entre 2015 e 2016. Todavia, o coeficiente de importações indica uma sensível queda na participação dos pares de calçados importados sobre o total consumido internamente. Assim, é possível identificar, como já se tinha sugerido, que a desvalorização da moeda nacional (R$) ajudou, de forma significativa, em duas dinâmicas: (1) elevar a produção nacional de calçados para o mercado doméstico, (2) mesmo com esse aumento de participa-ção da produção nacional na demanda interna, não permitir uma queda de participação da produção destinada para os mercados internacionais.

BRASIL3

13

,0%

13

,2%

13

,2%

2014 2015 2016 2014 2015 20164

,1%

3,9

%

2,7

%

Exportações

Importações

Saldo

Fonte: Abicalçados

Fonte: MDIC(*) Estimativa Abicalçados

Coeficientede exportações

Coeficientede importações

96

0,4

1.0

67

,2

99

8,0

2014 2015 2016

Milhões de US$

3,7%6,6%

2017*

1.0

34

,9 (

pess

imis

ta)

1.0

63

,8 (

otim

ista

)

12

4,1

12

9,5

12

5,6

2014 2015 2016

Milhões de pares

-0,5%2,2%

2017*

12

4,9

(pes

sim

ista

)

(otim

ista

)1

28

,3

13

,0%

13

,2%

13

,2%

2014 2015 2016 2014 2015 2016

4,1

%

3,9

%

2,7

%

Exportações

Importações

Saldo

Fonte: Abicalçados

Fonte: MDIC(*) Estimativa Abicalçados

Coeficientede exportações

Coeficientede importações

96

0,4

1.0

67

,2

99

8,0

2014 2015 2016

Milhões de US$

3,7%6,6%

2017*

1.0

34

,9 (

pess

imis

ta)

1.0

63

,8 (

otim

ista

)

12

4,1

12

9,5

12

5,6

2014 2015 2016

Milhões de pares

-0,5%2,2%

2017*

12

4,9

(pes

sim

ista

)

(otim

ista

)1

28

,3

Page 24: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201724

BRASIL3

País 2014 Variação 2015-2016

Estados Unidos

Argentina

França

Paraguai

Bolívia

Colômbia

Peru

Chile

Reino Unido

Austrália

Outros

Total

193,7

81,7

70,1

55,3

46,5

48,7

27,1

31,1

24,4

27,2

461,6

1.067,2

2015

191,9

67,5

54,9

45,3

49,6

41,1

28,1

31,1

25,0

27,3

398,6

960,4

221,3

111,6

56,0

47,4

45,5

42,3

34,3

33,3

30,6

18,9

356,7

998,0

15,3%

65,4%

2,0%

4,7%

-8,3%

2,9%

22,1%

7,1%

22,4%

-30,9%

-10,5%

3,9%

Milhões de US$

Fonte: MDIC

EUA

2016

22,2%

Argentina11,2%

França5,6%

Paraguai4,8%

Bolívia4,6%

Principais destinos das exportações de calçados em US$(Participação em 2016)

Ao se analisar o comportamento dos destinos das exportações (em US$) de calçados brasileiros, entre 2014 e 2016, percebe-se um processo de concentração nos dez principais mercados. Em 2014, esses dez principais destinos detinham uma parcela de 56,7% do total exportado. Já em 2016, essa participação passou para 64,2%. Quando se estabelecem as exportações de calçados medidas em pares, esse movimento permanece, porém, de maneira menos acentuada. Em 2014, a concentração dos dez principais destinos era de 54,3%, passando para 61,8%, em 2016. O aumento de concentração de pauta foi definido pelo desempenho das exportações brasileiras nos Estados Unidos e na Argentina. No que tange à Argentina, o resultado das vendas externas das empresas calçadistas está associado à superação de algumas barreiras não tarifárias. Nos Estados Unidos, entretanto, a desvalorização da moeda nacional auxiliou a elevação das exportações de calçados.

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201725

BRASIL3

Principais destinos das exportações de calçados em pares(Participação em 2016)

País 2014 Variação 2015-2016

Paraguai

Estados Unidos

Argentina

Colômbia

França

Bolívia

Peru

Israel

Austrália

Espanha

Outros

Total

15,9

11,9

7,7

7,4

8,9

6,5

3,4

2,5

4,2

2,0

59,1

129,5

2015

13,3

11,8

8,0

8,0

8,5

7,0

4,2

3,1

4,2

3,6

52,5

124,1

14,5

13,2

9,5

9,3

8,9

6,3

4,8

3,8

3,7

3,7

47,9

125,6

9,2%

12,6%

18,6%

16,5%

5,3%

-9,9%

13,0%

23,9%

-11,6%

1,1%

-8,8%

1,2%

Milhões de Pares

Fonte: MDIC

EUA

2016

10,5%

Argentina7,6%

França7,1%

Paraguai11,6%

Colômbia7,4%

A configuração das exportações de calçados brasileiros, por Unidade de Federação, apresenta mudança na sua estrutura quando medida em pares ou valor (US$). Os maiores estados exportadores, medidos em US$, são: (1) Rio Grande do Sul, (2) Ceará, (3) São Paulo, (4) Paraíba e (5) Bahia. Entretanto, ao se observar essa lista, em quan-tidade de pares, o estado do Ceará torna-se o principal exportador de calçados, seguido pelo Rio Grande do Sul; o estado da Paraíba supera São Paulo, e Bahia, não se estabelece entre os cinco principais estados exportadores do Brasil, cedendo lugar para Minas Gerais. Essa diferença de posição encontra explicação no tipo de calçados exportados, já que as empresas localizadas no Rio Grande do Sul são intensivas na produção de calçados de couro e, no Ceará, concentram-se as empresas que têm como material predominante plástico/borracha. Nesse sentido, é possível explicar o crescimento das exportações do Rio Grande do Sul muito superior à média nacional, tanto em US$, quanto em pares. Nota-se que as exportações de calçados de couro, entre 2015 e 2016, cresceram 6,7% (em US$) e 19,5% (pares). Assim, o Rio Grande do Sul acabou por contribuir decisivamente para o crescimento das exportações brasileiras em 2016.

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201726

Fonte: MDIC

Outros

Brasil

2014

310,6

99,9

46,7

145,0

387,1

263,0

88,4

38,6

122,6

370,0

269,7

66,4

44,7

107,7

435,9

2,6%

-24,9%

15,9%

-12,1%

17,8%

78,0 77,8 73,5 -5,5%

1.067,2

27,0%

6,6%

4,5%

10,8%

43,7%

7,4%

100%960,4 998,0 3,9%

2015 2016 ParticipaçãoVariação

2015-2016

CEPB

PB

BA

SP

RS

Fonte: MDIC

Outros

Brasil

2014

56,3

27,8

4,9

11,7

18,0

50,7

26,5

7,5

10,0

20,5

47,7

23,5

5,7

9,0

28,7

-5,8%

-11,0%

-25,1%

-9,9%

40,2%

10,9 8,9 11,0 22,5%

129,5

38,0%

18,8%

4,5%

7,2%

22,9%

22,9%

100%124,1 125,6 1,2%

2015 2016 ParticipaçãoVariação

2015-2016

CE

MG

SP

RS

BRASIL3

Participação das exportações de calçados por Unidade da Federação (Milhões de US$)

Participação das exportações de calçados por Unidade da Federação (Milhões de pares)

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201727

Material 2014

4,1

498,5

262,4

236,1

491,3

64,7

8,6

1.067,2

Injetado

Sintético

Chinelos

Outros

Couro

Têxtil

Outros Materiais

Total

2015

3,3

435,5

226,0

209,5

442,0

74,5

5,1

960,4

2016

1,5

411,6

175,9

235,7

471,6

107,6

5,6

998,0

Participação 2016

0,2%

41,2%

17,6%

23,6%

47,3%

10,8%

0,6%

100,0%

Variação 2015-2016

-54,3%

-5,5%

-22,2%

12,5%

6,7%

44,5%

9,7%

3,9%

Fonte: MDIC

Fonte: MDIC

Material 2014

0,6

105,8

82,8

23,0

17,2

5,5

0,5

129,5

Injetado

Sintético

Chinelos

Outros

Couro

Têxtil

Outros Materiais

Total

2015

0,4

98,8

76,4

22,3

17,1

7,5

0,3

124,1

2016

0,3

92,7

66,5

26,2

20,4

11,8

0,4

125,6

Participação 2016

0,2%

73,8%

53,0%

20,9%

16,2%

9,4%

0,3%

100,0%

Variação 2015-2016

-35,9%

-6,1%

-13,0%

17,4%

19,5%

56,2%

42,3%

1,2%

Esportivo 2014

12,6

0,9

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

12,0

1,0

2016

27,1

2,1

Participação 2016

2,7%

1,6%

Variação 2015-2016

126,5%

110,9%

Chinelos 2014

262,4

82,8

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

226,0

76,4

2016

175,9

66,5

Participação 2016

17,6%

53,0%

Variação 2015-2016

-22,2%

-13,0%

Outros Calçados 2014

792,2

45,9

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

722,4

46,7

2016

794,9

57,0

Participação 2016

79,7%

45,4%

Variação 2015-2016

10,0%

22,1%

Fonte: MDIC

BRASIL3

Exportações de calçados por material predominante(Milhões de US$)

Exportações de calçados por material predominante(Milhões de pares)

Exportações de calçados por segmento

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201728

As importações brasileiras de caçcados apresentaram uma retração significativa de 28,5% (em US$) e 31,6% (em pares) entre 2015 e 2016. Esse resultado foi influenciado por três dinâmicas: (1) a queda da renda nacional; (2) a desvalorização da moeda doméstica; e (3) a sobretaxa por dumping para calçados de origem chinesa. Em con-trapartida à queda generalizada das importações de calçados, as importações (US$) brasileiras provenientes da Itália e da Índia apresentaram crescimento no último ano. Ao mesmo tempo, ao se comparar as pautas de expor-tações e importações de calçados do Brasil por tipo de material, nota-se uma composição diferente. Os calçados de material têxtil representam a maior parte das importações, tanto em dólares, quanto em pares. Essa represen-tatividade não é acompanhada nas exportações brasileiras de calçados, em que esse tipo de calçados apresenta participação de 10,4% (em US$) e 9,4% (em pares). Essa diferença de composição de pauta, indica a dificuldade competitiva do Brasil, basicamente, em calçados de material têxtil, como no caso de calçados esportivos.

