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O ATAQUE ÀS LEIS FUNDIÁRIAS E DAS SEMENTES AFSA e GRAIN Janeiro 2015 Esta terra nos arredores de Maputo, em Moçambique, fornece uma imagem das escolhas agrícolas da África: a alimentação será produzida em pequenas propriedades ou em plantações gigantescas como a da Bananalandia? (Fotografia: National Geographic) RELATÓRIO Quem impõe que mudanças na África?

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O ATAQUE AgraveS LEIS FUNDIAacuteRIAS E DAS SEMENTES

AFSA e GRAINJaneiro 2015

Esta terra nos arredores de Maputo em Moccedilambique fornece uma imagem das escolhas agriacutecolas da Aacutefrica a alimentaccedilatildeo seraacute produzida em pequenas propriedades ou em plantaccedilotildees gigantescas como a da Bananalandia (Fotografia National Geographic)

RELATOacuteRIO

Quem impotildee que mudanccedilas na Aacutefrica

2

Os recursos africanos mdash terra aacutegua sementes mineacuterios minerais florestas petroacuteleo fontes de energia renovaacutevel mdash satildeo disputados numa

renhida batalha em que a agricultura assume um papel preponderante Governos empresas fundaccedilotildees e agecircn-cias para o desenvolvimento fazem uma incriacutevel pressatildeo para comercializar e industrializar a agricultura africana

Os protagonistas satildeo em boa parte conhecidos1 e estatildeo empenhados em contribuir para que o agrone-goacutecio se torne o principal produtor de bens alimentares do continente Para isso natildeo soacute financiam projetos para transformar operaccedilotildees agriacutecolas no terreno como tam-beacutem alteram as leis africanas para acomodar a agenda do agronegoacutecio

O florescimento do modelo empresarial na Aacutefrica depende da privatizaccedilatildeo da terra e das sementes No que se refere agrave terra agriacutecola para que tal aconteccedila eacute preciso levar os governos a demarcar oficialmente as terras e a exigir a apresentaccedilatildeo de escrituras das mes-mas para legitimar a posse Para aleacutem disso eacute preciso permitir que os investidores estrangeiros arrendem ou detenham terras agriacutecolas a longo prazo Por outro lado eacute preciso que os governos proiacutebam a comercializaccedilatildeo das sementes que natildeo estejam registadas num cataacutelogo

1 O Banco Mundial Banco Africano para o Desenvolvimento a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a Agricultura

(FAO) o Grupo dos 8 paiacuteses mais ricos (G8) a Uniatildeo Africana a

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica financiada por Bill Gates

(AGRA) o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agriacutecola

(FIDA) o Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes

(IFDC) e outros

oficial Isso implica a introduccedilatildeo de direitos de proprie-dade intelectual sobre as variedades vegetais e a cri-minalizaccedilatildeo dos agricultores que os ignorem Em todo o caso o objetivo eacute transformar um bem comum num lucrativo bem empresarial

Este estudo visa mostrar em termos gerais quem estaacute a fazer pressatildeo para fazer que mudanccedilas nestas aacutereas mdash dando enfoque natildeo aos planos e projetos mas aos textos que definem as novas regras em si Natildeo foi faacutecil obter essas informaccedilotildees O Banco Mundial e a Millennium Challenge Corporation (MCC) deixaram muitos telefonemas por atender A Agecircncia Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) voltou--nos as costas Nem os oficiais da Uniatildeo Africana quise-ram responder agraves perguntas dos cidadatildeos africanos que realizaram o inqueacuterito mdash ou assumir quaisquer respon-sabilidades perante os mesmos Isso dificultou muito a tarefa de apresentar uma imagem precisa e correta da situaccedilatildeo Apesar de tudo apuraacutemos algumas coisas

bullemsp A sociedade civil centra a atenccedilatildeo na Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional mas haacute muitos atores a fazerem coisas semelhantes por toda a Aacutefrica O nosso estudo limitado demonstra claramente que eacute Washington DC que exerce maior pressatildeo para mudar as leis fundiaacuterias e das sementes mdash sede do Banco Mundial da USAID e da MCC

bullemsp O certificado de posse de terra mdash a ser considerado um passo na direccedilatildeo da escritura formal mdash eacute pro-movido como a melhor forma de laquogarantir o tiacutetuloraquo de posse da terra aos pobres Mas como definimos o termo laquotitularizaccedilatildeo da terraraquo Como objetivo

ldquoOs 50 milhotildees de pessoas que a Nova Alianccedila do G8 para

a Seguranccedila Alimentar e Nutricional afirma estar a retirar

da pobreza soacute poderatildeo escapar agrave pobreza e agrave fome se

abdicarem dos seus direitos e praacuteticas tradicionais e passarem

a comprar todos os anos as sementes que lhes permitem a

subsistecircncia agraves empresas que operam sob a eacutegide do G8rdquo

Movimento da Agricultura Bioloacutegica da Tanzacircnia

membro da AFSA setembro de 2014

3

apresentado pela maioria das iniciativas referidas neste relatoacuterio pode ser entendido como forma de fortalecer o direito sobre a terra Muitos pequenos produtores alimentares poderatildeo concluir que os seus direitos histoacuterico-culturais sobre a terra mdash seja qual for a sua expressatildeo mdash obteratildeo mais reconheci-mento protegendo-os melhor da expropriaccedilatildeo Mas para muitos governos e empresas o termo significa a criaccedilatildeo de mercados fundiaacuterios de tipo ocidental baseados em instrumentos formais como tiacutetulos de propriedade e de arrendamento a comercializar Na verdade vaacuterias iniciativas como a Nova Alianccedila do G8 referem-se agrave titularizaccedilatildeo dos direitos dos laquoinves-tidoresraquo sobre a terra Natildeo se trata de modo algum de direitos histoacutericos ou culturais satildeo mecanismos do mercado Desse modo num mundo de jogadores em posiccedilotildees descaradamente desiguais laquotitulariza-ccedilatildeoraquo significa mercado propriedade privada e poder do maior licitador

bullemsp Numa eacutepoca marcada pela escalada dos conflitos em torno da terra e dos recursos naturais as ini-ciativas relativas agraves leis fundiaacuterias incluindo as que tecircm origem na Aacutefrica tendem a ser abertamente concebidas para acomodar apoiar e fortalecer tanto os investimentos na terra como os negoacutecios

latifundiaacuterios e natildeo para alcanccedilar a igualdade ou reconhecer os direitos histoacutericos ou de longa data das comunidades sobre as terras

bullemsp A maioria das iniciativas para alterar as leis atuais vem de fora da Aacutefrica Sim as estruturas africanas como a Uniatildeo Africana e o Parlamento Pan-Africano estatildeo altamente empenhadas em facilitar alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo dos estados africanos mas muitas pes-soas potildeem em causa o caraacuteter laquoindiacutegenaraquo desses processos Eacute evidente que Washington e em parti-cular a Europa puxam os cordelinhos para alterar a gestatildeo da terra na Aacutefrica

bullemsp No que se refere agraves leis das sementes deparamo-nos com o cenaacuterio inverso Os organismos sub-regionais africanos mdash SADC COMESA OAPI e natildeo soacute mdash tra-balham para criar novas normas relativas agrave troca e agrave comercializaccedilatildeo das sementes Mas as receitas que aplicam mdash restriccedilotildees sobre a comercializaccedilatildeo das sementes e esquemas de proteccedilatildeo das variedades vegetais mdash satildeo diretamente importadas dos EUA e da Europa

bullemsp As alteraccedilotildees agraves leis das sementes que a Nova Alianccedila do G8 o Banco Mundial e outros organis-mos promovem natildeo se referem nem aos sistemas de sementes camponesas nem aos direitos dos

As mudanccedilas propostas para a poliacutetica das sementes satildeo soluccedilotildees inviaacuteveis e demasiado simplistas que acabaratildeo por falhar mdash embora um grupo de agricultores de elite ainda possa colher alguns benefiacutecios de curto prazo

4

agricultores Natildeo se esforccedilam para consolidar os sis-temas agriacutecolas jaacute em funcionamento Pelo contraacute-rio propotildeem soluccedilotildees simplificadas e inviaacuteveis para resolver problemas complexos favorecendo apenas um grupo de elite de agricultores com pequenos benefiacutecios a curto prazo

bullemsp Apesar da sua significativa interligaccedilatildeo as relaccedilotildees entre as diferentes iniciativas nem sempre satildeo muito claras para os grupos no terreno Tentamos aqui demonstrar como uma pequena elite ao serviccedilo dos interesses empresariais globalizados apostados em dominar a agricultura na Aacutefrica tenta impor agendas muito estreitas

bullemsp Com as sementes que representam uma rica heranccedila cultural das comunidades locais africanas a pressatildeo para as transformar em propriedade privada geradora de lucros e para marginalizar as variedades tradicionais avanccedila mais no papel do que propria-mente na praacutetica Isso deve-se a diversas complexi-dades sendo uma delas a crescente sensibilizaccedilatildeo e resistecircncia da populaccedilatildeo aos objetivos da induacutes-tria das sementes Mas natildeo devemos subestimar a determinaccedilatildeo de quem tenciona transformar a Aacutefrica num novo mercado global de fornecimento agriacutecola O caminho escolhido teraacute profundas implicaccedilotildees na capacidade dos agricultores africanos para se adap-tarem agraves mudanccedilas climaacuteticas

Este relatoacuterio foi redigido em conjunto pela Alianccedila pela Soberania Alimentar na Aacutefrica (AFSA) e a GRAIN A AFSA eacute uma plataforma pan-africana que reuacutene redes e organizaccedilotildees de agricultores na defesa da agricultura familiar e de pequena escala africana baseada em abor-dagens agroecoloacutegicas e indiacutegenas que promovem a soberania alimentar e o sustento das comunidades A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional que visa apoiar pequenos agricultores e movimentos sociais na defesa dos sistemas alimentares baseados na biodi-versidade e controlados pelas comunidades

Mohamed Coulibaly perito legal do Mali foi quem iniciou a investigaccedilatildeo e a redaccedilatildeo deste relatoacuterio com o apoio dos membros da AFSA e do pessoal da GRAIN Pretende-se que o relatoacuterio sirva de recurso para os gru-pos e as organizaccedilotildees que desejem envolver-se na luta pela justiccedila fundiaacuteria e das sementes em toda a Aacutefrica ou que apenas queiram saber um pouco mais sobre quem impotildee que tipo de mudanccedilas nesta zona atualmente

5

Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional2

mdash Iniciada pelos paiacuteses do G8 Canadaacute Franccedila Alemanha Itaacutelia Japatildeo Ruacutessia RU e EUA

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2022 mdash Implementada em dez paiacuteses africanos

Benim Burquina Faso Costa do Marfim Etioacutepia Gana Malawi Moccedilambique Nigeacuteria Senegal e Tanzacircnia

A Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional foi lanccedilada em 2012 pelos oito paiacute-ses mais industrializados com o intuito de mobili-zar o capital privado para o investimento na agricul-tura africana Para serem admitidos no programa os governos africanos tecircm de fazer mudanccedilas impor-tantes nas suas poliacuteticas fundiaacuterias e das sementes A Nova Alianccedila daacute prioridade agrave atribuiccedilatildeo de novas formas de acesso e controlo agraves empresas nacionais e transnacionais (TNC) sobre os recursos dos paiacuteses

2 Ver o website da Nova Alianccedila httpwwwnew-allianceorg

participantes dando-lhes lugar na mesa dos doadores de ajuda e dos governos recetores3

3 Para informaccedilotildees gerais sobre a Nova Alianccedila consultar

governo dos EUA (httpfeedthefuturegovarticlenew-alliance-

-food-security-and-nutrition-0) e do RU (httpswwwgov

ukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file205885New_Alliance_progress_report_May_2013pdf)

As organizaccedilotildees da sociedade civil realizaram inuacutemeras anaacuteli-

ses e criacuteticas exaustivas As mais recentes (2014) consultadas

para este estudo incluem relatoacuterios do Instituto Transnacional

(laquoThe New Alliance for Food Security and Nutrition A coup for

corporate capitalraquo httpwwwtniorgbriefingnew-alliance-

-food-security-and-nutrition) ACFCCFDOxfam France (laquoLa

faim un business comme un autreraquo httpccfd-terresolidaireorg

infossouveraineterapport-la-faim-un-4750) WDM (laquoCarving

up a continent How the UK government is facilitating the corporate

takeover of African food systemsraquo httpwwwwdmorgukfood

more-information) e Oxfam France (laquoA qui profite la Nouvelle

Alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la

nutrition du G8 au Burquina Fasoraquo httpwwwoxfamfranceorg

rapportsagricultures-paysannes-et-investissements-agricoles

qui-profite-nouvelle-alliance)

Iniciativas relativas agraves leis fundiaacuterias e das sementes

Apanha de feijatildeo-verde na Cooperativa Vegetal de Dodicha na Etioacutepia com o apoio da USAID Os feijotildees seratildeo vendidos a um exportador local que por sua vez os venderaacute aos supermercados da Europa (Fotografia K StefanovaUSAID)

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

16

de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

18

Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Os recursos africanos mdash terra aacutegua sementes mineacuterios minerais florestas petroacuteleo fontes de energia renovaacutevel mdash satildeo disputados numa

renhida batalha em que a agricultura assume um papel preponderante Governos empresas fundaccedilotildees e agecircn-cias para o desenvolvimento fazem uma incriacutevel pressatildeo para comercializar e industrializar a agricultura africana

Os protagonistas satildeo em boa parte conhecidos1 e estatildeo empenhados em contribuir para que o agrone-goacutecio se torne o principal produtor de bens alimentares do continente Para isso natildeo soacute financiam projetos para transformar operaccedilotildees agriacutecolas no terreno como tam-beacutem alteram as leis africanas para acomodar a agenda do agronegoacutecio

O florescimento do modelo empresarial na Aacutefrica depende da privatizaccedilatildeo da terra e das sementes No que se refere agrave terra agriacutecola para que tal aconteccedila eacute preciso levar os governos a demarcar oficialmente as terras e a exigir a apresentaccedilatildeo de escrituras das mes-mas para legitimar a posse Para aleacutem disso eacute preciso permitir que os investidores estrangeiros arrendem ou detenham terras agriacutecolas a longo prazo Por outro lado eacute preciso que os governos proiacutebam a comercializaccedilatildeo das sementes que natildeo estejam registadas num cataacutelogo

1 O Banco Mundial Banco Africano para o Desenvolvimento a

Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a Agricultura

(FAO) o Grupo dos 8 paiacuteses mais ricos (G8) a Uniatildeo Africana a

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica financiada por Bill Gates

(AGRA) o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agriacutecola

(FIDA) o Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes

(IFDC) e outros

oficial Isso implica a introduccedilatildeo de direitos de proprie-dade intelectual sobre as variedades vegetais e a cri-minalizaccedilatildeo dos agricultores que os ignorem Em todo o caso o objetivo eacute transformar um bem comum num lucrativo bem empresarial

Este estudo visa mostrar em termos gerais quem estaacute a fazer pressatildeo para fazer que mudanccedilas nestas aacutereas mdash dando enfoque natildeo aos planos e projetos mas aos textos que definem as novas regras em si Natildeo foi faacutecil obter essas informaccedilotildees O Banco Mundial e a Millennium Challenge Corporation (MCC) deixaram muitos telefonemas por atender A Agecircncia Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) voltou--nos as costas Nem os oficiais da Uniatildeo Africana quise-ram responder agraves perguntas dos cidadatildeos africanos que realizaram o inqueacuterito mdash ou assumir quaisquer respon-sabilidades perante os mesmos Isso dificultou muito a tarefa de apresentar uma imagem precisa e correta da situaccedilatildeo Apesar de tudo apuraacutemos algumas coisas

bullemsp A sociedade civil centra a atenccedilatildeo na Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional mas haacute muitos atores a fazerem coisas semelhantes por toda a Aacutefrica O nosso estudo limitado demonstra claramente que eacute Washington DC que exerce maior pressatildeo para mudar as leis fundiaacuterias e das sementes mdash sede do Banco Mundial da USAID e da MCC

bullemsp O certificado de posse de terra mdash a ser considerado um passo na direccedilatildeo da escritura formal mdash eacute pro-movido como a melhor forma de laquogarantir o tiacutetuloraquo de posse da terra aos pobres Mas como definimos o termo laquotitularizaccedilatildeo da terraraquo Como objetivo

ldquoOs 50 milhotildees de pessoas que a Nova Alianccedila do G8 para

a Seguranccedila Alimentar e Nutricional afirma estar a retirar

da pobreza soacute poderatildeo escapar agrave pobreza e agrave fome se

abdicarem dos seus direitos e praacuteticas tradicionais e passarem

a comprar todos os anos as sementes que lhes permitem a

subsistecircncia agraves empresas que operam sob a eacutegide do G8rdquo

Movimento da Agricultura Bioloacutegica da Tanzacircnia

membro da AFSA setembro de 2014

3

apresentado pela maioria das iniciativas referidas neste relatoacuterio pode ser entendido como forma de fortalecer o direito sobre a terra Muitos pequenos produtores alimentares poderatildeo concluir que os seus direitos histoacuterico-culturais sobre a terra mdash seja qual for a sua expressatildeo mdash obteratildeo mais reconheci-mento protegendo-os melhor da expropriaccedilatildeo Mas para muitos governos e empresas o termo significa a criaccedilatildeo de mercados fundiaacuterios de tipo ocidental baseados em instrumentos formais como tiacutetulos de propriedade e de arrendamento a comercializar Na verdade vaacuterias iniciativas como a Nova Alianccedila do G8 referem-se agrave titularizaccedilatildeo dos direitos dos laquoinves-tidoresraquo sobre a terra Natildeo se trata de modo algum de direitos histoacutericos ou culturais satildeo mecanismos do mercado Desse modo num mundo de jogadores em posiccedilotildees descaradamente desiguais laquotitulariza-ccedilatildeoraquo significa mercado propriedade privada e poder do maior licitador

bullemsp Numa eacutepoca marcada pela escalada dos conflitos em torno da terra e dos recursos naturais as ini-ciativas relativas agraves leis fundiaacuterias incluindo as que tecircm origem na Aacutefrica tendem a ser abertamente concebidas para acomodar apoiar e fortalecer tanto os investimentos na terra como os negoacutecios

latifundiaacuterios e natildeo para alcanccedilar a igualdade ou reconhecer os direitos histoacutericos ou de longa data das comunidades sobre as terras

bullemsp A maioria das iniciativas para alterar as leis atuais vem de fora da Aacutefrica Sim as estruturas africanas como a Uniatildeo Africana e o Parlamento Pan-Africano estatildeo altamente empenhadas em facilitar alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo dos estados africanos mas muitas pes-soas potildeem em causa o caraacuteter laquoindiacutegenaraquo desses processos Eacute evidente que Washington e em parti-cular a Europa puxam os cordelinhos para alterar a gestatildeo da terra na Aacutefrica

bullemsp No que se refere agraves leis das sementes deparamo-nos com o cenaacuterio inverso Os organismos sub-regionais africanos mdash SADC COMESA OAPI e natildeo soacute mdash tra-balham para criar novas normas relativas agrave troca e agrave comercializaccedilatildeo das sementes Mas as receitas que aplicam mdash restriccedilotildees sobre a comercializaccedilatildeo das sementes e esquemas de proteccedilatildeo das variedades vegetais mdash satildeo diretamente importadas dos EUA e da Europa

bullemsp As alteraccedilotildees agraves leis das sementes que a Nova Alianccedila do G8 o Banco Mundial e outros organis-mos promovem natildeo se referem nem aos sistemas de sementes camponesas nem aos direitos dos

As mudanccedilas propostas para a poliacutetica das sementes satildeo soluccedilotildees inviaacuteveis e demasiado simplistas que acabaratildeo por falhar mdash embora um grupo de agricultores de elite ainda possa colher alguns benefiacutecios de curto prazo

4

agricultores Natildeo se esforccedilam para consolidar os sis-temas agriacutecolas jaacute em funcionamento Pelo contraacute-rio propotildeem soluccedilotildees simplificadas e inviaacuteveis para resolver problemas complexos favorecendo apenas um grupo de elite de agricultores com pequenos benefiacutecios a curto prazo

bullemsp Apesar da sua significativa interligaccedilatildeo as relaccedilotildees entre as diferentes iniciativas nem sempre satildeo muito claras para os grupos no terreno Tentamos aqui demonstrar como uma pequena elite ao serviccedilo dos interesses empresariais globalizados apostados em dominar a agricultura na Aacutefrica tenta impor agendas muito estreitas

bullemsp Com as sementes que representam uma rica heranccedila cultural das comunidades locais africanas a pressatildeo para as transformar em propriedade privada geradora de lucros e para marginalizar as variedades tradicionais avanccedila mais no papel do que propria-mente na praacutetica Isso deve-se a diversas complexi-dades sendo uma delas a crescente sensibilizaccedilatildeo e resistecircncia da populaccedilatildeo aos objetivos da induacutes-tria das sementes Mas natildeo devemos subestimar a determinaccedilatildeo de quem tenciona transformar a Aacutefrica num novo mercado global de fornecimento agriacutecola O caminho escolhido teraacute profundas implicaccedilotildees na capacidade dos agricultores africanos para se adap-tarem agraves mudanccedilas climaacuteticas

Este relatoacuterio foi redigido em conjunto pela Alianccedila pela Soberania Alimentar na Aacutefrica (AFSA) e a GRAIN A AFSA eacute uma plataforma pan-africana que reuacutene redes e organizaccedilotildees de agricultores na defesa da agricultura familiar e de pequena escala africana baseada em abor-dagens agroecoloacutegicas e indiacutegenas que promovem a soberania alimentar e o sustento das comunidades A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional que visa apoiar pequenos agricultores e movimentos sociais na defesa dos sistemas alimentares baseados na biodi-versidade e controlados pelas comunidades

Mohamed Coulibaly perito legal do Mali foi quem iniciou a investigaccedilatildeo e a redaccedilatildeo deste relatoacuterio com o apoio dos membros da AFSA e do pessoal da GRAIN Pretende-se que o relatoacuterio sirva de recurso para os gru-pos e as organizaccedilotildees que desejem envolver-se na luta pela justiccedila fundiaacuteria e das sementes em toda a Aacutefrica ou que apenas queiram saber um pouco mais sobre quem impotildee que tipo de mudanccedilas nesta zona atualmente

5

Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional2

mdash Iniciada pelos paiacuteses do G8 Canadaacute Franccedila Alemanha Itaacutelia Japatildeo Ruacutessia RU e EUA

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2022 mdash Implementada em dez paiacuteses africanos

Benim Burquina Faso Costa do Marfim Etioacutepia Gana Malawi Moccedilambique Nigeacuteria Senegal e Tanzacircnia

A Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional foi lanccedilada em 2012 pelos oito paiacute-ses mais industrializados com o intuito de mobili-zar o capital privado para o investimento na agricul-tura africana Para serem admitidos no programa os governos africanos tecircm de fazer mudanccedilas impor-tantes nas suas poliacuteticas fundiaacuterias e das sementes A Nova Alianccedila daacute prioridade agrave atribuiccedilatildeo de novas formas de acesso e controlo agraves empresas nacionais e transnacionais (TNC) sobre os recursos dos paiacuteses

2 Ver o website da Nova Alianccedila httpwwwnew-allianceorg

participantes dando-lhes lugar na mesa dos doadores de ajuda e dos governos recetores3

3 Para informaccedilotildees gerais sobre a Nova Alianccedila consultar

governo dos EUA (httpfeedthefuturegovarticlenew-alliance-

-food-security-and-nutrition-0) e do RU (httpswwwgov

ukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file205885New_Alliance_progress_report_May_2013pdf)

As organizaccedilotildees da sociedade civil realizaram inuacutemeras anaacuteli-

ses e criacuteticas exaustivas As mais recentes (2014) consultadas

para este estudo incluem relatoacuterios do Instituto Transnacional

(laquoThe New Alliance for Food Security and Nutrition A coup for

corporate capitalraquo httpwwwtniorgbriefingnew-alliance-

-food-security-and-nutrition) ACFCCFDOxfam France (laquoLa

faim un business comme un autreraquo httpccfd-terresolidaireorg

infossouveraineterapport-la-faim-un-4750) WDM (laquoCarving

up a continent How the UK government is facilitating the corporate

takeover of African food systemsraquo httpwwwwdmorgukfood

more-information) e Oxfam France (laquoA qui profite la Nouvelle

Alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la

nutrition du G8 au Burquina Fasoraquo httpwwwoxfamfranceorg

rapportsagricultures-paysannes-et-investissements-agricoles

qui-profite-nouvelle-alliance)

