o atendimento odontolÓgico na infÂncia...

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1 O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA INFÂNCIA COM AUXILIO DE TÉCNICAS PARA CONTROLE DE COMPORTAMENTO Jarbas Eugênio Toledo Júnior* Lucas Dornelas da Silva* Ramon Arêdes Oliveira Figueiredo* Rômulo Lucas* Maria Clotilde Magalhães Menezes Pimentel** Walter Willian Pereira Barreto*** RESUMO Em determinadas situações é comum o cirurgião-dentista encontrar no consultório crianças que resistem ao atendimento odontológico. Baseado nesta situação, este artigo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre o desenvolvimento psicológico da criança e como abordá-la durante o atendimento odontológico. Dentro desta revisão foi abordado o quão importante a boca é para o paciente, o que representa o ambiente odontológico para eles, a origem de seus medos e ansiedades, e a importância da utilização de técnicas de controle de comportamento e ansiedade, onde se pode concluir que a relação paciente-profissional é muito importante, devendo este não ter apenas qualificação técnico científica, mas também conhecimento sobre desenvolvimento psicológico infantil, e sobre técnicas de abordagens para pacientes pediátricos, para que possa fazer uso destas técnicas, quando necessário, respeitando sua aplicação de acordo com a idade e limitações de cada criança. Palavras-chave: Odontopediatria. Desenvolvimento Psicológico. Técnicas de controle de ansiedade. * Acadêmicos do 8º período do Curso de Odontologia, da FACS/UNIVALE **Mestre em Odontopediatria e professor adjunto do curso de Odontologia FACS/UNIVALE ***Psicólogo, Pós-Graduado em Educação PUC-MG, Mestre em Ciência da Educação Havana - Cuba

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O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NA INFÂNCIA COM AUXILIO DE TÉCNICAS PARA CONTROLE DE

COMPORTAMENTO

Jarbas Eugênio Toledo Júnior*

Lucas Dornelas da Silva*

Ramon Arêdes Oliveira Figueiredo*

Rômulo Lucas*

Maria Clotilde Magalhães Menezes Pimentel**

Walter Willian Pereira Barreto***

RESUMO

Em determinadas situações é comum o cirurgião-dentista encontrar no consultório crianças que resistem ao atendimento odontológico. Baseado nesta situação, este artigo teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre o desenvolvimento psicológico da criança e como abordá-la durante o atendimento odontológico. Dentro desta revisão foi abordado o quão importante a boca é para o paciente, o que representa o ambiente odontológico para eles, a origem de seus medos e ansiedades, e a importância da utilização de técnicas de controle de comportamento e ansiedade, onde se pode concluir que a relação paciente-profissional é muito importante, devendo este não ter apenas qualificação técnico científica, mas também conhecimento sobre desenvolvimento psicológico infantil, e sobre técnicas de abordagens para pacientes pediátricos, para que possa fazer uso destas técnicas, quando necessário, respeitando sua aplicação de acordo com a idade e limitações de cada criança.

Palavras-chave: Odontopediatria. Desenvolvimento Psicológico. Técnicas de controle de ansiedade.

* Acadêmicos do 8º período do Curso de Odontologia, da FACS/UNIVALE

**Mestre em Odontopediatria e professor adjunto do curso de Odontologia FACS/UNIVALE

***Psicólogo, Pós-Graduado em Educação PUC-MG, Mestre em Ciência da Educação Havana - Cuba

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INTRODUÇÃO

O controle da doença cárie, vem merecendo atenção especifíca em crianças de

tenra idade, devido ao alto índice da doença nesta faixa etária. Devido a esta demanda

existe também a necessidade de profssionais que estejam preparados para atender este

público. Preparo este que além do conhecimento científico em relação a doença cárie, o

cirurgião-dentista deve ter também conhecimentos da estrutura psicológica infantil,

para atender este público adequadamente (MCDONALD; AVERY, 2001).

É de grande importância, que o odontopediatra conheça o desenvolvimento

psicológico da criança, pois só assim ele saberá lidar com esta nas diversas faixas

etárias e não ser um profissional a mais, que trata da criança sem nada conhecer sobre

seu universo, níveis de desenvolvimento mental e emocional. Com o esclarecimento do

que ocorre em cada fase, torna-se mais fácil estabelecer um diálogo e conseguir a

colaboração da criança durante o tratamento odontológico (CORRÊA, 2002).

Pesquisas dirigidas essencialmente ao levantamento quantitativo e qualitativo do

estresse infantil vêm demonstrando que essa realidade pode ser considerada

preocupante, pois os mitos acerca da infância levam muitos adultos a acreditarem que

crianças nos 1º e 2º anos de vida dificilmente terão estresse tais como os maiores de

idade cronológica que freqüentemente apresentam no seu dia-a-dia esta condição, e na

verdade estas crianças estão sedentas de orientações e compreensão a cerca de suas

dificuldades (CORRÊA, 2002).

