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JORGE SAMEK Sol pode trazer Sete Quedas de volta ELEIÇÕES 2018 Rosinha, as flores e os espinhos do PT RENOVÁVEIS Energia solar desafia fatura de R$ 200 mil ECONOMIA UBERIZADA Uber completa primeiro ano em Cascavel com mais de 150 motoristas. Algoritmos de compartilhamento impactam o mercado imobiliário local AZULÃO Aos 69, o Tuiuti rejuvenescido cresce Cascavel, 24 de agosto de 2018 - Ano XXII - Nº 2162 - R$ 12,00 Foto: Jairo Eduardo

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Jorge SamekSol pode trazer Sete Quedas

de volta

eleiçõeS 2018Rosinha, as flores e os

espinhos do PT

renováveiS Energia solar desafia fatura de R$ 200 mil

Economia ubErizada

Uber completa primeiro anoem Cascavel com mais de 150 motoristas. Algoritmos de compartilhamento impactam o mercado imobiliário local

azulãoAos 69, o Tuiuti rejuvenescido

cresce

Cascavel, 24 de agosto de 2018 - Ano XXII - Nº 2162 - R$ 12,00Fo

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04 | www.pitoco.com.br Pitoco

MobilidAde UrbAnA

Só a paixão explica o apego ao carro em tempos de uberização da economia; Uber completa seu primeiro aniversário em Cascavel

Uber é uma palavra de origem alemã que significa super, muito melhor. É utilizada

para salientar que algo é excepcional. ‘Uberi-zação’ é um termo cunhado para expressar um novo formato de fazer negócios, apoiado nas tecnologias móveis, que ligam o consumidor ao fornecedor de produtos e serviços da forma direta, agregando-lhe uma personalização, coisa impossível de se fazer antes, ao oferecer serviços de forma independente através de uma plataforma digital, que está na base do seu funcionamento.

O texto acima foi extraído do jornal portu-guês “Econômico”, e mostra o esforço de jorna-listas e especialistas em definir o fenômeno que ganhou corpo a partir do compartilhamento de veículos, imóveis, bikes, patinetes e tudo mais, gerenciado por aplicativos.

Jairo eduardo A Uber, assim, no gênero feminino, che-gou à Cascavel faz exatamente um ano. E rapidamente se expandiu. Estima-se, entre os próprios motoristas, que há entre 150 e 200 veículos cadastrados, prestando serviços para alguns milhares de usuários.

Outras plataformas de compartilhamen-to estão por aqui também, apesar de que, a exemplo da Uber, você não possa enxergar uma fachada com o nome da empresa, um endereço físico, como aqueles da velha eco-nomia. Elas, as empresas da nova economia, não são algo físico, não podem ser tocadas, apenas digitadas em uma tela fria. Estão por aqui - e em todos os lugares do planeta onde haja um dispositivo conectado -, empresas como a Trivago (hotéis) e Airbnb.

Esta última mostra o potencial da economia digital. Segundo dados revelados pela Airbnb,

2,2 milhões de pessoas se hospedaram em acomodações oferecidas por meio da platafor-ma no País em 2017, crescimento de 120% na comparação com 2016.

Estamos falando grego aqui? O que sig-

nifica Airbnb? Vamos lá, é um aplicativo que

permite aos indivíduos alugar o todo ou parte

de sua própria casa, como uma forma de aco-

modação extra. O site fornece uma plataforma

de busca e reservas entre a pessoa que oferece a

acomodação e o turista que busca a locação. Em

Cascavel, há quem esteja utilizando o serviço e

recomendando. Acompanhe nas próximas pági-

nas exemplos locais da uberização da economia.

estima-se que em Cascavel existem de 150 a 200 veículos cadastrados

O amOr é cegO

Pitoco06 | www.pitoco.com.br

carro não é patrimônioMobilidAde UrbAnA

Qual o custo benefício do seu carro? Você já parou para fazer as contas? Se fizer,

vai entender melhor a expansão do compar-tilhamento de veículos. Casar-se ou comprar um carro de R$ 50 mil? Pergunta difícil essa. Não faremos aqui as contas do matrimônio em razão das subjetividades inerentes, mas do carro é fácil.

Inicialmente, o custo do dinheiro. Se ao invés de comprar o carro você depositasse os R$ 50 mil em um investimento conservador, poupança, seria remunerado a 0,6% e teria R$ 300,00 mensais de rendimento. Em um ano, R$ 3,6 mil.

Se você buscar os R$ 50 mil no mercado financeiro para adquirir o veículo, o buraco aumenta em largura e profundidade. Vamos poupá-lo dessa conta aqui, mas ela é apavoran-te no país top 3 dos juros mais altos do planeta. Usar seu carro também irá lhe render um carnê de IPVA e outro do seguro.

O primeiro é quase um confisco, 3,5% sobre o valor do veículo: R$ 2 mil. O seguro não sairá por menos de R$ 2,5 mil. Se o carro fizer ótimos 10 km/litro na cidade e você rodar pouco, vai gastar R$ 400 com combustível: mais R$ 4,8 mil no ano.

Inclua aí revisões (R$ 500,00), uma lava-gem mensal (R$ 50) e estacionamento (R$ 200 em média, Cascavel). Essas equações todas não levam em conta as multas quase inevitáveis e eventuais pequenos reparos para os quais não irá acionar o seguro.

Em uma conta rasa, o seu amigo de aço irá lhe subtrair R$ 13,6 mil por ano. Conta ruim essa, não? Principalmente se levar em conta que – segundo o site norte-americano Reinventing Parking -, os carros passam 95% do tempo estacionados.

Ou seja, é um bem móvel imobilizado, feito para quatro passageiros que em mais de 90% das viagens transporta um só, o motorista. Então por que compramos carros? Só o amor explica...

em tempo: conclusão do site Reinventing Parking que estudou o custo benefício de um veículo comprado novo por R$ 50 mil - “Dos R$ 78 mil gastos em 2 anos, apenas R$ 9 mil você realmente estava usando o carro, os outros R$ 68 mil reais você gastou enquanto o carro estava literalmente estacionado, sem uso.”

Você alugaria seu carro?

Depoimento

“Tenho alguns imóveis anunciados no aplicativo Airbnb, ferramenta muito interessante. Dá informa-ções da pessoa que está locando, pagamento é feito antecipado, não corre risco de inadimplência, processo muito simples, intuitivo, rápido: pessoa faz locação, usufrui do imóvel, recolhe a taxa de limpeza, vai embora bem atendida. Tenho usado com frequência, estou gos-tando muito”

(Ademar Tozo, feliz beneficiá-rio da uberização da economia)

Dos R$ 78 mil no preço do carro e seus encargos, em dois anos você gastou apenas R$ 9 mil enquanto usava o veículo; R$ 68 mil correspondem ao tempo em que ele ficou parado

Uma coisa é compartilhar seu veículo com você ao volante, como faz o motorista da Uber. Outra, é você entregar as chaves de um carro zero para um cliente angariado em uma plataforma digital.

Você irá entregar a direção na mão de quem nunca viu. O aplicativo faz o meio campo, e conecta você com potenciais usuários.

É um desdobramento da economia compartilhada, já vigente nos EUA. Lá o sis-tema está disseminado. Funciona assim: o

cidadão adquire um veículo elétrico (a partir de 35 mil dólares) pelo leasing, sistema em que você paga, mas o carro ainda não é seu.

Antes de quitá-lo, em um prazo de dois anos, já irá trocá-lo. Portanto, não terá a posse do veículo. Com 7 a 12 diárias de aluguel do seu carro para o estranho, paga a mensalidade do leasing e tem o carro free. Ou seja, aquilo de carro como patrimônio é coisa da velha economia, ficou para trás. O carro compartilhado tira entre 7 e 11 carros do trânsito. A questão é: EUA é EUA, Brasil é Brasil.

Tesla 3 traz o futuro para o presente da indústria: conectado, elétrico e autônomo

Pitoco 24 de agosto de 2018 | 07

Quem é a turma da Uber?os MoTorisTAs

a Uber chegou ao Brasil em 2014. Mas o grande salto de usuários e motoristas foi

do final de 2016 para 2017. O aplicativo saltou de 50 mil para 500 mil motoristas, segundo informações da própria empresa publicadas no jornal “Folha de São Paulo”.

Há 150 mil motoristas no estado de São

Paulo. Para dar um paralelo, vale dizer que o

número de taxistas cadastrados na capital pau-

lista é de aproximadamente 38 mil. A cidade

lidera o ranking mundial de viagens pela Uber.

Ou seja, a uberização do transporte dominou

o ambiente.

17 milhões de passageiros são transporta-

dos mensalmente pela Uber no Brasil. Alguns

milhares são cascavelenses. O aplicativo baixou

na tela dos celulares por aqui em agosto do

ano passado.

Houve até uma tentativa de barrá-los, ini-

ciativa do então vereador Rui Capelão, a pedido

de um grupo de taxistas. A barreira não vingou

e somente agora o município vai fiscalizar o

setor para que a empresa recolha a taxa de 1%

estipulada em lei.

Representantes do setor, que fizeram uma

Tem de tudo em Cascavel, engenheiro, jornalista, fotógrafa, agricultor e até cortador de frango; no Brasil são mais de 500 mil

exposição dos veículos em carreata no centro

de Cascavel, no último dia 11 de agosto, não se

importam com a fiscalização. E até preferem

que o setor seja acompanhado para evitar os

tais “piratas”.

Quem são esses caras? A jornalista Valéria

Bellafronte, da rádio T, esteve passeando com

alguns deles. Disse que encontrou motorista

que trabalhava em frigorífico cortando frango,

outro que era agricultor em Laranjeiras do Sul

e andava encantado com a cidade de Cascavel

e vários ex-taxistas.

O editor do Pitoco também usou o serviço.

Rodou com uma jornalista de Foz do Iguaçu

que “atacava” de motorista Uber, com um en-

genheiro civil que fazia uns bicos no aplicativo e

com uma fotógrafa que colocou seu Mitsubishi

na praça e convenceu a família inteira a se

cadastrar como motoristas (ver box).

