o acesso às tendências em cooperativas de produção que...

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O acesso às tendências em cooperativas de produção que atuam no segmento da Moda, na cidade de Salvador- BA e Região Metropolitana                                                                           Pablo Luis dos Santos Portela RESUMO A expansão das organizações mercadológicas envolve a responsabilidade social como fator relevante e indispensável para o desenvolvimento de suas ações. As informações encontradas nesse campo são aplicadas de maneira diversificada, sendo também empregadas como fontes de pesquisas que servem como objetos de estudos. A sociedade possui o enlace com áreas distintas do conhecimento, inclusive com a Moda, que como um sistema dinâmico, proporciona meios de comunicação, de informação e de integração entre os seres, disponibilizando nas variadas compreensões existentes uma relação direta com a essência social. O objetivo deste trabalho é apresentar uma abordagem sobre a inclusão do acesso às tendências em empreendimentos solidários que atuam em direções associadas ao segmento da Moda, como as cooperativas de produção. Com base nas diferentes fontes de consultas é possível ter uma consciência da visibilidade e da importância e do vasto campo a ser explorado na área social pelos designers e profissionais de Moda.   Palavras-chave: Design; Cooperativas de Produção; Empreendimentos Solidários; Moda. 1 Graduação em Design e Gestão de Moda – 5º semestre.   Universidade Salvador – UNIFACS.   Cel.: (71) 9165-2884.   E-mails: [email protected] / [email protected] 1

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O acesso às tendências em cooperativas de produção que 

atuam no segmento da Moda, na cidade de Salvador­ BA e 

Região Metropolitana

                                                                          Pablo Luis dos Santos Portela1 

RESUMO

A   expansão   das   organizações   mercadológicas   envolve   a 

responsabilidade   social   como   fator   relevante   e   indispensável   para   o 

desenvolvimento de suas ações.  As  informações encontradas nesse campo 

são   aplicadas   de   maneira   diversificada,   sendo   também   empregadas   como 

fontes de pesquisas que servem como objetos de estudos. A sociedade possui 

o  enlace com áreas distintas do conhecimento,   inclusive com a Moda,  que 

como um sistema dinâmico, proporciona meios de comunicação, de informação 

e de integração entre os seres, disponibilizando nas variadas compreensões 

existentes uma relação direta com a essência social. O objetivo deste trabalho 

é apresentar uma abordagem sobre a inclusão do acesso às tendências em 

empreendimentos solidários que atuam em direções associadas ao segmento 

da Moda, como as cooperativas de produção. Com base nas diferentes fontes 

de consultas é possível ter uma consciência da visibilidade e da importância e 

do vasto campo a ser explorado na área social pelos designers e profissionais 

de Moda.   

Palavras­chave:  Design;   Cooperativas   de   Produção;   Empreendimentos Solidários; Moda. 

1 Graduação em Design e Gestão de Moda – 5º semestre.  Universidade Salvador – UNIFACS.  Cel.: (71) 9165­2884.  E­mails: [email protected] / [email protected]

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1­ INTRODUÇÃO

Com  a   tecnologia   em   constante   crescimento,   qualquer   pessoa  pode 

obter   informações  rápidas e  modernas sobre   temas de  todas as  partes  do 

mundo. E assuntos que envolvam a moda não são diferentes. Encaixam­se 

nesse perfil,  desde novos  tipos de  tecidos,  aviamentos,  cores, maquinários, 

texturas,   a   inúmeros   fatores   que   poderão   ser   agregados   em   indústrias   e 

fábricas   têxteis,   no   intuito   de   melhorar   os   produtos   e   serviços   que   serão 

oferecidos ao mercado consumidor.

Compreender tendências é acompanhar as inovações em toda a cadeia 

têxtil e apreciar os modelos prontos das peças apresentados em revistas, sites, 

cadernos e desfiles de moda. Estas instruções e novidades caminham juntas 

para que possam ser  úteis  como referências no desenvolvimento de novos 

produtos. 

Esta   análise   na   realidade   de   empreendimentos   de   cunho   social 

possibilita à  identificação e utilização em suas rotinas, da melhor prática, de 

como realizar pesquisas direcionadas às tendências. Analisando os meios de 

comunicação   disponíveis   e   seguindo   as   condições   financeiras   dessas 

organizações,   consideram­se  como é   relativo  o  acesso  aos   recursos  como 

bibliografias   especializadas,   cadernos   de   informações   de   tendências, 

participação em feiras, seminários, desfiles de moda e acesso à internet. Para 

que seus membros possam estar cientes das novidades que estão ocorrendo 

no segmento em que trabalham, as pesquisas de tendências poderão servir 

como auxílio quando forem criar modelos diferenciados ou se forem oferecer 

serviços que poderão agregar valores. 

O   objetivo   desta   pesquisa   é   conhecer   caminhos   que   os 

empreendimentos solidários usam para adquirir  pesquisas de tendências no 

que   diz   respeito   à   conceituação,   interpretação,   conhecimentos   adquiridos 

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através   de   bases   referenciais   em   um   assunto   que   interessa   a   todos   os 

integrantes das instituições.

A metodologia empregada se deu através de pesquisas bibliográficas, 

reuniões, visitas e entrevistas com os membros de cooperativas de produção 

que atuam no segmento de Moda.

2­ TENDÊNCIAS DA MODA

As orientações das tendências no campo do vestuário são vislumbradas 

por todos que possuem o desejo de segui­las ou apenas manter­se informadas. 

Pode­se   aliar   o   conceito   como   descreve   Garcia   (2002),   (apud 

TREPTOW, 2007,p.29) em palestra proferida no VIII  Congresso Nacional de 

Tecnologia   de   Confecção   (CONTEC)  “um   conjunto   de   itens   do   vestuário  

considerados   como   conceito   de   bem   vestir.   A   tendência   de   moda   é  

caracterizada pela temporalidade e pela massificação”.