O cirurgião-dentista, que desenvolva atividades clínicas na cavidade bucal de

crianças, além do conhecimento técnico-científico, tenha também conhecimento de seu

desenvolvimento psicológico. Sendo assim o objetivo deste trabalho é realizar uma

revisão da literatura sobre o desenvolvimento psicológico da criança e como abordá-la

durante o atendimento odontológico.

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REVISÃO DA LITERATURA

Desenvolvimento psicológico infantil

Desde os primeiros dias, a criança está ligada à mãe pelo olfato e pela voz, que lhe

permite encontrar-se. É o outro que é detentor da identidade do sujeito, pois é através do

outro, isto é, da mãe-nutriz, que o bebê reconhece e se reconhece num campo de odor,

ou, em termos mais gerais, num espaço mediatizado (LEUDOX,1991).

Na díade mãe-filho, Násio (1995) relatou que o bebê pode perceber o que é

sentido pela mãe, assim estando pronto para receber a linguagem, é a mãe que carrega a

criança, que dá carinho, que mantém o contato corpo a corpo e humaniza pelo efeito da

fala dando assim um esteio ao eu psíquico do bebê.

A função exercida pelo pai é de romper esta ligação dual e erótica entre mãe-filho,

na forma de lei, livrando o infans de uma relação imaginária e regressiva (LEUDOX,

1991).

Os bebês nos primeiros seis meses de vida estão em um estado que Winnicott

(2000) chamou de dependência absoluta. A criança neste período se encontra em um

estágio onde ela e a mãe representa no ponto de vista do bebê, uma pessoa apenas, o

corpo da mãe é uma extensão do seu. Sendo assim, se faz necessário à adaptação da mãe

a algumas condições que a autora nomeou de três funções maternas. A primeira é a

apresentação do objeto, que seria a apresentação do seio ou da mamadeira, onde o bebê

acha que o corpo da mãe é uma extensão do seu eu, o seio que o alimenta não está a

parte de si e sim “aparece” quando o lactente sente confusamente a sua falta e está

pronto para imaginá-lo. A segunda função é a sustentação ou holdinig, que enfatiza o

modo de segurar o bebê, não só fisicamente, mas também psiquicamente. O modo como

segura o bebê dá esteio ao eu da criança colocando-a em contato com a realidade. A

manipulação ou handling é a 3ª função que enfatiza a manipulação do bebê enquanto ele

é cuidado e está ligada a troca de roupa, ao banho, ao “ninar”. O emprego desta terceira

função materna é importante para o bem estar físico do bebê, que aos poucos vai se

percebendo vivendo dentro de um corpo e com isto realiza uma união entre sua vida

psíquica e seu corpo. É o que se chama de personalização. A boca do bebê na fase oral

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não é apenas o encontro das pulsões com o prazer de uma zona erógena, mas exprime

também a modalidade de encontro com o outro.

Winnicott (1975) citado por Násio (1995) relatou que a fase de dependência

relativa tem seu inicio aos seis meses. O bebê começa a se perceber separado da mãe

e, em seguida, começa a perceber a união entre a vida mental e seu corpo. A criança

passa a tolerar as falhas de adaptação de sua mãe, como exemplo: sua mãe sair para

trabalhar, mas que ela vai voltar. Esta fase coincide também com os nascimentos dos

primeiros dentes, os dentes decíduos (dentes de leite).

De acordo com a teoria de Freud (1976), o sujeito não nasce com um aparelho

psiquico pronto e acabado, tanto da parte biológica quanto psiquica; tendo a necessidade

de um bom desenvolvimento psicológico infantil para a formação de um individuo

estruturado. A criança possui fases, sendo a primeira nomeada de Fase Oral, que

engloba entre 0 a 1 ano de vida. Nesta fase o principal ponto de tensão e gratificação é a

boca, a língua e lábios - inclui o morder e a sucção. A boca é considerada uma região

erógena, onde todas as atividades devem fornecer satisfação a esta área, por isso as

crianças nesta fase tendem a levar objetos à cavidade bucal. A segunda fase, nomeada

de fase anal, vai de um ano e meio a três anos e nesse período a criança alcança o

controle da bexiga e dos intestinos, passando a ter controle sobre seu próprio corpo

desenvolvendo assim suas potencialidades físicas. Aparecem sentimentos fortes e

contraditórios, dificuldade de organizar a mente. A fase fálica (edipiana) envolve os três

a cinco anos. As diferenças entre meninos e meninas começam a serem questionadas. A

imitação pelos pais é comum, assim como se apaixonarem por adultos do sexo oposto (o

pai ou a mãe). Nessa fase é necessário limites bem definido e orientação. Excesso de

precauções e proibições transforma curiosidade em passividade. Fase de latência (dos 5-

6 anos a 11 - 12 anos): Estado de relativa inatividade da pulsão sexual, com resolução

do complexo de Édipo; Pulsões sexuais canalizadas para objetivos mais apropriados

socialmente; Formação do superego; uma das três estruturas psíquicas da mente

responsável pelo desenvolvimento moral e ético, incluindo a consciência; Fase genital

(dos 11 -12 anos em diante): Estágio final do desenvolvimento sexual - começa com a

puberdade e a capacidade para a verdadeira intimidade. Pode-se dizer, que cada período

da vida do indivíduo tem seu determinante apropriado de angústia. Assim o perigo do

desamparo psíquico é apropriado ao perigo de vida quando o ego do indivíduo é

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imaturo. Quaisquer interferências negativas nestas fases relatadas trazem prejuízos

emocionais para a criança, podendo inclusive, ser etiologia de psicopatologias.