Origem das importações brasileiras de calçados em US$(Participação em 2016)

3.3.2 IMPORTAÇÃO

BRASIL3

País 2014 Variação 2015-2016

Vietnã

Indonésia

China

Itália

Tailândia

Índia

Camboja

Espanha

Paraguai

Bangladesh

Outros

Total

323,5

111,8

53,1

21,6

8,6

3,2

8,7

2,9

1,7

1,4

24,8

561,3

2015

260,5

116,1

45,9

15,9

10,0

4,3

14,1

2,0

2,6

1,8

7,7

481,0

190,1

73,2

35,9

16,5

5,8

5,1

3,0

1,7

1,5

1,5

9,5

343,7

-27,0%

-36,9%

-21,9%

3,9%

-41,8%

17,1%

-79,0%

-17,2%

-42,0%

-18,9%

23,2%

-28,5%

Milhões de US$

Fonte: MDIC

2016

4,8%

Indonésia

Vietnã55,3%

China10,4%

21,3%

Tailândia1,7%

Itália

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201729

Origem das importações brasileiras de calçados em pares(Participação em 2016)

BRASIL3

País 2014 Variação 2015-2016

Vietnã

China

Indonésia

Índia

Paraguai

Tailândia

México

Taiwan (Formosa)

Camboja

Itália

Outros

Total

18,48

7,69

6,61

0,25

0,34

0,50

0,36

0,09

0,64

0,15

1,7

36,8

2015

14,93

6,34

6,50

0,36

0,45

0,54

0,21

0,02

0,95

1,15

1,8

33,3

10,40

5,82

4,06

0,35

0,34

0,33

0,31

0,22

0,20

0,13

0,6

22,7

-30,3%

-8,2%

-37,6%

-1,8%

-23,8%

-38,6%

46,9%

793,7%

-79,0%

-88,6%

-67,5%

-31,6%

Milhões de Pares

Fonte: MDIC

2016

Paraguai1,5% Indonésia

Vietnã45,7%

China25,6%

17,8%

Índia1,5%

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201730

BRASIL3

Material 2014

1,4

98,2

4,3

93,9

97,1

357,4

7,1

561,3

Injetado

Sintético

Chinelos

Outros

Couro

Têxtil

Outros Materiais

Total

2015

1,0

99,4

3,2

96,2

82,4

292,4

5,9

481,0

2016

1,0

65,0

2,3

62,7

60,0

214,4

3,3

343,7

Participação 2016

0,3%

18,9%

0,7%

18,2%

17,5%

62,4%

0,9%

100,0%

Variação 2015-2016

1,1%

-34,6%

-27,1%

-34,8%

-27,2%

-26,7%

-44,5%

-28,5%

Fonte: MDIC

Fonte: MDIC

Fonte: MDIC

Material 2014

0,29

7,66

1,00

6,66

4,45

20,77

3,63

36,80

Injetado

Sintético

Chinelos

Outros

Couro

Têxtil

Outros Materiais

Total

2015

0,24

7,52

0,67

6,85

4,19

17,67

3,64

33,26

2016

0,17

5,37

0,85

4,52

2,84

11,93

2,44

22,75

Participação 2016

0,8%

23,6%

3,7%

19,9%

12,5%

52,4%

10,7%

100,0%

Variação 2015-2016

-28,9%

-28,6%

26,6%

-34,0%

-32,3%

-32,5%

-32,9%

-31,6%

Esportivo 2014

254,2

12,0

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

206,4

9,2

2016

120,3

4,7

Participação 2016

35,0%

20,5%

Variação 2015-2016

-41,7%

-49,2%

Chinelos 2014

4,3

1,0

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

3,2

0,7

2016

2,3

0,8

Participação 2016

0,7%

3,7%

Variação 2015-2016

-27,1%

26,6%

Outros Calçados 2014

302,9

23,8

Valor (milhões de US$)

Pares (milhões)

2015

271,5

23,4

2016

221,1

17,2

Participação 2016

64,3%

75,8%

Variação 2015-2016

-28,5%

-31,6%

Importações de calçados por material predominante(Milhões de US$)

Importações de calçados por material predominante(Milhões de pares)

Importações de calçados por segmento

Page 31: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201731

BRASIL3

O nível de emprego na indústria calçadista, em 2016, registrou 286,7 mil empregados. Quanto ao número de empresas, o setor de calçados registrou 7,7 mil no ano de 2015. Entre as Unidades da Federação, o Rio Grande do Sul destaca-se no nível de ocupação e no número de empresas registradas. Já os estados do Ceará e da Bahia sobressaem-se no total de empregos, ao passo que a concentração do número de empresas é menor. Portanto, conclui-se que o tamanho das empresas calçadis-tas desses dois estados, em geral, é de grande porte. Por outro lado, os estados de São Paulo e Minas Gerais apresentam, em maior número, empresas de menor porte.

3.4 EMPREGO E ESTABELECIMENTOS

EMPREGOS ESTABELECIMENTOS

Estado

Rio Grande do Sul

Ceará

São Paulo

Minas Gerais

Bahia

Santa Catarina

Outros

286,7 mil2016

7,7 mil2015

33,6%

18,7%

14,1%

10,9%

9,8%

2,4%

10,5%

35,1%

3,9%

31,0%

15,8%

1,4%

3,6%

9,2%

Fonte: RAIS/MTE

Fonte: RAIS/MTE

Fonte: RAIS/ MTE

CONCENTRAÇÃODO EMPREGO

CONCENTRAÇÃO DAS EMPRESASFaixa de

Emprego

Até 4

De 5 a 9

De 10 a 19

De 20 a 49

De 50 a 99

De 100 a 249

De 250 a 499

De 500 a 999

1000 ou mais

2016 2015

52,8%

15,2%

11,8%

11,3%

4,4%

2,6%

1,0%

0,5%

0,5%

4,1%

3,2%

5,3%

11,2%

10,4%

13,3%

11,5%

10,5%

30,5%

EMPREGOS ESTABELECIMENTOS

Estado

Rio Grande do Sul

Ceará

São Paulo

Minas Gerais

Bahia

Santa Catarina

Outros

286,7 mil2016

7,7 mil2015

33,6%

18,7%

14,1%

10,9%

9,8%

2,4%

10,5%

35,1%

3,9%

31,0%

15,8%

1,4%

3,6%

9,2%

Fonte: RAIS/MTE

Fonte: RAIS/MTE

Fonte: RAIS/ MTE

CONCENTRAÇÃODO EMPREGO

CONCENTRAÇÃO DAS EMPRESASFaixa de

Emprego

Até 4

De 5 a 9

De 10 a 19

De 20 a 49

De 50 a 99

De 100 a 249

De 250 a 499

De 500 a 999

1000 ou mais

2016 2015

52,8%

15,2%

11,8%

11,3%

4,4%

2,6%

1,0%

0,5%

0,5%

4,1%

3,2%

5,3%

11,2%

10,4%

13,3%

11,5%

10,5%

30,5%

Page 32: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201732

Estado 2014

101,8

61,4

49,9

32,6

24,2

7,2

32,1

309,3

Rio Grande do Sul

Ceará

São Paulo

Minas Gerais

Bahia

Santa Catarina

Outros

Total

2015

95,1

54,8

42,4

28,7

24,8

6,8

30,5

283,1

2016

96,2

53,6

40,5

31,4

28,0

6,8

30,2

286,7

Variação 2015-2016

1,2%

-2,2%

-4,5%

9,3%

13,2%

0,3%

-1,1%

1,3%

Fonte: RAIS/MTE(*) Estimativa Abicalçados

Fonte: RAIS/MTE

Estado 2013

3.160

2.667

1.316

332

310

101

785

8.671

Rio Grande do Sul

São Paulo

Minas Gerais

Ceará

Santa Catarina

Bahia

Outros

Total

2014

2.989

2.565

1.307

331

311

116

767

8.386

2015

2.720

2.403

1.225

306

278

110

711

7.753

Variação 2014-2015

-9,0%

-6,3%

-6,3%

-7,6%

-10,6%

-5,2%

-7,3%

-7,5%

Mil postos de trabalho

2017*

0,9%

0,2%

28

9,3

(ot

imis

ta)

28

7,2

(pe

ssim

ista

)

Entre 2014 e 2015, a indústria calçadista encerrou 26,1 mil postos de trabalho, os quais representam uma queda de 8,5%. Contudo, entre 2015 e 2016, tem-se uma recuperação de 3,6 mil empregos na indústria calçadista. A expectativa para a geração de empregos, em 2017, posiciona-se entre um crescimento de 0,9% (otimista) e 0,2% (pessimista). Ao salientar a criação de postos de trabalhos por Unidades da Federação, destacam-se os estados da Bahia e de Minas Gerais. Ainda que, em 2016, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina tenham elevado o nível de emprego, frente a 2015, a Bahia foi o único estado que apresentou um número de postos de trabalho, em 2016, maior que o identificado em 2014, período inicial apresentado. Quanto ao número de estabe-lecimentos de fabricação de calçados, entre 2014 e 2015, houve queda generalizada entre os estados, totalizan-do uma retração de 7,5% no número de estabelecimentos do segmento no Brasil. Desde logo, é possível indicar que, com o crescimento da produção entre 2015 e 2016, seguido de uma tendência de diminuição no número de estabelecimentos verificada em 2015, ocorre um processo de concentração da produção de calçados em um número menor de empresas.

