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O AMOR DE DEUS 1 AUTOR IZAN LUCENA LUCENA O AMOR DE DEUS IZAN LUCENA 1º Edição

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O AMOR DE DEUS

1 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

O AMOR DE DEUS

IZAN LUCENA

1º Edição

O AMOR DE DEUS

2 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

IZAN LUCENA

Ilustrações de Íkaro César

O AMOR DE DEUS

3 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

O AMOR DE DEUS

O AMOR DE DEUS

4 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

Editora: Agbook

Introdução

Este livro é apenas para mostrar o amor de Deus

Pai para com os seres humanos. Em Jesus, Deus quer

reunir toda humanidade como uma família em que

todos são chamados a viver como irmãos, repartindo

O AMOR DE DEUS

5 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

entre si todas as coisas. Essa grande reunião, onde tudo

é partilha e fraternidade no amor, é o Reino de Deus

que semeado na história, vai crescendo até que se torne

realidade para todos.

Logo, não tem significação viver com o nome de

Deus na boca, se o tiver afastado do seu coração. Vida

Cristã é Testemunho, é mensagem, é presença – é

caridade fraterna bem prática.

O cristão que vivencia o amor de Deus é aquele

que procura descobrir Cristo em cada pobre que vê, em

cada enfermo que visita, em cada irmão que abraça, na

certeza de que justiça verdade e amor é o próprio

conteúdo essencial de Deus.

Mostra também que a verdadeira sabedoria, o

caminho que conduz à felicidade, consiste em amar a

Deus e obedecer à sua vontade (mandamento),

aconteça o que acontecer.

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O AMOR DE DEUS

6 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

Apresentação I

Meu irmão, minha irmã.

Falar sobre o amor de Deus nunca é demais,

sobretudo quando se tenta falar deste amor a partir de uma experiência vivida no dia-a-dia, à luz dos ensinamentos da Igreja, que, por sua vez, se inspira na prática e no ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nunca é demais colocar no papel palavras que ajudam a pessoa a buscar um encontro profundo com Deus, consigo mesma e com as que as cercam. É isto que o professor Izan Lucena procura transmitir neste livro que ora você tem em suas mãos. Tenho certeza que este livro poderá fazer um bem espiritual muito grande a você que gosta de lê e que busca viver uma espiritualidade encarnada na realidade. O Izan é um

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7 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

leigo, católico fervoroso, que atualmente mora na cidade do Natal e tem sua história e raízes oriundas da cidade de Macau. Quero, nestas poucas palavras, parabenizar ao professor e desejar que você leitor (a) possa colher bons frutos com esta semente que está sendo lançada. Pe. Edílson Soares Nobre Ex Vigário Paróquia de São Paulo do Potengi-rn Ex Pároco de Lajes-rn Ex Pároco de Macau-rn Curso de Comunicação Social em Roma. Padre Auxiliar na Catedral

O AMOR DE DEUS

8 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

Apresentação II

Esse livrinho é mais uma palavra de carinho e de

amor de Deus para vocês.

São palavras de Deus que orientam sua vida e

ajudam a responder para vocês mesmas muitas

perguntas que estão dentro de você. Um resumo das

verdades que devemos crer viver e ensinar aos outros.

Leia com amor, abrindo seu coração a Deus. Sua

vida interessa a nós todos. Queremos sua felicidade e

queremos construir com você uma comunidade de

amor. Deus estará com você e você será testemunha

dele na família, no trabalho, na escola e no meio dos

irmãos.

Deixamos aqui uma palavra de ânimo para todos

aqueles que praticam o amor de Deus. Vamos

continuar anunciando a todos os povos que JESUS É O

SENHOR.

O Autor

O AMOR DE DEUS

9 AUTOR – IZAN LUCENA LUCENA

I PARTE

Falando do amor de Deus

O amor de Deus sempre está em ação. Ele se interessa pelas pessoas. Ele veio nos ajudar. Não quer que ninguém sofra. Veja: Na beira do caminho havia um cego que se chamava Bartimeu, o filho de Timeu; estava sentado, pedindo esmolas. Quando ouviu dizer: que era Jesus Nazareno que estava passando, o cego começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim! Muitos o repreenderam e mandaram que ficasse quieto. Mas ele gritava mais ainda: Filho de Davi tem piedade de mim! Então Jesus parou e disse: chamem o cego. (Mc 10.46-49).

Isso é amor em ação. Esse milagre de Jesus é

uma cura significativa. Ele não abre apenas os olhos do cego, mas também o coração. Que dádiva de amor

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da parte de Deus. A boa nova a respeito do grande plano do amor de Deus é que este Jesus permanece o mesmo hoje.

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Dar é ato de amor

Você costuma dar esmolas nas esquinas e calçadas? Cuidado! Esmola é ato de caridade e, por isso, tem de ser bem praticado.

Veja bem se quem lhe estende a mão é mesmo

um necessitado, desvalido e incapaz de trabalhar. Você poderá estar estimulando um viciado ou fabricando um vagabundo, o que seria até um pecado.

Quando abrir a sua mão para dar uma esmola,

pense em Deus e a dê como é pedida – “pelo amor de Deus”.

Nunca humilhe o pobre só para engordar a sua vaidade aos olhos dos outros. Esmola é ato de amor.

“Quem não ama não conhece a Deus, porque

Deus é amor”. (1jo 4-8). O centro da vida é a prática do amor. Esse amor é testemunha concreta e visível do

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conhecimento e a união que temos com Deus, com seu Filho e com o Espírito. Deus ama você tanto que Ele pagou um alto preço para ter você perto dEle. O preço foi seu Filho.

O amor é o caminho da felicidade plena, é o

caminho que ultrapassa a todos os dons e ao quais todos devem aspirar é o amor.

“Um leproso chegou perto de Jesus e pediu de

joelhos: Se quiser, tu tens o poder de me purificar. Jesus ficou cheio de amor, estendeu a mão, tocou nele e disse: Eu quero fique purificado. No mesmo instante a lepra desapareceu e o homem ficou purificado”.

Você entende o poder saneador do amor de

Deus. O amor levou Jesus a estender a mão, tocar naquele leproso, e curar sua carne imediatamente. Por isso, o homem curado deve apresentar-se para dar testemunho desse amor contra um sistema que não cura, mas só declara quem pode ou não participar da

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vida social. O marginalizado agora se torna testemunha viva desse amor, que anuncia Jesus, aquele que purifica.

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O amor é prática concreta

Vocês sabem que o amor total a Deus e ao próximo é que leva à vida. Mas, não basta saber. É preciso amar concretamente. A parábola do Samaritano mostra que o próximo é quem se aproxima do outro para lhe dar uma resposta às necessidades. Nessa tarefa prática, o amor não leva em conta barreiras de raça, religião, nação ou classe social. O próximo é aquele que eu encontro no meu caminho.

Alegria de amar. Quem é seu irmão? O que nasceu dos mesmos pais? Os seus amigos? Os que lhe são mais simpáticos?

Seu irmão é todo aquele que passa por você, de qualquer meio social, de qualquer cor, de qualquer

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raça. Irmão é todo aquele que cruza o seu caminho, mesmo que você não o conheça.

Irmão é o seu semelhante, tenha ele nome que tiver, venha de onde vier. Não ame apenas os que descendem do mesmo sangue que você. Nem só aquele aos quais você chama de amigos. Nem somente aos que lhe são agradáveis. Irmão é o nosso semelhante.

A expressão de fé em Jesus é o amor Mestre, o que devo fazer para receber em

herança a vida eterna? Jesus lhe disse: O que é que está escrito na lei? Como você lê? Ele então respondeu: ame o senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda sua alma, com toda sua força e com toda sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo. (Lc 10.25-27).

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O novo mandamento (amem-se uns aos outros).

Supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus.

Amarás ao teu Deus...

