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Cascavel, 22 de fevereiro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2185 - R$ 12,00 Pitoco 45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br ECONOMIA A indústria sem chaminé das formaturas Papo reto com a Cascavel, 22 de fevereiro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2185 - R$ 12,00 O poder veste saias. Com 85% de resolução nos homicídios, um recorde nacional, Mariana Vieira ascendeu à condição de chefe da 15 a SDP de Cascavel por meritocracia. Demolidora de paradigmas, ela é a primeira mulher no cargo. EDUCAÇÃO Pacto de honra da Unicesumar com Unipar Pitoco 45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br DELEGADA MARIANA

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Cascavel, 22 de fevereiro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2185 - R$ 12,00

Pitoco

45 99921-045645 3333-9999

www.hyundaivetor.com.br

ECONOMIAA indústria sem

chaminé das formaturas

Papo reto com a

Cascavel, 22 de fevereiro de 2019 - Ano XXIII - Nº 2185 - R$ 12,00

O poder veste saias. Com 85% de resolução nos homicídios, um recorde nacional, Mariana Vieira ascendeu à condição de chefe da 15a SDP de Cascavel por meritocracia. Demolidora de paradigmas, ela é a primeira mulher no cargo.

EDUCAÇÃOPacto de honra da Unicesumar

com Unipar

Pitoco

45 99921-045645 3333-9999

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DELEGADA MARIANA

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04 | www.pitoco.com.br Pitoco

Marcele AntonioContelle Comunicação

A felicidade de concluir uma graduação é o combustível para mover a máquina de um dos segmentos mais vibrantes da economia de Cascavel

Longe dos grandes barracões e da fumaça, há um tipo de indústria que

não precisa das chaminés para movi-mentar cifrões. Os operários envolvidos são incontáveis e estão espalhados por todos os lados em diferentes segmentos; já o público-alvo está numa sala de aula pensando na futura profissão, enquanto alguém cuida do check list: salão de fes-ta, buffet, banda, decoração, drinques e todos os “etceteras” que fazem parte do mercado das formaturas. Há um complexo e detalhado universo que entrelaça diver-sas áreas para a mesma finalidade: fazer milhares de estudantes darem o grito de #formou na melhor festa de suas vidas.

Com a expansão dos cursos de ensino superior, esse mercado teve uma explosão de procura nos últimos anos. Basta abrir as redes sociais para “pipocarem” fotos e vídeos de festas cada vez mais glamouro-sas. Basta ver quantos salões de eventos

foram construídos nos últimos anos em Cascavel. Parece que nada mais é impos-sível nesses eventos sempre inovadores e surpreendentes.

E o calendário de Cascavel está cheio deles: fica até difícil definir os meses de “temporada”, já que hoje existem turmas se formando o ano inteiro. Para se ter uma ideia, uma única empresa que atende na cidade realiza, em média, 80 formaturas por ano considerando o mercado do Pa-raná e da região Oeste de Santa Catarina, envolvendo cerca de 2800 formandos.

Fazer essa engrenagem girar exige habilidade para lidar com muitos traba-lhadores diretos e indiretos. “É preciso se cercar dos melhores parceiros em todos os segmentos. Ninguém faz nada sozinho: é preciso ter bons fornecedores. E acima de tudo, prezar muito pelo treinamento da equipe para que no dia saia tudo perfeito”, explica Rondinelle Batista, sócio de uma empresa de formaturas que está no mercado desde 2004.

A INDÚSTRIA DA FORMATURA

EMPREENDEDORISMO

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06 | www.pitoco.com.br

EMPREENDEDORISMO

O efeito “cascata”

Uma empresa contrata um fornecedor que contrata outro e aí começa um lo-

oping quase interminável de setores direta e indiretamente ligados à comemoração. Do grande empresário que monta o buffet até a Dona Cleusa do pastel da feira, vendedora dos salgados que salvam a ressaca “pós-forms”.

São segmentos que, por vezes, tiram desses eventos uma importante fatia de seus fatura-mentos. A floricultura de Robson Batista de Siqueira foca em eventos desde que surgiu, há 11 anos. “Temos uma média de 30 forma-turas por temporada, que geralmente vai de dezembro até abril, com alguns casos isolados no meio do ano. Hoje, as formaturas represen-tam cerca de 40% do nosso volume anual de eventos. É um nicho que veio ganhando corpo nos últimos anos na região. Os formandos não querem mais o básico: querem muito mais que isso, estão antenados com as tendências”, detalha Robson.

Paralelo aos floreios, haja maquiador e

“Os formandos não querem mais o básico: querem muito mais que isso, estão antenados com as tendências”

cabeleireiro disponíveis! No salão de beleza da hair stylist Simone Ayala, a agenda fica movimentada praticamente o ano todo por formandas, familiares e amigas. “Não consigo mensurar quantas formandas atendo por ano, já fechei o salão em várias datas só para atender esse pessoal. Já atendemos mais de 30 pessoas para formatura no mesmo dia. Antes, o movimento começava em dezembro e ia até fevereiro. Hoje, já começam a aparecer clientes desde setembro e seguem até maio”, conta Simone.

É uma área gerando demanda para outra. Repare nos bares e restaurantes da cidade em dias de colação de grau: lotam de famílias e amigos comemorando a conclusão do curso. “Os hotéis também ficam cheios com os convi-dados que vêm de fora. Sem falar no mercado têxtil, locação de trajes, venda de roupas, já que os convidados também querem se vestir bem para as festas... Acho que é imensurável o impacto das formaturas para a economia”, avalia o empresário Rondinelle.

Pitoco

Festa de formatura: desfile de elegância e glamour

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08 | www.pitoco.com.br Pitoco

EMPREENDEDORISMO

Foto impressa na era digital?

Acredite: mesmo com tantos celulares registrando cada passo dos formandos e

postando tudo em tempo real nas redes sociais, o serviço de foto e vídeo profissionais ainda é muito requisitado para as formaturas. Só isso representa 30% do faturamento da empresa de Rondinelle Batista.

“Algumas coisas são insubstituíveis. A maioria das pessoas perdeu seus registros di-gitais de 15 anos atrás. Então a melhor forma de guardar a fotografia ainda é a impressa, os arquivos digitais vão se perdendo. A sensação de ver uma fotografia revelada é totalmente diferente. Não tem como mensurar a felicidade que os formandos sentem ao folhear o álbum de formatura”, diz ele.

Ao infinito e alémQuer copo personalizado? Garçons exclusi-

vos e com uniforme específico para atender a sua mesa? Displays e quadros com o seu rostinho? Quitutes a perder de vista para cobrir os con-vidados do entardecer ao raiar do sol? Cabines de fotos, performance de robôs gigantes e até helicóptero para entradas triunfais?

Tudo é possível para transformar a formatura em um momento memorável. Mas para quem trabalha na área, o ápice já foi alcançado e agora o mercado vai se afunilando.

“A tendência é ir diminuindo. Muitos da-queles que se formam já não fazem mais opção pela festa de formatura. Agora vão permanecer

“Não tem como mensurar a felicidade que os formandos sentem ao folhear o álbum de formatura”

aquelas empresas que prezam pela excelência e pela inovação, que entregam muito além daquilo que foi vendido”, projeta Rondinelle.

