identificação humana por método odontológico

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CIÊNCIAS FORENSES – UMA INTRODUÇÃO ÀS PRINCIPAIS ÁREAS DA CRIMINALÍSTICA MODERNA JESUS ANTONIO VELHO – GUSTAVO CAMINOTO GEISER – ALBERI ESPINDULA 78 A literatura relata que os recursos e técnicas oriundas da Odontologia Legal são empregados e aceitos em cortes internacionais há mais de 100 anos. No Brasil, contu- do, muitos operadores do direito desconhecem o potencial e as possibilidades de seu emprego, realidade agravada pela ausência de Peritos Odontolegistas em muitos IMLs. A ausência do odontolegista nos quadros desses Institutos tem como consequência a não constatação de fatos de interesse a Justiça, relevantes na conclusão de um caso concreto. Muitas vezes, mesmo quando constatados, são imprecisamente analisados, como nos ca- sos que são realizados por profissionais não inseridos no mister da perícia odontológica, ou ainda, pela falta de estrutura técnico-científica que assegure a adequada realização dos exames. Identificação Humana por Método Odontológico A identificação humana é, sem dúvida, a mais conhecida aplicação da Odontologia no campo forense. Entre as principais vantagens do método odontológico estão a sua simplicidade, acurácia e baixo custo, características que o tornam processo quase sem- pre presente nos protocolos de identificação. Pode ser empregado em indivíduos vivos (geralmente desorientados e incapacitados), em cadáveres bem preservados, e também, pelo fato dos dentes serem as estruturas mais resistentes do corpo humano, em situações em que os demais métodos de identificação tendem a se tornar menos eficazes, como nos casos de identificação de cadáveres carbonizados, restos esqueletizados, corpos submer- sos por um longo período de tempo, ou ainda, em avançado estado de decomposição. No caso específico de cadáveres carbonizados, mudanças estruturais dos dentes e dos materiais utilizados nos tratamentos dentários fornecem dados importantes na es-

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CiênCias Forenses – Uma introdUção às PrinCiPais Áreas da CriminalístiCa moderna

JesUs antonio Velho – GUstaVo Caminoto Geiser – alberi esPindUla

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A literatura relata que os recursos e técnicas oriundas da Odontologia Legal são empregados e aceitos em cortes internacionais há mais de 100 anos. No Brasil, contu-do, muitos operadores do direito desconhecem o potencial e as possibilidades de seu emprego, realidade agravada pela ausência de Peritos Odontolegistas em muitos IMLs. A ausência do odontolegista nos quadros desses Institutos tem como consequência a não constatação de fatos de interesse a Justiça, relevantes na conclusão de um caso concreto. Muitas vezes, mesmo quando constatados, são imprecisamente analisados, como nos ca-sos que são realizados por profissionais não inseridos no mister da perícia odontológica, ou ainda, pela falta de estrutura técnico-científica que assegure a adequada realização dos exames.

Identificação Humana por Método Odontológico

A identificação humana é, sem dúvida, a mais conhecida aplicação da Odontologia no campo forense. Entre as principais vantagens do método odontológico estão a sua simplicidade, acurácia e baixo custo, características que o tornam processo quase sem-pre presente nos protocolos de identificação. Pode ser empregado em indivíduos vivos (geralmente desorientados e incapacitados), em cadáveres bem preservados, e também, pelo fato dos dentes serem as estruturas mais resistentes do corpo humano, em situações em que os demais métodos de identificação tendem a se tornar menos eficazes, como nos casos de identificação de cadáveres carbonizados, restos esqueletizados, corpos submer-sos por um longo período de tempo, ou ainda, em avançado estado de decomposição.

No caso específico de cadáveres carbonizados, mudanças estruturais dos dentes e dos materiais utilizados nos tratamentos dentários fornecem dados importantes na es-

79Capítulo 5 – odontologia legal

Carlos eduardo palhares MaChado – Marta regina pinheiro Flores – pablo lioi – riCardo henrique alves da silva

timativa da temperatura a qual o corpo foi exposto. A presença de fissuras, o enegreci-mento das raízes, a perda da coroa e a pulverização são alterações dentárias gradativas decorrentes da sua exposição ao calor. O estudo do comportamento dos materiais odon-tológicos expostos a altas temperaturas permite estimar a quantidade de calor a que um corpo foi submetido, a partir de dados como a temperatura de fundição e a diferença de resistência entre os materiais.