Do mesmo modo o conceito de tendência é associado à temporalidade 

conforme é detalhado a seguir pelo mesmo autor.

Por temporalidade entendemos que uma tendência terá um período de   existência   limitado,   ela   não   tem   a   pretensão   de   durar   para  sempre.   O   período   de   existência   de   uma   tendência   vai   do lançamento   por   grupos   considerados   de   vanguarda   até   a   total  absorção pelo mercado e conseqüente massificação de consumo. Na etapa   final   uma   tendência   de   moda,   que   pode   ter   surgido   como manifesto social de um determinado grupo, perde a característica de  discurso contestador tornando­se apenas efêmero padrão de vestir. 

De acordo com as informações diversas no campo da moda, visualiza­se 

que as fontes de pesquisa buscam orientar os dados nelas estabelecidos.

Os quatro principais centros de criação de moda – Paris, Londres,  Milão e Nova York – disputam compradores e brechas de tempo no calendário  internacional de desfiles. O calendário dos dois desfiles anuais de pronta­entrega tradicionalmente passa de Londres a Milão, Paris e então Nova York, durante um período de quatro semanas.  Para   as   coleções   de   primavera/verão   a   programação   começa normalmente na segunda semana de setembro, depois que as lojas receberam  as   entregas  das   linhas   de   outono/inverno   previamente  apresentadas  em março.  Para   complicar   ainda   mais  as   coisas,  o  calendário   de   moda   masculina   começa   aproximadamente   oito  semanas antes desse esquema. Como a programação se baseia na premissa de que as tendências começam na Europa, as grifes e os 

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compradores   de   moda   norte­americanos   têm   cada   vez   mais  desafiados o esquema vigente. (JONES, 2005. p. 50­51).

É disponibilizado pela indústria referências de acordo com o que poderá 

ser usado nas estações do ano aliando, por exemplo, com as pesquisas nas 

áreas de marketing e comportamento do consumidor. Realizam­se pesquisas 

direcionadas, com planejamento e experimentos, no intuito de captar a leitura 

das   tendências   culturais.   Existem   dois   movimentos   de   tendências   que 

exemplificam esse entendimento como os efeitos desaguamento e borbulha. O 

primeiro, o efeito desaguamento conhecido como teoria do  trickle­down, está 

relacionado,  “com os  grupos  sociais  subordinados,  seguindo  o  princípio  da  

imitação,   buscam   estabelecer   suas   reivindicações   por   um   novo   status  

adotando a moda dos grupos superiores” Portal das Jóias (2003).

Há uma análise que mostra com detalhes como ocorre com o fenômeno 

Moda se tratando do vestuário e pode ser visto com a explicação de Jones 

(2005) conforme ilustra figura 1.

Figura 1 – Movimento de tendências

                                         Disseminação em massa

édia

Exclusivo da alta­costura, artistas de cinema e estrelas pop

Quem se associa com eles, primeiros adeptos

Leitores de revistas e jornais. Lojas independentes – primeiras cópias

Mercado de classe media – mercadorias disponíveis nas melhores lojas

Público em geral e de cultura alternativa ou underground ­ mercadorias amplamente disponíveis

Efeito “desaguamento” (trickle­down)

Estilos associados a certas bandas musicais ou celebridades podem se tornar parte da cultura de grupos que não tem nenhuma conexão com os originadores do estilo. No novo século a moda tem menos a ver com imitar o que os ricos usam de copiar os modelos originais dos desfiles, como ocorria no século passado.

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                                                                                        Fonte adaptada (JONES, 2005, pág. 51)

Conhecido como teoria do  bubble­up,  o segundo  revela que pessoas 

comuns são referências de novos padrões de comportamentos e de estilos 

como ilustra a figura 2.

Figura 2 – Movimento de tendências     

                                

                                         Disseminação em massa

                                                                                        Fonte adaptada (JONES, 2005, pág. 52)

ffgfgfgf

           Versões caras aparecem nas lojas exclusivas

   Conhecedores de moda demandam versões especiais

     Revistas, jornais e TV divulgam a tendência 

O mercado de classe media dá o nome ä tendência

 Moda de rua e grupos de cultura alternativa ou underground.

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Efeito “borbulha” (bubble­up)

Mudanças culturais dinâmicas criam necessidades e desejos do consumidor. A emancipação econômica feminina e os Comportamentos sociais dos adolescentes que legitimam estilos vindos das ruas, como o hip­hop, têm sido as forças determinantes para as mudanças. Há maior diversidade de mercados, estilos de “tribos” e categorias socioeconômicos, o que significa que há um maior número de estilos que podem ser aceitos ao mesmo tempo e usados pelo mesmo indivíduo em ocasiões diferentes. As pessoas comuns estão mais criativas para se vestir.

O   movimento   de   tendências   pode   ser   acompanhado,   de   forma 

generalizada, seguindo a ilustração da figura 3.

Figura 3 – Movimento de tendências

                                              Disseminação em massa

édia

Exclusivo da alta­costura, artistas de cinema e estrelas pop

Quem se associa com eles, primeiros adeptos

Leitores de revistas e jornais. Lojas independentes – primeiras cópias

Mercado de classe media – mercadorias disponíveis nas melhores lojas

Público em geral e de cultura alternativa ou underground ­ mercadorias amplamente disponíveis

Efeito “desaguamento” (trickle­down)

Estilos associados a certas bandas musicais ou celebridades podem se tornar parte da cultura de grupos que não tem nenhuma conexão com os originadores do estilo. No novo século a moda tem menos a ver com imitar o que os ricos usam de copiar os modelos originais dos desfiles, como ocorria no século passado.