Emprego na indústria calçadista por Unidade da Federação

Estabelecimentos de fabricação de calçados por Unidade da Federação

BRASIL3

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201733

Fonte: BCBNota: Câmbio médio trimestral, comercial, compra(*) previsão BCB/Focus (26/05/2017)

3,8

%

2

,0%

11

,9%

12

,5%

7,3

%

15

,5%

8,3

%

1,8

%

1,4

%

3

,8%

-5,7

%

-10

,2%

-7,5

%2014T1

2014T2

2014T3 2015T4 2015T1 2015T2 2015T3 2016T4 2016T1

2016T2 2016T3

2016T4

2,3

6

2,3

3

2,2

7

2,5

4

2,8

6

3,0

7

3,5

5

3,8

4

3,9

1

3,5

1

3,2

5

3,2

9

2014T1 2014T2 2014T3 2015T4 2015T1 2015T2 2015T3 2016T4 2016T1 2016T2 2016T3 2016T4 2017* 2018*

3,1

9

3,3

3

2015

Itália

China

Vietnã

Indonésia

Alemanha

Brasil

2011 2012 2013 2014

Fonte: Abicalçados

12º

13º

11º

11º

12º

BRASIL3

O Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes (não desconta as variações dos preços - inflação) chegou em um pa-tamar de R$ 6,17 trilhões em 2016. Ao se observar a variação real do PIB do Brasil, entre 2015 e 2016, tem-se uma retração de 3,6%. Contudo, as previsões para 2017 do relatório Focus do Banco Central, para o crescimento da economia brasileira, especificam uma taxa positiva de 0,5%. Isso posto, entre 2014 e 2017, estima-se uma retração acumulada do produto brasileiro da ordem de 7,3%. Além disso, a expectativa é que a renda do Brasil cresça em torno de 2,5%, a partir de 2018, seguindo nesse ritmo nos próximos anos. A previsão de crescimento da economia brasileira para 2017 e 2018 ainda se encontra incerta. As previsões do FMI caracterizam uma taxa de crescimento de 0,2% e 1,7%, para 2017 e 2018, respectivamente. Já a OCDE aposta na expectativa de crescimento, nos dois anos indicados, de -0,02% e 1,2%.

A dinâmica da taxa de câmbio, média trimestral, apresenta, a partir do terceiro trimestre de 2014, um processo de desvalori-zação da moeda nacional, passando sete trimestres, sem interrupção, nesse processo. Todavia, especifica uma valorização do Real a partir do segundo trimestre de 2016, visto que, logo no primeiro trimestre desse ano, a taxa de câmbio chega a R$/US$ 3,91, valor mais alto desde 2014. Após este trimestre, constata-se uma queda na taxa de câmbio, atingindo R$/US$ 3,29 no último trimestre de 2016. A valorização da moeda nacional, em 2016, acaba por auxiliar na diminuição da taxa de inflação des-se ano, através do impacto do câmbio nos custos dos bens e insumos importados, além do efeito sobre os preços indexados. Segundo o Boletim Focus do Banco Central (dia 26/05/2017), espera-se uma taxa de câmbio média anual de R$/US$ 3,19 para 2017, sendo que, no final desse ano, a taxa de câmbio estimada é de R$/US$ 3,25.

3.5 INDICADORES ECONÔMICOS

3.5.1 CÂMBIO

Indicador

PIB nominal em dólar(trilhões de US$) (preços correntes)

PIB nominal em reais(trilhões de R$) (preços correntes)

PIB real em reais(trilhões de R$) (preços constantes)

PIB real (%)(crescimento em moeda nacional)

2014

2,46

5,69

1,24

0,1

2015

1,80

5,90

1,19

-3,8

2016

1,80

6,17

1,15

-3,6

Previsão 2017*

2,14

6,58

1,15

0,50

Fonte: IBGE, IMFNotas (*): Previsão Focus/BCB (12/05/2017); FMI

Volume de vendas no varejo

Volume de vendas - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Volume de vendas - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

-1,1

2,2

2015

-8,6

-4,3

2016

-10,9

-6,2

Índices de Confiança

Confiança do comércioNúmero Índice - comércio varejista ampliado (dessazonalizado) (pontos)

Confiança do consumidor Número Índice (dessazonalizado) (pontos)

2014

93,7

93,1

2015

71,2

71,1

2016

74,3

72,9

Indústria de Transformação

NUCINível de Utilização da Capacidade Instalada (dessazonalizado) (média) (%)

Confiança da Indústria Número Índice (dessazonalizado) (média) (pontos)

Produção Física Indústria de Transformação (acumulado do ano em relação ao ano anterior) (%)

2014

81,2

91,2

-4,2

2015

76,4

77,4

-9,8

2016

73,9

82,1

-6,1

-

-

1,0

Receita de vendas no varejo

Receita nominal - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Receita nominal - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

3,4

8,5

2015

-5,1

3,2

2016

-6,2

4,5

Fonte: IBGE

Fonte: IBRE/FGV

Fonte: IBRE/FGV e IBGENotas (*): Previsão Focus/BCB

Previsão 2017*

Taxa de Câmbio (R$/US$)

Variação da taxa de câmbio (trimestre/trimestre anterior)

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201734

BRASIL3

O volume de vendas no comércio varejista geral (não ampliado), o qual não leva em consideração o comportamento dos setores de automóveis e construção civil, atingiu uma queda de 6,2%, entre 2015 e 2016. Salienta-se, ainda, que a definição de volume estabelece a variação descontada as flutuações de preços. Para os setores de tecido, vestuário e calçados, nota--se uma retração maior, pois, no mesmo período, atingiram uma taxa de -10,9%, queda mais significativa que a ocorrida no varejo geral. É possível destacar que, em 2016, ocorre um aprofundamento da queda já registrada no ano de 2015, tanto para o comércio varejista geral, quanto para o comércio de tecido, vestuário e calçados. Talvez mais preocupante que a cons-tatação da queda em termos de volume, é a confirmação da retração das receitas das vendas, ocorrida no comércio de te-cido, vestuário e calçados. Ou seja, a inflação do setor não conseguiu superar a contração no volume de vendas, resultando em uma diminuição na receita nominal, sendo que, no varejo geral, esse indicador foi positivo. Dessa forma, conclui-se que ocorreu uma queda na participação do consumo de tecido, vestuário e calçados, sobre o total do consumo das famílias no Brasil, em termos de volume e de receita nominal. Em relação ao estado de confiança do comércio varejista e do consumidor, observa-se uma trajetória semelhante. Em 2015, o indicador apresentava-se muito baixo com uma leve melhora em 2016, mas ainda distante do índice de 2014.

Entre os anos de 2014 e 2016, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da indústria de transformação apresenta uma queda de 7,3 pontos percentuais, atingindo, em 2016, um índice de 73,9%. Esse nível de utilização aproxima-se da estimada para a indústria calçadista, 72,1%, nesse mesmo ano. A queda no NUCI é resultado da constante retração da produção física da indústria de transformação que se estabeleceu desde 2014. Assim, a queda acumulada na produção dessa indústria, entre 2014 e 2016, foi de 18,7%. Para 2017, o relatório Focus do Banco Central estima uma suave retomada da produção da indústria de transformação, ao alcançar um crescimento de 1,0%. Ressalta-se, porém, que esse desempenho projetado se faz sobre um certo grau de incerteza, uma vez que as previsões de crescimento do PIB da economia brasileira para esse mesmo ano são dispersas, como mostram as estimativas do Banco Central do Brasil, do FMI e da OCDE. A dinâmica do índice de confiança da indústria não se mostra diferente do assinalado para o consumidor e para o comércio. Percebe-se um indicador muito baixo, em 2015, e uma recuperação no ano seguinte, mas em patamares menores do que o estabelecido em 2014.