Então, que a indústria sem chaminé se rein-vente, mas que continue a mover a cidade para produzir felicidade.

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Pitoco

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

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22 de fevereiro de 2019 | 13

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

Nós, os piratas“Abordar navios mercantes/Invadir, pilhar, tomar o que é nosso/

Pirataria nas ondas do rádio/Havia alguma coisa errada com o rei...” (RPM – Rádio Pirata)

Dia desses o presidente Bolsonaro apareceu de ca-miseta do Palmeiras, despachando no Palácio do

Planalto. Havia alguma coisa errada com o “rei”. Logo os repórteres abelhudos perceberam que se tratava de um “fake”, uma camiseta pirata, falsificada.

Foi o suficiente para pirar a rede social. Se eu fosse um sarcástico bolsonarista, diria: “Prefiro o Jair com uma camiseta pirata do Palmeiras do que o Lula com uma original do Corinthians”. Se eu fosse um anti-bolsonarista, diria: “O presidente precisa cumprir minimamente a liturgia do cargo, utilizando-se de uma indumentária mais sóbria”.

E acrescentaria: falsificações, contrabando e pirata-ria trouxeram prejuízos de R$ 145 bilhões em perda de arrecadação tributária e de faturamento de industrias legalmente estabelecidas no Brasil, em 2017, últimos dados disponíveis.

O cálculo é da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), que reúne empresas de vá-

rios setores dispostas a enfrentar as práticas ilegais. De toda forma, de um lado de outro da trincheira, não é motivo para guerras retóricas nas redes. Mas é fato que nós brasileiros, me incluo nisso, não nos preocu-pamos muito com a comunicação não verbal, aquela que está nos gestos, expressões faciais, indumentária.

Inclusive, vamos às urnas ou a manifestações enver-gando a camiseta da CBF, sem muitas vezes perceber-mos que estamos associando nossa imagem e o gesto em si a figuras impolutas como Ricardo Teixeira, João Havelange, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, notórios malandros do mundo da bola.

Em tempo: Alguns disseram na rede social: “Que bobagem perder tempo noticiando isso...”. Pois é, tudo o que o presidente falar, deixar de falar, vestir ou respirar, será alvo de notícia. E ele sabia que assim seria quando se candidatou. Livres mesmo de repórteres en-xeridos estão os presidentes de Cuba, Coreia do Norte, Venezuela e China. Lá ninguém pode reparar nos panos dos excelentíssimos mandatários...

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14 | www.pitoco.com.br Pitoco

ENTREVISTA

Demolindo paradigmasUm papo reto com Mariana Vieira, primeira mulher e

mais jovem delegada a comandar a 15ª SDP de Cascavel

Ela era apenas mais uma estagiária em um ambiente tipicamente masculino ali na

parruda rua da Bandeira, onde está a Delegacia de Polícia. A jovem acadêmica de Direito da Unipar talvez nem em seus melhores sonhos imaginava que um dia toda aquela estrutura, incluindo 22 municípios em uma das áreas geográficas mais desafiantes da segurança pública, estaria sob seu comando.

Mariana Vieira chegou à chefia da 15º Subdivisão Policial quebrando paradigmas em série. Possivelmente é a mais jovem a ocu-par o cargo. Talvez seja a primeira a chegar lá por meritocracia, sem padrinhos políticos na Assembleia ou no Iguaçu. Certamente é a primeira mulher no comando.

A caminhada vencedora começou em casa. Pais exigentes que martelavam uma ideia fixa: a herança dos filhos será a educação formal e a formação a partir de “princípios retos”, como ela gosta de enfatizar. Incomodados, mas parceiros sempre, os pais de Mariana viram a menina se inscrever em um dos concursos públicos mais disputados.

Foram mais de 10 mil inscritos para 44 vagas no concurso para delegado da Polícia Civil, realizado em 2007. Quando a lista de aprovados foi divulgada, lá estava o nome da estagiária aplicada da delegacia.

Era a nova geração da polícia assumindo o protagonismo em um setor estigmatizado e masculinizado. A façanha da menina que herdou a honradez como valor passou quase despercebida por aqui.

Mas quando Mariana assumiu a Delegacia de Homicídios, elevando a taxa de resolução dos crimes contra a vida para 85% - contra uma média de 10% no restante do país -, os holofotes se voltaram para a menina que arrancava sussurros entre os “tiras”. Ali não havia apenas mais uma carinha bonita de concurseira. De resto, mais um paradigma demolido: de que a Polícia não entrega resul-tados na investigação.

Feminina, atenciosa, jovem e bela, Mariana Vieira ganhou a equipe e “ibope” nas redes so-ciais, onde vicejam adjetivos como “delegata”.

Esse ponto a constrange. Assumidamente tímida, ela revelou no “Café com Pitoco” - evento mensal que entrevista um personagem

da cidade diante de uma seleta plateia compos-ta de assinantes do jornal – que não quer ser avaliada por atribuídas qualidades estéticas.

Em duas ocasiões, durante a entrevista, ela usou a expressão “princípios retos”. Então vamos ao papo reto com Mariana Vieira, a demolidora de paradigmas:

Influência paternaMeu pai sempre deixou claro que a maior

herança que poderia deixar para mim e meus irmãos é a educação. Não apenas no sentido estrito da palavra, mas a educação no aspecto de valores e princípios retos foi o que ele e mi-nha mãe passaram para os filhos. Foi a melhor lição que assimilamos.

Vocação para tiraAcadêmica de Direito, passei a fazer está-

gio na 15ª SDP e na Delegacia da Mulher. Ali me despertou a paixão pela carreira policial. Quando expressei isso em casa, meus pais fa-laram: “Meu Deus, o que vamos fazer com essa menina?” Não concordaram muito com minha escolha, mas me apoiaram e deram todos os meios para que isso fosse possível.

A diferença INo estágio, eu percebia como cada um

daqueles agentes policiais poderiam fazer a diferença na vida daquelas pessoas que busca-vam um socorro nas forças de segurança. E a diferença vem desde uma palavra de acalento até os resultados efetivos de uma investigação mais complexa.

A diferença IINão adianta dizer que homens e mulheres

são iguais. Homens e mulheres têm, sim, dife-renças biológicas acentuadas. Por essa razão, adoto uma postura em abordagens que impe-dem qualquer reação causada pelo fato de eu ser mulher. Passei pela provação de mostrar que sou capaz de conquistar o meu espaço e o respeito.

A diferença IIIAdmitir que há diferenças físicas é a opor-

tunidade de identificar onde elas estão e atuar sobre um eventual ponto frágil no desempenho profissional. Se eu precisar do apoio de um policial do sexo masculino para pular um muro em uma operação, vou trabalhar com ele para facilitar o salto. O que vale é o objetivo, e neste caso o objetivo é transpor o muro.

Feijão e arrozNa Delegacia de Homicídios, sem muito

segredo, fizemos o básico bem feito. Selecio-namos os ingredientes, seguimos as etapas de preparo como na receita de um bom arroz com feijão: integração com o Ministério Público, demais forças de segurança, Judiciário e a sociedade organizada.