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Efeito “borbulha” (bubble­up)

Mudanças culturais dinâmicas criam necessidades e desejos do consumidor. A emancipação econômica feminina e os Comportamentos sociais dos adolescentes que legitimam estilos vindos das ruas, como o hip­hop, têm sido as forças determinantes para as mudanças. Há maior diversidade de mercados, estilos de “tribos” e categorias socioeconômicos, o que significa que há um maior número de estilos que podem ser aceitos ao mesmo tempo e usados pelo mesmo indivíduo em ocasiões diferentes. As pessoas comuns estão mais criativas para se 

                                                                                                              

                                                                               Fonte adaptada (JONES, 2005, págs. 51e 52)

Como relata no livro Fashion Design, os profissionais que trabalham com 

previsão de moda são especialistas em pesquisa e análise de mercado que 

vendem  serviços   financeiros  e   relatórios   ilustrados  para   os   fabricantes.  As 

previsões   são   construídas   mediante   exaustivas   pesquisas   estatísticas   para 

medir a popularidade relativa de tecidos, cores, detalhes e formas. Algumas 

empresas contratam “caçadores de tendências” (cool hunters), indivíduos que 

são especialmente bons em perceber as tendências em suas fases iniciais e 

em predizer  quais produtos se adequarão a elas.  Essas empresas  também 

oferecem   livros   de   estilo   e   especificações   sobre   os   principais   estilos 

emergentes,  com previsões e sugestões para a próxima estação.  Pode ser 

observado na figura 4.

ffgfgfgf

           Versões caras aparecem nas lojas exclusivas

   Conhecedores de moda demandam versões especiais

     Revistas, jornais e TV divulgam a tendência 

O mercado de classe media dá o nome ä tendência

 Moda de rua e grupos de cultura alternativa ou underground.

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Figura 4 – Ciclo de tendências

Da aceitação à absolescência

Um novo visual surge na passarela

É mostrado na imprensa diária e de negócios

É dotado pelos líderes da moda

É mostrado nas revistas de moda e estilo

É usado pelos que entendem de moda

São feitas versões mais baratas

É visto na imprensa semanal e na TV

Surge a demanda por maior disponibilidade

Os preços são reduzidos – caimento e cortes ruins

É usado pelos seguidores da moda

Os consumidores perdem o interesse

Fim da linha para as vendas

Os líderes da moda “não usam nem mortos”­ mudança para o próximo novo visual        

                                                                                                                                            

                                                                                                             Fonte adaptada (JONES, 2005, p. 52)

Visualiza­se que a apresentação de duas coleções por ano impõe um sistema complexo de gestão de informação e das intervenções dos diversos  agentes  que  deverá   ser   coordenado.  A  moda  passa  por  vários níveis, funciona através de um extenso mecanismo industrial,  que começa na produção das fibras e dos fios que vão compor os  tecidos e vai até a confecção sob forma de roupas e comercialização no varejo. PIRES (2008, p. 233)

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2.1­ CALENDÁRIO PARA A PESQUISA DE TENDÊNCIAS

Por   volta   dos   anos   50   começa   o   surgimento   da   distribuição   dos 

primeiros centros comerciais em grande escala que contemplavam os templos 

do consumo americano.     

Françoise   Vincente­Ricard   foi   a   primeira   profissional   da   moda   que 

fundou um escritório em Paris, em 1966, chamado Promostyl, que propôs um 

cronograma de um calendário de moda para cada estação como apresenta em 

seu livro As espirais da moda. Seguem abaixo sua metodologia com uma breve 

explicação:

Com   dois   anos   de 

antecedência,   é   preciso 

considerar as cores:

Com   dois   anos   de 

antecedência,   é   preciso 

considerar os tecidos:

Com   dois   anos   de 

antecedência,   é   preciso 

considerar as formas:Os tecidos usados na 

confecção   industrial   eram sem   vida,   geralmente   em tons   neutros   de   cinzento gritantes.  Assim,  era  preciso “construir”   um   sistema   de evolução   que   fosse   fácil   de aplicar,   pondo   de   lado   o princípio de optar, ao acaso, por   determinada   cor.   A apresentação   conjunta   de toda   uma   gama   de   cores requeria:­   a   adoção   de   um determinado   número   de cores,   sempre   renovadas,   a cada estação;­   novos   coloridos considerados   como promoção, primeira estação;­ combinações de cores entre si;­   criação   de   harmonias   a partir  de  cores   frias  e  cores quentes;­ a possibilidade de abrir mão das  cores mais  clássicas  ou mais sutis, conforme o estilo da empresa.

Para   aprender   e apresentar   um   sistema   de combinações   de   cores   que atenda   aos   critérios   bem definidos   das   tendências   da 

O   fato   de   os consultores de moda se terem tornado   coordenadores   de moda   teve   de   fato   um significado   profundo:   agora, além   de   os   conselhos   dos consultores   serem   aceitos   e pedidos, surge um verdadeiro conceito   de   coordenação   de tendências.

A   indigência   e   a multiplicidade   dos   desenhos, motivos   e   grafismos   das coleções   de   tecidos obrigavam   os   representantes a   apresentar   às   confecções mais repletas de amostras e a lançar   mão   de   argumentos voltados   para   o   passado   e para os hábitos dos clientes.