A lei de Deus está assentada, toda ela, no amor,

tal como nos descreve o evangelista, naquele jovem que, ao se aproximar do Cristo, perturbado por causa das tentações do mundo e em face das suas naturais fraquezas, perguntou-lhe:

“Mestre, o que devo fazer para me salvar?” E o Senhor, colocando-lhe as mãos nos ombros,

disse: “Amarás ao teu Deus de todo a tua alma e ao teu próximo como a ti mesmo. Faze isto e terás o reino de Deus.”.

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O fruto do discípulo é o amor

O fruto do discípulo é o amor. O fruto que nós somos chamados a produzir é o amor. Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor,

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mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. Testemunhar o amor de Deus que quer dá vida. Seja um colaborador de Deus na natureza. Quando Deus o criou foi por obra de amor, fazendo de você sua “imagem e semelhança”.

Você foi feito para continuar a obra divina do

amor. Faça o bem onde puder como puder, quanto puder. Estenda a mão aos seus irmãos, principalmente aos mais necessitados.

Você sentirá, então, que outra mão se estenderá

em seu favor e reconhecerá que é a mão de Deus. Jesus amou até o fim.

O projeto de Deus a respeito do homem se

completa na morte de Jesus, sinal do seu dom de amor até o fim. Jesus é o Rei que entrega sua vida por todos. Doravante, a cruz será o símbolo do amor de Deus, que vai até o fim.

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A idéia de superioridade e o domínio no

exercício do pastoreio são absolutamente contrários ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. Sendo capaz de amá-los até o fim, dando, Acredite nesse amor e será salvos você e todos os da sua casa.

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Cumprimento da Lei

Não fique devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, quem ama o próximo cumpriu plenamente a lei. De fato, os mandamentos: Não cometa adultério, não mate, não roube, não cobice, e todos os outros se resumem nesta sentença: Ame o seu próximo como a si mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo, pois o amor é o pleno cumprimento da Lei. (Rm 13.8-10).

Paulo também vê o amor como expressão perfeita de toda a lei. “O que vocês preferem: que eu os visite com vara, ou com amor e suavidade.” (1co 4.21).

Salomão dizia: “Não prepares nenhum mal contra o teu amigo, se ele tem confiança em ti.”.

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Paulo Também dizia: Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, eu nada seria.

Porém, eu lhes digo só o amor sabe discernir o verdadeiro amor. Entretanto, os esclarecidos esquecem o princípio supremo da sabedoria: o amor.

“Que ele faça Cristo habitar no coração de vocês pela fé. Enraizados e alicerçados no amor.”

“De conhecer o amor de Cristo, que supera

qualquer conhecimento, para que vocês fiquem repletos de toda plenitude de Deus.” (Ef 3.17-19).

Nesse trecho, o apóstolo quer que os Cristãos conheçam profundamente a Deus e experimentem todas as dimensões do amor de Cristo por nós, para que o próprio Cristo possa habitar no coração de cada

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um. A realidade nova trazida por Cristo vai além de todo conhecimento e só pode ser experimentada na vivência do amor.

O amor: laço da perfeição

E acima de tudo, se vista com o amor, que é o

laço da perfeição. (Cl 3.14). Onde chama a nós, os

cristãos, a vivenciar esse amor, passando por uma

transformação radical: deixar de pertencer à velha

humanidade (homem novo com amor).

“Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios,

revestidos com a couraça da fé e do amor e com o

capacete da esperança da salvação.” (1 ts 5-8).

A palavra de Deus sugere que o testemunho

cristão é verdadeiro combate com as armas da fé, do

amor e da esperança: a fé leva ao conhecimento da

verdade e da justiça; a esperança abre o futuro para a

liberdade e a vida.

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O amor fraterno

Na carta aos Hebreus, Ele diz: “Perseverem no amor fraterno”. (Hb 13.1). Pede para amarmos de modo concreto, porque o amor fraterno não é puramente sentimento interior; é comportamento expresso por atitudes concretas, dentro e fora da igreja.

Logo, não é possível amar a Deus sem amar ao

próximo e sem formar comunidade: se Deus é Pai, os homens são filhos e família de Deus, e conseqüentemente todos devem amar-se como irmãos. Deus manifestou o seu amor por meio de Jesus, que tornou possível o amor entre os homens. O centro da palavra de Deus é o amor, que traduz a fé em vida concreta. Amar ao próximo significa conhecer a Deus, viver na luz, estar unido a Deus e aos irmãos, não pertencer ao mundo e cumprir os mandamentos.

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Portanto, amar a Deus é praticar a justiça, é ser

filho de Deus, obter o perdão dos pecados e libertar-se do medo.

A prática do amor

Pratique o amor, porque esse amor não significa apenas amar com sentimento e com afeto, mas através de ações concretas que promovam a vida e a liberdade dos irmãos.

“Não amem o mundo e nem o que há no

mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” (1jo 2.15).

A prática do amor não tem limites, pois devemos amar como Jesus amou: assim como ele foi

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até o fim dando sua vida por nós, também nós devemos dar a vida pelos irmãos.

“Mantenha-se no amor de Deus, esperando que

a misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo lhes dê a vida eterna.” (Jd 21).

Numa recomendação final, o autor relembra os pontos fundamentais de um programa da vida cristã: fé, oração, amor, auxílio mútuo, confiança na misericórdia de Jesus Cristo e a distância daqueles que procuram perverter os outros.

Salmos: Cânticos de amor

Os salmos são belos hinos de louvores e de amor

do Nosso Deus. Veja: O Salmo 62(61), nos diz que Deus é poder e amor. “Só em Deus a minha alma

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repousa, porque dEle vem a minha salvação. Só Ele é a minha rocha e a minha salvação, a minha fortaleza: jamais serei abalado! (Sl 62.2-3)”.

O homem pode confiar em Deus, porque este é poder e amor. Poder sem amor não inspira confiança. Amor sem poder não é eficaz para realizar a justiça dentro de uma sociedade cheia de conflitos.

“Javé é compaixão e piedade, lento para a cólera e cheio de amor. Ele não vai disputar perpetuamente, e sem rancor não dura para sempre. Nunca nos trata conforme os nossos erros, nem nos devolve segundo as nossas culpas”. (Sl 103).

Vejam como nesse hino de louvor, celebramos o amor de Deus, que vem através do perdão, libertando o mal e refazendo a vida dentro de nós. Mostrando a dimensão infinita desse amor, que se compara ao de um pai para com seus filhos. Voltado para o homem, esse amor de Deus se realiza na compaixão, que é

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“sofrer junto” com os que participam da condição humana.

Os retratos do homem justos, cheios de amor e felizes, são os que têm piedade e empresta e conduz a sua vida com retidão, sem vacilar. (Sl 112).

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Manifestação do amor de Deus

No livro dos cânticos descreve o amor humano

e revela a paixão e ternura de Deus pela humanidade. Como afirmava João, “O amor procede de Deus,

e todo aquele que ama nasceu de Deus, e conhece a Deus... pois Deus é amor” (1 Jo. 4,7-8). O amor humano é espelho, sacramento e manifestação do próprio Deus, que se torna presente na pessoa dos seres humanos que se amam. Ele manifesta assim o seu amor e eterniza a maior experiência que os humanos podem ter dele e de si mesmos.

“Quando ainda estava detido na prisão, Jeremias recebeu novamente a palavra de Javé: assim diz Javé, que fez a terra e lhe deu forma, fazendo dela uma coisa firme: o seu nome é Javé: chame por mim que eu

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lhe responderei, anunciando coisas grandiosas e sublimes, que você não conhece” (Jr.33,1-3).

Nesse trecho Jeremias mostra o quando o amor de Javé é para sempre, quando vê naqueles tempos as desgraças, ele ressalta que o amor de Javé é para sempre. Nos dias de hoje, com as notícias de guerras e ameaças de guerra, ele continua afirmando que Javé é fiel ao seu amor e ao seu projeto, e refará a vida do seu povo.