Iniciativas relativas agraves leis fundiaacuterias e das sementes

Apanha de feijatildeo-verde na Cooperativa Vegetal de Dodicha na Etioacutepia com o apoio da USAID Os feijotildees seratildeo vendidos a um exportador local que por sua vez os venderaacute aos supermercados da Europa (Fotografia K StefanovaUSAID)

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

13

regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

14

mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

15

Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

16

de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

18

Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

26

exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

27

Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

35

de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

3

apresentado pela maioria das iniciativas referidas neste relatoacuterio pode ser entendido como forma de fortalecer o direito sobre a terra Muitos pequenos produtores alimentares poderatildeo concluir que os seus direitos histoacuterico-culturais sobre a terra mdash seja qual for a sua expressatildeo mdash obteratildeo mais reconheci-mento protegendo-os melhor da expropriaccedilatildeo Mas para muitos governos e empresas o termo significa a criaccedilatildeo de mercados fundiaacuterios de tipo ocidental baseados em instrumentos formais como tiacutetulos de propriedade e de arrendamento a comercializar Na verdade vaacuterias iniciativas como a Nova Alianccedila do G8 referem-se agrave titularizaccedilatildeo dos direitos dos laquoinves-tidoresraquo sobre a terra Natildeo se trata de modo algum de direitos histoacutericos ou culturais satildeo mecanismos do mercado Desse modo num mundo de jogadores em posiccedilotildees descaradamente desiguais laquotitulariza-ccedilatildeoraquo significa mercado propriedade privada e poder do maior licitador

bullemsp Numa eacutepoca marcada pela escalada dos conflitos em torno da terra e dos recursos naturais as ini-ciativas relativas agraves leis fundiaacuterias incluindo as que tecircm origem na Aacutefrica tendem a ser abertamente concebidas para acomodar apoiar e fortalecer tanto os investimentos na terra como os negoacutecios

latifundiaacuterios e natildeo para alcanccedilar a igualdade ou reconhecer os direitos histoacutericos ou de longa data das comunidades sobre as terras

bullemsp A maioria das iniciativas para alterar as leis atuais vem de fora da Aacutefrica Sim as estruturas africanas como a Uniatildeo Africana e o Parlamento Pan-Africano estatildeo altamente empenhadas em facilitar alteraccedilotildees na legislaccedilatildeo dos estados africanos mas muitas pes-soas potildeem em causa o caraacuteter laquoindiacutegenaraquo desses processos Eacute evidente que Washington e em parti-cular a Europa puxam os cordelinhos para alterar a gestatildeo da terra na Aacutefrica

bullemsp No que se refere agraves leis das sementes deparamo-nos com o cenaacuterio inverso Os organismos sub-regionais africanos mdash SADC COMESA OAPI e natildeo soacute mdash tra-balham para criar novas normas relativas agrave troca e agrave comercializaccedilatildeo das sementes Mas as receitas que aplicam mdash restriccedilotildees sobre a comercializaccedilatildeo das sementes e esquemas de proteccedilatildeo das variedades vegetais mdash satildeo diretamente importadas dos EUA e da Europa

bullemsp As alteraccedilotildees agraves leis das sementes que a Nova Alianccedila do G8 o Banco Mundial e outros organis-mos promovem natildeo se referem nem aos sistemas de sementes camponesas nem aos direitos dos

As mudanccedilas propostas para a poliacutetica das sementes satildeo soluccedilotildees inviaacuteveis e demasiado simplistas que acabaratildeo por falhar mdash embora um grupo de agricultores de elite ainda possa colher alguns benefiacutecios de curto prazo

4

agricultores Natildeo se esforccedilam para consolidar os sis-temas agriacutecolas jaacute em funcionamento Pelo contraacute-rio propotildeem soluccedilotildees simplificadas e inviaacuteveis para resolver problemas complexos favorecendo apenas um grupo de elite de agricultores com pequenos benefiacutecios a curto prazo

bullemsp Apesar da sua significativa interligaccedilatildeo as relaccedilotildees entre as diferentes iniciativas nem sempre satildeo muito claras para os grupos no terreno Tentamos aqui demonstrar como uma pequena elite ao serviccedilo dos interesses empresariais globalizados apostados em dominar a agricultura na Aacutefrica tenta impor agendas muito estreitas

bullemsp Com as sementes que representam uma rica heranccedila cultural das comunidades locais africanas a pressatildeo para as transformar em propriedade privada geradora de lucros e para marginalizar as variedades tradicionais avanccedila mais no papel do que propria-mente na praacutetica Isso deve-se a diversas complexi-dades sendo uma delas a crescente sensibilizaccedilatildeo e resistecircncia da populaccedilatildeo aos objetivos da induacutes-tria das sementes Mas natildeo devemos subestimar a determinaccedilatildeo de quem tenciona transformar a Aacutefrica num novo mercado global de fornecimento agriacutecola O caminho escolhido teraacute profundas implicaccedilotildees na capacidade dos agricultores africanos para se adap-tarem agraves mudanccedilas climaacuteticas

Este relatoacuterio foi redigido em conjunto pela Alianccedila pela Soberania Alimentar na Aacutefrica (AFSA) e a GRAIN A AFSA eacute uma plataforma pan-africana que reuacutene redes e organizaccedilotildees de agricultores na defesa da agricultura familiar e de pequena escala africana baseada em abor-dagens agroecoloacutegicas e indiacutegenas que promovem a soberania alimentar e o sustento das comunidades A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional que visa apoiar pequenos agricultores e movimentos sociais na defesa dos sistemas alimentares baseados na biodi-versidade e controlados pelas comunidades

Mohamed Coulibaly perito legal do Mali foi quem iniciou a investigaccedilatildeo e a redaccedilatildeo deste relatoacuterio com o apoio dos membros da AFSA e do pessoal da GRAIN Pretende-se que o relatoacuterio sirva de recurso para os gru-pos e as organizaccedilotildees que desejem envolver-se na luta pela justiccedila fundiaacuteria e das sementes em toda a Aacutefrica ou que apenas queiram saber um pouco mais sobre quem impotildee que tipo de mudanccedilas nesta zona atualmente

5

Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional2

mdash Iniciada pelos paiacuteses do G8 Canadaacute Franccedila Alemanha Itaacutelia Japatildeo Ruacutessia RU e EUA

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2022 mdash Implementada em dez paiacuteses africanos

Benim Burquina Faso Costa do Marfim Etioacutepia Gana Malawi Moccedilambique Nigeacuteria Senegal e Tanzacircnia

A Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional foi lanccedilada em 2012 pelos oito paiacute-ses mais industrializados com o intuito de mobili-zar o capital privado para o investimento na agricul-tura africana Para serem admitidos no programa os governos africanos tecircm de fazer mudanccedilas impor-tantes nas suas poliacuteticas fundiaacuterias e das sementes A Nova Alianccedila daacute prioridade agrave atribuiccedilatildeo de novas formas de acesso e controlo agraves empresas nacionais e transnacionais (TNC) sobre os recursos dos paiacuteses

2 Ver o website da Nova Alianccedila httpwwwnew-allianceorg

participantes dando-lhes lugar na mesa dos doadores de ajuda e dos governos recetores3

3 Para informaccedilotildees gerais sobre a Nova Alianccedila consultar

governo dos EUA (httpfeedthefuturegovarticlenew-alliance-

-food-security-and-nutrition-0) e do RU (httpswwwgov

ukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file205885New_Alliance_progress_report_May_2013pdf)

As organizaccedilotildees da sociedade civil realizaram inuacutemeras anaacuteli-

ses e criacuteticas exaustivas As mais recentes (2014) consultadas

para este estudo incluem relatoacuterios do Instituto Transnacional

(laquoThe New Alliance for Food Security and Nutrition A coup for

corporate capitalraquo httpwwwtniorgbriefingnew-alliance-

-food-security-and-nutrition) ACFCCFDOxfam France (laquoLa

faim un business comme un autreraquo httpccfd-terresolidaireorg

infossouveraineterapport-la-faim-un-4750) WDM (laquoCarving

up a continent How the UK government is facilitating the corporate

takeover of African food systemsraquo httpwwwwdmorgukfood

more-information) e Oxfam France (laquoA qui profite la Nouvelle

Alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la

nutrition du G8 au Burquina Fasoraquo httpwwwoxfamfranceorg

rapportsagricultures-paysannes-et-investissements-agricoles

qui-profite-nouvelle-alliance)

Iniciativas relativas agraves leis fundiaacuterias e das sementes

Apanha de feijatildeo-verde na Cooperativa Vegetal de Dodicha na Etioacutepia com o apoio da USAID Os feijotildees seratildeo vendidos a um exportador local que por sua vez os venderaacute aos supermercados da Europa (Fotografia K StefanovaUSAID)

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

33

Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

34

Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

35

de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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agricultores Natildeo se esforccedilam para consolidar os sis-temas agriacutecolas jaacute em funcionamento Pelo contraacute-rio propotildeem soluccedilotildees simplificadas e inviaacuteveis para resolver problemas complexos favorecendo apenas um grupo de elite de agricultores com pequenos benefiacutecios a curto prazo

bullemsp Apesar da sua significativa interligaccedilatildeo as relaccedilotildees entre as diferentes iniciativas nem sempre satildeo muito claras para os grupos no terreno Tentamos aqui demonstrar como uma pequena elite ao serviccedilo dos interesses empresariais globalizados apostados em dominar a agricultura na Aacutefrica tenta impor agendas muito estreitas

bullemsp Com as sementes que representam uma rica heranccedila cultural das comunidades locais africanas a pressatildeo para as transformar em propriedade privada geradora de lucros e para marginalizar as variedades tradicionais avanccedila mais no papel do que propria-mente na praacutetica Isso deve-se a diversas complexi-dades sendo uma delas a crescente sensibilizaccedilatildeo e resistecircncia da populaccedilatildeo aos objetivos da induacutes-tria das sementes Mas natildeo devemos subestimar a determinaccedilatildeo de quem tenciona transformar a Aacutefrica num novo mercado global de fornecimento agriacutecola O caminho escolhido teraacute profundas implicaccedilotildees na capacidade dos agricultores africanos para se adap-tarem agraves mudanccedilas climaacuteticas

Este relatoacuterio foi redigido em conjunto pela Alianccedila pela Soberania Alimentar na Aacutefrica (AFSA) e a GRAIN A AFSA eacute uma plataforma pan-africana que reuacutene redes e organizaccedilotildees de agricultores na defesa da agricultura familiar e de pequena escala africana baseada em abor-dagens agroecoloacutegicas e indiacutegenas que promovem a soberania alimentar e o sustento das comunidades A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional que visa apoiar pequenos agricultores e movimentos sociais na defesa dos sistemas alimentares baseados na biodi-versidade e controlados pelas comunidades

Mohamed Coulibaly perito legal do Mali foi quem iniciou a investigaccedilatildeo e a redaccedilatildeo deste relatoacuterio com o apoio dos membros da AFSA e do pessoal da GRAIN Pretende-se que o relatoacuterio sirva de recurso para os gru-pos e as organizaccedilotildees que desejem envolver-se na luta pela justiccedila fundiaacuteria e das sementes em toda a Aacutefrica ou que apenas queiram saber um pouco mais sobre quem impotildee que tipo de mudanccedilas nesta zona atualmente

5

Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional2

mdash Iniciada pelos paiacuteses do G8 Canadaacute Franccedila Alemanha Itaacutelia Japatildeo Ruacutessia RU e EUA

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2022 mdash Implementada em dez paiacuteses africanos

Benim Burquina Faso Costa do Marfim Etioacutepia Gana Malawi Moccedilambique Nigeacuteria Senegal e Tanzacircnia

A Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional foi lanccedilada em 2012 pelos oito paiacute-ses mais industrializados com o intuito de mobili-zar o capital privado para o investimento na agricul-tura africana Para serem admitidos no programa os governos africanos tecircm de fazer mudanccedilas impor-tantes nas suas poliacuteticas fundiaacuterias e das sementes A Nova Alianccedila daacute prioridade agrave atribuiccedilatildeo de novas formas de acesso e controlo agraves empresas nacionais e transnacionais (TNC) sobre os recursos dos paiacuteses

2 Ver o website da Nova Alianccedila httpwwwnew-allianceorg

participantes dando-lhes lugar na mesa dos doadores de ajuda e dos governos recetores3

3 Para informaccedilotildees gerais sobre a Nova Alianccedila consultar

governo dos EUA (httpfeedthefuturegovarticlenew-alliance-

-food-security-and-nutrition-0) e do RU (httpswwwgov

ukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file205885New_Alliance_progress_report_May_2013pdf)

As organizaccedilotildees da sociedade civil realizaram inuacutemeras anaacuteli-

ses e criacuteticas exaustivas As mais recentes (2014) consultadas

para este estudo incluem relatoacuterios do Instituto Transnacional

(laquoThe New Alliance for Food Security and Nutrition A coup for

corporate capitalraquo httpwwwtniorgbriefingnew-alliance-

-food-security-and-nutrition) ACFCCFDOxfam France (laquoLa

faim un business comme un autreraquo httpccfd-terresolidaireorg

infossouveraineterapport-la-faim-un-4750) WDM (laquoCarving

up a continent How the UK government is facilitating the corporate

takeover of African food systemsraquo httpwwwwdmorgukfood

more-information) e Oxfam France (laquoA qui profite la Nouvelle

Alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la

nutrition du G8 au Burquina Fasoraquo httpwwwoxfamfranceorg

rapportsagricultures-paysannes-et-investissements-agricoles

qui-profite-nouvelle-alliance)

Iniciativas relativas agraves leis fundiaacuterias e das sementes

Apanha de feijatildeo-verde na Cooperativa Vegetal de Dodicha na Etioacutepia com o apoio da USAID Os feijotildees seratildeo vendidos a um exportador local que por sua vez os venderaacute aos supermercados da Europa (Fotografia K StefanovaUSAID)

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

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As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

23

das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

24

que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

25

Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

5

Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional2

mdash Iniciada pelos paiacuteses do G8 Canadaacute Franccedila Alemanha Itaacutelia Japatildeo Ruacutessia RU e EUA

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2022 mdash Implementada em dez paiacuteses africanos

Benim Burquina Faso Costa do Marfim Etioacutepia Gana Malawi Moccedilambique Nigeacuteria Senegal e Tanzacircnia

A Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional foi lanccedilada em 2012 pelos oito paiacute-ses mais industrializados com o intuito de mobili-zar o capital privado para o investimento na agricul-tura africana Para serem admitidos no programa os governos africanos tecircm de fazer mudanccedilas impor-tantes nas suas poliacuteticas fundiaacuterias e das sementes A Nova Alianccedila daacute prioridade agrave atribuiccedilatildeo de novas formas de acesso e controlo agraves empresas nacionais e transnacionais (TNC) sobre os recursos dos paiacuteses

2 Ver o website da Nova Alianccedila httpwwwnew-allianceorg

participantes dando-lhes lugar na mesa dos doadores de ajuda e dos governos recetores3

3 Para informaccedilotildees gerais sobre a Nova Alianccedila consultar

governo dos EUA (httpfeedthefuturegovarticlenew-alliance-

-food-security-and-nutrition-0) e do RU (httpswwwgov

ukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file205885New_Alliance_progress_report_May_2013pdf)

As organizaccedilotildees da sociedade civil realizaram inuacutemeras anaacuteli-

ses e criacuteticas exaustivas As mais recentes (2014) consultadas

para este estudo incluem relatoacuterios do Instituto Transnacional

(laquoThe New Alliance for Food Security and Nutrition A coup for

corporate capitalraquo httpwwwtniorgbriefingnew-alliance-

-food-security-and-nutrition) ACFCCFDOxfam France (laquoLa

faim un business comme un autreraquo httpccfd-terresolidaireorg

infossouveraineterapport-la-faim-un-4750) WDM (laquoCarving

up a continent How the UK government is facilitating the corporate

takeover of African food systemsraquo httpwwwwdmorgukfood

more-information) e Oxfam France (laquoA qui profite la Nouvelle

Alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la

nutrition du G8 au Burquina Fasoraquo httpwwwoxfamfranceorg

rapportsagricultures-paysannes-et-investissements-agricoles

qui-profite-nouvelle-alliance)

Iniciativas relativas agraves leis fundiaacuterias e das sementes

Apanha de feijatildeo-verde na Cooperativa Vegetal de Dodicha na Etioacutepia com o apoio da USAID Os feijotildees seratildeo vendidos a um exportador local que por sua vez os venderaacute aos supermercados da Europa (Fotografia K StefanovaUSAID)

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

6

Em julho de 2014 dez paiacuteses africanos jaacute tinham assinado Acordos-quadro de cooperaccedilatildeo (AQC) para implementar o programa da Nova Alianccedila Nesses acor-dos os governos comprometem-se a fazer 213 altera-ccedilotildees nas suas poliacuteticas Cerca de 43 dessas mudanccedilas visam as leis fundiaacuterias com o objetivo geralmente declarado de estabelecer laquodireitos sobre a terra cla-ros seguros e negociaacuteveisraquo mdash tiacutetulos de propriedade comercializaacuteveis4

A Nova Alianccedila tambeacutem visa implementar as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias (OV) sobre Posse de Terra Responsaacutevel adotadas pelo Comiteacute para a Seguranccedila Alimentar em 2012 por um lado e os Princiacutepios para o Investimento Responsaacutevel na Agricultura definidos pelo Banco Mundial a FAO o FIDA e a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o Desenvolvimento por outro5 Isso eacute especialmente importante uma vez que a Nova Alianccedila facilita diretamente o acesso agrave terra agriacutecola na Aacutefrica aos investidores Nesse sentido em setembro de 2014 o Concelho de Lideranccedila da Nova Alianccedila um organismo autonomeado composto por representantes do setor puacuteblico e privado decidiu criar um uacutenico conjunto de orientaccedilotildees para garantir que os investimentos na terra feitos atraveacutes da Alianccedila sejam laquoresponsaacuteveisraquo e natildeo usurpaccedilotildees6

No que se refere agraves sementes todos os estados par-ticipantes com a exceccedilatildeo do Benim aceitaram adotar leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais e regulamen-tos para a comercializaccedilatildeo das sementes que favore-ccedilam mais o setor privado Apesar de mais de 80 da totalidade das sementes da Aacutefrica ainda serem produ-zidas e disseminadas atraveacutes de sistemas de sementes laquoinformaisraquo (armazenamento de sementes nas proacuteprias terras e distribuiccedilatildeo natildeo regulada entre os agricultores) o programa da Nova Alianccedila natildeo reconhece a importacircn-cia dos sistemas camponeses de armazenamento par-tilha troca e venda de sementes

Os governos africanos satildeo pressionados a rever as suas leis de comercializaccedilatildeo das sementes e a promover a implementaccedilatildeo das leis de Proteccedilatildeo das Variedades

4 Nick Jacobs laquoInvestment as developmentraquo dissertaccedilatildeo da

Universidade da Antueacuterpia 2014 Em ficheiro

5 As Orientaccedilotildees Voluntaacuterias estatildeo disponiacuteveis online em

httpwwwfaoorgnrtenurevoluntary-guidelinesen E os PRAI

[Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel] em http

unctadorgenPagesDIAEG-20PRAIaspx

6 laquoProposal for development of operational guidelines for responsi-

ble land-based investment within the New Alliance and Grow Africaraquo

Reuniatildeo do Conselho de Lideranccedila 22 de setembro de 2014 http

blogsoxfamorgsitesdefaultfiles5_leadership_council_respon-

sible_investment_proposal_september_2014pdf

Vegetais (PVV) A estrateacutegia consiste em harmonizar as leis que regem a comercializaccedilatildeo das sementes incluindo as medidas de controlo fronteiriccedilo controlo fitossanitaacuterio sistemas de lanccedilamento das variedades e normas de certificaccedilatildeo ao niacutevel regional numa primeira fase e harmonizar as leis PVV numa segunda fase O efeito eacute criar maiores mercados uacutenicos de sementes onde a oferta de sementes se restrinja agraves variedades comercialmente protegidas Inibe-se assim o eterno direito dos agricultores de plantar as sementes que armazenam e proiacutebe-se terminantemente a comercia-lizaccedilatildeo das variedades tradicionais

A privatizaccedilatildeo das sementes que esta agenda visa e os potenciais impactes que isso poderaacute exercer sobre os agricultores de pequena escala suscitam muita pre-ocupaccedilatildeo Se por um lado os agricultores perdem o controlo sobre as sementes reguladas por um sistema comercial por outro o enfoque nas variedades comer-ciais implica uma significativa perda de biodiversidade

O Anexo 1 apresenta os planos especiacuteficos e as mudanccedilas concretas que cada paiacutes conseguiu realizar ateacute agora A maioria dos paiacuteses participantes estaacute a criar ou a adotar nova legislaccedilatildeo e novos regulamentos relati-vos agrave terra com vista a generalizar os certificados e em uacuteltima anaacutelise tiacutetulos de posse de terra No setor das sementes estatildeo a ser feitas reformas nas poliacuteticas para dar mais predominacircncia ao setor privado e menos poder de intervenccedilatildeo ao estado Por fim as terras agriacutecolas estatildeo a ser entregues a empresas nacionais e estrangei-ras sob a eacutegide das orientaccedilotildees para um investimento responsaacutevel na terra do Banco Mundial e da FAO

O Banco Mundial

O Banco Mundial eacute um importante motor de catali-saccedilatildeo do crescimento e da expansatildeo do agronegoacutecio na Aacutefrica A sua estrateacutegia consiste em financiar mudanccedilas de poliacuteticas e projetos no terreno Em ambos os casos visa as leis fundiaacuterias e das sementes por serem ferra-mentas que permitem proteger e promover os interes-ses do setor empresarial

Em termos de poliacuteticas o Banco trabalha para aumentar a produccedilatildeo e a produtividade agriacutecola atra-veacutes de programas intitulados laquoOperaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecolaraquo (OPDAg)

Para aleacutem de financiar as OPDAg o Banco Mundial apoia diretamente projetos de desenvolvimento agriacute-cola O Anexo 2 apresenta alguns dos grandes proje-tos do Banco Mundial que incluem componentes de posse de terra com enfoque nas disposiccedilotildees legais desenvolvidas para disponibilizar terra aos investidores empresariais Esses projetos satildeo muito mais visiacuteveis do

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

16

de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

7

Compreender as OPDAg

Para entendermos as OPDAg temos de entender as Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento (OPD) frequentemente utilizadas pelos bancos multilaterais de desenvolvimento na assistecircncia aos paiacuteses As OPD visam ajudar um paiacutes a alcanccedilar uma laquoreduccedilatildeo sustentaacutevel da pobrezaraquo atraveacutes de um programa de poliacuteticas e accedilotildees institucionais como o fortalecimento da gestatildeo financeira puacuteblica a melhoria do clima de investimento a diversificaccedilatildeo da economia etc Deve representar por um lado a rejeiccedilatildeo da estabilizaccedilatildeo macroeconoacutemica de curto prazo e das reformas de liberalizaccedilatildeo dos mercados das deacutecadas de 1980 e 1990 e por outro a adoccedilatildeo de reformas institucionais de meacutedio prazo1

A utilizaccedilatildeo que o Banco faz das OPD num paiacutes depende do contexto da Estrateacutegia de Assistecircncia ao Paiacutes um documento preparado pelo Banco juntamente com um paiacutes membro descrevendo a intervenccedilatildeo do Banco e os setores em que interveacutem O Banco disponibiliza fundos quando o governo alvo de assistecircncia cumpre trecircs requisitos necessaacuterios (1) a manutenccedilatildeo de um quadro de poliacutetica macroeconoacutemica adequado tal como determina o Banco com o contributo das avaliaccedilotildees do Fundo Monetaacuterio Internacional (2) imple-mentaccedilatildeo satisfatoacuteria do programa de reforma global alvo de assistecircncia e (3) realizaccedilatildeo de um conjunto acordado de poliacuteticas e accedilotildees institucionais