O primeiro registro de emprego dos achados dentais para fins de identificação re-monta ao século I D.C., quando o imperador romano Nero, ao presentear uma de suas amantes com a cabeça de sua esposa sobre uma bandeja, teria utilizado um dente escu-

recido da vítima para confirmar a sua identida-de. Os relatos da literatura dão conta de que a Odontologia também foi procedimento deci-sivo na identificação de casos contemporâne-os famosos, como a do ditador alemão Adolf Hitler que, num primeiro momento, teria sido apenas reconhecido por meio de suas vestes e bigode, mas posteriormente, teve sua iden-tificação confirmada por exames detalhados realizados pelas equipes russas, entre os mais minuciosos e relevantes, os exames dos arcos dentais (Figura 1).

A identificação odontológica consiste em um procedimento comparativo, que encontra suas bases no fato de não existirem dois indiví-duos com uma mesma constituição dental. To-

dos, mesmo os gêmeos idênticos, aqueles que compartilham o mesmo material genético (DNA), possuem características dentais distintas, que se tornam cada vez mais evidentes durante o processo de crescimento e a progressiva exposição dos indivíduos aos fatores ambientais, como os possíveis traumas bucais da infância e da vida adulta, os diversos tipos de tratamentos odontológicos, os hábitos nutricionais, entre outros. Como re-sultado, são milhares as possibilidades de combinações quanto ao número de dentes presentes na cavidade bucal, quantidade de faces dentais restauradas, tratamentos de canal realizados, diferentes tipos de desgaste dental, anomalias ósseas e dentais, além de muitas outras características detectáveis ao exame clínico e radiográfico.

Resumidamente, a identificação odontológica pode ser descrita como um procedi-mento que compreende três fases: (1) o exame dos vestígios presentes nos corpos ou indivíduos que se pretende identificar, também chamadas de informações post mortem (PM) ou questionadas; (2) a coleta e exame das informações de referência sobre os indi-víduos desaparecidos, também chamadas de dados ante mortem (AM) ou dados padrão; e, por fim, (3) o processo de comparação ou confronto entre os dados questionados e padrão, quando o odontolegista realiza o minucioso exame das convergências e diver-gências entre as informações, considerando o conjunto de características bucais e faciais de forma quantitativa e qualitativa para a chegada de conclusões.

Figura 1 – À esquerda, vemos imagem de Adolf Hitler durante um de seus discursos. À direita, uma radiogra-fia do crânio de uma das vítimas encontradas no Bunker bombardeado pelos Soviéticos em 1945, onde suposta-mente estaria o ditador . A necropsia realizada pela equipe soviética confirmou a identificação do corpo com base no método odontológico (Imagem Bowers M., 2004) .

CiênCias Forenses – Uma introdUção às PrinCiPais Áreas da CriminalístiCa moderna

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Por se tratar de processo comparativo, é fundamental compreender que só se pode esperar o seu êxito a partir do momento que existirem duas informações a serem com-paradas. Ou seja, para que a identificação odontológica chegue a resultados conclusivos, deve-se dar atenção não apenas à coleta, preservação e exame dos fragmentos dentais presentes nos corpos não identificados, mas, também, à coleta do máximo de informa-ções referentes aos indivíduos que se pretende identificar. De modo diverso ao obser-vado no método papiloscópico, em que se pode contar com um banco de dados com informações sobre toda a população brasileira civilmente identificada, a identificação odontológica estará diretamente condicionada à existência das informações de referên-cia dos indivíduos desaparecidos e ao trabalho prévio de pesquisa dessas informações, sem as quais o confronto se torna inviável.