Assim,   foi   preciso levar   os   industriais   a considerar   processos   de reprodução   em   tecidos   que pudessem ser   fabricados  em série,   limitando deliberadamente as cores, as harmonias e os grafismos. Era preciso   também   definir   os temas promocionais dentro de determinadas   tendências   da moda,   a   fim   de   que   os confeccionistas   não   se confundissem em relação aos 

Num período limitado de   tempo   –   dedicado   duas vezes por ano a criar coleção deve­se   tratar   dos   seguintes assuntos:­ o plano da coleção: posição de   mercado,   preço, cronograma,   definição   de estilo;­   pesquisa   de   formas   para uma   linha   geral,   rústica   ou requintada;­   os   materiais   adaptados   a seu   uso   para   a   criação   de silhuetas   estruturadas   ou vagas,   adelgaçadas   ou românticas;­   seleção   geral   equilibrada, mantendo­se   o   sentindo   de proporções e detalhes.

E com seis meses de antecedência,   são apresentadas   e   vendidas   no mercado.

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estação, levando em conta os objetivos de cada empresa, é preciso   ser   uma   espécie   de engenheiro­consultor   em criatividade.

desenhos, mas os vissem da perspectiva  das combinações possíveis,   jogando   com   toda uma   gama   de   motivos,   de dégradés,   de   graus   de utilização   do   figurativo   e   do geométrico.   Orientar   bem   os materiais   de   uma   coleção pressupõe definir as bases de qualidade,   sejam   elas   lisas, sofisticadas ou rústicas.

                                                         

                                                           Fonte adaptada (VICENT, 1989, págs. 38, 39, 40, 41 e 42)

                                                                                                                          

Este calendário pode ser modificado com prazos mais curtos devido ao 

crescimento   tecnológico   e   às   exigências   do   consumidor.   O   conjunto   de 

instruções   que   reforçam   os   estudos   de   tendências   é   construído   por 

pesquisadores e analistas que agem como consultores de estilo.

2.2­   ELEMENTOS   ESTRUTURAIS   PARA   A   OBTENÇÃO   DE 

INFORMAÇÕES DE TENDÊNCIAS

O acesso à rede de informações para qualquer área do conhecimento é 

vasto   e   está   a   cada   dia   se   desenvolvendo,   facilitando   na   realização   de 

pesquisas,   trabalhos   e   projetos.   Existem   e   estão   disponíveis   para   os 

profissionais de moda, como os designers, e todo o público vigente algumas 

fontes de consultas de tendências. 

Os   elementos   que   servirão   como   ferramentas   de   pesquisa   são:  bibliografia   especializada   (livros   e   revistas)   em   design   de   moda,  design   conceitual,   design   têxtil,   informação   de   cor,   design   de  interiores e design gráfico; cadernos de informação de  tendências,  como   cadernos   conceituais,   cadernos   de   cor,   cadernos   têxteis,  cadernos   de   amostras   e   cadernos   de   moda;   ateliês   de   estilo/  consultores; seminários e workshops; feiras profissionais; desfiles de moda;   informação   e   entidades   do   setor,   como   universidades   e  escolas   especializadas;   agentes   comerciais;   e   informações   vindas  dos principais clientes (PIRES, 2008, p.234).

O universo que compõe a tendência é amplo e rico em conteúdos que 

incluem desde  a  confecção  do   fio  até   ao  produto   final  e  completa­se  este 

raciocínio com a citação abaixo.

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A ferramenta de informação de tendências dedica­se, sobretudo, à  comprovação   de   que   as   informações   que   recolhemos   são   novas  evidências   mostradas   como   sugestão   de   idéias,   cores,   formas,  padrões,   estruturas,   texturas,   toques,   acabamentos,   novas tecnologias e materiais, e não amostras de produtos que se resumem à nossa observação passiva e individual e à sua mera reprodução.  Estas  informações devem estimular e despertar o olhar criativo do designer, tendo presente à necessidade de recriar com a habilidade e  a   consciência   de   que   sabem   e   devem   fazer   diferente,   só   assim conseguirão   tornar   suas   criações   originais   e   com   sucesso reconhecido no mercado. É importante afirmar que as empresas que  tiverem   acesso   às   informações   em   tempo   útil   terão   mais  possibilidades de competição no mercado.  (PIRES, 2008, p. 241) 

A   antecipação   no   desenvolvimento   dos   produtos   do   vestuário   é 

vantajosa para o mercado da moda com a dinamicidade presente. Cabe aos 

estabelecimentos comerciais se planejarem para atender a seus públicos alvos 

no momento certo, com o produto certo, a um custeio acessível e que satisfaça 

as necessidades e aspirações da clientela.

Acompanhando o crescimento nos segmentos de moda e as exigências 

do consumidor moderno, é  essencial  que as empresas do ramo possam se 

preparar para atender esse mercado que está cada vez mais exigente.

A explanação explica que:  Através da divulgação das coleções, em desfiles,   vitrines,   revistas,   vídeos   e   internet,   a   grande   indústria  manufatureira   toma   conhecimento   das   novas   propostas   e,  identificando   pontos   de   semelhança   entre   coleções,   consegue discernir entre a interpretação individual do estilista e o que realmente se transformará em tendência para a moda.A   tendência   reside   nos   elementos   que   aparecem   em   maior  freqüência  quando analisados  lançamentos de estilistas diferentes.  Logo,   se   vários   apostam   em  um   mesmo   caminho,   esse   tende   a tornar­se   moda,   ou   seja,   a   ser   aceito   pelo   mercado   (TREPTOW, 2007, p. 82).

As   informações   sobre   as   tendências   de   moda   estão   dispostas   para 

todos, porém nem sempre são empregadas de maneira coerente e que atenda 

às necessidades dos clientes. Não há a melhor e nem a pior forma de obter 

essas informações. Um dos aspectos que diferencia as empresas é de como 

elas   interpretam   estas   tendências,   aplicam   em   suas   peças   ou   serviços, 

mantêm o estilo e satisfazem seus clientes com o bom gosto. 