3.5.2 COMPORTAMENTO DO COMÉRCIO

3.5.3 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Indicador

PIB nominal em dólar(trilhões de US$) (preços correntes)

PIB nominal em reais(trilhões de R$) (preços correntes)

PIB real em reais(trilhões de R$) (preços constantes)

PIB real (%)(crescimento em moeda nacional)

2014

2,46

5,69

1,24

0,1

2015

1,80

5,90

1,19

-3,8

2016

1,80

6,17

1,15

-3,6

Previsão 2017*

2,14

6,58

1,15

0,50

Fonte: IBGE, IMFNotas (*): Previsão Focus/BCB (12/05/2017); FMI

Volume de vendas no varejo

Volume de vendas - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Volume de vendas - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

-1,1

2,2

2015

-8,6

-4,3

2016

-10,9

-6,2

Índices de Confiança

Confiança do comércioNúmero Índice - comércio varejista ampliado (dessazonalizado) (pontos)

Confiança do consumidor Número Índice (dessazonalizado) (pontos)

2014

93,7

93,1

2015

71,2

71,1

2016

74,3

72,9

Indústria de Transformação

NUCINível de Utilização da Capacidade Instalada (dessazonalizado) (média) (%)

Confiança da Indústria Número Índice (dessazonalizado) (média) (pontos)

Produção Física Indústria de Transformação (acumulado do ano em relação ao ano anterior) (%)

2014

81,2

91,2

-4,2

2015

76,4

77,4

-9,8

2016

73,9

82,1

-6,1

-

-

1,0

Receita de vendas no varejo

Receita nominal - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Receita nominal - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

3,4

8,5

2015

-5,1

3,2

2016

-6,2

4,5

Fonte: IBGE

Fonte: IBRE/FGV

Fonte: IBRE/FGV e IBGENotas (*): Previsão Focus/BCB

Previsão 2017*

Page 35: RELATÓRIO SETORIAL - Sindifranca calçados: (1) a China é o único país asiático, entre os dez maiores produtores mundiais, que apresentou uma retração da produção de calçados

RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201735

Indicador

PIB nominal em dólar(trilhões de US$) (preços correntes)

PIB nominal em reais(trilhões de R$) (preços correntes)

PIB real em reais(trilhões de R$) (preços constantes)

PIB real (%)(crescimento em moeda nacional)

2014

2,46

5,69

1,24

0,1

2015

1,80

5,90

1,19

-3,8

2016

1,80

6,17

1,15

-3,6

Previsão 2017*

2,14

6,58

1,15

0,50

Fonte: IBGE, IMFNotas (*): Previsão Focus/BCB (12/05/2017); FMI

Volume de vendas no varejo

Volume de vendas - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Volume de vendas - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

-1,1

2,2

2015

-8,6

-4,3

2016

-10,9

-6,2

Índices de Confiança

Confiança do comércioNúmero Índice - comércio varejista ampliado (dessazonalizado) (pontos)

Confiança do consumidor Número Índice (dessazonalizado) (pontos)

2014

93,7

93,1

2015

71,2

71,1

2016

74,3

72,9

Indústria de Transformação

NUCINível de Utilização da Capacidade Instalada (dessazonalizado) (média) (%)

Confiança da Indústria Número Índice (dessazonalizado) (média) (pontos)

Produção Física Indústria de Transformação (acumulado do ano em relação ao ano anterior) (%)

2014

81,2

91,2

-4,2

2015

76,4

77,4

-9,8

2016

73,9

82,1

-6,1

-

-

1,0

Receita de vendas no varejo

Receita nominal - setorialTecidos, vestuário e calçados (dessazonalizado) (% acumulado do ano)

Receita nominal - geral(dessazonalizado) (% acumulado do ano)

2014

3,4

8,5

2015

-5,1

3,2

2016

-6,2

4,5

Fonte: IBGE

Fonte: IBRE/FGV

Fonte: IBRE/FGV e IBGENotas (*): Previsão Focus/BCB

Previsão 2017*

BRASIL3

A inflação ao consumidor, que reflete a elevação média dos preços, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresenta um movimento de queda na sua taxa desde 2015. A dinâmica de queda da taxa de in-flação na economia brasileira pode ser explicada, principalmente, por duas situações: (1) a retração da economia em 2015 e 2016; e (2) a valorização da moeda nacional a partir do segundo trimestre de 2016. As previsões do relatório Focus do Banco Central para a inflação em 2017 indicam uma taxa de 3,8%. Assim, prevê-se uma taxa de inflação na banda inferior da meta estimada para o IPCA pelo Banco Central (4,5% com uma banda de 1,5% para cima e para baixo). A inflação setorial (calçados e acessórios) manteve-se, em todos os anos indicados, abaixo da inflação geral ao consumidor, tal que as perspectivas, para 2017, mostram uma taxa de 3,2%, ainda abaixo do IPCA geral. A inflação ao produtor caracteriza a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores. Assim, ao se especificar esse índice para o setor de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, nota-se uma queda acentuada em 2016. Observa-se, com isso, a dificuldade dos fornecedores em repassar preços.

3.5.4 INFLAÇÃO NACIONAL

IndicadoresBrasil América Latina e Caribe

(média dos países)

Número de dias para abertura de uma empresa

Custo do registro de propriedade (% valor do imóvel)

Horas gastas com o pagamento de impostos

Tempo para exportar: conformidade com a fronteira (horas)

Custo para exportar: conformidade com a fronteira (US$)

Tempo para exportar: conformidade com a documentação (horas)

2016

83,0

3,1

2.600

49,0

959,0

18,0

2017

79,5

3,1

2.038

49,0

959,0

18,0

2016

30,7

6,1

358,5

64,2

517,2

57,2

2017

31,6

5,8

342,6

63,5

526,6

55,7

Fonte: World Bank

Inflação Nacional

Inflação ao consumidor - geralIPCA (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao consumidor - setorialIPCA (calçados e acessórios – bolsas) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao produtor - geralIPP (Indústria de transformação) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao produtor - setorialIPP (Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

2014

6,4

3,4

4,5

9,9

10,7

3,0

9,4

11,2

6,3

5,0

0,8

-5,4

3,8

3,2

-

-

2015 2016

Fonte: IBGENotas (*): Previsão Abicalçados/BCB-Focus (12/05/2017)

Previsão 2017*

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201736

Ao se comparar o ambiente de negócios do Brasil com a América Latina e Caribe, ressalta-se uma diferença em relação aos fatores de tempo e custo para a competitividade. Ao observar o ambiente de negócios associado às exportações, destaca-se os itens relacionados ao tempo e aos custos para exportar. Em 2016, o custo médio para exportar, em conformidade com a fronteira no Brasil, chegou a US$ 959,0, já para a média da América Latina, no mesmo ano apontado, esse custo foi de US$ 526,6. De maneira inversa, os tempos para exportar, em conformi-dade com a fronteira e a documentação, no Brasil, são maiores que na América Latina. Entre os indicadores de competitividade listados, o que apresenta maior discrepância na comparação Brasil e América Latina é o número de horas gastas com o pagamento de impostos, que é quase seis vezes mais elevado no Brasil.

3.5.5 COMPETITIVIDADE NACIONAL

IndicadoresBrasil América Latina e Caribe

(média dos países)

Número de dias para abertura de uma empresa

Custo do registro de propriedade (% valor do imóvel)

Horas gastas com o pagamento de impostos

Tempo para exportar: conformidade com a fronteira (horas)

Custo para exportar: conformidade com a fronteira (US$)

Tempo para exportar: conformidade com a documentação (horas)

2016

83,0

3,1

2.600

49,0

959,0

18,0

2017

79,5

3,1

2.038

49,0

959,0

18,0

2016

30,7

6,1

358,5

64,2

517,2

57,2

2017

31,6

5,8

342,6

63,5

526,6

55,7

Fonte: World Bank

Inflação Nacional

Inflação ao consumidor - geralIPCA (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao consumidor - setorialIPCA (calçados e acessórios – bolsas) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao produtor - geralIPP (Indústria de transformação) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

Inflação ao produtor - setorialIPP (Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados) (dessazonalizado) (% acumulado do ano em relação ao ano anterior)

2014

6,4

3,4

4,5

9,9

10,7

3,0

9,4

11,2

6,3

5,0

0,8

-5,4

3,8

3,2

-

-

2015 2016

Fonte: IBGENotas (*): Previsão Abicalçados/BCB-Focus (12/05/2017)

Previsão 2017*

BRASIL3

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201737

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201738

MUNDO

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL

- 4 -

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201739

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

Define um ranking de países a partir da competitividade no comércio internacional. A mensuração aplicada varia de 0 (zero) a 100 e possui uma periodicidade anual dos dados. O resultado considera a análise de 188 países. Os subíndices da avaliação são: tamanho de mercado, saldo comercial, dinamismo, desconcentração de mercado, market-share e especialização – Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR), preço médio e quantidade de mercados. Esses dados acabam por definir um único índice agregado para cada país. Com isso, é possível observar o desempenho competitivo, em termos de posição, de cada país.

Subíndices:

Tamanho de Mercado: representa as exportações mundiais de calçados do país em valor (US$).

Saldo Comercial: representa o saldo comercial de calçados do país, ou seja, a diferença entre o total das exporta-ções e importações de calçados em valor (US$).

Dinamismo: representa a média entre os indicadores da taxa de crescimento das exportações de calçados e a variação das exportações de calçados do país (US$).

Desconcentração de Mercado: composto pela concentração das exportações de calçados do país nos três princi-pais destinos, sobre o total exportado por ele.

Market-Share e Especialização (IVCR): representa a média entre o número índice da participação dos calçados na pauta exportadora do país (market-share) e o IVCR, que é a relação entre a participação do setor nas exportações do país frente à mundial.

Preço Médio: representa a média entre os indicadores de preço médio (US$/Kg) das exportações de calçados do país e sua taxa de crescimento.

