2003 - reunião ampliada - brasília - 17.07.2003 - ppa

52
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - CNAS REUNIÃO AMPLIADA – PPA BRASÍLIA/DF 17/07/2003 MESTRE-DE-CERIMÔNIAS – Senhoras e senhores, bom-dia. Solicitamos a gentileza de desligarem seus celulares. Bem-vindos à Reunião Ampliada do Plano Plurianual da Assistência Social. O objetivo é conhecer, debater e encaminhar as propostas de complementação do PPA do Ministério da Assistência Social, sob a ótica da Lei Orgânica de Assistência Social — LOAS. Este evento é uma iniciativa do Ministério da Assistência Social, por meio do Conselho Nacional de Assistência Social — CNAS, e conta com a colaboração da Coordenação de Cerimonial e Eventos do Ministério da Previdência Social. Agradecimentos especiais ao Colégio Militar de Brasília. Registramos a presença da Sra. Tânia Mara Garib, Presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social — Congemas. Ouviremos neste momento o Hino Nacional. (É executado o Hino Nacional.) Para compor a mesa de abertura, convidamos a Sra. Valdete de Barros Martins, Presidente eleita do CNAS 2003/2004 (palmas); a Deputada Federal, Sra. Angela Guadagnin, Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados (palmas); o Sr. Antônio Brito, Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social — CNAS (palmas); a Ministra de Estado da Assistência Social, Sra. Benedita da Silva (Palmas). Com a palavra o Sr. Antônio Brito.

Upload: gustavo-margarites

Post on 12-Nov-2015

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Reunião Ampliada - Brasíli

TRANSCRIPT

135

MINISTRIO DA PREVIDNCIA E ASSISTNCIA SOCIAL

CONSELHO NACIONAL DE ASSISTNCIA SOCIAL - CNASREUNIO AMPLIADA PPA

BRASLIA/DF

17/07/2003

MESTRE-DE-CERIMNIAS Senhoras e senhores, bom-dia. Solicitamos a gentileza de desligarem seus celulares.

Bem-vindos Reunio Ampliada do Plano Plurianual da Assistncia Social.

O objetivo conhecer, debater e encaminhar as propostas de complementao do PPA do Ministrio da Assistncia Social, sob a tica da Lei Orgnica de Assistncia Social LOAS.

Este evento uma iniciativa do Ministrio da Assistncia Social, por meio do Conselho Nacional de Assistncia Social CNAS, e conta com a colaborao da Coordenao de Cerimonial e Eventos do Ministrio da Previdncia Social.

Agradecimentos especiais ao Colgio Militar de Braslia.

Registramos a presena da Sra. Tnia Mara Garib, Presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistncia Social Congemas.

Ouviremos neste momento o Hino Nacional.

( executado o Hino Nacional.)

Para compor a mesa de abertura, convidamos a Sra. Valdete de Barros Martins, Presidente eleita do CNAS 2003/2004 (palmas); a Deputada Federal, Sra. Angela Guadagnin, Presidente da Comisso de Seguridade Social e Famlia da Cmara dos Deputados (palmas); o Sr. Antnio Brito, Presidente do Conselho Nacional de Assistncia Social CNAS (palmas); a Ministra de Estado da Assistncia Social, Sra. Benedita da Silva (Palmas).

Com a palavra o Sr. Antnio Brito.

ANTNIO BRITO Bom-dia a todos. Exma. Sra. Ministra, eu gostaria de falar da nossa felicidade de estar aqui presente. Deputada Angela Guadagnin, aprendi seu nome. A Deputada tem um nome diferente e, s vezes, no conseguimos pronunci-lo corretamente. Valdete, demais membros do Conselho, gostaria que todos ficassem de p para dar uma salva de palmas para o CNAS. (Palmas.)

Quero dizer que o nosso CNAS sente-se bastante honrado com este encontro. Todos esto vendo que viemos em maioria. Quase todo o CNAS est presente nesta reunio.

Na ocasio da III Conferncia da Assistncia Social, o Conselho tomou a deciso de monitorar, entre as duzentos e trinta e cinco, dezesseis deliberaes daquela Conferncia e nos reunimos com os Presidentes dos Conselhos Estaduais aqui presentes, a quem sado, para que pudssemos fazer uma espcie de monitoramento desse processo em mbito nacional, para que no tivssemos, Sra. Ministra, uma outra conferncia em que escrevssemos apenas a palavra idem nas deliberaes.

E o Conselho teve um sucesso extraordinrio. Por qu? Porque conseguimos elaborar, em diversas reunies com os estados, projetos de lei, a exemplo do Projeto de Lei n 313, referente ao repasse sem exigncia da CND, feito e tambm apresentado na Comisso de Seguridade Social. Tivemos discusses referentes a questes do financiamento, tivemos discusses referentes capacitao de gestores e conselheiros traada por este Conselho, mas, sem sombra de dvidas, nossa maior felicidade, Ministra Benedita da Silva, foi t-la aqui presente como Ministra da Assistncia Social. (Palmas.) V.Exa. recebe o apoio de todos ns, a legitimidade deste Conselho, das entidades, dos Conselhos Municipais, de todos os presentes. Partiu da Conferncia esse pedido e lutamos, lutamos muito para ter o Ministrio. Graas a Deus temos na Assistncia Social uma pessoa que representa o setor como a Ministra Benedita da Silva neste Ministrio.

Alm disso, tivemos tambm uma luta muito grande por ser este ano ser um ano marcante. Primeiro, porque o ano em que se inicia o novo Governo. Tambm marcante porque o ano em que se completam 10 anos de promulgao da Lei Orgnica de Assistncia Social, no dia 7 de dezembro.

No ano passado, este Conselho definiu, como meta para este ano, uma discusso nacional acerca da avaliao dos 10 anos da Lei Orgnica, criando o GT LOAS + 10. J disse Ministra que fizemos um plgio do Rio+10, que aconteceu no mbito do Ministrio do Meio Ambiente. Neste GT LOAS + 10, temos a coordenao do Conselheiro Charles Pranke, que tem percorrido com a equipe do GT LOAS + 10 todo o Pas, participando de cinco encontros regionais. Estamos avanando com a Professora Ivanete, da UnB, com uma pesquisa nacional, que ser entregue ao pas, Ministra, ao Congresso, a todos, sobre a avaliao legtima dessa Lei Orgnica de Assistncia Social.

Mas no paramos por a. Este ano importante porque tambm se faz um planejamento para todo um processo de discusso do oramento: o nosso PPA. E tambm o Conselho, com o apoio da nossa futura Presidente, a quem desejo muita boa sorte, a Valdete, levou uma comisso ao Ministrio. Desta Comisso resultou essa belssima reunio que estamos vendo hoje aqui, exatamente observando que precisvamos abrir um canal de dilogo como sempre abrimos no nosso Conselho com as entidades, com os Conselhos Municipais, com os Gestores, com todos presentes, a fim de termos elementos importantes, para que o Conselho possa, a partir da, fazer sugestes proposta do Ministrio da Assistncia Social, que ser encaminhada. Com certeza, teremos xito em todas as atividades propostas.

Este o motivo dessa belssima reunio. Este o motivo da nossa felicidade de nos reunirmos no Colgio Militar. Agradeo o Coronel vila pelo apoio. Aqui temos todo esse potencial de pessoas que tm a capacidade pensante dentro da Assistncia Social. Vejam que o auditrio tem 1.200 lugares e temos hoje 500 pessoas neste auditrio prontas para colaborarem e para trazerem elementos novos.

Por fim, gostaria de comunicar que na tera-feira foi eleita a Presidente Valdete, representando o Ministrio da Assistncia Social, para o perodo anual de 2003/2004, e o nosso companheiro Carlos Ajur, representando na vice-presidncia a Federao das Entidades Brasileiras de Cegos. O Carlos Ajur o primeiro portador de deficincia visual que assume um cargo na Mesa do Conselho.

Quero desejar boa sorte Valdete, ao Carlos Ajur. Agradeo a todos os meus amigos, hoje muito amigos, e colegas conselheiros. Como esse o ltimo evento oficial do qual participo como Presidente do Conselho, quero dizer a vocs que foram realmente a demonstrao clara do poder de fogo desse colegiado, da sua altivez, da altura e da amplitude que o CNAS conquista hoje no Brasil, vinculado ao Ministrio da Assistncia Social. Esse colegiado possui uma fora muito grande. Agradeo aos servidores da Casa, que tiveram um perodo extremamente difcil devido a determinadas circunstncias nacionais, mas souberam, junto com os Conselheiros, no maremoto, manter a embarcao trafegando sem dificuldade.

Por fim, agradeo s entidades, aos Conselhos Estaduais, Municipais, aos Gestores, que tm papel importante, Tnia, que representa o Colegiado de Gestores Municipais, ao Brulio e Elosa, que representam os Estaduais, enfim, a todos os gestores do Pas.

Ministra, como no podia deixar de ser, quero, em nome de todos, agradecer-lhe. Nos momentos em que estive com V.Exa., nada foi negado a este Conselho. Por este motivo, em nome de todos, tambm a agradeo.

Muito obrigado a todos. Sucesso na nossa reunio.(Palmas.)

MESTRE-DE-CERIMNIAS Com a palavra a Sra. Benedita da Silva.

MINISTRA BENEDITA DA SILVA Ilmo. Sr. Presidente, Antnio Brito; Exma. Sra. Presidente eleita, Valdete Barros; Exma. Deputada Angela Guadagnin; autoridades presentes; senhoras e senhores; conselheiras e conselheiros; convidados; um prazer enorme poder estar neste momento neste grande evento, cuja iniciativa temos que agradecer. Agradecer ao Presidente Antnio Brito por essa convivncia curta, porm exitosa, durante a qual o Conselho Nacional teve, no Ministrio de Assistncia Social, a ateno devida, a convivncia respeitvel e, qui, tenhamos tido um grande momento para junto compartilharmos, na medida em que o Conselho pde ter o Ministrio de Assistncia Social fruto tambm de toda a mobilizao dos setores que at ento tm verdadeiramente buscado dar poltica de assistncia social no Brasil o respaldo necessrio.

Neste momento tambm no posso deixar de fazer um cumprimento ainda que a pessoa esteja ausente ao Presidente Luiz Incio Lula da Silva. Este momento importante para todos ns. Como profissional da rea, quero crer que foi importante ao Presidente da Repblica tomar essa deciso poltica, que foi a criao do Ministrio de Assistncia Social. (Palmas.) Acredito que o fez porque ele tem dado um exemplo de que governar significa compartilhar, sem transferir, como tenho repetido, suas responsabilidades. O Governo Federal tem conseguido demonstrar a importncia e a necessidade da convivncia fraterna, com respeito s diferenas. O dilogo o principal instrumento para que os entendimentos possam advir.

Assim sendo, o Presidente da Repblica deu-nos a tarefa de fazer com que o Plano Plurianual seja debatido em todos os estados do Brasil. Assim temos feito por delegao do Presidente, porque ele busca fazer com que haja uma participao mais direta e que a formulao poltica relacionada incluso social, ao crescimento econmico do Pas, no se faa apenas nas esferas to conhecidas, que so os Poderes Executivo e Legislativo, e que o PPA no seja uma pea fictcia que dele todos ns possamos ter conhecimento para dar-lhe o acompanhamento devido. Assim, na nossa luta quotidiana, dentro do movimento, poderemos dar nossa contribuio, fazendo o acompanhamento e fiscalizando uma palavra que ningum gosta, mas que importante tambm no processo democrtico de convivncia , monitorando, ajudando a formular, fazendo crescer. Tudo isso este PPA tem proporcionado a partir da diretriz dada pelo Presidente da Repblica.

