o 1º cavalheiro - pitoco · joão destro olhou para o gramadão livre da invasão e não teve...
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Falou & disseEditorial
O 1º cavalheiroParaná sob nova direção; Ricardo Barros está no comando
tência gigante a informatização na saúde e sabemos o porquê. Município que não in-formatizar, não recebe recursos”, declarou em reunião recente da Amop.
Este é o Barros que chuta na canela. E que leva caneladas também. No casamento da filha, Maria Victória, em julho de 2017, manifestantes se postaram em frente a igre-ja, em Curitiba, e lançaram ovos e lixo nos convidados. Na internet, os ativistas defini-ram o evento como “casamento ostentação”.
O chefe do clã tem a filha na Assembleia Legislativa (deputada) e agora a mulher governadora. Deu as cartas na eleição e reeleição do irmão Silvio na Prefeitura de Maringá. Porém, o clã se fragilizou em seu reduto. Em 2016, os Barros, com Silvio, foram derrotados na eleição para Prefeitu-ra. Perderam também com a ousadíssima candidatura de Maria Victória à prefeitura da capital.
Nada que abale o 1º cavalheiro do Paraná. Ele ambiciona incluir a foto dos Barros na galeria das famílias poderosas da política local, Requiões, Richas e Dias. Assim, por relações consanguíneas de poder, o Paraná remonta suas origens de séculos atrás, re-gressando ao status de capitania hereditária.
“O Ricardo é um homem que não tem amigos, mas aliados. As pessoas para ele são extremamente descartáveis, na medida em que deixam de lhe ser úteis politicamen-te”. O texto está na “Gazeta do Povo” em reportagem premonitória publicada quase dois anos atrás, intitulada: “O clã de Ricardo Barros quer conquistar o Paraná”.
Mais adiante, o jornalista da Gazeta, Euclides Lucas Garcia, traça um perfil fisiológico dos Barros, ao recordar o perfil “eclético” do chefe do clã: Ricardo foi líder de FHC na Câmara, vice-líder de Lula e Dilma, e obteve uma proeza e tanto: dormiu ministro da Dilma e na manhã seguinte foi nomeado no ministério da Saúde sob a presidência de Temer.
“Não somos obcecados pelo poder. Os mandatos decorrem do reconhecimento das pessoas”, defendeu-se Ricardo Barros. “Até que dispute e ganhe a Presidência, o PP será base de governo. Nossa missão é consolidar o presidencialismo de coalizão, diante da regra atual do jogo político no Brasil”, disse.
É esse ser pragmático, durão e obcecado que passa a dar as cartas no Paraná a partir desta sexta-feira, dia 6 de abril. 1º damo, 1º
“Maquiavel diz que ao líder é pre-ferível ser temido a ser amado. E o Ricardo é temido. Nada acontece em Maringá sem o conhecimen-to e o aval dele. Deveriam botar
uma placa na entrada da cidade: ‘Fazenda Barros’. O texto está
na Gazeta do Povo, atribuído a um adversário político do clã. O
“trator” do “1º damo” não para. Ele já constituiu a maior frente parti-dária para obter mais quatro anos da esposa no Iguaçu. Agora, como dizia o Garrincha, falta combinar
com os russos.
Cascavel, sexta-feira, 06 de abril de 2018 - Ano XXII - Nº 2141 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo
cavalheiro? Fica por conta de cada um deno-minar o marido forte da nova governadora, Cida Borghetti, que sucede Beto Richa naquela cadeira estofada – e por vezes espi-nhenta – do Palácio Iguaçu.
O marido terá o mando por que é homem e a esposa obedece por que é mulher? Não, o 1º cavalheiro vai mandar por que sempre mandou. Ele é temido por fazer política com a faca nos dentes.
Como gestor, Barros anuncia ter eco-nomizado R$ 4,8 bilhões no Ministério da Saúde, onde mandou nos últimos dois anos, arrochando implacavelmente os gordos contratos da pasta. Sua obsessão no período foi informatizar o sistema. “Há uma resis-
Cida com Ricardo: ele não pede, manda...
“As decisões finais sempre são minhas”(Cida Borghetti, na “Gazeta
do Povo”, refutando o papel de esposa/governadora
submissa ao marido)
Parque do HuckO Paço põe fé no avanço das parcerias pú-blico privadas para manutenção dos par-ques da cidade de Cascavel. Estão adian-tadas as tratativas para que o restaurante Madero assuma a concessão do Parque Vi-tória, na rua Manaus. O Madero, com 107 restaurantes, é do curitibano Junior Dur-ski. Seu sócio minoritário (5%) é o global Luciano Huck.
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Itaip
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Strike do JDJoão Destro olhou para o gramadão livre da invasão e não teve dúvidas. Tirou o talão de cheques da gaveta e lascou o chamegão milionário na folha já meio amarelada. JD adquiriu de uma só canetada mais de 100 lotes no Jardim Gramado. Cada unidade estava ofertada no mercado por algo como R$ 200 mil. Se bem conhecemos o João, ele pegou o pacote na bacia das almas.