Ao longo de toda a infância, experiências positivas não são apenas

temporariamente reasseguradoras: o efeito cumulativo de experiências gratificantes e de

uma atmosfera amistosa em torno da criança é a construção de sua confiança nas

pessoas do mundo externo e de um sentimento geral de segurança. A crença da criança

nas coisas boas e nos bons relacionamentos dentro de si é fortalecida. Esses pequenos

passos na solução dos problemas centrais ocorrem na vida diária do bebê e da criança

pequena, e a cada vez que o problema é resolvido, algo é acrescentado ao seu

sentimento de estabilidade geral, fortalecendo as fundações de seu desenvolvimento

emocional (WINNICOTT, 2000).

Podemos ressaltar dois conceitos importantes no desenvolvimento psicológico:

maturidade e aprendizagem. O conceito da maturidade está relacionado às habilidades

inatas, ou seja, a hereditariedade; já o conceito de aprendizagem, envolve a habilidade

de absorver o meio ambiente e de interagir com ele (GUEDES-PINTO, 1997). Por

outro lado a teoria da maturidade tem como seu mais notável defensor Gesell (1970)

citado por Koch (1992), onde, o desenvolvimento é predominado e regulado pelas leis

sobre as quais o meio ambiente tem pequena influência.

Relação entre Psicologia e Odontologia

Para uma boa relação paciente-profissional, é importante que o cirurgião-

dentista tenha conhecimentos da psicologia infantil, pois um tratamento odontológico

inadequado e não satisfatório durante a infância pode determinar um dano permanente

na fase adulta. Além do mais a influência de antecedentes odontológicos negativos é o

principal indutor do medo e ansiedade. Por isso as expectativas de um paciente vão

além do tratamento curativo e preventivo, mas também o alívio da ansiedade e algum

suporte emocional com relação ao tratamento odontológico (ARAGONE; VICENTE,

1999).

Segundo Possobon (2000), a atuação profissional do odontopediatra não se

restringe apenas a execução de procedimentos técnico-preventivos e curativos de

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Odontologia, mas inclui também treinamento adequado para lidar com problemas

comportamentais do paciente, considerado as características de cada criança a fase de

desenvolvimento em que se encontra e as circunstancias especificas de cada situação.

Moraes e Pessoti (1985) já observaram que a competência do profissional de

Odontologia deveria ser avaliada a partir da consideração de dois fatores principais:

qualificação técnico-científica e capacidade de compreender a aceitar os

comportamentos inadequados do paciente que podem ocorrer na situação de

atendimento.

O profissional deve obter conhecimento sobre domínio lingüístico, que é o

gerenciamento da comunicação utilizando fala, toque e símbolos, associado a

fundamentos de Psicologia, pois são fundamentais para conduzir o atendimento de

urgência onde o diálogo é essencial para o sucesso no tratamento (JOSGRILBERG;

CORDEIRO, 2005).

Segundo Côrrea (2002), a face do individuo certamente é a janela para o mundo,

pois as estruturas anatômicas responsáveis por 3 a 5 sentidos humanos estão na face,

desde a fase intra-uterina, a boca é um elemento importante para o feto, é através dela

que a criança consegue deglutir, sorrir, e sugar, por isso quando é proposto relacionar

Psicologia para abordagem no tratamento odontológico, é fundamental conhecer como e

qual relação da boca, nao só no aspecto anatomofuncional, mas o que ela significa para

o ser humano.

Na fase oral, a boca é o órgão mais importante do corpo da criança sendo

considerada uma região de prazer, onde todas as atividades devem fornecer satisfação a

esta área, A criança explora o corpo e os arredores através da boca, pele e de ritmos,

enquanto os pais transmitem um conceito de corpo e seus arredores, assim com

sensação de segurança básica e satisfação. Sendo assim, o profissional dentista deve ter

um preparo para que não esteja invadindo justamente a área excitatória da criança de

forma inadequada (GUEDES-PINTO,1997).

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No estudo das relações sociais, devem-se valorizar o relacionamento da criança

no ambiente familiar e as interinfluências da personalidade no círculo da família, pois o

meio exerce grande influência sobre a criança (TOLEDO; ROCCA, 1996).