As OPD funcionam como seacuterie de accedilotildees organizadas em torno de accedilotildees preacutevias desencadeamentos e padrotildees de referecircncia As laquoaccedilotildees preacuteviasraquo satildeo um conjunto de accedilotildees institucionais e poliacuteticas mutua-mente acordadas consideradas essenciais para alcanccedilar os objetivos do programa apoiado por uma OPD Constituem uma condiccedilatildeo juriacutedica para o desembolso que um paiacutes aceita respeitar antes de o Banco aprovar o creacutedito Os desencadeamentos satildeo accedilotildees planeadas no segundo ano ou nos anos subsequentes do pro-grama Os padrotildees de referecircncia satildeo os marcadores de progresso do programa que descrevem o conteuacutedo e os resultados do programa governamental nas aacutereas supervisionadas pelo Banco

Na Aacutefrica as OPDAg promovem os Planos de Investimento Nacionais atraveacutes dos quais os paiacuteses imple-mentam O Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola Africano (PCDAA adotado em Maputo em 2003) Em julho de 2014 trecircs paiacuteses foram aprovados para receberem assistecircncia do Banco Mundial atraveacutes de OPDAg o Gana Moccedilambique e a Nigeacuteria

1 Ver Banco Mundial laquoDevelopment Policy Operations Frequently Asked Questionsraquo novembro de 2009 disponiacutevel em

httpsiteresourcesworldbankorgPROJECTSResources40940-1244732625424QampAdplrevpdf

Essai de recherche au Nigeria (Photo Vanguard)

que as OPDAg e os seus nomes satildeo bem conhecidos em cada paiacutes PDIDAS no Senegal GCAP no Gana e Bagreacutepole no Burquina Satildeo programas que disponibi-lizam fundos avultados para proporcionar aos investi-dores estrangeiros um acesso alargado agrave terra agriacutecola

africana mdash semelhantes aos projetos da Nova Alianccedila do G8 mas sem a bagagem poliacutetica das relaccedilotildees intergovernamentais

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

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As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

24

que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

25

Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

8

Iniciativa da poliacutetica fundiaacuteria da Uniatildeo Africana7

mdash Proponentes Uniatildeo Africana Comissatildeo Africana das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica Banco de Desenvolvimento Africano

mdash Financiamento UE FIDA UN Habitat Banco Mundial Franccedila e Suiacuteccedila

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2006hellip

Juntamente com o Banco de Desenvolvimento Africano (BDAf) e a Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a Aacutefrica (CEA) a Uniatildeo Africana (UA) lidera uma Iniciativa de Poliacutetica Fundiaacuteria (IPF) desde 2006 Financiada pela UE o FIDA o UN Habitat o Banco Mundial a Franccedila e a Suiacuteccedila para funcionar sobretudo como resposta agrave usurpaccedilatildeo de terras no continente a IPF visa consolidar e alterar as poliacuteticas e leis fundiaacuterias nacionais Pretende-se que se torne um Centro Africano de Poliacuteticas Fundiaacuterias a partir de 2016

A IPF visa implementar a Declaraccedilatildeo Africana sobre Questotildees e Desafios da Terra adotada pela cimeira de chefes de estado da UA em julho de 20098 Essa

7 Webpage da IPF httpwwwunecaorgIPF

8 Uniatildeo Africana laquoDeclaration on land issues and challenges in

Africaraquo julho de 2009 httpwwwunecaorgsitesdefaultfiles

cimeira tambeacutem promoveu o Quadro e as Orientaccedilotildees sobre Poliacutetica Fundiaacuteria em Aacutefrica (QampO) anteriormente adotado pelos ministros africanos responsaacuteveis pela agricultura e a terra em marccedilo de 20099 A Declaraccedilatildeo proporciona aos estados africanos um enquadramento para abordar as questotildees da terra num contexto regio-nal enquanto o Quadro define e promove processos especiacuteficos para desenvolver e implementar poliacuteticas fundiaacuterias a niacutevel nacional Nenhum desses documen-tos chega ao ponto de prescrever que tipo de direitos da terra devem ser promovidos (coletivos ou individuais consuetudinaacuterios ou formais etc)

Um empreendimento importante da IPF eacute o desen-volvimento de um conjunto de Princiacutepios Orientadores sobre Investimentos Latifundiaacuterios (POIL) concebido para garantir que a aquisiccedilatildeo de terras em Aacutefrica laquopro-mova um desenvolvimento inclusivo e sustentaacutevelraquo Os Princiacutepios Orientadores foram adotados pelo Conselho dos ministros da agricultura em junho de 2014 e aguar-dam aprovaccedilatildeo da Cimeira de Chefes de Estado da UA e do governo

uploaded-documentsau_declaration_on_land_issues_engpdf

9 Disponiacutevel em httpreaauintensitesdefaultfiles

Framework20and20Guidelines20on20Land20

Policy20in20Africapdf

Plantaccedilatildeo de arroz no Mali a tendecircncia de inuacutemeras iniciativas que visam mudar as leis fundiaacuterias eacute para atribuir tiacutetulos que permitam agraves comunidades e aos pequenos proprietaacuterios vender ou arrendar as terras a investidores (Fotografia Devan WardellAbt Associates)

Iniciativas que visam as leis fundiaacuterias

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

13

regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

9

Os Princiacutepios Orientadores tecircm vaacuterios objetivos orientaccedilotildees para a tomada de decisatildeo nos negoacutecios fun-diaacuterios (reconhecendo que as aquisiccedilotildees latifundiaacuterias poderatildeo natildeo ser a melhor forma de investimento) uma base para um quadro de controlo e avaliaccedilatildeo que acom-panhe os negoacutecios fundiaacuterios na Aacutefrica e uma base para a revisatildeo dos contratos latifundiaacuterios existentes10

Os Princiacutepios Orientadores retiram liccedilotildees dos instru-mentos e iniciativas globais para regular os negoacutecios fun-diaacuterios entre os quais as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel no Contexto da Seguranccedila Alimentar e Nutricional Para aleacutem disso tecircm em conta instrumentos relevantes de direitos humanos11

Mas uma vez que os Princiacutepios Orientadores natildeo satildeo um instrumento vinculativo e carecem de um meca-nismo de aplicaccedilatildeo dificilmente se pode saber ao certo de seratildeo mais eficazes do que outros quadros voluntaacute-rios sobre a terra Satildeo contudo largamente aceites e apoiados no continente como a primeira laquoresposta afri-canaraquo agrave questatildeo da usurpaccedilatildeo de terras

CEDEAO (Quadro de Harmonizaccedilatildeo das Poliacuteticas Fundiaacuterias da Aacutefrica Ocidental)12

mdash Proponente Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO)

10 Esses princiacutepios incluem a transparecircncia a incusividade e a

participaccedilatildeo previamente informada das comunidades afetadas

bem como o respeito pelos direitos humanos das comunidades e

das mulheres mdash entre os quais os direitos fundiaacuterios consuetudi-

naacuterios mdash e o reconhecimento da importacircncia dos agricultores de

pequena escala para a seguranccedila alimentar Para mais informaccedilotildees

ver Uniatildeo Africana laquoGuiding principles on large scale land based

investments in Africaraquo 2009 httpwwwunecaorgsitesdefault

filesuploadsguiding_principles_on_lslbi-enpdf

11 Entre os quais a Declaraccedilatildeo Universal dos Direitos do

Homem a Convenccedilatildeo para a Eliminaccedilatildeo da Discriminaccedilatildeo contra

as Mulheres (1979) a Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo do Patrimoacutenio

Mundial Cultural e Natural (UNESCO 1972) e o Direito agrave

Alimentaccedilatildeo (reconhecido no Artigo 25ordm da Declaraccedilatildeo Universal

dos Direitos do Homem e Pacto Internacional sobre os Direitos

Econoacutemicos Sociais e Culturais)

12 Ver Ernest Aubee Odame Larbi Hubert Ouedraogo e

Joan Kagwanja laquoFramework for harmonized land policies in West

Africa An IPF-ECOWAS partnershipraquo apresentaccedilatildeo na conferecircn-

cia do Banco Mundial sobre a terra e a pobreza em marccedilo de

2014 httpswwwconftoolcomlandandpoverty2014index

phppage=browseSessionsampprint=headampabstracts=showampf

orm_session=129amppresentations=show

Em 2010 em colaboraccedilatildeo com o Secretariado da IPF a CEDEAO preparou um quadro regional uacutenico para harmonizar as poliacuteticas fundiaacuterias na Aacutefrica Ocidental O quadro implementa a Declaraccedilatildeo da UA sobre Questotildees e Desafios da Terra de 2009 tendo em conta outras iniciativas decorrentes na regiatildeo sobretudo o observatoacuterio da terra rural da UEMAU as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e os Princiacutepios da IPF sobre os IBL Para aleacutem disso promove a carta da terra do Comiteacute Inter-estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) uma proposta de quadro poliacutetico para estabelecer os princiacutepios comuns sobre a governanccedila da terra no Sahel e na Aacutefrica Ocidental a ser adotada em 201513

O principal objetivo desta tentativa para harmoni-zar as poliacuteticas fundiaacuterias eacute a adoccedilatildeo de um Diretiva Regional sobre as Terras Rurais Esta seraacute um instru-mento legalmente vinculativo para os estados mem-bros da CEDEAO que permitiraacute alguma flexibilidade na implementaccedilatildeo A diretiva cobriraacute o desenvolvimento das poliacuteticas fundiaacuterias a gestatildeo dos conflitos sobre a terra questotildees transfronteiriccedilas e a promoccedilatildeo dos investimentos fundiaacuterios incluindo os negoacutecios lati-fundiaacuterios Segundo um relatoacuterio da CEDEAO para a Conferecircncia do Banco Mundial sobre a Terra e a Pobreza de 2014 jaacute se fez circular um projeto da Diretiva entre os estados-membro para apreciaccedilatildeo

Uniatildeo Europeia14

mdash Novo (2014) programa para consolidar a gover-

nanccedila da terra na Aacutefrica mdash Dez paiacuteses alvo Angola Burundi Costa do

Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia

mdash Orccedilamento 33 milhotildees de euros mdash Aplica-se a 14 estados membro da CEDEAO

Benim Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Em abril de 2014 a UE lanccedilou um novo pro-grama para melhorar a governanccedila da terra na Aacutefrica Subsaariana visando aplicar os princiacutepios estipulados pelas Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacio-nal Dez paiacuteses satildeo abrangidos pela iniciativa Angola Burundi Costa do Marfim Etioacutepia Queacutenia Malawi Niacuteger Somaacutelia Sudatildeo do Sul e Suazilacircndia Trecircs (a

13 Ibid

14 Ver FAO laquoNew EU programme to strengthen land governance

in ten African countriesraquo 14 de abril de 2014 httpwwwfaoorg

partnershipsnews-articleenc223370

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

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phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

18

Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

23

das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

38

Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

10

Etioacutepia o Niacuteger e o Sudatildeo do Sul) tambeacutem fazem parte das parcerias fundiaacuterias do G8 descritas mais adiante

O programa seraacute implementado a niacutevel nacional em parceria com a FAO Segundo o comunicado de imprensa para anunciar o seu lanccedilamento o programa iraacute

bullemsp desenvolver ferramentas de registo de terras e teacutec-nicas digitais de registo de terra tais como imagens de sateacutelite

bullemsp apoiar organizaccedilotildees locais e grupos da sociedade civil para laquosensibilizarraquo os agricultores acerca dos seus direitos sobre a terra

bullemsp formalizar direitos fundiaacuterios para laquolegitimarraquo o uso da terra especificamente atraveacutes da disposi-ccedilatildeo de tiacutetulos de propriedade e documentaccedilatildeo rele-vante para reconhecer direitos fundiaacuterios nos paiacuteses selecionados

Como parte da iniciativa a FAO realizaraacute um estudo exaustivo dos direitos fundiaacuterios da Somaacutelia e criaraacute estrateacutegias de gestatildeo de terra Para aleacutem disso faraacute uma revisatildeo das estrateacutegias poliacuteticas e legislaccedilotildees nacionais necessaacuterias para consolidar as instituiccedilotildees do Queacutenia

Assembleia Parlamentar da Francofonia (Assembleacutee Parlementaire Francophone ou APF)

Associaccedilatildeo de parlamentos dos paiacuteses francoacutefonos a Assembleia Parlamentar da Francofonia estaacute a traba-lhar para promover uma nova invenccedilatildeo chamada laquotiacutetulo simplificado seguroraquo (titre simplifieacute seacutecuriseacute ou TSS) para resolver o problema da falta de clareza quanto aos direitos agrave terra agriacutecola ou habitacional na Aacutefrica O TSS eacute um tiacutetulo fundiaacuterio oficial mas num formato simpli-ficado semelhante ao certificado fundiaacuterio Segundo o seu criador o notaacuterio camaronecircs Abdoulaye Harissou membro da Uniatildeo Internacional dos Notaacuterios os esta-dos africanos devem rejeitar os princiacutepios da detenccedilatildeo estatal da terra e descentralizar a sua administraccedilatildeo e gestatildeo passando essas responsabilidades agraves munici-palidades Na sua opiniatildeo o TSS deve coexistir com o sistema formal de registo de tiacutetulos fundiaacuterios

O TSS teria uma claacuteusula excluindo a venda de terra a pessoas de fora da municipalidade onde se situa o terreno Isso significa por exemplo que os agriculto-res natildeo poderiam vender terra a investidores estran-geiros exceto (talvez) com a intervenccedilatildeo do governo Essa claacuteusula destaca o TSS das alternativas atual-mente impostas pelos doadores a presente tendecircncia eacute no sentido de atribuir tiacutetulos fundiaacuterios aos pequenos proprietaacuterios e comunidades locais precisamente para lhes permitir vender ou arrendar terrenos a investidores

Poderaacute a claacuteusula da inalienabilidade sobreviver a essa tendecircncia se os estados adotarem o TSS Essa eacute uma pergunta muito pertinente

Na sua 32ordf sessatildeo em julho de 2013 em Abidjan a APF patrocinou o TSS A Uniatildeo apoia uma proposta da sua secccedilatildeo africana para estabelecer uma comissatildeo encarregue da redaccedilatildeo de uma lei-quadro sobre o TSS15 Uma vez instituiacuteda essa comissatildeo apresentaraacute uma lei--quadro no prazo de 18 meses16 Entatildeo a Assembleia Parlamentar da Francofonia traccedilaraacute um plano para levar as duas Comunidades Econoacutemicas regionais mdash a Comunidade Econoacutemica da Aacutefrica Central e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental mdash a adotar a lei tendo como supremo objetivo levar as legislatu-ras nacionais de todos os paiacuteses francoacutefonos a fazer o mesmo O passo seguinte seria submeter a lei-quadro agrave aprovaccedilatildeo da Uniatildeo Africana em todo o continente

A Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G817

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2013hellip mdash Implementar laquoparcerias fundiaacuteriasraquo em sete

paiacuteses africanos Burquina Faso Etioacutepia Niacuteger Nigeacuteria Senegal Sudatildeo do Sul e Tanzacircnia

mdash Plataforma Mundial de Doadores como ponto de acesso agrave informaccedilatildeo

O G8 lanccedilou a Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria em junho de 2013 com o intuito de promo-ver maior transparecircncia nas transaccedilotildees fundiaacuterias uma governanccedila mais responsaacutevel da posse de terra e o desenvolvimento das capacidades que a isso respei-tam nos paiacuteses em vias de desenvolvimento A inicia-tiva eacute implementada atraveacutes de laquoparceriasraquo entre os membros do G8 e os paiacuteses africanos juntamente com empresas agricultores e a sociedade civil Os documen-tos da parceria estipulam que tambeacutem implementaratildeo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO a niacutevel nacional Natildeo haacute mais informaccedilatildeo disponiacutevel sobre a forma como isso estaacute a ser feito

Rede composta por 37 instituiccedilotildees financeiras organizaccedilotildees intergovernamentais e agecircncias de

15 Ver APF laquoReacutesolution sur les Titres simplifieacutes seacutecuriseacutes (TSS)raquo

Abidjan 9-12 de julho de 2013 httpapffrancophonieorgIMG

pdf2013_07_session_coop_resoltsspdf

16 M Abdoulaye Harissou laquoNote sur Le Titrement foncier au ser-

vice de la paix sociale et du deacuteveloppement de lrsquoAfrique francophoneraquo

httpapffrancophonieorgIMGpdf2013_07_session_coop_

titrementpdf

17 Informaccedilatildeo online sobre o a ITF do G8 em httpwwwdonor-

platformorgland-governanceg8-land-partnerships

11

desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

12

As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

15

Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

16

de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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desenvolvimento criada em 200318 a Plataforma Mundial de Doadores para o Desenvolvimento Rural trata das questotildees das parcerias fundiaacuterias ligadas agrave informaccedilatildeo e agraves responsabilidades Tem trecircs atividades a decorrer no terreno gerir uma base de dados com mais de 400 projetos fundiaacuterios financiados pelos membros organizar o Grupo de Trabalho sobre a Terra e servir de centro de comunicaccedilotildees para a ITF do G819

A sobreposiccedilatildeo entre a ITF do G8 e a Plataforma dos Doadores eacute significativa Seis dos oito membros do G8 fazem parte da Plataforma de Doadores a Franccedila (AFD) a Itaacutelia (Cooperazione Italiana) o Canadaacute (Departamentos dos Assuntos Externos) a Alemanha (Ministeacuterio Federal da Cooperaccedilatildeo e Desenvolvimento Econoacutemico) o RU (DFID) e os EUA (USAID) As pes-soas ou agecircncias que representam trecircs desses paiacuteses da Plataforma satildeo as mesmas que lideram as parcerias fundiaacuterias do G8 nos seus paiacuteses Mas a Plataforma dos Doadores natildeo eacute responsaacutevel pela ITF o secretariado apenas fornece informaccedilatildeo sobre ela a pedido do G8

Existe no entanto uma clara relaccedilatildeo entre a parceria fundiaacuteria do G8 e os acordos-quadro da Nova Alianccedila do G8 no que se refere agrave sua implementaccedilatildeo nos paiacute-ses africanos que fazem parte das duas iniciativas Essa relaccedilatildeo torna-se mais evidente quando o paiacutes do G8 eacute o mesmo paiacutes liacuteder para ambos os programas Na Etioacutepia por exemplo a parceria fundiaacuteria eacute caracterizada como uma laquocontinuaccedilatildeoraquo do compromisso feito ao abrigo da Nova Alianccedila do G8 A parceria tambeacutem poderaacute estar ligada a outras atividades do estado doador no parceiro africano No Burquina Faso por exemplo a parceria com os EUA desenvolve-se com o apoio da MCC para imple-mentar a Lei Fundiaacuteria Rural no paiacutes

O secretariado da plataforma e os indiviacuteduos res-ponsaacuteveis pela coordenaccedilatildeo de parcerias especiacuteficas natildeo disponibilizaram mais informaccedilatildeo e muito menos o orccedilamento

Millennium Challenge Corporation dos EUA

mdash Proponente governo dos EUA mdash Formato programas de cinco anos de luta

contra a pobreza nos paiacuteses com direito a financiamento

18 O website deles eacute httpwwwdonorplatformorg

19 Os membros do grupo satildeo ADA AFD BMELV BMZ DFID

EC GIZ Ministeacuterios dos Negoacutecios Estrangeiros da Aacuteustria da

Dinamarca da Finlacircncia da Franccedila e dos Paiacuteses Baixos SDC

SIDA FAO JICA FIDA MCC USAID Departamento dos Assuntos

Externos do Canadaacute UN-HABITAT o Banco Mundial e a IFC A

Alemanha (BMZ) eacute Presidente

A Millennium Challenge Corporation (MCC) eacute uma agecircncia de ajuda americana criada pelo Congresso dos EUA em 2004 com um mandato para promover refor-mas de mercado livre nos paiacuteses mais pobres do mundo A MCC trabalha para alcanccedilar esse objetivo proporcio-nando bolsas (ou pelo menos a perspetiva de bolsas) aos paiacuteses menos desenvolvidos para grandes projetos que as duas partes identifiquem em troca da adoccedilatildeo de reformas do mercado livre Os projetos satildeo implemen-tados e supervisionados por agecircncias conhecidas como Millennium Challenge Account (MCA)

A MCA comeccedila por determinar se um paiacutes eacute ou natildeo elegiacutevel para receber ajuda com base num con-junto de criteacuterios proacuteprios Em caso de elegibilidade a MCA e o governam negoceiam um generoso pro-grama de cinco anos conhecido como Compact Se um paiacutes for considerado inelegiacutevel para conseguir financiamento o governo tem de implementar vaacuterias reformas identificadas pela MCA Os paiacuteses que che-gam perto de cumprir os criteacuterios da MCA e se com-prometem a melhorar o seu desempenho poderatildeo receber bolsas mais pequenas conhecidas como pro-gramas limiares

O alvo dos programas da MCC eacute a terra nas zonas rurais e urbanas Ateacute agrave data jaacute investiu quase 260 milhotildees de doacutelares americanos em reformas da poliacutetica fundiaacuteria e direitos de propriedade atraveacutes de 13 dos seus 25 Compacts20

Muitos dos programas de poliacutetica fundiaacuteria da Millennium Challenge Corporation estatildeo estreitamente ligados a grandes projetos de desenvolvimento de infra-estruturas mdash tambeacutem financiados pela MCC mdash con-cebidos para apoiar mercados de produtos agriacutecolas como barragens estradas irrigaccedilatildeo e portos

Os diversos esforccedilos de reforma fundiaacuteria da MCC na Aacutefrica procuraram consistentemente formalizar siste-mas fundiaacuterios consuetudinaacuterios ou informais definir e dividir terras com recurso a novas tecnologias de cartas cadastrais atribuir tiacutetulos fundiaacuterios individuais simpli-ficar e facilitar a transferecircncia de terras e promover e facilitar o investimento no agronegoacutecio

A abordagem natildeo consiste em contornar completa-mente as formas consuetudinaacuterias de gestatildeo de terras ou participaccedilatildeo local Em geral a MCC integra elemen-tos baacutesicos das praacuteticas locais para identificar e atribuir terras e depois estabelece formas transferiacuteveis (ou seja vendaacuteveis) de tiacutetulos De acordo com a MCC laquoa formalizaccedilatildeo das praacuteticas e regras existentes torna-as

20 Ver CDM direitos de propriedade e poliacutetica fun-

diaacuteria httpwwwCDMgovpagessectorssector

property-rights-and-land-policy

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As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

25

Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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As parcerias fundiaacuterias do G8

Burquina FasondashEUA1

A parceria do BF visa apoiar a implementaccedilatildeo da Lei da Terra Rural de 2009 do Burquina Desenvolve-se com o programa da MCC no paiacutes e eacute liderado pela MCA Burquina para o governo do Burquina e pelo MCC e a USAID para o governo dos EUA A parceria tambeacutem promoveraacute a adesatildeo aos princiacutepios definidos pelas OV

As prioridades para 2014 satildeo conclusatildeo do Quadro de Avaliaccedilatildeo da Governanccedila Fundiaacuteria para o Burquina Faso um projeto do Banco Mundial criaccedilatildeo e lanccedilamento de um observatoacuterio nacional da terra finalizaccedilatildeo de um projeto-piloto para acompanhar e melhorar a transparecircncia das transaccedilotildees fundiaacuterias provisatildeo de recursos para garantir a equidade dos geacuteneros em todos os esforccedilos e um diaacutelogo entre os vaacuterios interessados Os resultados esperados satildeo reduccedilatildeo dos conflitos sobre a terra maior reconhecimento dos direitos fundiaacuterios acesso alargado das mulheres aos direitos fundiaacuterios e maior transparecircncia e eficaacutecia nas transaccedilotildees fundiaacuterias

Etioacutepia ndash RU EUA Alemanha2

A parceria da Etioacutepia foi acordada em dezembro de 2013 e tem por intuito dar continuidade ao compro-misso feito sob a Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e Nutricional Natildeo se disponibiliza mais informaccedilatildeo

Niacuteger ndash UE3

A parceria fundiaacuteria entre a UE e o governo do Niacuteger centrar-se-aacute tanto na revisatildeo da poliacutetica fundiaacuteria regida pelo Coacutedigo Rural do Niacuteger como na harmonizaccedilatildeo com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO e o Quadro Africano sobre Poliacutetica Fundiaacuteria