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3­ CONCEITO DE COOPERATIVA 

O   contexto   que   representa   o   cooperativismo   é   a   definição   de 

cooperativa,   como   cita   Irion   (1997,   p.   35)  “é   instrumento   eficaz   para   a  

organização da população, a democracia dos investimentos, a distribuição da 

renda,   a   regularização   do   mercado,   a   geração   de   empregos   e   assim 

instrumentaliza a justiça social”.  

De   acordo   com   o   artigo   3º   da   Lei   nº   5764/71,   a   cooperativa   é 

conceituada como o “tipo de sociedade celebrada por pessoas que se obrigam 

reciprocamente  a  contribuir   com bens  e  serviços  para  o  exercício  de  uma 

atividade econômica, de proveito comum e sem objetivo de lucro”.

Reforçando a explanação acima, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro 

e  Pequenas Empresas,   (SEBRAE,  2009),  contribui  com duas definições de 

cooperativas.  “Primeiro,   a   “sociedade   cooperativa”   como   a   sociedade   de  

pessoas (e não de capital) com capital variável, que se propõe, mediante a  

cooperação   de   todos   os   seus   associados   (cooperados),   ao   exercício   de  

atividades ou à execução de negócios em proveito deles próprios”.

No   segundo   momento,   formula   a   ideia   de   que   cooperativa   é   uma 

associação   autônoma   de   pessoas   que   se   unem,   voluntariamente,   para 

satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, 

por meio de um empreendimento de propriedade coletiva e democraticamente 

gerida.

3.1­ ORIGEM DO COOPERATIVISMO NO BRASIL

No   Brasil,   por   volta   de   1610,   com   o   incentivo   dos   padres   jesuítas 

baseado   no   auxílio   mútuo   e   movido   pelo   amor   cristão,   esta   prática   foi 

encontrada   entre   os   indígenas   brasileiros   e   em   quase   todos   os   povos 

primitivos, que vigorou por cerca de 150 anos. Mas, foi em 1847 que se pôde 

situar   o   início   do   movimento   cooperativista   no   Brasil,   quando   diversas 

sociedades foram fundamentadas com esse espírito. 

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O médico francês Jean Maurice Faivre, adepto das ideias reformadoras 

de Charles Fourier fundou com um grupo de europeus, nos sertões do Paraná, 

a   colônia   Tereza   Cristina,   que   era   organizada   em   bases   cooperativistas. 

Apesar   de   sua   breve   existência,   esta   organização   contribuiu   na   memória 

coletiva como elemento formador do florescente cooperativismo. A evolução 

desse sistema conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de 

pensar o homem, o trabalho e o desenvolvimento social.

O   sistema   cooperativista   foi   adquirindo   forças   no   Brasil   obtendo   os 

registros das implantações das primeiras cooperativas agropecuárias de Minas 

Gerais,  do setor de consumo através dos trabalhadores da Cia. Paulista de 

Estrada de Ferro, em Campinas, e do setor de crédito em Rio Grande do Sul 

ao   encargo   do   padre   jesuíta   Theodor   Amstadt.   Hoje,   somente   nesses 

segmentos   agropecuários,   de   consumo   e   de   crédito,   existem   2300 

organizações que geram cerca de 115 mil empregos, contendo em média de 2 

milhões de associados. 

                                                                                Fonte: Portal do Cooperativismo, 2008.

3.2­ PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO 

“Os valores e os princípios, juntos com as ideias gerais, constituem a  

base   doutrinária   do   cooperativismo.   Os   primeiros   caracterizam­se   por   seu  

caráter abrangente e perene no tempo. Os segundos interpretam os primeiros  

e se adaptam ao seu tempo e lugar” (IRION, 1997. p.47).

Com   o   aparecimento   do   sistema   dos   tecelões,   foi   desenvolvido   um 

conjunto  de   princípios,  mais   tarde   conhecidos   como  Princípios  Básicos   do 

Cooperativismo, que foram adotados logo depois por cooperativas surgidas em 

diversos países do mundo e que serão mostradas logo abaixo:

Adesão livre e voluntária:    As cooperativas são organizações voluntárias, 

abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e dispostas 

a  assumir  as   responsabilidades   como  membros,   sem discriminações 

sociais, raciais, políticas, sexuais e religiosas.

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Gestão democrática dos membros   :  As cooperativas são organizações 

democráticas   controladas   pelos   seus   membros,   que   participam 

ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. 

Os homens e as mulheres são eleitos como  representantes dos outros 

membros que são responsáveis perante estes.

Participação   econômica   dos   membros   :   Os   membros   contribuem 

equitativamente  para  o  capital  das  suas cooperativas  e  controlam­no 

democraticamente.   Pelo   menos,   parte   desse   capital,   é   normalmente 

propriedade   comum   de   cooperativa.   Os   membros   recebem, 

habitualmente,   e   se   houver   uma   remuneração   limitada   ao   capital 

subscrito   como   condição   da   sua   adesão.   Os   membros   afetam   os 

excedentes   através   da   criação   de   reservas,   parte   das   quais,   pelo 

menos, será indivisível: benefício dos membros na proporção das suas 

transações com a cooperativa; apoio a outras atividades pelos membros.

Autonomia   e   independência   :   As   cooperativas   são   organizações 

autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se estes 

firmarem   acordos   com   outras   organizações,   incluindo   instituições 

públicas ou recorrerem ao capital externo, devem  fazê­lo em condições 

que   assegurem   o   controle   democrático   pelos   seus   membros   e 

manterem a autonomia das cooperativas.

Educação,   formação   e   informação   :   As   cooperativas   promovem   a 

educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos, 

dos   dirigentes   e   dos   trabalhadores,   de   forma   a   que   estes   possam 

contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. 

Informam o público em geral, particularmente os jovens e os formadores 

de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação. 