Quantidade de Mercados: representa o número de mercados para os quais o país exportou.

Ao se observar o índice de competitividade das exportações de calçados, entre 2011 e 2015, nota-se ganhos de posição da China e da Alemanha. Além disso, a Itália mantém-se na primeira posição durante os anos analisados. Entre 2014 e 2015, o Vietnã ultrapassa a China no ranking de competitividade das exportações proposto, saindo da terceira posição para a segunda posição. O Brasil, por sua vez, mantém-se na décima segunda posição, entre 2011 e 2015, mas já atingiu a décima primeira posição (2013 e 2014).

4.1 ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS

Índice de Competitividade Internacional de Calçados

Fonte: BCBNota: Câmbio médio trimestral, comercial, compra(*) previsão BCB/Focus (26/05/2017)

3,8

%

2

,0%

11

,9%

12

,5%

7,3

%

15

,5%

8,3

%

1,8

%

1,4

%

3

,8%

-5,7

%

-10

,2%

-7,5

%2014T1

2014T2

2014T3 2015T4 2015T1 2015T2 2015T3 2016T4 2016T1

2016T2 2016T3

2016T4

2,3

6

2,3

3

2,2

7

2,5

4

2,8

6

3,0

7

3,5

5

3,8

4

3,9

1

3,5

1

3,2

5

3,2

9

2014T1 2014T2 2014T3 2015T4 2015T1 2015T2 2015T3 2016T4 2016T1 2016T2 2016T3 2016T4 2017* 2018*

3,1

9

3,3

3

2015

Itália

China

Vietnã

Indonésia

Alemanha

Brasil

2011 2012 2013 2014

Fonte: Abicalçados

12º

13º

11º

11º

12º

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201740

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

ITÁLIAA estrutura do índice de competitividade das exportações de calçados da Itália especificou uma elevação no subíndice “Dinamismo”, entre 2011 e 2015, passando de 43,3 para 51,0. No entanto, já se nota uma queda nos subíndices “Saldo Comercial” e “Desconcentração”. O indicador de “Tamanho” posiciona-se na escala máxima do índice (100). Destaca-se, também, que o “Preço Médio” das exportações de calçados da Itália apresenta o maior índice entre os três países com melhor posicionamento no ranking de competitividade (Vietnã e China).

VIETNÃEntre 2014 e 2015, o Vietnã passou da terceira para a segunda posição no índice de competitividade das exportações de calçados. Esse resultado foi em decorrência da alteração no subíndice de “Desconcentração”, o qual variou em 17,4 pontos. Além disso, os subíndices de “Tamanho”, “Saldo Comercial” e “Market-Share e Especialização” encontram-se no valor máximo do índice.

Fonte: Abicalçados

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

20

40

60

80

100

Tamanho

Saldo Comercial

Dinamismo

DesconcentraçãoMarket-Share &Especialização

Preço Médio

Mercados

0

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40

60

80

100

Tamanho

Saldo Comercial

Dinamismo

DesconcentraçãoMarket-Share &Especialização

Preço Médio

Mercados

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201741

CHINAOs subíndices de “Mercados”, “Tamanho” e “Saldo Comercial” da China caracterizaram-se com um valor máximo (100) na composição do índice de competitividade das exportações de calçados. Lembra-se que esses indicadores definem, basicamente, a escala de exportações de calçados desse país asiático. Logo, a China encontra-se numa posição confor-tável no índice de competitividade quando se examina a dimensão das suas exportações. No que tange às alterações, entre 2011 e 2015, percebe-se uma elevação no subíndice “Preço Médio”.

BRASILNa composição do índice de competitividade de calçados do Brasil, observa-se que o subíndice “Desconcentração” ca-racterizou-se por alcançar um valor máximo (100) em 2011, mantendo-se elevado (94,8), em 2015. Destaca-se, tam-bém, o desempenho no subíndice “Dinamismo” que apresentou variação positiva de 35,5 pontos de 2011 para 2015. Além disso, outros subíndices como “Saldo Comercial” e “Mercados” também elevaram sua pontuação. Por outro lado, os demais subíndices tiveram perda de competitividade, em especial “Tamanho” e “Market-Share & Especialização”, os quais revelaram perdas devido à queda nas exportações de calçados do Brasil.

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

Fonte: Abicalçados

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

20

40

60

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100

Tamanho

Saldo Comercial

Dinamismo

DesconcentraçãoMarket-Share &Especialização

Preço Médio

Mercados

0

20

40

60

80

100Tamanho

Saldo Comercial

Dinamismo

DesconcentraçãoMarket-Share &Especialização

Preço Médio

Mercados

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201742

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

Define um ranking de países com as melhores oportunidades de negócios para o mercado brasileiro de calçados. A mensuração aplicada varia de 0 (zero) até 100 pontos e possui uma periodicidade anual. O resultado abrange 188 países avaliados e os subíndices analisados são: tamanho Brasil, dinamismo Brasil, relevância para o Brasil e mundo, tamanho mundo, dinamismo mundo, preço médio. Esses subíndices acabam por definir um único índice agregado para cada país, denominado de Índice de Atratividade das Exportações Brasileiras de Calçados.

Subíndices:

Tamanho Brasil: representa o valor (US$) das importações de calçados de origem brasileira na pauta de impor-tações de outro país.

Dinamismo Brasil: representa a média entre os números índices da variação em valor (US$) e percentual das im-portações de calçados provenientes do Brasil.

Relevância para o Brasil e Mundo: avalia a representatividade em valor (US$) das importações de calçados de um país a partir da média dos números índices do valor total importado frente ao de origem brasileira.

Tamanho Mundo: refere-se ao total das importações de calçados do país, em valor (US$).

Dinamismo Mundo: representa a média entre os números índices da variação em valor (US$) e percentual das importações totais de calçados do país.

Preço médio: representa a média entre os indicadores de preço médio (US$/Kg) das importações de calçados do país, provenientes do Brasil e mundiais.

A França perdeu sua hegemonia na primeira colocação, em 2015, quando foi superada pelos Estados Unidos no ranking de Atratividade das Exportações Brasileiras de Calçados. Os Estados Unidos avançaram quatro posições no ranking, visto que, em 2011, ocupava a quinta colocação. Ademais, ressalta-se o desempenho da Alemanha que avançou cinco posições, alcançando o terceiro lugar em 2015. Apesar de não apresentar uma variação ex-pressiva na comparação de 2011 e 2015, o Reino Unido oscilou muito, ao longo do período, chegando a ocupar a décima primeira posição em 2013. Por fim, a China perdeu duas posições no período analisado, mas se manteve entre os cinco países com maior índice.

4.2 ÍNDICE DE ATRATIVIDADE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CALÇADOS

Índice de Competitividade Internacional de Calçados

2015

Estados Unidos

Alemanha

França

China

Reino Unido

2011 2012 2013 2014

Fonte: Abicalçados

11º

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201743

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

ESTADOS UNIDOSEntre 2011 e 2015, os Estados Unidos mantiveram os subíndices “Tamanho Brasil”, “Relevância para o Brasil e Mundo” e “Tamanho Mundo” com a pontuação máxima, afirmando o país como um importante mercado mundial. Enquanto isso, nos demais subíndices, o país apresentou elevação expressiva no “Dinamismo Brasil”, no qual avançou mais de 40 pontos, em 2015, na comparação com 2011.

FRANÇAO mercado francês, assim como o estadunidense, confirma-se como um importante mercado no cenário mundial de calça-dos. A França manteve pontuação elevada nos subíndices de “Tamanho Brasil” e “Relevância para o Brasil e Mundo”, apesar de pequenas variações negativas na comparação entre 2011 e 2015. A queda mais expressiva ocorreu no subíndice “Dina-mismo Brasil”, com perda de 42,7 pontos, reflexo das taxas de crescimento negativas no que se refere às importações de calçados brasileiros pelo país.

Fonte: Abicalçados

0

20

40

60

80

100Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

20

40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

Fonte: Abicalçados

0

20

40

60

80

100Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

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40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201744

OPORTUNIDADES PARA O MERCADO INTERNACIONAL4

ALEMANHAAo se comparar os indicadores de “Tamanho Mundo” e “Dinamismo Mundo”, analisa-se a relevância da Alemanha como importador de calçados. Contudo, em relação ao Brasil, o desempenho nos subíndices ainda demonstram que as exportações brasileiras não acompanharam o ritmo de crescimento do mercado alemão. Esse fato é observa-do pelo “Tamanho Brasil” que apresentou queda de 28,4 pontos, em 2015, em relação a 2011. Na contramão do “Tamanho Brasil”, está o “Dinamismo Brasil”, o qual avançou 42,4 pontos. Todavia, é fundamental explicar que esse desempenho reflete a comparação entre taxas de crescimento médio e de variação que, em 2011, apresentaram desempenho muito inferior ao de 2015.

CHINAA China ampliou seu mercado em 2015, dado o comportamento dos subíndices “Tamanho Mundo” e “Dinamismo Mundo”. Por outro lado, assim como verificado na Alemanha, as exportações brasileiras não seguiram essa tendên-cia. Diante disso, nota-se que “Tamanho Brasil” e “Dinamismo Brasil” sofreram perda nos indicadores de atrativida-de de 6,8 e 4 pontos, respectivamente.