Nigeacuteria ndash RU4

A parceria da Nigeacuteria visa incrementar ateacute meados de 2015 a transparecircncia e a fiabilidade da atribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios na Nigeacuteria bem como estimular o investimento na agricultura O governo do RU propor-ciona um perito internacional em tiacutetulos fundiaacuterios e avaliaccedilotildees de posse de terra e facilita os conhecimentos da FAO Tambeacutem se fornecem outros recursos como equipamentos de sistema de informaccedilatildeo geograacutefica e imagens de sateacutelite para se proceder aos trabalhos iniciais de titulaccedilatildeo em 2014

Senegal ndash Franccedila5

A parceria do Senegal tem por objetivo ajudar o Senegal laquoa obter o melhor dos nossos negoacutecios fundiaacuterios comerciaisraquo Mais especificamente em 2014 ndash 2015 a iniciativa apoiaraacute a Comissatildeo Nacional para a Reforma Fundiaacuteria (instituiacuteda em marccedilo de 2013) a criaccedilatildeo de um Observatoacuterio da Terra formaccedilatildeo em prevenccedilatildeo e resoluccedilatildeo de conflitos sobre a terra e accedilotildees de sensibilizaccedilatildeo sobre as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias como normas internacionais

Sudatildeo do Sul ndash Uniatildeo Europeia6

A parceria do Sudatildeo do Sul instituiraacute um sistema de governanccedila da terra com a implementaccedilatildeo da Poliacutetica Fundiaacuteria com apoio da USAID de 2013 que supostamente se alinha com as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias e o Quadro Africano sobre a Poliacutetica Fundiaacuteria A UE apoiaraacute a redaccedilatildeo e a adoccedilatildeo de uma Lei Fundiaacuteria e dos

1 Ver notiacutecia do lanccedilamento httpusaidlandtenurenetcommentary201306

us-announces-land-governance-partnership-with-Burquina-faso

2 Ver parceria fundiaacuteria da Etioacutepia httpswwwdonorplatformorgload24192128

3 Ver parceria fundiaacuteria do Niacuteger httpswwwdonorplatformorgload24202129

4 Ver parceria fundiaacuteria da Nigeacuteria httpswwwdonorplatformorgload24212130

5 Ver parceria fundiaacuteria do Senegal httpswwwdonorplatformorgload24222131

6 Ver parceria fundiaacuteria do Sudatildeo do Sul httpswwwdonorplatformorgload24222132

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

24

que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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regulamentos necessaacuterios para a sua implementaccedilatildeo bem como a criaccedilatildeo de um registo fundiaacuterio digital no Ministeacuterio da Terra Tambeacutem se desenvolveraacute um plano de accedilatildeo sobre a administraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo de terra para investimento agriacutecola

Tanzacircnia ndash RU7

A parceria fundiaacuteria visa consolidar a governanccedila da terra na Tanzacircnia estimular o investimento nos setores produtivos e reforccedilar os direitos fundiaacuterios para todos os tanzanianos Espera-se alcanccedilar esses objetivos ateacute meados de 2015 Para aleacutem do RU a parceria da Tanzacircnia implica o Banco Mundial a Finlacircndia a Sueacutecia a Dinamarca a UE os EUA representantes das transnacionais (por exemplo BP Grupo BG) e a sociedade civil (por exemplo Oxfam Concern) A parceria seraacute implementada por meio de uma Unidade de Posse de Terra no Ministeacuterio das Terras da Habitaccedilatildeo e do Desenvolvimento da Colonizaccedilatildeo Humana

De entre as accedilotildees concretas para implementar a parceria da Tanzacircnia destacam-se organizaccedilatildeo de uma regularizaccedilatildeo sistemaacutetica da posse de terra a niacutevel nacional criaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo de sistemas de dados abertos para todos os investimentos fundiaacuterios acima dos 50 hectares desenvolvimento e financia-mento de um plano de investimento nacional a cinco anos na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios

7 Ver parceria fundiaacuteria da Tanzacircnia httpswwwdonorplatformorgload24242133

Suzanne Ouedraogo agricultora do Burquina Faso o governo eacute instado a transformar e a absorver a os sistemas agriacutecolas e fundiaacuterios consuetudinaacuterios em mercados de estilo ocidental Quem beneficiaraacute (Fotografia Pablo ToscoOxfam)

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

25

Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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mais compatiacuteveis com as economias e os sistemas de produccedilatildeo modernosraquo21

Os projetos da MCC funcionam habitualmente a dois niacuteveis por um lado com projetos especiacuteficos de atri-buiccedilatildeo e titularizaccedilatildeo da terra que servem de modelo e por outro atraveacutes de processos de poliacutetica fundiaacuteria em que a MCC participa muitas vezes diretamente nos processos governamentais de alto niacutevel para reformar a legislaccedilatildeo fundiaacuteria

O Anexo 3 apresenta informaccedilatildeo sobre o envol-vimento da MCC em nove paiacuteses africanos O que demonstra eacute um profundo e forte empenho do governo americano natildeo soacute em transferir os sistemas consuetudi-naacuterios de gestatildeo e controlo fundiaacuterio para os mercados formais e de propriedade privada mas ateacute em trans-formaacute-los em mercados formais e propriedade privada Profundo porque o trabalho da MCC nos proacuteprios paiacute-ses alterou natildeo soacute as leis mas tambeacutem o tecido institu-cional para melhor acomodar os novos direitos fundiaacute-rios E forte porque tem sido muito eficaz

No Benim por exemplo o trabalho da MCC para reformular a lei fundiaacuteria do paiacutes a favor de soacutelidos

21 Kent Elbow laquoBurquina Fasos Ambitious Experiment in

Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burquina-

-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

tiacutetulos de propriedade agrave custa dos direitos consuetudi-naacuterios suscitou a resistecircncia das organizaccedilotildees de agri-cultores e da sociedade civil Apesar disso conseguiu alcanccedilar a maioria dos seus objetivos No Burquina o trabalho da MCC para transformar os sistemas consue-tudinaacuterios em mercados de tipo ocidental estaacute a ganhar terreno e a ser aprofundado pelo governo dos EUA no contexto da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 No Gana e em Moccedilambique a MCC tem sido bas-tante eficiente na distribuiccedilatildeo de tiacutetulos fundiaacuterios para substituir os sistemas tradicionais

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

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20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

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Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Sob a ruacutebrica de laquoleis das sementesraquo haacute vaacuterios tipos de iniciativas legais e de poliacuteticas que afetam dire-tamente o tipo de sementes que os agricultores de pequena escala podem utilizar Centramo-nos em dois as leis da propriedade intelectual que concedem mono-poacutelios sancionados pelo estado aos obtentores (agrave custa dos direitos dos agricultores) e as leis da comercializa-ccedilatildeo das sementes que regulam o comeacutercio das semen-tes (muitas vezes tornando ilegal a troca e a venda das sementes dos agricultores)22

Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisAs leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV)

referem-se especificamente aos direitos de propriedade intelectual e visam estabelecer e proteger direitos de monopoacutelio sobre os tipos (variedades) de plantas desen-volvidas pelos obtentores As PVV derivam do sistema de patenteamento Todos os membros da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio (OMC) satildeo obrigados a adotar uma qualquer forma de lei de PVV ao abrigo do Acordo

22 Tambeacutem existem leis de biosseguranccedila que estipulam as con-

diccedilotildees em que os organismos geneticamente modificados podem

ser importados ou lanccedilados num paiacutes

da OMC sobre os Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPS) Mas satildeo os governos nacionais que decidem a forma como o fazem

O projeto de protocolo de PVV da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser imple-mentado nos 19 estados-membro da ARIPO Botswana Gacircmbia Gana Queacutenia Lesoto Malawi Moccedilambique Namiacutebia Serra Leoa Libeacuteria Ruanda Satildeo Tomeacute e Priacutencipe Somaacutelia Sudatildeo Suazilacircndia Tanzacircnia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Instituiacuteda no acircmbito do Acordo de Lusaca de 1976 a ARIPO eacute o equivalente para a Aacutefrica angloacutefona agrave Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual das Naccedilotildees Unidas (OMPI) Em novembro de 2009 o Conselho de Ministros da OMPI aprovou a proposta de criaccedilatildeo de uma poliacutetica e um quadro legal a par-tir dos quais se pudesse desenvolver o Protocolo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais da ARIPO (o Protocolo de PVV) Adotado em novembro

Iniciativas para a introduccedilatildeo de leis das sementes

A tratar dos rebentos no Queacutenia futuros prisioneiros das leis de proteccedilatildeo das variedades vegetais(Fotografia Tony KarumbaAFP)

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de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

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Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

16

de 2013 o quadro legal foi formulado num projeto de protocolo de PVV em 2014 durante uma conferecircncia diplomaacutetica23

O projeto de protocolo de PVV institui um quadro uacutenico de procedimentos e obrigaccedilotildees para a proteccedilatildeo dos direitos dos obtentores em todos os estados-mem-bro da ARIPO Esses direitos seratildeo garantidos por uma soacute autoridade estabelecida pela ARIPO para administrar o sistema em nome dos estados-membro

O Protocolo baseia-se nas normas contidas na Lei de 1991 da Convenccedilatildeo da UPOV Assim sendo institui monopoacutelios legais (laquoproteccedilatildeoraquo) das novas varieda-des vegetais por 20 a 25 anos dependendo da cultura Os agricultores natildeo poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes dessas variedades nas suas proacuteprias terras a natildeo ser em culturas especificamente designadas den-tro de limites razoaacuteveis e mediante o pagamento anual de direitos Estatildeo terminantemente proibidos de trocar ou vender as sementes das colheitas resultantes dessas variedades

Em abril de 2014 o projeto de Protocolo de PVV da ARIPO foi submetido agrave UPOV para anaacutelise de confor-midade com a Lei de 1991 A UPOV concluiu que laquocom a adoccedilatildeo do projeto de Protocolo sem alteraccedilotildees e a entrada em vigor do Protocoloraquo a ARIPO e os seus estados-membro jaacute poderatildeo aderir agrave UPOV24

A sociedade civil contesta ardentemente o Protocolo 25 A AFSA por exemplo eacute conhecida por se opor vee-mentemente ao Protocolo de PVV da ARIPO alegando que este entre outras coisas reduz gravemente os direi-tos dos agricultores e o direito agrave alimentaccedilatildeo Por outro lado o processo de elaboraccedilatildeo do Protocolo de PVV da ARIPO contou com uma consulta exaustiva das asso-ciaccedilotildees industriais Foram consultados a Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo Assexuada (CIOPORA) a Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes (AFSTA) a Associaccedilatildeo Francesa de Sementes e Plantas (GNIS) e entidades estrangeiras como o Gabinete das Patentes e das Marcas dos Estados Unidos o

23 Ver documento ARIPOCMXIV8 em httpwwwip-watch

orgweblogwpcontentuploads201311ARIPO-CM-XIV-8-

REVISED-DRAFT-ARIPO-LEGAL-FRAMEWORK-FOR-PLANT-

VARIETY-PROTECTIONpdf (descarregada a 30 de julho de 2014)

24 Documento C(Extr)312 Anexo da UPOV httpwwwupov

intedocsmdocsupovenc_extr_31c_extr_31_2pdf

25 Ver os inuacutemeros documentos emitidos pela Alianccedila para

a Soberania Alimentar na Aacutefrica e o Centro Africano para a

Biosseguranccedila acolhido peccedila ACB httpwwwacbioorgzaindex

phpcomponentsearchsearchword=ARIPOampordering=ampsearch

phrase=all

Secretariados da UPOV e o Instituto Comunitaacuterio das Variedades Vegetais

Num workshop regional sobre o Protocolo de PVV da ARIPO realizado em Harare no Zimbabwe em finais de outubro de 2014 os estados-membro foram unacircnimes quanto agrave necessidade de se realizarem mais consultas a niacutevel nacional e de se submeter o projeto de Protocolo da PVV da ARIPO agrave anaacutelise de um especialista indepen-dente antes da sua eventual adoccedilatildeo

Acordo de Bangui revisto da Organizaccedilatildeo Africana para a Propriedade Intelectual (OAPI)

mdash O Acordo de Bangui revisto (Anexo X) entrou em vigor nos seguintes estados-membro da OAPI em 2006 Benim Burquina Faso Camarotildees Repuacuteblica da Aacutefrica Central Chade Comores Congo Costa do Marfim Guineacute Equatorial Gabatildeo Guineacute Guineacute Bissau Mali Mauritacircnia Niacuteger Senegal e Togo

Estabelecida em 1977 pelo Acordo de Bangui e revista em 1999 para se alinhar com o Acordo dos TRIPS da OMC a OAPI eacute uma organizaccedilatildeo regional para a pro-priedade intelectual a que pertencem 17 paiacuteses africa-nos maioritariamente francoacutefonos O Acordo de Bangui revisto entrou em vigor em 2006 e fez da OAPI a pri-meira organizaccedilatildeo africana a estabelecer um sistema de PVV baseado na UPOV 1991

O Anexo X do Acordo de Bangui Revisto centra-se na proteccedilatildeo das variedades vegetais Idecircntico ao projeto de Protocolo de PVV da ARIPO confere aos obtento-res o direito exclusivo de laquoexplorarraquo novas variedades vegetais durante 25 anos Natildeo obstante os agricul-tores podem armazenar e reutilizar as sementes das variedades protegidas nas suas proacuteprias terras mdash para quaisquer culturas e sem a obrigaccedilatildeo do pagamento sucessivo de direitos Mas tal como todas as leis que seguem o modelo da UPOV o Acordo de Bangui proiacutebe os agricultores de partilhar trocar e vender para o exte-rior sementes das variedades protegidas que tenham armazenado nas suas terras

Em junho de 2014 a OAPI tornou-se membro da UPOV26 e uma vez que o propoacutesito da UPOV eacute prote-ger os obtentores da concorrecircncia dos agricultores isso significa que no futuro nos estados-membro da OAPI os obtentores tenderatildeo a ganhar direitos em detrimento dos agricultores que tenderatildeo a perdecirc-los

26 Ver IP Watch laquoOAPI joins UPOVraquo 11 de junho

de 2014 httpwwwip-watchorg20140611

african-intellectual-property-organization-oapi-joins-upov

17

De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

18

Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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De notar que atualmente estaacute em cima da mesa uma proposta de fusatildeo da OAPI e da ARIPO para formar uma uacutenica Organizaccedilatildeo Pan-Africana da Propriedade Intelectual (OPAPI)27 mdash a ter lugar no contexto mais lato da criaccedilatildeo de um Acordo de Comeacutercio Livre conti-nental na Aacutefrica28

Projeto de Protocolo de PVV das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)

mdash Projeto de Protocolo de PVV a ser implemen-tado nos estados-membro da SADC Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Tal como o instrumento legal equivalente da ARIPO e da OAPI o projeto de protocolo de PVV da SADC visa instituir um sistema de proteccedilatildeo com base no modelo da UPOV 1991 na regiatildeo da SADC Este protocolo par-tilha das mesmas caracteriacutesticas dos da ARIPO e da OAPI com a exceccedilatildeo da disposiccedilatildeo relativa agraves semen-tes armazenadas Os agricultores da regiatildeo da SADC soacute poderatildeo armazenar e reutilizar as sementes nas suas terras e mediante o pagamento de direitos A Tabela 1 compara as trecircs leis regionais

Tabele 1 os direitos dos agricultores de reutilizar as sementes das variedades protegidas ao

abrigo das leis regionais das sementesClassificaccedilatildeo Especificaccedilotildees

ARIPO Pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras limitados a deter-minadas culturas e mediante o pagamento de direitos

SADC Segunda pior

Os agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras e mediante o pagamento de direitos

OAPI Menos maacuteOs agricultores soacute podem reutilizar as sementes nas suas proacuteprias terras

27 Fontes na OAPI httpwwwoapiintindexphpfr

oapicadre-juridiqueaccord-de-bangui and httpwww

upovintexportsitesupovmembersfrpdfstatuspdf and

httpwwwoapiintindexphpfrpropriete-intellectuelle

propriete-industrielleobtention-vegetale

28 Ver bilateralsorg sobre COMESA-EAC-SADC httpwww

bilateralsorg-COMESA-EAC-SADC-

Todos os paiacuteses da SADC agrave exceccedilatildeo de Angola satildeo membros da ARIPO Isso significa que os protocolos de PVV das duas organizaccedilotildees seratildeo aplicaacuteveis em oito paiacuteses Natildeo se sabe ao certo se as empresas de semen-tes poderatildeo obter dupla proteccedilatildeo sobre as suas varie-dades no acircmbito dos dois instrumentos em simultacircneo ou se teratildeo de optar por um deles As implicaccedilotildees eco-noacutemicas para os agricultores em termos de direito ao armazenamento e agrave reutilizaccedilatildeo das sementes seratildeo bastante graves em ambos os casos

A principal preocupaccedilatildeo para os membros da AFSA eacute que a UPOV 1991 em que assenta o protocolo da SADC institua um regime legal restritivo e inflexiacutevel concedendo direitos de propriedade intelectual extre-mamente fortes aos obtentores comerciais e minimi-zando os direitos dos agricultores Uma tal lei regional iraacute seguramente aumentar as importaccedilotildees das semen-tes reduzir a atividade de produccedilatildeo nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas locais das sementes pelas grandes empresas e perturbar os sistemas de agricultura tradicional que asseguram a subsistecircncia de milhotildees de agricultores africanos e as suas famiacutelias

A AFSA tambeacutem suscita preocupaccedilotildees seacuterias acerca da falta de consulta dos pequenos proprietaacuterios e da sociedade civil no que respeita ao modelo do projeto de protocolo de PVV da SADC sobre a UPOV 1991 Eacute ver-dade que a SADC aceitou incorporar disposiccedilotildees sobre laquoinformaccedilatildeo de origemraquo e laquodireitos dos agricultoresraquo que jaacute fazem com que o protocolo natildeo observe a UPOV Os membros da SADC que tambeacutem satildeo estados-mem-bro da Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade Intelectual (ARIPO) contudo optaratildeo agora por ratifi-car o Protocolo de PVV da ARIPO Eacute revelador o facto de o processo da ARIPO estar a ser financiado enquanto a SADC dispotildee de muito poucos recursos para fazer avanccedilar o seu protocolo

Os tratados de comeacutercio livre entre os EUA e a Europa

Desde finais dos anos 90 que os EUA e a Europa impotildeem tratados de comeacutercio livre bilaterais (TCL) na Aacutefrica como ferramentas que proporcionam vantagens de mercado para as suas empresas transnacionais Isso afeta as sementes Os TCL bilaterais tendem a instituir normas que ultrapassam as normas globais instituiacutedas por exemplo na Organizaccedilatildeo Mundial de Comeacutercio O Acordo TRIPS da OMC a que pertence a maioria dos paiacuteses africanos estipula que os seus membros natildeo tecircm de patentear plantas e animais mas exige-lhes a imple-mentaccedilatildeo de uma qualquer forma de proteccedilatildeo de pro-priedade intelectual sobre as variedades vegetais sem estipular nenhuma em concreto

18

Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

19

em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

24

que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

25

Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Natildeo satisfeitos com os termos do Acordo TRIPS os EUA e a Europa foram mais longe e assinaram acordos comerciais bilaterais com estados africanos exigindo especificamente aos governos signataacuterios a implemen-taccedilatildeo das disposiccedilotildees da UPOV ou pior a adesatildeo agrave Uniatildeo Alguns TCL exigem absolutamente o patentea-mento industrial das sementes A tabela que se segue resume a atual situaccedilatildeo

Tabela 2 TCL que privatizam as sementes na Aacutefrica (2014)

Sob TCL comadesatildeo obrigatoacuteria agrave UPOV

patenteamento obrigatoacuterio das plantas

Associaccedilatildeo Europeia de Livre Comeacutercio (Islacircndia Liechtenstein Noruega Suiacuteccedila)

bullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Egito (sem exclusatildeo)

bullemsp Marrocos (sem exclusatildeo)

Uniatildeo Europeia

bullemsp Argeacuteliabullemsp Egitobullemsp Marrocosbullemsp Tuniacutesia

bullemsp Aacutefrica do Sul

EUA bullemsp Marrocos bullemsp Marrocos

Atualmente a UE estaacute tambeacutem a negociar natildeo soacute Acordos de Parceria Econoacutemica (APE) abrangentes com a maioria da Aacutefrica subsaariana mas tambeacutem TCL Profundos e Compreensivos com os paiacuteses do Sul do Mediterracircneo que se espera alargarem mais os direi-tos de propriedade intelectual das empresas sobre as sementes Isso significa que iratildeo impor a UPOV eou o patenteamento para assim garantirem que as empresas conseguem o retorno dos seus investimentos obrigando os agricultores a pagar as sementes mdash incluindo as que tiverem eles proacuteprios armazenado nas suas terras

Normas para a comercializaccedilatildeo das sementes

A segunda categoria das leis das sementes consiste em normas que regem a comercializaccedilatildeo das sementes dentro de cada paiacutes e entre os paiacuteses Diversas inicia-tivas visam harmonizar essas normas entre os esta-dos africanos que pertencem agrave mesma Comunidade Econoacutemica Regional Mas na realidade o processo de harmonizaccedilatildeo encoraja os estados a laquoliberalizarraquo o mercado das sementes Na praacutetica isso traduz-se por um lado na restriccedilatildeo do papel do setor puacuteblico na pro-duccedilatildeo e na comercializaccedilatildeo das sementes e por outro

na criaccedilatildeo de um espaccedilo e de novos direitos para o setor privado No processo os agricultores perdem a liber-dade de trocar eou vender as suas proacuteprias sementes Considerando as sementes camponesas inferiores e improdutivas por comparaccedilatildeo com as industriais essa mudanccedila legal visa deliberadamente a sua deslocaliza-ccedilatildeo e perda

Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)A Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na Aacutefrica (AGRA)

foi fundada em 2006 pela Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates e a Fundaccedilatildeo Rockefeller Eacute atualmente financiada por vaacuterios ministeacuterios do desenvolvimento fundaccedilotildees e programas incluindo o DFID o FIDA e o governo do Queacutenia O objetivo da AGRA eacute laquocatalisar uma Revoluccedilatildeo Verde exclusivamente africana com base nos agriculto-res de pequena escala para proporcionar autossuficiecircn-cia e seguranccedila alimentar agrave Aacutefricaraquo29 A AGRA centra--se em cinco aacutereas sementes sauacutede do solo acesso ao mercado poliacutetica e advocacia bem como apoio agraves orga-nizaccedilotildees de agricultores

No que respeita agraves sementes as atividades da AGRA satildeo implementadas atraveacutes do Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (PSSA) O PSSA aborda a criaccedilatildeo a produccedilatildeo e a distribuiccedilatildeo das chamadas laquosementes melhoradasraquo Jaacute no que respeita agraves poliacuteticas e leis das sementes a accedilatildeo da AGRA realiza-se atraveacutes do seu Programa de Poliacuteticas cujo objetivo eacute estabelecer um laquoambiente propiacutecioraquo incluindo reformas das poliacuteti-cas fundiaacuterias e das sementes para fomentar o investi-mento privado na agricultura e encorajar os agricultores a mudar as suas praacuteticas Isso implica mais concreta-mente afastar o setor puacuteblico da produccedilatildeo e distribui-ccedilatildeo de sementes

O trabalho da AGRA nas poliacuteticas das sementes tem o intuito de fortalecer as leis e os regulamentos das sementes reduzir os atrasos no lanccedilamento de novas variedades facilitar o acesso ao germoplasma puacuteblico promover a implementaccedilatildeo de leis e regulamentos das sementes regionalmente harmonizados eliminar as restriccedilotildees sobre o comeacutercio e estabelecer um Fundo Africano de Investimento nas Sementes para apoiar o negoacutecio das sementes

No Gana por exemplo a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas das sementes com o objetivo de identificar as barreiras que impediam uma maior parti-cipaccedilatildeo do setor privado Com o apoio teacutecnico e finan-ceiro da AGRA reviu-se a legislaccedilatildeo das sementes do paiacutes e aprovou-se uma lei das sementes proacute-empresarial