17 milhões de passageiros são transportados

mensalmente pela Uber no brasil. Alguns milhares

são cascavelenses.

ana, o robô,faz a inteface

E a quem os motoristas se reportam? Como faz para falar com o patrão? A interface é sempre com uma tal ana. Alguns motoristas não sabem ao certo se ela é uma pessoa de carne e osso ou um robô.

As conversas são sempre muito ob-jetivas. Para interagir é preciso haver o reconhecimento facial do motorista cadastrado. Aí então o canal se abre para a prosa.

Ana é business for business. Ela dá dicas de horários mais rentáveis, convida o motorista a adicionar outros motoristas no sistema mediante comissionamento de até R$ 800.

E estimula o pessoal a ir para a rua, como em um print de tela obtido pelo Pitoco, em que o robô ou a equipe Uber lembra que o Dia dos Pais é excelente data para pôr a viatura na praça.

mitsubishi 17 é UberPersonAgeM

cascavel não oferece a Uber Black, serviço mais sofisticado, cuja tabela de “frete”

é mais elevada, porém exige dos motoristas carros de padrão superior.

Mesmo assim, operando com a tarifa de carros mais simples, há quem coloque um Mitsubishi Outlander 2017, avaliado em mais de R$ 110 mil, para rodar no aplicativo em Cascavel. Trata-se da ex-fotógrafa gilmara mantovani. Ela mesmo admite que não é muito popular entre os demais motoristas e que saiu do grupo de WhatsApp deles por divergências de opinião.

gilmara ostenta em seu perfil muitos elogios e cinco estrelas conferidas nas avaliações

Aplicativo tem olhos e ouvidos afiados, e é muito exigente: multa motoristas e exclui os menos estrelados e “engraçadinhos”

Gilmara é uma defensora da plataforma. Não admite grosserias com os usuários. Osten-ta em seu perfil muitos elogios e cinco estrelas conferidas nas avaliações.

A Uber é muito exigente. Já desligou vários motoristas de Cascavel do sistema. O aplica-tivo não aceita avaliação média inferior a 4 estrelas. Se o motorista está avaliado abaixo deste indicativo, ganha algumas viagens para se recuperar. Do contrário, o “robô” corta o indivíduo sem piedade.

Gilmara tem seis filhos. Dois estão traba-

lhando no aplicativo. Incluiu ainda um genro e um concunhado no negócio. Em uma semana ruim, ela diz ganhar R$ 900. Na semana boa, pode faturar até o dobro.

O horário nobre do motorista Uber, em Cascavel, segundo ela, são das 6 às 9, das 11 às 14 e das 17 às 19. Mas ela vai para o volante também entre 21 horas e o início da madru-gada de sábado.

Neste horário, suas clientes mais habituais são a meninada do polo da balada, ali nas ime-diações da Pio XII com rua Paraná.

10 | www.pitoco.com.br Pitoco

n Cliente da motorista Uber tece elogios para o serviço ofertado pela plataforma: aplicativo é rigoroso na avaliação

Segurança: câmerasmonitoram viagem

É seguro uma senhora sozinha ao volante à noite em um carro de luxo? gilmara e o marido advogado, tomaram algumas precau-ções. Câmera interna e externa monitoram as viagens com reprodução de imagens em tempo real na tela do celular dos familiares.

Uma conta no Google que reproduz as imagens fica logada o tempo todo na residên-cia dela, sempre com alguém de olho. Serve inclusive para desencorajar os “engraçadi-nhos”, aqueles que podem avançar o sinal durante a viagem.

Não é incomum o robô da Uber acordá--la na madrugada para ofertar viagens mais

longas e rentáveis, como para Foz do Iguaçu ou Maringá.

Ela aprecia trabalhar em Foz. Lá não há motoristas de Uber e o valor das saídas é mais elevado. Mas foi retornando da fronteira que ela levou uma multa do aplicativo por exceder a velocidade recomendada.

Para que isso aconteça, basta deixar o aplicativo aberto. E o robô acompanha tudo. Dizem até que a Uber ouve diálogos dentro do carro. E que já teria desligado alguns motoristas por comportamento inadequado com usuários.

As multas são quase simbólicas, entre R$ 12 e R$ 15. Mas servem de alerta. O carro de Gilmara roda entre sete e 10 quilômetros com um litro de gasolina. O custo dela com os combustíveis fica em torno de R$ 600 mensais.

Nem todos fazem as contas que suge-rimos nesta reportagem. “Estudo feito nos EUA mostra que 30% dos motoristas do Uber estão perdendo dinheiro quando os gastos com o carro são levados em conta. A pesquisa, feita com 1.100 motoristas, é do Instituto de Tecnologia de Massachusetts”, relata o Portal da UOL.

gilmara aprecia trabalhar em Foz. lá não há

motoristas de Uber e o valor das saídas é mais elevado.

Mas foi retornando da fronteira que ela levou uma multa

do aplicativo por exceder a velocidade recomendada.

24 de agosto de 2018 | 11

Você baixa o aplicativo (sempre ele), põe créditos de R$ 5 a R$ 40, pega a magrela

amarela em qualquer lugar da cidade, usa ao custo de R$ 1 cada 15 minutos, e depois larga a bike em qualquer ponto da cidade, bloqueando o pneu traseiro com o celular.

Loucura? Não, São Paulo já colocou as primeiras 500 magrelas na rua. E pretende disponibilizar 20 mil bikes por este sistema. À frente do projeto Yellow Bike, estão o ex--presidente da Caloi, eduardo musa, e os fundadores do aplicativo 99 Táxis, renato Freitas e ariel Lambrecht.

A ideia na pauliceia é suprir bikes para deslocamentos de até 2 km, complementando outros modais de transportes, como o metrô. Europa, EUA e China já implementaram pro-jetos semelhantes com sucesso.

Pedala, prefeito Paranhos!

Cascavel está atrasada nesta conversa, embora a “língua” ver-melha das ciclovias tenha crescido. Muito em breve, com a conclusão da Tito Muffato (foto), já será possível pedalar do alto da região Oeste até a Tancredo Neves. A partir de lá, sempre por ciclovias, chegar até a

Avenida Brasil e seguir até a região

do Lago ou antes, à esquerda, para

a rodovia 467 via Avenida Barão do

Rio Branco. Mas não houve movi-

mento ainda para disponibilizar o

serviço de bike por aplicativo. Que

tal o Sicoob ou o Sicredi abraçarem

esta causa? Pedala, prefeito Para-

nhos! Pedalem, empreendedores!

as magrelas amarelas

Toda operação é remota. Você bloqueia e desbloqueia a magre-la usando seu celular. Vandalismo, roubo? Há medidas antifurtos também escoradas na alta tecnologia.

O material do qua-dro é aço, menos visa-do pelos ladrões. Se-lim, porcas, parafusos possuem um alarme, e quando o ladrão tenta retirá-los, a central é informada. A magrela não tem marchas, fa-tor de desinibição para revenda.

São Paulo já colocou as primeiras 500 bicicletas amarelas na rua. E pretende disponibilizar 20 mil bikes pelo sistema de aplicativo. Quando teremos as nossas?

MobilidAde UrbAnA

Pitoco

12 | www.pitoco.com.br Pitoco

24 de agosto de 2018 | 13Pitoco

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

PáginA 13

Virando a página

No momento em que você, leitor (a) virar está página, ela, a página, é passado. Já era. Embora

o conteúdo possa ficar em sua memória por algum tempo e até mesmo mexer com algumas de suas convicções, você não vai encontrar o mesmo texto na página seguinte.

O passado deixa aprendizados, mas não pode ser usado para assombrar o presente de forma a gerar imobilismo pelo medo. A agenda presidencial, nos ex-tremos, quer forçar uma polarização entre “capitalistas selvagens x socialistas” ou “comunistas x nazifascistas”.

Estamos gastando energia em uma pauta que se esfarelou em poeira junto com a queda do Muro de Berlim, junto com a perestroika do Gorbachev, a quem coube martelar o último prego no caixão da União So-viética, protagonista da guerra fria. É como se o novo presidente da República fosse eleito para ocupar seus dias debatendo com conselheiros de cabelos pintados pelo luar do tempo as teses de Marx, Hitler ou Adam Smith.

O mundo é outro, senhores. O IPhone X, mais re-cente modelo da Apple, tem 14,4 mil vezes o poder de

Por que os presidenciáveis insistem em olhar para trás? O passado deixa aprendizados, mas não pode ser usado para assombrar o presente

processamento do computador responsável pelos cálcu-los da missão espacial que enviou o primeiro homem à Lua a mando do Kennedy em 1969, auge da guerra fria.

Então, quando (e se) o Geraldo, Jair, Marina, Ciro, Fernando, João ou qualquer outro sentar-se aquela cadeira estofada no terceiro andar do Planalto, não terá sobre a mesa um boletim da inteligência quantificando brasileiros comunistas que trabalham para derrubar o capitalismo. Mas terá uma fatura gigante que aponta para um déficit em 2019 de R$ 140 bilhões. Terá um gráfico mostrando 13 milhões de brasileiros na fila do desemprego. Terá na tela do PC em tempo real o buraco bilionário da Previdência afundando a cada minuto.

Então o presidente da República receberá um cho-

que de realidade. Governar não é debate ideológico na

rede social. Não é coxinha x mortadela. É ir para além

do diagnóstico. É prescrever soluções práticas, para os

quais discursos decorados para nichos radicalizados

têm zero de eficácia. Já disse, em outras palavras, o

célebre prefeito Odorico Paraguaçu: chega de iniciativas

ideológicas, queremos “acabativas” pragmáticas. Virem

a página, senhores presidenciáveis.