As causas da não cooperação da criança para a realização do tratamento

odontológico podem ser trazidas por ela ao consultório ou serem ali criadas no decorrer

do próprio tratamento mal conduzido. O medo é apenas uma destas inúmeras causas

(GRUNSPUN, 1965).

Considerando que uma das variáveis psicossociais de maior preocupação de

indivíduos que freqüentam consultórios de Odontologia é o medo do dentista e dos

eventos que envolvem o tratamento, deve-se observar que o medo é uma sensação

natural, que os indivíduos apresentam como resposta a situações percebidas como

estressantes ou aversivas e sobre as quais se sentem impotentes. Expostas a uma

condição que tenha gerado medo, as crianças tendem a apresentar algum tipo de reação

de defesa, que pode ser representada por comportamentos de fuga; que inclui deixar a

situação o mais rápido possível, sair correndo ou ir embora; comportamento de esquiva

como se recusar a sentar na cadeira ou abrir a boca para um exame clinica;

comportamento de imobilização motora onde permanecem inertes, agarrado ao colo de

um familiar, paralisado frente à situação ameaçadora ou recusar-se a abrir a boca

(COSTA JÚNIOR, 2002).

Os dados científicos revelam que crianças de todas as idades podem ser afetadas

pela ansiedade materna, mas o efeito é maior naquelas com menos de quatro anos de

idade. Isso pode ser previsto, dada a estreita simbiose criança-genitor, que começa na

infância e diminui gradualmente (WRIGHT, 1995).

As crianças mesmo quando aparentam tranqüilidade podem apresentar um grau

elevado de ansiedade e o cirurgião-dentista deve estar apto a identificá-la. A ansiedade

da criança também está associada a diversos fatores como o significado emocional da

boca, primeiro por meio da ligação com o mundo, que ela representa para a criança,

além do medo do desconhecido associado às informações que são expostas em relação

ao consultório odontológico (JOSGRILBERG; CORDEIRO, 2005).

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Uma criança medrosa ou ansiosa, que prevê uma visita desagradável, tem maior

probabilidade de vivenciar tal experiência do que uma criança com baixo nível de medo

ou ansiedade. A ansiedade ou temor afetam o comportamento da criança e, de certa

maneira determinam o sucesso da consulta odontológica. Diversas correntes da

Psicologia concordam que a ansiedade é um traço da personalidade, mas são várias as

opiniões a respeito desta característica. Justamente por isso, a Odontologia vem tendo

alguma dificuldade em identificar os estímulos que levam ao comportamento

inadequado no consultório dentário (MCDONALD; AVERY, 2001).

A experiência odontológica da criança é baseada numa troca de informações

com o dentista, justificando o poder do domínio lingüístico sobre comportamento.

Associados ao domínio lingüístico, as técnicas de manejo infantil são procedimentos

que previnem e aliviam o medo e a ansiedade, para com isso construir uma relação de

confiança, estabelecer uma boa comunicação e educar o paciente, orientando-o a

cooperar com o tratamento odontológico (JOSGRILBERG; CORDEIRO, 2005).

Segundo Wright (1995) existem inúmeras técnicas de manejo que podem ser

usadas em situações em que há necessidade de intervenção odontológica. Neste trabalho

serão abordadas algumas técnicas que demonstraram serem mais efetivas.

Dessensibilização - Dizer-Mostrar-Fazer:

A técnica de dessensibilização consiste em colocar a criança num estado de

relaxamento, expondo - o gradualmente aos procedimentos odontológicos, e tem como

objetivo fazer o paciente sentir-se confortável e calmo, diminuindo a ansiedade

(GONÇALVES; SAGRETTI; BROGES, 1993; PANSANI; BALSELLS; ROCCA,

1997).

Em odontologia a técnica de dessensibilização empregada é a técnica

conhecida originalmente por TSD, sigla que vem do idioma inglês, que significa: Dizer-

Mostrar-Fazer (BARENIE, 1977).

A técnica Dizer-Mostrar-Fazer, preconizada por Addelston em 1959, tem como

seu objetivo criar consciência na criança em relação ao tratamento odontológico. Pode

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ser utilizada como um retreinamento do paciente que tem encontrado dificuldade para

manejar uma situação odontológica, também podendo ser aplicada para crianças que

serão submetidas a uma primeira consulta odontológica. É um treinamento que se inicia

na primeira consulta do paciente, na qual há troca de aprendizado entre profissional e

paciente. O profissional deve estar com sua equipe, demonstrando todos os

instrumentais usados no procedimento, explicando sua função de forma adequada e

coerente com a idade do paciente. A verdade deve ser a palavra chave dessa conversa

para que se crie uma relação de confiança entre paciente-profissional (PANSANI;

BALSELLS; ROCCA, 1997; KLATCHOIAN, 1998; GUEDES-PINTO; MIRANDA,

2003).