29 Ver website da AGRA wwwagra-allianceorg

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

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Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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em meados de 201030 Entre outras coisas instituiacutea um registo das variedades que podem ser comercializadas Na Tanzacircnia as conversaccedilotildees entre a AGRA e os repre-sentantes do governo facilitaram uma mudanccedila de poliacute-tica significativa tendente agrave privatizaccedilatildeo da produccedilatildeo de sementes No Malawi a AGRA ajudou o governo a rever as suas poliacuteticas de apreccedilamento e comercializaccedilatildeo do milho31

A AGRA tambeacutem financia um projeto de semen-tes no valor de 300 000 doacutelares americanos para a Comunidade da Aacutefrica Austral iniciado em julho de 2014 e a ser implementado nos proacuteximos dois anos O objetivo eacute natildeo soacute levar os agricultores da CAA a mudar para as chamadas sementes melhoradas como tam-beacutem harmonizar as poliacuteticas que regem as sementes e os fertilizantes do Burundi do Queacutenia do Ruanda da Tanzacircnia e do Uganda

Com este projeto da AGRA a CAA une-se a outras Comunidades Econoacutemicas Africanas que se juntaram agrave festa para harmonizar as normas da comercializaccedilatildeo das sementes na Aacutefrica Tudo isto faz parte de uma accedilatildeo coordenada por todos estes protagonistas mdash o Banco Mundial o G8 a AGRA a induacutestria das sementes e os ministeacuterios para o desenvolvimento e a cooperaccedilatildeo mdash que se servem das CER para realizar o seu objetivo de alterar as leis das sementes na Aacutefrica e assim instala-rem um mercado lucrativo para as empresas privadas envolvidas da produccedilatildeo e na distribuiccedilatildeo das sementes e desmantelarem o papel do Estado nos setores das sementes e dos fertilizantes (ver abaixo)

As normas para a harmonizaccedilatildeo do comeacutercio das sementes do Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e Oriental (COMESA)

mdash A funcionar desde 2013 mdash O COMESA conta com 20 estados-membro

Burundi Comores Repuacuteblica Democraacutetica do Congo Djibouti Egito Eritreia Etioacutepia Queacutenia Liacutebia Madagaacutescar Malawi Mauriacutecias Ruanda Seicheles Sudatildeo Sudatildeo do Sul Suazilacircndia Uganda Zacircmbia e Zimbabwe

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA foram redigidos com a ajuda da Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das Sementes e aprovados em setembro de 2013 pelo Conselho de Ministros do

30 Lei das Plantas e dos Fertilizantes de 2010 (Act 803)

31 Ver httpagra-allianceorgwhat-we-doprogram-for-afri-

cas-seed-systemsU19WO8vW_IU and httpagra-allianceorg

what-we-dopolicy-and-advocacy-programU19W6cvW_IU

COMESA32 O principal objetivo eacute facilitar o comeacutercio das sementes entre os 20 estados-membro do COMESA obrigando-os a adotar as mesmas normas para a cer-tificaccedilatildeo das sementes e as medidas fitossanitaacuterias e estabelecer um cataacutelogo das variedades regionais com a lista das sementes autorizadas para o comeacutercio e a produccedilatildeo na regiatildeo As normas promovem um soacute tipo de obtenccedilatildeo nomeadamente de sementes industriais com recurso a tecnologias avanccediladas de obtenccedilatildeo

Agrave semelhanccedila de outras iniciativas regionais de har-monizaccedilatildeo das sementes os regulamentos das semen-tes do COMESA proiacutebem o movimento transfronteiriccedilo de sementes natildeo registadas Apenas as variedades aprovadas (que satildeo distintas uniformes e estaacuteveis segundo os mesmos criteacuterios utilizados para a PVV) podem circular entre os paiacuteses As sementes campone-sas as variedades locais e os materiais tradicionais satildeo excluiacutedos desta rede sendo por isso marginalizados Desse modo os regulamentos teratildeo como efeito apro-fundar as proibiccedilotildees existentes em muitos paiacuteses sobre a comercializaccedilatildeo das variedades camponesas e natildeo registadas dentro das fronteiras nacionais

Os regulamentos do comeacutercio das sementes do COMESA seratildeo implementados por oito estados--membro igualmente pertencentes agrave SADC que tam-beacutem adotou um conjunto de Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes Este conjunto de Acordos difere dos regulamentos do COMESA em aspetos relacionados com o registo das variedades tradicionais e o registo das variedades geneticamente modificadas (GM) A incompatibilidade entre esses regulamentos poderaacute suscitar dificuldades de ordem praacutetica e laquosem duacutevida alguma suscitaraacute mui-tas anomalias e confusotildeesraquo33

Ao abrigo do Artigo 9ordm do Tratado do COMESA os regulamentos das sementes satildeo vinculativos para todos os seus estados-membro Natildeo haacute contudo quaisquer indiacutecios do envolvimento ou da consulta dos paiacuteses do COMESA sobretudo os agricultores de pequena escala apesar dos inuacutemeros pedidos nesse sentido

32 Ver o website da AFSA para o contexto (httpafstaorg

comesa-harmonized-regulations) E os regulamentos adota-

dos httpfoodtradeesacomwp-contentuploads201306

COMESA-Seed-Harmonisation-Regulationspdf

33 Declaraccedilatildeo da AFSA sobre a Aprovaccedilatildeo dos Regulamentos

da Comercializaccedilatildeo das Sementes do COMESA em http

wwwmodernghanacompdff=aHR0cDovL3d3dy5tb2-

Rlcm5naGFuYS5jb20vcGRmLzQ5NDAwMS8xL2NvbWVzYS1hcHB

yb3ZhbC1vZi1zZWVkLXRyYWRlLXJlZ3VsYXRpb25zLXNwZWxsc

y1kLmh0bWw=

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Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

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Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

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Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

35

de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

38

Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

20

Regulamento das sementes da CEDEAO

mdash Em vigor desde 2008 mdash Aplica-se aos paiacuteses da CEDEAO Benim

Burquina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gana Guineacute Guineacute Bissau Libeacuteria Mali Niacuteger Nigeacuteria Senegal Serra Leoa e Togo

Adotado em maio de 2008 em Abuja na Nigeacuteria34 o regulamento das sementes da CEDEAO harmoniza as regras sobre o controlo da qualidade a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes e das plantas nos seus estados-membro O principal objetivo eacute facilitar o comeacuter-cio das sementes entre os estados-membro Para conse-guir a harmonizaccedilatildeo o regulamento estipula princiacutepios e permite que os estados adotem as suas proacuteprias normas com base das normas internacionalmente aceites35

No acircmbito do mercado comum entre os estados--membro cumprindo as normas aplicaacuteveis as semen-tes podem circular livremente na zona da CEDEAO Essas normas obrigam os estados-membro a certificar as sementes segundo as especificaccedilotildees da CEDEAO e de modelar os regulamentos teacutecnicos de acordo com as normas internacionais Assim sendo as sementes lan-ccediladas num paiacutes poderatildeo ser livremente comercializa-das noutro pertencente ao mercado comum (exceto as sementes GM que soacute podem ser lanccediladas a niacutevel nacio-nal enquanto natildeo se estabelecer um quadro regional de biosseguranccedila)

O regulamento da CEDEAO tambeacutem estabelece um Cataacutelogo de Espeacutecies e Variedades Vegetais da Aacutefrica Ocidental Os estados-membro satildeo obrigados a elabo-rar um cataacutelogo e um comiteacute das sementes nacionais O cataacutelogo regional conteacutem a lista de todas as variedades registadas nos cataacutelogos nacionais dos estados-mem-bro Apenas as sementes registadas nesses cataacutelogos podem ser comercializadas no territoacuterio da CEDEAO

A partir de 2013 soacute oito paiacuteses tinham iniciado o pro-cesso de revisatildeo do quadro regulatoacuterio das sementes a niacutevel nacional para entrarem em conformidade com as regras comuns da CEDEAO o Benim o Gana o Mali o Niacuteger a Nigeacuteria o Senegal a Costa do Marfim e o Gacircmbia Por esse motivo criou-se um outro projeto para promover a sua implementaccedilatildeo e melhorar a utilizaccedilatildeo

34 Disponiacutevel em inglecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-content

uploads201307Regulation-seed-ECOWAS-signed-ENGpdf)

E em francecircs (wwwcoraforgwasp2013wp-contentuplo-

ads201307Reglement-semences-CEDEAO-signe-FRpdf)

35 Para a comercializaccedilatildeo ver as normas da Associaccedilatildeo

Internacional do Ensaio de Sementes e da Organizaccedilatildeo para a

Cooperaccedilatildeo e o Desencolvimento Econoacutemico

das sementes certificadas na regiatildeo Passa-se a descre-ver esse projeto que conta com o apoio da USAID

Acordos teacutecnicos para a harmonizaccedilatildeo dos regulamentos das sementes da Comunidade para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC)36

mdash Em vigor nos estados-membro da SADC desde 2008 Angola Botswana Lesoto Malawi Moccedilambique Suazilacircndia Tanzacircnia Zacircmbia e Zimbabwe

Adotados em 2008 os Acordos Teacutecnicos para a Harmonizaccedilatildeo dos Regulamentos das Sementes da SADC centra-se no lanccedilamento das variedades na cer-tificaccedilatildeo das sementes e nas medidas fitossanitaacuterias para a circulaccedilatildeo das sementes O objetivo dos acor-dos eacute facilitar o comeacutercio das sementes nos estados da SADC e aumentar a disponibilidade das chamadas sementes melhoradas do setor privado

Tal como a CEDEAO e o COMESA a SADC estabele-ceu um cataacutelogo das sementes para reger o lanccedilamento das novas variedades As sementes das variedades lis-tadas no cataacutelogo podem ser comercializadas sem res-triccedilotildees em todos os estados-membro da SADC Uma variedade soacute pode constar do cataacutelogo regional depois de ser lanccedilada a niacutevel nacional em pelo menos dois paiacute-ses da regiatildeo Para aleacutem disso teraacute de cumprir os requi-sitos tanto de distinccedilatildeo uniformidade e estabilidade (como na PVV) como de valor para cultivo e utilizaccedilatildeo

Para os agricultores habituados a trabalhar com sementes tradicionais de variedades locais este eacute um sistema muito complexo A generalizaccedilatildeo do uso de sementes uniformes industriais que a harmonizaccedilatildeo visa potildee em risco o sistema informal de sementes prati-cado pelos agricultores A SADC pretende efetivamente documentar as variedades tradicionais nas suas bases de dados de sementes mas os Acordos nada dizem sobre quem tem direito a registar esses materiais e o objetivo do registo

De notar que os acordos de harmonizaccedilatildeo da SADC natildeo permitem o lanccedilamento de sementes GM Essas variedades soacute poderatildeo ser autorizadas depois de os membros da SADC chegarem a uma posiccedilatildeo comum sobre a biosseguranccedila e a utilizaccedilatildeo de GMO 37

36 Disponiacutevel online em httpwwwicrisatorgPublications

EBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_harmoniza-

tion_English_J304_2008pdf

37 Acordo Teacutecnico da SADC httpwwwicrisatorg

PublicationsEBooksOnlinePublicationsPublications-2008Seed_

harmonization_English_J304_2008pdf

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

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Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

35

de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

38

Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

21

Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental da USAID (WASP)38

mdash Proponente Agecircncia dos EUA para o Desenvolvimento Internacional

mdash Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017 mdash Orccedilamento oito milhotildees de doacutelares americanos mdash Sete paiacuteses da CEDEAO Benim Burquina Faso

Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal

O Projeto das Sementes da Aacutefrica Ocidental eacute uma iniciativa a cinco anos financiada pela USAID e imple-mentada pelo Conselho da Aacutefrica Ocidental e Central para a Investigaccedilatildeo e o Desenvolvimento Agriacutecola com a finalidade de ajudar os paiacuteses a implementarem os regulamentos das sementes da CEDEAO Visa mais especificamente aumentar a utilizaccedilatildeo de sementes certificadas (em vez das sementes tradicionais armaze-nadas por cada agricultor nas suas terras) do atual niacutevel de 12 para 25 ateacute 201739 Centra-se em sete paiacuteses da CEDEAO (Benim Burquina Faso Gana Mali Niacuteger Nigeacuteria e Senegal) e as atividades de poliacuteticas abran-gem todos os estados da CEDEAO mais dois paiacuteses do CILSS o Chade e a Mauritacircnia

O WASP procura desde logo restruturar o setor das sementes na Aacutefrica Ocidental Criaraacute uma Alianccedila para a Induacutestria das Sementes na Aacutefrica Ocidental (AISAO) e um Comiteacute das Sementes da Aacutefrica Ocidental (WASCCOASem) Estes dois organismos seratildeo instituiacutedos em 201440 A AISAO promoveraacute a distribuiccedilatildeo e a comercia-lizaccedilatildeo das sementes industriais na regiatildeo O WASC por sua vez supervisionaraacute a implementaccedilatildeo das normas das sementes da zona da CEDEAO tal como jaacute se referiu

O segundo objetivo do WASP eacute melhorar a imple-mentaccedilatildeo das normas das sementes da CEDEAO para impulsionar o comeacutercio das sementes na Aacutefrica Ocidental e incrementar a participaccedilatildeo do setor privado na induacutestria das sementes Visa mais concretamente assistir na revisatildeo das leis nacionais para as alinhar com a CReg4052008 e criar um comiteacute das semen-tes que desenvolveraacute um cataacutelogo das sementes para os sete paiacuteses da implementaccedilatildeo As sementes listadas nesse cataacutelogo poderatildeo ser produzidas e vendidas por qualquer paiacutes

Uma terceira finalidade eacute reforccedilar o envolvimento do setor privado no setor das sementes da Aacutefrica Ocidental O WASP tenciona consolidar as capacidades das

38 Ver httpwwwcoraforgwasp2013page_id=17

39 CORAF laquoA consortium meeting held in Ouagadougouraquo 7 de

janeiro de 2014 httpwwwcoraforgwasp2013p=342

40 Ver laquoPlano de Accedilatildeo da WASP para 2014raquo

Associaccedilotildees Nacionais para o Comeacutercio das Sementes proporcionando formaccedilatildeo Os grupos do setor privado envolvidos no programa estabeleceratildeo lotes tanto para a produccedilatildeo como para a demonstraccedilatildeo de sementes onde apresentaratildeo as novas variedades Seratildeo organi-zadas visitas ao terreno e accedilotildees de formaccedilatildeo nas novas teacutecnicas para os agricultores O WASP e os seus parcei-ros privados tambeacutem formaratildeo agricultores de pequena escala na produccedilatildeo de novas sementes Esses agricul-tores participaratildeo em contiacutenuas accedilotildees de formaccedilatildeo sobre as novas teacutecnicas faratildeo experiecircncias de obtenccedilatildeo de sementes hiacutebridas e contribuiratildeo com ideias para o alargamento da rede de produtores O plano do WASP eacute fazer desses agricultores laquopessoas que os outros agricultores procuram para se aconselharem sobre as novas variedades de sementes o seu cultivo e a sua acessibilidaderaquo41

Esta abordagem eacute muitiacutessimo semelhante agraves accedilotildees da AGRA no setor das sementes na Aacutefrica O WASP refere-se agrave AGRA como uma das organizaccedilotildees parcei-ras na implementaccedilatildeo dos seus planos de accedilatildeo Natildeo temos acesso a mais informaccedilatildeo sobre a laquoformaraquo dessa parceria Natildeo seraacute surpreendente ver a AGRA participar na implementaccedilatildeo do WASP sobretudo no desenvol-vimento da ASIWA e no esforccedilo para envolver o setor privado na produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Isto torna-se mais importante porque a AGRA jaacute estaacute a implementar projetos nalguns paiacuteses do WASP No Mali por exemplo a AGRA estaacute a tentar convencer os agricultores a utilizar os fertilizantes e as sementes ditos melhorados para aumentarem a produtividade42

41 Fontes sobre a WASP httpwwwcoraforg

wasp2013page_id=17 and httpusaidcoraforgdocuments

WASP-PROGRESS-REPORTING-Feb-2013pdf and httpusaid

coraforgenwasp_activitiesphp

42 Ver mais informaccedilotildees no website da AGRA httpwwwagra

orgmedia-centrenewsagra-has-invested-over-us-175-million-in-

-over-40-projects-in-maliU-j6FON5Muc

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

39

FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

22

Anexo 1G8 planos e impactes da Nova Alianccedila ateacute agrave data

Benim43

O governo aceitou alargar o plano de posse da terra rural (Plan Foncier Rural ou PFR) jaacute em vigor na legislaccedilatildeo para cobrir o paiacutes inteiro ateacute dezembro de 2018 O PFR eacute um instrumento que alguns paiacuteses da Aacutefrica Ocidental introduziram (Benim Burquina Faso e Costa do Marfim) nos finais da deacutecada de 80 do seacuteculo xx para formalizar a posse de terra Introduz o levantamento topograacutefico e cartograacutefico dos campos agriacutecolas o registo dos direitos consuetudinaacuterios de posse da terra (lista formal de proprietaacuterios) bem como a criaccedilatildeo e o arquivamento de docu-mentos escritos de transaccedilotildees fundiaacuterias (contratos de venda de arrendamento e utilizaccedilatildeo subordinada) em todas as aldeias44 Em setembro de 20 14 jaacute se tinha chegado a 386 aldeias em 45 comunas

Sob a Nova Alianccedila o Benim natildeo assumiu qualquer compromisso para mudar as suas leis das sementes

Burquina Faso45

Quanto agraves sementes o governo do Burquina Faso prometeu reformular a legislaccedilatildeo nacional relativa agraves semen-tes para definir claramente a participaccedilatildeo do setor privado na obtenccedilatildeo produccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de sementes certificadas ateacute dezembro de 2014 Segundo o Relatoacuterio de progressos de maio de 2013 os regulamentos e a Lei

43 Ver QC do Benim httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_datafile224984Cooperation-

framework-Beninpdf

44 Ver William Valetta laquoRural land tenure security and food supply in southern Beninraquo in Knowledge and Innovation Network Volume II

Nuacutemero I PrimaveraInverno 2012-2013

45 Ver QC do Burquina Faso em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20Faso20Coop20

Framework20ENG20Final20wcover_pdf and in French httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesBurkina20

Faso20Coop20Framework20FRE20Final20wcover_pdf

Colheita de amendoim num posto de investigaccedilatildeo agriacutecola do Malawi o governo comprometeu-se a implementar os regulamentos de harmonizaccedilatildeo das sementes ateacute 2015 e a identificar 200 000 ha de terra para a agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 (Fotografia Swathi SridharanWikicommons)

23

das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

24

que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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das Sementes do Burquina Faso estavam em processo de revisatildeo para entrarem em conformidade com as normas regionais como as leis e os regulamentos adotados pela Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica Ocidental (CEDEAO) e a Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica Ocidental (UEMAO)

Os regulamentos das sementes da CEDEAO estabelecem regras para a certificaccedilatildeo e o registo das sementes modeladas de acordo com a lei europeia As sementes natildeo listadas no cataacutelogo oficial de variedades registadas natildeo podem ser comercializadas aleacutem-fronteiras nos estados da CEDEAO O Bu rquina jaacute teraacute instituiacutedo o mesmo sistema ao niacutevel nacional Como membro da Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade Intelectual (OAPI) o Burquina tambeacutem estaacute sujeito ao novo sistema da proteccedilatildeo das variedades vegetais (PVV) tal como estipula o Acordo de Bangui revisto Essa nova lei segue o modelo da convenccedilatildeo da Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades Vegetais (UPOV) que eacute uma espeacutecie de sistema de patenteamento de plantas igualmente proveniente da Europa46

Quanto agrave terra estatildeo a ser preparadas vaacuterias medidas para formalizar a posse e documentar os direitos fundiaacuterios

bullemsp O governo aceitou empreender accedilotildees de esclarecimento das condiccedilotildees para o desenvolvimento a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo de terras desenvolvidas pelo Estado ou as autoridades locais Em setembro de 2012 aprovaram-se trecircs decretos para regulamentar a ocupaccedilatildeo e a utilizaccedilatildeo da terra para fins de agricultura pluvial lotes familia-res e agricultura comercial

bullemsp O governo tambeacutem se comprometeu a adotar ateacute dezembro de 2013 um quadro de poliacuteticas para a reloca-lizaccedilatildeo dos agricultores afetados por projetos de desenvolvimento A Millennium Challenge Account (MCA) a agecircncia de implementaccedilatildeo do programa da MCC no Burquina sugeriu utilizar a Poliacutetica de Relocalizaccedilatildeo Involuntaacuteria do Banco Mundial47 como base De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 a sugestatildeo foi aceite e seria aplicada no Polo de Crescimento de Bagreacute um projeto apoiado pelo Banco Mundial

bullemsp Um outro compromisso implica acelerar a implementaccedilatildeo da lei Ndeg 034-2009 e dos seus decretos sobre posse de terra rural e a entrega de certificados fundiaacuterios a niacutevel da aldeia Estatildeo a ser tomadas trecircs medidas um comiteacute nacional sobre posse de terra rural funciona a par de 13 comiteacutes regionais estatildeo a ser montadas agecircncias de terra rural nos 302 distritos rurais do paiacutes (operaccedilotildees-piloto em 66 municipalidades) e estatildeo a ser estabelecidas comissotildees de terras municipais (1171 ateacute agora) e comissotildees de conciliaccedilatildeo de terras municipais (419 ateacute agrave data) a niacutevel nacional Essas comissotildees satildeo instituiacutedas nas aacutereas onde a MCC Burquina opera

bullemsp Por fim o acordo do G8 obriga o governo do Burquina Faso a elaborar procedimentos para o acesso agrave terra estatal ateacute dezembro de 2014 a demarcar e a registar as aacutereas de terra desenvolvida e a emitir documentos de direitos de utilizaccedilatildeo da terra em todas as zonas desenvolvidas O Relatoacuterio de Progressos declara que se trata de um processo a decorrer no Poacutelo de Crescimento de Bagreacute financiado pelo Banco Mundial onde em julho de 2014 o governo tinha atribuiacutedo 13 023 hectares de terra a 108 investidores (5 estrangeiros)

Costa do Marfim48

No acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo da Costa do Marfim comprometeu-se a acelerar a demarcaccedilatildeo das terras municipais e a emissatildeo de certificados fundiaacuterios ao abrigo da sua Lei da Terra Rural ateacute junho de 2015 Para aleacutem disso aceitou alargar e operacionalizar o sistema de informaccedilatildeo sobre as terras em todo o paiacutes e adotar medidas especiacuteficas para aumentar o acesso agrave terra nas zonas rurais a mulheres e jovens Outro compromisso foi a adoccedilatildeo de uma lei sobre transumacircncia ateacute dezembro de 2013 que em julho de 2014 jaacute estava redigida mas ainda natildeo tinha sido adotada

Em janeiro de 2013 o governo anunciou que no acircmbito da sua parceria com o G8 concedia agrave gigante francesa do agronegoacutecio Louis Dreyfus Commodities (LDC) 100 000 a 200 000 hectares no norte do paiacutes para o cultivo de arroz O governo sublinhou que essa terra natildeo seria retirada a agricultores pois a lei marfinense natildeo permite

46 Uma UPOV eacute um sistema legal muito semelhante ao patenteamento Promove altos niacuteveis de uniformidades geneacutetica nos campos

agriacutecolas e proiacutebe os agricultores de armazenar trocar vender ou reutilizar as sementes que colherem das variedades protegidas

47 Banco Mundial laquoRelocalizaccedilatildeo involuntaacuteriaraquo httpwebworldbankorgWBSITEEXTERNALPROJECTSEXTPOLICIESEXTSAFEP

OL0contentMDK20543978~menuPK1286647~pagePK64168445~piPK64168309~theSitePK58443500html

48 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Costa do Marfim em inglecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesIvory20

Coast20Coop20Framework20ENG_Final20w20coverpdf E em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresource

filesIvory20Coast20Coop20Framework20FR20FINAL20wcover_pdf

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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que os estrangeiros possuam terra agraacuteria (soacute a podem arrendar ao estado) Em vez disso os agricultores trabalha-riam como assalariados da LDC Em junho de 2014 a LDC informou de que abandonaria o projeto alegando que o governo natildeo cumpria a sua promessa49