Investigação de resultadosO ano de 2012 registrou o ápice dos homi-

cídios em Cascavel, 151. Ficamos cinco anos à frente da delegacia especializada, criada em 2013. No ano passado, o número de homicídios dolosos veio para 53. O índice de elucidação de crimes foi de 85%. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, no Brasil esse índice fica entre 10 e 14%.

O segredo Boas práticas são determinantes para esses

resultados, baixa rotatividade na equipe traz entrosamento. Todos ali sabiam do meu ritmo de trabalho. Sabiam que teriam que abrir mão de folgas, do convívio com familiares em prol dos objetivos que traçamos.

Sangue no cenárioUma mancha de sangue no cenário do cri-

me não é só uma mancha de sangue. Um objeto jogado não chão não é só um objeto jogado no chão. É aplicar o método adequado. Os agentes que foram ao local do crime irão acompanhar o caso até o final, até a elucidação, evitando perda de informações cruciais que acontecem quando o caso troca de mãos.

Força e honraA qualidade técnica do inquérito policial

que apura um homicídio irá contar o último capítulo da vida de uma pessoa, irá contar como essa morte aconteceu. Aqui entra o cientificismo na investigação, profissionalis-mo, força e honra. São valores que norteiam nossa equipe.

Conceito simplistaAquele senso comum de que a Polícia

prende e a Justiça solta é simplista. Cabe a cada um fazer bem feito a sua parte. A Polícia Judiciária precisas entregar ao Ministério Público um inquérito bem feito, fruto de uma investigação minuciosa. A Justiça vai soltar se houver fundamento legal para isso, e nem pode ser diferente.

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“Sempre me preocupei de não ser somente um

rosto, uma forma física. Me preocupo mesmo em ser a

Mariana, a delegada da Polícia que exerce seu ofício com

dedicação e seriedade. Estou preparada para as piadinhas clássicas, tipo ‘quero ser preso por essa

delegada’.”

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Punição rápidaEm Cascavel, trabalhamos bem integrados

com o Judiciário. Muitas vezes, é menor que um ano a distância entre o homicídio e a sen-tença. A eficiência do Estado em processar os homicídios impacta diretamente no fenômeno da violência letal. E os números aqui mostram isso.

A promoção INão estava em meus planos profissionais

assumir o comando da 15ª Subdivisão. Mas num belo dia recebi esse chamado. Refleti muito. Decidi não me omitir. Percebi que aqui eu poderia ser mais efetiva para a instituição à qual pertenço e para a sociedade.

A promoção IIFoi determinante em minha decisão a

confiança nas pessoas que estão no comando da Policial Civil. A nova administração projeta uma gestão profissional com a quebra de an-tigos paradigmas e a excelência na atividade policial. Aqui há um alinhamento de conceitos entre nós.

Nova estruturaO projeto que está em vias de ser licitado

prevê a construção de um novo prédio para a Policia Civil. A nova estrutura será onde estava o Colégio Washington Luís com entrega pre-vista para o primeiro quadrimestre de 2020. Mas não vamos esperar para obter condições

adequadas de trabalho. Vamos iniciar já os ajustes que estão ao nosso alcance para me-lhorar a qualidade no atendimento.

Arma em punhoNunca precisei fazer disparo de arma de

fogo, embora todos treinamos periodicamente para essas situações. Mas apresentar a arma em abordagens ocorreu em várias situações que estão previstas em nosso protocolo de ação.

O maridoSe me importo com gracejos masculinos?

Sou tímida, me constrange um pouco comentar isso... tenho a sorte de ter ao meu lado uma pessoa espetacular que é o Bernardo Badotti, a melhor escolha que eu poderia fazer. É meu ali-cerce, temos uma relação de muita confiança.

CantadasSempre me preocupei de não ser somente

um rosto, uma forma física. Me preocupo mesmo em ser a Mariana, a delegada de Polícia que exerce seu ofício com dedicação e seriedade. Estou preparada para as piadi-nhas clássicas, tipo “quero ser preso por essa delegada”.

O batomAlguns comentários na internet me inco-

modam mais que os outros. Tipo: a delegada passa mais tempo escolhendo a cor do batom do que investigando. Essas pessoas acham que busco exposição e não entendem que essa visibilidade é inerente à função que exerço na sociedade.

O compromissoNão sei como era em outros tempos e não

pretendo julgar o desempenho de ninguém. Mas aqui comigo as coisas vão seguir um caminho reto, transparente, baseado nos princípios que me gabaritaram para assumir a função. Assumo o compromisso de manter o desempenho e a linha que apresentamos na Delegacia de Homicídios.

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O reitor da Unicesumar recebeu um grupo de cascavelenses no último dia 12 de

fevereiro, na ampla sede da universidade, em Maringá. Ainda antes da recepção pessoal, um secretário conduziu os visitantes até a faraônica sala do conselho de administração e rodou um vídeo institucional.

Wilson de Matos Silva gosta de mostrar a Unicesumar e de compartilhar os avanços ob-tidos. Afinal, quando ele montou o campus em um terreno que servia de lixão, havia 178 alunos. Hoje são 175 mil matriculados. Matos posicio-nou a universidade entre as oito maiores do país com uma gestão religiosamente conser-vadora e austera.

Evangélico praticante, ele abre as palestras que faz ao receber os novos alunos com frases fortes: “Não aceito relacionamento homoafe-

n Wilson mostra a sinalização de postura correta para o aprendizado: ultraconservador, metódico e fiel ao compromisso com o amigo Candinho

Por que ele não vem?POLO UNIVERSITÁRIO

O projeto centenário do reitor da Unicesumar e a possibilidade de investir no município de Cascavel

tivo aqui. Também não aceito relacionamento hetero. Aqui não é lugar para namorar. É lugar para estudar”.

E vai além: afirma com todas as palavras que mais de 60% dos estudantes que chegam ao terceiro grau foram enganados até aqui. Em outras palavras, fingiam que aprendiam en-quanto alguns mestres fingiam que ensinavam.

No ano passado, a Unicesumar reprovou oito acadêmicos de Medicina. E eles – ou os pais deles – gastam quase R$ 10 mil mensais para bancar o curso. “Aqui não tem jeitinho”, afirma. Obcecado, ele paga 300 fiscais nas provas do vestibular para impedir a cola. “Aqui

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Pitoco 22 de fevereiro de 2019 | 19

Círculos, quadrados, curvas e arcos, ângulos e triângulos, são os blocos do fascinante mundo da arquitetura, que aplicando belas cores e texturas, nos fornecem in�nitas possibilidades para criações fabulosas.

Os tecidos são projetados para atrair à distância ou ampliar o ambiente, e claro, atrair o expectador para apreciar os detalhes intrínsecos.

Acompanhando a tendência do uso de texturas geométricas, a Seven Têxtil apresenta a Cortina Texture, com chale em voil trabalhado, disponível em 3 cores: bege, branco e cinza, cada uma com uma textura geométrica diferente, mas todas com um toque de contemporaneidade

que aliadas a seu bom gosto irão compor ambientes lindíssimos!

