o boletim do marketing esportivo · segundo a operação da companhia no brasil, a atuação da...

5
N os últimos meses, o Corinthians ganhou protagonismo ao levantar a ban- deira de respeito às mulheres no ambiente do futebol. O clube lançou a campanha “Respeita as Minas” e criou até uma linha de roupas com esse mote. Além disso, na terça-feira, dia 7, publicou um manifesto em seus canais digitais celebrando os 12 anos de promulgação da Lei Maria da Penha. Tudo ia muito bem até, de noite, o Sport anunciar um acerto para o empréstimo ao clube paulista do atacante Juninho, de 19 anos. O problema não era técnico, apesar de o atleta, que estava emprestado ao Ceará, ter sido devolvido ao clube pernambucano por baixo rendimento. Em novembro de 2017, Juninho foi indicia- do por violência doméstica, injúria e ameaça a uma ex-namorada. O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO EDIÇÃO 1059 - QUARTA-FEIRA, 8 / AGOSTO / 2018 POR ERICH BETING 712 mi de dólares pagou o bilionário americano Stanley Kroenke por 30% das ações do Arsenal, o que lhe deu o controle do clube Após ação, corintiano tenta vetar contratação 1 NÚMERO DO DIA

Upload: leque

Post on 25-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado. O

Nos últimos meses, o Corinthians ganhou protagonismo ao levantar a ban-deira de respeito às mulheres no ambiente do futebol. O clube lançou a campanha “Respeita as Minas” e criou até uma linha de roupas com

esse mote. Além disso, na terça-feira, dia 7, publicou um manifesto em seus canais digitais celebrando os 12 anos de promulgação da Lei Maria da Penha.

Tudo ia muito bem até, de noite, o Sport anunciar um acerto para o empréstimo ao clube paulista do atacante Juninho, de 19 anos. O problema não era técnico, apesar de o atleta, que estava emprestado ao Ceará, ter sido devolvido ao clube pernambucano por baixo rendimento. Em novembro de 2017, Juninho foi indicia-do por violência doméstica, injúria e ameaça a uma ex-namorada.

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

EDIÇÃO 1059 - QUARTA-FEIRA, 8 / AGOSTO / 2018

POR ERICH BETING

712mi de dólares pagou o bilionário americano Stanley Kroenke por 30% das ações do Arsenal, o que lhe deu o controle do clube

Após ação, corintiano tenta vetar contratação

1

N Ú M E R O D O D I A

Page 2: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado. O

O processo ainda corre na Justiça pernambucana, porém o fato de o atleta estar envolvido nessa polêmica fez com que a torcida corintiana rapidamente começas-se a criticar a possível contratação do jogador nas redes sociais, acusando o clube de ser hipócrita ao tratar do tema de violência à mulher, mas contratar o jogador.

A expressão #JuninhoNoCorinthiansNão chegou a ser um dos assuntos mais co-mentados do Twitter. Durante a noite de ontem, o Corinthians não havia oficializa-do a contratação de Juninho. Segundo apurou a Máquina do Esporte, a contrata-ção do atleta foi tomada exclusivamente pelo departamento de futebol, sem ter sido feita qualquer consulta ao marketing, que foi mentor do “Respeita as Minas”.

Com a péssima repercussão nas redes sociais, a tendência é de que o contrato não seja concretizado, ou de que Juninho seja colocado em “geladeira”. Até ago-ra, o Corinthians não se pronunciou sobre o acontecimento. Segundo a nota divul-gada pelo Sport oficializando a saída do atleta, o clube paulista fez um empréstimo até o final de 2019, tendo a opção de compra do jogador após isso.

Em maio, o Corinthians já havia tido problema de repercussão negativa de ati-tude tomada que foi considerada machista. Na época, o clube teve de pedir des-culpas por fazer uma brincadeira usando a expressão #RespeitaAsMinas com Leila Pereira, dona da Crefisa, principal patrocinadora do grande rival Palmeiras.

“Em respeito ao lugar de fala das mulheres que se manifestaram, o clube pede desculpas àqueles e àquelas que tenham se ofendido e reitera seu compromisso com essa luta que é de todos”, dizia parte da nota publicada pelo clube em maio.