14 | www.pitoco.com.br

Ambulanceiro dobra com Frangão no esforço do MDB em compor chapa para a Assembleia; Carlos Moraes persiste na caminhada a Brasília

Zé da ambulânciaeleições 2018

com 17 anos na boleia da ambulân-cia da Uopeccan, José cunha foi

convencido pelo deputado Frangão a garimpar votos. E topou. É candidato a deputado estadual, em dobrada com o galináceo.

Buscar o Zé entre as ambulâncias foi parte de um esforço empreendido pelos dirigentes do MDB nos últimos dias antes da convenções para fechar a cha-pa de candidatos à Assembleia. A sigla contava com um aliança proporcional com Osmar Dias ou com o PT, o que acabou não acontecendo.

Zé é ambulanceiro, categoria nu-merosa no polo de saúde de Cascavel. “Somos mais de 400 aqui, tanto assim que tivemos que distribuir o pessoal em três grupos no zap-zap”, disse o amigo do frango.

Inicialmente, conta ele, havia quatro pré-candidatos entre os ambulanceiros. Foi afunilando até ficar o Zé. Ele está otimista. “O Frangão fez 154 mil votos aqui. Se a parceria colar 30% dos votos com ele, terei 45 mil”, contabiliza.

Não é incomum encontrar motoris-tas de ambulância no mundo das urnas. Há dois vereadores na região cujo pres-tígio eleitoral se constituiu no contato com os pacientes. No polo universitário não é diferente.

O motorista de um ônibus que trazia estudantes de Ibema acabou eleito prefeito daquela cidade. A carreira dele não foi das mais felizes, mas mostra a liga que dá entre o eleitor e o cara a quem é confiado o volante.

carlos moraes, o persistente

O apresentador carlos moraes é tetra-can-didato. Persistente, ele vai tentar uma cadeira no parlamento pela quarta vez. Em uma das tentati-vas, em 2002, ele obteve 18.160 e ficou a menos de mil votos do mandato. Carlinhos não amarelou. Antes disso, verdeou. Ele disputa a Câmara Federal pelo Partido Verde acreditando na saturação polí-tica do eleitor. “Pergunto para as pessoas: tá bom assim, está feliz, então respeito e me retiro. Mas para os que respondem que estão infelizes com o sistema, que o mundo da política não vai bem, apresento meu nome como opção para renovar”, argumenta Carlos Moraes, o persistente.

n José Cunha põe a política na UTi móvel da ambulância e oferece seu nome para renovar Assembleia

n Moraes busca a cadeira no Parlamento pela quarta vez: discurso de mudança

Aos 67 anos, o médico Florisvaldo Fier, o Dr. rosinha, tem uma longa caminhada

pelo lado esquerdo da via. Foi fundador do PT e da CUT, no início dos anos 1980.

Foi vereador em Curitiba, deputado esta-dual e federal. Aqui uma curiosidade: chegou a fazer 122 mil votos para a Câmara Alta, mas no pleito seguinte caiu para 69 mil sufrágios.

Explicação: o coração lhe deu um susto, foi submetido uma cirurgia, mas não retirou a candidatura. Com uma única viagem em toda a campanha, foi reeleito.

A presente entrevista foi concedida em um restaurante no centro de Cascavel, no horário do almoço, e se incorpora à intenção do Pitoco em abrir espaço para os candidatos ao Governo do Paraná.

Já foram entrevistados aqui ratinho Ju-nior e Osmar Dias, que acabou saindo da disputa, não sem antes dizer que não aceitava uma composição com Requião e o MDB.

“Se o Osmar não quer o Requião, eu que-ro”, disse Rosinha, flertando com o emedebista no período pré-convenções. O MDB acabou optando por candidatura própria e a Rosinha cabe a tarefa de defender no Paraná o legado de Lula e montar palanque para a provável dupla Haddad/Manuela ao Planalto.

Aqui, Rosinha faz um discreto mea--culpa do protagonismo do PT no Mensalão e Petrolão, mas isenta Lula e José Dirceu, e ataca seus adversários na disputa pelo Iguaçu. Acompanhe:

como quebrar a provável polarização entre cida e ratinho, viabilizando elei-toralmente sua candidatura?

Tornando-me conhecido. Sou desconhe-cido para 85% dos eleitores. Tenho que andar mais que meus concorrentes, contar minha história de vida pública. Nas pesquisas espon-tâneas, que são mais fiéis, o número de eleitores já decididos é muito baixo.

O eleitor paranaense é conservador, rejeita o PT?

Creio que não. Elegemos petistas duas vezes ao Senado, Flavio Arns e a Gleisi. Com o padre Roque fizemos em 2002 quase 20% dos

Doutor FlorisvaldoFundador do PT nos anos 1980, o médico Florisvaldo Fier é o candidato do partido ao

Palácio Iguaçu. Ele diz que Cida e Ratinho representam a continuidade do governo Richa

enTrevisTA

Jairo eduardo

16 | www.pitoco.com.br Pitoco

Jairo

Edu

ardo

rosinha em restaurante no centro de Cascavel: “lula e Zé dirceu são perseguidos políticos”

votos. Já fizemos 20% da bancada estadual e federal. 17% dos paranaenses ouvidos sobre preferência partidária citam o PT, isso é mais que a soma dos demais.

em que momento o PT perdeu discurso do combate à corrupção?

Todo partido tem uma ou outra pessoa que comete erros, isso acontece no PT também. O PT sempre teve um lado na luta de classes,

então se deu muita evidência nos erros destes poucos petistas. Se pesquisar os partidos mais corruptos do Brasil, e políticos condenados ou cassados, aparecem oito siglas na frente do PT.

esse lado na luta de classes não fica meio confuso quando se percebe as relações do ex-presidente Lula com os “campeões nacionais” Friboi, eike Baptista, Odebrecht? Ou você inclui o

“em uma de suas últimas entrevistas, Antônio

Candido disse: não fosse o socialismo, homens e

mulheres estavam sendo chicoteados dentro das

fábricas. o socialismo é uma ideologia vitoriosa”

ex-presidente entre os petistas que co-meteram erros?

Lula não está entre os que macularam a sigla. Ele foi eleito para ser presidente de todos os brasileiros, então tem que manter diálogo com grandes empresários também. Lula hoje é perseguido político por ser o único capaz de derrotar esses caras. Ele é inocente, acusado de algo que não cometeu.

Você mora em curitiba. Visitou o ex--presidente na prisão?

Não, e não tentei visitar. É prioridade atender os advogados e a direção nacional. Ele também recebe lideranças religiosas, Lula é um cara muito religioso.

Qual será o papel do Lula em sua cam-panha?

Do Lula não peço nada. Só tenho a agrade-

cer. Ele foi o melhor presidente, os brasileiros viviam melhor com Lula do que vivem hoje. Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Agricultura Familiar...

Você sempre atuou na ala mais à es-querda do PT. e agora? converteu-se à social-democracia também? abandonou o socialismo?

Em uma de suas últimas entrevistas antes de partir, Antônio Candido disse: não fosse o socialismo no mundo, homens e mulheres estavam sendo chicoteados dentro das fábri-cas. Se hoje as mulheres e os trabalhadores têm direitos, foi luta dos socialistas. Se existe universidade pública, foi luta dos socialistas, é uma ideologia vitoriosa.

José Dirceu também é um perseguido político?

O José Dirceu não era deputado, não tinha foro privilegiado. Por que então foi julgado pelo STF? Só este exemplo mostra a perseguição. Por que não houve o mesmo rigor com o Aécio e com o Beto Richa? Veja esse caso da filha do desembargador ocupando cargo do Richa. Por que o mensalão do PT foi julgado e o mensalão dos tucanos não foi até agora?

em que pontos seu governo seria capaz de se distinguir da tucanada que fez ninho por oito anos no Palácio Iguaçu?

Para começar, professor e servidor não vão apanhar em praça pública. Diálogo constante com o funcionalismo. Tecnologia da informa-ção a serviço da transparência administrativa, hoje inexistente. Participação popular, desen-volvimento formatado por vocação econômica e social de cada região.

Defina alguns de seus adversários ideo-lógicos em uma frase. ratinho Junior:

Se aplicar o que está prometendo, será uma desgraça para o Paraná. É o neoliberalismo entregando tudo a quem tem dinheiro.

cida BorghettiOutra neoliberal, ela e o Ratinho represen-

tam a continuidade do Governo Richa.

Jair BolsonaroSó prega o ódio, não prega o amor. É o

agente da morte e da violência.

“Todo partido tem uma ou outra pessoa que comete

erros, isso acontece no PT também. o PT sempre teve um

lado na luta de classes, então se deu muita evidência nos erros

destes poucos petistas”

MerCAdo iMobiliário

O mais fino bom gostoPela cota de participação, parceria entre construtora e clientes permite a redução de custos

e a personalização de cada unidade, obtendo assim um imóvel com características singulares

No concorrido setor imobiliário, um modelo específico de construção

de edifícios de alto padrão tem caído nas graças de investidores-proprietários das mais diversas áreas empresariais de Cascavel.

A peculiaridade do sistema de aqui-sição de imóvel, conhecida como cota de incorporação, garante aos investidores a possibilidade de se posicionar desde a compra do terreno, passando pela elaboração do projeto e finalmente par-ticipando da escolha do acabamento do edifício. É bom ressaltar que a cota de in-corporação conta com amparo legal, com base nos artigos 991 e 996 do Código Civil.

A Construtora LM – Projetos e Exe-cução, empresa que atua no mercado há mais de 22 anos, encampou essa ideia e é parceira para transformar em realida-de o sonho de 20 famílias que buscam a extrema qualidade final de seu imóvel, aliada a uma diminuição considerável do valor do empreendimento. Um dos bons exemplos do sucesso desse sistema pode ser encontrado na Rua Castro Alves, nº 1405, na região central de Cascavel. Quem passa pelo endereço, torce o pescoço para contemplar um dos edifícios mais refina-dos da cidade, um marco da arquitetura contemporânea local.