Os familiares das vítimas são os grandes aliados das equipes de identificação no fornecimento dos dados de referência sobre seus entes desaparecidos. Por vezes, torna--se necessário o contato com os dentistas e técnicos de prótese dentária para a obtenção de informações técnicas ou esclarecimentos de dúvidas. Deve-se destacar, contudo, que cabe aos organismos policiais ou de identificação a adequada instrução dos familiares sobre os registros que são relevantes para o processo de identificação. Entre eles, citam--se as radiografias odontológicas, as tomografias de cabeça, as fotografias de sorriso, os modelos de gesso, os aparelhos ortodônticos e as próteses dentais removíveis, ou seja, o prontuário odontológico. Pela importância do esclarecimento dos familiares quanto à documentação necessária, é altamente recomendável que todo o processo de coleta de material seja estreitamente acompanhado por profissional da área de odontologia.

Quando da ausência de material prévio para comparação, é relevante traçar o per-fil odontológico post mortem, procurando estabelecer elementos genéricos para uma identificação. Esse traçado permite a obtenção de informações como a idade, a ances-tralidade, o sexo e a condição socioeconômica do indivíduo. Em alguns casos, permite ainda levantar informações sobre a ocupação, os hábitos alimentares, o comportamento e ocasionalmente, a presença de doenças dentais ou sistêmicas, informações essas im-portantes na reconstrução do perfil individual na busca por uma identificação positiva.

De posse da documentação odontológica de referência, parte-se para o processo de comparação, onde o odontolegista analisará detalhadamente as similaridades e discre-pâncias entre os registros AM e PM. As discrepâncias poderão ser classificadas em dois grupos: aquelas que podem ser explicadas e aquelas que não podem, também chamadas de “incompatibilidades”. As discrepâncias explicáveis geralmente estão relacionadas ao lapso temporal decorrido entre os dois registros como, por exemplo, a extração de um dente, o surgimento de um tratamento de canal ou o aumento no tamanho de uma ou mais restaurações. As discrepâncias inexplicáveis, por outro lado, são aquelas diferenças que incompatibilizam os dois registros, como o aparecimento de um dente que não exis-tia ou o desaparecimento de uma restauração que estava presente no registro anterior. A simples constatação de características desse último tipo, desde que averiguada a veraci-dade dos registros AM, levam à identificação negativa dos registros comparados.

Como resultado da fase de comparação, pode-se chegar às seguintes conclusões:

• Identificação positiva: quando as informações AM e PM apresentam fortes si-milaridades, em quantidade e qualidade suficientes para que se vinculem as

81Capítulo 5 – odontologia legal

Carlos eduardo palhares MaChado – Marta regina pinheiro Flores – pablo lioi – riCardo henrique alves da silva

duas informações, sem que nenhuma incompatibilidade tenha sido constatada (discrepância não explicável);

• Identificação possível (compatível): quando são encontradas similaridades en-tre os registros e nenhuma incompatibilidade, contudo, as informações AM ou PM não se apresentam em quantidade ou qualidade suficientes para uma iden-tificação positiva.

• Sem elementos (inconclusivo): quando não se possuem dados suficientes para a formação das bases para uma conclusão.

• Identificação negativa (exclusão): quando é encontrada uma ou mais incom-patibilidades entre os registros AM e PM.

Não existe um número mínimo de pontos de concordância ou características si-milares para que se chegue a uma identificação positiva pelo método odontológico. Em muitos casos, um único dente ou radiografia será o suficiente para fornecer informações necessárias a uma identificação positiva. Por outro lado, uma série completa de radio-grafias dentais pode não revelar informações satisfatórias a uma conclusão positiva. As Figuras 2 e 3 mostram casos em que se chegou à identificação positiva das vítimas pelo método odontológico.

Figura 2: As quatro imagens superiores cor-respondem a radiografias tiradas do corpo (dados post mortem) . Abaixo, vemos uma radiografia panorâmica do indivíduo desa-parecido (informação ante mortem) com as regiões de correspondência nas quadrículas amarelas . O referido confronto resultou em identificação positiva. (Ilustração: Carlos Edu-ardo Palhares Machado) .

Figura 3: À esquerda, vemos as imagens radiográficas ante mortem (AM) e post mortem (PM) de uma vítima identificada. Ao centro, as imagens foram tratadas por programa de computador, para melhor visualização das estruturas dentárias e implantes. À direita, observa-se sobreposição dos quadros centrais AM e PM, em que se constata a perfeita concordância das informações . (Ilustração: Carlos Eduardo Palhares Machado) .