Abidjan tambeacutem aceitou adotar uma nova lei das sementes em linha com a legislaccedilatildeo regional elaborada atraveacutes da UEMAO e da CEDEAO bem como simplificar os procedimentos para a aprovaccedilatildeo e o registo das variedades vegetais no cataacutelogo oficial

Etioacutepia50

Para a Nova Alianccedila do G8 o governo etiacuteope comprometeu-se a aprovar uma nova lei das sementes para aumen-tar a participaccedilatildeo do setor privado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes Nesse sen-tido em janeiro de 2013 adotou-se um novo eacutedito das sementes e o Ministeacuterio da Agricultura redigiu o projeto dos regulamentos a implementar51 Apesar de instituir regras para a certificaccedilatildeo e a comercializaccedilatildeo das sementes natildeo se aplica agraves sementes armazenadas ou trocadas pelos agricultores De notar que tanto o G8 como a Fundaccedilatildeo Bill e Melinda Gates apoiaram este processo

Relativamente agrave posse de terra o governo da Etioacutepia comprometeu-se a conceder a certificaccedilatildeo fundiaacuteria a todos os proprietaacuterios rurais centrando-se inicialmente nas zonas anfitriatildes de Programas de Crescimento Agriacutecola Segundo o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila de maio de 2013 quase 90 dos lares nessas zonas foram registados e mais de 70 receberam certificados de posse de terra de primeiro niacutevel52 De acordo com o relatoacuterio de progressos de 2014 o governo emitira certificados a 98 dos lares rurais nas quatro regiotildees principais com eacuteditos fundiaacuterios (Amhara Oromiya SNNPR e Tigray) Em 2014 comeccedilou-se a emitir certificados fundiaacuterios de segundo niacutevel em oito woredas das mesmas regiotildees

O governo prometeu tomar muitas outras medidas para fortalecer os direitos fundiaacuterios dos investidores Adis aceitou rever a lei fundiaacuteria ateacute dezembro de 2013 para estimular o arrendamento a longo prazo e consolidar a apli-caccedilatildeo de contrato agraves terras agriacutecolas Adotado em 2005 o eacutedito federal sobre administraccedilatildeo fundiaacuteria (4562005) estabelece as regras para a detenccedilatildeo e o arrendamento de terra na Etioacutepia53 Essa lei jaacute foi utilizada nas quatro regi-otildees supracitadas para desenvolver os eacuteditos regionais Segundo a Nova Alianccedila trecircs outras regiotildees (Afar Gambella e Somali) tambeacutem emitiram leis fundiaacuterias regionais baseadas no novo estatuto

A Etioacutepia aceitou igualmente desenvolver e implementar orientaccedilotildees para a responsabilidade empresarial na posse de terra e o investimento agriacutecola responsaacutevel O relatoacuterio de progressos de 2014 declara que o governo prevecirc a adoccedilatildeo das Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da FAO sobre a posse de terra para esse fim Atraveacutes das agecircn-cias alematildes BMZ e GIZ a UE explora o potencial de prestar assistecircncia a esse respeito agrave Agecircncia Etiacuteope para o Investimento Fundiaacuterio

Gana54

No seu acordo-quadro da Nova Alianccedila do G8 o Gana comprometeu-se a adotar poliacuteticas que estimulassem o setor privado a desenvolver e comercializar as chamadas sementes melhoradas Para isso o governo aceitou criar regulamentos para implementar a nova legislaccedilatildeo das sementes adotada em 2010 Desse modo seria possiacutevel estabelecer um sistema de registo de sementes desenvolver protocolos para o ensaio o lanccedilamento e o registo das variedades autorizar a realizaccedilatildeo de inspeccedilotildees ao terreno de mostras e ensaios de sementes e testar as nor-mas de classificaccedilatildeo e certificaccedilatildeo das sementes

49 laquoLouis Dreyfus en stand-by agrave Abidjanraquo La Lettre du Continent 6 de julho de 2014

50 Ver Quadro de Cooperaccedilatildeo da Etioacutepia httpwwwusaidgovsitesdefaultfilesdocuments1868EthiopiaCooperationFramework

pdf

51 Eacutedito 7822013 online em httpschilotfileswordpresscom201409proclamation-no-782-2013-seed-proclamationpdf

52 Os certificados de primeiro niacutevel assentam no reconhecimento da parte dos vizinhos e em demarcaccedilotildees baacutesicas dos lotes para

identificar as propriedades Os certificados de segundo niacutevel utilizam medidas mais sofisticadas Segundo indicam os relatoacuterios as comu-

nidades ficam satisfeitas com os certificados de primeiro niacutevel mas o governo prefere os certificados de segundo niacutevel porque estes lhes

permitem fazer negoacutecio com os investidores

53 Disponiacutevel online em httpfaolexfaoorgdocspdfeth95459pdf

54 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Gana em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesGhana_webpdf

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Para aleacutem disso o governo prometeu adotar uma nova poliacutetica de insumo agriacutecola que definiria especificamente o papel do governo na comercializaccedilatildeo das sementes e o papel do setor privado na obtenccedilatildeo das sementes De notar que nas Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento Agriacutecola do Banco Mundial (OPDAg) do Gana se afirma claramente que o governo se afastaraacute do processo de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Quanto agrave terra o governo aceitou apoiar o setor privado estabelecendo uma base de dados de terras adequadas para os investidores A base de dados deveria registar 1000 hectares ateacute dezembro de 2013 4500 hectares ateacute dezembro de 2014 e 10000 ateacute dezembro de 2015 Seratildeo desenvolvidos contratos de arrendamento segundo um modelo piloto para 5000 ha de negoacutecios fundiaacuterios ateacute dezembro de 2015 Esses contratos iratildeo centrar-se sobre-tudo em esquemas de produccedilatildeo e agricultura sob contrato

Para as terras de posse tradicional incluiacutedas na base de dados o governo realizaraacute laquoos devidos procedimentosraquo e atividades de laquosensibilizaccedilatildeoraquo nas comunidades proacuteximas para esclarecer os direitos e as obrigaccedilotildees dos titu-lares de direitos consuetudinaacuterios ao abrigo dos contratos de arrendamento que teratildeo o laquodireitoraquo de assinar com os investidores

Eacute importante notar que os compromissos fundiaacuterios do governo para com os investidores tambeacutem se incluem no Projeto para a Agricultura Comercial do Gana (GCAP) financiado pelo Banco Mundial e a USAID independen-temente da Nova Alianccedila do G8 Financiada pelo Banco Mundial a OPDAg do Gana tambeacutem estipula a concessatildeo de acesso agrave terra dos investidores privados atraveacutes do GCAP

Malawi55

Com a Nova Alianccedila do G8 o governo do Malawi comprometeu-se a conceder aos investidores privados melhor acesso agrave terra agrave aacutegua ao insumo agriacutecola e a infraestruturas baacutesicas Para isso adotaraacute um novo projeto-lei fundi-aacuterio e realizaraacute uma sondagem para identificar a terra desocupada sob posse consuetudinaacuteria e sob arrendamento bem como para determinar a adequabilidade dos cultivos com vista a dedicar 200 000 hectares agrave agricultura comercial em grande escala ateacute 2018 O Relatoacuterio de Progressos de 2014 sobre o Malawi confirma que o parla-mento aprovou um novo projeto-lei56 mas que apoacutes a sua submissatildeo a consulta da sociedade civil o presidente a devolveu ao parlamento para revisatildeo optando por natildeo a promulgar O relatoacuterio diz que se estabeleceram esquemas de investimento piloto e que o setor privado defende o seu escalonamento como base para a totalidade dos 200 000 ha

Quanto agraves sementes o Malawi prometeu implementar as Normas para a Harmonizaccedilatildeo das Sementes das Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica Austral (SADC) e do Mercado Comum da Aacutefrica Oriental e Austral (COMESA) ateacute 2015 Para isso seria preciso promulgar uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais (o Projeto-Lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas do Malawi foi concluiacuteda e aguarda promulgaccedilatildeo) emendar a legislaccedilatildeo fitossanitaacuteria (Lei da Proteccedilatildeo Vegetal do Malawi 1969) rever o sistema nacional de certificaccedilatildeo das sementes (Lei das Sementes 1996) e rever a atual Lei dos Pesticidas

Segundo o Relatoacuterio de Progressos de 2014 da Nova Alianccedila o projeto-lei dos Direitos dos Obtentores de Plantas seraacute debatido na proacutexima sessatildeo parlamentar A Lei da Proteccedilatildeo Vegetal emendada foi submetida ao conselho de ministros para aprovaccedilatildeo antes de ser aprovada pelo parlamento No que respeita agrave certificaccedilatildeo das sementes espera-se uma nova Lei das Sementes redigida com a assistecircncia do setor privado ateacute finais de 2014 ou princiacutepios de 2015 A Lei dos Pesticidas com revisatildeo prevista para junho de 2014 foi revista e a proposta do projeto-lei jaacute estaacute na posse do Ministeacuterio da Justiccedila

Moccedilambique57

No acircmbito da Nova Alianccedila o governo de Moccedilambique comprometeu-se a adotar poliacuteticas e normas que promo-vam o papel do setor privado nos mercados de insumos agriacutecolas Para aleacutem da revisatildeo da sua poliacutetica das semen-tes o governo prometeu laquointerromper sistematicamente a distribuiccedilatildeo de sementes gratuitas e natildeo melhoradas agrave

55 Ver o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Malawi em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_data

file208059new-alliance-progress-report-coop-framework-malawipdf

56 O Relatoacuterio de Progressos do Malawi de 2014 encontra-se disponiacutevel online em httpwwweeaseuropaeudelegationsmalawi

documentspress_corner20140807_1_malawi_g8_new_alliance_for_food_security_and_nutrition_annual_progress_report_enpdf

57 O Quadro de Cooperaccedilatildeo de Moccedilambique estaacute disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Mozambique20Coop20Framework20ENG20FINAL20wcover20REVISEDpdf

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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exceccedilatildeo de colheitas de base preacute-identificadas em situaccedilotildees de emergecircnciaraquo Outro compromisso foi o de imple-mentar normas aprovadas da lei PVV ateacute junho de 2013 e alinhar a legislaccedilatildeo nacional sobre a produccedilatildeo a comer-cializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo de sementes com as normas da SADC ateacute novembro de 2013

O Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila publicano em junho de 2014 declara que o governo aprovou o Decreto 122013 que estabelece o quadro normativo para a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo da qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes em linha com a SADC Tambeacutem estaacute em curso o processo de desenvolvimento de uma lei de proteccedilatildeo das variedades vegetais e do enquadramento normativo correspondente Espera-se que assim se criem condiccedilotildees que permitam a participaccedilatildeo das empresas de sementes internacionais no mercado das sementes nacional Uma anaacutelise realizada pela USAID poreacutem sugere que o projeto de norma PVV natildeo seraacute eficaz a curto e meacutedio prazo porque 90 dos agricultores moccedilambicanos satildeo produtores de pequena escala para a proacutepria sub-sistecircncia e 91 da produccedilatildeo e do comeacutercio das sementes no paiacutes ocorre no setor informal58

Em termos de terras o governo moccedilambicano aceitou reformar o sistema dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra e acelerar a emissatildeo de certificados de utilizaccedilatildeo da terra (DUAT) para promover a laquoseguranccedilaraquo tanto dos pequenos proprietaacuterios como do investimento do agronegoacutecio De entre as accedilotildees especiacuteficas a empreender destacam-se a reduccedilatildeo do tempo processual e do custo para a obtenccedilatildeo dos direitos de utilizaccedilatildeo da terra (ateacute marccedilo de 2013) e a aprovaccedilatildeo de normas e procedimentos para permitir que as comunidades estabeleccedilam parcerias atraveacutes de arren-damentos ou subarrendamentos (ateacute junho de 2013) De acordo como primeiro Relatoacuterio de Progressos (maio de 2013) os procedimentos para as aacutereas com menos de 10 hectares jaacute tinham sido redigidos e estavam a ser ensaia-dos em comunidades-alvo O Ministeacuterio da Agricultura tambeacutem elaborou e publicou uma declaraccedilatildeo (em agosto de 2012) sobre a simplificaccedilatildeo da transferecircncia dos DUAT nas zonas rurais

No que respeita a permitir que as comunidades arrendem e subarrendem as suas terras o Relatoacuterio de Progressos de 2014 diz que se redigiram normas que estatildeo a ser analisadas pelas partes interessadas antes de se proceder agrave legislaccedilatildeo Devido agraves eleiccedilotildees de outubro de 2014 contudo natildeo se contava apresentar a legislaccedilatildeo ao conselho de ministros antes de finais de 2014

Nigeacuteria59

A Nigeacuteria prometeu aprovar e implementar uma nova lei das sementes que promova a participaccedilatildeo do setor pri-vado no desenvolvimento na multiplicaccedilatildeo e na venda das sementes atribuindo ao setor puacuteblico uma mera funccedilatildeo reguladora em conformidade com a lei das sementes da CEDEAO Isso foi possiacutevel com a emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas em 2011 e a adoccedilatildeo de uma poliacutetica das sementes em 2012 Tambeacutem se adotou um plano de implementaccedilatildeo em 2013 que ainda natildeo foi realizado

O governo aceitou igualmente tomar novas medidas respeitantes agrave posse de terra Comprometeu-se a adotar entre dezembro de 2013 e junho de 2014 um quadro regulatoacuterio de Registo Sistemaacutetico e Certificaccedilatildeo dos Direitos de Uso (SLTR) que laquorespeiteraquo as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias CSA sobre a Governanccedila Responsaacutevel da Posse de Terra Pesca e Florestas (OV) Natildeo se datildeo mais informaccedilotildees sobre a forma como o SLTR o faraacute mas pode-se deduzir que os princiacutepios-chave das OV seratildeo incluiacutedos no quadro regulatoacuterio do SLTR O SLTR seraacute alargado a todos os estados nigerianos ateacute 2016

De referir que no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 o governo tambeacutem se comprometeu a estabelecer e operar Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos (SPCZ) As SCPZ satildeo zonas de cultivo intenso de produtos agriacutecolas onde as empresas do agronegoacutecio seriam incentivadas a montar instalaccedilotildees de processamento Um total de 14 SCPZ seratildeo criadas em toda a Nigeacuteria para a produccedilatildeo de mandioca arroz sorgo e outros gratildeos para a pesca a horticul-tura e o gado O governo pensa desenvolver um Plano Mestre para estimular o investimento do setor privado nas SCPZ ateacute abril de 2014 Em fevereiro de 2014 foi lanccedilada a primeira SCPZ no Estado de Kogi mas ainda natildeo temos informaccedilatildeo sobre a forma como a terra seraacute disponibilizada aos investidores nas zonas

58 Ver Programa SPEED da USAID laquo2014 New Alliance progress reportraquo junho de 2014 httpwwwspeed-programcomwp-content

uploads2014032014-SPEED-Report-008-New-Alliance-Progress-Report-ENpdf

59 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Nigeacuteria estaacute disponiacutevel em httpswwwgovukgovernmentuploadssystemuploadsattachment_

datafile208216new-alliance-progress-report-coop-framework-nigeriapdf

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

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220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Senegal60

Ao abrigo na Nova Alianccedila o governo do Senegal comprometeu-se a facilitar o acesso agrave terra aos investido-res privados e implementar a legislaccedilatildeo nacional sobre as sementes a favor das empresas privadas As Para isso definiraacute e implementaraacute medidas de reforma fundiaacuteria para aumentar o investimento do setor privado o que se traduziraacute muito provavelmente na redefiniccedilatildeo dos direitos agrave terra no Senegal

Tanzacircnia61

A Tanzacircnia comprometeu-se a adaptar as suas poliacuteticas das sementes para encorajar uma maior participaccedilatildeo empresarial nos mercados das sementes a niacutevel nacional e regional De destacar que a sua lei das sementes foi revista em novembro de 2012 para alinhar com a legislaccedilatildeo nacional sobre os obtentores com a Lei da Convenccedilatildeo para a Proteccedilatildeo de Novas Variedades Vegetais de 1991 (UPOV) O governo tambeacutem trabalhou com o Zanzibar na aprovaccedilatildeo de legislaccedilatildeo semelhante para aderir agrave UPOV O Secretariado da UPOV recomendou a adesatildeo da Tanzacircnia ao Conselho62

Segundo a AFSA a nova Lei PVV da Tanzacircnia iraacute muito provavelmente aumentar as importaccedilotildees das sementes reduzir a atividade de obtenccedilatildeo a niacutevel nacional facilitar a monopolizaccedilatildeo dos sistemas de sementes locais pelas empresas estrangeiras e perturbar os sistemas agriacutecolas tradicionais de que dependem milhotildees de agricultores de pequena escala e as suas famiacutelias para subsistir Todo o processo de redaccedilatildeo dessas leis foi um processo natildeo par-ticipativo que excluiu os proacuteprios agricultores que que as leis alegadamente beneficiaratildeo Nem as organizaccedilotildees de agricultores nem as organizaccedilotildees relevantes da sociedade civil foram consultadas acerca destas leis63

Sob as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio os Paiacuteses Menos Desenvolvidos estatildeo isentos da aplica-ccedilatildeo de leis PVV ateacute julho de 2021 Se ratificar a Convenccedilatildeo da UPOV 1991 a Tanzacircnia seraacute o uacutenico PMD no mundo vinculado agrave UPOV 1991

Quanto agrave terra a Tanzacircnia prometei incrementar os direitos fundiaacuterios mdash concedidos ou consuetudinaacuterios tanto para os pequenos proprietaacuterios como para os investidores mdash com a emissatildeo de certificados Nesse sentido todas as terras municipais em Kilombero deveriam ser demarcadas ateacute agosto de 2012 e todas as terras no Corredor de Crescimento Agriacutecola da Tanzacircnia (SAGCOT) ateacute junho de 2014

O governo tanzaniano tambeacutem prepara um banco de terras atraveacutes do qual concederaacute terras ao Centro de Investimento da Tanzacircnia (TIC) que depois as arrendaraacute por meio de laquodireitos derivadosraquo aos investidores por um periacuteodo especiacutefico de tempo natildeo superior a 99 anos64 Eacute uma questatildeo importante porque na Tanzacircnia eacute proibido conceder terras a estrangeiros mdash a atribuiccedilatildeo de direitos derivados pelo TIC eacute agora a uacutenica forma que os investi-dores tecircm para obter acesso agrave terra65

O TIC serve como agente governamental na gestatildeo das terras atribuiacutedas aos investidores Uacutenico organismo com autoridade para emitir tiacutetulos fundiaacuterios o Ministeacuterio das Terras estaacute a desenvolver orientaccedilotildees para o acesso agrave terra e a trabalhar com agecircncias de desenvolvimento para esclarecer e implementar a sua poliacutetica de laquoland for equityraquo [terra por capital] que permitiria o acesso dos investidores agrave terra com a concessatildeo de accedilotildees do governo (por terras estatais) ou das comunidades quando as terras lhes pertencem66

60 Encontra o Quadro de Cooperaccedilatildeo do Senegal em francecircs httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefilesnew_alliance_

cooperation_framework_senegal_frenchpdf E em inglecircs httpnew-allianceorgresourcesenegal-new-alliance-cooperation-framework

61 O Quadro de Cooperaccedilatildeo da Tanzacircnia encontra-se disponiacutevel em httpfeedthefuturegovsitesdefaultfilesresourcefiles

Tanzania_webpdf

62 Ver os documentos relevantes no website da UPOV httpwwwupovintmeetingsendetailsjspmeeting_id=33384

63 AFSA laquoThe G8 New Alliance on Food Security and Nutrition (NAFSN) and seed policy reform in Africaraquo documento para debate interno

novembro de 2014 26 pp

64 Ver acordo modelo aqui httpwwwticcotzmediaDERIVATIVE20RIGHTpdf

65 Para mais informaccedilotildees sobre o acesso agrave terra para investimento na Tanzacircnia ver Amalia S Lui laquoForeignersrsquo Land Rights in Tanzania -

are they thereraquo maio de 2014

66 Saiba mais sobre a laquoterra por capitalraquo em httpwwwplaasorgzasitesdefaultfilesParallel720Duncanpdf

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

29

Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Anexo 2Programas nacionais e impactes do Banco Mundial

OPDAg do Gana67

A OPDAg do Gana foi criada como programa de trecircs anos (trecircs subvenccedilotildees de 25 milhotildees de doacutelares cada) para apoiar a Poliacutetica de Desenvolvimento do Setor Alimentar e Agriacutecola do paiacutes a partir de 2008 Os objetivos de desenvolvimento das subvenccedilotildees eram por um lado aumentar o contributo da agricultura para o crescimento e a reduccedilatildeo da pobreza e por outro melhorar a gestatildeo do solo e dos recursos hiacutedricos

A laquoaccedilatildeo preacuteviaraquo ou condiccedilatildeo para a OPDAg3 (2011) do Gana era a aprovaccedilatildeo de uma nova lei das sementes que permitisse a implementaccedilatildeo do regulamento de harmonizaccedilatildeo regional das sementes da CEDEAO de 2008 Com a OPDAg1 o parlamento jaacute tinha aprovado um projeto-lei nacional sobre as plantas em junho de 2010 (Lei das Plantas e dos Fertilizantes do Gana) Acomodando o regulamento de harmonizaccedilatildeo das sementes da CEDEAO de 2008 o Acordo Sanitaacuterio e Fitossanitaacuterio da OMC e a Convenccedilatildeo Internacional para a Proteccedilatildeo das Plantas essa lei permite a introduccedilatildeo de novas tecnologias das sementes O Banco Mundial concluiu que laquose espera que a implementaccedilatildeo da nova legislaccedilatildeo torne o Gana atrativo para os investimentos das empresas internacionais de sementesraquo

As accedilotildees a tomar antes da OPDAg4 (desencadeamentos) eram as seguintes o estabelecimento e a operacio-nalizaccedilatildeo do quadro institucional para a implementaccedilatildeo da lei das sementes (Conselho Nacional das Sementes Conselho de Consultoria de Proteccedilatildeo das Plantas e Conselho Nacional para os Fertilizantes) e a criaccedilatildeo de um programa que promova a utilizaccedilatildeo de fertilizantes em conjunto com sementes certificadas

Esses dois desencadeamentos tambeacutem foram cumpridos Financiados pelo orccedilamento de 2012 os trecircs Conselhos de Consultoria foram estabelecidos em 2011 para supervisionar o desenvolvimento de um novo quadro teacutecnico regulatoacuterio O desenvolvimento e a implementaccedilatildeo de regulamentos exigem a facilitaccedilatildeo de uma nova poliacutetica de insumos a organizaccedilatildeo de reuniotildees do conselho e do comiteacute bem como a conclusatildeo de um novo laboratoacuterio de sementes O governo tambeacutem transformou o seu programa existente de subsiacutedio dos fertilizantes num programa compreensivo de apoio ao insumo agriacutecola que abriu agrave induacutestria da semente e aos prestadores de serviccedilos Daiacute resultaraacute o fornecimento de tecnologia da semente com fertilizantes e agroquiacutemicos como pacote para os agri-cultores por meio de uma rede do setor privado consistindo em mais 2900 de comerciantes de insumo agriacutecola formados pela AGRA e o IFDC

No acircmbito da OPDAg4 (2012) esperava-se que o governo lanccedilasse iniciativas locais de bancos de terra que lhe permitissem identificar terras para investimentos em concessotildees agriacutecolas com o objetivo de integrar os agricul-tores de pequena escala em cadeias de valor comercial Uma vez que essa accedilatildeo e os subsequentes sistemas de agricultura a contrato e por concessatildeo se sobrepotildeem com as atividades da Accedilatildeo Mundial de Luta contra a Pobreza (GCAP) no acircmbito fundiaacuterio a conceccedilatildeo das atividades do banco de terras e o quadro dos investimentos em con-cessotildees agriacutecolas deveratildeo necessitar da assistecircncia teacutecnica da GCAP e do Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria do Banco Mundial

Outra accedilatildeo a ser implementada antes da OPDAg5 centrava-se na adoccedilatildeo de uma Poliacutetica de Insumo Agriacutecola que se refletiria em programas subsequentes de apoio ao insumo A poliacutetica de insumo visa esclarecer por um lado o papel do setor privado no desenvolvimento da tecnologia multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes bem como da transferecircncia do conhecimento relativo agraves sementes e por outro eespecificar o papel do governo no que respeita ao ambiente regulatoacuterio aos programas promocionais como os programas promocionais de subsiacutedio aos fertilizantes e sementes