Com relao ao nosso PPA, aqui nesta Reunio Ampliada do Conselho Nacional de Assistncia Social, gostaria de dizer que se os senhores e as senhoras no tiveram previamente conhecimento da verso final deste PPA porque no uma tarefa fcil. Estamos tendo um procedimento a curto prazo, com eleio. Chegamos j com eleio no Conselho, com a necessidade de mobilizar a sociedade civil em torno de um Ministrio novo. Tudo isso demandou tempo e h ajustes que precisam ser feitos. Aquela histria de que precisamos, primeiro, ajustar-nos internamente, para depois podermos realizar o grande debate. No temos por que esconder nosso procedimento. Procuramos facilitar a vida das pessoas. Penso que j deveramos ter feito isso. No foi possvel, at porque estamos ainda num processo de ajuste final de aes que compreendemos importantes junto ao Ministrio do Planejamento. Estamos ainda neste debate. importante que saibam da nossa vontade, do nosso desejo e dos nossos limites de tempo.

Outro ponto que fao questo de considerar a Comisso Intergestora Tripartite. Ela j reiniciou seus trabalhos. Temos resultados dela e quero crer que esses resultados se repetiro nos estados e nos municpios, com repercusses.

Quero referendar o que j foi dito pelo Antnio Brito: apesar de a Lei n 9.720 ter alterado evidentemente a Lei Orgnica de Assistncia Social, no que diz respeito Conferncia, estamos certos de que teremos a Conferncia extraordinria em dezembro.(Palmas prolongadas.) A data ainda no foi definida, mas certamente a estaremos realizando. Ao adentrar esse espao, achei-o belo para uma conferncia. Pode ser que seja aqui, pode ser que no, mas o importante que ela seja realizada. importante, porque estaremos, no ms de dezembro, ou a partir de novembro, em Braslia, tendo um conjunto de conferncias. E seria extremamente importante que essa Conferncia se realizasse aqui em Braslia.

Penso que temos um grande desafio pela frente. Esse desafio implica reunirmos foras. Tenho certeza de que toda a contribuio dada pelo Conselho, at ento presidido pelo Antnio Brito, ir somar-se competncia dessa valorosa companheira que todos conhecemos e respeitamos, a companheira Valdete. Receberemos da nossa querida Deputada Angela Guadagnin, que teremos como um grande instrumento no Poder Legislativo, todo apoio e respaldo necessrios, para que possamos ser reconhecidos como um Ministrio com uma tarefa, nesse desafio do Presidente Luiz Incio Lula da Silva, a poltica de incluso.

Eu gostaria de apresentar o nosso Ministrio. Sei que muitos j tm conhecimento, mas quero apresentar a vocs o Secretrio-Executivo, Ricardo Henriques. Gostaria tambm de apresentar a nossa Secretria de Poltica Social, Nelma, que vocs todos conhecem, nossa colega, profissional, assistente social. Embora no esteja presente, quero citar o nome de Agostinho Guerreiro, nosso Secretrio de Articulao. Temos ainda a Secretaria de Avaliao, ligada s competncias do Ministrio. E temos tambm uma Coordenadoria Geral no nosso Ministrio, liderada por Agostinho Valente.

Fao essa apresentao porque vocs tero que conviver com esse Ministrio e ele tem o papel de avaliar as aes na rea social do Governo. Ele tem tambm o papel de integrar essas aes. Vocs vo ver daqui a um pouco mais o nosso PPA e os desafios colocados para este Ministrio, que precisar sem dvida do seu respaldo.

Brito, essa abertura me faz ter a conscincia de que no possvel ficar no gabinete. Precisamos sair por este Brasil afora, a fim de compreendermos verdadeiramente que estamos no caminho certo: criando projetos estruturantes e aes universais. Mas preciso, sobretudo, conhecer a realidade.

Na nossa Caravana Social, uma de nossas aes, tenho andado pelo Brasil e constatado como nossas polticas e aes foram incapazes de chegar aos cantes deste Brasil, como nossas polticas esto fragmentadas podemos at dizer fragilizadas , diante da realidade da demanda que temos visto. Temos visto crianas e jovens totalmente fora das nossas aes e dos nossos programas.

Nitidamente, deste retrato que conhecemos do Pas, sabemos que a misria e a pobreza no Brasil tm gnero, tm etnia, tm regio. E esses so os excludos dos excludos, porque nossas polticas no foram at ento capazes de inclu-los. E o que mais tenho observado que no temos conseguido, pelos nossos cadastros, identificar nossas aes seja para as crianas, seja para a juventude, seja para o idoso. E preciso chegarmos muito prximo para que tenhamos a absoluta certeza e isso que estaremos perseguindo de que preciso haver uma poltica de assistncia para aqueles que esto abaixo da linha da pobreza, mas preciso saber que nesse contexto existem aqueles que esto mais excludos ainda, considerados miserveis. Vocs podem ter a certeza no tenho medo de errar , pelo que j andei pelo Brasil, pelo que j constatei dos nossos programas e aes, de que eles no esto includos.

Uma das ltimas constataes foi a minha visita aos calungas. Ali no norte de Gois tivemos a oportunidade de conhecer famlias cujos filhos no tm certido, so analfabetos, no conhecem o Ministrio da Assistncia Social nem a Ministra, muito menos viram a cara do Presidente da Repblica e no sabem quem ele, no tm gua, no tm luz, moram em casa de sap. Estamos vendo esse quadro a alguns quilmetros daqui de Braslia.

E no possvel. Quando se conversa com trs municpios, a trezentos quilmetros daqui, com 20 mil habitantes, encontra-se um quadro de misria e pobreza inexplicvel, principalmente em se tratando de uma populao da qual um tero remanescente de quilombos. Eles tm outra cultura, uma cultura agrcola. O nosso Fome Zero tem que chegar junto com o trator. O nosso programa ali precisa verdadeiramente dar treinamento para qualificao daquela comunidade, para que ela possa produzir.

preciso termos verdadeiramente essa leitura. Espero que o nosso PPA possa, com essa diretriz, alcanar no apenas os remanescentes de quilombos, no apenas os nossos indgenas, mas todos aqueles que esto abaixo da linha da pobreza, com polticas que denomino de polticas edificantes, que possam honrar a cada uma dessas pessoas. Mesmo em sua pobreza, elas no devem perder a sua dignidade, tendo acesso direto, com certeza absoluta, s polticas universais: sade, educao, cultura, trabalho e aos investimentos diretos que precisamos fazer para dar auto-estima nossa crianada, ao nosso jovem, ao nosso idoso, s pessoas portadoras de deficincias, seja visual ou no.

isso que esperamos. Desejo que a reflexo seja feita e dado apoio para que o nosso PPA da Assistncia Social seja aquele grande instrumento, no apenas de manipulao do Ministrio de Assistncia Social, mas que seja o grande instrumento para essa integrao que preciso haver entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio.

Muito obrigada. (Palmas prolongadas.)

MESTRE-DE-CERIMNIAS Agradecemos as autoridades que compuseram a Mesa Diretora.

Pedimos a gentileza de os participantes continuarem em seus lugares.

MINISTRA BENEDITA DA SILVA Quebro o protocolo, desculpem-me. No meu af, quando tiro os culos, no enxergo; quando no enxergo, no ouo.

Quero apresentar a nossa Valria, que trabalha conosco no Ministrio e vai fazer a apresentao do PPA. (Palmas.)

MESTRE-DE-CERIMNIAS Para compor a mesa de trabalho da reunio, convidamos aSra. Valria de Moraes, assessora do Ministrio da Assistncia Social (Palmas.); o Sr. Jos Antnio Moroni, representante do Frum Nacional de Assistncia Social (Palmas.); o Sr. Vandevaldo Nogueira, Secretrio-Executivo do Conselho Nacional de Assistncia Social (Palmas).

Daremos incio ao primeiro tema do dia: A Importncia do Plano Plurianual da Poltica da Assistncia Social. Para apresent-lo, passamos a palavra ao Sr. Vandevaldo Nogueira, Secretrio-Executivo do Conselho Nacional de Assistncia Social.

VANDEVALDO NOGUEIRA Bom-dia a todos. Vou fazer uma fala introdutria sobre o Plano Plurianual da Assistncia Social. Como chegaram algumas perguntas e surgiram algumas dvidas, fez-se necessrio um breve esclarecimento para quem nunca ouviu falar de um plano plurianual.

No so poucas as pessoas que fazem essas perguntas, que questionam. No existe uma tradio na sociedade brasileira de se discutir o Plano Plurianual, apesar de ser uma exigncia da Constituio Federal de 1988, uma conquista da sociedade: os Governos Federal, Estadual e Municipal devem elaborar, no seu primeiro ano de mandato, um plano plurianual, que ter a durao de quatro anos.

Por que um plano plurianual? Sabe-se que entre o palanque e a posse muda muita coisa. E entre a posse e o exerccio de governar tambm muda muita coisa. O Plano Plurianual deve se parecer com o discurso de palanque, se existe coerncia entre o que dito e o que posteriormente ser realizado isso nos trs nveis de Governo.

O Plano Plurianual estabelece as grandes linhas de governo para os prximos quatro anos. Ele faz parte do que se costuma denominar de ciclo oramentrio. Todo governo tem a obrigao de fazer o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Oramentrias, uma vez por ano a lei que direciona o oramento e de fazer a Lei Oramentria Anual, tambm uma vez por ano.

O Plano Plurianual feito a cada quatro anos e deve ser revisado anualmente. Ele estabelece as grandes linhas de ao, a cara do Governo para os prximos quatro anos. Isso tem prazo, isso tem regra e isso vem sendo feito. S que vem sendo feito dentro dos gabinetes de planejamento.

A regra, no geral, que o Chefe do Executivo Prefeito, Governador ou Presidente determine certas orientaes, defina certas prioridades e passe essa responsabilidade s Secretarias Municipais ou Estaduais ou aos Ministrios, para detalharem, dentro da sua rea ou do seu setor, aquele plano.

O Governo atual decidiu inovar. Decidiu convocar a sociedade de forma ampla para discutir, pela primeira vez, esse plano para quatro anos de Governo. Depois vou explicar. No geral, o Governo elabora o plano para trs anos. E um ano, caso no exista reeleio, fica para o prximo Governo. Isso para evitar a descontinuidade de determinadas aes, programas e projetos, como acontecia antes, em que se zerava tudo. Um Governo terminava, o outro zerava tudo e comeava do zero. No se pode fazer mais isso. O primeiro ano de Governo sempre o ltimo ano do Plano Plurianual do Governo anterior.

Eu disse que h um ciclo oramentrio que comea com o Plano Plurianual, depois h uma Lei de Diretrizes Oramentrias e uma Lei Oramentria Anual. Tudo isso feito sempre no ano anterior, para que seja iniciada a execuo no ano subseqente, coisa que tambm muitas organizaes da sociedade tm dificuldade de entender. Por conta da emergncia das situaes, quer-se soluo imediata. No ritual do Estado, no ritual do Governo, planeja-se de um ano para outro. Isso s vezes desperta interesse, mas outras vezes desperta apatia e indiferena, j que as pessoas esto procurando solues imediatas, no tm pacincia de esperar por mais um ano. Mas o Governo obrigado a trabalhar dessa forma.