Intercooperação:     As  cooperativas  servem de   forma eficiente  os  seus 

membros e dão mais força ao movimento cooperativista, trabalhando em 

conjunto,   através   dos   estudos   locais,   regionais,   nacionais   e 

internacionais.

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Interesse   pela   comunidade:     As   cooperativas   trabalham   para   o 

desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas 

aprovadas pelos membros.

O ramo dos empreendimentos de cunho social é mais uma alternativa de 

fortalecimento de uma comunidade. Pode ser visto com a afirmação abaixo: 

A economia solidária é outro modo de produção, cujos princípios básicos são a   propriedade   coletiva   ou   associada   do   capital   e   o   direito   à   liberdade individual. A aplicação desses princípios em todos os que produzem numa única classe de trabalhadores  que são possuidores de capital  por igual  em cada cooperativa ou sociedade econômica. (SINGER, 2002, p.10).

3.3­ CLASSIFICAÇÃO E RAMOS DAS COOPERATIVAS

Conforme site SEBRAE (2009) é possível visualizar que as cooperativas 

são divididas em:

• Singulares   :   constituídas  pelo  número  mínimo  de  20   (vinte)   pessoas 

físicas e, excepcionalmente, por pessoas jurídicas. Caracterizam­se pela 

associação   de   pessoas   que   se   organizam   para   satisfazer   suas 

necessidades econômicas, sociais e culturais, mediante a cooperação 

mútua destes na execução dos negócios.

• Cooperativas Centrais ou Federações de Cooperativas   : constituídas 

por no mínimo 3 (três) Cooperativas Singulares. Visam à  organização 

em   comum   e   em   maior   escala   das   atividades   econômicas   e 

assistenciais das filiadas (cooperativas singulares).

• Confederações de Cooperativas   : constituídas por, no mínimo, 3 (três) 

Federações   de   Cooperativas   ou   Cooperativas   Centrais,   e   têm   por 

objetivo  a coordenação das atividades das  respectivas  filiadas,  ainda 

que de diferentes ramos.

De   acordo   com   a   definição,   em   04   de   maio   de   1993,   da   Aliança 

Cooperativa   Internacional   (ACI)   e   da   Organização   das   Cooperativas   da 

América (OCA), encontram­se 13 (treze) ramos do cooperativismo:

­   agropecuário;   consumo;   crédito;   educacional;   especial;   habitacional;   infra­

estrutura; mineral; produção; saúde; trabalho; transporte; turismo e lazer.

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Hoje, a análise quantitativa dos ramos cresce significativamente gerando 

novas   oportunidades   de   trabalho,   distribuição   de   renda   e   desenvolvimento 

social para a comunidade.

3.4­ COOPERATIVAS DE PRODUÇÃO ATIVAS NO MERCADO

Uma fatia do mercado que está  se expandindo no contexto da moda, 

como   as   cooperativas   de   produção,   ganham   destaque   devido   a   sua 

participação, inclusão e oferta de produtos e serviços disponíveis aos públicos­

alvos estabelecidos.

Segmentos diversos fortificam o espaço no âmbito comercial como:

­   camisaria;   uniformes   empresariais;   cama,   mesa   e   banho;   moda   infanto­

juvenil;  fuxico; aproveitamento de retalhos; pintura; bijuteria; tapeçaria; moda 

íntima; moda praia; bonés personalizados; bordados como macramê, ponto de 

cruz, richilieu, crochê; bolsas; calçados; fitness; bonecas; moda esporte; jeans; 

malharia;  moda para recém nascidos;  moda masculina; cintos; moda home; 

embalagens; customização; silk screen.

Esses caminhos e outros aqui não mencionados acompanham a cada 

dia a atmosfera social com inovação no planejamento e construção nas peças, 

design   arrojado   que   atenda   as   expectativas   dos   clientes,   valorização   do 

trabalho com novas perspectivas de melhorias da

renda   para   os   membros   trabalhadores   e   conseqüentemente,   o   desejo   em 

atingirem novos mercados.

A  coordenadora do projeto Comércio Solidário, Marta Ramos, realizou 

uma   exposição   na   Viva   Rio   do   Museu   de   Arte   Moderna   com   peças 

confeccionadas entre a união da cooperativa Fernão Cardin com estilistas de 

grifes conceituadas como exemplos Mara Mac e Jun Nakao, em que  foram 

apresentadas no Fashion Rio, em 2004. Com este evento, Marta explicou o 

motivo pelo qual decidiu trabalhar dessa forma: "decidimos enfocar um público­

alvo novo, que esteja buscando produtos diferenciados onde o trabalho das 

cooperativas possa ser valorizado.  Com o desenvolvimento de  roupas mais 

16

sofisticadas e a assinatura de designers, queremos atingir um público classe A 

e, com isso, conseguir preços melhores".

A   abrangência   de   trabalhos   que   poderão   ser   executados   em 

cooperativas de produção pelos designers e profissionais de moda é vasta e 

pode­se destacar o acesso a tendências de moda nessas instituições solidárias 

como uma das atividades de extrema relevância para a pesquisa, planejamento 

e viabilidade do que será oferecido ao público estabelecido.

4­ METODOLOGIA 

Foram aplicadas em alguns empreendimentos de  economia  solidária, 

como as cooperativas de produção no segmento de confecções, na cidade de 

Salvador e Região Metropolitana, entrevistas com dez perguntas no intuito de 

obter  informações sobre o que essas empresas conhecem do universo das 

tendências.

A visita a essas empresas objetiva a oportunidade em que foi explicado 

o   foco  do  trabalho  e  a   importância  de  documentar  as   respostas,  para  que 

depois de recolhidas, fosse possível analisar o grau de entendimento delas a 

respeito do presente assunto. As instituições perceberam o quanto é relevante 

ter o acesso às tendências como ferramenta, em seus locais de trabalho e sem 

fugir do foco de seus segmentos.