67 Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em Pode consultar as OPDAg 3 e 4 do Gana em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB2011

0503000386194_20110503005826RenderedPDF598430PGD0P1221OFFICIAL0USE0ONLY191pdf and httpwww-wdsworld-

bankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20120424000350881_20120424103018RenderedPDF655400PGD0P1

220osed0402401200SIMULTpdf respectively

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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Para isso eacute necessaacuterio adotar um plano de reforma institucional do Conselho para a Investigaccedilatildeo Cientiacutefica e Institucional do Gana e do Painel dos Cereais e Legumes que lhes reflita os novos mandatos no acircmbito da nova lei das sementes As duas agecircncias puacuteblicas abdicaratildeo da sua participaccedilatildeo na obtenccedilatildeo e na produccedilatildeo de sementes de base de modo a dar espaccedilo a uma maior intervenccedilatildeo do setor privado que foi segundo o Banco laquosufocado por esse monopoacutelio puacuteblicoraquo

OPDAg de Moccedilambique68

A atual OPDAg de Moccedilambique (OPDAg2) foi aprovada em marccedilo de 2013 com um orccedilamento de 50 milhotildees de doacutelares americanos Com a finalidade de promover o crescimento agriacutecola movido pelo setor privado para alca-nccedilar a seguranccedila alimentar e nutricional articula-se em torno dos pilares da estrateacutegia africana para a agricultura do Banco Mundial em que se daacute preponderacircncia agrave terra e agraves sementes A OPDAg2 apoia a estrateacutegia de reduccedilatildeo de pobreza do paiacutes e alinha-se com o plano de investimento a meacutedio prazo no setor agriacutecola (PNISA) recentemente desenvolvido no acircmbito do CAADP Compact do paiacutes e que o governo assinou em dezembro de 2011

O governo de Moccedilambique aceitou implementar vaacuterias accedilotildees preacutevias no quadro das poliacuteticas cumprindo a condiccedilatildeo juriacutedica para a aprovaccedilatildeo do creacutedito De entre essas accedilotildees destaca-se a aprovaccedilatildeo dos regulamentos nacionais das sementes em linha com a SADC que regulam a produccedilatildeo a comercializaccedilatildeo o controlo de qualidade e a certificaccedilatildeo das sementes bem como a adoccedilatildeo de regulamentos respeitantes ao setor dos fertilizantes con-cluiacutedos em fevereiro de 2013 Uma terceira accedilatildeo foi a publicaccedilatildeo de agosto de 2012 mdash nos jornais nacionais mdash de novas regras para simplificar e acelerar a transferecircncia de direitos de utilizaccedilatildeo da terra rural (DUAT) para parcelas com menos de 10 hectares

Em 2013 o governo visava implementar mais accedilotildees como desencadeamentos para a OPDAg3 Quanto agraves sementes o desencadeamento eacute a implementaccedilatildeo do decreto sobre os direitos dos obtentores Tal como se refere na secccedilatildeo sobre a Nova Alianccedila do G8 Moccedilambique estaacute a desenvolver uma legislaccedilatildeo de PVV e um quadro regu-lador correspondente Relativamente agrave terra o desencadeamento eacute a adoccedilatildeo de procedimentos operacionais para as comunidades que procuram entrar em acordo com terceiros sobre a utilizaccedilatildeo de terras cujos direitos de uso pertencem agrave comunidade Os regulamentos a esse respeito jaacute foram redigidos e foram submetidos agrave anaacutelise das partes interessadas para poderem passar a legislaccedilatildeo69

As accedilotildees a implementar em 2014 no acircmbito da OPDAg3 satildeo entre outras a revisatildeo dos textos oficiais que regem a participaccedilatildeo e a responsabilidade do Comiteacute Nacional das Sementes e uma lista atualizada das variedades autorizadas para lanccedilamento

OPDAg da Nigeacuteria70

A OPDAg da Nigeacuteria foi aprovada em junho de 2013 Comeccedilou por ser a primeira de duas operaccedilotildees de poliacuteticas e alinha-se com a Agenda da Transformaccedilatildeo Agriacutecola do Governo Federal da Nigeacuteria (ATA) A ATA representa o compromisso do governo em desenvolver o setor agriacutecola mdash o principal setor econoacutemico depois do setor do petroacuteleo mdash no quadro do CAADP a que o paiacutes aderiu em 2009

Segundo o documento do programa aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial a orientaccedilatildeo geral da ATA e da agenda de reformas poliacuteticas das OPDAg 1 e 2 eacute promover e desenvolver o investimento do setor privado em laquocadeias de valorraquo comercialmente viaacuteveis

Para obter a aprovaccedilatildeo e o financiamento da OPDAg1 o governo da Nigeacuteria teve de empreender vaacuterias refor-mas poliacuteticas incluindo no setor das sementes e dos fertilizantes Essas reformas visavam natildeo soacute transferir a responsabilidade pela produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos insumos agriacutecolas para o setor privado como tambeacutem afastar fisicamente o governo da adjudicaccedilatildeo de contratos distribuiccedilatildeo e participaccedilatildeo no mercado para se centrar no pla-neamento e na regulamentaccedilatildeo do setor

A primeira accedilatildeo centrou-se na aprovaccedilatildeo de uma nova poliacutetica das sementes que passa o desenvolvimento tec-noloacutegico e a multiplicaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo das sementes para as matildeos do setor privado e atribui ao setor puacuteblico

68 A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em A OPDAg de MOccedilambique estaacute disponiacutevel em

httpwwwbanquemondialeorgprojectsP129489mz-first-agriculture-development-policy-operation-agdpo-1lang=enamptab=overview

69 De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014De acordo com o Relatoacuterio de Progressos da Nova Alianccedila do G8 de 2014

70 Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui Encontra a OPDAg da Nigeacuteria aqui httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201306100

00445729_20130610114511RenderedPDF778100PGD0P130010Box377322B00OUO090pdf

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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a tarefa da regulamentaccedilatildeo A Nigeacuteria concluiu essa tarefa Em 2011 o parlamento aprovou um projeto-lei de emenda da Lei Nacional das Sementes Agriacutecolas de 1992 A emenda retirava o monopoacutelio estatal sobre a produccedilatildeo de sementes de base e de obtenccedilatildeo por um lado e promovia o investimento privado na produccedilatildeo multiplicaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes por outro Para apoiar a implementaccedilatildeo do projeto-lei de emenda em abril de 2012 o governo adotou uma nova poliacutetica das sementes que se alinha com os Regulamentos das Sementes da CEDEAO de 2008 estabelecendo as funccedilotildees do setor puacuteblico e do setor privado e referindo-se aos textos juriacutedicos relevantes

Como desencadeamentos para a OPDAg2 a primeira OPD do governo da Nigeacuteria visou resolver a questatildeo da deacutebil coaccedilatildeo regulamentar e acelerar a adoccedilatildeo das tecnologias das sementes Para tal o governo adotou em 2013 um plano de implementaccedilatildeo que reflete a Lei das Sementes emendada e a Poliacutetica das Sementes com o enfoque tanto na disseminaccedilatildeo da tecnologia das sementes e nas campanhas de sensibilizaccedilatildeo como na regulamentaccedilatildeo da produccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das sementes

Apesar de dar muita ecircnfase agraves sementes a OPDAg nigeriana natildeo faz grande menccedilatildeo da terra Para compreender bem as questotildees fundiaacuterias da Nigeacuteria eacute preciso olhar para os planos das Zonas de Cultivo de Alimentos Baacutesicos promovidos pela Nova Alianccedila do G8

Projet de Deacuteveloppement Durable et Inclusif de lrsquoAgro-industrie au Seacuteneacutegal [Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal] (PDIDAS)71

bullemsp Paiacutes Senegalbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2019bullemsp Orccedilamento 86 milhotildees de doacutelares

Vulgarmente conhecido como PDIDAS o Projeto de Desenvolvimento Sustentaacutevel e Inclusivo da Agroinduacutestria no Senegal tem por finalidade desenvolver uma agricultura comercial e laquoinclusivaraquo e uma gestatildeo fundiaacuteria susten-taacutevel em aacutereas especiacuteficas do Senegal Isso seraacute possiacutevel com investimentos e infraestruturas (a irrigaccedilatildeo muito em particular) assistecircncia teacutecnica agraves instituiccedilotildees puacuteblicas (sobretudo agraves comunidades rurais) e apoio ao setor privado (incluindo aos agricultores de pequena escala) na cadeia de valor do agronegoacutecio

O PDIDAS centra-se em duas zonas o Vale do Ngalam e o Lac de Guiers nas regiotildees de Saint Louis e Louga Essas zonas foram selecionadas por terem solos feacuterteis acesso agrave aacutegua parcelas de terra de 15 000 e 40 000 hectares alegadamente disponiacuteveis e adequadas para a agricultura comercial bom acesso aos mercados internos e externos (Porto de Dakar) e uma forte procura do setor privado

O investimento do projeto na irrigaccedilatildeo possibilitaraacute a exploraccedilatildeo de 10 000 ha de terra divididos em 20 lotes de 500 ha cada O projeto foi concebido de forma a permitir que sejam as proacuteprias comunidades rurais a tomar as decisotildees relativas agrave atribuiccedilatildeo de terras e a negociar diretamente com os investidores O Banco afirma estar assim a cumprir os Princiacutepios do Investimento Agriacutecola Responsaacutevel que criou em conjunto com a CNUCD o FIDA e a FAO e a evitar que o projeto seja encarado como usurpaccedilatildeo de terras72 Mas a atual legislaccedilatildeo fundiaacuteria do Senegal natildeo permite a venda ou o arrendamento diretos de terra pelas comunidades rurais aos investidores pelo que o governo se viu obrigado a encontrar a melhor soluccedilatildeo possiacutevel para entregar o controlo da terra aos investidores

Tal como a maioria da terra agriacutecola senegalesa a terra escolhida para o projeto eacute do domiacutenio nacional que representa mais de 95 da aacuterea do paiacutes Segundo a lei de 17 de junho de 1960 sobre o domiacutenio nacional essas terras satildeo geridas pelas comunidades rurais (atraveacutes dos seus organismos de governaccedilatildeo que satildeo os Conselhos Comunais) e satildeo distribuiacutedas aos laquomembros das comunidadesraquo Essa distribuiccedilatildeo confere um direito de uso mas natildeo de propriedade sobre a terra

Depois de avaliar as diferentes opccedilotildees disponiacuteveis laquonos paracircmetros da leiraquo o governo escolheu uma abordagem de laquosubarrendamentoraquo Com esse sistema converte a terra identificada e selecionada pelas comunidades rurais de laquodomiacutenio nacionalraquo em laquodomiacutenio estatal privadoraquo ou seja a terra passa a pertencer ao estado Nessa altura

71 O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em O documento do projeto PDIDAS encontra-se disponiacutevel em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServer

WDSPIB20131203000442464_20131203101925RenderedPDFPAD2360P124018010Box379877B00OUO090pdf

72 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 Ver o comunicado de imprensa do Banco anunciando o projeto a 13 de dezembro de 2013 httpwwwworldbankorgennews

press-release20131219world-bank-senegal-agribusiness-sahel Ver tambeacutem os proacuteprios PRAI em httpunctadorgenPages

DIAEG-20PRAIaspx

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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o governo arrenda a terra agrave comunidade rural com um contrato a longo prazo e a comunidade subarrenda-a ao investidor O direito que o investidor passa a ter sobre a terra confere-lhe todos os privileacutegios de um vulgar pro-prietaacuterio mdash agrave exceccedilatildeo do direito de a vender mdash durante o periacuteodo do subarrendamento Os habitantes locais que utilizam atualmente a terra passam por um laquoprocesso de deslocalizaccedilatildeoraquo para a disponibilizar aos investidores no PDIDAS Com esse procedimento pretende-se salvaguardar os interesses de todos os envolvidos o governo as comunidades rurais e os seus membros bem como os investidores

O PDIDAS tambeacutem inclui uma componente de apoio ao processo de gestatildeo fundiaacuteria no Senegal Com efeito Para aleacutem dos esquemas de investimento o projeto apoiaraacute uma revisatildeo dos quadros poliacutetico juriacutedico e institu-cional que regem o uso e a atribuiccedilatildeo de terra rural com respeito ao investimento no agronegoacutecio Assim abrang-eraacute a revisatildeo das leis e praacuteticas relevantes tendo em conta laquoorientaccedilotildees das melhores praacuteticasraquo tais como as Orientaccedilotildees Voluntaacuterias da CSA sobre a Governanccedila da Posse de Terra e o Quadro Fundiaacuterio do proacuteprio projeto identificaraacute as reformas necessaacuterias nessas leis e desenvolveraacute instrumentos especiacuteficos como arrendamen-tos-modelo plataformas para a transparecircncia da divulgaccedilatildeo puacuteblica relativa aos investimentos agrave administraccedilatildeo fundiaacuteria local e a ferramentas cartograacuteficas etc

No seio das comunidades rurais participantes o projeto tambeacutem promoveraacute um levantamento cartograacutefico atu-alizado da terra agriacutecola a preparaccedilatildeo de um plano cadastral apresentando a atribuiccedilatildeo de direitos fundiaacuterios aos investidores e membros da comunidade bem como a criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um mecanismo para divulgar publicamente a informaccedilatildeo relativa aos investimentos fundiaacuterios

Projeto de Agricultura Comercial do Gana (GCAP)73

bullemsp Proponentes Banco Mundial amp USAIDbullemsp Paiacutes Ganabullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2012-2017bullemsp Orccedilamento 145 milhotildees de doacutelares americanos (Banco Mundial 100 milhotildees USAID 45 milhotildees)

O Projeto de Agricultura Comercial do Gana foi aprovado pelo Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial em fevereiro de 2012 com o objetivo de aumentar o acesso agrave terra ao financiamento e aos mercados do setor privado atraveacutes de parcerias puacuteblico-privadas na agricultura comercial em duas zonas as Planiacutecies de Acra e a zona SADA (norte do Gana)

O GCAP centra-se na facilitaccedilatildeo do acesso agrave terra para fins de investimento na agricultura comercial incluindo em esquemas de concessatildeo Uma determinada quantidade de terras jaacute foi em termos gerais identificada como adequada para o investimento comercial atraveacutes de um modelo de parceria puacuteblico-privada por meio de um banco de terras mdash tambeacutem prometido no acircmbito da Nova Alianccedila do G8 e da OPDAg como jaacute se referiu mdash com infor-maccedilatildeo teacutecnica detalhada sobre topografia hidrologia solos infraestrutura e caacutelculos de viabilidade econoacutemico-financeira publicamente disponiacuteveis para os potenciais investidores Essa base de dados seraacute complementada pelo apuramento dos direitos existentes o desenvolvimento de um modelo de contrato de arrendamento baseado nas chamadas melhores praacuteticas a capacitaccedilatildeo das comunidades para a negociaccedilatildeo de arrendamentos e contratos com os investidores e a criaccedilatildeo de um quadro nacional para esquemas de concessatildeo e acordos de agricultura a contrato

A implementaccedilatildeo do projeto seraacute orientada pelos Princiacutepios para o Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial que tambeacutem foram observados na sua criaccedilatildeo De acordo com o documento do projeto o principal obje-tivo da utilizaccedilatildeo desses princiacutepios eacute fomentar investimentos laquosocialmente inclusivosraquo que beneficiem todos os investidores os proprietaacuterios as comunidades locais e o paiacutes

Ao facilitar a aquisiccedilatildeo de terras para a agricultura comercial o projeto opta por natildeo utilizar os poderes do governo de aquisiccedilatildeo obrigatoacuteria para reunir terra destinada ao investimento privado e esquemas de concessatildeo associados Dada a predominacircncia de posse consuetudinaacuteria natildeo soacute na zona do projeto mas tambeacutem no Gana em geral os contratos de arrendamento diretos entre os proprietaacuterios consuetudinaacuterios e os investidores comerciais

73 Ver o documento do projeto GCAP Ver o documento do projeto GCAP httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB201203050

00350881_20120305092319RenderedPDF664990PAD0P1140losed030501200SIMULTpdf Ver tambeacutem GCAP website httpwww

gcaporggh

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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satildeo o uacutenico mecanismo que permite disponibilizar a terra para o investimento comercial Essa negociaccedilatildeo direta contudo estaacute sujeita agrave supervisatildeo e orientaccedilatildeo do governo E nos casos em que a terra pertenccedila ao estado os investidores assinaratildeo o contrato de arrendamento com o governo

Do mesmo modo o apoio do GCAP aos investimentos nos latifuacutendios seraacute condicionado pela vontade dos inves-tidores em seguir um modelo de investimento que torne os pequenos proprietaacuterios em produtores sob contrato de concessatildeo Nessa modalidade os pequenos proprietaacuterios participantes poderatildeo continuar a utilizar a sua proacutepria terra ou mudar para um novo lote preparado com o apoio dos investidores eou do GCAP (especialmente no caso de terra irrigada) Para esse fim seraacute criado um processo de atribuiccedilatildeo de pequenos lotes irrigados nas aacutereas do projeto e concedido a todos os pequenos agricultores um documento que lhes certifica os direitos agrave utilizaccedilatildeo sus-tentaacutevel da terra adquirida no acircmbito do esquema de investimento74

Projeto do Polo de Crescimento de Bagreacute75

bullemsp Paiacutes Burquina Fasobullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2011-2017bullemsp Orccedilamento 115 milhotildees de doacutelares americanos

O Polo de Crescimento de Bagreacute eacute um projeto de desenvolvimento agriacutecola iniciado pelo governo do Burquina Faso que foi readaptado melhorado e financiado pelo Banco Mundial com o objetivo de aumentar o investimento privado o emprego e a produccedilatildeo agriacutecola na regiatildeo de Bagreacute mdash 50 000 hectares onde vivem mais de 40 000 pessoas76

O projeto atribuiraacute terras na zona e interviraacute tanto na demarcaccedilatildeo e no registo como na concessatildeo de direitos de utilizaccedilatildeo das terras e de tiacutetulos fundiaacuterios Para aleacutem disso promoveraacute o arrendamento das terras aos investidores privados

As questotildees da terra seratildeo abordadas no quadro juriacutedico nacional (incluindo a Lei da Terra Rural de 2009) e de acordo com a poliacutetica de relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial (OP 412)77 Dado esperar uma atribuiccedilatildeo maciccedila de terras aos investidores privados por meio de acordos de arrendamento o projeto refere os Princiacutepios para um Investimento Agriacutecola Responsaacutevel do Banco Mundial e afirma dar agraves comunidades e aos agricultores afetados a laquooportunidaderaquo de serem incorporados no esquema do projeto como beneficiaacuterios

O projeto comeccedila por visar terras com custos reduzidos de manutenccedilatildeo e operaccedilatildeo a serem prioritariamente atribuiacutedas aos agricultores de pequena escala pescadores e pastores que vivam nessas aacutereas e que receberatildeo tiacutetu-los de propriedade A segunda categoria centra-se nos pequenos e meacutedios empreendimentos e nas grandes empre-sas do agronegoacutecio Essas aacutereas seratildeo dotadas de transporte aacutegua e energia Inicialmente os novos agronegoacutecios soacute poderatildeo obter contratos de arrendamento provisoacuterios de trecircs anos de modo a apurar a sua capacidade para desenvolver a terra passando depois a poder fazer contratos de longo prazo com a duraccedilatildeo de entre 18 a 99 anos

Projeto de Competitividade do Setor Privado78

bullemsp Paiacutes Tanzacircniabullemsp Proponente Banco Mundialbullemsp Orccedilamento 60 milhotildees de doacutelares americanosbullemsp Periacuteodo de vigecircncia 2014-2015

74 Doumento do projeto GCAP pp 11-114Doumento do projeto GCAP pp 11-114

75 Ver o documento do projeto Bagreacute em Ver o documento do projeto Bagreacute em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20110610

000370910_20110610091213RenderedPDFIDA0R20110020102pdf

76 Oxfam laquoOxfam laquoAgrave qui profite la Nouvelle alliance La Nouvelle alliance pour la seacutecuriteacute alimentaire et la nutrition du G8 au Burkina Fasoraquo Quadro 1

2014 httpwwwoxfamorgfrcultivonspolicyC3A0-qui-profite-la-nouvelle-alliance

77 Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em Ver Relocalizaccedilatildeo involuntaacuteria do Banco Mundial em httpgoworldbankorgZDIJXP7TQ0

78 Ver documento do PCSP em Ver documento do PCSP em httpwww-wdsworldbankorgexternaldefaultWDSContentServerWDSPIB20131210000442

464_20131210103738RenderedPDF824830PJPR0P14010Box379877B00OUO090pdf

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Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

33

Em dezembro de 2013 o Conselho de Administraccedilatildeo do Banco Mundial aprovou um Financiamento Adicional para o Projeto de Competitividade do Setor Privado (PCSP aprovado em 2005) O objetivo desse projeto revisto eacute reforccedilar o ambiente dos negoacutecios na Tanzacircnia incluindo a reforma da administraccedilatildeo fundiaacuteria

As novas atividades do PCSP foram criadas para melhorar o registo fundiaacuterio a planificaccedilatildeo do uso da terra e a regularizaccedilatildeo dos direitos de posse Para isso eacute preciso intervir no quadro juriacutedico da Tanzacircnia mais especifica-mente rever preparar e processar legislaccedilatildeo como o Projeto-lei da Aquisiccedilatildeo e Indemnizaccedilatildeo e o Projeto-lei da Avaliaccedilatildeo da Propriedade bem como implementar regulamentos para essas leis As atividades do projeto tentaratildeo igualmente tanto descentralizar a administraccedilatildeo fundiaacuteria e o registo da terra municipal como consolidar os tribu-nais fundiaacuterios por todo o paiacutes79

79 Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em Fontes sobre o PCSP da Tanzacircnia em httpdocumentsworldbankorgcurateden20131218625410

tanzania-additional-financing-private-sector-competitiveness-project-restructuring

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Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

35

de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

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101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

37

a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

34

Anexo 3Programas e impactes nacionais da MCC

BenimO Compact da MCC com o Benim (2006-2011) incluiacutea um ambicioso protejo fundiaacuterio80 A Lei da Terra Rural do

Benim de 2007 considerava os direitos consuetudinaacuterios sobre a terra equivalentes aos direitos de propriedade do direito civil instituindo documentos escritos mdash planos fundiaacuterios rurais (plans fonciers ruraux ou PFR) e certificados de posse de terra rural mdash como instrumentos reconhecidos para a determinaccedilatildeo e a proteccedilatildeo dos direitos fundiaacute-rios Apesar de contar com um apoio generalizado a lei suscitava uma dissensatildeo entre quem como a organizaccedilatildeo de agricultores Synergie Paysanne via na lei um meio para fortalecer a gestatildeo consuetudinaacuteria das terras e quem estava envolvido no projeto da MCC que encarava os certificados fundiaacuterios e os PFR como rampa de lanccedilamento para os direitos de propriedade privada e os mercados fundiaacuterios

O contratante da MCC no Benim a empresa de titulaccedilatildeo americana Stewart Global conhecida por desenvol-ver regimes de propriedade privada na Ameacuterica Latina e nas Caraiacutebas foi chamado para produzir uma Carta-branca inicial da autoria de laquoperitosraquo fundiaacuterios nacionais que serviria de base para uma poliacutetica fundiaacuteria nacional Aprovada pelo governo em 2010 a poliacutetica levou ao subsequente processo de desenvolvimento de um coacutedigo fundiaacuterio nacional A MCC desempenhou aqui um papel fundamental orientando consistentemente a poliacutetica e o novo coacutedigo fundiaacuterio para regimes de propriedade privada baseados em tiacutetulos e mercados fundiaacuterios e natildeo em certificados fundiaacuterios e sistemas de gestatildeo da terra pela comunidade local Para aleacutem disso interveio diretamente na organizaccedilatildeo de consultas nacionais e precipitou a aprovaccedilatildeo de um projeto de coacutedigo nacional ferozmente con-testado tornando-o condiccedilatildeo indispensaacutevel para uma segunda ronda de financiamento mdash que natildeo passou supos-tamente pelo facto de o Benim natildeo ter abordado a questatildeo da corrupccedilatildeo O novo coacutedigo favorece tiacutetulos fundiaacuterios rurais e natildeo reflete as verdadeiras reivindicaccedilotildees da sociedade civil por restriccedilotildees apertadas sobre a concentraccedilatildeo e a usurpaccedilatildeo de terra81