O fato de isso ter sado dos gabinetes significa trabalhar com a sociedade, com pessoas que tm diferentes concepes do planejar e diferentes concepes do fazer.

Como trabalhar de forma ampla pela primeira vez? Com certeza se expondo ao erro, mas com certeza quem acerta de forma coletiva muito melhor e quem erra de forma coletiva erra muito menos.

Toda vez em que se vai discutir alguma coisa nova imagina-se como fazer. Como fazer pela primeira vez? O Conselho Nacional teve essa preocupao de procurar uma forma de trabalho que inclua o mximo possvel de opinies, de sugestes, que mais adiante vou explicar, mas tem a clareza de que, para se discutir o Plano Plurianual da Assistncia Social pela primeira vez, se precisa da construo de uma metodologia permanente. Se no temos a metodologia perfeita, precisamos ir aperfeioando-a.

Ouviram da Ministra que h exigncias internas que o Governo obrigado a cumprir, h prazos, h rituais que o Governo obrigado a cumprir. O Plano Plurianual tem que estar no Congresso Nacional at o dia 31 de agosto, e o Congresso tem o poder de fazer alteraes.

Qual a importncia do Plano Plurianual? Por lei, se no consta do Plano Plurianual, em forma de grandes linhas, no pode aparecer na Lei de Diretrizes Oramentrias anualmente. Se no pode aparecer na Lei de Diretrizes Oramentrias anualmente, no pode tambm aparecer no Oramento Anual.

Vou citar um exemplo bem pequeno. Eu estava em Alagoas e uma senhora insistia em colocar no Plano Plurianual do Governo a construo de uma ponte na sua comunidade. Ora, um Plano Plurianual para quatro anos. Ele no pode cair no nvel de detalhamento da construo de uma ponte. O que pode aparecer no Plano Plurianual melhoramento da infra-estrutura das comunidades. Ali cabe uma ponte, ali cabe um equipamento social, ali cabem melhorias de infra-estrutura na comunidade, porque no Plano est melhoramento da infra-estrutura da comunidade.

A Lei de Diretrizes Oramentrias pode detalhar coisas do Plano, para cada ano. E a Lei Oramentria Anual coloca o valor que se vai utilizar naquela operao para o ano seguinte.

Todo o ciclo oramentrio sempre feito no ano anterior. Se feito em 2003, comea a valer em 2004. Em 2004, a Lei Oramentria Anual comea a valer em 2005, e assim por diante.

O Governo est discutindo o Plano Plurianual no geral com a sociedade. E a Assistncia Social, como a Sade e a Educao, est discutindo de forma setorial, a partir de cada Ministrio, procurando ouvir a sociedade.

Este evento uma iniciativa do Conselho Nacional de Assistncia Social para ouvir vocs. O Ministrio entregou um documento e ontem recebemos outro que vai ser distribudo aos grupos , que a verso final do que o Ministrio pretende fazer para os prximos quatro anos, as grandes linhas, os programas do Ministrio. Isso o que vamos mais adiante trabalhar.

Eu gostaria de dizer, de forma muito breve, que, no Plano Plurianual deve constar o que o Ministrio da Assistncia Social se prope, em grandes linhas, a fazer nos prximos quatro anos. No o detalhamento so as grandes linhas. E isso vamos mais adiante explicar um pouco mais.(Palmas.)

MESTRE-DE-CERIMNIAS Neste momento, teremos a apresentao da proposta preliminar do Plano Plurianual do Ministrio da Assistncia Social.

Para a apresentao, passamos a palavra Sra. Valria de Moraes, assessora do Ministrio da Assistncia Social.

VALRIA DE MORAES Bom-dia, senhoras e senhores, conselheiros presentes. Bom-dia a todo o auditrio.

Estamos tendo ali uma finalizao da arrumao do equipamento. Enquanto eles terminam de colocar o equipamento em condies, vamos tecer algumas consideraes antes de iniciar a apresentao propriamente dita do que est colocado no PPA at o momento.

A primeira coisa que eu gostaria de ressaltar com relao ao processo de formulao do PPA em nvel de Governo. preciso lembrar que o PPA no um documento de cada Ministrio. Na verdade, os Ministrios fazem uma proposta inicial, que ir compor o PPA do Governo. O PPA um documento de Governo e, como bem falou o Vandevaldo, identifica as grandes diretrizes, as grandes linhas que uma gesto pretende trabalhar.

Justamente por ser um documento de todo o Governo, necessrio haver coerncia e consistncia entre as aes de todos os Ministrios. Sendo assim, o processo adotado nesta gesto : uma vez feitas as propostas de cada Ministrio, elas so enviadas ao Ministrio do Planejamento fase em que nos encontramos neste momento , para que seja feita ento a normatizao, uma consolidao entre os diversos PPAs dos diversos Ministrios, para justamente procurar-se trabalhar no sentido de no haver superposio de aes, a fim de haver coerncia entre as aes.

Nesse processo de articulao entre as diferentes aes, vamos ver que, em alguns casos, algumas das aes propostas inicialmente por determinado Ministrio sairo desse Ministrio e iro para outro Ministrio, porque ficaro mais bem posicionadas. Chamo a ateno para lembrar isso aos senhores, que provavelmente receberam a verso inicial, justamente a proposta do Ministrio da Assistncia Social encaminhada ao Ministrio do Planejamento.

Tivemos algumas modificaes nessa verso que os senhores receberam. o que vou apresentar a vocs aqui. Essas modificaes dizem respeito no s a esse trabalho do Ministrio do Planejamento, como tambm consta algum aprimoramento j feito por ns mesmos no Ministrio da Assistncia Social, a partir da interao com as diversas instncias extra-Ministrio, como, por exemplo, a Comisso Intergestora Tripartite, que teve oportunidade j de colocar algumas questes. E o Conselho tambm j se reuniu com a equipe do Ministrio e tambm j fez algumas consideraes.

Essa verso que vou apresentar aos senhores hoje vou chamar assim o estado-da-arte do PPA do Ministrio da Assistncia Social, mas ainda passar por outra etapa, que estamos chamando de rodada dos Ministros, quando vai haver o fechamento final.

Portanto, gostaria de salientar que isso um processo. No um momento nico. Estamos agora iniciando esse processo e ele vai se estender no sentido de receber contribuies para nossa prpria formulao at um perodo posterior e, depois, haver todo o processo de reviso, que se inicia imediatamente aps o envio e a aprovao dessa proposta pelo Legislativo.

importante salientar o Vando j falou essa caracterstica de reviso anual do PPA, que, pela primeira vez no Brasil est sendo colocada. Ela traz a possibilidade de aprimoramento constante do que estamos planejando, fazendo com que o PPA no seja meramente uma pea discutida a cada quatro anos, mas que seja efetivamente uma pea de gesto com isso quero dizer: uma pea que nos orienta no dia-a-dia e tambm um elemento que permita monitoramento, por parte da sociedade, do que nos comprometemos a fazer e do que estamos efetivamente conseguindo fazer.

Para podermos iniciar, gostaria de falar rapidamente sobre uma diretriz poltica, j salientada aqui pela Ministra Benedita da Silva, que a deciso poltica de criao do Ministrio da Assistncia Social. Tenho certeza de que os senhores e senhoras presentes j discutem essa questo h muito tempo e podem compreender a importncia, a sinalizao poltica dada pelo Presidente da Repblica ao criar o Ministrio da Assistncia Social.

bom sabermos as competncias desse Ministrio no mbito do Governo Federal. Uma primeira competncia a questo da normatizao, orientao, superviso e avaliao da Poltica Nacional de Assistncia Social. Alm disso, temos algumas outras competncias relativas questo do acompanhamento e orientao dos programas, projetos e planos relativos rea de assistncia social.

Mas eu gostaria de salientar uma outra competncia que temos, que essa: articulao, coordenao e avaliao dos programas sociais do Governo Federal. Essa linha articulao, coordenao e avaliao dos programas sociais do Governo Federal coloca-nos uma atribuio de competncia um pouco mais ampla, que vai alm do acompanhamento da poltica de assistncia social.

Tambm temos, por designao da lei de criao do Ministrio, a atribuio de avaliar as demais polticas sociais do Governo Federal e de procurar articular essas polticas. Portanto, o nosso PPA vai buscar refletir essa atribuio, alm da atribuio inerente de sermos o Ministrio da Assistncia Social.

A outra competncia, que a gesto do Fundo, j natural, todos ns j imaginamos. E aprovao dos oramentos gerais do SESI, SESC e SES.

Vou diretamente apresentar os nossos programas. Vou buscar fazer aqui uma fundamentao do motivo pelo qual estamos optando por essa ou aquela ao, sempre lembrando que esta verso que estou apresentando, para os senhores que j receberam um extrato inicial, tem uma modificao na organizao, principalmente na organizao, e em alguns contedos. Na verdade, lembro mais uma vez, essa nova organizao est relacionada com a interao com o Ministrio do Planejamento.

Nosso primeiro programa o Programa Ncleo de Atendimento Integral Famlia. As aes apensadas neste programa so: capacitao de tcnicos e gestores para implementao dos ncleos de atendimento isso os senhores tinham na verso anterior , funcionamento dos ncleos de atendimento, instalao de ncleos de atendimento. Essas duas aes mudaram da verso anterior para essa de agora somente quanto ao seu nome, para se adequar melhor nomenclatura que est sendo usada pelo Planejamento. Onde estava escrito implementao dos ncleos de atendimento, agora est escrito funcionamento. E onde estava escrito implantao na verso inicial, agora est escrito instalao. Mas o contedo da ao absolutamente o mesmo.

Em seguida temos: potencializao da rede de proteo e promoo social. Neste PPA, isso visto como uma ao no-oramentria, isto , nesse primeiro ano ainda no teremos dotao oramentria para essa ao. Finalmente, temos gesto e administrao do programa.

Eu gostaria de fazer algumas consideraes. A primeira delas diz respeito ao significado de cada ao para ns. Primeiro, precisamos lembrar que a dotao oramentria, ou seja, a alocao de recursos efetivamente no oramento posteriormente feita a cada ao e no por programa. A nomenclatura do PPA chama de programa a uma organizao lgica de aes. Estou chamando a ateno, porque diferencia um pouco do uso comum do que chamamos programa em geral nos Governos, em todos os nveis. Em geral o que chamamos de programa muitas vezes corresponde a uma ao daqui.

Nenhum desses programas que vou apresentar tm dotao oramentria, porm cada ao tem dotao oramentria. Isso implica que posso ter uma ao de outro Ministrio com dotao oramentria de outro Ministrio, dentro de um programa do nosso Ministrio de Assistncia Social, e vice-versa. Vocs vo ver que essa lgica vai permear. Essa a primeira coisa importante a chamar a ateno.