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Deus é amor fiel No livro de Oséias, ele anuncia o amor fiel e

misericordioso de Deus para com seu povo, se este se converte e volta a conhecê-lo. Para o profeta, o conhecimento de Deus não é uma atitude intelectual, mas uma adesão amorosa, através de uma prática que corresponda ao projeto de Deus. (Os 11). Deus planeja somente o bem para você. Meu desejo é que o mundo inteiro saiba como Deus é bom.

O Senhor é gracioso e compassivo (Sl. 86 15; Sl 111.4; Sl 112.4; Sl 145.8). Jesus a cada passo compadecia-se (Mt 9.36; Mt 18.27; Mc 1.41; Mc 6.34). As suas misericórdias não têm fim (Lm 3.22).

Trinta vezes estão escrito no livro dos Salmos: A sua misericórdia dura para sempre.

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Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam (Sl 86.5).

Deus diz:

“Alegrar-me-ei por causa deles, fazendo-lhes

bem (...) com todo o meu coração e com toda a minha alma”. (Jr 32.41).

Deus tem um coração e uma alma muito grandes, e por isso se alegra por causa de nós, para nos fazer o bem. Seu amor e misericórdia, seu poder e cura, sua presença milagrosa na sua vida, poderão por fim a doença, à derrota, à pobreza e ao desespero.

Ele é bom e deseja somente o bem para você. Ele é amor e anseia por você para compartilhar daquele amor. Ele é vida e deseja transmitir-lhe aquela vida. Ele criou você à sua imagem, e assim, você é um ser do gosto dEle.

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Amar os inimigos “Amem os seus inimigos; rezem por aqueles que

perseguem vocês!” (Mt. 5-44).

Esse evangelho abre perspectiva do relacionamento humano para além das fronteiras que os homens costumam construir. Amar o inimigo é entrar em relação concreta com aquele que também é amado por Deus, mas que se apresenta como problema para mim. Os conflitos também são tarefa do amor.

“Por isso, amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Fazei isso para serem filhos do vosso Pai que está nos Céus; que faz nascer o sol sobre os bons e sobre os maus e faz descer a chuva sobre justos e injustos. Porque, se vós amais somente os que vos amam, que recompensa haveis de ter?”

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“Não fazem isto também os publicanos e os

pagãos? Portanto, sede perfeita como também o Vosso Pai Celestial é Perfeito.” (Mt. 5.43-48).

A melhor oração é amar Folheando o “Louvemos o Senhor”, deparei-me

com uma canção que dizia assim: “Se não sabes amar, tu não deves orar, a melhor oração é amar. E Jesus nos ensina nos quatros evangelhos que a melhor oração, é amar. E por isso pedimos que a nós descesse, em nossas almas o amor de Jesus. Porque se permanecemos no amor eterno de Cristo, viveremos sua mensagem de esperança e alegria. Deus é amor e quem ama permanece em Deus.”.

Nisto conhecemos o amor de Deus, em dar Ele a sua vida por nós e também devemos dar a nossa vida

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pelos nossos irmãos. Quem possuir bens deste mundo e vir o irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? (1jo 3.16-17).

A natureza testemunha o amor de Deus

A natureza e a revelação nos dão testemunho do

amor de Deus. As colunas, os mares, as planícies, tudo nos fala do amor daquele que tudo criou. Deus criou o ser humano perfeitamente santo e feliz; a terra era linda ao sair das mãos do Criador, e não apresentava qualquer vestígio de decadência ou sombra de maldição. Foi à desobediência à lei de Deus – a lei do amor – que trouxe sofrimento e morte.

Como já foi dito no início deste livro, eu repetirei novamente: Seja um colaborador de Deus na

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natureza. Quando Deus o criou foi por obra de amor, fazendo de você sua “imagem e semelhança”.

A glória de Deus é o amor

A palavra de Deus revela o Seu caráter. Ele

mesmo proclamou Seu amor infinito e Sua misericórdia. Quando Moisés orou: “Rogo-te que me mostres a tua glória”, o Senhor respondeu: “Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti.” Essa é a Sua glória. Ele passou diante de Moisés e proclamou: “Eu sou o eterno, o Deus eterno! Eu tenho compaixão e misericórdia, não fico irado com facilidade e minha fidelidade e meu amor são tão grandes que não podem ser medidos. Cumpro minha promessa a milhares de gerações e perdôo o mal e o pecado.” Ele é Deus que tem compaixão e misericórdia, porque tem prazer em nos mostrar para sempre o seu amor.

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Quanto mais estudamos o caráter divino à luz

que vem da cruz, tanto mais veremos a misericórdia, a ternura e o perdão, unidos à justiça e eqüidade, e de modo mais claro veremos as incontáveis provas de um amor que não tem limites; conheceremos a terna compaixão que é muito maior do que o amor de mãe por um filho rebelde.

Falar, olhar, tocar, levantar e caminhar junto com o amor.

“Uma esmola, pelo amor de Deus!” com

freqüência ouvimos esse pedido nas ruas, nos ônibus, nos bancos, nos estabelecimentos comerciais, nas portas das Igrejas, nas praças e avenidas das pequenas

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e grandes cidades. Isso cada vez vem comprovar o poder do amor de Deus.

Em Mc 10.21; Jesus olha para o jovem rico com amor. Olhar com amor significa olhar atentamente, com afeição e carinho. É acolher. Isso possibilita compartilhar da vivência da outra ou do outro. É um afago no coração.

O amor, a solidariedade, o compromisso com as pessoas tem o milagroso poder de ressuscitar aquela/e que foi capaz de estender a mão à outra, ao outro. Como dizia Santo Irineu: “A glória de Deus é a vida do ser humano.”.

Essas atitudes nos mostram um Jesus mais humano do que, em geral, aquele que nos foi transmitido. Logo esse é um bom exemplo a seguir em nossos trabalhos pastorais: não ter medo de amar, aproximar, tocar, falar, olhar e olhar de novo... Como as primeiras comunidades cristãs, precisamos renovar

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a certeza de que o poder do amor, traduzido em gestos concretos, é capaz de ressuscitar a outra ou a outro.

Amar é obedecer O sacrifício que agrada a Deus é o exercício de

amar. No capítulo 12 de Romanos inicia nova seção dentro da Carta: é a seção exortativa (parênese), na qual Paulo convida a comunidade cristã a responder no dia-a-dia aos apelos da misericórdia divina.

O amor de Deus tomou conta de todos, Judeus e Pagãos. A resposta do cristão não pode ser outra a não ser a do amor.

Os que se reúnem em nome dEle buscam criar e expressar relações onde à única dívida a ser paga é a do amor, pois “amar é obedecer à Lei com perfeição.”.

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A raiz de tudo é o amor Em Romanos (12.1-15, 13) tratam do modo

como os seguidores de Jesus agem na sociedade. Os três versículos iniciais são marcados pelo tema do amor enquanto cumprimento da Lei (vv. 8b. 10b). O amor é a raiz de tudo o que deve ser feito. Paulo sintetiza isso com uma frase lapidar: “Não tenham nenhuma dívida para com ninguém, a não ser a de se amarem uns aos outros.” (v. 8a).

Paulo sabe disso e mostra em que consiste amar a Deus e a seu Filho Jesus: “Quem ama o próximo cumpriu a Lei.” De fato, os mandamentos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e todos os outros, estão resumidos nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (vv. 8b-9).

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Note-se que, em todo esse trecho, não se menciona Deus. Tem-se a impressão de que esteja faltando algo, mas não está, porque não há muitas formas de amarmos a Deus; aliás, há uma só, que é amando o próximo, cada pessoa, do jeito que ela é, pois sabemos que ninguém escolhe o próximo para amá-lo. Ele simplesmente se apresenta como dom de Deus e também como desafio à nossa capacidade de amar. Nesse sentido, todos é devedores de uma dívida impagável, a não ser que sejamos capazes de gestos gratuitos como os de Jesus, que se entregou totalmente por amor.