Fonte: Abicalçados

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

20

40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

0

20

40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasile Mundo

Fonte: Abicalçados

2011 2015

Fonte: Abicalçados

2011 2015

0

20

40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasil eMundo

0

20

40

60

80

100

Tamanho Brasil

Dinamismo Brasil

Relevância para oBrasil e Mundo

Tamanho Mundo

Dinamismo Mundo

Preço Médio Brasile Mundo

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201745

A área de Inteligência de Mercado dedica-se ao monitoramento, à coleta, organização, análise e disseminação de informações, estudos e pesquisas, para apoiar as empresas na tomada de decisão e no planejamento. A área está estruturada tendo como base os pilares de atendimento às empresas, os materiais disponíveis na área de acesso restrito aos associados (Portal da Inte-ligência) e os estudos customizados para as empresas: Mercados Potenciais e Big Data Social.

Estudo de Mercados PotenciaisEste estudo identifica mercados potenciais para investimentos no comércio internacional, a partir do cruzamento de mais de noventa variáveis, com base no perfil de produto e no ob-jetivo da empresa. Possibilita, também, entender o posicionamento da empresa no mercado, sendo uma ferramenta estratégica para o planejamento das exportações, a tomada de de-cisões e a negociação fundamentada em informações consistentes. As diferentes variáveis formam blocos com informações de comércio exterior, análise da concorrência, facilidade de acesso, crescimento macroeconômico, população e renda, consumo aparente, entre outros.

Estudo de Big Data SocialÉ um estudo desenvolvido para orientar as equipes de marketing e executivos das empre-sas, que permite uma leitura do comportamento humano na internet ao transformar os da-dos coletados em informações analíticas. Utiliza a coleta de dados públicos e mensuráveis de mídias sociais, para entender comportamento e perfil dos consumidores, como classe social, faixa etária, além de possibilitar a análise da concorrência e das marcas. O principal benefício da análise de big data social está na assertividade da informação, já que os dados coletados são publicados de forma espontânea pelos usuários.

“A inteligência de mercado é vital para a tomada de decisões, pois através dos estudos obtivemos dados importantes para desenvolver nossa estra-tégia de entrada nos principais mercados priorizados. Os resultados das pesquisas de mercado foram claros e analíticos e o nível de informação for-necido nos permitiu identificar as lacunas e traçar ações específicas dadas as características de cada mercado.”

“A área de Inteligência de Mercado da Abicalçados é muito importante para nós, pois disponibiliza pesquisas e informações do setor, no Brasil e no mundo. As nossas demandas são amplamente atendidas e nos dão subsídio para os negócios. ”

Geison Eduardo Ferreira - Gerente de exportação - Arezzo

Rosnei Alfredo da Silva - Diretor administrativo e financeiro - Bibi

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201746

ANÁLISE DE ESPECIALISTA

- 5 -

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201747

ANÁLISE DE ESPECIALISTA5

No ano de 2016, a atividade econômica do setor de calçados apresentou resultados, significativamente, melhores que os observados na economia brasileira em geral. Estima-se que, nesse ano, a produção calçadista atingiu 954 milhões de pares, resultando em um crescimento de 1,3%, entre 2015 e 2016. Em contrapartida, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, nesse mes-mo período, logrou uma queda de 3,6%. Se ainda observarmos os resultados das produções das indústrias geral e de transformação, entre os anos deli-mitados, verificaremos retrações de 6,6% e 6,2%, respectivamente. Esse de-sempenho superior da produção calçadista, em 2016, estabeleceu a criação de 3,6 mil empregos, em meio a uma queda generalizada na geração líquida de novos postos de trabalhos na economia brasileira e, mais especificamen-te, no setor industrial. Logo, torna-se importante buscar responder como o setor de calçados concretizou esse processo de recuperação, não percebido para o resto da economia nacional.

Entre um conjunto de fatores que podem ter definido a diferença de resulta-dos, acredita-se que a desvalorização da moeda nacional, iniciada no final de 2015, acabou sendo determinante. Por certo, nota-se uma resposta mais rá-pida e consistente das empresas produtoras de calçados às variações na taxa de câmbio, como pode ser caracterizado nos gráficos comparativos apresen-tados: (1) Importações de Calçados (US$) e Produção de Calçados e suas Par-tes; (2) Exportações de Calçados (US$) e Produção de Calçados e suas Partes; e (3) Exportações de Calçados (US$) e Taxa de Câmbio (R$/US$) Média Mó-vel de seis meses. Ao se comparar o prazo de reação das exportações e das importações brasileiras às alterações na taxa de câmbio, tem-se como fato constatado que as modificações nas exportações levam um período maior de tempo, em comparação às importações; no entanto, os efeitos da desvalori-zação da moeda nacional atingem esses dois agregados do comércio exterior. Assim, considera-se que o início do processo de recuperação da produção de calçados se estabelece pelo efeito das importações e se consolida após a concretização do crescimento das exportações.

Com respeito às importações, percebe-se que, mesmo com a queda do con-sumo interno, a retração das importações teria ocorrido em patamar maior e de forma imediata, resultando em um espaço para elevar a produção nacional destinada ao consumo interno, desde o final de 2015. Já as respostas nas ex-portações de calçados necessitaram de um tempo maior, indicando um cresci-mento a partir do segundo trimestre de 2016. A concretização de uma substi-tuição de importações por produção nacional, mesmo com queda na demanda interna de calçados, é verificada na diminuição do coeficiente de importações (mede o quanto da oferta local é suprida por importações), entre 2015 e 2016, que passou de 3,9% para 2,7%, respectivamente. Esse resultado é corrobora-do pelos movimentos das importações de calçados, da produção de calçados e pelo início da dinâmica de desvalorização do Real (R$). A taxa de câmbio (R$/US$) estabelece um movimento de desvalorização da moeda doméstica a par-tir de agosto de 2015 (julho de 2015 – R$/US$ 3,22; agosto de 2015 – R$/US$ 3,51), essa desvalorização aponta um resultado imediato nas importações de calçados. Ao mesmo tempo, a recuperação da produção de calçados, primei-ramente com quedas cada vez menores, estabelece-se a partir de outubro de 2015, como pode ser observado na linha de tendência da taxa de crescimento da produção da indústria de calçados e suas partes.

Apesar do movimento de desvalorização da moeda doméstica e das altera-ções na dinâmica da taxa de crescimento da produção do setor calçadista, as exportações de calçados não apresentam uma dinâmica de recuperação (es-calas de cinza). Nota-se, todavia, a partir de novembro de 2015, um processo de volatilidade (oscilação na taxa de crescimento) nas vendas externas das empresas calçadistas.

“EM 2016, OS EFEITOS DA DESVALORIZAÇÃO DA MOEDA NACIONAL DEFINIRAM A RECUPERAÇÃO DA PRODUÇÃO CALÇADISTA. EM UM PRIMEIRO MOMENTO, VIA PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES E, DEPOIS, A PARTIR DA AMPLIAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES”

5.1 SETORIAL: A TAXA DE CÂMBIO E A PRODUÇÃO DE CALÇADOS EM 2016

MARCOS TADEU LÉLISDOUTOR EM ECONOMIA

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201748

ANÁLISE DE ESPECIALISTA5

Com isso, indica-se o início de alteração de uma fase de quedas constantes nas exportações de calçados para um período de taxas de crescimento positivas (barras amarelas). Essas taxas de crescimento positivas solidificam-se, a partir de abril de 2016, quando se consolida a recuperação da produção de calçados, confirmada pelo conjunto de resultados positivos nas taxas de crescimento da produção do setor calçadista.

11,6

29,5

-58,8

25,3

-9,1

-15,5

9,8

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

-70,0

-60,0

-50,0

-40,0

-30,0

-20,0

-10,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

jul/1

4ag

o/14

set/

14ou

t/14

nov/

14de

z/14

jan/

15fe

v/15

mar

/15

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15m

ai/1

5ju

n/15

jul/1

5ag

o/15

set/

15ou

t/15

nov/

15de

z/15

jan/

16fe

v/16

mar

/16

abr/

16m

ai/1

6ju

n/16

jul/1

6ag

o/16

set/

16ou

t/16

nov/

16de

z/16

Importação de Calçados (%)Produção Industrial de Calçados e suas Partes*Linha de Tendência (Produção Industrial de Calçados e suas Partes*)

-23,7

15,1

-23,5

1,1

-12,5

0,8

27,1

18,2

7,12,1

6,6

-15,5

9,8

-7,5

7,5

-3,9

7,7

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

5,0

10,0

15,0

-30,0

-20,0

-10,0

0,0

10,0

20,0

30,0

jul/1

4ag

o/14

set/

14ou

t/14

nov/

14de

z/14

jan/

15fe

v/15

mar

/15

abr/

15m

ai/1

5ju

n/15

jul/1

5ag

o/15

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15ou

t/15

nov/

15de

z/15

jan/

16fe

v/16

mar

/16

abr/

16m

ai/1

6ju

n/16

jul/1

6ag

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16ou

t/16

nov/

16de

z/16

Exportação de Calçados (%)

Produção Industrial de Calçados e suas Partes*

Linha de Tendência (Produção Industrial de Calçados e suas Partes*)

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201749

É interessante assinalar, ainda, o tempo de resposta das exportações de calçados após uma variação da taxa de câmbio. A compreensão desse movimento torna-se mais relevante ao se observar as perspectivas para o nível de atividade do setor de calçados, em 2017. Para isso, o gráfico caracteriza a taxa de câmbio média móvel de seis meses e a taxa de crescimento das exportações de calçados em US$ (frente o mesmo mês do ano anterior). Desse modo, constata-se que as exportações de calçados começaram a se recuperar, de maneira mais consistente, após a taxa de câmbio média móvel seis meses ter atingido seu valor mais elevado - R$/US$ 3,88, em março de 2016. É possível, então, afirmar que o tempo de resposta das exportações, após a introdução da desvalorização da moeda nacional, gira em torno de seis meses. Além disso, no final de 2016, a taxa de câmbio parece se consolidar em um valor médio de R$/US$ 3,30, resultando em desaceleração das taxas de crescimento das exportações de calçados, mas ainda positiva. Por essa razão, acredita-se que esse patamar da taxa de câmbio pode manter a competitividade exportadora da indústria de calçados. Desse modo, em 2016, os efeitos da desvalorização da moeda nacional definiram a recuperação da produção calçadista. Em um primeiro momento, via processo de substituição das importações e, depois, a partir da ampliação das exportações.