O segundo ponto a chamar a ateno : este programa, o Ncleo de Atendimento Integral Famlia, est sendo apresentado primeiro, porque o programa no qual acreditamos que vamos fazer diferena, no sentido de contemplar muitas das reivindicaes mais gerais da discusso de assistncia social. Por isso, essa ao potencializao da rede de proteo e promoo social, embora esteja como no-oramentria, nossa previso a de que, na primeira reviso que fizermos do PPA, ela vai passar a ser oramentria. Por qu? Nossa preocupao justamente no sentido de fortalecer o sistema descentralizado e participativo de assistncia social. Nossa inteno que essa ao nos permita, no futuro, ter uma dotao oramentria do fundo nacional, que ser dirigida aos municpios, mas com a possibilidade de os municpios, eles prprios, definirem efetivamente as suas polticas. Vou usar a maneira comum de falar: no carimbar o recurso, para que o municpio tenha autonomia efetiva na implementao dos programas, projetos e benefcios que sejam adequados sua realidade local. (Palmas.)

Essa proposta, na nossa primeira verso, estava mais radicalizada. Mas encontramos dificuldade de compreenso, um movimento ainda vamos chamar assim no-pejorativamente da burocracia do Governo. No quero com isso dizer burocracia no sentido pejorativo, mas no sentido da mquina que precisa funcionar para que as coisas aconteam. Demos uma pequena mudada. Tnhamos feito um programa nico, chamado Sistema Descentralizado e Participativo. Estamos voltando a uma situao um pouco mais segmentada, mas quero ressaltar aos senhores e senhoras que buscamos garantir os espaos para que esse sistema descentralizado e participativo efetivamente possa se fortalecer e acontecer.

Outra questo desse programa que, a princpio, no PPA, todas as aes-meio, aquelas aes que no so diretamente para o usurio final, elas ficam num grande programa-meio, que o penltimo que vou apresentar. Neste caso aqui, capacitao poderia se encarada dessa forma. No entanto, entendemos que, para esse programa, fundamental um esforo muito grande de capacitao no aquela capacitao que pega o sujeito que vai trabalhar no Ncleo de Atendimento, leva para algum lugar, treina dois dias, coloca l de volta e nunca mais vai v-lo. Queremos uma capacitao contnua, tanto do tcnico que trabalha nesse ncleo, quanto dos gestores municipais, enfim, de todos aqueles envolvidos no processo de levar a cabo, de executar, de realmente fazer acontecer essa poltica de assistncia social. Por essa razo, mantivemos e conseguimos, junto ao Planejamento, essa concesso, digamos assim, de que essa ao-meio fique representada no espao a que ela diz respeito, que no espao desse programa.

A partir daqui, vou apresentar alguns programas que reproduzem uma lgica um pouco mais segmentada, a lgica que estava colocada anteriormente. A fundamentao para que voltssemos a esse padro justamente a importncia que o PPA precisa ter em relao sociedade civil no-organizada, que ainda vai ter um perodo de adaptao a esse modelo de discusso mais ampla do PPA. Portanto, gostaramos ainda de garantir a possibilidade de falar de uma maneira mais fcil de compreender. Aes relativas a tal segmento esto todas concentradas num determinado aspecto. Estamos buscando tambm manter um pouco essa facilidade de comunicao.

Passemos ao prximo programa, por favor. Esse segundo programa diz respeito proteo social infncia, adolescncia e juventude. Ainda para garantir a possibilidade de implementao real, efetiva, do sistema descentralizado e participativo de Assistncia Social, garantimos a presena em todos os programas segmentados porque no era nosso desejo continuar segmentado dessa forma de uma ao genrica, que define muito pouco o que realmente vai ser implementado. Onde vai se dar essa definio? Nos planos de assistncia dos municpios. isso que queremos garantir.

Essa primeira ao Servio de Proteo Socioassistencial Infncia e Adolescncia identifica que necessariamente o recurso ser destinado a algum trabalho com relao infncia e adolescncia, mas no identifica de maneira restritiva o tipo de projeto, programa ou benefcio, que haver. o municpio, ento, que vai estar nos remetendo seu plano, para que possamos alocar esse recurso.

A seguir vm algumas aes, essas mais definidas, que tambm tero recursos. Se o municpio for fazer alguma coisa mais especfica, que por acaso tenha respaldo no nosso PPA, ento o recurso vir dessa outra rubrica, que lhe diz respeito. O que queramos era garantir um espao para iniciativas com maior especificidade de cada municpio.

Temos ento a segunda ao, que diz respeito parte mais fsica. No oramento que posteriormente feito a partir disso, precisamos identificar separadamente aquilo que investimento construo de prdios, por exemplo de aes continuadas como o primeiro item: Servio de Proteo Socioassistencial.

Implantao dos Centros de Juventude Pblicos essa uma iniciativa especfica. E a questo da capacitao de jovens de 15 a 17 anos. Bolsa para jovens tambm de 15 a 17 ano, como agente jovem, desenvolvimento social e humano.

Lembro que aqui estamos apresentando um extrato. No PPA propriamente dito, temos uma explicitao maior do que faz cada uma dessas aes. O documento propriamente dito muito cansativo para trabalharmos aqui desta forma. Por isso, trouxemos s um extrato com as aes. Mas vocs vo encontrar, na verso anterior, uma explicao maior do que pensamos para cada segmento.

Temos a seguir a remunerao dos agentes pagadores. E j na prxima transparncia h duas aes que vo se repetir em cada um dos programas, porque dizem respeito a uma parte mais administrativa que precisa acompanhar todo programa que tenha algum tipo de transferncia de renda. E a, antes de prosseguir, abro um parnteses para lembr-los os senhores devem estar acompanhando pela mdia da discusso que est sendo feita no mbito do Governo Federal com relao unificao dos programas de transferncia de renda do Governo Federal. Este trabalho j est bastante adiantado, est sendo coordenado pelo Ministrio da Assistncia Social e pela Casa Civil. A perspectiva que no tenhamos transferncias de renda em cada programa. No entanto, vocs esto vendo isso representado aqui. Por qu? Como no est fechada ainda a deciso final sobre o programa, precisamos prever no nosso PPA algum tipo de benefcio. Se o benefcio nico for realmente aprovado, passaremos a ter s o benefcio nico e as transferncias feitas por esse benefcio de acordo com as condicionalidades especficas de cada programa, exceo naturalmente do benefcio de prestao continuada, previsto na Constituio.

O prximo programa Proteo Social Pessoa Idosa. Agora vou um pouco mais rpida em cada programa, porque eles vo seguir uma certa lgica, que a mesma desse primeiro. A primeira ao a tal ao sem muita definio do que fazer, justamente para garantir a flexibilidade. A temos em seguida tambm a ao que garante a construo dos espaos que forem necessrios. Em seguida, temos Servios Integrados de Preveno Violncia e Maus-Tratos contra Idosos, e Pagamento do Benefcio de Prestao Continuada, que, conforme disse, fica garantido. Tenho essas outras duas aes, Servio de Processamento de Dados e Servio de Concesso e Reviso de Benefcios, que so as aes mais administrativas, que precisam ser levadas a cabo para pagar o benefcio.

Com relao pessoa portadora de deficincia, conforma-se mesma situao. Temos a primeira ao, mais ampla; a segunda, que diz respeito a investimento em espaos fsicos; em seguida, o benefcio de prestao continuada; e as aes administrativas relativas ao BPC.

Estamos prevendo a o pagamento de renda mensal vitalcia por invalidez e tambm vamos ter outros benefcios mais frente, que esto previstos no nosso PPA, mas que carecem ainda de uma discusso mais ampla de competncias para sua implementao. O que queramos era apenas garantir a presena dessas aes. Estou-me referindo especificamente ao pagamento de renda mensal vitalcia por invalidez, que queremos garantir no PPA. Se a discusso caminhar no sentido de realmente termos essa responsabilidade tambm no nvel federal, que esteja previsto no PPA, caso contrrio teremos muita dificuldade para estar inserindo no nosso oramento anualmente caso isso seja efetivamente regulamentado.

O prximo programa refere-se a aes mais administrativas, mas que envolvem transferncia de recurso para realmente conseguir pagar o BPC.

O prximo programa diz respeito a um segmento que chamamos de adulto em situao de vulnerabilidade. Ele tambm repete um pouco a organizao dos outros programas. Mas saliento aqui o pagamento de benefcios eventuais que recaem sobre a mesma questo que acabei de falar, a invalidez, e o benefcio de renda bsica assistencial. Essa rubrica est a para garantir o espao para eventualmente implementarmos o benefcio de renda nica, se esse benefcio nico ficar sob a jurisdio do Ministrio da Assistncia Social. Esse benefcio tem uma lgica de atribuio focada na famlia e no mais no indivduo. Queramos garantir a rubrica para a eventualidade de sermos os responsveis pela gesto desse benefcio.

Em seguida, temos outro programa que permanece no nosso PPA, no formato que ele tinha anteriormente. Isso tem um sentido. Ontem me fizeram a pergunta: por que voltamos aqui para uma lgica de problemtica, quando estvamos numa lgica de segmento? A avaliao que o Planejamento teve dessa questo e que compreendemos e acatamos a da compreenso da sociedade mais amplamente a respeito desse programa. A qualquer municpio que vamos, as pessoas se referem ao Peti. O custo de mudar isso, do ponto de vista da populao, em termos de insegurana com relao s aes desse Governo, bastante alto. Como estamos prevendo uma reviso anual, pode ser que no prximo ano consideremos que se deva mudar a nomenclatura.

Do ponto de vista de gesto, de coisas que no esto representadas no PPA, esta a nossa forma de fazer. A nossa forma de fazer j se inaugura diferente, acredito eu: estamos aqui discutindo o PPA. No temos, no nosso PPA, o PPA participativo, mas, no entanto, estamos fazendo dessa forma. Algumas questes so questes de como fazer a gesto de tudo isso que est bonito, escrito no papel. E isso no tem como representar no papel. H a demonstrao das nossas aes e o acompanhamento dos senhores e o espao que os senhores tero sempre para discutirem conosco.

Esse programa mantm basicamente a mesma configurao que j tinha.

Estou correndo porque j me alertaram vrias vezes sobre o tempo que me foi concedido. Tenho s trinta minutos para falar.

O prximo programa o Combate ao Abuso e Explorao Sexual de Crianas e Adolescentes. A partir daqui, vou ter aquela situao em que o Ministrio da Assistncia Social executar uma ao gerenciada por um programa localizado em outro Ministrio. Vou identificar para vocs que programa esse de outro Ministrio, lembrando que ainda estamos na fase de negociao interministerial. Ainda estamos consultando os outros Ministrios se eles concordam com essa viso que estamos dando. Em geral, todo mundo concorda quando vem uma ao com recurso e tudo; a aceitao normalmente tranqila. Esse programa Combate ao Abuso e Explorao Sexual de Crianas e Adolescentes um programa da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Ele no um programa do Ministrio da Assistncia Social. A ao servio de proteo socioassistencial s crianas e adolescentes vtimas de violncia, abuso e explorao sexual uma ao do Ministrio da Assistncia Social, com recursos do Fundo Nacional.

E a publicidade de utilidade pblica, aquela publicidade especfica para divulgao de campanhas levadas a cabo pelo Ministrio. S essa publicidade contemplada nos PPAs de todos os Ministrios. Houve uma diretriz de Governo nesse sentido. Qualquer recurso para propaganda que no seja desse tipo, utilidade pblica, s ter representao na Secretaria Especial de Comunicao.

Eu queria ter visto todos os programas do Ministrio da Assistncia Social primeiro. No tem problema.

Esse o nosso programa-meio, o grande programa que cuida da gesto da poltica. Nesse programa, temos o primeiro item, que justamente o fortalecimento dos Conselhos de Gesto Compartilhada, onde temos recursos para isso. Em seguida, h a questo do monitoramento e avaliao da Assistncia Social, avaliao dos programas e aes do Ministrio de Assistncia Social, prevendo recursos especificamente para monitoramento e avaliao dos nossos programas.