De acordo com o designer contemporâneo e especialista em estilo de vida, Philip Fimmano, estas são as tendências com as quais todos nós estaremos experimentando este ano.

Matéria por Amanda BassoDesigner da Seven Têxtil

não tem cola, nem no vestibular, nem durante o curso”.

Ao final da palestra, em que as duríssimas regras do jogo são expostas, o reitor aponta para um dos seus secretários e diz: “Se você estudante não se enquadra neste regime, con-verse na saída com aquele colaborador nosso e formalize sua desistência. Na próxima semana tudo que você pagou para se matricular estará depositado em sua conta”.

Pretensão secular

Descontraindo a conversa, o reitor invoca um parentesco distante com um tal Matusa-lém – que segundo a Bíblia viveu 969 anos - para dizer de sua meta pessoal: viver até os 120 anos. Para tanto, ele segue rituais gastronô-micos próprios e cuidados especiais ofertados pelos melhores recursos que a medicina oferece a quem pode pagar por eles.

A questão é: em que momento de sua vida secular o reitor trará um campus da Unicesu-mar para Cascavel? Aqui um segredo revelado para a comitiva cascavelense. Wilson era muito próximo de Candinho, o fundador da Unipar (in memoriam).

E havia um acordo com Candinho para que

Quase ministroSe dependesse do todo-poderoso ministro

da Economia, a educação no Brasil estaria aos cuidados do reitor da Unicesumar. Wilson de Matos Silva era o nome preferido de Guedes, que chegou a sugeri-lo para o Ministério da Educação.

Bolsonaro acabou optando pelo colom-biano Ricardo Rodríguez, mais alinhado com a linha ideológica olavista.

De toda forma, o reitor elencou nove medidas para o setor e fez chegar ao novo

ministro. Afinal, de gestão ele conhece. Basta comparar com sua vizinha, a Universidade Estadual de Maringá (UEM). A pública tem o dobro do orçamento da Unicesumar e apenas 20% dos alunos.

Wilson de Matos Silva é crítico da “ca-tequização ideológica” nas universidades e alinhado com teses conservadoras como as da Opus Dei.

Tanto assim, que incentivou e permitiu a construção de um mosteiro gigante da ultra-conservadora TFP - Tradição, Família e Pro-priedade, em área contígua de sua fazenda.

n Mosteiro medieval replicado em Maringá, com incentivo do reitor da Unicesumar, será utilizado por adeptos da TFP

a Unicesumar não entrasse na área da Unipar. Wilson é um cumpridor de acordos, e mesmo

após a morte do amigo reluta em pôr os pés aqui. Mas há uma porta que pode se abrir...

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CAFÉ COM PITOCO

n Marcos Boschirolli, delegada Mariana Vieira, Atair Gomes da Silva, Carlos Badotti e Eloy Jensen

n Carlos Badotti, Mariana Vieira e Reinaldo Bernardin de Andrade

n Johny Calegaro, assessor da Ecocataratas

n Vereador Madril e Waldemar, diretor do Sicoob

n O advogado Victor Moretti e Valdir Rossi

n Robson Molgaro, Valéria Bellafronte e Reginald Armstrong

n Delegada Maria Vieira e Bernardo Badotti

n Waldemar Antônio Paetzold n Victor Moretti e Robson Molgaro

Tradicional debate de problemas e soluções da comunidade, o Café com Pitoco trouxe a exposição da nova delegada-chefe da 15ª SDP, Mariana Vieira, con-

forme descrito nas páginas amarelas desta edição. O evento tem o apoio institucional do Bourbon, Sicoob Credicapital e Vila Firenze Residence Club. Nas fotos abaixo, os assinantes do jornal que interagiram com a delegada.

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Rumo ao clube do bilhão

Aconteceu no último dia 16 de fevereiro, na Associação da

Primato, a Assembleia Geral Ordi-nária (AGO) da cooperativa relativa ao exercício 2018. Com a presença de aproximadamente 600 pessoas, o evento serviu para apresentação dos investimentos, capacitações, ações e números gerais que a Pri-mato gerou no ano passado. A AGO contou com a presença de coopera-dos de todas as regiões de atuação, autoridades e representantes das cooperativas parceiras da região.

Após seguir o protocolo, deu-se início à

AGO às 9h30 com a presença dos cooperados ativos para votação. Foi posicionada a mesa de honra que contou com a diretoria executiva e conselho fiscal, representantes da Ocepar, Fri-mesa, auditores independentes, além das coo-perativas convidadas. Na ordem do dia foram apreciados o relatório da gestão, demonstra-ções contábeis, parecer da auditoria indepen-dente e do conselho fiscal. “Elaboramos um vídeo que contempla todas as informações que estão no Relatório Anual do exercício 2018, dando dinamismo e trazendo informações claras sobre nossos números no ano passado”, explicou o presidente da Primato, Ilmo Werle Welter, que complementou, “Mesmo com um ano complicado e com muitas interferências externas, conseguimos crescer 23%”.

Após a apresentação dos itens do dia e o

parecer dos auditores fiscais independentes,

COOPERATIVISMO

Assembleia Geral Ordinária da Primato aprova contas do exercício 2018.Apesar do ano difícil, coperativa registrou crescimento de 23%

que recomendaram a aprovação do relatório, este foi colocado à apreciação dos cooperados presentes, que aprovaram as contas apresen-tadas. Foi também eleito, de forma unânime, o novo conselho fiscal. Antes, foi respeitado um minuto de silêncio ao conselheiro e um dos pioneiros da cooperativa, Nelson Otavio Minozzo, que faleceu no ano passado.

(Assessoria de Comunicação – Primato)

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Sobras de 2018 e plano de investimentos

O valor de sobras disponível à AGO foi de R$ 2.481.722. A proposta inicial da cooperativa seria a destinação em cotas capitais aos coope-rados. Mas, “além dos investimentos aplicados, tivemos os prejuízos causados principalmente pela paralisação dos caminhoneiros no ano passado”, explicou Ilmo. Porém, em um ato de democracia, os cooperados presentes fizeram uma contraproposta, que ficou em 50% em cotas capitais e 50% que serão utilizados na comercialização de insumo e rações aos coope-rados nas unidades agropecuárias da Primato.

“Essa é uma grande demonstração de que o cooperativismo é diferenciado, afinal, entramos em um consenso pela proposta, e assim, daremos andamento aos investimentos e ações neste ano”, parabenizou o presidente da Primato, após a aprovação final.

INVESTIMENTOS - Segundo o diretor executivo da Primato, Anderson Sabadin, 2019/20 serão anos intensos em investimen-tos. “Iremos concluir a implementação do sistema de informatização da cooperativa, que será unificado, fizemos a inauguração do posto de combustível, ampliação do supermercado da Avenida Parigot de Souza e na Vila Pionei-ro, a abertura de uma loja agropecuária e o atacarejo em Toledo. Abertura de indústria de carnes e panificação e confeitaria”, nominou Anderson, que concluiu: “Além de participações em feiras, exposições, visando a diversificação dos negócios para o equilíbrio financeiro de nossa cooperativa”. Após a AGO, os coopera-dos ganharam um vale de R$ 100 para uso nos supermercados e no posto da Primato.