247Capítulo 12 – GenétiCa Forense eduardo Filipe avila silva – Guilherme silveira JaCques – Gustavo Chemale – pablo abdon FranCez

sias são uma excelente demonstração da utilidade e eficiência da genética forense como ferramenta investigativa. Tais dados são apresentados a seguir.

Casuística dos exames de DNA no BrasilNo Brasil, a maior parte dos exames de DNA é realizada para atender a demanda

da justiça cível, na investigação de paternidade, a qual é feita por diversos laboratórios, públicos e privados. Os exames de DNA realizados para fins criminais, por outro lado, são realizados nos laboratórios das instituições de perícia oficial dos estados e da União, englobando uma maior variedade de aplicações, dentre as quais destacam-se:

1. violência sexual: Nestes exames, amostras questionadas coletadas diretamente do corpo da vítima (secreção vaginal, anal, oral, manchas, cabelos, etc.), de objetos (preservativos, vestes, lençóis, etc.), do local do crime (manchas de sangue, saliva, sêmen, pelos, etc.) ou mesmo do corpo do suspeito (manchas de sangue, saliva, secreções, pelos, etc.) são confrontadas com amostras de referência coletadas da vítima e de um ou mais suspeitos, buscando identificar compatibilidades entre estas amostras que possam confirmar a autoria do crime.

2. Paternidade Criminal: Se um caso de violência sexual resultar em uma gravidez e no consequente nascimento de uma criança, uma menor de 14 anos engravidar de um adulto ou em casos de suspeitas de trocas de bebes em maternidades é indicado a rea-lização do exame de paternidade, maternidade ou parentesco para apontar os possí-veis vínculos de parentesco biológico existentes entre os envolvidos no caso criminal.

3. identificação de Cadáver: Em alguns casos de cadáver desconhecido em que os métodos tradicionais de identificação humana (Papiloscopia, Antropologia Forense, Odontologia Legal, etc.) não possam ser aplicados ou não tragam resultado satisfató-rio, pode-se utilizar as técnicas de genética forense para confrontar o perfil genético obtido no cadáver com o perfil genético obtido de familiares de uma pessoa desapa-recida ou mesmo de uma amostra de referência direta do desaparecido (escova de dente, dentadura, etc.), auxiliando no esclarecimento da identidade deste cadáver.

4. amostras de Local de crime: Muitas vezes os peritos criminais coletam amostras biológicas em diferentes locais de crimes (arrombamento, morte violenta, local de estupro, etc.) e solicitam o confronto com uma amostra de referência da vítima ou do suspeito. Em alguns casos os peritos solicitam que o Laboratório de DNA avalie os perfis genéticos em diferentes amostras coletadas em um mesmo local de crime com intuito de auxiliar na inferência da dinâmica dos eventos no local ou avaliar o número de pessoas que se encontravam neste local de crime.

A Genética Forense também vem sendo empregada em análises de amostras não hu-manas, com destaque para a identificação molecular de material animal (em casos de trá-fico de animais silvestres, pesca ou caça ilegal, roubo de gado, transporte ou utilização de partes, produtos ou subprodutos de animais silvestres, biopirataria, identificação de organismos patogênicos, entomologia forense molecular, identificação de paternidade ou pedigree de animais domésticos, etc.), vegetal (corte, transporte e utilização de madeira ile-gal, biopirataria, plantio ilegal de variedades protegidas ou transgênicos e tráfico de entor-pecentes) e mesmo para identificação de microorganismos patogênicos (bioterrorismo).

CiênCias Forenses – Uma introdUção às PrinCiPais Áreas da CriminalístiCa moderna

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O Brasil é um país continental, multiétnico e multicultural, e em razão desta diversida-de, a casuística dos exames de genética forense apresenta grande variação entre os diferen-tes centros periciais do país. Na maioria dos estados investigados, observa-se uma elevada demanda por exames de genética forense em casos de violência sexual e paternidade cri-minal, a exemplo dos estados do Amapá, Ceará e Minas Gerais, que chegam a apresentar entre 50% e 70% dos exames de DNA criminal concentrados nestas duas áreas.