Temos o Cadastro nico, Sistema Nacional para Identificao e Seleo de Pblico-alvo para os Programas de Transferncia de Renda; a Ouvidoria, que vamos implantar ainda este ano; formulao de polticas; capacitao dos servidores e dos tcnicos e gestores estaduais e municipais em programas sociais e gesto de administrao do programa.

O prximo programa cuida da gesto propriamente dita do Ministrio, a gesto operacional do Ministrio. Algum cantou a pedra para mim do mais especfico.

Agora sim vem a seqncia de programas que esto em outros Ministrios. Este um programa da Secretaria Especial de Direitos Humanos. O nome do programa o nome da Secretaria de Direitos Humanos. O nome Direitos Humanos, Direitos de Todos. O que estamos colocando l? Estamos colocando as aes que estavam na verso inicial no Programa de Preveno Violncia Social. E temos um interesse muito grande na execuo dessas aes, na medida em que acreditamos e a Ministra j deu mostras disso durante a sua gesto como Governadora no Governo do Estado do Rio de Janeiro que a questo da violncia no se trata exclusivamente no mbito da segurana pblica, da coero e da represso. O que queremos com esse programa nos preparar, como pessoas que atuam na rea de Assistncia Social, estarmos capacitados para lidar especialmente com as questes da violncia simblica, que no aquela violncia que deixa marcas e que permitem que o outro perceba mais obviamente que alguma coisa esquisita est acontecendo no mbito daquela famlia ou daquela comunidade. O que temos identificado que essa questo da violncia simblica acaba passando no diria despercebida, mas sem a devida ateno. As vtimas dessa violncia tm muita dificuldade de lidar com a questo. Como vamos fazer um trabalho intenso com as famlias, e dentro das comunidades por conseqncia, gostaramos muito de poder mostrar o que possvel fazer em relao violncia no mbito da assistncia social, no mbito do atendimento integral famlia. Por isso, estamos propondo todas essas aes que, vocs podem observar, so aes no sentido de capacitao para a questo da violncia e a mobilizao em um dia especfico para discusso dessa questo.

O Poltica de Ao Afirmativa um programa da Secretaria Especial de Promoo da Igualdade Racial. Nossa preocupao justamente com as duas velocidades que acontecem no Brasil. Existem os excludos e os mais excludos ainda. No gostaramos de deixar passar sem nenhuma ao mais especfica a questo da incluso do ponto de vista racial. Temos a bolsa de estudo para o combate discriminao e a promoo de eventos no combate discriminao racial, aes que estaro inseridas nesse programa da Secretaria de Promoo da Igualdade Racial.

O prximo programa diz respeito s nossas aes de gerao de renda. Tambm atribuio nossa essa preocupao com relao parcela excluda da sociedade, um pblico-alvo muito especfico, que o desse Ministrio. Temos ali a promoo da incluso produtiva, com o Projeto Danando com um P no Futuro, projeto j desenvolvido no Rio de Janeiro, que estamos buscando ampliar para o Brasil todo. Ele foi muito bem-sucedido no Rio de Janeiro. Ele prev a utilizao dos espaos, no caso do Rio, das escolas de samba, mas, no Brasil todo, os espaos das agremiaes do tipo bumba-meu-boi, Frevo. Por que usar esses espaos? Por dois motivos. Porque em geral so espaos pouco utilizados ao longo de todo o ano, eles so utilizados durante parte do ano; mas principalmente porque so espaos de referncia para aquelas comunidades. As comunidades j entendem esses espaos como espaos delas, que elas freqentam, porque em geral so agremiaes que renem a comunidade na qual esto inseridos. A primeira caracterstica essa: um espao usado pela comunidade. E o que se faz nesse projeto? Faz-se capacitao, com diferentes prazos, em atividades que possam rapidamente ter o retorno em forma de gerao de renda efetivamente. E no s a capacitao, mas tambm o projeto prev uma espcie de incubao desses pequenos empreendimentos. um projeto que trabalha na linha do empreendedorismo.

O estmulo responsabilidade civil tambm uma preocupao nossa. Estamos preocupados com aes de capacitao para buscar organizar as j existentes iniciativas de voluntariado, que gostaramos que trabalhassem mais na linha do que estamos trazendo, na linha de nos afastarmos das noes mais clientelistas, mais paternalistas. Pensamos que, se trabalharmos buscando organizar essa rede, capacitando essas pessoas que existem nessa rede, teremos uma agregao forte de recurso humano e organizativo, e poderemos assim executar melhor nossa atribuio.

O prximo programa Identidade tnica e Patrimnio Cultural dos Povos Indgenas, que da Funai. A nossa ao l Valorizao das Comunidades Indgenas.

H o atendimento s comunidades quilombolas, como a Ministra mesma falou. Temos a valorizao das comunidades quilombolas, um trabalho a ser feito juntamente, mais uma vez, com a Secretaria Especial de Promoo da Integrao Racial.

Por fim, gostaramos de salientar que esses dois programas, na nossa verso inicial, esto colocados como programas. Est numa discusso mais poltica, entre Ministros, que a etapa que em que estamos, para garantir esses dois programas que, no nosso entendimento, do respaldo atribuio dada ao nosso Ministrio. Realmente, a fundamentao do Ministrio do Planejamento para que no tivssemos esses programas diz respeito competncia do Ministrio do Planejamento, que tambm atribuio do Ministrio do Planejamento fazer a avaliao das polticas do Governo, em geral. Estamos discutindo exatamente qual o melhor formato: se vamos ter uma ao voltada especificamente para os programas sociais, executada pelo Ministrio da Assistncia Social, mas dentro de um programa do Planejamento; ou se vamos manter esse formato de ter esses dois programas no Ministrio da Assistncia Social.

Era isso o que tinha para apresentar. Acho que cumpri o meu prazo. (Palmas.)

MESTRE-DE-CERIMNIAS Para uma anlise da proposta apresentada, passamos a palavra ao Sr. Jos Antnio Moroni, representante do Frum Nacional de Assistncia Social.

JOS ANTNIO MORONI Bom-dia a todos. Gostaria de agradecer o convite feito pelo CNAS para darmos uma contribuio a respeito da proposta que o Ministrio da Assistncia Social apresentou do PPA.

Eu gostaria de esclarecer que o Frum Nacional de Assistncia Social foi criado na Reunio Ampliada do CNAS, na Bahia, realizada em 1999. Ele rene organizaes da sociedade civil. H uma coordenao colegiada, que hoje composta pela Abong Associao Brasileira de Organizaes No-Governamentais, que represento; pelo Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua, que a Ozanira representa; pela CNTS, que Confederao Nacional dos Trabalhadores de Seguridade Social da CUT; pelo CFESS, coordenado pela Vernica; e pelos Maristas, representados pelo Irmo Jorge. Ento, uma coordenao colegiada.

Confesso que, em relao minha apresentao, o CNAS tinha me encaminhado a verso oficial do PPA que o Ministrio estava discutindo. Assim, eu tinha feito toda a minha apresentao com base na verso inicial. E ontem noite o CNAS me encaminhou essa verso apresentada pela Valria. Minha cabea em algum momento pode dar algum n, porque eu estava com a verso antiga e recebi a verso nova. Vamos ver como o tico e o teco vo funcionar aqui.

Apesar de todos ns aqui sermos bastante antigos nessa rea da assistncia, ao discutirmos o PPA temos de ter bem claro o que a poltica de assistncia social. Isso nos coloca depois uma pergunta: o que est sendo proposto pelos programas d conta disso que a poltica de assistncia?

O que a Constituio Federal define como a poltica de assistncia social? Todos sabemos que a assistncia passou a ser poltica pblica, tem um status de poltica pblica a partir da Constituio de 1988.

Art. 203. A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;

II - o amparo s crianas e adolescentes carentes;

III - a promoo da integrao ao mercado de trabalho;

IV - a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e a promoo de sua integrao vida comunitria;

V - a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.

O art. 2 da LOAS repete o art. 203 da Constituio, mais ou menos o pblico-alvo da assistncia social.

O art. 204 diz um pouco como seria a organizao do sistema da Assistncia Social.

Art. 204. As aes governamentais na rea da assistncia social sero realizadas com recursos do oramento da seguridade social, previstos no art. 195, alm de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralizao poltico-administrativa, cabendo a coordenao e as normas gerais esfera federal e a coordenao e a execuo dos respectivos programas s esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistncia social;

II - participao da populao, por meio de organizaes representativas, na formulao das polticas e no controle das aes em todos os nveis.

A Constituio Federal diz o que so as atribuies e como se organiza a poltica pblica de assistncia social.

Dentro da LOAS, no art. 5, esto as diretrizes, que avana um pouco mais em relao Constituio Federal:

Art. 5 A organizao da assistncia social tem como base as seguintes diretrizes:

I - descentralizao poltico-administrativa para os estados, o Distrito Federal e os municpios, e comando nico das aes em cada esfera de governo;

II - participao da populao, por meio de organizaes representativas, na formulao das polticas e no controle das aes em todos os nveis;

III - primazia da responsabilidade do Estado na conduo da poltica de assistncia social em cada esfera de governo.

A LOAS tambm estabelece embora no seja definido o formato institucional do Ministrio, se Secretaria ou Ministrio , como competncia do rgo responsvel pela poltica de assistncia social, no Governo Federal, o que est no art. 19. importante nos determos bastante nesse art. 19, porque tem muito reflexo depois nas aes que o Ministrio prope no nvel do PPA. Uma das competncias desse rgo, no caso hoje do Ministrio de Assistncia Social, :

Art. 19

I - coordenar e articular as aes no campo da assistncia social;

II - propor ao Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) a Poltica Nacional de Assistncia Social, suas normas gerais, bem como os critrios de prioridade e de elegibilidade, alm de padres de qualidade na prestao de benefcios, servios, programas e projetos;

III - prover recursos para o pagamento dos benefcios de prestao continuada definidos nesta lei;

IV - elaborar e encaminhar a proposta oramentria da assistncia social, em conjunto com a Sade e Previdncia;

V - propor os critrios de transferncia dos recursos de que trata esta lei;

VI - proceder transferncia dos recursos destinados assistncia social, na forma prevista nesta lei;

VII - encaminhar apreciao do Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) relatrios trimestrais e anuais de atividades e de realizao financeira dos recursos;

VIII - prestar assessoramento tcnico aos estados, ao Distrito Federal, aos municpios e s entidades e organizaes de assistncia social;

IX - formular poltica para a qualificao sistemtica e continuada de recursos humanos no campo da assistncia social;

X - desenvolver estudos e pesquisas para fundamentar as anlises de necessidades e formulao de proposies para a rea;

XI - coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e organizaes de assistncia social, em articulao com os estados, os municpios e o Distrito Federal;

XIII - expedir os atos normativos necessrios gesto do Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS);

XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional de Assistncia Social (CNAS) os programas anuais e plurianuais de aplicao dos recursos do Fundo Nacional de Assistncia Social (FNAS).