A abordagem Dizer-Mostrar-Fazer tem provado utilidade em prevenir o

desenvolvimento de medos odontológicos no paciente que esteja sendo atendido pela

primeira vez, assim como eliminar o mau comportamento associado ao medo já

existente no paciente sensibilizado anteriormente (BARBENIE; RIPA, 1977).

No final da fase anal a criança apresenta certa maturidade para o tratamento,

com capacidade de ficar sentada por 10 a 20 minutos. Ela já compreende explicação

simples de acordo com o princípio; falar, mostrar e fazer. Nesse momento criança já

pode ter duas atividade ao mesmo tempo, tais como, ficar sentada e permanecer com a

boca aberta (GUEDES-PINTO, 1997).

Segundo Mc Liveen citado por Trindade (1996) e Trindade (1996) a melhor

técnica na abordagem da criança para se conseguir um bom controle de comportamento

é a técnica Dizer-Mostrar-Fazer. Esta técnica é mais usada pelos dentistas para se

relacionar com as crianças de uma maneira informal. Porém não é muito efetiva para

aliviar a ansiedade do paciente.

Estudo feito sobre as técnicas de adequação do comportamento observou que as

mais efetivas são os: reforço positivo, controle de voz, brinquedos na sala de espera e o

uso da técnica Dizer-Mostrar-Fazer (WRIGHT, 1995).

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Distração

Técnica desenvolvida através de filmes, conversas agradáveis que façam com

que a criança fique mais tranqüila. Entretanto essa técnica não deve ser utilizada antes

de procedimentos invasivos, pois a criança pode associar a distração como uma prévia

de um procedimento traumatizante. (PANSANI; BALSELLS; ROCCA, 1997;

KLATCHOIAN, 1998; KLATCHOIAN, 2002; GIGLIO; GUEDES-PINTO, 2003).

Para aliviar a ansiedade do paciente Trindade (1996) sugeriu objetos para

distração no ambiente odontológico, como TV, vídeo cassete de histórias durante o

tratamento para diminuir a ansiedade da criança, desviando sua atenção para outra coisa

que não seja a ação do dentista.

Controle de voz

A criança menor normalmente não atende ao apelo verbal, desta maneira é

recomendável que o profissional fale baixo continuamente, conte histórias curtas e até

mesmo cante canções infantis (VONO;VONO; BIJJELA, 1994).

O profissional deve desenvolver uma linguagem corporal através de suas

expressões faciais que transmita sua satisfação pelo bom comportamento da criança,

deve-se ter uma visão frontal da mesma, para que se tenha uma relação olho no olho. O

contato físico deve ser gradual de modo a não a assustar o paciente (COLARES;

PINKHAM, 2001; KLATCHOIAN, 2002).

O controle de voz é um controle de comunicação que consiste em se alterar o

volume e tom de voz, para que se obtenha a atenção e cooperação da criança. Objetiva-

se desviar a atenção da mesma do ambiente para sua fala, mostrando firmeza e

autoridade do profissional (PANSANI; BALSELLS; ROCCA, 1997; KLATCHOIAN,

2002).

A mudança de tom de gentil para vigorosa ou de baixo para alto é geralmente

eficiente para se obter atenção da criança e lembrá-la de que o dentista é uma autoridade

e que deve ser obedecida (MCTIGUE,1985).

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Esta técnica deve ser aplicada em crianças acima de 3 anos de idade , sendo que

as crianças de 7 anos são as que respondem melhor a aplicação desta técnica e tendem a

ter uma maior colaboração (TRINDADE,1996).

Modelação (Modelagem)

Utiliza-se de uma criança que tenha um bom comportamento para diminuir a

ansiedade e o medo de outra criança. Deve-se tomar cuidado nos casos de urgências,

pois ao utilizar esta técnica, o nível de ansiedade e estresse das crianças estará elevado.

Independente do método que se utiliza para controlar a ansiedade do paciente, é sempre

necessário que estabeleça uma boa comunicação entre profissional-paciente

(PANSANI; BALSSELS; ROCCA, 1997; KLATCHOIAN, 1998).

Melamed (1975) observou, que o comportamento infantil pode ser afetado

durante procedimentos odontológicos pela visualização de vídeos, que lidam com o

stress de um tratamento dental, fazendo com que a criança passe a ter um

comportamento cooperativo e apropriado. Esta observação resultou de um trabalho onde

foram colocadas crianças assistindo vídeo, com a demonstração de um procedimento

odontológico normal, estas apresentaram menos medo quando tiveram lesões

restauradas.

Para Higgins et al. (1963) citados por Melamed (1975) o filme de modelação e

dessensibilização não eram melhores que uma condição placebo, que consistia numa

interação calma e amigável com a assistente odontológica antes do paciente entrar no

consultório.

A modelagem é um instrumento importante no condicionamento do paciente em

qualquer idade, independente do sexo, da experiência prévia ao tratamento ou da

intensidade do medo (D’AVILA, 1998).