P E S T E R Á T O P 5 D E T O R C I D A S E

B R A S I L E I R Ã O

S Ã O PA U L O C R I A C A L Ç A D A D A FA M A N O M O R U M B I

A Konami finalmente apresentou o PES 2019 ao mercado. E, em evento na noite de terça-feira, em São Paulo, a marca confirmou que terá exclusivi-dade com os cinco times mais popula-res do país, além do Brasileirão.

“Ter cinco dos maiores times do Brasil com exclusividade mostra nosso comprometimento em trazer grandes licenciamentos para os fãs, especial-mente em um mercado importante como o Brasil”, afirmou em nota para a imprensa André Bronzoni, gerente de PES para as Américas da Konami.

O Brasil é, hoje, o principal mer-cado da fabricante japonesa, que duela com a EA Sports, produtora do Fifa.

Um evento para ex-atletas e familiares na noite de ter-ça-feira, no estádio do Morumbi, serviu para inaugurar o “Caminho dos Ídolos”, uma espécie de calçada da fama com grandes nomes da história do São Paulo.

O projeto do clube é homenagear jogadores que atu-aram no passado, como Raí e Muricy Ramalho. O espaço conta com a foto de 99 ídolos da história do São Paulo, que negociou a cessão gratuita da imagem deles nos últi-mos seis anos para que o projeto fosse inaugurado.

Page 3: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado. O

O P I N I Ã O

Erro corintiano é grave, mas comum

Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians, dizia em sua primeira passagem pelo clube que faria aliança com qualquer associação com cunho social. A medida unia uma responsabilidade latente do time

e levava lampejos de boa imagem à equipe rebaixada no Brasileirão após a suspeita parceria com um fundo de investimento russo. A orientação é bem seguida até hoje, mas está claro que faltou algo: alinhar o restante da equipe à imagem pretendida.

O problema não é uma exclusividade do Corinthians, longe disso. O que não fal-ta é empresa que ignora as orientações éticas criadas por ela mesmo. Só que, quando existe esse desalinhamento, o problema vem em dobro. A crise de imagem transborda o episódio em si e passa a representar um comportamento errante geral.

A solução é muito simples na teoria, enormemente complexa na prática. Certa-mente, o departamento de futebol não fez a contratação com o intuito de ferir um posicionamento do clube. Talvez tenha até pensado que o time é um bom ambiente para recuperar atletas com histórico com-portamental ruim. O que faltou, então, é um claro direcionamento geral para os funcionários, inclusive o presidente.

Essa dificuldade acontece em diversos momentos. São poucas as companhias, por exemplo, que levam a cabo o conte-údo de “missão, visão e valores”, algo que

deveria permear qualquer empresa desde o início de sua existência para que os ca-minhos e os objetivos estejam sempre alinhados. Quando essa mudança ocorre pelo marketing, o problema se torna ainda maior. Os novos valores almejados por um departamento nem sempre são conduzidos a todos os colaboradores.

E, quando há esse desalinhamento, as associações à marca fogem do que era pre-tendido. A incompatibilidade do discurso com a realidade é facilmente percebida, e a reputação da companhia fica comprometida. O grande ponto é que essa comunica-ção que deve ser passada e compreendida por todos não é fácil de ser implementada, mas é urgente em qualquer instituição que busque um ambiente profissional.

Os erros em relação a isso são recorrentes em todo o mundo. Neste ano, por exemplo, uma loja do Starbucks impediu dois clientes negros de utilizarem o banhei-ro. A empresa, que tem como valor criar um ambiente “onde todos são bem-vindos”, teve que fechar por um dia, para treinamento, além de colocar o CEO para falar na CNN. Um clube de futebol, com estrutura bem menor, precisa saber evitar isso.

Desalinhamento de discurso com a

prática é um risco que compromete a

reputação de uma companhia

POR DUDA LOPES

Diretor de Novos Negócios da Máquina do Esporte

Page 4: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado. O

COB se aproxima de São Paulo e

atletas em ação

A IMG é o mais novo player mundial de streaming. A agência de marketing esportivo lançou na Es-candinávia a Strive, plataforma que promoverá a transmissão via dados móveis de eventos esportivos.

O primeiro negócio é a exibição exclusiva de LaLiga e Serie A itali-ana na Dinamarca, Noruega e Sué-cia. O canal foi lançado ao preço de US$ 9,7 por mês. A compra do pacote anual valerá US$ 60,9.