XV - articular-se com os rgos responsveis pelas polticas de sade e previdncia social, bem como com os demais responsveis pelas polticas socioeconmicas setoriais, visando elevao do patamar mnimo de atendimento s necessidades bsicas;

Eu s gostaria de fazer um comentrio sobre essa competncia desse rgo do Governo Federal contida nesse inciso XII: a importncia de colocar a assistncia em articulao com outras polticas que no s do campo social, no s as polticas de sade nem s as polticas de previdncia. Mas aqui a LOAS aponta para o que chama de polticas socioeconmicas setoriais. No sei bem o que seria isso, mas d margem para, por exemplo, a poltica de assistncia poder estar discutindo com a poltica econmica. Precisamos romper o nosso gueto, que s de falarmos para ns mesmos. Quem atua na rea social fala para quem atua na rea social e quem atua na rea econmica fala para quem atua na rea econmica, como se fossem coisas diferentes, ou coisas antagnicas. Precisamos romper isso e colocar a questo da dimenso social nas polticas econmicas. Isso uma coisa importantssima, que precisamos resgatar ou fazer, porque nunca fizemos isso.

A competncia do Ministrio da Assistncia Social. A Valria j citou as competncias do Ministrio.

Para mim tambm foi uma surpresa saber que o Ministrio aprova o oramento anual do Sistema S SESC, SENAI e o sistema de assistncia do transporte. Para mim foi uma surpresa. Aprovado isso, o CNAS no sabe disso, porque fui conselheiro do CNAS, fui secretrio-executivo do CNAS e nunca soubemos que a antiga Secretaria aprovava o oramento do Sistema S. E como isso no entra no Fundo Nacional? Como isso? Isso est fora dos critrios do fundo? Vamos precisar pensar sobre isso.

Elenquei algumas questes de que senti falta nas colocaes feitas em termos dos programas do Ministrio da Assistncia Social. Uma primeira observao que eu gostaria de fazer que no tenho receita para isso e at hoje ningum de ns conseguiu formular a estrutura que ns pensamos como sendo a rea da assistncia muito ainda a estrutura dos segmentos. E pensamos as aes a partir dos segmentos. E precisamos repensar isso e pensar em programas mais amplos, em que a questo dos segmentos estaria no pblico-alvo e no necessariamente como organizao das aes. Esse um formato que precisamos ainda construir. um formato novo em termos do prprio planejamento, e tambm em termos de pensar a poltica.

Senti falta, nas aes, do que chamamos de capacitao do sistema descentralizado. Fala-se ali muito dos gestores ou dos funcionrios pblicos que esto envolvidos na rea da assistncia, mas temos de pensar no sistema descentralizado como um todo: os gestores, os conselhos, a rede de proteo social, as organizaes de assistncia social, as organizaes de usurios, e a populao de modo geral. Temos de pensar a formao e a capacitao desse conjunto de atores. O sistema descentralizado no s os gestores e no s os conselhos paritrios alm disso. Temos de pensar a formao e a capacitao desse conjunto de atores.

Outro aspecto o reordenamento institucional, tanto dos rgos pblicos como das organizaes. No se faz reordenamento institucional sem aporte financeiro. uma experincia que tivemos na rea da criana e do adolescente atravs do Estatuto da Criana e do Adolescente ECA, que previa a questo do reordenamento institucional. No houve recursos para isso e ficou parado. Pensamos uma poltica nova com as estruturas antigas. Precisamos pensar recursos para o reordenamento institucional.

Outro aspecto que precisamos discutir que temos um conjunto de direitos que no suficientes para atender nossa demanda, no resta dvidas, mas temos um conjunto da populao que em tese teria que ter acesso a esses direitos e no consegue, ou porque no tem informao ou porque no sabe nem aonde se reportar. Temos de pensar aes de campanhas pblicas de esclarecimento para essa populao, de como ela acessa os seus direitos.

mais ou menos isso o que estou chamando de programas: servios de acesso a direitos, que garanta populao o acesso aos seus direitos.

Outra questo que est na LOAS como competncia do Ministrio o Programa de Estudos e Pesquisas. Isso fundamental. Temos de ter alguma coisa voltada para estudos e pesquisas. Que se pense em uma metodologia de avaliao, que se pense tambm como fazer para que as polticas sociais cheguem na ponta, o que a Ministra disse inicialmente. Que tambm se possa sistematizar novas abordagens. Temos experincias riqussimas no Brasil de novas abordagens de determinados segmentos. Pegando como exemplo a pessoa portadora de deficincia mental, temos experincias riqussimas de incluso do deficiente mental na vida comunitria, na vida familiar, no sistema de educao, no mundo do trabalho. Temos que ter estudos e recursos para sistematizar essas experincias, para que elas possam ser multiplicadas. Claro que h a questo da realidade, mas que possam ser socializadas. Tambm teria um campo a, dentro desses estudos e pesquisas, de se pensar o que chamamos de programas no-institucionalizados. Precisamos romper uma viso segundo a qual para tudo precisamos criar uma instituio. Tenho algumas experincias de programas para os quais no foi preciso institucionalizar. Talvez essa rea de estudos e pesquisas pudesse ajudar a sistematizar essas experincias, oficializar isso para o conjunto da populao.

Temos de pensar na avaliao da rede histrica. Quando falo avaliao da rede histrica no significa dizer que a avaliao vai ser um instrumento para se dizer que se continua no convnio ou sai do convnio. No isso. Mas necessrio se ter uma avaliao da rede histrica para se poder ajudar essa rede histrica a fazer o seu reordenamento institucional e a melhorar a qualidade de seus servios. Quando digo avaliao da rede histrica no aquela avaliao de quem vai ficar, de quem vai sair. Mas serve para pensarmos realmente no fortalecimento do sistema descentralizado est nessa perspectiva.

Outro aspecto fundamental a questo da reviso dos critrios do acesso ao benefcio de prestao continuada. Vi uma verso no sei se essa ou a antiga que ainda exige como critrio de acesso aos benefcios da assistncia social um quarto de salrio mnimo. No preciso argumentar isso: no d mais para se ter um quarto de salrio mnimo como critrio de acesso aos benefcios. (Palmas.)

Precisamos de certa forma incluir no PPA uma questo que estou chamando de empoderamento do pblico-alvo da assistncia social. Na rea da Assistncia no temos ainda organizaes realmente fortes e que se organizam como usurios da assistncia social. Percebemos isso muito na eleio da sociedade civil no campo dos usurios. Temos uma lacuna. Isso envolve o empoderamento do pblico-alvo. Envolve tambm o apoio criao e fortalecimento das organizaes j existentes, apoio na falta de melhor termo a aes comunitrias, no sentido de aes de defesa de direitos, que no vi presentes na proposta apresentada pelo Ministrio. Temos algumas organizaes que atuam no campo da defesa de direitos. A maioria dessas organizaes so embries de organizaes dos usurios e fogem quele esquema de apoio de financiamento do atendimento uma outra lgica. Temos de pensar como faremos com essa questo do empoderamento do pblico-alvo da assistncia social.

H outro aspecto em que precisaramos pensar quando falamos no PPA da Assistncia Social. No sei se foi pela forma como foi apresentada ou se essa a situao em que se encontra isso no prprio Ministrio, talvez isso pudesse ser esclarecido. Como na apresentao no se coloca em termos gerais o que o PPA teria que colocar o aporte financeiro e as metas principalmente, fica-se sem saber qual a cobertura desses servios e desses programas. Temos de discutir, junto com essas aes, as metas. Posso pensar um programa muito bem desenhado, muito bem fundamentado teoricamente em termos de concepo, mas para um pblico de cinco mil, sendo que a demanda de dez milhes. Talvez eu tenha exagerado, mas no h como pensarmos o PPA seus programas e aes dissociado da meta, das demandas. Isso envolve toda uma discusso sobre a universalizao dos direitos. Temos que estar na perspectiva da universalizao. E um dos elementos da universalizao no o nico so as metas. Temos de discutir juntamente a questo das metas, de que senti falta nesses documentos. Assim tambm como a questo dos indicadores, porque todo PPA tem indicadores e isso no foi colocado , para podermos fazer uma anlise mais global dessa proposta.

Para finalizar, quero dizer da riqueza que so esses momentos de interlocuo que estamos vivendo. Passamos por uma experincia nos ltimos anos ns, da rea social, principalmente em que ficamos reagindo muito aos desmontes das coisas. E a Mrcia Pinheiro fala muito disso: que passamos anos reagindo para no desmontar o que havia sido construdo. Estamos em um outro patamar hoje que no sentido de podermos realmente interferir no que est sendo decidido. Essas audincias sobre o PPA que esto sendo feitas em todo o Pas, nos estados, apontam para isso. Apesar de todas as dificuldades e de todas as lacunas, de todos os problemas que possa haver, temos uma direo nesse sentido.

Essa Reunio Ampliada do CNAS, convocada para discutir o PPA da Assistncia Social, fundamental no sentido da interlocuo. Creio que dever haver outro momento, em que o Governo ter que fazer a devoluo disso, dizendo o que ele est incorporando dessas audincias todas, em todas essas escutas. Mas um momento riqussimo. Samos do patamar dos neobobos, como ramos chamados, e estamos indo para um patamar de cidado, onde o cidado ouvido. (Palmas.)

Temos de entender esse movimento. S que esse movimento depende muito da nossa capacidade como sociedade civil de saber o nosso papel.

No quero polemizar, mas temos dificuldades s vezes de entender o papel da sociedade civil e do lugar que esta sociedade tem que ter nesses espaos. Na negociao toda das audincias do PPA, nos estados em que estou como coordenador da Abong, quando discutamos com o cerimonial, com a Secretaria Geral da Presidncia, dizamos que, inicialmente, na abertura, teria que haver uma fala da sociedade civil o espao outro, tem que haver a fala da sociedade civil. Conseguimos isso.

Hoje aqui na abertura desta Reunio Ampliada no tivemos a fala da sociedade civil. Tem que haver. S assim vamos conseguir uma interlocuo real com o Estado. (Palmas.) Esses momentos simblicos parecem coisas simples, mas a simbologia fala muito. E a simbologia estava aqui presente com a Ministra, que tinha que ouvir a fala da sociedade civil. Os Conselhos no so sociedade civil.

Chamo a ateno disso para cada vez mais pensarmos em estratgias de fortalecimento da sociedade civil, o que est na perspectiva no controle pblico do Estado. a sociedade que tem que controlar o Estado e no o Estado controlar a sociedade.

Obrigado. (Palmas prolongadas.)MESTRE-DE-CERIMNIAS Para alguns esclarecimentos, passamos a palavra Sra. Valdete de Barros Martins, Presidente eleita do CNAS 2003/2004.

VALDETE DE BARROS MARTINS Bom-dia a todos. Agradeo as intervenes at aqui feitas pela Valria, o Vando e o Moroni.

Na nossa programao, teramos aqui um tempo maior para esclarecimentos. Porm, pelo adiantado da hora, vou encaminhar de outra forma.

Em nossa programao, queremos valorizar a participao nos grupos, porque acredito que, conforme a metodologia organizada pelo Conselho e o Vando vai estar se referindo a isso , vamos ter em cada grupo conselheiros que sero os facilitadores no sentido de discutirmos as propostas aqui apresentadas.

Nesse sentido, quero abrir para trs a quatro intervenes para esclarecimentos que possam ser dados aqui pelos participantes da mesa. Espero contar com a colaborao dos participantes nesse sentido.