As cooperativas participantes foram: Cooperativa de Roupas de Areias – 

COOPAREIAS   SOL   NASCENTE;   Cooperativa   de   Costureiras   Industrial   da 

Mata   Escura   Matecoopp   –  COOPERATIVA   FLOR   DA   MATA;   Cooperativa 

Artesã de Costureiras do Bairro de Pau Miúdo – COOPAFRO; Cooperativa de 

Mulheres costurando uma realidade diferente – COOPERCORTE; Cooperativa 

Múltipla União Comunitária – COOPERUNI; Sociedade Civil Sócio Educacional 

Cristo   Rei   –   COOPERATIVA   CRISTO   REI;   Cooperativa   Mista   Colibris   – 

COOPERATIVA   COLIBRIS;   Casa   de   Costura   Crê   –   COOPERATIVA   CRÊ; 

Cooperativa Arte e Gênero – COOPERATIVA COSTURART.

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5­ ANÁLISE DE RESULTADOS

Os gráficos e tabelas mostram a compreensão dos resultados, conforme 

seguem abaixo.

1- O período do trabalho, no segmento de Moda, de cada cooperativa:

                         

Coopareias

Flor da Mata

Coopafro

Coopercorte

Cooperuni

Cristo Rei

Colibris

Crê

Costurart

2­ Por que escolheram essa área para trabalhar?

Coopareias: Escolha do grupo.Flor  da  Mata:  Queriam  ter  o  próprio  negócio,  mas não  tinham condições de  investir   com equipamentos e  maquinários.  Como receberam doações de sobras de  tecidos de algumas empresas, o grupo se interessou e começaram a trabalhar.Coopafro: Pelo gosto dos membros pelo estilo afro.Coopercorte: Porque foi feito o estudo de viabilidade do segmento e constataram que é um mercado amplo.Cooperuni: Pela diversificação do trabalho.Cristo Rei: Porque trabalhavam na área educativa, reuniam­se com os diretores das escolas, faziam fardamentos e roupas para datas comemorativas como formaturas e pela facilidade de comunicação entre as pessoas.Colibris: Porque foi o mais procurado pelo grupo.Crê: Pelo amplo mercado e ganho financeiro.Costurart: Por causa da diversidade de situações do universo feminino.

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

3­ O que entendem sobre o termo “tendência de moda”?

Coopareias: Informação atualizada sobre algum assunto.Flor da Mata: Novidades na área de moda.Coopafro: Diversas informações atuais do que está sendo usado pelas pessoas.

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Coopercorte: Notícias super atuais sobre o contexto da moda.Cooperuni: Levantamento de dados atuais das possibilidades de vestir.Cristo  Rei:  Referências  de   toda  a  cadeia   têxtil   do  que  vai   ser  mais   consumido  entre  as pessoas. Colibris: Informações novas de pesquisas direcionadas ao setor do vestuário.Crê: Junção de pesquisas de setores diversos relacionada ao consumo.Costurart:  União  de   ideias   contemporâneas  em segmentos  distintos  que  envolvem vários estilos no setor do vestuário. 

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

4­  Ao  confeccionar   as  peças,   utilizam  alguma   fonte  de   consulta   para 

elaborar os produtos? Caso sim, qual (is)?

Coopareias: Não.Flor da Mata: Sim. Revistas como Manequim, Moldes, Quatro Estações, Avon, Estilo.Coopafro:  Sim. Algumas revistas com referências afro que ganham doações como a Raça e quando, em vitrines e televisão.Coopercorte: Sim. Revistas como Portal, Hermes, Manequim, nas ruas e vitrines e através das ideias dos clientes.Cooperuni: Não.Cristo Rei: Sim. O cliente entrega a peça­piloto para as roupas de marca.Colibris: Não.Crê: Não.Costurart: Sim. Acesso à internet e vitrines.

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

5­ Gostam de elaborar produtos inovadores ou realizam cópias de outras 

peças?

                               

Produtosinovadores.

Cópias deoutras peças.

6­ Costumam acompanhar as novidades no segmento em que atuam? 

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Sim

Não

7­ É importante para a cooperativa ter acesso às tendências? Por quê?

Coopareias: Sim, para estarmos atualizadas nos modelos e criamos nosso próprio estilo.Flor da Mata: Sim, para nos atualizar com as informações.Coopafro: Sim, para termos uma direção quando formos criar as peças.Coopercorte: Sim, para estarmos atualizadas e discutirmos melhor com os clientes.Cooperuni:  Sim,  por  causa das  informações atuais  que nos auxiliam para discutirmos em grupo sobre o que está ocorrendo em nossa volta.Cristo Rei: Sim, para nos atualizarmos com as encomendas dos clientes.Colibris:  Sim,   porque   ficamos   sabendo   o   que   as   pessoas   utilizam   e   acompanhamos   os lançamentos de cada estação.Crê: Sim, porque nos informamos e temos mais ideias quando formos criar as peças.Costurart:  Sim,   para   acompanharmos   as   informações   atuais   e   colocarmos   no   mercado produtos inovadores.

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

8­ Os clientes gostam dos produtos da cooperativa?

                                          

Sim

Não

9­ O que relatam como fatores que mais lhes chamam a atenção?

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Coopareias: Modelos de algumas peças.Flor da Mata: A mistura de tecidos e acabamento.Coopafro: A mistura de tecido estampado com palha, algodão cru e as variações nos detalhes.Coopercorte: A mistura entre os uniformes e a modinha.Cooperuni: A riqueza de detalhes das roupas religiosas e africanas.Cristo Rei: O acabamento e pontualidade.Colibris: A matéria­prima e a qualidade do acabamento.Crê: O acabamento, o serviço e a pontualidade.Costurart: A diversificação dos bordados, o acabamento e pontualidade.