O Edifício Magnifique, com seus imponentes 14 pavimentos, conta com uma estrutura de deixar qualquer um de queixo caído. Os apartamentos com bem distribuídos 424 metros quadrados cada serão o lar dessas famílias e um local para desfrutar de conforto e funcionalidade. No seu interior, cada apartamento reserva peculiaridades distintas, pois o método construtivo empregado possibilitou as alterações na planta, de acordo com o gosto e necessidade de cada proprietário.

Passando para as áreas comuns do imóvel, todas as definições de acabamentos, materiais a serem empregados e seus respectivos valores são discutidos por intermédio de reuniões convocadas pela administradora do grupo e pela construtora. Em suma, quem define qual material será utilizado no edifício é o morador, sempre assessorado pela Construtora LM nas questões de ordem técnica. Podemos destacar algumas particularidades do

vandré dubielaV10 Comunicação

18 | www.pitoco.com.br

Alto padrão de moradia: Edifício Magnifique recebe o que há de

melhor em estrutura e acabamento

Magnifique como esquadrias em PVC com vidros de segurança, pisos em mármore e porcelanatos, piscinas com aquecimento, mantas acústicas para atenuar a propagação de som entre os apartamen-tos, elevadores com velocidade e acabamentos diferenciados, gerador próprio de energia, poço artesiano, dentre outras.

O edifício será entregue com academia con-cluída, inclusive com equipamentos, assim como salão de festas que contará com todo o mobiliário de marcas renomadas nacionalmente, eletroele-trônicos e demais utensílios. Na garagem, quatro vagas para cada apartamento, uma delas com tomada para veículos elétricos.

Quem são eles?Os empreendedores da Cons-

trutora LM são os engenheiros civis Leomar Pereira de me-nezes, pós-graduado em Laudos e Perícias Judiciais e também em Segurança no Trabalho, e Diego manfé, dinâmico engenheiro civil que finaliza a especialização em laudos e perícias. A Construtora LM tem como missão elaborar e executar obras de construção civil, buscando a melhoria dos processos construtivos, a qualificação da força de trabalho e o cumprimento de prazos e custos previstos, sempre atenta à satisfação do cliente.

A adoção pelo modelo de cons-trução inspirado em cotas de incor-poração, além de proporcionar um imóvel com o mais fino acabamento, também possibilita redução de custos, sendo que a economia gira em torno de 30% considerando o modelo convencional de vendas. “O Magnifique é o ápice, o casamento perfeito de uma obra entre sócios dispostos a investir no alto padrão, juntamente com a construtora, que não mede esforços para garantir um produto de qualidade e bom gosto”, pontua Leomar Pereira de Menezes. “Nossos clientes terão ao seu dispor o que há de mais moderno e con-temporâneo em relação a edifícios de elevado padrão em Cascavel”, destaca o sócio, Diego Manfé.

O empresário Valdir Buosi, da Univel, abraçou o sistema de cotas pela segunda vez. “A idoneidade do grupo e o projeto foram os fatores predominantes na hora de decidir pela compra e adesão ao projeto Magnifique”, disse. “Esse modelo é realmente mais econômico e possibilita tornar o ambiente de acordo com o seu perfil”, acres-centa Buosi. Ele destaca também a opção de escolher o material a ser utilizado. “Tudo de primeira”, emendou o futuro morador do 13º andar. “A cada dia que passa, a obra fica mais bonita e supera todas as nossas expectativas”.

energiA liMPA

Nada melhor que acordar, se espreguiçar e receber do dia as boas vindas em forma

de radiação solar emanada por calor e luz. Esse brilho intenso, fornecido dia após dia a cada um de nós, e de graça, nos abre ainda a oportuni-dade de converter luz solar em energia limpa e sustentável, utilizando como recurso as placas fotovoltaicas, hoje, a fonte de energia que mais cresce no mundo.

Com a missão de descobrir ao menos um bom exemplo dessa nova mentalidade no setor industrial, voltada a reduzir custos e canalizan-do investimentos em alternativas naturais para a geração de energia, o Pitoco revista percor-reu alguns municípios e encontrou em Realeza uma indústria de baterias que tem tudo para ser referência na instalação de placas fotovoltaicas para a geração de energia, dentro do segmento industrial. Já na primeira etapa, figurará entre os cinco maiores projetos do Brasil de captação de energia solar no setor industrial.

Um lugar ao SolNo Sudoeste do Paraná, em Realeza, surge uma das cinco maiores plantas fotovoltaicas

do Brasil para enfrentar uma fatura de energia elétrica de R$ 200 mil/mês

Pitoco20 | www.pitoco.com.br

O primeiro passo na busca pela autossu-ficiência em energia, utilizando o benefício da luz solar, foi dado pela Baterias Real, de propriedade de Paulo casaril, tendo ao lado a colaboração fundamental dos filhos marlon e renan e da sócia Tereza.

Com um gasto médio de quase R$ 200 mil ao mês com a tarifa de energia elétrica, o empresário encontrou na energia solar uma

forma de economizar e ainda, manter a identidade de pre-servação do meio ambiente, uma preocupação constante da indústria. Serão quase 2 mil placas fotovoltaicas cobrindo 70% da área total da indústria e em uma primeira etapa, geran-do uma economia de 50% nos

custos com energia elétrica. É o suficiente para incluir a Real no top 5 das plantas industrias para captação de energia solar. “Temos um estigma de poluidores e precisamos agir na contramão desse pensamento, investindo em soluções práticas e ambientalmente corretas”, comentou Casaril.

Na segunda etapa do projeto, a empresa espera atingir a autossuficiência energética.

Paulo Casaril: o primeiro passo na busca pela autossuficiência em energia utilizando a luz solar

vandré dubielaV10 Comunicação

n Projeto vai envolver a implantação de quase 2 mil placas fotovoltaicas sobre a indústria de baterias, em realeza

“Vale a pena, mesmo com o retorno a longo prazo”, destacou Casaril. Ao todo, serão de 12 a 16 inversores. O empreendedor recorreu a fi-nanciamento junto à uma instituição financeira privada, com juros de 4% e prazo de pagamento de até quatro anos, uma opção própria de Paulo Casaril.

O empresário confiou o trabalho a uma empresa especializada em energia solar de Cascavel. “Escolhi a BioWatts pela idoneidade a para não se aventurar em um mercado ainda novo”, resumiu Casaril. Outro fator que pesou na decisão de selar o negócio, segundo o empre-sário, foi a alternativa de construção e cobertura da parte central a ser coberta. Todas as placas serão direcionadas a respeitar a incidência e po-sição solares. “O projeto ainda vai contemplar o estacionamento dos funcionários, um benefício

a mais oferecido aos nossos colaboradores.”

Para o diretor-executivo da BioWatts Ener-gia Solar, Pedro Tochetto, ser lembrado pela Baterias Real como referência em consultoria e implantação do projeto de energia solar é uma honra e coroa um trabalho alicerçado por muita dedicação e expansão de busca constante pelo conhecimento. “O desafio é estar um passo à frente para oferecer ao nosso cliente qualida-de, conhecimento de norma e engenharia de excelência”, comenta

Setor em crescimentoO Brasil ainda dá os primeiros passos em

relação a esse conceito inovador de captação de energia limpa. Na Europa, a adesão já ocorreu antes mesmo com insolação incomparavelmen-

te menor que a nossa, diante de um mundo de oportunidades oferecido pela energia solar gratuita e ilimitada.

Assim como a energia eólica, a solar é tam-bém uma das formas limpas de produção, sendo a terceira fonte renovável mais importante e a que mais cresce no mundo, visto que mais de 100 países já a utilizam. Trata-se de uma fonte renovável, limpa e a cada dia mais em conta, bem ao contrário dos combustíveis fósseis, um recurso poluente e limitado.

Para especialistas do setor energético, a capacidade de geração de energia solar no País atingiu meteóricos 70% nos últimos dois anos. A redução em mais de 70% no custo da energia elétrica é fator primordial, ante a um cenário pouco promissor em relação à redução nos custos da energia elétrica convencional.

O primeiro gigaO Brasil acaba de ultrapassar a marca histó-

rica de 1 gigawatt (GW) em projetos operacio-nais da fonte solar fotovoltaica conectados na matriz elétrica nacional, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Foto-voltaica (ABSOLAR), entidade que representa o setor. A potência é suficiente para abastecer 500 mil residências do país, produzindo energia renovável, limpa, sustentável e competitiva capaz para atender o consumo de 2 milhões de brasileiros.

Segundo a associação, apenas 30 dos 195

países do mundo possuem mais de 1 GW da fonte

solar fotovoltaica. O primeiro gigawatt solar foto-

voltaico do país é resultado do forte crescimento

dos mercados de geração centralizada e geração

distribuída solar fotovoltaica no ano de 2017.

n Marlon Casaril e luana: setor financeiro em boas mãos

n os irmãos Marlon e renan com Tereza, sócia da empresa

Paulo com os filhos Marlon e renan

Pitoco 24 de agosto de 2018 | 21

22 | www.pitoco.com.br Pitoco

TUiUTi esPorTe ClUbe

criado em 25 de agosto de 1949, antes mesmo da assinatura de emancipação

do Município de Cascavel, fato histórico ocorrido em 1951, o Tuiuti Esporte Clube conta com uma trajetória de glórias e de também de crise financeira.

Para quem não sabe, Tuiuti é o nome de um pássaro azul que batizou o nome de uma região do Paraguai, onde as tropas brasilei-ras saíram vitoriosas contra os soldados do então ditador Solano Lopez.

Influentes empresários, médicos e outros profissionais bem-sucedidos, con-vocaram uma assembleia e iniciaram a formatação do clube. Logo depois da doação por parte do Governo do Paraná de uma área na Rua Sete de Setembro, começava efetivamente a história de um dos clubes mais respeitados e tradicionais do interior

a redenção do ‘azulão’Da quase insolvência ao novo gigante do entretenimento,

o clube completa 69 anos de existência edificando megacomplexo esportivo

do Estado do Paraná.