Gostaramos de pedir s pessoas que tenham alguns esclarecimentos a serem feitos, que possam se dirigir a este local. Vamos ficar em trs pessoas. So apenas esclarecimentos. Acredito que o debate e as questes maiores sero discutidas em grupo. Se atrasarmos os nossos trabalhos em grupo, com certeza vai haver prejuzo. J estamos uma hora atrasados pela programao.

Por favor, quem quiser fazer esclarecimentos dirija-se quele local.

Sero as trs intervenes e a responderemos em bloco.

Com a palavra a Sra. Marlene de Ftima Azevedo.

MARLENE AZEVEDO SILVA Bom-dia a todos. Bom-dia Mesa.

uma pena no termos mais tempo para fazermos os esclarecimentos necessrios ao trabalho de grupo, at mesmo porque teramos que ter maiores esclarecimentos com relao aos programas, s aes postas. Vai ser um prejuzo que tentaremos recuperar no grupo.

Mas levantei aqui duas questes mais gerais, que gostaria fossem esclarecidas, at mesmo para nortear os trabalhos de grupo.

Primeiro, eu gostaria de saber qual a lgica que norteou a construo do PPA? Entendendo que esse documento final foi elaborado a partir das orientaes do Ministrio do Planejamento, mas certamente o Ministrio da Assistncia Social levou uma proposta construda a partir de uma lgica.

A minha pergunta se d em virtude de que, s vezes, os programas esto postos a partir de segmentos e, outras vezes, a partir das problemticas. O Moroni abordou essa questo. Acho que isso tem que ser mais bem explicitado, uma vez que a forma como est posta dificulta a compreenso do todo.

Outra pergunta fao para a Valria especificamente. Voc disse que o fortalecimento do sistema descentralizado estava garantido no PPA. Confesso ter tido dificuldade de identificar aqui as aes que apontavam para esse fortalecimento. Assim, eu gostaria que voc fizesse essa indicao. Tambm quero levantar a questo considerando esse fortalecimento da existncia dos escritrios regionais, que esto previstos aqui.

VALDETE DE BARROS MARTINS Obrigada, Marlene.

Sr. Rolf.

Peo que as intervenes sejam breves e objetivas, por favor.

ROLF HARTMANN - Vou ser bem breve. H uma problemtica que perpassa a maioria dos programas apresentados ou boa parte deles: a questo da dependncia qumica. Como esse Plano Plurianual ultrapassa, inclusive, as aes do Ministrio da Assistncia Social, a dependncia qumica deveria ter um tpico especfico, assim como o abuso sexual da criana e do adolescente, erradicao do trabalho infantil e outros. (Palmas.)

o que eu gostaria de solicitar. No consegui ver isso no Plano.

VALDETE DE BARROS MARTINS Sra. Janira.

JANIRA DO COUTO MANICA A minha pergunta para a Valria. Por que no est explcito, assegurado, no PPA, o SAC? Est assegurado s o BPC. E o SAC, aquele Servio de Ao Continuada, da antiga LBA? Ele no est especificado no Plano. E ele assegurado pela Constituio, cujo artigo o Moroni citou, artigo que claro nisso a. Ele no est no Plano. Se no estiver no plano, as Apaes, os que atendem os deficientes, os lares dos idosos, e essas pessoas todas que tm esse convnio da antiga LBA estaro com dificuldades muito grandes neste setor. Estamos com as verbas desde 1994 sem nenhum aumento, nem de valor e nem de meta, e agora no o vemos no Plano Plurianual. (Palmas.)Isso realmente nos preocupou. Viajei 2.500 quilmetros para chegar aqui. Isso nos preocupou bastante.

VALDETE DE BARROS MARTINS Obrigada.

O Sr. Carlos Roberto, a ltima interveno (Palmas).

CARLOS ROBERTO PEREIRA DA SILVA O companheiro trouxe uma fala sobre dependncia qumica.

Sou Presidente de uma Federao. No Brasil, existem acima de duas mil comunidades teraputicas, que trabalham com dependentes qumicos drogas e lcool. Atendemos hoje no Brasil perto de 60 mil pessoas e no vimos as comunidades teraputicas para dependentes qumicos includas.

Essa era nossa preocupao. Gostei muito da exposio do Moroni, quando ele fala nessas possibilidades, mas deveria ser um pouco mais claro, para que pudssemos estar fazendo parte desse programa.

Era essa a minha fala. Obrigado. (Palmas.)VALDETE DE BARROS MARTINS Agradecemos as intervenes. H algumas intervenes que so propostas e no pedido de esclarecimentos. Acredito que, nos trabalhos em grupo, poderemos debat-las melhor.

Vou passar para os esclarecimentos da Valria e depois para o Moroni, se quiser dizer alguma coisa.

Valria, por favor.

VALRIA DE MORAES Vou responder os pedidos de esclarecimentos. As propostas sero debatidas nos grupos.

O primeiro esclarecimento ao Moroni. Estamos ainda na fase chamada qualitativa do PPA, em que apontamos s as diretrizes. Assim que tivermos feito toda a organizao disso, passaremos fase quantitativa, em que estabelecemos os valores. Vamos ter uma nova rodada de discusso. Ontem eu conversava com o Charles para que mantenha contato conosco para esse segunda fase, porque ela se inicia com a definio por parte do Planejamento com a Fazenda das cotas de cada Ministrio, a partir das quais teremos condies de trabalhar. Assim, em um momento posterior mesmo.

O questionamento a respeito da lgica segmento/problemtica, pensei ter esclarecido isso durante minha apresentao, mas creio no ter sido muito clara. Havamos feito uma abordagem diferente na primeira verso. Ao remeter ao Planejamento, eles fizeram uma fundamentao no sentido de retornarmos situao no s de segmentos, mas acrescentando tambm o programa de erradicao do trabalho infantil, no sentido de garantir, nesse primeiro ano do PPA, que vai ser 2004, uma possibilidade de maior comunicao com a sociedade. Essa mudana ser promovida a partir do trabalho que estamos desenvolvendo, para que na primeira reviso do PPA possamos avanar em relao a isso e voltarmos nossa proposta inicial de ter um programa que diz respeito ao sistema descentralizado e participativo, colocado como coisa nica no PPA. A verso 1 que vocs tm est nesta linha ainda.

Com relao ao fortalecimento do sistema tambm pensei ter abordado isso , temos toda a parte de fortalecimento dos conselhos especificamente, no programa de gesto da poltica. E temos abertura das aes, uma coisa que normalmente no trabalhada. Talvez seja necessrio ver um outro PPA para entender por que salientamos o fato de aquela primeira ao de cada programa ser completamente aberta. No usual, no essa a maneira correta entre aspas de trabalhar, o que normalmente se exige do PPA. O correto especificar exatamente o que vai ser feito em cada uma daquelas aes. E conseguimos, negociando com o Planejamento e deliberadamente , deixar uma ao que no diz exatamente o que ela faz, para que o municpio possa estar executando isso da forma que lhe parea mais adequada sua realidade local, incluindo a ao no-oramentria, que no futuro pode vir a ser a ao que substitui cada ao segmentada, naquela potencializao da rede do programa de atendimento integral famlia.

Com relao ao SAC, s no usamos o nome SAC. Est escrito Servio de Atendimento Socioassistencial, mas exatamente a mesma ao. Na verdade no estamos retirando nada. Estamos, na verdade, entrando com outra iniciativa, que a iniciativa dos Ncleos de Atendimento Integral Famlia, que se soma s iniciativas que as prefeituras j estejam levando a cabo.

VALDETE DE BARROS MARTINS Obrigada, Valria.

Antes de passar a palavra ao Vando, para fazer esclarecimentos sobre metodologia dos trabalhos em grupo, gostaria de lembrar que esta Reunio Ampliada do CNAS para Discusso do PPA da Assistncia Social um espao no-deliberativo. um espao em que vamos ampliar o debate sobre o PPA e colher evidentemente propostas, a partir dos trabalhos em grupo, que possam ser incorporadas nesse Plano Plurianual.

Passo a palavra ao Vando, para que ele possa fazer os esclarecimentos com relao metodologia do trabalho de grupo.

Obrigada.

MESTRE-DE-CERIMNIAS - Gostaramos de dar algumas informaes. O almoo por adeso ser servido s 12h30min no restaurante no Colgio Militar, localizado ao lado deste auditrio.

As entidades religiosas de assistncia social presentes neste evento, durante o intervalo para o almoo, faro uma breve reunio na entrada do auditrio do Colgio Militar. Convidamos os representantes das mesmas para que, antes de irem almoar, encontrem-se no local marcado.

Outra informao: o Setorial Nacional de Assistncia Social do Partido dos Trabalhadores convida os militantes petistas da assistncia social para reunio aps os trabalhos de grupo da manh, na sala de conferncias, ao lado da escada de entrada, no andar trreo.

O Frum Nacional de Assistncia Social FNAS, convida os participantes de fruns estaduais e/ou municipais para uma breve reunio para troca de informaes no retorno do almoo, na entrada do auditrio.

Neste momento, convidamos o Sr. Vandevaldo Nogueira, para informar a metodologia dos trabalhos em grupo.

VANDEVALDO NOGUEIRA Quero s lembrar que, na programao, vocs tm nitidamente qual o objetivo do CNAS com esta reunio ampliada: conhecer, debater e encaminhar as propostas de complementao ao PPA do Ministrio de Assistncia Social sob a tica da LOAS. Esse o objetivo do Conselho Nacional de Assistncia Social, com essa reunio ampliada.

Como a Valdete disse, quer-se valorizar o mximo de participao das pessoas e a plenria o lugar menos recomendado para isso. A plenria bom para ouvir, mas no muito bom para participar.

Da se pensou no trabalho em grupo. Quer-se tambm discutir o documento todo. Queremos debater e discutir integralmente essa proposta apresentada pelo Ministrio. Como pensamos? Organizamos cinco grupos. Somos quase quatrocentas pessoas na plenria. Organizamos cinco grupos, sendo que cada grupo se subdivide em trs subgrupos. Teremos, ento, o Grupo 1-A, o Grupo 1-B e o Grupo 1-C, ou seja, cada grupo se decompe em trs subgrupos e vo trabalhar em salas separadas

Organizamos as salas na forma de quinze subgrupos. Por qu? Queremos que as pessoas participem o mximo possvel. Cada subgrupo ter aproximadamente trinta pessoas. Se juntasse todo mundo, j seria uma miniplenria, no seria um grupo.

Para facilitar os trabalhos da volta dos grupos, os relatores de cada grupo Grupo 1, Subgrupo A, B e C e os facilitadores vo se reunir no perodo da tarde durante uma hora para sistematizar os resultados de cada trs subgrupos e o que vir plenria so cinco resultados j sistematizados dos subgrupos. Seno, iramos ter aqui 15 resultados de subgrupos, o que levaria um tempo imenso.

Os relatores de cada subgrupo vo se encontrar durante uma hora para organizar os resultados e apresent-los Plenria, a partir das quatro horas da tarde de hoje.

Na programao, os grupos teoricamente comeariam a trabalhar s 10h40min. Almoariam ao meio-dia e meia, e voltariam ao trabalho de grupo at s quinze horas. No alteramos o horrio de almoo. Assim, o grupo vai trabalhar saindo daqui, almoa e volta cada qual para o seu subgrupo.

As pessoas que no se inscreveram com antecipao, creio, no tm um crach dizendo qual o subgrupo. Essas pessoas que no tm identificados os subgrupos devem se dirigir mesa de inscrio, de cadastramento, e vo receber orientao para onde devem ir. H uma distribuio equitativa.