Melamed (1983), citado por Klatchoian (1993), concluiu que esta técnica é

muito eficaz em crianças com medo e que tenham pouca idade (inferior a 7 anos) e que

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a criança é capaz de aprender e entender outros padrões de comportamento que

anteriormente julgava complexos, cooperando melhor com o tratamento dentário.

Pesquisas comportamentais em situação odontológica tem se baseado na

suposição de que a criança é o problema e seu comportamento deve ser alterado em

benefício da realização do tratamento. Isso levou a realização de trabalhos destinados a

verificar a eficácia de estratégias para modificar o comportamento da criança, onde se

pode constatar a eficiência das técnicas, modelação por filme ou “ao vivo”, e reforço de

comportamento adequado (MORAES et al., 2004).

Restrição física/ Técnica mão sobre a boca

Esta técnica objetiva-se em proteger e dar segurança para a criança, devido à

utilização de materiais cortantes durante os procedimentos. E a restrição varia desde a

utilização de abridores de boca até a contenção de movimentos realizada por pessoas.

Deve-se informar aos pais sobre o que será realizado no paciente, para que estes não

fantasiem em relação à técnica, de modo que a veja como aplicação de castigo no seu

filho. Durante a aplicação desta técnica, os pais poderão auxiliar segurando

delicadamente braços e pernas do paciente (PAGNONCELLI, 1994; POSSOBON;

CAETANO; MORAES, 1998; CÔRREA, 2002).

A técnica mão sobre a boca consiste em por a mão sobre a boca da criança, no

momento de histeria ou muito choro, tornando possível a comunicação do dentista com

esta. O profissional deve falar baixo, ao ouvido da criança, pedindo sua colaboração.

Esta técnica está indicada para crianças histéricas e que tenham mais de três anos, sendo

contra-indicada em crianças tímidas, carentes de afeto e pacientes especiais. Para ser

realizada esta técnica, o cirurgião-dentista deve ter o consentimento por escrito dos pais,

sendo este bem informado do que a técnica consiste (DUARTE; GUEDES-PINTO,

1990; TAVARES et al. 2000).

Essa técnica tem sido usada desde os anos 50, e foi descrita pela primeira vez

por Jordan (1961) citado por Maia (1998). Braham citado por Maia (1998) afirmou que

a aplicação da técnica deveria ser para aquelas crianças classificada como

descontroladas no comportamento. Porém deve ser especificadamente determinada se a

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criança não estiver sofrendo de medo e ansiedade, pois a aplicação deste método nestes

casos apenas traria maior confusão às suas emoções.

A técnica Mão Sobre a Boca é usada para controlar birras e outros ataques de

ira, e deve ser usado com Controle de Voz. Seria contra-indicada para crianças

incapacitadas, imaturas e sob medicação cuja compreensão às ordens do dentista

apresenta comprometida. É contra-indicado impedir que a criança respire. Os pacientes

que necessitam dessa técnica requerem com freqüência manejo farmacológico,

hospitalização ou maior maturidade social e psicológica, a fim de tratá-los com

facilidade em caso, de não se usar tal técnica (PINKHAN, 1996).

Para Craig (1971) em um trabalho de pesquisa através de um questionário, foi

observado esta técnica como sendo a mais efetiva dos 3 a 6 anos, e os tipos de mau

comportamento para os quais são indicados o seu uso, onde foram descrito para

pacientes histéricos, desafiantes e hostis. Por outro lado, é contra-indicada em crianças

muito pequenas, pois elas não irão compreender muito bem esta técnica. A maioria dos

odontopediatras deste trabalho indicou que o respeito da criança pelo dentista aumenta e

que a criança torna-se um paciente melhor.

Para McGregor (1952) citado por Craig (1971) esta técnica era condenada como

não científica. Davis e King (1961) citados por Craig, (1971), relataram que tal

procedimento pode causar traumas, e que possa resultar em pesadelos durante a noite e

profundo ressentimento na criança em relação ao dentista.

Harttman; Pruhs; Taft (1985) citaram que conseqüências negativas não ocorrem

e sua aplicação ajuda a estabelecer comunicação positiva entra a criança e o dentista.

Em trabalho realizado por Chambers (1970) o mesmo ressalta que mão sobre a boca

tem benefícios positivos a longo prazo para relação criança dentista.

Davis (1989) ressaltou que são mínimos ou não existentes os efeitos

psicológicos negativos na relação criança-dentista, decorrentes do uso da técnica mão

sobre a boca.

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Melamed (1975) citado por Klatchoian (1993) encontrou, em seu levantamento

bibliográfico, efeitos nocivos nas crianças submetidas a técnicas aversivas, concluindo

que o grau de cooperação diminuía, enquanto o grau de ansiedade aumentava.