RESULTADOS DE 2018Produção de Leite - 25.110.523 litrosProdução de Suínos - 37.447.145 quilosPrimato Carnes – 1.769 toneladasFat. Marcas Próprias – R$ 2.841.865Faturamento Indústrias - R$ 149.592.629Fat. Agropecuária – R$ 252.783.469Fat. Supermercados – R$ 169.287.864Cooperados Ativos – 7.820Colaboradores – 1.073Faturamento Global – R$ 587.080.728

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Citronela contra mosquitos

Preocupados em afastar os mos-quitos, principalmente o Aedes

aegypti, alunos do 4º B, 2018, do Colégio Marista Cascavel, no oeste do Paraná, utilizaram uma técnica totalmente natural tanto para as pes-soas quanto para o meio ambiente. O grupo plantou diversas mudas de citronela, planta que tem como ca-racterística a capacidade repelente, para afastar os insetos do gramado da escola.

A iniciativa faz parte do Pro-jeto de Intervenção Social (PIS), que incentiva o protagonismo dos estudantes. Durante o ano, os pro-fessores que trabalham com o PIS levantam temas de interesse dos alunos para que eles desenvolvam projetos. A ideia do plantio de citronela surgiu após um encontro com as famílias realizado no gramado, quando surgiu a ideia de proteger o local dos mosquitos.

O plantio contou com a consultoria de uma paisagista, para que as plantas pudessem cres-cer de maneira plena e dar resultado na ação repelente. A turma pesquisou sobre as caracte-rísticas da citronela e qual o melhor local para

EDUCAÇÃO

Alunos do Marista cultivam planta que funciona como repelante natural de insetos.Iniciativa integra projeto que incentiva o protagonismo dos estudantes

Os alunos plantaram mudas de citronela para afastar mosquitos, em especial o Aedes Aegypti

cultivá-la, considerando a escala e a fidelidade topográfica do terreno. “Os alunos ficaram muito felizes em acompanhar a evolução do projeto, que atingiu vários componentes cur-riculares”, explica a professora regente Ana Cristina Silveira.

“Aprendemos muito. Mapeamos o parque, medimos as citronelas e a distância com que elas deveriam ser plantadas”, conta a aluna

Julia Pinto de Moura . “Com o tempo, perce-bi que o cheiro ficou mais forte e já não tinha mosquitos”, co-memora o aluno Guilherme Sar-tor. O resultado foi uma melhora significativa no

bem-estar durante o uso da área externa. Além do plantio, o projeto envolveu diferentes áreas de aprendizado. Na matemática, por exemplo, foi trabalhada a medida de comprimento e a extensão do parque. Em português, o tema foi aplicado à realização de textos no gênero poema e folder. Em ciências foram abordados os componentes da planta e seus benefícios. Já na geografia, os alunos pesquisaram sobre a origem da citronela.

Avanço da dengue: números preocupam

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o Paraná soma 288 casos de dengue autóctones. São 56 municípios com casos autóctones e 72 com casos confirmados, ainda que importados.

Devido ao surto de chikungunya no Pará, o Paraná tem três casos importados da doença em pessoas que viajaram para aque-le Estado, um em Foz do Iguaçu, outro em

Curitiba e o terceiro em Medianeira. Já quanto à dengue, Foz registra 25 casos autóctones e cinco importados.

Em Cascavel a Secretaria de Saúde, alerta para o risco médio de epidemia de dengue na cidade se o índice de infestação do mosquito não for reduzido. O primeiro levantamento do ano, indicou um índice médio de 3,9% de infestação.

Na região sul da cidade, em 9,3% dos

imóveis vistoriados foram encontrados focos do Aedes aegypti. Na região oeste, o índice se

aproxima de 5%. O índice tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 1%. Os principais criadouros são o acúmulo de lixo, com 38,5% dos registros, e os depósitos de água, como bebedouros de animais e vasos de plantas, com 32,5%.

Segundo Ana Paula Barbosa, respon-sável pelo Setor de Endemias, “é necessário que toda a sociedade esteja mobilizada a fim de reduzir esta infestação, nesta estação quente e chuvosa o que facilita o aumento do número de casos das doenças transmitidas pelo vetor”.

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NBC replica Day Saúde

O Edifício Day Saúde é o mais novo inves-timento imobiliário em Foz do Iguaçu.

Depois de dois anos de pesquisas, o empreen-dimento voltado para o setor da saúde começa a sair do papel. O edifício de 16 pavimentos será construído em uma área privilegiada, de 1,8 mil metros quadrados, com a fachada voltada para a rua Benjamin Constant, no centro de Foz do Iguaçu. Trata-se de um projeto único, voltado para investidores que pretendem oferecer o melhor atendimento na área da saúde. São três formatos de salas comerciais com ilumi-nação natural, vidros com proteção térmica e acústica, estrutura para ar condicionado e com flexibilidade na montagem e na decoração de cada uma das salas. Quatro elevadores, sendo que um deles tem capacidade para transportar uma maca, vão estar à disposição dos empre-sários, médicos e clientes do espaço.

Além da preocupação com a flexibilização

MERCADO IMOBILIÁRIO

Empreendimento voltado para o setor de saúde em Foz do Iguaçu tem como referência projeto de sucesso desenvolvido em Cascavel

na montagem de cada sala, o investimento atende a resolução RDC 50 da Anvisa nas áreas comuns. Em cada unidade também estão pre-vistos a tubulação e o espaço necessário para três prumadas para gases. Proposta semelhante foi implementada com sucesso em Cascavel. O edifício Day Saúde, na rua Minas Gerais, é hoje um dos metros quadrados mais valorizados da cidade por unir em um só ponto profissionais de diversas especialidades na área de saúde.

Sustentabilidade - As salas têm entre 43,5 e 51 metros quadrados e um auditório para 60 lugares complementam o projeto. Nas áreas compartilhadas, a sustentabilidade foi um dos itens considerados. Isso porque essas áreas serão abastecidas com energia solar. Com o uso dessa energia renovável, a iluminação natural e a proteção térmica oferecidas no conjunto, o custo para manter cada unidade cai considera-velmente. Outro problema recorrente no centro de uma cidade agitado como Foz do Iguaçu não é motivo de preocupação no Day Saúde. O Day

Vinícius Ferreira Saúde vai contar com quatro pisos exclusivos para estacionamento, 99 garagens privativas e outras 65 vagas rotativas para os clientes.

Os parceiros - O Day Saúde é uma pro-posta desenvolvida por quatro empresas que somam longa trajetória e vistoso acervo: NBC Arquitetos, Nastás Engenharia e Construção, Wust & Casarotto Consultoria e Construção e a WTeixeira Corretora de Seguros. O formato escolhido considerou o cruzamento de inúme-ras informações relacionadas aos profissionais de saúde da região e também do Paraguai. De acordo com o estudo, entre Medianeira e Foz do Iguaçu há 4,2 mil profissionais da saúde atu-ando. Soma-se a isso, outros 15 mil estudantes cursando medicina no Paraguai, o que abre um vasto campo para os diversos segmentos voltados para a saúde privada na fronteira.