A grande concentração dos exames de DNA em casos de violência sexual e paternidade criminal observada em alguns estados podem ser explicadas por fatores sócio-culturais e por uma boa interação entre os setores de investigação das polícias civis e os órgãos periciais.

Outros estados, a exemplo do Rio de Janeiro e do Pará, apresentam uma demanda elevada de casos de identificação de cadáveres desconhecidos, percentuais que chegam a mais de 80% dos exames de genética forense realizados no estado do Rio de Janeiro. Mas recentemente, desastres naturais, tais como os ocorridos na região serrana do Rio de Janeiro, bem como o engajamento do Laboratório de DNA da perícia carioca no projeto Localizar (de identificação de pessoas desaparecidas), também aumentaram substancial-mente demanda por exames de DNA em casos de identificação de cadáveres.

Os exames de DNA em amostras coletadas em local de crime pelas equipes da crimi-nalística ou mesmo pela polícia civil exigem também um importante grau de interação interinstitucional (Polícia Civil, Instituto de Medicina Legal, Instituto de Criminalística, Instituto de Identificação, Laboratório Forense, Laboratório de DNA) além de equipa-mentos e reagentes apropriados (luz forense, luminol, etc.) para localizar, coletar, iden-tificar, acondicionar e conservar amostras biológicas presentes em local de crime. Neste aspecto, novamente o estado de Minas Gerais se destaca, pois ao longo do período ana-lisado, em média 30% da demanda atendida pelo laboratório de DNA deste estado foi de amostras coletadas em local de crime.

Um dos pontos de grande relevância na cadeia de interações necessárias para o su-cesso dos exames de DNA associados a amostras coletadas em local de crime são a coleta, identificação e conservação de material de referência de todos os cadáveres vítimas de homicídio que dão entrada nos institutos de medicina legal, pois muitas vezes a arma do crime ou outro objeto que por ventura apresente material biológico da vítima pode ser localizado com um suspeito, transcorrido dias ou meses após o crime. Tendo a amostra de referência da vítima é possível a realização de um confronto genético. Caso contrário só a exumação do cadáver ou a utilização de amostras de parentes diretos da vítima (pais, filhos, irmãos, avós, etc.) poderia ser empregado para confronto com a amostra questionada.

Em relação à Polícia Federal, as principais demandas do Laboratório de Genética Fo-rense do Instituto Nacional de Criminalística são justamente de casos relacionados a local de crime contra o patrimônio (sobretudo em órgãos federais, como bancos, universida-des e Correios), homicídios, tráfico de drogas e pedofilia, mas também apresentam uma demanda importante referente a exames genéticos para identificação de material de ori-gem animal relacionadas ao combate à caça e pesca ilegal, tráfico de animais silvestres e transporte ilegal de produtos e subprodutos de origem animal. O laboratório de DNA do INC também atua na identificação de cadáveres desconhecidos, tendo atualmente como principal demanda nesta área a identificação de ossadas de crianças para implantação de um banco nacional de crianças e adolescentes desaparecidos, assim como a identificação de vítimas da ditadura militar.

249Capítulo 12 – GenétiCa Forense eduardo Filipe avila silva – Guilherme silveira JaCques – Gustavo Chemale – pablo abdon FranCez

Figura 12- Faca utilizada em caso de homicídio e encontrada na casa do suspeito . Após exame de DNA foi con-firmada a presença de sangue da víti-ma na faca . Fonte: POLITEC-AP .

Figura 13– Esqueletos encon-trados em uma embarcação a deriva na costa do Amapá e encaminhadas para exame de DNA na POLITECA-AP .

Figura 14– Preservativo encontrado em local de estupro e encaminhado para exame de DNA . Fonte: POLITEC-AP .

Figura 15– Veste íntima infantil empre-gada em exame de DNA que incriminou um suspeito de cometer crimes sexuais contra menores no município de Santa-na-AP . Fonte: POLITEC-AP

Figuras 16 e 17–Exame de paternidade criminal realizado para elucidar uma su-posta troca de bebês em uma maternidade da cidade de Macapá-AP – Fonte: POLITEC-AP .