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Aquele abraço
De baciadaCascavel ganha em breve uma
espécie de marco das três bacias. Será nas imediações da revitaliza-da avenida Barão do Rio Branco.
O terreno que sedia o encontro das três bacias hidrográficas está ali, há 50 metros da Praça Japão, região do bairro São Cristóvão.
A obra, que tem a simpatia de Itaipu, Copel e do Paço, deverá re-ceber a alcunha “Monumento das Águas”.
Cascavel é o único município a servir águas simultaneamente para as bacias do Iguaçu, Piquiri e Paraná. Mas há um obstáculo para o monumento. O terreno em questão é particular.
A máquina chegouA loja da Slaviero, em Casca-
vel, virou ponto de visitação dos amantes do automóvel. Está ex-posto ali o mitológico Mustang, o clássico esportivo da Ford.
O primeiro exemplar foi monta-do em 1961, com o nome inspira-do no avião de caça norte-ameri-cano P-51 Mustang. A origem do nome vem da única raça de cavalo selvagem dos Estados Unidos.
Aquele Mustang ficou no tempo e na história. O exemplar branco aí da foto – e que está a venda na Slaviero, é da última geração. São 466 cavalos de potência (motor V-8), aro 19, dez marchas e mul-timídia com painel digital.
TECNOLOGIA
O Mustang oferece quatro po-sições de dirigir e até o ruído do escapamento você pode escolher na regulagem. Vai encarar a fera?
Cida fatura?O restaurante Pantanal, em To-
ledo, apto a atender 550 comen-sais simultaneamente, instalou 384 placas fotovoltaicas e derru-bou a fatura da Copel de R$ 15 mil para R$ 1,3 mil mensais, basica-mente taxas e tributos.
O retorno sobre o investimen-to está estimado em cinco anos. O empresário Celso Paetzold, do Pantanal, acreditou, investiu, como muitos outros, apesar de o Paraná fazer parte da constran-gedora lista de apenas três esta-dos brasileiros que ainda tribu-tam o sol.
Beto Richa, apesar das pro-messas, não extirpou o ICMS da energia solar. Possivelmente a sucessora, Cida Borghetti, que passa a dar as cartas no Iguaçu a partir desta sexta-feira, o faça.
Ele falou“Tínhamos 200 milhões de téc-
nicos de futebol, agora temos 200 milhões de juízes. Todos enten-dem de habeas corpus. Isso não é mais conversa de jornalista, é de jornaleiro. Importante que entendam do que se trata para depois emitir opinião. Temos que melhorar a relação da informa-ção daqueles que comentam”
(Gilmar Mendes, incomodado com a “popularidade” do STF)
AgendaJantar por adesão no Clube Co-
mercial. Será no próximo dia 28, com a renda integral revertida para Uopeccan. Entre os itens sorteados, um GM Ônix, moto, viagem ao Nor-deste e um televisor de 42 polega-das. São 350 os ingressos disponí-veis a R$ 1 mil (casal).
Acadêmica de administração e modelo, a jovem Eveline Sofia Thomas (foto) assume a presidên-cia da JCI Cascavel, neste sábado, em solenidade seguida de jantar na Casa do Marquês.
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23 de março de 2018 | 03
Beal se agiganta
Na obra “Terra, sangue e am-bição: a gênese de Cascavel”, do professor Vander Piaia, há uma pérola lapidada na sagacidade do autor ao comparar o desenvolvi-mento cascavelense com Toledo.
Para o professor, a colonização pacífica da cidade vizinha, através da Maripá, onde até critérios ét-nicos podem ter sido adotados na “peneirada” inicial, priorizando agricultores de pele clara (des-cendentes de alemães e italianos oriundos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) estabeleceu um diferencial importante na compa-ração com Cascavel.
Aqui, na “Capital do Oeste”, marcada pela disputa sangrenta da terra por grupos heterogêneos, criou-se um caldeirão étnico cujo DNA da competitividade extrema pode tê-los tornado mais agressi-vos no mundo dos negócios.
Charles Darwin explica: os mais aptos sobrevivem, e trans-mitem seus gens competitivos para seus sucessores. Lógico que isso não pode ser levado ao pé da letra no lapso temporal exíguo das jovens cidades oestinas.
Rede cresce 60% na região de Curitiba ancorada em mega centro de distribuição
VAREJO
Mas faz algum sentido: as famí-lias vencedoras, no aspecto eco-nômico da palavra, ampliaram seus redutos para fora de Casca-vel. A cidade ficou pequena para os Bigolin, Muffato, Gurgacz, Padovani, Scanagatta, entre outros.