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

10­ A cooperativa tem o interesse em ser acompanhada por um designer 

ou profissional de moda para o desenvolvimento de seus produtos? Por quê?

Coopareias:  Sim, para que o nosso produto não perca nossa identidade e que seja, a cada dia, lembrado pelos clientes como produtos de excelência.Flor da Mata: Sim, porque iremos aprender novidades que irão enriquecer nossos produtos.Coopafro: Sim, para que possamos estar sempre na moda com o estilo afro da cooperativa.Coopercorte:  Sim,   para   acrescentar   conhecimentos   no   grupo,   nos   orientar   a   fazer fardamentos diferenciados e renovar os modelos dos produtos.Cooperuni: Sim, para termos a orientação necessária.Cristo Rei: Sim, para termos a oportunidade de fazer desfiles com o que fazemos e colocar o nosso nome no mercado baiano.Colibris:  Sim, para termos ideias novas e confeccionarmos produtos diferentes e comerciais no mercado.Crê: Sim, para aprendermos mais e termos mais ideias.Costurart: Sim, para unirmos a teoria com a prática.

                                                                                                  Fonte: Pablo Porttella, 2009

6­ CONSIDERAÇÕES FINAIS

O   caráter   empreendedor   que   envolve   a   busca   de   informações   nas 

instituições empresariais  ocorre de  forma gradativa,  aliando as experiências 

com o conhecimento teórico.   A curiosidade do despertar criativo, do trabalho 

em conjunto, da união entre os membros fazem com que os produtos tenham a 

oportunidade   em   ganhar   destaques   pelo   design,   acabamento,   qualidade, 

relacionando­os com o melhoramento e direcionamento na busca da satisfação 

do consumidor.

Com   base   nas   respostas   da   entrevista   foi   possível   identificar   a 

necessidade que as  cooperativas de  produção que atuam no segmento  de 

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Moda  têm em se  informarem com assuntos vigentes  e entenderem que os 

procedimentos que englobam as tendências da estação são fundamentais para 

o aperfeiçoamento e desenvolvimento de suas atividades. Sendo do mesmo 

modo   um   estudo   que   faz   a   diferença   no   mercado   que   está   a   cada   dia 

competitivo e exigente. 

Tais constatações que estão em torno dos empreendimentos solidários 

que atuam na área de confecção não implicam que os mesmos sejam capazes 

de obter o acesso a respeito das tendências da moda. É  possível sim, que 

estas entidades desempenhem atividades com total qualidade, atendendo aos 

desejos   do   consumidor   e   superando   as   suas   expectativas.   Para   isso,   é 

necessário  um  trabalho  com comprometimento,   responsabilidade,  disciplina, 

sem perder o objetivo da vontade de vencer e acreditar no potencial de cada 

membro, para que a realização de suas tarefas seja benéfica para suprir seus 

anseios de melhorias e crescimento. E para que o grupo possa a vir adquirir 

uma   rentabilidade   melhor   para   suas   famílias   através   das   próprias   ações 

presentes.

7­ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ELETRÔNICAS

BOCAYUVA, Pedro Cláudio Cunca. As metamorfoses do trabalho e da cooperação produtiva: a economia popular e solidária na perspectiva da nova centralidade do trabalho. Rio de Janeiro: FASE, 2007. 182p.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1999.

CASTILHO, Kathia; MARTINS, Marcelo M. Discursos da moda: semiótica, design e corpo. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005.

DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.

JONES, Sue Jenkyn. Fashion Design: manual do estilista. 2.ed. São Paulo: Cosac Naify, 2005. 204p.

LEAL, Mariana. Moda solidária. Disponível em:http://www.belezapura.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=366&tpl=printerview&sid=3. Acesso em: 28 fev. 2009.

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MACÊDO, Kátia Barbosa. Como elaborar artigos científicos? Disponível em: http://www.ucg.br/site_docente/adm/katia_macedo/pdf/ComoElaborar%20ArtigosCientificos.pdf. Acesso em: 26 fev. 2009.

MALDONADO, Thomas apud BOMFIM, Gustavo Amarante. Idéias e formas na história do design: uma investigação estética. João Pessoa: Universitária / UFPB, 1998.p.10.

MODELO de artigo de periódico baseado na NBR 6022, 2003. Como elaborar um artigo científico. Disponível em <http://http://www.bu.ufsc.br/design/ArtigoCientifico.pdf>. Acesso em: 26 fev. 2009. 

MONNEYRON,   Fréderic.  A   moda   e   seus   desafios:   50   questões   fundamentais.   SP: SENAC SP, 2007, 167p.  

NEVES, Manuela; BRANCO, João. A Previsão de Tendências para a Indústria Têxtil e do Vestuário. Portugal: TecMinho, 2000.

PALOMINO, Érika. A Moda. São Paulo: Publifolha, 2002. 104 p.

PIRES, Dorotéia Baduy (organizadora). Design de Moda: olhares diversos. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008. 423p.      

PORTAL DAS JÓIAS. “Comportamento do consumidor: a exclusividade”. Disponível em http://www.portaldasjoias.com.br/Agosto_2006/Marketing_Vendas/Marketing_Vendas.htm. Aceso em: 20 jul. 2009.                     TREPTOW, Dóris. Inventando Moda: planejamento de coleção. 4.ed. Brusque: D. Treptow, 2007.

TOGNI, Augusto. Empreendimento solidário: desafio na busca da sustentabilidade. Agência Sebrae de Notícias. Disponível em http://www.interjornal.com.br. Acesso em: 28 fev. 2009.

VICENT­RICARD, Françoise. As Espirais da Moda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3° ed. 1989.

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