Depois de anos promovendo a interação entre as famílias e eventos de destaque no cenário musical nacional, como o Fercapo (Festival Regional da Canção Popular), o clube sucumbiu. Mas o sonho não havia acabado para um grupo de pessoas empre-endedoras e dispostas a refazer a história do clube. Em fevereiro de 2012, inaugurou o seu salão social. A nova sede foi entregue aos associados em janeiro de 2015. Desde então, as melhorias não cessaram, dando suporte a um arrojado projeto de redenção do clube, hoje localizado já rua Ponta Gros-sa, no bairro São Cristóvão.

O presidente do Tuiuti Esporte Clube, João carlos Largo, pontua 12 ações prio-ritárias da atual gestão. “Todas os projetos foram pensados de forma a valorizar a parte social e atrair as famílias para des-frutar de momentos de lazer e descontra-ção, garantindo entretenimento a todos.”

vandré dubielaV10 Comunicação

Tuiuti: quase sete décadas de história e renascimento pelas mãos de um grupo de empresários da diretoria

n João Carlos largo, presidente do Tuiuti esporte Clube: atrativos para todas as gerações

Fotos: Cristina Stasiak e Vandré Dubiela

novo Centro esportivo ocupa 5.700 metros quadrados, ampliando o leque de entretenimento aos associados.

Desafio é tornar o Tuiuti esporte Clube um dos melhores do interior do brasil

operários realizam o serviço de concretagem do piso do Centro esportivo

Largo enaltece ainda os investimentos na construção de um novo e moderno complexo esportivo, em uma área de 5.700 metros qua-drados, número suficiente para consolidar a estrutura como uma das maiores do Sul do País. “Um clube que há 15 anos estava praticamente extinto, hoje já pode ser considerado um dos melhores e maiores do Paraná”, destaca, com orgulho, o presidente João Carlos Largo.

Além de tudo isso, ainda há o projeto master da diretoria, a construção de um hotel dentro do Tuiuti. As negociações com a constru-tora e a rede de hotéis encontram-se bastante adiantada. “Seria como um resort, mas com status de clube social.”

Em função de uma alteração no estatuto em julho, a atual diretoria estendeu o mandato para 2019. “Limitamos o Tuiuti a 1.200 associados, mas quando todo o complexo esportivo e recre-ativo ficar pronto, serão disponibilizados mais 600 títulos, ampliando o nosso quadro para 1.800 associados e um giro de agregados de 5 mil pessoas no clube”, diz Largo. Outro projeto envolve a construção da lojinha do clube.

“Há 15 anos, a época era tão crítica que éramos obrigados a tirar dinheiro do bolso para pagar até mesmo a tarifa de energia. Não tínhamos mais saída. Decidimos, por fim, vender a área no centro e mudar para outro local”, conta Largo. Muitos daqueles homens ainda fazem parte da diretoria e têm papel fundamental no contexto histórico do clube, como o vice-presidente Luiz Berto, que

ocupou a presidência do clube em três oportunidades.

“Na época, tivemos a grande sa-cada de recomeçar, construindo um enorme salão social, com a locações gerando renda para o clube e contri-buindo para a recuperação financeira do Tuiuti”, enfatizou. Hoje, o clube desfruta de um superávit invejável. “O que levou o Tuiuti ao renascimento foi o idealismo e a integridade das pesso-as envolvidas em todo esse processo.”

Wilson carlos Fracaro - 1º tesoureiro

“Com o serviço abnegado

dessa nova diretoria, estamos

conseguindo fazer do Tuiuti um

clube novo e principalmente, com

toda a sua estrutura financeira

solidificada e em consonância

com a nova mentalidade de gestão

colocada em prática pelos direto-

res. Agora, o pensamento é focar

lá na frente e proporcionar ao

associado um ambiente como se

fosse uma extensão de sua casa. O

Tuiuti é a instituição mais antiga

que a própria cidade de Cascavel.

Quando assumimos a diretoria, o

objetivo inicial era salvar essa ins-

tituição. Conseguimos colocar em

prática ações que tornam o Tuiuti

um clube moderno, funcional e

agradável”.

Luiz carlos Volpato- 2º Tesoureiro

“A minha história com o Tuiuti

é conhecida e antiga. Agora, essa

nova proposta atende a política de

oferecer sempre condições para o

associado se divertir e o mais im-

portante, passam a fazer parte da

família Tuiuti. Os planos começam

a sair do papel e se transformar em

concreto e estruturas metálicas.

O novo complexo esportivo sur-

preende pelo tamanho. Estamos

seguindo um rígido planejamento,

cuidando do presente sem pensar

no futuro. O diferencial já pode

ser observado, com funcionários

preparados e sempre com sorriso

no rosto para atender os sócios.

Isso é valorizar o nosso maior

patrimônio: o ser humano”.

antonio aparecido Vechiatto - Tesoureiro

“Dediquei boa parte da minha vida a trabalhar com número em banco. Agora, aposentado, e sócio do Tuiuti há mais de 30 anos, en-contrei estímulo para, unido a um grupo determinado e com foco no horizonte, assumir o posto de ges-tor financeiro dessa diretoria. Aos poucos, mas com muita vontade, vamos aos poucos retomando aos trilhos em busca de um clube cada vez mais preocupado em garantir

márcio Luiz cervo- 2º Secretário

“Para muitos, o Tuiuti é como

aquela ave da mitologia grega,

a fênix, que ressurge das cinzas

depois de morrer. Quem acom-

panhou bem de perto toda essa

história, conhece como ninguém

todos os desafios enfrentados para

fazer surgir um novo Tuiuti. O pes-

soal que esteve na frente de todo

trabalho de redenção do clube é

guerreiro e merecia um busto em

frente a associação. Acreditaram e

fazem o mesmo dessa nova dire-

toria, com João Carlos Largo na

presidência, colocando a maioria

das propostas em prática hoje.

Vamos continuar dando vazão ao

projeto iniciado pelo competente

arquiteto Nilson Gomes Vieira”.

Sérgio Pusebon- Secretário

“Sou associado do Tuiuti desde os meus 17 anos. O clube é como se fosse uma extensão da minha casa. Cresci junto com a cidade e com o clube. Inclusive, já joguei futebol de salão e Citadino pelo clube. Agora como diretor, vejo o futuro com base em uma realidade de hoje. Vários foram os avanços den-tro do projeto da diretoria, como o espaço kids, pilates, quiosques com churrasqueiras, sem contas as reformas da piscina térmica, duas quadras de tênis e mais a manutenção. Mas o grande mote será o centro poliesportivo, feito de um ginásio de esportes, campo sintético coberto e grande área de várias modalidades esportivas, até meados da metade de 2019 e até o fim do projeto, entregar três canchas de tênis de campo, mais um campo de suíço e outros três

quiosques com churrasqueira”.

Harumi Tateiva - 1ª Secretária

“A minha relação com o Tuiuti

nasceu na década de 1990, diante

da necessidade de praticar espor-

tes e interagir socialmente, pois

minha irmã precisou ir embora

Luiz Berto - Vice-presidente

“Comecei a frequentar o Tuiuti

para acompanhar meus filhos

nos campeonatos do clube. Com

a ausência de uma programação

dedicada à recreação das crianças,

comecei a me envolver mais com

o clube em 1997/98. A crise bateu

na porta do clube em 2003 e no

ano seguinte, assumi o desafio

de ser vice da diretoria da época.

Não tinha ninguém para tocar o

clube. Nos reunimos em dez, doze

colegas - praticamente a diretoria

que está hoje à frente. Se apaixo-

nar pelo Tuiuti foi uma questão de

tempo. Nos mobilizar para criar

um novo Tuiuti. Hoje, vejo um

grande clube, com o presidente

João Largo apresentando uma

atitude inovadora e oferecendo

atividades aos associados. Esta-

mos no caminho para nos tornar

um dos um dos melhores clubes

do Brasil”.

da cidade e fiquei sozinha. Foi a

forma que encontrei de conhecer

pessoas. Morava em Londrina e

vim para Cascavel ajudar a minha

irmã, que havia casado, fazer mu-

dança e acabei ficando. O grande

diferencial do Tuiuti é a busca pelo

acolhimento das pessoas, promo-

vendo bem-estar físico e mental.

Hoje, somos uma família.”

O que dizem os integrantes da diretoria do Tuiuti

bem-estar aos seus associados. Esse conceito clube-empresa e os resultados podem ser observados no clube, ainda expandido seus atrativos nas áreas de recreação e esportes”.

“Conseguimos colocar em prática ações

que tornam o Tuiuti um clube moderno,

funcional e agradável”

Pitoco24 | www.pitoco.com.br

24 de agosto de 2018 | 25

atrativos para todos os gostos e idades

Em uma área de quase 48 mil metros quadrados, o TEC oferece uma gama de atividades para espantar a preguiça e com-bater o sedentarismo. A academia conta com 375 metros quadrados, um espaço concebido com o que há de mais moderno em equipamentos.

São oferecidas ainda aulas de jump, mat pilates, futsal/futebol, natação, taekwondo, jiu jitsu, muay thai, hidrogi-nástica, sauna, circuito funcional e violão, sempre com o acompanhamento de instru-tores capacitados.

O complexo de natação conta com piscina semiolímpica e outras duas para espantar o calor no verão oestino. O salão de bilhar é um dos melhores do Paraná, com oito mesas de alto padrão aos amantes da sinuca. Ao lado, uma sala fica reservada para os divertidos “carteados”. Para as crianças, não poderia faltar o espaço kids.

O salão social, com seus 3.333,60 metros quadrados de puro estilo, sedia os principais shows e eventos de Cascavel. Tem capacidade para abrigar até três mil pessoas. O clube ainda conta com amplo estacionamento e segurança.

o Tuiuti esporte Clube chega aos 69 anos com ações pensadas para o futuro

n o salão social, com mais de 3 mil metros quadrados de área, é um espaço para diversão, lazer, grandes eventos e boa música

Pitoco26 | www.pitoco.com.br

MáRcIO DAnIEl FOllE

Natural de Campo Erê (SC) e cascavelense há 18 anos. Graduado nas áreas de administração, marketing e vendas.Coordenador comercial da Funcional Consultoria e coordenador de Planejamento, Desenvolvimento e Inovação da Funcional Contabilidade.

trabalho temporário, sem vinculo empregatício efetivo, já vem ganhando muito terreno.