SERVIÇO - Outras informações nos celulares 45 99975-1558/ 45 99935-2157 ou na Rua Benjamin Constant 194, no centro de Foz do Iguaçu.

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APAE energizada pelo sol TECNOLOGIA

68 painéis solares foram instalados na entidade, em Corbélia, proporcionando significativa economia na fatura de energia

A fatura de fevereiro chegou trazendo uma notícia iluminada: a conta de energia

deste mês da Escola de Educação Básica Novo Horizonte, mantida pela APAE de Corbélia, foi de R$ 115,67. Isso é 90% menos que a conta anterior. É o resultado do sol que vem brilhando forte e alimentando as 68 placas solares instaladas no telhado da instituição. O projeto “Iluminando Vidas”, da APAE de Corbélia, financiado pela Itaipu Binacional e executado pela BM Energia Solar proporcionou essa mudança. “São módulos fotovoltaicos que resultam numa potência total de 24,82kW. Também foi instalado um inversor solar de tecnologia alemã com uma estimativa de ge-ração de 3.100kWh de energia mensal, o que irá suprir 100% do que a instituição consome”, explica o engenheiro e sócio da BM Solar, Diego Berwanger.

O sistema entrou em operação em janeiro e, além de suprir o consumo, está gerando um excedente. “Desde que a Copel liberou, a

energia solar gerada supriu toda a demanda e estão sobrando créditos”, afirma Diego.

Conferir o valor da fatura agora não assusta mais, pelo contrário, tem sido motivo de alívio para a instituição, que antes precisava com-prometer boa parte do orçamento para pagar a Copel. “Com os constantes aumentos nas faturas, surgiu a necessidade de reduzir os valores pagos. Começamos em 2016 a estudar a viabilidade de instalar o sistema fotovoltai-co. Isso trouxe benefícios financeiros e ainda contribuiu com o meio ambiente”, comemora Angela Gouveia, secretária da APAE.

Daqui pra frente, a equipe pode sonhar com projetos maiores, já que a iniciativa da APAE, em parceria com Itaipu, ataca o custo fixo, exatamente onde há mais dificuldade para equacionar. “Esperamos que esse valor dimi-nua gradativamente até chegar à taxa mínima cobrada pela companhia. Assim, o recurso que era usado para energia elétrica será em-

l A BM Energia Solar Ltda. pro-move o desen-volvimento com sustentabilidade e atende a todo o território nacional com projetos re-sidenciais, comer-ciais e industriais e já executou projetos semelhantes na Associação de Portadores de Fissura Lábio Palatal de Cascavel (APO-FILAB). “É importante que associações como essas tenham uma alternativa ener-gética diferente da convencional, pois a energia solar fotovoltaica é limpa, renová-vel, infinita e não tem custo mensal, além de não emitir gases tóxicos na atmosfera como as fontes convencionais e além de gerar crédito de carbono”, complementa Diego Berwanger (foto).

pregado em outras necessidades da entidade, sempre priorizando o atendimento da pessoa com necessidades especiais”, comenta Angela, lembrando que a APAE de Corbélia acolhe hoje 115 alunos com deficiência intelectual e múltipla e transtorno global do desenvolvimento.

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FUTEBOL

Serpente edifica uma ponte no abismo que separa o interior da capital paranaense

Ôôôh... o Cascavel voltou

Há um fosso, talvez um abismo, entre o fu-tebol praticado na capital e aquele jogado

nos gramados esgualepados do interior do Para-ná. É tão díspar a competição do Atletiba contra os interioranos, que os grandes da capital se dão ao luxo de escalar a equipe B no Paranaense.

É como se o cartola do Furacão dissesse: “Olha, se é para a gente começar com os titu-lares contra esses peladeiros, damos três gols de lambuja para vocês”.

As semifinais do 1º turno, disputadas no meio deste fevereiro sem Carnaval, colocaram três times do desprezado interior e o Coxa. O To-ledo sagrou-se finalista, derrotando o Operário de Ponta Grossa. O Cascavel acuou o Coritiba, dominou dois terços da partida e foi eliminado nos pênaltis.

Algo de novo no cenário? Sim, a partida disputada no Olímpico Regional mostrou, pela primeira vez em muitos anos (exceto pelo desempenho do Londrina), que o interior pode jogar de igual para igual. Valente, bem organi-zado, bom toque de bola, um ou outro atleta mais habilidoso e agudo, o Cascavel encurralou o multicampeão da capital.

Algo está mudando no futebol paranaense. O FC Cascavel, copiado e colado da bem sucedida experiência da Chapecoense, ressurge como força na modalidade paixão dos brasileiros.

Até então, a equipe não havia entregue tudo

que dela se esperou. E tudo que nela foi investi-do. Mas a bela campanha do turno inicial – com todas as condições para ser reprisada no round final – abre novas perspectivas.

É uma ponte sobre o abismo? O tempo dirá. Certo é que o fortalecimento de equipes de Ponta Grossa, Toledo, Cascavel e Londrina, talvez faça os entojados cartolas curitibanos colocar os

Jairo Eduardoeditor do Pitoco

titulares no aquecimento e mandar os reservas de volta para o banco.

Em tempo: A torcida respondeu ao de-sempenho da equipe. Foi o melhor público da embrionária trajetória do FC Cascavel, mais de 11 mil torcedores. Aqui, nenhuma surpresa pela obviedade: se o time ganha, o torcedor aparece, se o time perde, o torcedor desaparece.

Cascavel x Coritiba: serpente dominou o grandalhão da capital como há décadas não se via por aqui

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ANÁLISE

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Pelas barbas de Fidel!

suínos, e sob a crescente desconfiança da vizinhança, que não entendia por que aquela molecada não ia dormir mais cedo, como todo mundo fazia na roça.

O foco carbonário não prosperou. A própria direção da DI-Niterói, uma ala divergente das teses tidas como recuistas e pacifistas do PCB, resolveu desativá-lo. A desmobilização já esta-va em curso, praticamente concluída, quando uma simplória colisão de trânsito no centro de Cascavel desnudou a “guerrilha do Iguaçu”, até então não farejada pelos perdigueiros da repressão política.

Foi o célebre Marins Bello, misto de alcagueta da Polícia e “fiscal” de uma empresa colonizadora, que ao inquirir os dois nervosos ocupantes do jipão acidentado intuiu que algu-ma coisa estava errada. E estava mesmo: uma olhada na bagagem revelou um surpreendente arsenal - armas de vários tipos e tamanhos - e uma diversificada coleção de documentos e livros “subversivos”.

Heinz Schmidt

Era um um dia de muito calor no início de 1968 quando um jovem militante

da Dissidência Comunista de Niterói (então capital do antigo Estado do Rio de Janeiro) desembarcou na rodoviária de uma pacata ci-dadezinha fronteiriça chamada Foz do Iguaçu. Trazia um velho fuzil escondido no fundo do maletão tipo peão-de-trecho e uma idéia fixa na cabeça: estabelecer um foco guerrilheiro nos grotões do Oeste paranaense. Na melhor tradição revolucionária cubana, tendo como fontes de inspiração o exemplo de Fidel Cas-tro e do icônico Che Guevara e ainda as teses foquistas do francês Régis Debray.