Atraveacutes da MCA-Benim a MCC tambeacutem participou diretamente no desenvolvimento de PFR No teacutermino do Compact do Benim a MCA-Benim jaacute desenvolvera PFR para 294 aldeias (num total nacional de 386 PFR em marccedilo 2012) proporcionando certificados fundiaacuterios transmissiacuteveis a mais de 900 cidadatildeos rurais82

Burquina FasoO Compact do Burquina (2008-2014) implementa um programa com quatro componentes uma delas sobre

governanccedila da terra83 O projeto fundiaacuterio visa aumentar o investimento na terra entre outras coisas atraveacutes de reformas juriacutedicas e intervenccedilotildees de posse da terra em municipalidades especiacuteficas

Pouco antes de assinar o Compact com a MCC o Burquina Faso adotou uma lei da terra rural (2009) O Compact visa definir os regulamentos da implementaccedilatildeo da lei revendo elementos da legislaccedilatildeo Agraacuteria e de Reorganizaccedilatildeo Fundiaacuteria do paiacutes e implementando a lei de descentralizaccedilatildeo de 2004 No acircmbito dessas atividades a MCC promo-veu a criaccedilatildeo de 17 cartas fundiaacuterias locais para formalizar e laquoremodelar as regras consuetudinaacuterias tornando-as empresas orientadas para o lucroraquo84 As cartas introduziam uma nova estrutura de governanccedila fundiaacuteria atraveacutes

80 See CDM Compact with Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact

81 Camille Saiah laquoLe plaidoyer du syndicat beacuteninois Synergie Paysanne sur les questions fonciegraveresraquo 2013

httpdumasccsdcnrsfrdumas-00948184

82 Fontes sobre a MCA-Benin httpwwwCDMgovpagescountriesprogrambenin-Compact httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreements081606beninCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2012002101702-beninpdf httpwww

CDMbeninbjprojetfoncier

83 Ver Compact da MCC com o Burquina Faso httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurquina-faso-Compact

84 laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa httpwwwfocusonlandcomfolaen

countriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

36

contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

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98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

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100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

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101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

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102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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de comiteacutes de gestatildeo que a MCC descrevia como laquoo casamento entre a autoridade consuetudinaacuteria e o espiacuterito de empreendimento econoacutemicoraquo85

A MCC tambeacutem se centrou na promoccedilatildeo de uma outra forma nova de direito de propriedade introduzida com a lei de 2009 mdash o Certificado de Posse de Terra Rural (APFR) Segundo o especialista da MCC em direitos fundiaacuterios e de propriedade Kent Elbow laquoo APFR reconhece e protege os direitos fundiaacuterios individuais informais e empresa-riais existentes desde que tenham sido rigorosamente analisados e aprovados pela comunidade local O titular de um APFR pode ir mais longe e candidatar-se a um tiacutetulo fundiaacuterio Eacute por de mais evidente que a adoccedilatildeo generali-zada do conceito do APFR pelas populaccedilotildees rurais acabaria por conduzir a um sistema predominantemente formal de posse de terra e agrave desintegraccedilatildeo da posse de terra consuetudinaacuteriaraquo86 O Burquina Faso comeccedilou a implementar seriamente os APFR em 201387

Ao abrigo da Iniciativa para a Transparecircncia Fundiaacuteria do G8 o Burquina Faso assinou um acordo de parceria com o governo dos EUA Discutida mais a fundo neste relatoacuterio a parceria assentaraacute diretamente no Projeto de Governanccedila da Terra da MCC88

Cabo Verde IICabo Verde assinou um segundo Compact da MCC em fevereiro de 2012 por cinco anos com uma componente

fundiaacuteria intitulada Gestatildeo Fundiaacuteria para o Investimento89 que procura aperfeiccediloar o ambiente juriacutedico procedi-mental e institucional desenvolver e instituir um sistema de informaccedilatildeo sobre a terra e esclarecer os direitos e os limites nas ilhas visadas

GanaAssinado em agosto de 2006 e concluiacutedo em 2012 o Compact da MCC do Gana incluiacutea um Projeto de

Desenvolvimento Agriacutecola com atividade de facilitaccedilatildeo da posse de terra90 O objetivo da atividade fundiaacuteria era melhorar a seguranccedila da posse aos utilizadores existentes e facilitar o acesso agrave terra dos cultivos comerciais em trecircs zonas de intervenccedilatildeo O projeto alinhava-se com o Projeto de Administraccedilatildeo Fundiaacuteria apoiado por uma rede muacuteltipla de doadores que o governo implementara para abordar a questatildeo da governanccedila e dos direitos fundiaacuterios atraveacutes de uma reforma sistemaacutetica do quadro poliacutetico e institucional Segundo a Food Sovereignty Ghana membro AFSA laquoo PAF do Gana orienta-se sobretudo para a privatizaccedilatildeo ou a entrega expressa de terras estatais a investidores estrangeiros sem ter em consideraccedilatildeo os agricultores locais ou ateacute a burguesia local com vista agrave geraccedilatildeo de lucros Por exemplo no norte do Gana os agricultores estatildeo a ser expulsos de vastos terrenos que satildeo depois entregues a investidores chineses para o cultivo de pinhatildeo-mansoraquo91

De acordo com a MCC o projeto conseguiu o seguinte estabelecer uma reforma juriacutedica e institucional em 2008 desenvolver uma base de dados de informaccedilatildeo sobre o mercado fundiaacuterio fazer o inventaacuterio e a formali-zaccedilatildeo dos direitos fundiaacuterios realizar a demarcaccedilatildeo formal dos limites das parcelas e a emissatildeo de tiacutetulos fundi-aacuterios registados e melhorar a capacidade dos tribunais para processar as disputas fundiaacuterias92 Visto do terreno

85 Ibid

86 Kent Elbow laquoBurkina Fasos Ambitious Experiment in Participatory Land Reformraquo Focus on Land in Africa agosto de 2013

httpwwwfocusonlandcomfolaencountriesbriefs-Burkina-fasos-ambitious-experiment-in-participatory-land-reform

87 MCC laquoBurkina Faso Monitoring and Evaluation Plan Revision 2raquo julho de 2013

httpwwwCDMgovdocumentsdataBurkina_ME_Plan_Revision_2013-_Finalpdf

88 Fontes sobre a MCA-Burquina httpwwwCDMgovpagescountriesprogramBurkina-faso-Compact httpwwwCDMgov

documentsagreementsCompact-Burkinafasopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsqsr-2013002125904-Burkina-fasopdf

httpwwwCDMBurkinaorgpublicsec_foncierphp httpwwwstategoveenrrlsot210630htm

89 Ver Compact da MCC com Cabo Verde httpwwwCDMgovpagescountriesprogramcape-verde-Compact-ii

90 Ver paacutegina da MCC no Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana

91 Food Sovereignty Ghana comunicaccedilatildeo pessoal 11 de novembro de 2014

92 Fontes sobre a MCA-Gana httpwwwCDMgovpagescountriesoverviewghana httpwwwCDMgovdocuments

agreements080106ghanaCompactpdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-ghana-amended-and-restated-

schedules-1-3pdf httpmidagovgholdSitedocuments1NEW20WEBSITECP20ReportsCPReportCompactQ92009pdf http

wwwCDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002125101-ghanapdf

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

pdf

101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

Para a coleccedilatildeo completa dos relatoacuterios da GRAIN consulte o website em wwwgrainorgarticlecategories14-reports

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contudo laquoo projeto soacute serviu para escancarar as portas com instrumentos juriacutedicos que garantiam a atribuiccedilatildeo de terras aos investidores apoiados pela Nova Alianccedila do G8raquo93

LesotoO Lesoto assinou um Compact da MCC em julho de 2007 Concluiacutedo em setembro de 2013 esse programa

incluiacutea uma componente fundiaacuteria para reformar o quadro institucional juriacutedico e poliacutetico da governanccedila da terra no paiacutes94 Em 2010 aprovou-se uma nova lei fundiaacuteriam instituindo um quadro simplificado para a formalizaccedilatildeo sistemaacutetica da terra o registo da terra nas zonas urbanas e a melhoria dos processos de atribuiccedilatildeo da terra rural Ateacute agrave data esta lei jaacute resultou na formalizaccedilatildeo e no registo dos direitos sobre 14 389 parcelas95

LibeacuteriaEm 2010 a MCC assinou uma convenccedilatildeo de subvenccedilatildeo do Programa Limiar com a Libeacuteria96 O programa tem

uma componente fundiaacuteria com trecircs atividades principais o desenvolvimento de uma estrateacutegia de reforma abran-gente para a poliacutetica e a lei fundiaacuteria o aperfeiccediloamento da capacidade teacutecnica da Libeacuteria para a administraccedilatildeo da terra e o levantamento topograacutefico e a melhoria do registo e da gestatildeo das transaccedilotildees fundiaacuterias97

MaliAssinado em novembro de 2006 o Compact do Mali teve um fim precoce em agosto de 2012 devido ao golpe

de estado que depocircs o governo civil98 O Compact incluiacutea um projeto fundiaacuterio e de irrigaccedilatildeo no Office du Niger conhecido como o Projeto de Irrigaccedilatildeo Alatona que desenvolveria lotes de terra irrigada para atribuir a agricultores de pequena meacutedia e grande escala Todos os beneficiaacuterios do projeto receberam tiacutetulos fundiaacuterios que teratildeo de pagar num periacuteodo de 15 a 20 anos99

Tratou-se do primeiro caso de atribuiccedilatildeo de direitos de propriedade privada do Office du Niger e laquoo primeiro ato significativo de posse formal de terra rural no paiacutesraquo100 O projeto poderia funcionar agrave margem do sistema de gover-nanccedila fundiaacuteria do Office com um laquocahier des chargesraquo revisto mdash o documento regulador que estipula os direitos e responsabilidades dos utilizadores da terra Ao abrigo deste conjunto de regras os detentores de tiacutetulos fundiaacuterios na zona do projeto da MCC obtiveram o direito natildeo soacute de vender ou arrendar as suas terras mas tambeacutem de culti-var outros produtos para aleacutem do arroz101

MoccedilambiqueO Compact de Moccedilambique foi assinado em julho de 2007 e concluiacutedo nos finais de setembro de 2013102 Agrave

semelhanccedila de outros Compacts da MCC a componente fundiaacuteria incluiacutea a laquoregularizaccedilatildeo da posse de terraraquo com

93 Ibidem

94 Ver paacutegina da MCC no Lesoto httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf

95 Fontes sobre a MCA-Lesoto httpwwwCDMgovpagescountriesprogramlesotho-Compact httpwwwCDMgovdocuments

pressaction-2012002110701-policy-reforms-in-land-administration-stimulate-private-sector-investmentpdf httpwwwCDMgovdocu-

mentsagreementsqsr-2013002126604-lesothopdf httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-lesothopdf httpwww

CDMgovdocumentsreportscountrybrief-2013002144701-lesothopdf

96 Ver acordo da MCC com a Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program

97 Fontes sobre o programa limiar da Libeacuteria httpwwwCDMgovpagescountriesprogramliberia-threshold-program httpwww

CDMgovdocumentsagreementsliberia_threshold_program_assistance_agreementpdf

98 Ver Compact da MCC com o Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact

99 Fontes sobre a MCA-Mali httpwwwCDMgovpagescountriesprogrammali-Compact httpwwwCDMgovdocumentsagree-

mentsCompact-111306-malipdf httpwwwCDMgovdocumentsreportsqsr-2013002126801-malipdf httpswwwCDMgovpages

povertyreductionblogentryblog-013114-seeking-a-fair

100 Leonard Rolfes Jr e Alfousseyni Niono laquoStrengthening land rights and food security in Maliraquo MCC Knowledge and Innovation

Network InvernoPrimavera 2012-2013 httpwwwCDMgovdocumentspresspub-2013001132901-kin-volume-two-number-one-mali

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101 MCC laquoSeeking a fair way to allocate land in Maliraquo 31 de janeiro de 2014 httpswwwCDMgovpagespovertyreductionblogentry

blog-013114-seeking-a-fair

102 Ver Compact da MCC com Moccedilambique httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-mozambiquepdf

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

paper-2013001132001-world-bank-fair-allocationpdf

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

GRAINGirona 25 pral 08010 Barcelona EspanhaTel +34 93 301 1381 Fax +34 93 301 16 27Email graingrainorgwwwgrainorg

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a emissatildeo de tiacutetulos numa aacuterea destinada ao investimento do agronegoacutecio e um projeto de poliacutetica que implicava processos de alto niacutevel para transformar a poliacutetica fundiaacuteria nacional O projeto de tiacutetulo fundiaacuterio realizado no norte de Moccedilambique registou mais de 200 000 parcelas (municipais e distritais em conjunto) e concedeu mais de 144 000 tiacutetulos fundiaacuterios (DUAT) a residentes municipais e 10 000 DUAT a residentes ruraisdistritais103

No que se refere agrave poliacutetica a MCC concentrou uma boa parte dos seus esforccedilos na alteraccedilatildeo dos procedimentos de transferecircncia dos direitos de uso da terra Uma das condiccedilotildees impostas pelo Compact da MCC ao governo de Moccedilambique era a revisatildeo da legislaccedilatildeo e dos procedimentos administrativos para permitir uma emissatildeo e uma transferecircncia mais ceacuteleres e econoacutemicas dos direitos de uso da terra rural Para orientar uma mudanccedila de poliacuteticas nessa direccedilatildeo a MCC criou um organismo consultivo para a terra o Foacuterum de Consultas sobre Terra (FCT) Que foi instituiacutedo por decreto governamental em outubro de 2010 e que acabaria por aprovar um novo regulamento de transmissibilidade em 2013 Segundo um estudo realizado para o Instituto de Desenvolvimento Ultramarino do RU laquoapesar de se ter reunido vaacuterias vezes a niacutevel nacional e regional o FCT suscitava vaacuterias duacutevidas As preocupaccedilotildees eram nomeadamente que limitasse a participaccedilatildeo da sociedade civil natildeo tivesse uma capacidade decisoacuteria efe-tiva tendesse a ser demasiado cerimonioso e apresentasse objetivos e conclusotildees preestabelecidosraquo104

SenegalEm setembro de 2009 o Senegal assinou um Compact de seis anos com a MCC (2009-2015)105 que inclui

um Projeto de Gestatildeo de Recursos Hiacutedricos e Irrigaccedilatildeo (GRHI) atraveacutes do qual a MCC financia a construccedilatildeo de estradas pontes e obras de irrigaccedilatildeo para expandir a aacuterea agriacutecola irrigada no Vale do Rio Senegal e atrair o inves-timento externo para a regiatildeo Uma importante componente do projeto eacute a Atividade de Seguranccedila da Posse de Terra (LTSA) que procura formalizar os direitos fundiaacuterios e reatribuir e redistribuir terras nas zonas visadas pelo projeto de Delta e Podor106 De acordo com a CMM laquoo perfil dos atuais titulares de direitos fundiaacuterios teraacute de ser adaptado para tirar partido das novas paacuterticas agriacutecolas mais intensivas proporcionadas pelas melhorias do GRHIraquo

A LTSA recorre a um processo participativo gerido pela MCA-Senegal que formaliza a posse da terra e estabe-lece criteacuterios para a atribuiccedilatildeo de terra Os selecionados para a atribuiccedilatildeo de terras recebem certificados fundiaacuterios (titres drsquoaffectation) Embora os conselhos rurais e comunitaacuterios locais continuem a ser responsaacuteveis pela atribuiccedilatildeo dos certificados fundiaacuterios a LTSA tambeacutem criou o Comiteacute Teacutecnico de Apoio agrave Seguranccedila da Posse da Terra com-posto tanto por oficiais do governo central e representantes do setor privado como por organizaccedilotildees da sociedade civil que funciona como agecircncia consultiva para as autoridades locais e supervisiona as atribuiccedilotildees de terras

A LTSA foi criada como um modelo a ser ampliado e aplicado por todo o Senegal O governo estaacute atualmente a aplicaacute-la a um projeto latifundiaacuterio controverso da empresa italiana Senhuile e ao projeto PDIDAS financiado pelo Banco Mundial que jaacute referimos neste relatoacuterio107 A MCA-Senegal participa nesses dois projetos

As etapas de preparaccedilatildeo para cada projeto seguem o modelo da LTSA e satildeo implementadas com o apoio da MCA-Senegal incluindo seleccedilatildeo do local das atividades do projeto negociada localmente criaccedilatildeo e implementaccedilatildeo de um processo consultivo puacuteblico proposta e validaccedilatildeo dos princiacutepios e procedimentos que regem o uso da terra identificaccedilatildeo e reconhecimento dos compromissos responsabilidades e expectativas da parte das populaccedilotildees locais dos investidores e do governo aprovaccedilatildeo e aceitaccedilatildeo puacuteblica das decisotildees de gestatildeo da terra e formalizaccedilatildeo dos compromissos e acordos entre os parceiros por escrito108

103 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

104 Anna Locke laquoMozambique land policy case studyraquo ODI marccedilo de 2014 httpdxdoiorg1012774eod_hdmarch2014locke

105 Ver Compact da MCC com o Senegal httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

106 O contrato para a LTSA foi concedido a um consoacutercio de consultores francecircs ndash Fit Conseil Sonede Afrique e CIRAD

107 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

Senegal River Valley The Delicate Question of Selecting Project Beneficiaries MCC 2013 httpswwwCDMgovdocumentsreports

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108 Kent Michael Elbow e Alain Diouf Achieving Fair and Transparent Land Allocation of High-Value Agricultural Lands in the

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

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Acroacutenimos

AFD ndash Agecircncia Francesa de DesenvolvimentoBAD ndash Banco Africano de DesenvolvimentoAFSA ndash Alianccedila para a Soberania Alimentar na AacutefricaAFSTA ndash Associaccedilatildeo Africana para o Comeacutercio das SementesOPDAg ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de Desenvolvimento no sector agriacutecolaAGRA ndash Alianccedila para a Revoluccedilatildeo Verde na AacutefricaAPFR ndash Certificado de Posse de Terra Rural (Burquina)ARIPO ndash Organizaccedilatildeo Regional Africana da Propriedade IntelectualASIWA ndash Alianccedila da Induacutestria de Sementes na Aacutefrica OcidentalATA ndash Agenda para a Transformaccedilatildeo Agraacuteria (Nigeacuteria)UA ndash Uniatildeo AfricanaBF ndash Burquina FasoBMZ ndash Ministeacuterio Federal para a Cooperaccedilatildeo e o Desenvolvimento Econoacutemico (Alemanha)PCDAA ndash Programa Compreensivo de Desenvolvimento Agriacutecola AfricanoAQC ndash Acordo(s)-quadro de cooperaccedilatildeoCSA ndash Comiteacute da Seguranccedila Alimentar MundialCILSS ndash Comiteacute Permanente Inter-Estados de Luta Contra a Seca no SahelCIOPORA ndash Comunidade Internacional de Obtentores de Plantas Ornamentais e Frutiacuteferas de Reproduccedilatildeo

AssexuadaCOMESA ndash Mercado Comum para a Aacutefrica Austral e OrientalDFID ndash Departamento para o Desenvolvimento InternacionalDPO ndash Operaccedilotildees de Poliacutetica de DesenvolvimentoDUAT ndash Certificados de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (Moccedilambique)CEDEAO ndash Comunidade Econoacutemica dos Estados da Aacutefrica OcidentalAPE ndash Acordo de Parceria EconoacutemicaUE ndash Uniatildeo EuropeiaQampO ndash Quadro e OrientaccedilotildeesFAO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para a Alimentaccedilatildeo e a AgriculturaACL ndash Acordo de Comeacutercio LivreG8 ndash Grupo dos OitoNova Alianccedila ndash Nova Alianccedila do G8 para a Seguranccedila Alimentar e NutricionalGCAP ndash Projeto de Agricultura Comercial do GanaGIZ ndash Empresa Federal Alematilde para a Cooperaccedilatildeo Internacional(O)GM ndash (Organismo) Geneticamente ModificadoGNIS ndash Associaccedilatildeo francesa de sementes e plantasFIDA ndash Fundo Internacional para o Desenvolvimento AgriacutecolaIFDC ndash Centro Internacional de Desenvolvimento de FertilizantesGIRH ndash Projeto de Gestatildeo Integrada dos Recursos Hiacutedricos

Lanccedilada em marccedilo de 2013 a segunda fase da LTSA daraacute seguimento agrave formalizaccedilatildeo da posse da terra no Vale do Rio Senegal O governo solicitou que a MCA-Senegal presidisse a um grupo de trabalho dedicado agrave criaccedilatildeo de mecanismos legislativos e de poliacuteticas (por exemplo para reformar a legislaccedilatildeo existente sobre a posse da terra) para reproduzir esses esforccedilos agrave escala nacional109

109 Fontes sobre Compact do Senegal httpwwwCDMgovdocumentsagreementsCompact-senegalpdf httpwwwCDMgov

documentsagreementsqsr-2013002127504-senegalpdf httpwwwCDMsenegalorgCDMsecurisation-fonciere

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FCT ndash Foacuterum Consultivo de TerrasPMD ndash Paiacuteses Menos DesenvolvidosLDC ndash Louis Dreyfus CommoditiesIPF ndash Iniciativa de Poliacuteticas FundiaacuteriasIL ndash Investimento nos LatifuacutendiosITF ndash Iniciativa para a Transparecircncia FundiaacuteriaLTSA ndash Atividade para a Seguranccedila da Posse de TerraMCA ndash Millennium Challenge AccountMCC ndash Millennium Challenge CorporationMETASIP ndash Plano de Investimento de Meacutedio Prazo no Setor AgriacutecolaOAPI ndash Organizaccedilatildeo Africana de Propriedade IntelectualPAIPO ndash Organizaccedilatildeo Pan-Africana de Propriedade IntelectualPASS ndash Programa para os Sistemas de Sementes da Aacutefrica (AGRA)DO ndash direito de obtentor (o mesmo que a PVV)PDIDAS ndash Projeto de Agronegoacutecio Sustentaacutevel e Inclusivo no SenegalPFR ndash plano fundiaacuterio ruralPNISA ndash plano nacional de investimento no sector agriacutecolaPCSP ndash Projeto de Competitividade no Sector PrivadoPVV ndash Proteccedilatildeo das Variedades VegetaisSADC ndash Comunidades para o Desenvolvimento da Aacutefrica AustralSAGCOT ndash Corredor de Crescimento Agriacutecola do Sul da TanzacircniaSLTR ndash Registo sistemaacutetico e certificaccedilatildeo dos direitos de usoSPCZ ndash Zonas de Cultivo de Alimentos BaacutesicosTIC ndash Centro de Investimento da TanzacircniaTNC ndash Empresas TransnacionaisTRIPS ndash Aspetos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (OMC)TSS ndash tiacutetulo simplificado seguroONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees UnidasCNUCD ndash Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Comeacutercio e o DesenvolvimentoCENUA ndash Comissatildeo Econoacutemica das Naccedilotildees Unidas para a AacutefricaUPOV ndash Uniatildeo para a Proteccedilatildeo das Novas Variedades VegetaisUSAID ndash Agecircncia Americana para o Desenvolvimento InternacionalOV ndash Orientaccedilotildees Voluntaacuterias para uma Posse de Terra ResponsaacutevelUEMAO ndash Uniatildeo Econoacutemica e Monetaacuteria da Aacutefrica OcidentalWASC ndash Comiteacute da Aacutefrica Ocidental para as SementesOMPI ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Propriedade Intelectual (ONU)OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio

A GRAIN eacute uma pequena organizaccedilatildeo internacional sem fins lucrativos que visa apoiar os agricultores de pequena escala e os movimentos sociais nas suas lutas por sistemas alimentares controlados pelas comunidades e baseados na biodiversidade Os vaacuterios relatoacuterios que a GRAIN publica todos os anos satildeo documentos com base nas investigaccedilotildees substanciais e exaustivas que realiza fornecendo informaccedilotildees de fundo e anaacutelises sobre diversos temas relevantes

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