Não existe, portanto, como desejavam os fariseus, um amor a Deus e o outro ao próximo, pois amar as pessoas como a si mesmo é amá-las “de todo coração, de toda a alma, e de todo o entendimento.”.

E isso os fariseus não admitiam, pois consideravam o povo maldito, impuro e merecedor de

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desprezo. Amar a Deus, portanto, é amar o povo, porta de entrada da religião.

O Pai nos ama de modo extraordinário

No evangelho de João, Jesus diz: “Eu dou a vocês

um mandamento novo: amem-se uns aos outros.” Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros (13.34). Não há, contudo, diferença entre o que aí se afirma e o que Jesus diz no evangelho de Mateus. De fato, ele e o Pai nos amam de modo extraordinário. E amar o próximo “como a si mesmo” é amar com a mesma extraordinariedade com que fomos e somos amados.

O evangelho é um alerta contra um tipo de religião intimista e personalista. A porta de entrada

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para Deus é nosso povo com suas angústias, esperanças e dons. Amar a Deus é amar o povo que sofre. Já nos dizia o Santo Papa Paulo VI, “a humildade é o espaço que Deus nos dá para amarmos os irmãos.”.

Praticar à justiça é nascer do amor de Deus

Viver como filhos de Deus implicam à prática

da justiça: “Todo aquele que pratica a justiça nasceu de Deus.” (1jo 2-29). A prática da justiça mostra que Deus é justo e nos torna seus filhos. Portanto, ser filho de Deus é estar em sintonia com o projeto do Pai: “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.”.

O texto salienta que o amor do Pai é a grande força que sustenta a caminhada da comunidade cristã,

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apoiando e encorajando a luta pela implantação do projeto de Deus.

Ter amor é adorar ao Deus verdadeiro

A adoração é o primeiro ato da virtude da

religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como Criador e Salvador, o Senhor e Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele prestarás culto” (Lc. 4.8), diz Jesus, citando o Deuteronômio (6.13). Adorar a Deus é como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que ele fez grandes coisas e que seu nome é santo.

Quando o anjo do Senhor apareceu em Fátima aos três pastorinhos, trazendo na mão um cálice com

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a sagrada Eucaristia, prostrou-se de joelhos com o rosto em terra e convidou as crianças a repetir com ele esta oração: “Meu Deus! eu creio, adoro, espero e amo-vos; peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam”.

Se quiser sentir esse amor de Deus, nos dias de hoje, vais a uma Igreja e faz uma visita ao Santíssimo Sacramento. Vejam o que diz Dom Bosco: “Se quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o poucas vezes. Se quiserdes que o demônio vos assalte? Visitai-o raramente a Jesus Sacramentado. Se quiserdes que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Se quiserdes vencer o demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus.

Se quiserdes ser vencidos? Deixai de visitar a

Jesus. Meus caros, a visita é um meio muito necessário para vencer o demônio. Portanto, idem

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freqüentemente visitar Jesus, e o demônio não terá vitória contra vós.

O amor de Deus nos corrige

Deus não só nos ama, mas nos corrige, às vezes

até nos pune. Ele está sempre nos disciplinando e nos educando como um pai educa os seus filhos. Se Deus não nos corrigisse, não poderíamos chamá-lo de Pai. Você deve contar como uma grande graça quando Deus o corrige (cf. Hb 12.5-11).

Deus não somente nos corrige, mas algumas vezes nos prova. O demônio nos tenta, mas Deus nos prova. Há uma diferença. O que acontece é que, às vezes, o que o demônio usa para nos tentar, Deus usa para nos provar.

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“Deus sempre vê o bem para aqueles que Ele ama” (cf. Rm 8.28). Como sei que Deus, meu Pai, me ama? Porque Ele está sempre comigo.

Deus está sempre trabalhando pelo bem na nossa vida. Então ele clama: se Deus está ao nosso lado, quem pode ser contra nós. Se Deus está conosco, quem pode ser contra nós? (cf. 8.31). Deus, meu Pai, é aquele que está sempre a meu favor. Como sei que Deus me ama? Porque Ele está sempre me ensinando e me corrigindo.

A essência do amor de Deus

“Deus, com efeito, amou tanto o mundo que deu seu Filho, o seu único, para que todo homem que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

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Pode-se dizer que este versículo contém todo o evangelho em essência; mostra-nos a razão pela qual Deus nos ama.

O Senhor nos ama tanto que nos deu seu Filho Jesus. Deus nos ama, porque nos criou a Sua semelhança, querendo que sejamos tão perfeitos como Ele, mesmo sabendo da nossa imperfeição. Ele nos perdoa e está constantemente nos ensinando, tomando conta de nós, nos corrigindo, se orgulhando de nós. Para evangelista São João, uma boa razão para provar que Deus, nosso Pai, nos ama é está: Ele nos deu o que mais amava.

O mistério da fé católica O maior mistério da fé católica é a Trindade,

que em linguagem simplificada significa que Deus não é nada mais que o amor.

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O segundo mistério da nossa fé é o que nós

chamamos de encarnação. Isso quer dizer que Deus não é somente amor, mas Ele dá esse amor. O amor é doar-se sempre.

Para a fé cristã, o sinal mais importante do amor de Deus por nós, é dado o que há de melhor nele, o seu Filho único, Jesus Cristo, para ser nosso Salvador, Senhor, Amigo, Curador, o nosso Tudo.

Jesus veio ao mundo para nos dizer que temos em Deus um Pai que nos ama. Que ama do jeito que somos. Ele não nos ama mais quando somos bons, ou menos, quando somos maus. Seu amor por nós é incondicional.

O amor de Deus não é como numa grande fábrica de copos que de um molde se fazem centenas, milhares deles. Não, Deus trata cada um de modo diferente e particular.

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Esta é a mais profunda prova do amor de Deus.

Sem contar com nosso passado, apesar da nossa vida pecaminosa e de tudo que o fizemos nos dá outra chance, centenas de novas chances e nunca nos vai “riscar da sua lista”. E em cada chance Deus nos dá uma vida nova, um novo começo.

Jesus veio nos falar sobre Seu Pai. Ele queria que as pessoas ouvissem o que Deus Pai lhes dizia pessoalmente. Ele falava duas coisas importantes a respeito de Deus Pai. A primeira é: “Deus tem um grande plano para nós. Ele nos ama tanto que nos quer tão Santos como Ele é Santo; tão perfeitos como Ele é perfeito; tão cheios de compaixão como Ele é cheio de compaixão. Quer que sejamos como Ele de qualquer modo. Ele quer que falemos e nos comportemos como Ele. Deus nosso Pai quer ter orgulho de nós e extrair de nós o melhor” (cf. Lv 19.2).

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Ao mesmo tempo em que Jesus nos diz isso, nos dá outro aspecto desses Deus amoroso, que parece o oposto, mas não é. É o complemento: “Se nós não atendermos as expectativas de Deus nosso Pai, Ele não vai perdoar os nossos pecados, vai curar as nossas feridas, nos libertar das influências demoníacas, vão nos darem um começar de novo, uma nova vida. Ele não desiste de nós.” (cf. Dt 31.6b).

Ame e deixe-se amar O amor é a melhor música na partitura da vida.

Sem ele você não vive. Ame e deixe-se amar.

A maior cura que recebemos é a espiritual que acontece quando experimentamos o amor de Deus por nós, quando nos arrependemos e voltamos ao Pai.

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São Paulo nos diz: “Nunca usem palavras que humilhem as pessoas, sempre use palavras que as elevem e construam.”.

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II PARTE

Livrai-nos Deus de Nossos Inimigos. “Filho e Filha da Igreja de Deus exultai de

alegria, alegrai-vos no Senhor porque Ele é o nosso alimento e estaremos em volta do altar para adorar e amar a Deus.”

Essa é a linguagem profética e eucarística do corpo de Cristo no coração da Igreja nos dias de hoje.

É com esse pensamento que começarei a escrever o que certa vez disse o Pe. Roberto “Toca de Assis” numa pregação sobre o profetismo.