Analisando pelo ponto de vista do trabalhador, te-mos um grave problema que essa informalidade pode trazer em um primeiro momento: a falta de um plano de previdência. Não falo nem da Previdência Social do governo, e sim da cultura de poupança para o futuro,

muito pouco disseminada entre a população brasileira,

pouco instruída na questão de finanças pessoais desde

sua educação básica. Além de que essa força de trabalho

que não contribui para o INSS aumenta ainda mais o

déficit dessa conta já combalida. Essa preocupação fica

evidente nas palavras do ministro do Tribunal Superior

do Trabalho (TST) Cláudio Brandão, o qual diz que esse

fenômeno é muito novo, portanto o sistema normativo

e social não possui solução adequada, pois suas conse-

quências serão sentidas a médio e longo prazo.

Para algumas pessoas esse tipo de relação de con-

sumo, conectando diretamente quem quer vender com

quem quer comprar, pode precarizar a relação de tra-

balho, visto que estimula a informalidade. Para outros

facilita a renda extra, o horário de trabalho flexível e

o acesso a um mercado que inexistia há algum tempo

atrás, dando liberdade a empreendedores que não

querem estar presos a um contrato de trabalho. Ou pelo

menos são uma opção para aqueles que engrossam as

filas de desempregados. Qual a melhor situação? Apenas

o tempo vai nos responder quem estava certo ou errado

em suas previsões. Eu, por via das dúvidas, vou começar

a pagar uma previdência privada.

Já falamos aqui sobre economia compartilhada e negócios disruptivos. Essa tendência vem se apli-

cando a diversos setores, na chamada Uber Economy, citada no livro do pesquisador norte-americano Steven Hill - “Raw Deal: How the ‘Uber Economy’ and the Runaway Capitalism is Screwing American Workers”. Nessa obra ele analisa como as relações de trabalho se modificaram diante desse cenário.

Se analisarmos todo o contexto no Brasil, temos duas situações que se complementam: um momento em que o país passa pela maior onda de desemprego, onde 65 milhões brasileiros estão desempregados, sendo que 40 milhões deles não estão buscando um emprego, e sim operando na informalidade. De outro lado surgem os aplicativos que ligam os consumidores diretamente aos vendedores ou prestadores de serviço contribuíram para esse grupo de pessoas que preferiu se virar por conta própria.

Segundo K. Sudhir, especialista em consumo em mercados emergentes da Universidade de Yale, as pes-soas estão mais propensas a aceitar trabalhos tempo-rários ao invés de uma única função. Além disso, essas plataformas permitem dar escala com maior agilidade, sem aumentar muito o custo fixo e com flexibilidades não permitidas pelos negócios tradicionais, como horá-rio de trabalho, avaliação do serviço prestado de forma pública, dentre outras.

Nesse cenário temos também as empresas buscando terceirizar atividades que não estão ligadas aos seu core business, seguindo um conceito de outsourcing, já bem disseminado em outras economias.

Isso se fortaleceu mais ainda com a promulgação da lei da terceirização (13.429/17) no ano passado, de-vido ao alto custo das relações de trabalho no Brasil. O

eConoMiA UberiZAdA

Dois lados do algoritmoComo ficam as relações de trabalhos em tempos de uberização? Ganhos e

perdas do fim da intermediação humana entre o contratado e o contratante

o trabalho temporário, sem vinculo empregatício efetivo, já

vem ganhando muito terreno

Pitoco 24 de agosto de 2018 | 27

28 | www.pitoco.com.br Pitoco

Questão de princípiosAnuário aponta a Coopavel como a melhor do Brasil no quinto princípio

do cooperativismo, que trata da educação, formação e informação

CooPerATivisMo

A missão e o com-promisso dos trabalhos da universidade são os mesmos desde o início, voltados a promover transformações no coti-diano dos mais de cinco mil filiados da Coopa-vel, que em dezembro chegará aos seus 48 anos de fundação. “A sucessão familiar e a criação de novos cooperados também está no foco da Unicoop”, afirma Putini. Além de conhecimentos, entre outros, sobre arma-zenagem, matemática financeira, mercado, gestão da propriedade e até de informática, há conteúdos específicos também para os filhos e para a mulher do agricultor.

O diretor-presidente do Conselho de Ad-ministração da Coopavel, Dilvo grolli(foto), considera que o reconhecimento alcançado no Anuário Brasileiro do Cooperativismo reflete

a Coopavel acaba de ser eleita a melhor cooperativa brasileira no quinto dos sete

princípios do cooperativismo pelo “Anuário Brasileiro do Cooperativismo”, publicação especializada anualmente elaborada pela Mun-docoop, uma das revistas mais respeitadas do segmento no País. A cooperativa com sede em Cascavel é a única do Estado classificada entre as sete vencedoras.

O quinto princípio do cooperativismo trata

de educação, formação e informação. A referên-

cia que deu o prêmio à Coopavel é a Unicoop,

universidade criada no ano 2000 com a propos-

ta de levar mais conhecimentos e de contribuir

para elevar a renda e a qualidade de vida dos

cooperados. O leque de aperfeiçoamentos ofe-

recido pela Universidade Coopavel é amplo e os

resultados alcançados em 18 anos de atuação

são os melhores possíveis, diz o presidente da

Unicoop, antonio augusto Putini.

Jean Paterno

a determinação da cooperativa de, além de compartilhar informações para que o cooperado e a sua família vivam melhor, levar prosperidade e mais felicidade ao campo. A oferta de cursos, palestras e treinamentos, conforme Dilvo, é uma constante na

Unicoop, redundando em melhores resultados para todos. O Paraná tem 70 cooperativas que atuam em 13 ramos e a Coopavel é a única vencedora da edição de 2018/2019 do Anuário Brasileiro do Cooperativismo.

Os princípios do cooperativismo são pi-lares que dão sustentação a um movimento social, cultural e econômico hoje presente em 105 países e que tem 1,2 bilhão de cooperados em todo o mundo. O faturamento anual chega a US$ 3 trilhões - R$ 12 trilhões.

dilvo grolli: compartilhar informações e levar prosperidade e mais felicidade ao campo

Pitoco 24 de agosto de 2018 | 29

coopavel no Quem é Quem 2018

A Coopavel foi uma das cooperativas de destaque durante recente anúncio e entrega do Prêmio Quem é Quem 2018, realizado no primeiro dia da AveSui 2018, em Medianeira. O prêmio faz menção às maiores e melhores cooperativas de aves, suínos e peixes do País em categorias específicas.

A performance da Coopavel foi reconhecida em qua-tro categorias. A primeira colocação veio na de melhor gestor cooperado (aves), com altieres Pegoraro. A cooperativa ficou em terceiro lugar nas categorias Ino-vação, Gestor Operacional, com eduardo Villas Boas Leffer, e de Assistência Técnica, com camila Fachi.

Segundo Dilvo grolli, o desempenho da coo-perativa na premiação é reflexo da determinação, do compromisso e do envolvimento de cooperados, diretores e colaboradores com o cotidiano da empre-sa. “Estamos muito felizes com o resultado e isso nos motiva a trabalhar ainda com mais entusiasmo em busca da excelência”.

A diretora da Gessulli Agribusiness (que promove a AveSui), andrea gessulli, ressalta o trabalho das cooperativas e destaca a importância e a transformação social e econômica que elas promovem em suas áreas de abrangência. “Elas se tornam instrumentos de de-senvolvimento imprescindíveis em suas comunidades”, diz Andrea.

abram as comportasJorge Samek acredita na ressurreição das Sete Quedas em Guaíra

e vislumbra um ensolarado vale do silício no Oeste do Paraná

entrevistado no café com Pitoco de ju-lho, o mais longevo diretor geral brasileiro

de Itaipu foi desafiado a responder a seguinte questão: caso o Banco Mundial ou qualquer outra grande instituição abra um crédito gi-gantesco para o Oeste do Paraná escolher um projeto, qual seria o eleito?

Jorge Samek foi além da resposta. Ele revela um ambicioso projeto para transformar o quartz em silício, e com energia barata do Paraguai estabelecer na fronteira uma colossal indústria de placas fotovoltaicas.

Em uma janela de poucas décadas, o ex--presidente de Itaipu vislumbra as comportas do reservatório da hidrlétrica abertas, devol-vendo milhares de alqueires férteis para a agri-cultura e fazendo reaparecer as Sete Quedas em Guaíra. Será que o Samek pegou muito sol no cocuruto em sua fazenda no Bananal iguaçuense? Acompanhe:

Jairo eduardo

eConoMiA

30 | www.pitoco.com.br Pitoco

Fotos: Vanderson Faria

“deus fez tanta coisa perfeita, mas errou em uma:

burrice deveria doer. se a burrice doesse algumas

pessoas não insistiriam em teses tão esdrúxulas. se dependesse de alguns

burocratas, estaríamos até hoje criando boi caracu, que

só tem saco e chifre”

consensosNos países escandinavos, aprendeu-se com

os séculos que não há desenvolvimento se não houver entendimento. A Suécia era um Para-guai no início do século passado. Hoje pontua todos os rankings internacionais. Eles ciscaram para dentro, organizaram o território, neutra-lizaram essa visão poliédrica, onde cada um só enxerga pelo seu lado. Tem que estabelecer um

consenso mínimo para transformar uma nação.