Ao camarada “André” - esse era seu co-dinome - juntaram-se outros rebeldes, todos irmanados no propósito de dar combate à ditadura inaugurada no patropi quatro anos antes. O grupo - que chegou a reunir quando muito uma dúzia de pessoas, a maioria jovens, entre eles dois paraguaios vindos de cursos de

guerrilha em Cuba - passou os meses seguin-tes fazendo um extenuante levantamento da região, estabelecendo contatos com posseiros e meeiros ameaçados pelo latifúndio grileiro, exercitando-se em longas caminhadas nas ma-tas do Parque Nacional do Iguaçu e instalando duas bases fixas - uma na zona rural ao norte de Matelândia e outra nas imediações de Cascavel.

O sítio do Boipicuá, no antigo caminho para Toledo, era a um só tempo posto avançado do projeto foquista e área de descanso para a turma que provavelmente amava os Beatles e os Rolling Stones, mas também era chegada no matraquear de uma arma automática.

Ali confraternizavam, discutiam política e entoavam canções revolucionárias até altas horas da noite. Foi provavelmente no Boipicuá que pela primeira vez no município de Cascavel ecoaram os versos da “Internacional” - o hino cultivado em todo o planeta pela canhota de variados matizes. Isso em meio a lavouras de milho, galinhas cacarejantes e criação de

A ilha socialista do Caribe que já inspirou um foco guerrilheiro no Oeste é mais importante para a economia de Cascavel que os EUA do belicoso Donald Trump

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Pitoco

Cascavel (PR), sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Ano XXIII - Nº 2185 | Clipping News Agência de Notícias

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Editor: Jairo Eduardo | e-mail: [email protected] |

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n Fidel Castro nos EUA, em 1959. Nove anos depois ele serviria de inspiração para um foco carbonário no Oeste do PR

A DI-Niterói começava a desmoronar ali, em 4 de abril de 1969. Um militante foi preso, o segundo conseguiu fugir. Nos meses seguintes a organização amargaria outras quedas. Como o grupo não tinha nome, consta que o militar encarregado do inquérito batizou-o com a sigla MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outu-bro). Foi o primeiro MR-8, houve outro depois.

O Parque Nacional do Iguaçu não se trans-formou em nova Sierra Maestra. Tampouco o Boipicuá entrou para a história como posto avançado de uma cópia carbono da Revolução Cubana. A linha que no imaginário ideológico da DI-Niterói há meio século ligava Boipicuá com Havana se esvaiu no tempo.

Mas, por uma dessas ironias da história, parece ter reencarnado em outro plano: já faz algum tempo que Cuba se converteu em parcei-ro comercial do município ora governado por Leonaldo Paranhos, tendo absorvido 2,2% de suas exportações em 2018.

Não é muito se comparado com a impres-sionante participação de quase 20% que outra ditadura socialista - a China do camarada Xi Jinping - tem no comércio exterior de Cascavel. Ainda assim, em 2018 o município faturou US$ 7,98 milhões com a remessa de produtos para a ilha cujo regime político o mau-humorado Donald Trump gostaria de varrer do mapa. Uma variação positiva de 52% em relação a 2017, quando as exportações de

Cascavel para Havana totalizaram US$ 5,2 milhões. Em 2016 foram US$ 6,62 milhões.

Ao contrário da chamada capital do Oes-te, as vendas do Paraná para Cuba sofreram refluxo no ano passado. Foram US$ 48,45 milhões, 52,2% a menos que em 2017. Também

as exportações do Brasil para a ilha encolheram levemente; foram US$ 342,81 milhões em 2018 contra US$ 346,32 milhões no ano anterior. Na era do lulodilmosocialismo de baixos teores, em vários períodos as vendas brasileiras para Cuba situaram-se acima do patamar de US$ 500 milhões/ano. Foi assim em 2008 e ao longo de todo o quinquênio 2011/2015.

Mas o mais curioso - bom ou ruim, depen-dendo do ponto de vista - vem agora: para os exportadores Cascavel, Cuba é um mercado muito mais importante que os EUA de Donald Trump, a quem a esquisitíssima “nova política externa” brasileira está se alinhando sob os influxos do “olavismo”.

Os quase US$ 8 milhões que os cubanos

injetaram na economia da paróquia no ano pas-sado representam uma cifra 15 vezes maior que os míseros US$ 526,27 mil dispendidos pelos americanos na compra de produtos originários de Cascavel. Pode uma coisa dessas? Bem, business is business. Com ou sem ideologia.

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Referência familiar do mês

“Alguns homens passam metade de sua vida dizendo o que vão realizar, e, a outra metade explicando por que não realizaram.”

1° Transpoestel De 20 a 22 de março de 2019 acon-tecerá em Cascavel, por iniciativa do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná, a Transpoeste 2019 - Feira de Transporte e Negócios do Oeste Paranaense. Na foto, um registro de diretores e parceiros do Sintropar .

l A valorização de grãos com o aumento do recebimento de soja assegurou à C.Vale um impulso de 23% em 2018, perfazendo a receita bruta R$ 8,5 bilhões. Os números foram apresentados na assembleia anual realizada no ultimo dia 1o de fevereiro com a presença de grande número de associados. A diretoria já planeja ampliar a produção de frangos e tilápias. Isso é a prova de que o tra-balho cooperado dá bons resultados, uma vez que o líquido fechou em R$ 100 milhões.

C.Vale tem ano positivo

l Em nossas vidas a família é a base de tudo. É onde crescemos, aprendemos e com ela nos tornamos gente que de geração em geração vai constituindo novas família. E assim a família Silva vai construindo a sua história tendo com patriarca Adelino Ribeiro da Silva, homem simples, ético e guerreiro, que vai passando aos seus filhos essas virtudes básicas. Para tanto, conta sempre com o apoio de Maria Aparecida (Tininha). Na foto fica evidente que eles são comprometidos em família. Da esquerda pra direita, a caçula Isabela e o namorado Lucas, Adelino e Tininha, a nora Renata com o filho Francisco, o primogênito Maycon, a nora Camila e o neto Gustavo.

l Fazer do Paraná o estado mais moderno do Brasil é um dos compromissos que o governador Ratinho Júnior reafirmou em evento realizado no ultimo dia 7 durante a inauguração do novo auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel. Na presença de sua equipe de governo, de líderes dos mais diversos setores produtivos organizados e de empresários, o governador falou das transformações que o Estado já começa a sentir.

Acic em destaque Ford Fancar faz a diferençal A pista de tirar o fôlego para teste drive, onde os clientes puderam ver a robustez e conforto da Ranger em seus diversos modelos, e o estande para bem atender seus clientes e parceiros caracterizaram a participação da Fancar em mais um Show Rural.

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Parceria de Sucessol Sicoob e Sancor Seguros unidos para melhor atender seus clientes. O cooperativismo mar-cou presença no Show Rural. Na foto, Guido Bressoli e parceiros da Sancor.