Apesar da novidade no stream-ing, a agência revelou que pretende lançar um canal de TV 24h de es-porte, o que fará com que novos conteúdos sejam adicionados à plataforma. A produção de conteú-do será feita na sede, em Londres.

I M G L A N Ç A S U A P L ATA F O R M A D E S T R E A M I N G N A E S C A N D I N ÁV I A

Primeiro brasileiro campeão mun-dial de surfe em 2014, Gabriel Me-

dina é mais uma vez a estrela da nova campanha da Frooty, marca líder em vendas de creme de açaí no mundo.

Ao maior estilo Neymar, Medina conta com seus “parças” para dar um

tom bem-humorado ao vídeo.Gravado em Maresias, litoral de

São Paulo, o vídeo será lançado em setembro e mostra as vantagens de ser

um “parça” do surfista, durante um dia de treino dele na praia.

MEDINA SE UNE A PARCEIROS

EM AÇÃO PARA FROOTY AÇAÍ

POR WAGNER GIANNELLA

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) lançou em São Paulo o Selo dos Atletas Olímpicos, que dá a quem participou de uma edição de Olimpíadas o direito de usar a imagem dos aros, mas sem fins comerciais. O evento foi, também, uma maneira de a entidade se aproximar dos atletas e do merca-do paulista, algo que foi por anos ignorado pela entidade.

Toda a cúpula do “Novo COB”, como os principais dirigen-tes da entidade gostam de falar, viajou para São Paulo. In-clusive o presidente, Paulo Wanderley, principal responsável pelas mudanças que vêm ocorrendo no COB.

“A maioria dos eventos ocorreu no Rio nos últimos anos principalmente porque os grandes eventos que ocorreram no Brasil foram no Rio. A ideia de trazer este evento para São Paulo é porque o maior número de medalhistas olímpicos brasileiros reside aqui, os grandes patrocinadores também estão aqui, a base da economia brasileira, as grandes em-presas têm suas sedes em São Paulo, a grande mídia espor-tiva nacional também está aqui. Depois de tantos anos, era necessário que nós viéssemos apresentar todo o trabalho do COB aqui. A gente precisa mostrar isso para quem tem inte-resse”, disse Rogério Sampaio, atual diretor geral do COB.

Além do local, chamou atenção a quantidade de atletas e ex-atletas presentes no evento. Contando com o próprio Rogério Sampaio, foram 14 medalhistas olímpicos. Algo bem diferente da era Nuzman, marcada por rusgas públicas com campeões e a centralização das ações no Rio de Janeiro.

Page 5: O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO · Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado. O

POR ERICH BETING

A Valle Express, patrocinadora máster do Fluminense, vendeu sua opera-çao no Brasil a um grupo de investidores americanos e, agora, as duas partes vão renegociar o contrato. O negócio deverá levar alívio financei-

ro ao clube, já que as últimas mensalidades do acordo não foram pagas à equipe.Sem receber, o Fluminense poderia ter rompido o acordo, mas o clube resolveu

esperar. A Valle Express afirmou à Máquina do Esporte que as negociações acon-teciam havia quatro meses, mas as conversas foram mantidas em sigilo.

Poucos detalhes foram divulgados. O grupo de investidores, por exemplo, não foi revelado. Eles lançarão na próxima semana uma nova marca, que englobará a Valle Express. Segundo a operação da companhia no Brasil, a atuação da empresa no país será ampliada, com novos produtos a serem lançados no mercado.

O plano dos investidores é transformar a Valle Express, que hoje atua com for-mas de pagamento, num banco digital. Os novos produtos e serviços, no entanto, também não foram detalhados. Segundo a empresa, isso acontecerá “em breve”.

Apesar das novidades para o mercado brasileiro, não há nenhuma garantia de manutenção dos patrocínios no esporte. A partir de agora, as conversas do Flu-minense com a empresa serão feitas apenas com o grupo americano. Caberá aos novos investidores a negociação pelas pendências que existem com o clube.

A Vale Express entrou no futebol no início deste ano, com o aporte máster ao Fluminense e um investimento menor no Corinthians, ambos válidos por uma tem-porada. No time paulista, o acordo foi rapidamente cancelado pela falta de pa-gamento. Os cariocas, porém, insistiram na parceria mesmo com a inadimplência.

Flu renegociará aporte após venda de marca

5

POR REDAÇÃO