Vejamos: O Pe. Roberto iniciou a pregação, assim: Pelo

sinal da Santa Cruz livrai-nos Deus de nossos

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inimigos. Amém. Pela autoridade de corpo, alma de nosso Senhor Jesus Cristo presente na sua Igreja, pela autoridade do seu sacerdócio em Cristo Jesus, Ele repreendeu qualquer astúcia maligna sobre todos, sobre nossas casas, sobre nossas famílias.

Que essa pregação possa trazer ainda mais o conhecimento, a santidade, a todos que um dia possa tomar conhecimento da mesma, que todos sejam guardados pelos Santos Anjos. Pelo meu, pelo teu anjo da guarda. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ele dizia naquela manhã que nosso Senhor mudou a sua pregação e profecia. E naquele momento era tempo de profecia. E que Todos que ouvissem aquela pregação para Deus seria profeta e profetiza da Igreja. E que Deus também queria naquele momento formar homens e mulheres profetas. Formar profetas. O profeta não sabe falar é o Senhor que age

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dentro dele queimando em seu peito. É ele que abre a boca e Deus fala, e Deus profetiza.

Entenda que o profetismo agora na nova e eterna aliança não é como no antigo testamento onde o Espírito Santo passava. Agora somos Cristãos portadores de Cristo, onde trazemos o Cristo no nosso peito. Tudo aquilo que era figura, que pré-figurado no antigo testamento, se torna uma realidade em cada um de nós. Por isso, o profeta e a profetiza, o homem e a mulher de Deus, o evangelizador, aquele que anuncia a boa nova de Deus tem que ser livre e fiel.

Jesus disse: “Quem perseverar até o fim será salvo.” A colheita, o trigo e o joio, o celeiro. Mas temos uma luta concreta contra o anticristo. Que para nós é um assunto pesado, mais é preciso orientar, é preciso ensinar, é preciso dar um fundamento muito claro para todos que nós não lutamos somente contra aquilo que é natural, mas o sobrenatural, nós lutamos contra o anticristo.

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Os poderes oculto das trevas que quer destruir inibir e arrancar vocês da convivência íntima e pessoal com o corpo e sangue de Jesus Cristo Nosso Senhor. E aquilo que é mais natural do anticristo que é a tentação. Temos a tentação, temos a obsessão, temos a possessão, mais a tentação em si, que é algo ordinário do anticristo e que vai contra a fé, contra a esperança e contra a caridade. Principalmente contra a fé, contra a esperança e contra a caridade, três virtudes profundas que o homem de Deus e a mulher de Deus, não podem deixar de ter, de viver, no sentido profundo do abandono, a fé, a esperança e a caridade.

Mas diretamente falando contra a fé, a fé no Senhor Jesus Cristo. Eu fico extasiado e me alegro profundamente em qualquer dia de dificuldade e de dor. A minha alegria está em crer, o dom de crer. Jesus o Senhor estará em minhas mãos nesse dia, será o meu alimento, eu vou poder pegar em Deus, adorar a Deus,... E deve ser também a tua maior alegria, Filho e Filha da Igreja de Deus, exultai de alegria, alegrai-vos

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no Senhor porque Ele é o nosso alimento. E estaremos em volta do altar para adorar a Deus, para amar a Deus, para nos alimentar do Senhor.

Essa linguagem profética quer dizer: essa linguagem profética e eucarística do corpo de Deus no coração da Igreja. É nosso desejo, é o desejo da Igreja. É o desejo tenho certeza absoluta dessa nova carta encíclica que o Santo Padre já escreveu e devem chegar a nossas mãos daqui alguns dias. E o desejo, o mistério da missa, a adoração ao corpo de Deus, o amor ao nosso Senhor, a alegria de tê-lo perto de nós, a alegria de tê-lo junto de nós, bem perto do nosso coração. A alegria de podê-lo vê-lo, quando se ergue o cálice do sangue de Jesus diante de nós filho, pense um pouquinho na alma. Medite agora no preciosíssimo sangue de Jesus que está na sua frente. E nós podemos adorar a Deus e a nossa adoração é um ato concreto, quando se ergue o cálice do preciosíssimo sangue de Jesus diante de nós.

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Nós podemos adorar a Deus e cremos que esse sangue preciosíssimo que está dentro desse cálice é o mesmísso sangue derramado na cruz, não é outro sangue, não, é o mesmísso sangue. Sangue preciosíssimo de Jesus Cristo nosso Senhor, nosso verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É, o sangue do Cordeiro de Deus e tenho que adorar a Deus, meu Senhor. É o sangue do verbo de Deus, é o sangue do meu Senhor Jesus Cristo, é o sangue da minha salvação e nós temos que adorar.

Quando se levanta do altar o corpo de Deus. Maravilhosa fé católica. Estupenda! É claro combatido, combatida raivosamente pelo anticristo.

No final desta pregação vou ler para vocês alguns trechos desse grande teólogo “René Laurentau” um dos maiores teólogos da Igreja Católica. Ele escreveu um livro “Demônio – Símbolo ou Realidade” em espanhol. Mas é um dos maiores teólogos da Igreja Católica, mariano por excelência, e aqui, ele cita

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alguns pontos da missa negra e dos ritos do anticristo contra é claro a “Santa Igreja Católica.” Que estão presentes verdadeiramente nas chamadas sociedades secretas. Que vão imbuindo, lutando contra a fé e o anticristo vai diretamente dando a você uma tentação contra a fé católica. Primeiro pela incredulidade, ele semeia e quer semear no teu coração a incredulidade.

Dar a você um coração frio, um coração gelado, tanto faz crer ou não crer em Jesus Sacramentado, tanto faz ir ou não ir a Santa Missa, o que importa é ser católico de qualquer maneira. O que importa é ser católico, é ser apenas batizado. O que importa é viver uma vida de qualquer maneira, não se importando em adorar a Deus. Importa comungar de qualquer maneira. Nós vamos à missa de qualquer maneira, comungamos com pecado ou sem pecado é a mesma coisa. Esta história de confessar, esta história, então, ele vai colocando uma frieza, uma frieza incrível na alma de tantas pessoas. Frieza. Não se prepara para

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adorar a Deus, para receber a Deus, para serem santificado por Deus.

Uma anomalia, ou seja, insensibilidade total. Incredulidade. Dar incredulidade infelizmente se gera a apostasia. Dar insensibilidade ao abandono total. Nós já não cremos com o coração, não temos mais sensibilidade e acabamos negando a nossa fé. Não é verdade coisissima alguma que Jesus estar altar, isso é invenção do clero, isso é invenção de padre, isso é invenção, enfim, isso é invenção dos homens. Como é que Deus pode estar presente no altar? Como é que Deus pode ser nosso alimento? Vem à incredulidade e nós não entendemos nada. Na verdade é um simbolismo mesmo. O negócio é crer como um simbolismo e voltar atrás. O negócio é abandonar a fé católica e trilhar outros caminhos onde a fé é mais racional e tudo é mais cabível dentro de nós. Então, vem tudo. A incredulidade, a insensibilidade e vocês pulam para a apostasia da fé, negação interior do Cristo eucarístico. Eu repito a negação interior da fé onde talvez você nem abandonasse a Igreja. Talvez

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você não tenha nem abandonado a Igreja e nem abandonado a Santa Missa, mais por dentro, lá dentro está tudo vazio, infelizmente você foi tomado pela incredulidade, pela apostasia.

Semente protestante contra o corpo de Deus entrou em você. Fique sabendo que qualquer livro protestante, infelizmente, tem que dizer isto, qualquer livro protestante, qualquer ensinamento protestante, e tem muitos católicos que ficam buscando em livros ensinamentos protestantes, porque querem ser mais abandonados na fé do que os católicos, porque aquele Pastor prega com poder, aquela pastora prega com poder, fala coisa do apocalipse que nunca ouvimos falar na Igreja Católica. Porque isso, porque aquilo, e aquilo vão semeando infelizmente uma incredulidade na tua alma. Escute o que vou dizer: é uma ação maligna, profundamente maligna, arrancaram a tua vida do corpo de Deus. Escute isso. Católicos e Católicas não é mais tempo de você ficar a procurar auxílio onde não devem. Deixem-nos com a comida

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deles, que se fartem à vontade, deixem-nos com o Senhor.