DISCUSSÃO

É de comum acordo entre vários autores que a relação paciente-profissional é

importante e que este último não se restrinja apenas a execução de procedimentos

técnicos preventivos e curativos de Odontologia, mas que tenha conhecimentos de

psicologia infantil, treinamento adequado para lidar com os problemas comportamentais

dos pacientes, considerando as características de cada criança, a fase de

desenvolvimento em que se encontram e as circunstancias especificas de cada situação,

a experiência odontológica é baseada numa troca de informações com o dentista,

justificando o poder do domínio lingüístico sobre o comportamento (MORAES;

PESSOTI, 1985; ARAGONE; VICENTE, 1999; POSSOBON, 2000; JOSGRILBERG;

CORDEIRO, 2005).

A criança está ligada à mãe pelo olfato e pela voz, que lhe permite encontrar-se. O

bebê reconhece e se reconhece num campo de odor, ou, em termos mais gerais, num

espaço mediatizado (LEUDOX,1991). Para Winnicott (2000) os bebês nos primeiros

seis meses de vida estão em um estado de dependência absoluta. A criança neste

período se encontra em um estágio onde ela e a mãe representa no ponto de vista do

bebê, uma pessoa apenas. Após esse período o bebê se encontra na fase de depedência

relativa, que tem seu inicio aos seis meses, e o bebê já começa a entender que mãe e ele

não são a mesma pessoa. Segundo Freud (1976), o sujeito não nasce com um aparelho

psíquico pronto e acabado, para o autor o desenvolvimento psicológico infantil ocorre

em fases, sendo a primeira nomeada de fase oral, de zero a um ano de idade, onde a

criança tem a boca como local de prazer; a segunda fase anal de 1 ano meio até os 3

anos, onde começa a ter controle sobre o corpo; fase fálica (edipiana) envolve os três a

cinco anos, onde as diferenças entre os sexos começam a ficar evidente; fase de latência

dos 5-6 anos a 11 - 12 anos, onde há relativa inatividade da pulsão sexual e por fim fase

genital dos 11 -12 anos em diante, em que a criança se encontra no estágio final do

desenvolvimento sexual

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As possíveis causas de não cooperação da criança para realização do tratamento

odontológico de acordo com a literatura estão mais associadas ao medo e a ansiedade,

sentido por estas. O medo pode estar associado; ao ambiente familiar que exerce grande

influencia sobre a criança; pode ser natural ou até mesmo pelo próprio tratamento

dentário mal conduzido como mostrado por Grunspun (1965), Toledo e Rocca (1996),

Costa Júnior (2002). A ansiedade pode ser afetada em crianças de qualquer idade, sendo

que a mesma pode estar associada à ansiedade materna ou a outros fatores como o

significado emocional da boca (WRIGHT, 1995; JOSGRILBERG; CORDEIRO, 2005).

Preconizada por Barenie (1977); Pansani (1997); Klatchoian (1998); Guedes-

Pinto; Miranda (2003) a técnica Dizer-Mostrar-Fazer tem provado utilidade em prevenir

o desenvolvimento de medos odontológicos nos pacientes que serão submetidos a uma

primeira consulta odontológica, assim como utilizada em um retreinamento para

eliminar o mau comportamento associado ao medo já existente, no paciente

sensibilizado anteriormente, sendo considerada por Mc Liveen citado por Trindade

(1996), como a melhor técnica na abordagem da criança para se conseguir um bom

controle de comportamento. Entretanto Trindade (1996) relatou que esta técnica. é mais

usada pelos dentistas para se relacionar com as crianças de uma maneira informal.

Porém não é muito efetiva para aliviar a ansiedade do paciente.

A comunicação é extremamente importante no controle do paciente para o

tratamento odontológico sendo recomendável que o profissional fale baixo

continuamente, conte histórias curtas e até mesmo cante canções infantis

(VONO;VONO; BIJJELA, 1994). Também deve-se usar o controle de voz como

alterar o volume e tom, passar de gentil para vigorosa ou de baixo para alto, para que se

obtenha a atenção e cooperação da criança, mostrando firmeza e autoridade do

profissional (MCTIGUE, 1985; PANSANI; BALSELLS; ROCCA, 1997;

KLATCHOIAN, 2002).

Para D’Avila (1998) a modelagem é um instrumento importante no

condicionamento do paciente em qualquer idade, independente do sexo, da experiência

prévia ao tratamento ou da intensidade do medo. Moraes (2004) constatou a eficiência

das técnicas modelação por filme ou “ao vivo”, e reforço do comportamento adequado.

16

Fato este também concluído por Melamed (1975), que após estudo onde foram colocado

crianças assistindo vídeo, com a demonstração de um procedimento odontológico

normal, estas obtiveram menos medo quando tiveram lesões restauradas. Entretanto

Higgins et al. citados por Melamed (1975) concluíram que o filme de modelamento e

dessensibilização não eram melhores que uma condição placebo, que consistia numa

interação calma e amigável com a assistente odontológica antes do paciente entrar no

consultório.