Já delimitado o principal determinante do crescimento da produção de calçados no ano de 2016, busca-se caracterizar as perspectivas para 2017. Para isso, dois componentes são importantes: (1) a trajetória da massa de rendimentos da economia; e, evidentemente, (2) o movimento da taxa de câmbio. A massa de rendimento da economia facilita a expansão da demanda interna de calçados, mais dependente de renda do que de crédito. Já a taxa de câmbio, como observado anteriormente, pode sustentar a competitividade do setor calçadista no exterior. No que tange à massa de rendimento, assinala-se, nos quatro primeiros meses de 2017, quedas menores, quando se compara com 2015 e 2016. No entanto, o seu nível está próximo do observado no ano de 2013. Por sua vez, a média do valor da taxa de câmbio, nesses mesmos quatro meses, foi de R$/US$ 3,14, inferior à média de 2016. Assim sendo, não se pode esperar uma ex-pansão da produção de calçados no patamar da atingida no ano passado. As estimativas produzidas pela Abicalçados apontam para uma banda entre uma queda de 0,4% (pessimista) e um crescimento de 1,1% (otimista).

ANÁLISE DE ESPECIALISTA5

15,1

-23,5

0,8

27,1

2,29

3,13

3,88

3,29

-30,0

-20,0

-10,0

-

10,0

20,0

30,0

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

jul/1

4

ago/

14

set/

14

out/

14

nov/

14

dez/

14

jan/

15

fev/

15

mar

/15

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15

mai

/15

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15

jul/1

5

ago/

15

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15

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15

nov/

15

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15

jan/

16

fev/

16

mar

/16

abr/

16

mai

/16

jun/

16

jul/1

6

ago/

16

set/

16

out/

16

nov/

16

dez/

16

Exportação de Calçados (%) Média Móvel 6 meses - Taxa de Câmbio

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201750

ANÁLISE DE ESPECIALISTA5

O cenário macroeconômico de 2017 é marcado, basicamente, por três elemen-tos: (1) a incerteza de caráter político, (2) o crescimento econômico frágil, fraco e lento, e (3) a desinflação. A incerteza política decorre tanto do cenário externo, quanto interno. No mundo, uma onda de direita populista e antiglobalização le-varam ao BREXIT e à eleição de Trump nos Estados Unidos, em 2016. Ainda que as eleições recentes na Holanda e na França sejam demonstrativos de um limite à expansão populista, há outros países europeus, como a Itália, em que essas ideias ganham terreno fértil para crescerem. O maior prejuízo que esse tipo de pensa-mento pode trazer ao resto do mundo são políticas protecionistas que tendem a prejudicar severamente o comércio internacional. No ambiente interno, o avanço da operação Lava Jato coloca em risco a governabilidade e dificulta o andamento de uma agenda legislativa focada na promoção do crescimento econômico.

Em 2017, o PIB brasileiro deverá voltar a crescer, entretanto, esse crescimento é notoriamente frágil, fraco e lento. A fragilidade do crescimento decorre, ba-sicamente, do cenário político que impõe incertezas. O Boletim Focus do Banco Central (15/05/2017) estima expansão em torno de 0,5%. Ainda que seja um cres-cimento pífio, o resultado de 2017 deverá representar a retomada do crescimento de um PIB que reduziu 7,2% nos dois últimos anos.

Ainda que se espere que seja no segundo semestre que a economia apresente maior vigor, já é possível observar sinais que corroboram a recuperação. O ritmo da retomada, porém, está sendo fortemente influenciado pela situação financeira ruim da grande parte das empresas, o que influencia negativamente na tomada de crédito. Por fim, o crescimento econômico, em 2017, não deverá repercutir positivamente no mercado de trabalho, o que torna o processo de retomada mais lento. Apesar de acumularmos mais de 14 milhões de desocupados no País, os dados mostram que o PIB apresentou uma queda maior do que o emprego formal, revelando a existência de ociosidade dentro das empresas. Isso, aliado a uma pro-dutividade baixa na economia brasileira, mostra que é possível voltar a produzir sem que seja necessário contratar trabalhadores.

Assim, deveremos observar, em 2017, uma redução no ritmo de perda de postos de trabalho, mas será difícil chegar ao final deste ano gerando novos empregos líquidos, isto é, uma diferença positiva entre os admitidos e desligados. No entan-to, a simples diminuição da velocidade com que se reduzem os postos de trabalho tem reflexo no comportamento de consumo dos indivíduos. À medida em que a probabilidade de perder o emprego é reduzida, as pessoas passam a ter mais con-fiança para adquirir bens, ou seja, estimula-se o consumo das famílias.

O terceiro elemento que compõe o cenário econômico de 2017 é a desinflação. Após um longo período de aperto monetário e de queda da atividade econômica, a inflação finalmente começou a ceder. O bom comportamento do preço dos ali-mentos e da taxa cambial também colaboraram para tal processo. A previsão é de que a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), encerre o ano em torno de 4,0% a.a., abaixo do centro da meta de 4,5% a.a. A queda contínua e robusta da inflação, além de contribuir com a preservação do poder de compra das famílias, essencialmente em uma economia com salários comumente indexados, contribui para a redução das taxas de juros. A Selic deverá encerrar 2017 entre 8,25% e 8,5% a.a., depois de ter se mantido em 14,25% a.a. por um longo período, entre agosto de 2015 e outubro de 2016.

A solução para a crise brasileira passa, necessariamente, pela solução da crise fis-cal. A política do teto de gastos aprovada no Congresso Nacional, no final de 2016, diminui o ritmo do ajuste, sinalizando um compromisso de longo prazo. Todavia, para o sucesso da política, o governo precisa da Reforma Previdenciária, que pode ser considerada um teste definitivo da influência do executivo sobre o legislativo. Até maio de 2017, a Reforma Trabalhista foi aprovada na Câmara dos Deputados e aguarda apreciação no Senado. Ainda é esperado para o segundo semestre que conheçamos uma proposta de Reforma Tributária. E, em meio a tudo isso, de for-ma muito mais discreta, articula-se uma Reforma Política, afinal de contas, em 2018, há eleições.

“O RESULTADO DE 2017 DEVERÁ REPRESENTAR A RETOMADA DO CRESCIMENTO DE UM PIB QUE REDUZIU 7,2% NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS.”

5.2 MACROECONOMIA: ENQUANTO 2018 NÃO VEM

PATRÍCIA PALERMODOUTORA EM ECONOMIA

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201751

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201752

METODOLOGIA

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201753

DEFINIÇÕES – PRODUÇÃO DE CALÇADOSA Pesquisa Industrial Anual – Produto (PIA – Produto): é uma publicação que mensura produção e vendas, em ter-mos de quantidade e valor, dos produtos e serviços industriais gerados no País. A pesquisa abrange a população de unidades locais produtivas com trinta ou mais pessoas ocupadas, que auferiram receita bruta superior ao dado de corte relativo ao ano anterior. Dada sua abrangência, a publicação da PIA-Produto é disseminada com dois anos de defasagem, sendo a última publicação relativa ao ano de 2014.

A Produção Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF): divulga o comportamento de curto prazo do volume de produção nacional através de número índice. O painel de produtos e informantes monitorados para o índice parte da PIA-Empresa e PIA-Produto (2010) e representa 85% do valor da transformação industrial, com base de pon-deração fixa dos indicadores. De outro modo, os índices são médias ponderadas de relativos de quantidades, com pesos definidos pelo valor de cada produto, estimado com base nas quantidades vigentes no mês de anterior e dos preços do período base (base 2012 = 100).