Oeste giganteBuscar consensos é o caminho do Oeste

em Desenvolvimento. Ainda restam muitas

pontas para amarrar. A hora é agora. Vivemos

o melhor momento do Oeste nestes últimos 15

anos. Somos o melhor pedaço do Paraná. Nos

anos 1970, Curitiba era moda, depois a força

deslocou-se para o Norte paranaense, e na úl-

tima década e meia a região Oeste se agigantou

e virou protagonista.

a água IAté relógio parado acerta a hora uma vez

por dia, mas se planejar, elevamos a frequên-cia de acertos. Podemos dar saltos no lugar de simplesmente caminhar. Estamos em uma das melhores regiões produtoras de alimentos do mundo, temos três bacias hidrográficas no território. Porém, de oito em oito anos, em média, perdemos safra por deficiência hídrica. Algo está desencaixado aqui...

Jorge samek revela ambicioso projeto para transformar o quartz em silício com energia barata do Paraguai: sonhático?

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www.historiascooperativas.com.br

24 de agosto de 2018 | 31Pitoco

a água IITemos as melhores aguadas, a melhores

terras, os melhores agricultores, a melhor tecnologia. Por que não temos irrigação? Uma das experiências mais bem sucedidas do setor está no vale do rio São Francisco. Mas é uma única bacia. Quando estia, seca, ferrou... Aqui temos três bacias caudalosas. Com baixíssimo investimento em algumas áreas e gastos mais elevados em outras, podemos irrigar 600 mil hectares no Oeste.

a água IIIO planeta caminha para 9 bilhões de

terráqueos em 2050. 2 bilhões de bocas a mais para alimentar. A oferta de alimentos tem que crescer 60%. Não tem área para expandir a agricultura nos EUA, na China, nem na Europa. Sobraram o Brasil e a África. No Oeste, o território está no limite. Aqui entra a irrigação para dobrar a pro-dutividade. Não tenho dúvida, se o Banco Mundial chegasse aqui e dissesse: temos um grande financiamento para ofertar, qual é o projeto? Irrigação!

Interior x capital IA revolução do Oeste começou no meio

dos anos 70. E produziu o milagre das me-lhores cidades do Paraná para viver. Foi a conversão de proteína vegetal em proteína animal, ciência, pesquisa, tecnologia. Plan-to soja, colho frango temperado pré cozido pronto para consumo. Planto milho e colho iorgurte, presunto, milhões de oportunida-des estão abertas.

Interior x capital IQuem tem salário de R$ 12 mil em

Cascavel, Toledo, Medianeira, Rondon ou Santa Helena, vive melhor que aquele que ganha R$ 30 mil em Curitiba. Com 3 ou 4 aviários, gado de leite, soja e milho, consegue-se morar em uma bela casa mes-mo na pequena propriedade, e levar um padrão classe média, pagando a faculdade

dos filhos e com muita qualidade de vida.

Busto ao PitolO Pitol, da Copacol, é um visionário, um

inovador. Deveríamos pôr um busto para ele na Oeste. Ele fez a primeira grande plan-ta de frango, depois fez a pioneira grande planta de tilápia. Os outros vieram depois, no embalo dele. Foi ótimo que a C.Vale e outras cooperativas tenham percebido o potencial da tilápia.

Tilápia no lago IQuando falo na dificuldade de consen-

so, cito nossa tentativa de criar tilápias em cativeiros no lago de Itaipu. Certa ocasião, os presidentes do Brasil e Paraguai assina-ram um documento autorizando somente o cultivo de peixes nativos. Lutamos para mudar isso. Quando ajustava no Paraguai, desajustava no Brasil. Sempre tem alguém para estorvar.

Tilápia no lago IITilápia não é carnívoro, se escapas-

se para o lago, seria alimento de peixes maiores. É uma grande oportunidade de renda, carne muito apreciada. Até hoje não deu para avançar no projeto. Deus fez tanta coisa perfeita, mas errou em uma: burrice deveria doer. Se a burrice doesse, algumas pessoas não insistiriam em teses tão esdrúxulas. Se dependesse de alguns burocratas, estaríamos até hoje criando boi caracu, que só tem saco e chifre.

Deus sol IA idade da pedra não acabou porque

acabaram as pedras. Da mesma forma, a era do petróleo não irá acabar por falta de petróleo. As alternativas energéticas serão mais baratas e limpas. E o Oeste do Paraná está entre os cinco melhores pontos do pla-neta em irradiação solar. O futuro pertence à energia solar. Temos um projeto ousado para esta alternativa.

32 | www.pitoco.com.br Pitoco

“A geração de nossos netos vai testemunhar a abertura

das comportas de itaipu, devolvendo 80 a 90 mil

hectares para a agricultura”

Deus sol IIO projeto é trazer para a fronteira uma

indústria de placas fotovoltaicas. O Brasil é o maior produtor de quartz, a pedra que faz o silício, matéria prima das placas. Não é racional enviar o quartz bruto para a China, Alemanha, EUA nos devolverem em forma de células fotovoltaicas, se podemos produzir aqui. O processo pede muita energia. E a energia barata está no Paraguai.

Deus sol IIIEstá tudo formatado. Trata-se de um

projeto de 3 bilhões de euros envolvendo uma empresa de alta tecnologia alemã. Produzir aqui a célula envolve a energia de uma turbina

inteira de Itaipu, mas o retorno sobre a energia gasta é superior a 10 vezes. Imaginou o que isso representa para o Oeste?

Bilhões de ItaipuDinheiro para isso? Agora, em 2022, Itaipu

paga o financiamento que devora 2,2 bilhões

de dólares/ano. Significa que podemos fazer

assim: 1 bilhão de dólares para reduzir o custo

de energia na fatura do consumidor, e outro bi-

lhão para custear o grande projeto de irrigação

e para o projeto do quartz transformado em

silício com energia barata do Paraguai. Que tal?

QuarupEm algumas décadas, a energia solar, soma-

da à eólica, será abundante e armazenável. Não

fará mais sentido alagar áreas agricultáveis,

transferir pessoas. A geração de nossos netos

vai testemunhar a abertura das comportas de

Itaipu. O reservatório será reduzido, devolven-

do 80 a 90 mil hectares para a agricultura. O

nível da água vai baixar, as Sete Quedas irão

reaparecer. Será o Quarup as avessas.

24 de agosto de 2018 | 33Pitoco

n emerson villanova e edson vasconcelos

n Jorge samek e beto Pompeu n José Polasek e José Jesus viegas

n Márcio Folle e Milton Martins Pires n Josciano e Paulo bini

n Adelino ribeiro da silva e lucieli Franceschi

entrevista coletivaO café com Pitoco é um evento inspirado no

TED norte-americano, em que um personagem é entrevistado na presença de convidados. A ação tem o apoio institucional do Sicoob Credicapital, Bourbon Hotel e Nutricard.

Na edição de julho, além do ex-presidente de Itaipu, o presidente da ACIC, edson Vasconcelos, versou sobre as tratativas que conduzem à licitação do Anel da Integração sob acompanhamento da sociedade civil organizada.

n edson vasconcelos, presidente da ACiC

Pitoco34 | www.pitoco.com.br

Contelle Assessoria de Comunicação

Grupo entrosado vem garantindo uma ótima campanha do Futebol Clube Cascavel na 1ª fase do Campeonato Paranaense Sub-19

Dá-lhe, Fc cascavel!FUTebol

Cont

elle

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ão

Quem tem oportunidade de visitar o Centro de Treinamento do Futebol Clube Casca-

vel, ou acompanha os jogos das categorias de base, escuta uma mistura de sotaques. Desde o “s” chiado do “carioquês” até o arrastado jeitinho baiano de falar. Isso porque o clube abriu as portas do CT para a gurizada de todo o Brasil, buscando fortalecer a base de atletas, e oportunizando que muitos meninos que esta-vam desacreditados tenham uma nova chance, dentro e fora de campo. “A maioria chega aqui sem condições financeiras e até psicológicas.Muitos são menores, alguns já pararam os estudos. Então, estamos incentivando isso, fornecendo o transporte até o colégio, material escolar e uniforme, para que eles sejam não só bons jogadores, mas bons cidadãos”, detalha o gerente geral do clube, Sebastião marques.

Diferentes cidades do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia... Os campos do FC Cascavel se transformaram num intercâmbio cultural. maicon Douglas Dissena é um exemplo: veio de Nova Iguaçu (RJ), abraçando a oportunidade de estar no FC Cascavel, depois de já ter pensando em desistir do futebol.

“Eu era obeso, pesava 110kg, então nunca cogitei ser jogador profissional. Mas me incen-tivaram a cuidar da saúde e consegui chegar aqui. A chance no FCC veio no momento que eu estava precisando. Estava em um clube no Rio e logo que acabou o campeonato carioca, todo mundo foi dispensado. Quando eu já pensava em desistir, surgiu essa oportunidade. Agora es-pero ser campeão paranaense, ajudar bastante o clube, me dedicar nos treinos”.

E apesar de possuir jogadores com caracte-rísticas bem distintas, a união tem prevalecido, segundo o técnico do Sub-17, Jean Pereira. “Como já estive no lugar deles, dou muitos conselhos. Quase como um pai ou irmão mais

n Jean Pereira, técnico do sub-17

n o goleiro Maicon veio da baixada Flumimense

n gerente geral do FC Cascavel, sebastião Marques

velho. Eles contam como era no estado deles, a gente se diverte. É a famosa ‘resenha’! Mas sabemos a hora de brincar e a hora de cobrar. Tentamos socializar todos, para mostrar que te-mos que estar unidos. E eles se dão muito bem”.

Não dá para acreditar! O que leva um cidadão condenado em segunda instância e preso obter

quase 40% das intenções de voto? Lula pode ser herói de muitos e vilão de outros tantos, mas a que se deve esta dependência messiânica que o povo tem pelo ex-presidente, tratado como um semideus? Seria nossa falência política?

Não sou e não tenho conhecimento retórico para cravar, mas perceba as opções que os partidos apresentaram ao eleitorado. Olha o nível do próxi-mo presidente do Brasil! Um bem pior que o outro, placentas de um sistema político falido, corrompido e perpétuo.