Em relação a técnica de restrição física Mão Sobre a Boca esta deve ser indicada

para crianças histéricas (DUARTE; GUEDES-PINTO, 1990; TAVARES et al. 2000).

Para Braham et al. (1974) citado por Maia (1998) a indicação é para crianças

classificada como descontroladas no comportamento. Esta técnica é recomendada para

pacientes desafiantes e hostis, para controlar birras e outros ataques de ira, devendo ser

usada com Controle de Voz (CRAIG, 1971; PINKHAN, 1996).

A técnica Mão Sobre a Boca segundo Duarte, Guedes-Pinto (1990) e Tavares et

al. (2000) tem seu uso contra-indicada em crianças tímidas, carentes de afeto e pacientes

especiais. Para Braham et al. citados por Maia (1998); não deve utilizar esta técnica em

crianças que estiver sofrendo de medo e ansiedade, pois a aplicação deste método nestes

casos apenas traria maior confusão às suas emoções. Para Pinkhan (1996) crianças

incapacitadas, imaturas e sob medicação cuja compreensão às ordens do dentista

apresenta comprometida, também não devem ser submetidas a esta técnica.

Em relação à idade da criança Duarte; Guedes-Pinto (1990) e Tavares et al.

(2000), recomendaram que a técnica da Mão Sobre a Boca seja usada em crianças

maiores de 3 anos de idade, o que está de acordo com Craig (1971), onde o mesmo

relatou que esta técnica é mais efetiva dos 3 a 6 anos, pois crianças muito pequenas

não irão compreender muito bem esta técnica. No caso da técnica Controle de voz,

Trindade (1996) relatou que deve ser aplicada em crianças acima de 3 anos, onde as

crianças de 7 são as que melhor correspondem. Para Melamed (1983) citado por

Klatchoian (1993) a técnica de Modelação é indicada para crianças menores de 7 anos,

onde consiga aprender e entender outros padrões de comportamento.

17

Quanto às conseqüências em relação ao estado emocional da criança quanto ao

uso da técnica Mão Sobre a Boca Harttman; Pruhs; Taft (1985) citaram que

conseqüências negativas não ocorrem e sua aplicação ajuda a estabelecer comunicação

positiva entra a criança e o dentista. Chambers (1970) ressaltou que a técnica Mão

Sobre a Boca tem benefícios positivos a longo prazo para relação criança dentista.

Entretanto em discordância, McGregor (1961) citado por Craig (1971) relatou que esta

técnica é condenada como não científica. Davis e King (1961) citados por Craig (1971)

sugeriram que tal procedimento pudesse causar traumas, resultando em pesadelos

durante a noite e profundo ressentimento na criança. Melamed (1975) citado por

Klatchoian (1993) concluiu que a técnica quando empregada, diminui o grau de

cooperação e aumenta a ansiedade do paciente.

Para Wright (1995) as técnicas de adequação de comportamento do paciente

infantil mais efetivas são: reforço positivo, controle de voz, brinquedos na sala de

espera e o uso da técnica Dizer-Mostrar-Fazer. Sobre esta última técnica, Mc Liveen

citado por Trindade (1996), também ressalta o quão efetiva esta demonstra ser.

CONCLUSÕES

De acordo com a revisão da literatura realizada pode-se concluir que:

• A relação paciente-profissional é muito importante para o sucesso do

atendimento odontológico infantil devendo este ter qualificação técnico

científica tanto em relação a doença cárie como conhecimento em relação ao

desenvolvimento psicológico infantil

• É importante o conhecimento das técnicas para abordagens do paciente

infantil e sua aplicação de acordo com cada faixa etária e o desenvolviemtno

psicológico da criança.

• As fases de desenvolvimento psicológico infantil são divididas em fase oral,

anal, fálica, latente e genital.

• Para abordagem do paciente infantil as técnicas mais efetivas são: reforço

positivo, controle de voz, brinquedos na sala de espera e o uso da técnica

Dizer-Mostrar-Fazer.

18

• Para um bom relacionamento e atendimento infantil, o profissional deve

utilizar o bom senso, indicar e adequar cada paciente de acordo com suas

limitações e inquietações.

ABSTRACT

DENTAL HEALTH CARE IN CHILDHOOD WITH AID OF TECHNIQUES FOR CONTROL OF BEHAVIOR

In certain situations it is common to find in the dentist office Children who resist dental care. Based on this situation, this article aims to review the literature on the psychological development of children and how to address it during dental care. Within this review it was mentioned how important the mouth is for the patient, which represents the dental environment for them, the source of your fears and anxieties, and the importance of using techniques of behavior control and anxiety, where one can conclude that the patient-professional relationship is very important, and this not only technical and scientific skills but also knowledge about children's psychological development, and on technical approaches for pediatric patients, so you can make use of these techniques, when appropriate, respecting its application according to age and limitations of each child.

Key-words: Pediatric dentistry. Psychological development. Anxiety management techniques.

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