Se eles querem aquele tipo de alimento, fiquem com ele. Agora nós não podemos trocar o alimento sólido, verdadeiro, substancial, real da carne e do sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, por teorias e por fundamentos humanos. Não podemos viver isso de maneira alguma. Essa incredulidade, essa apostasia interior que infelizmente também tem chegado ao coração de muitos religiosos. Não é julgamento, é fato concreto. Mas o Senhor mim deu ao meu coração, Apocalipse cap. 11, que fala das duas testemunhas. As duas testemunhas que foram chamados para levantar, reconstruir o templo de Deu s, a Igreja de Deus. E eles estavam vestidos de sacos durante 1260 dias. Um tempo determinado para o profetismo. Esse profetismo significa erguer a Igreja de Deus. E lembrar essa passagem. Lembramos totalmente do terceiro segredo de Fátima. Porque aqui vai falar dos profetas mortos,

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caído na praça e os zombadores, esses zombavam dos profetas, matavam e massacravam os profetas.

A vitória é nossa, a vitória não é dos seguidores do anticristo. De repente o Espírito Santo sopra sobre aqueles cadáveres dos profetas e eles se levantam, eles são erguidos da morte e sobe para os Céus e os e os inimigos da Igreja envergonhados começam a colocar a mão sobre a face, não é possível ficar envergonhados, a vitória não é deles. A vitória, sim, é verdadeiramente dos profetas. Eles profetizaram anunciaram, foram mortos pela fé, foram mortos pela doutrina, pela verdade da Igreja. Foram até zombado. Vejam nossos profetas, mortos, caídos ao chão, mortos e ensangüentado, acabados mais de repente o Espírito Santo vem sobre eles e os levantam e os leva para os céus e os inimigos ficam envergonhados. Porque passam a ver a vitória dos que permaneceram fiéis até a morte. Escute o capítulo 11 do Apocalipse, diz o anjo: “Deram-me um caniço semelhante a uma vara dizendo: Levanta-te e mede o tempo de Deus.”

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Significam os que são fiéis, é como joio e o trigo, quem é fiel estar no altar, estar adorando, medem o altar, mede o tempo de Deus, mede o altar e ver aqueles que estão adorando, que não se afastaram que se aproximaram do altar. Sempre o altar é símbolo de Cristo, sempre o altar, no Apocalipse é liturgia celeste, é vitória, é o lugar dos mártires, dos que permaneceram fiéis. Vem para o altar, guarda isso católico. Altar, altar, altar, altar, altar, é o altar de Deus, é o altar dos sacrifícios, o altar da Igreja, o altar dos eleitos filhos e filhas.

A Santa Missa é a realização do Apocalipse completamente. Você vem para o altar na Missa, vem para o altar e não vem para a Missa à toa, vem para o altar para beber do altar. Colocando o teu olhar no altar, coloque também o teu coração no altar, tua vida no altar. O altar não é mesa. A Missa não é simplesmente um ato fraterno, a missa não é um teatro, a missa é a atualização do sacrifício de Cristo. É o Senhor ali no altar. É onde comemos e bebemos a

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sua carne e o seu sangue e nos preparamos para vivermos o profetismo até o último dia de nossas vidas. Não há dúvida alguma estamos vivendo o tempo do profetismo. Deixa-me dizer muito claro: não é o profetismo que nós vivemos no início da Renovação Carismática Católica que foi muito salutar para nós, onde estaremos cedendo dos dons do Espírito Santo. Mas agora a história é outra, o momento é outro, nós precisamos viver o profetismo com aquela disposição do coração, de alma e aqueles que infelizmente compararam a Renovação Carismática Católica a Teologias e Doutrinas protestantes vão entender se Deus quiser pela graça de Deus pela nossa fidelidade a Igreja que a Renovação Carismática Católica é Católica e não Protestantes. Ela vai para o altar, tem que vir para o altar. Estou dizendo que chegou à hora de nós provamos, nós que bebemos muito da Renovação está na hora de provamos que a Renovação é Católica. E para que essa prova aconteça, nós não podemos viver de saudosismo do passado coisissima nenhuma. Você

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tem que obedecer a Deus agora. O que Deus quer de você agora é o Profetismo. A tua vida agora. Não que fique querendo conversa de tempo atrás. Não. Agora é diferente, o tempo é diferente, a obra é diferente, a hora é diferente.

O que Deus quer é diferente, então, é hora de dar a vida concretamente naquilo que Deus quer como Profeta. A expressão simbólica “vestida de sacos” do apocalipse é livre, livre, pobre, obediente, pronto para morrer por Cristo. Não tem mais nada a se aprender. Estão pronto a derramar o sangue por Cristo. Filhos e Filhas essa pregação tem que formar profeta e profetiza. Eu repito não é pregação que está acontecendo nesse momento é Deus profetizando, falando, instruindo e dando a graça para sermos fiéis. Porque quando Deus profetiza ao mesmo tempo infundi pelo Espírito na tua alma a graça de poder viver o que estar querendo. Amém.

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III PARTE Nessa parte falarei um pouco sobre o capítulo

4.10-16 do evangelho de São João.

A SAMARITANA A palavra no versículo 10-16 do capítulo 4 de

São João terminava mesmo assim: “Mas aquele que beber da água que eu lhe dê, não mais terá sede e do seu interior jorrará como um rio de água viva”. Porque Jesus não quer simplesmente saciar a nossa sede. E ai, então, você volta agradecido para casa dizendo: Pronto já não tenho mais sede. Jesus quer fazer de nós muito mais, quer fazer de nós uma fonte para que os outros venham até nós e encontrem em nós a água que é o próprio Deus, a água da vida, o Espírito Santo que está em nós, não mais escondido, não mais sufocado pelas tantas realidades negativas

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que vivem. Mas agora o Espírito Santo que desabrocha dentro de nós. Porque dentro de nós há uma fonte, uma fonte de amor e muitas vezes nós nos conformamos com a realidade desse mundo que nos diz: “Não vocês realmente são pecadores”. Só pecadores e só erram e só escorregam e acabamos acolhendo para nós uma personalidade que não são a nossa.

Dentro de nós existem umas belezas patrocinadas pelo Espírito Santo. É ele que patrocina todo o nosso ser. E como tomamos posse dessa graça. Com as infelicidades que assolam este mundo (nosso mundo) vamos encontrar no próprio Jesus essa fonte de água viva que podemos beber para alcançamos a graça da salvação. Essa água que jorra de dentro de nós. Porque se você não sabe meu irmão dentro de ti a uma fonte, uma fonte de amor.

Jesus diz no mesmo capítulo 4 do evangelho de São João conversando com a samaritana. “Nós não

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podemos ser adoradores, ser adoradores quaisquer, mas verdadeiros adoradores”. Porque são esses adoradores que o Pai procura, que o Pai deseja.

Irmãos o Senhor quer surpreender o mundo com homens e mulheres cheios do Espírito Santo. Homens e mulheres que acreditam e vivem segundo a sua fé e porque acreditam viver segundo permitem que Deus faça um trabalho no seu coração. Dão autorização. Eu sei bem por experiência de vida e que às vezes nós não temos força alguma e que nos faz sofrer, uma dor na alma, no coração. Nós não podemos vencer nem dominar essa realidade e pedimos: “Deus mude a minha vida. Eu te autorizo, agora, meu Deus a entrar na minha vida e a mudar essa situação” e Deus vai entender a sua oração. Porque Deus quer surpreender o mundo com homens e mulheres cheios do Espírito Santo. Homens e mulheres que são capazes de refletirem sobre sua vida e seus atos, tudo o que Deus tem feito em suas próprias vidas e em seus corações.