A esses outros, podemos acres-centar os Beal. Transcorria o ano de 2003 quando os irmãos perce-beram que o disputado mercado do supermercado pedia um passo mais ousado. Foi quando Carlos Beal fez as malas em direção a capital do Estado.
Lá eles estabeleceram o Festval. Era o Super Beal com outro nome e configuração. Lojas de menor metragem, atuando com os tradi-cionais perecíveis, mas agregando importados e adegas.
No primeiro passo, 15 anos atrás, eram duas unidades. Quan-do 2019 terminar, serão 11 lojas. Os irmãos Beal acabam de infor-mar ao mercado a ativação de mais quatro lojas na região Me-tropolitana de Curitiba, abrindo 700 novos postos de trabalho. “Um passo fundamental para
a expansão foi a implantação do centro de distribuição”, dis-se Carlos Beal ao Pitoco, na úl-tima terça-feira. O CD, como é chamado neste meio, tem 27 mil metros quadrados em um terreno equivalente a 17 quadras. Carlos Beal não aprecia ser apresentado como líder do grupo. “Somos cin-co irmãos trabalhando juntos há 46 anos, e agora estamos profis-sionalizando a segunda geração da família para se incorporar a este time”, enfatiza.
Para além das 11 lojas na capi-tal e entorno e as cinco em Casca-vel, há previsão de uma expansão mais agressiva? Não é esse o pla-no dos Beal. “Não estamos preo-cupados com quantidade e sim com qualidade”, resume Carlos.
Para Cascavel a ordem é revita-lizar. A primeira a ser completa-mente transformada será a unida-de entre a Avenida Brasil e a rua Paraná. Ali estava sediado o anti-go Catarinense, nome que remete para a seletiva colonização pacífi-ca toledense, que se distancia da disputa agressiva que forjou os cascavelenses....
Carlos Beal não entra na ques-tão antropológica em seu argu-mento. Para ele, o segredo do grupo, tanto em Cascavel como na capital, não está restrito ao produto e sim na força do serviço. “Relacionamento com o cliente, proximidade, isso explica nossa expansão”, afirma o executivo.
Irmãos Beal: trabalho em equipe há 46 anos
Encanador do mecanismo ICena impagável da série “O Me-
canismo” (Netflix): O policial fe-deral Marco Ruffo (Selton Mello), põe um olhar perdido na esquina de uma rua qualquer de Curitiba, local que abriga sua modesta resi-dência.
Ouve um borbulhar. Olha para o chão, a “boca de lobo” espuma, forçando a tampa, transbordando algo que parece esgoto doméstico.
Ruffo então liga para a estatal de saneamento. Um funcionário indisposto aparece ali. Olha por cima, vê dificuldades e diz que o conserto levará dias.
“Mas se o senhor chamar o seu João, é rapidinho”, diz Alfredo, o funcionário da empresa de sanea-mento, passando um cartão com o fone do homem que faria cessar o esgoto a céu aberto.
Ruffo leva aquilo adiante, como para saber onde daria aquele cano malcheiroso. Seu João aparece com um carro velho e o neto ado-lescente, seu auxiliar.
O orçamento é alto. O encana-dor explica que daria algum para seu neto, que literalmente colo-caria a mão na massa disforme, e molharia as mãos de Alfredo, que indicou o serviço. O chefe do Al-fredo também estava na partilha.
Ira de ex-presidentes garante o Ibope da série de José Padilha
Aqui o diretor de “O Mecanis-mo”, José Padilha fecha o circuito. Padilha é o mesmo de “Narcos” e “Tropa de Elite”. Sabe como pou-cos pôr o dedo na ferida.
O caso do esgoto – emblemático por si só – surge em um dos últi-mos episódios da primeira tempo-rada. Antes da cena, desfilaram os principais personagens da “Lava Jato”, entre eles, alguns dos mais notórios pulhas da Banânia, a nossa republiqueta.
“O Mecanismo” apresenta a cor-rupção como um câncer em me-tástase no tecido social brasileiro. Ela engolfa parlamentares, minis-tros, empreiteiros, agentes públi-cos de todos os poderes, mas tam-bém abraça o João e o Alfredo do esgoto. Ou seja, eleitos e eleitores.
RESENHA
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A série é implacável. O chicote que açoita Chico, bate também em Francisco. A série trata Lula e Aé-cio como bandidos, sem rodeios ou distinções.
O ex-presidente já anunciou que irá processar a Netflix. Dil-ma tratou “O Mecanismo” como fake news. José de Abreu, notório ator petista, cancelou a assinatu-ra. Tudo isso, somado, só fará au-mentar a audiência.
Indiferente a reação dos impo-lutos citados, o esgoto continua escorrendo a céu aberto. Vamos contratar o seu João?
Em tempo: essa resenha segue na próxima edição.
(Jairo Eduardo, jornalista, editor do Pitoco)
Divulgação: Netflix