Aproximação com a imprensal No último dia 6 de fevereorp, dentro da semana do Show Rural Coopavel, estiveram em Cascavel

o secretário de Comunicação Hudson José e o chefe da Casa Civil do governo do Estado, Guto Silva. Ele ofereceram um jantar aos diretores e jornalistas dos veículos de comunicação. Foi um encontro posi-tivo, bem descontraído, que teve como objetivo uma maior aproximação com a imprensa. Foi ainda uma oportunidade para a equipe do governador Ratinho Junior se apresentar na região. O evento também contou com a presença do prefeito Paranhos e de outras autoridades.

Cobra Colorada agora é consuladol Em prestigiada solenidade foi lançada no

dia 2 de fevereiro a pedra fundamental da sede própria da Cobra Colorada, que reúne torcedores do Internacional em Cascavel. Com essa iniciati-va, os torcedores do Inter passam a ter um lugar agradável para assistir os jogos nas competições que terão pela frente este ano, como Campeonato Gaúcho, Libertadores e Brasileirão. E ainda poderão usar a estrutura para festas de aniversário e outros eventos. Estiveram presentes o cônsul Rodolfo Pietra, Algacir Portes, diretor do consulado, e Orides Marcon, vice-cônsul além de torcedores e associados da Cobra Colorada.

Univel também no Show Rurall A Unível marcou presença em mais um Show Rural, com um estande alta-mente confortável e acolhedor e com um equipe fantástica. Nosso registro carinhoso e todos esses guerreiros: na foto, os professores Sandro Busato, Lucio Scheuer, Douglas Guedes e Silva Renate.

l Um estande confortável e uma equipe altamente treinada para bem atender os clientes marcaram mais uma participação da Sicredi no Show Rural

Presença marcantel Marcando presença no Show Rural o ilustre do vice-governador do Paraná, Darci Piana, na companhia de Leopoldo Furlan, presi-dente do Sindilojista de Cascavel, e Ibrahim Fayad, ex-presidente da Coopavel. O descon-traído emcpmtreceu aconteceu na sala princi-pal da administração do Parque Tecnológico Coopavel.

Toyota inovandol Com uma equipe focada em atender bem seus clientes e com ótimas taxas e preços pro-mocionais, a Zeni Motors fez a diferença no Show Rural Coopavel 2019. E vendeu muito!

Pitoco 22 de fevereiro de 2019 | 33

Sicredi, marca sempre presente

O show da Fipall Em um estande amplo e confortável o Grupo Fipal se fez presente em mais um Show Rural, recebendo clientes de Cascavel e região que aproveitaram as grandes ofertas para fazer novos investimentos tanto no segmento utilitário como de passeio. Na foto, os executivos da Fiat e Jeep Rafael Filon, Rogério Diaconiuc, Paula Martins e Kenji Wakimoto, recepcionados pela diretora do Grupo Fipal, Laura Riedi, e pelo o diretor comercial Wagner Godoi. Sucesso sempre!

Estande de luxo l A Jacto mais uma vez se fez presente e forte no Show Rural Coopavel com um estande de luxo para bem atender seus clientes e parceiros. Soma-se a isso uma equipe de ponta destacada no atendimento durante a feira, prova de que trabalhando em equipe os resulta-dos sempre aparecem.Parabéns à Jacto.

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HISTÓRIA

Como o PT, que condenava mas depois copiou o velho Mensalão tucano, Ruy Barbosa pôs em prática o mesmo que havia criticado no Império

O primeiro posto Ipiranga

Há líderes que figuram na História positivamente, como Churchill.

Ou, ao contrário, acabam negativados, como Hitler. Vale, nela, a máxima “ao vencedor as batatas”, do humanitismo machadiano de Quincas Borba. Ora vencedor, ora vencido, o baiano Ruy Barbosa se consagrou como sinônimo de inteligência e habilidade - a Águia de Haia que deslumbrou o mundo em sua intervenção na Holanda, quando se opôs em nome do Brasil ao projeto das superpotências da época (1907) de con-trolar a corte internacional de justiça.

Na primeira hora da República, ain-da em 15 de novembro de 1889, Barbosa redigiu o decreto inaugural do governo provisório do marechal Deodoro da

Fonseca. Com 40 anos, ácido crítico da política econômica im-perial, Ruy foi bancado pelos mi-litares para assumir o Ministério da Fazenda. A condição de “posto Ipiranga” que Barbosa assumia na época não vinha só do apreço dos republicanos à sua proverbial sabedoria. O já destronado d. Pedro II disse, ainda em 1890: “Nas trevas que caíram sobre o Brasil, a única luz que alumia, no fundo da nave, é o talento de Ruy Barbosa”. Não era um posto de combustível, mas um candeeiro.

Aí se deu o anticlímax. Como o PT, que condenava mas depois copiou o velho Mensalão tucano, Barbosa pôs em prática o mesmo que havia criticado no Império. Amarrou as pontas de um plano

mágico para estimular um galope rápido no processo de industrialização, algo como encilhar o cavalo antes de enfiá-lo na raia para uma corrida. O plano foi, assim, apelidado de Encilhamento. Nem por ele, mas pela oposição, ecoando na imprensa e passando à história.

Seu êxito calaria as pressões dos monarquistas reacionários e sos-segaria os republicanos progressistas. O novo regime começaria com a marca do sucesso. Talvez por excesso de autoconfiança, coisa que acontece a quem é muito bajulado, em janeiro de 1890 Ruy decreta uma nova lei bancária, incentivado pelo conselheiro Mayrink, diretor do Banco (dos Estados Unidos) do Brasil. Assinou a lei como quem rouba, às escondidas, sem sequer consultar o presidente. Barbosa, o primeiro “posto Ipiranga” da economia republicana, para sua sorte não se imor-talizou na história por esse plano. Os frutos do pacote econômico não foram os fantásticos resultados que o marechal Deodoro da Fonseca esperava para fazer o Brasil galopar rumo ao desenvolvimento industrial.

O que vem depois é uma sucessão de escândalos e fracassos que precederam um amplo rol de planos também tidos por obrigatórios ou “infalíveis” distribuídos por toda a história republicana. Houve uma forte crise e ao cabo de nove meses de governo o proclamador da República se viu golpeado pelo vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, em meio a muitos atritos com a imprensa e uma aguerrida ala das Forças Armadas. O brilhantismo revelado posteriormente por Barbosa em Haia, entretanto, eclipsou o desastre de criar o primeiro e frustrado pacote econômico republicano. A história lhe foi generosa.

Barbosa, depois ameaçado de prisão e morte, foi pedir desculpas ao monarca exilado em Paris: “Majestade, me perdoe, eu não sabia que a República era isso”. Valendo o preceito de “Love Story”, de Erich Segal (“Amar é jamais ter que pedir perdão”), que o economista Paulo Guedes jamais tenha que fazer o mesmo a 209 milhões de “impera-dores” brasileiros.

Alceu Sperança

Alceu A. Sperança é escritor e jornalista - [email protected]

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Deputado de Resultado

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