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O mundo já não se contenda em ouvir falar de Jesus. Como já dissemos, porque Jesus é mais do que Palavra, Ele é uma experiência de vida, Ele é maravilhoso. E as pessoas não querem simplesmente ouvir falar de Jesus, eles querem vê-lo, querem tocá-lo e ser tocada por Jesus. Pois, igualmente hoje, as Palavras para as pessoas já não dizem muito. As pessoas querem tocá-lo e nós pensamos que é por isso que todos procuram a Jesus. Vocês querem ter uma experiência com Jesus. Vocês só se sentem satisfeito quando tem um encontro pessoal com Jesus. Porque Deus não é relação, Deus é experiência. E quem experimentou Deus em sua vida pode levar muitos outros a viver uma experiência com Ele, se assim abrir o coração, águas viva do interior irão fluir. E está água, há de saciar a sede de muitos outros. Por isso Deus quer surpreender o mundo com homens e mulheres cheios do Espírito Santo. Homens e mulheres que mais do que falarem de Jesus é outros Cristos, se faz outros Cristos.

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Porque ser cristão é exatamente isso. É ser outro Cristo no mundo de hoje, não simplesmente seguir Jesus, mas tomá-lo como modelo de vida e perseguir esse desafio de ser como Jesus eram de viver como Jesus viveu de sentir como Jesus sentiu, de reagir diante das situações como Jesus reagiu e assim mudar o curso da história. Mudar a vida e a história de muita gente pelo próprio testemunho cristão. Tem um amigo meu que não cheguei a conhecer pessoalmente, mas, o tenho como amigo por causa das canções que ele compôs que me ajudaram muito no meu crescimento cristão, o nome dele era Sérgio Pimenta. Um compositor e cantor evangélico, um dos melhores, as músicas mais lindas que já ouvi. Ele compôs uma música que diz muito para mim e talvez diga para você também. As suas músicas falam do testemunho, do ato e da atitude. Porque o Espírito Santo é isso que ele faz, uma vez batizado no Espírito Santo, ele nos leva a atitudes e a atos concretos. Nós vamos ver isso na Palavra como de fato é assim, uma vez cheio do Espírito Santo, uma vez alcançados pela graça do

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Espírito, ele nos leva as atitudes e a atos concretos. É isso que nós temos experimentado no meio e no seio da Igreja através dessa graça maravilhosa da Renovação Carismática Católica que não é um lugar, que não é uma estrutura, que não é curral onde as pessoas ficam presas. A Renovação é uma experiência de Deus, é uma experiência do Espírito e que ninguém pode prender e nem podem cercar. Porque o Espírito é como diz a Palavra “O vento sopra onde quer. Você ouve o ruído mais não sabe de onde vem, nem para onde vai.” A Renovação é uma experiência. E eu dizia a respeito desse meu amigo e ele compôs uma música que diz mais ou menos assim: “as palavras não dizem tudo, mesmo que o tudo seja fácil de dizer, com certeza fala bem melhor o mudo se suas atitudes manifestam o que crer”. As palavras não dizem tudo, ainda que disser tudo seja algo fácil. Com certeza irmão, aquele que não tem voz, aquele que não pode falar, fala melhor se suas atitudes e seus atos manifestam aquilo que crer aquilo que acredita. Muitas vezes dizemos, nós cremos em Jesus, mas não

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basta dizer, o mundo quer presenciar em nós, nas nossas atitudes se realmente nós cremos. O mudo devia muito bem dizer que não crer em Jesus, mas se as suas atitudes manifestam aquilo que crer certamente o seu testemunho será muito mais intenso do que o nosso. Vocês entendem? Vocês entendem que Deus e o mundo precisam de nós. Porém, neste nível de relação onde nossos atos e nossas atitudes revelam aquilo que nós acreditamos, pois é exatamente isso que o Espírito Santo vem fazer. Porque eu amo, eu faço isso, eu não faço isso, mas os fatos aqui não se resumem em não fazer coisas erradas. Porque às vezes nós ficamos com peso sobre nossos ombros quando uma cultura de que “você não pode, você não faz.” Só que na pratica é como diz o Senhor Jesus: “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Então, os atos não só se resume em não errar, porque tão nobre quanto não errar tão nobre quanto lutar com o pecado é vencê-lo. Tão nobre é arrependesse-me do que fez. É corrigir-se.

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IV PARTE

Nesse capítulo vamos falar um pouco sobre a

catequese litúrgica. É nesse espírito que o catecismo diz que a liturgia é um ponto forte na catequese. A catequese tem que ser forte.

Veja o que diz o parágrafo 1075, do nosso

catecismo.

“A catequese litúrgica tem em vista introduzir no ministério de Cristo, procedendo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos sacramentos para os mistérios.”

A liturgia sempre é assim usa alguma coisa que você ver para mostrar a você que está acontecendo aquilo que você não ver. Então, na Eucaristia, por exemplo, tem o pão e o vinho. Você está vendo o Padre

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falando. Você está ouvindo mais o que está acontecendo, você não está vendo. Aquela transubstanciação, a transformação da substância, do pão no corpo de Cristo, do vinho no sangue de Cristo. Então, a liturgia parte do visível, do sinal para o invisível, do significante para o significado, dos sacramentos para os mistérios.

Esta e a chamada catequese mistagógica. A catequese dos mistérios, a catequese sacramental que desde lá dos primeiros séculos II e III os Santos Padres faziam. Inclusive tem um livrinho “As catequeses mistagógica de São Círilo de Jerusalém.” Era a catequese que São Círilo no século III pregava na Basílica do Santo Sepulcro de Jerusalém que está até hoje. E que catequese era essa “Os Sacramentos” assim chamava os mistérios.

Até São Leão Magno dizia assim: “Os milagres e os sinais extraordinários é para aqueles que não crêem, para nós que cremos basta os sacramentos.”.

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A ECONOMIA SACRAMENTAL A economia no sentido de plano. Você quer a

economia da salvação – é o plano da salvação. Na liturgia da Igreja, a benção divina é plenamente revelada e comunicada. O Pai é reconhecido e adorado como fonte e o fim de todas as bênçãos da criação e da salvação. Em seu verbo encarnado, morto e ressuscitado por nós, ele nos cumula com suas bênçãos e por meio dele derrama em nossos corações o dom que contém todos os dons: O Espírito Santo. (§ 1082).

É bonita na oração da missa. Quando começa a oração na verdade, quando o Padre diz: “Oh Pai! Vós sois Santo e fonte de toda santidade.” Não é assim a oração eucarística aonde tudo vem do Pai. Na economia sacramental quando celebram os sacramentos o Pai é glorificado, é reconhecido como a fonte de toda divindade de todas as bênçãos que

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através do filho, do verbo encarnado, morto e ressuscitado por nós, nos cumula com suas bênçãos e derrama em nós o dom que contém todos os dons “Espírito Santo”.

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A OBRA DE CRISTO NA LITURGIA “Sentado à direita do Pai” e derramando o

Espírito Santo em seu corpo que é a Igreja, Cristo age agora pelos sacramentos, instituído por Ele para comunicar sua graça. ”“.

Cristo veio para salvar e para tirar os pecados e deixou a Igreja para continuar a sua obra. Mais como é que a Igreja continua a obra de Cristo? Através dos sacramentos.

Por isso que a Igreja tem muita pena daqueles que estão nas outras Igrejas que não tem os sacramentos. Porque a Igreja tem a consciência disso. Cristo age hoje pelos sacramentos e quem não têm os sacramentos não é que vão se perder mais vão se salvar pela misericórdia de Deus.

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Mais o canal ordinário que Cristo deixou é o batismo, o matrimônio, o Crisma, a eucaristia, a confissão, a ordem e a unção. Os sacramentos instituídos por Cristo. Aquelas mesmas mãos que tocavam lá na Judéia, tocavam nas pessoas através dos sacramentos. Ele toca em você, Cristo toca em você através dos sacramentos.

“Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e ações), acessíveis a nossa humanidade atual.”

Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da ação de Cristo e pelo poder do Espírito Santo. Na liturgia da Igreja Cristo significa e realiza principalmente seu mistério pascal. (§ 1084/5).

Os sacramentos realizam eficazmente a graça que significam. Isso quer dizer o quê? Que os sacramentos celebrados do jeito que a Igreja manda que seja celebrada e por pessoas legitimamente autorizadas, por exemplo, à eucaristia ou a confissão

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tem que ser o sacerdote ordenado pela Igreja. Se essa celebração é feita cumprindo todo ritual da Igreja. Sinal sensível é o ritual. Palavras e ações são o ritual. Se eles fazem cumprir o ritual estabelecido pela Igreja, estão legitimamente autorizados para isso. É o Cristo que age. Por isso que a Igreja ensina uma expressão quando você celebra os sacramentos “Ets opes operate” uma expressão em latim que quer dizer que os sacramentos atuam por força de Cristo, não por força de ministro ou do penitente. “Ets opes operate” feito o rito de acordo com investida em o estado operate. Não importa se o Padre é Santo. Se o Padre não é Santo. É claro que os frutos dos sacramentos vão depender das disposições da pessoa. Você pode pegar uma semente muito boa, mas se jogar numa terra ruim não nasce, mais a semente está ali. Agora se você põe numa terra boa nasce. Se não nasce o efeito do sacramento, não é culpa dos sacramentos é por culpa da terra. É por culpa da falta de disposição. Então, a pessoa que vai se confessar não faz um exame de consciência, não se arrepende, não faz um propósito de não pecar, não

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cumpre as penitências. Claro que os sacramentos das penitências não vão produzir o fruto, foi perdoada, mais não vai ter um fruto de salvação esperada. Daqui a pouco volta ao pecado, porque o fruto não aconteceu, não por culpa do sacramento mais da pessoa.

“Os outros eventos da história acontecem uma vez e depois passam engolidos pelo passado. O mistério pascal de Cristo, ao contrário, não pode ficar somente no passado, já que por sua morte destruiu a morte, e tudo o que Cristo fez e sofreu por todos os homens participa da eternidade divina, e por isso abraça há todos os tempos e nele se mantém presente. O evento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida.” (§ 1085).

Tudo que o Cristo fez. Fez como homem e como Deus. Por isso o passado não engole. E por isso abraça todos os tempos e por ele se mantém presente. O mistério pascal de Cristo não pode somente ficar no

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passado. O evento da cruz e da ressurreição de Cristo permanece e atrai tudo para a vida. A teologia explica que as ações “teândricas”. Que quer dizer ações teândricas? Teo = quer dizer Deus e Andricas = andropo (grego) = quer dizer homem. Logo quer dizer que são ações de Deus e de um homem. Isto quer dizer que são ações humanas e divinas. Como são ações divinas pertence à eternidade divina. Com isso queremos dizer que o tempo não engole essas ações divinas. O tempo engole uma ação minha e sua, porque nós somos somente homens. E o homem está inserido no tempo. Então nós somos escravos do passado e do futuro. Escravo em que sentido? Não tenho comando sobre o passado. O passado passou. Eu não posso fazer mais nada. E não tenho comando sobre o futuro, porque o futuro não chegou. E só tenho comando sobre o presente. Deus não. Ele é o autor e criador do tempo, e não escravo nem do passado, nem do futuro. Pelo contrário para Deus tudo está aqui. Então o que Cristo fez lá no calvário fez para eternidade divina. È por isso que você celebra a

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Páscoa hoje com a mesma intensidade e eficácia com que ela foi celebrada

Há 2013 anos. Quando o Padre repele, por exemplo, às palavras da consagração. É o Cristo que repele através do ministro e o calvário se faz presente. Não é uma repetição do calvário, é o mesmo, o único calvário se torna presente. Percebe a força da liturgia, o poder da liturgia. Ela traz para o hoje da nossa história o que aconteceu e o que é perene não morre. Parágrafo 1085 do nosso catecismo.

A PARTIR DA IGREJA DOS APÓSTOLOS

“Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma Ele mesmo enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para pregarem o evangelho a

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toda criatura. Anunciarem que o Filho de Deus, por sua morte e ressurreição, nos libertou do poder de Satanás e da morte e nos transferiu para o reino do Pai. Mas ainda para levarem o efeito o que anunciavam a obra da salvação por meio do sacrifício e dos sacramentos em torno dos quais gravita toda a vida litúrgica.”

O catecismo está dizendo que Jesus foi enviado pelo Pai, ele enviou os apóstolos, não só para pregar o evangelho, não só para pregar a salvação, mas para celebrar a liturgia. O Cristo mandou os apóstolos pregar o evangelho e celebrar o sacramento – “Ide e batizai a todos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”.

Depois a Igreja foi entendendo assistida pelo Espírito Santo e que esses sacramentos na verdade eram sete canais de graça e de salvação. A confissão que Jesus disse no dia da ressurreição: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados serão perdoados.”

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Então os apóstolos foram entendendo. Aí, estava os canais salvífico que o Cristo tinha deixado. “Dessa forma, O Cristo ressuscitado, ao dar o Espírito Santo aos apóstolos confia-lhes seu poder de santificação (Jo. 20,21-23). Eles tornam-se assim sinais sacramentais de Cristo”.

“Pelo poder do mesmo Espírito Santo, os apóstolos confiam este poder a seus sucessores. Esta sucessão apostólica estrutura toda a vida litúrgica da Igreja; Ela mesma é sacramento da ordem.” (§ 1087).

Na eucaristia celebramos a vida de Deus e a nossa vida. Deus é Santo e fonte de toda santidade. Pelo batismo ele nos santificou confiando-nos seu projeto. Celebrar a memória de todos os santos é olhar para nossa caminhada eclesial. Não basta contemplar o passado remoto ou próximo e constatar que muitas pessoas entregaram suas vidas por causa do reino. Nós somos filhos de Deus e isso significa traduzir nossa filiação na prática da justiça. Em outras palavras

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somos chamados a fazer as opções que nos comprometem com o reino de Deus, pois delas dependem nossa felicidade. A morte e a ressurreição de Jesus celebradas na eucaristia e a memória de nossos mártires nos fortalecem no enfrentamento da grande tribulação a fim de que possamos permanecer de pé diante do cordeiro. Celebrar a eucaristia é levarmos nossas roupas, alvejando-as no sangue do cordeiro.

A eucaristia também é o memorial da doação plena de Jesus Cristo ao Pai e a nós. A Palavra partilhada e o pão repartido entre muitos apontam para uma realidade desafiadora, chegarmos à partilha de tudo o que somos e o que temos de modo que todos tenham suficientes e necessários para viver como filhos de Deus. Assim estaremos concretizando o reino que Jesus anunciou e confiou aos que o seguem.

Chegando ao terceiro milênio muitas se faz ouvir a respeito do fim dos tempos, principalmente nesses momentos de guerra que para nós parece-nos

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tão absurda e dramática. Celebrar a eucaristia é viver a escatologia do Cristo. Já em ato, mediante a prática da justiça. “Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição enquanto esperamos vossa vinda”.

A celebração eucarística é a memória do único e definitivo sacrifício que Cristo ofereceu pelos pecados. Dela nasce à consciência de que ainda há muitas coisas (inimigos) que precisam ser submetidas ao Cristo para que seu projeto de vida e liberdade atinja a todos.

Celebrar a eucaristia é reviver a presença do Deus que é Pai Libertador e que salva em Cristo Jesus. A comunidade cristã que celebra o memorial da morte e ressurreição de Cristo é convidada ao discernimento: só o amor dinâmico que conduz à prática da solidariedade e da justiça é capaz de atualizar a vinda de Jesus.