H duas perguntas que sero feitas nos subgrupos. Primeira, se a proposta apresentada pelo Ministrio suficiente dentro da tica da LOAS. A podero ser sugeridos acrscimos, alteraes ou supresses. A primeira pergunta se esses programas apresentados, dentro da tica da LOAS, so suficientes e quais sugestes. J foram apresentadas propostas aqui. Esperamos que nos grupos sejam trabalhadas muitas coisas.

Aqui vem uma nova orientao. Os participantes que no tm a identificao do nmero do grupo permaneam sentados no auditrio. Quem tem se retira logo em seguida e desce uma rampa esquerda do auditrio e l se encontram as pessoas que vo orientar para as salas.

Aqueles que no tiverem o nmero do grupo no crach procurem Mercs e Soraya no credenciamento. a mesma coisa. permanecer sentado e aqui vai ser orientado.

Outra questo para os grupos que agregamos todos esses programas em cinco. Falarei rapidamente e no grupo o detalhe ser maior. Agregamos o programa 1 e o 4 num grupo; o 2, 6, e 7 em outro grupo; o 5, o 10 e o 3 em outro grupo; o 13, o 14 e o 15 em outro grupo; o 8, 9, 11 e 12 em outro grupo. Por aproximao. A idia que cada grupo, subdividido em subgrupo, discuta todos os programas alocados naquele grupo. No o subgrupo discutir um, o outro discute outro. No. O Grupo 1 discute os programas todos que esto alocados para vocs. H na porta a explicao desses programas, detalhando quais os programas de cada subgrupo. Importante que, ao final, tenhamos discutido todo o documento e tenhamos sugestes sobre todo o documento.

So duas questes. Uma questo : estes programas so suficientes? Quais sugestes? Se sim, O.k. Se no, quais sugestes? So as duas perguntas.

Isso posto, vamos ao trabalho dos grupos at meio-dia e meia. Ainda h dois recados.

VALDETE DE BARROS MARTINS Las Moura Marques Gonalves e Isair Guerreiro convidam as pessoas que defendem os direitos das pessoas portadoras de deficincia para uma reunio no final da plenria, parte da manh, na entrada deste auditrio, do lado direito.

Vou passar a palavra ao Moroni, que ele tem mais um recado, para em seguida, sairmos para os trabalhos em grupo.

JOS ANTNIO MORONI Antes foi dado um aviso da reunio do Frum Nacional de Assistncia com os fruns estaduais e municipais, aps o almoo. Estamos mudando isso. Peo que procure a Vernica quem pertence aos fruns estaduais e municipais, para atualizarmos nossa listagem de endereos. Vamos conversar naquele intervalo da tarde, para o caf, antes da apresentao dos resultados dos sistematizadores. Naquele momento estaremos nos encontrando.

VALDETE DE BARROS MARTINS Obrigada. Vamos para os trabalhos em grupo.

VANDEVALDO NOGUEIRA Lembrete: quem no tem crach permanea sentado para receber as orientaes aqui mesmo em plenria.

MESTRE-DE-CERIMNIAS Peo a todos para que desliguem os seus celulares.

O objetivo desta reunio conhecer, debater e encaminhar as propostas de complementao do Plano Plurianual de Assistncia do Ministrio da Assistncia Social, sob a tica da LOAS.

Para a apresentao dos resultados dos grupos, chamamos para compor a Mesa o Sr. Charles Pranke, Conselheiro do CNAS, o Sr. Vandevaldo Nogueira, Secretrio-Executivo do CNAS.

Com a palavra, o Sr. Vandevaldo Nogueira.

COORDENADOR (Vandevaldo Nogueira) chegada a hora de socializar o que foi discutido nos grupos: as propostas, as sugestes, os resultados. Chamaria pela ordem de grupo 1 a 5.

Consultei alguns relatores que consideram que cinco minutos so suficientes, mas a Mesa pode tolerar at dez minutos. Contudo, quanto menos tempo melhor.

Chamo a Relatora do Grupo 1, Sandra.

SANDRA TEIXEIRA Ficamos com dois programas: o de n 1, Ncleos de Atendimento Integral Famlia, e o de n 4, Proteo Social Pessoa Portadora de Deficincia.

Devido ao curto tempo que temos para falar, alguns grupos fizeram observaes para orientar as aes, mas vou me referir mais s aes.

Com relao ao Ncleo de Atendimento Integral Famlia, na primeira ao, ficou estabelecido:

a) Capacitao de Tcnicos, Gestores e da Rede de Proteo Assistencial para a implementao dos Ncleos de Atendimento Integral Famlia.

Na letra b, houve alterao tambm. E a redao a seguinte:

b) Garantia de oramento para o funcionamento dos recursos fsicos e equipe tcnica em nmero suficiente para atender demanda.

Na letra c, permaneceu a redao. Na letra d, ocorreu alterao da redao:

d) Potencializao da Rede de Preveno, Proteo e Promoo Social, considerando a integrao das aes das polticas sociais, o planejamento familiar e com nfase na gerao de trabalho e renda.

Na ltima proposta, tambm ocorreu alterao de redao:

e) Gesto e Administrao do Programa com a participao da sociedade civil.

E houve o acrscimo de uma proposta:

f) Elaborao de proposta da Poltica Nacional de Ateno Integral Famlia.

Com relao s observaes que devem ser tratadas nos objetivos do NAIF, eles so e precisam ser genricos, para que as comunidades tenham autonomia de gesto. Mas o Grupo entende que preciso explicitar algumas problemticas prioritrias, como dependncia qumica e adolescentes em conflito com a lei.

O Ministrio da Assistncia Social deveria tomar a iniciativa de propor uma poltica de ao em dependncia qumica em conjunto com outras reas: sade e educao, inclusive de apoio aos servios de preveno, tratamento e acompanhamento de dependentes de substncias psicoativas.

No segundo programa, de Proteo Social Pessoa Portadora de Deficincia, a primeira ao ficaria com a seguinte redao:

a) Servios de Preveno, Proteo e Promoo Social Pessoa Portadora de Deficincia e suas famlias.

Com as seguintes observaes: considerar o estabelecimento de convnios com as instituies beneficentes.

Essa redao tambm deve ser utilizada nos Programas n 2, 3 e 5.

Letra b:

b) Construo, Ampliao e Modernizao de Centros Pblicos para Atendimento s Pessoas Portadoras de Deficincia, com base no conceito de acessabilidade universal.

Houve um grupo que pediu a retirada do termo pblico, mas decidimos pela sua permanncia, porque pblico no governo.

Na letra c, entende-se que a Renda Mensal Vitalcia de responsabilidade do Ministrio da Previdncia Social, portanto no deve compor o PPA da Assistncia Social.

Na letra d:

d) Pagamento de BPC Pessoa Portadora de Deficincia.

Deve conter as seguintes observaes, porque trata mais da reviso dos critrios de concesso: renda familiar per capita precisa ser revista e deve haver programas socioeducativos agregados no caso da pessoa portadora de deficincia.

A reviso do BPC no alcana as pessoas que se deslocam para outras regies, as revises precisam ser mais publicizadas, alm da necessidade de haver uma orientao sobre como proceder para no perder o benefcio devido a esse processo de reviso.

Outra observao seria: os critrios de concesso e manuteno so desumanos. preciso considerar o contexto dos usurios. Para tanto, preciso dar maior ateno avaliao dos assistentes sociais, e no somente percia mdica.

E, por ltimo, garantir a capacitao e humanizao do atendimento por parte dos tcnicos responsveis pela percia mdica.

Na letra e, entendeu-se que necessria a excluso dessa ao, que diz respeito remunerao dos Agentes Pagadores de BPC Pessoa Portadora de Deficincia, por entender que esses agentes pagadores so os bancos.

As letras f e g continuam e ocorreu a incluso de cinco aes: primeira, a remunerao dos agentes prestadores de servios assistenciais, como, por exemplo, as ONGs. uma proposta que deve se estender aos Programas n 2, 3, 5, 6, 17 e 16, que foi outra incluso de um grupo.

H uma outra ao: manuteno do pagamento do servio de ao continuada pessoa portadora de deficincia nas aes de habilitao e reabilitao, observando que esse pagamento deve atentar para o aumento do valor per capita e para a ampliao das metas de atendimento.

A terceira proposta includa a realizao de pesquisa e diagnstico por rea de deficincia.

A quarta proposta: campanha de sensibilizao da sociedade quanto questo da deficincia.

E a ltima proposta includa o combate violao de direitos.

Um grupo props a incluso de mais dois programas: de n 16, com o nome de Preveno e Combate Dependncia de Substncias Psicoativas um programa que ficaria sob a responsabilidade do Ministrio de Sade, mas com a previso de duas aes e recursos do Ministrio de Assistncia.

A primeira seria servio de preveno, tratamento e acompanhamento a usurios de substncias psicoativas e suas famlias, e a segunda: publicidade de utilidade pblica.

O segundo programa proposto, que seria o n 17, de proteo e promoo pessoa portadora de doenas crnicas e incapacitantes, para o qual so previstas trs aes: primeira, servio de proteo e promoo pessoa portadora de doenas crnicas e incapacitantes; pagamento do benefcio de prestao continuada; capacitao de tcnicos e gestores no atendimento pessoa portadora de doenas crnicas e incapacitantes.

Essas foram as propostas consolidadas dos trs subgrupos do Grupo 1. Obrigada.

COORDENADOR (Vandevaldo Nogueira) Peo Sandra que continue Mesa.

Chamo os outros grupos: 2, 3, 4 e 5, para ficarem Mesa e apresentarem na seqncia, para ganharmos tempo.

Grupo 2, Mariluci.

MARILUCI DELGADO HACHMANN Boa-tarde a todos. Meu nome Mariluci, estou representando o CEAS de Mato Grosso.

Fizeram parte deste grupo, do fechamento das propostas, a Ftima Vidoto, do Mato Grosso do Sul, Solange Martins, do Distrito Federal, Grisel Crispi, de Braslia, e eu, que estou relatando para vocs.

Para facilitar, usamos uma metodologia dividindo em segmentos. Fizemos primeiro uma anlise geral desses trs itens que compem o nosso trabalho, depois fizemos uma sugesto geral, pois algumas coisas no esto bem focalizada nesses trs itens, porque o Grupo entendeu que deveria trazer para vocs, e propostas de alterao e propostas de incluso. Vou tentar caminhar mais ou menos conforme esses itens.

Ao analisar essa proposta de maneira geral, o Grupo entendeu que ela est muito focada no nvel elevado, muito tcnico, e muitas vezes gera um conceito dbio. Como visamos justamente a descentralizao, temos que pensar no PPA que vai atingir a ponta, ou seja, municpios e comunidades. Entende-se que o PPA ainda est num nvel muito tcnico e que no tem esse esclarecimento.

As aes do Ministrio da Assistncia Social nos programas intersetoriais no esto especificadas e a apresentao da estrutura muito fragmentada. Apesar de sempre falarmos da intersetorialidade, ainda no estamos vendo isso nessa apresentao.

H algumas coisas que no ficaram bem esclarecidas. O Grupo tem algumas dvidas que vamos apresentar para vocs.

Gostaramos tambm de registrar que essas dvidas muitas vezes ocorreram com algumas pessoas do grupo, no em todo o Grupo, mas entendemos que deveriam ser mantidas, porque foram realmente discutidas e inseridas em pau