Pesquisa de Produção - Abicalçados: foi coletada através da aplicação de um questionário estruturado, abrangendo informações relativas aos anos de 2014, 2015, 2016, e a expectativa de movimento para o ano de 2017. Em termos de volume de produção, constatou-se que a amostra mesclada dos questionários de 2016 e 2017 representa, em relação ao ano de 2014

APLICAÇÃO – PRODUÇÃO DE CALÇADOSOs dados de produção divulgados pela Abicalçados para os anos de 2015 e 2016 partem da base oficial do IBGE, referente ao ano de 2014 (PIA-produto), e representam um total de 1.731 empresas informantes. Assim, a produ-ção de calçados, nos anos de 2015 e 2016, foi construída em consideração ao crescimento anual ponderado médio, observado na (1) amostra coletada pela Pesquisa de Produção Abicalçados e pela PIA-produto em 2014, do IBGE; e (2) pelo crescimento médio anual da PIM-PF, disseminado pelo IBGE mensalmente. A estimativa de produção para o ano de 2017 parte da mesma concepção metodológica. Faz uso de uma média do crescimento previsto pela amostra da Abicalçados (ponderada), definida pelas próprias empresas da amostra, e pela projeção estatística do índice da PIM-PF para os nove meses finais de 2017. Com isso, estabelece-se a estimativa do crescimento médio anual do índice de produção física do IBGE, para o ano de 2017, a partir de um intervalo de con-fiança (ponto máximo e mínimo). Esse intervalo de confiança tem como objetivo minimizar o erro causado pela alte-ração na tendência estimada dos últimos meses de 2017, chegando em estimativas por intervalos e não pontuais.

DEFINIÇÕES – REGIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃORelação Anual de Informações Sociais (RAIS): constitui-se em um relatório anual com informações socioeconômicas solicitado pelo Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil às pessoas jurídicas e outros empregadores. Este relatório anual é fonte das estatísticas de número de empresa e emprego formal, por estado e setor.

A Pesquisa Industrial Anual – Empresa (PIA – Empresa): define-se a partir de um relatório anual que tem como objetivo identificar as características estruturais básicas do segmento empresarial da atividade industrial. Seus resultados subsidiam o Sistema de Contas Nacionais nas estimativas do valor da produção, consumo intermediário, valor adicionado, formação de capital e pessoal ocupado. A pesquisa aborda dados sobre número de empresas, pessoal ocupado (declarado pelas empresas – formal e informal), custos e despesas, gasto de pessoal, receita, valor da produção e valor da transformação industrial, com base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0). A PIA-Empresa engloba as unidades locais produtivas com 30 ou mais pessoas ocupadas, que auferiram receita bruta superior ao dado de corte no ano anterior ao da pesquisa.

6.1 DADOS DE PRODUÇÃO

O “Relatório Setorial: Indústria de Calçado do Brasil” possui periodicidade anual, sendo que os dados apresentados foram coletados de fontes oficiais ou estimados com base nos mesmos, juntamente com as informações coletadas através da “Pesquisa de Produção – Abicalçados”. Desse modo, os dados podem sofrer alterações entre os anos reportados, de acordo com as atualizações e revisões das fontes.

A “Pesquisa de Produção - Abicalçados” é um questionário estruturado de adesão voluntária e aplicado com uma amostragem. Estima-se que a amostra das empresas respondentes representa 70% da produção nacional, em pa-res. As informações são confidenciais e não serão divulgadas individualmente, sendo reportados apenas os dados consolidados.

METODOLOGIA6

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201754

BCB | Banco Central do Brasil | bcb.gov.br

Euromonitor International | euromonitor.com

IBGE | Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística | ibge.gov.br

IBRE/FGV | Instituto Brasileiro de Economia - Fundação Getúlio Vargas | portalibre.fgv.br

MDIC | Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior | mdic.gov.br

MTE - RAIS/CAGED | Ministério do Trabalho e Emprego - Relação Anual de Informações Sociais e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados | trabalho.gov.br

UNComtrade | United Nations Comtrade | comtrade.un.org

World Shoe Review | worldshoereview.co.uk

WTO | World Trade Organization | wto.org

6.2 PROJEÇÕES ESTATÍSTICAS

6.3 FONTES

DEFINIÇÕES – PROJEÇÕES ESTATÍSTICASModelos Estruturais em Espaço de Estado e Filtro De Kalman: os modelos estruturais são definidos com objetivo de extrair os chamados componentes não observados de uma série analisada ao longo do tempo: Tendência, Sazona-lidade, Ciclos e Irregularidades. O tratamento estatístico de um modelo estrutural pode ser baseado na forma de es-paço de estado. Com isso, caracteriza-se duas equações estocásticas diferentes: (1) equação de medida ou das ob-servações; e (2) equação de transição ou de estado. A definição do modelo estatístico em Espaço de Estado permite atualizar os parâmetros estimados a todo instante, definido modelos não lineares. O Filtro de Kalman é um algoritmo que fornece a atualização final de cada parâmetro estimado. A principal vantagem de modelos estatísticos estru-turais em espaço de estado e filtro de Kalman reside na capacidade de alterar o comportamento dos componentes não observados ao longo do tempo, absorvendo qualquer alteração estrutural ocorrida nos parâmetros estimados. Essa estrutura estatística possibilita a estimativas de tendências das séries temporais com maior precisão.

APLICAÇÃO – PROJEÇÕES ESTATÍSTICAS A partir das séries observadas com uma periodicidade mensal, coletam-se os dados disponíveis, para 2017, até o fechamento do relatório da Abicalçados. O restante dos meses faltantes, no ano de 2017, foi estimado pelo modelo estrutural em espaço de estado e filtro de Kalman, a partir da tendência da série observada. Ao mesmo tempo, estabeleceu-se uma ponderação a essa tendência estatística, de acordo com as expectativas futuras da economia brasileira. É importante salientar que se optou por estimativas de intervalo vis a vis às estimativas por ponto, uma vez que, ao se definir o intervalo de confiança para a projeção, tem-se um procedimento de minimizar o erro e de estabelecer cenários otimistas e pessimistas.

METODOLOGIA6

APLICAÇÃO – REGIONALIZAÇÃO DA PRODUÇÃOO maior desafio na estimativa da produção de calçados, considerando um corte regional, mais especificamente uma definição por Estados da Federação, encontra-se na segmentação da produção entre as unidades produtivas e na capacidade da indústria calçadista em se deslocar geograficamente de maneira ágil e constante (indústria leve). Assim, a partir da base da produção por estado da PIA-Produto, em 2014, e um conjunto de indicadores da RAIS e da PIA-Empresa, estima-se a produção de calçados regionalizada, nos anos de 2015 e 2016. As estimativas de produção por estado, divulgadas pela Abicalçados, para os anos de 2015 e 2016, levam em consideração um conjunto de informações regionalizadas, tais como: número de empresa, pessoal ocupado (PIA--Empresa e RAIS) e valor da produção (PIA-Empresa). Dessa forma, com base na PIA-Produto de 2014 e em uma média ponderada dos movimentos de emprego, empresa e valor da produção por estado, estimou-se a produção de calçados regionalizada.

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RELATÓRIO SETORIAL - INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO BRASIL | 201755

Os códigos referentes ao Sistema Hamonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH6) referentes ao setor calçadista estão englobados no capítulo 64 “Calçados, polainas e artefatos semelhantes, e suas partes”, seg-mentadas nas posições 6401, denominada para calçados injetados, 6402 para calçados de material sintético, 6403 para calçados de couro, 6404 para calçados de material têxtil e 6405 para outros materiais. Os dados reportados por segmentos atendem a seguinte classificação: (1) Chinelos estão compreendidos no SH6 6402.20; (2) Calçados esportivos estão representados pelos SH6 6402.12, 6402.19, 6403.12, 6403.19 e 6404.11; (3) As demais posições dos códigos SH6 estão representadas no grupo “outros calçados”.

Os municípios que compõem cada polo calçadista listado foram identificados com base em materiais previamente divul-gados e verificados com os sindicatos industriais locais. Segue a listagem dos municípios enquadrados nos polos:

CEARÁFortaleza - Fortaleza.

Juazeiro do Norte - Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha.

MINAS GERAISPolo de Nova Serrana - Araújos, Bom Despacho, Conceição do Pará, Divinópolis, Igaratinga, Leandro Ferreira, Nova Serrana, Onça de Pitangui, Pará de Minas, Perdigão, Pitangui, São Gonçalo do Pará.

PARAÍBAPolo de Campina Grande - Campina Grande, Mogeiro, Araruna, Guarabira, Serra Redonda, Ingá, Alagoa Nova.

RIO GRANDE DO SULPolo do Vale do Rio dos Sinos - Araricá, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Estância Velha, Esteio, Ivoti, Nova Hartz, Nova, Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul.

Polo do Vale do Paranhana-Encosta da Serra - Igrejinha, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Parobé, Picada Café, Presi-dente Lucena, Riozinho, Rolante, Santa Maria do Herval, Taquara, Três Coroas.

SANTA CATARINAPolo de São João Batista - Tijucas, Canelinha, Nova Trento, Major Gercino, São João Batista.

SÃO PAULOPolo de Franca - Franca.

Polo de Jaú - Jaú.

Polo de Birigui - Birigui, Alto Alegre, Andradina, Araçatuba, Auriflama, Avanhandava, Barbosa, Bento de Abreu, Bilac, Braúna, Brejo Alegre, Buritama, Castilho, Clementina, Coroados, Gabriel Monteiro, Gastão Vidigal, General Sal-gado, Glicério, Guaracai, Guararapes, Guzolândia, Lavínia, Lourdes, Luiziânia, Mirandopolis, Murutinga do Sul, Pená-polis, Piacatu, Rubiacea, Santopolis dAguapei, Turiuba, Valparaiso, Lins, Macaubal, Moncoes, Nova Castilho, Nova Luzitânia, Planalto, Santo Antonio do Aracangua, Zacarias, União Paulista.

6.4 CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO DE DESIGNAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MERCADORIAS

6.5 DEFINIÇÃO DOS POLOS CALÇADISTAS

METODOLOGIA6

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