Como já citado por parte da mídia especializada, estima-se mais de 75% de reeleição em outubro. Os velhos (eternos) caciques obesos de processos e acusações, a maioria réus ou já condenados, vão voltar ou continuar no poder, e isso tudo pelas urnas.

Está é a jogada (tática, artimanha ou estratégia) dos partidos que só oferecem e registram estes no-mes como opção. Socam goela abaixo outros nomes

nElsOn PAgnO MOREIRA

Empresário na cidade de Cascavel, membro da equipe Vibrante do Esporte da Radio Entre Rios em Santo Antonio do Sudoeste Paraná, estudante do Curso de Ciências Biológicas na Universidade UNOPAR e brasileiro

Não muda, Brasil!eleições 2018

Como pode um preso por corrupção obter quase 40% das intenções de voto? Outra vez teremos que escolher entre o ruim e o menos pior

pitorescos, para servir de escadinha eleitoral (obter coeficiente), candidatos sem representatividade e folclóricos. Um verdadeiro estelionato político.

Tudo isso para dar falsa sensação do figurão es-colhido para ser o eleito parecer a melhor opção. Ou você tem dúvida de quem o eleitor escolheria se as opções fosse um deputado veterano de mais de quatro mandatos ou um senhor apresentado na campanha como “Assis Homem do Jumento 10600”?

Acordos na calada da noite sem nunca levar em consideração os anseios da sociedade, acertos polí-ticos com único objetivo, a perpetuação no poder. Bobos daqueles que acreditam e gritam aos quatro cantos defendendo este ou aquele imaginado que nossa democracia é linda e cheira jasmim.

Oxalá se este país tivesse conserto. Mas vamos lá, exercer nosso direito ao voto. Em um universo em que somos obrigados a trazer de volta parte do lixo que está posto de opção. Onde a alternativa não é o certo ou errado, verdadeiro ou falso, e sim escolher entre o péssimo e o “menos pior”

36 | www.pitoco.com.br Pitoco

MeMÓriA

38 | www.pitoco.com.br Pitoco

costa Oeste anos 70O neysmo era a força política dominante no Paraná dos

anos 1970. Com reflexos, é claro, nos municípios da fronteira(2a parte)

Heinz schmidt

O condestável da “Redentora de 64” no Paraná dos anos 1970 era o general Ney

Braga. Também um “híbrido” (mescla de militar e político) como costa cavalcanti,

ele integrava o pelotão dos “revolucionários de

primeira hora”, como se dizia na época, pelo

papel que desempenhou na conspiração contra

Goulart (havia também os “revolucionários de

1o de abril”, os indecisos que sempre os há em

situações de conflito e que só descem do muro

ou saem debaixo da cama, aderindo, depois de

definida a situação).

Ney havia sido prefeito de Curitiba, gover-

nador do Estado, ministro do governo cas-

telo Branco e senador. Em 1974, o general-

-presidente ernesto geisel chamou-o para

o Ministério da Educação. Não era o homem

da caneta no Palácio Iguaçu, mas era quem

politicamente dava as tintas no Estado: pos-

sivelmente todas as nomeações biônicas para

as Prefeituras da costa Oeste passaram pelo crivo de Ney Braga ou tiveram, pelo menos, seu nihil obstat.

Também foi de sua lavra a indicação do empresário Jayme canet Júnior para o governo do Estado em 1975. Por que Canet? Porque era o único, dentre os possíveis “candi-datos” da rachada Arena (Aliança Renovadora

Nacional) paranaense, que uma vez no governo não se comporia com o ex-governador Paulo Pimentel, também da Arena, inimigo de Ney.

Sisudo e de poucas palavras, Canet acabou

se revelando um eficiente “tocador de obras”,

levando melhorias para rincões carentes de as-

falto, energia, escolas e água tratada. Registra

a biografia oficial que teria pavimentado mais

de 4 mil quilômetros de estradas. É óbvio que

com empréstimos captados no exterior.

As visitas de Canet a pequenas cidades in-

terioranas - e foram muitas - levavam a popula-

ção às ruas. Incluindo estudantes mobilizados

para bater palmas e agitar bandeirolas à pas-

sagem do ilustre visitante. Como na Marechal

Cândido Rondon do então prefeito nomeado

almiro Bauermann. Especial admiração

causava o “avión-de-rosca”, mais conhecido como helicóptero, que Canet passou a utilizar já no final do governo para melhor cumprir uma agenda carregada de compromissos.

n o ministro da educação ney braga em 1974: homem forte do regime no Paraná

wik

iped

ia

24 de agosto de 2018 | 39Pitoco

Cascavel (PR), sexta-feira, 24 de agosto de 2018 Ano XXII - Nº 2161 | Clipping News Agência de Notícias

(45) 3037-5020 - 45 991339058 | www.pitoco.com.br

e-mail: [email protected] | Editor: Jairo Eduardo Editoração: HDS

Enquanto Ney Braga zelava pela Educa-ção em Brasilia e Canet cuidava dos assuntos governamentais no quintal do neysmo, Paulo Pimentel - dono de um pequeno império mi-diático - abria seus jornais, rádios e emissoras de tevê para pregações e críticas da oposição. O troco veio logo. No início de 1976, a Rede Globo não renovou o contrato de afiliação com as tevês Iguaçu (Curitiba) e Coroados (Londrina), de Pimental. A programação plim plim - com suas novelas e o semi-oficialesco “Jornal Nacional” - passou para outro grupo empresarial, hoje conhecido como RPC. Em tempos de ditadura era assim que as coisas funcionavam.

Na costa Oeste composta por seis muni-

cípios “de interesse da segurança nacional”

predominava a Arena, “dona” das Prefeituras

e com maioria nos Legislativos municipais. Os

embates políticos se davam muitas vezes entre

grupos do próprio situacionismo; houve casos

em que uma das alas dedurava a oponente

perante célebre serviço de informações por

“subversão”. O campo de atuação do MDB era

limitadíssimo; suas lideranças, vigiadas.

Alcaguetas a serviço do regime, mais por

vocação para a sabujice do que por convicção

ideológica, existiam em todos os lugares - em

organismos públicos, nas entidades de classe

e até mesmo nos meios de comunicação. O

simpático fotógrafo que lhe sorria podia ser

um reles “dedo-duro”.

Também a oposição paraguaia exilada em Foz do Iguaçu passava maus bocados. Sempre que “El Centauro Rubio” e “Primera Espada de las Américas en el Combate al Comunismo” vinha à região da fronteira para pescarias no Rio Paraná ou em visita à cidade que então levava o seu nome, seus inimigos do lado de cá da fronteira eram detidos preventivamente e tirados de circulação pela repressão brasileira. A colônia de exilados era duplamente monito-rada: por agentes do Brasil e pelos “pyragues” que o regime de Stroessner mantinha em Foz.

Especialmente suspeito aos olhos do regime

era o movimento estudantil. Uma assembleia

da União Paranaense dos Estudantes (UPES),

realizada em outubro de 1975 na arenista Ma-

rechal Cândido Rondon, foi acompanhada do

início ao fim por agentes federais. Fantasiados

de “estudantes”, eles se infiltraram no encontro

e informaram aos superiores que (felizmente,

supõe-se) em momento algum “foi tocado no

assunto política”. Apesar disso, não deixaram

de fichar os líderes estudantis presentes. Entre

eles, o então presidente da UPES e palestrante

edson Luiz Fachin.

A redemocratização do País em meados da

década de 1980 devolveu à costa Oeste o direito

de eleger seus mandatários. Nas primeiras

eleições pós-período interventorial, realizadas

em 1986, os candidatos a prefeito pelo PMDB fizeram barba e cabelo. A antiga Arena, sucedi-da pelo PDS e PFL, levou uma surra homérica.

As Prefeituras de Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon e Guaíra foram de uma só tacada ocupadas por peemedebistas.

Costa Cavalcanti, o todo-poderoso de Itai-

pu, ex-ministro da fase mais dura do regime

ditatorial e signatário do AI-5, foi atropelado

pela Nova República. Talvez arquivos até hoje

não revelados possam dizer algum dia se tem

consistência o boato de que teria movido céus

e terra para se manter no cargo e concluir a

obra por ele iniciada - que seria inaugurada em

1992 pelos presidentes andrés rodríguez,

do Paraguai, e Fernando collor, do Brasil.

Politicamente mais cacifado nos acordos

que formataram a redemocratização, Ney Bra-

ga substituiu o “linha dura” Costa Cavalcanti

na diretoria geral brasileira de Itaipu em 1985. Tratou de fazer as pazes entre a binacional e sua área de abrangência. Começava ali, aos poucos, a transmutação da “Taipa da Injustiça” descrita pelo jornalista Juvêncio mazzarollo na Itaipu dos eletrodólares.

Pitoco

referência familiar do mêsl Família gurgacz, com simpatia especial e de comportamento simples, e com uma grande competência profissional, atuando sempre de forma positiva em suas empresas e valorizando seus parceiros e colaboradores. destaque para a condução firme do patriarca Assis gurgacz e sua senhora nair. Fica aqui registrado nosso respeito e admiração a todos da família. no registro, Assis Marcos, Assis e nair, Acir, Jaqueline e Algacir Junior.

“O único meio de evitar erros é adquirindo experiência; mas a única maneira de adquirir experiência é cometendo erros”

(lair ribeiro)

40 | www.pitoco.com.br

HomEnagEm - o coronel Fernando, do Corpo de bombeiros, faz a entrega solene da homenagem da corporação ao procurador jurídico de Cascavel, luciano braga Cortes.

ação parlamentar...

O deputado andré Bueno sempre atuante na Assembleia Legislativa. Prova disso é que seu gabinete em Curitiba tem se tornado uma extensão das prefeituras, atendendo mais de 40 municípios do Oeste. Foram mais de R$ 20 milhões liberados aos municípios somente este ano, nas áreas de saúde, segurança pública, educação e principalmente in-fraestrutura.

agro cominovação

Além de hospedar empre-sas e eventos, o Forfarms Co-working se posiciona como um centro de relacionamento para o agronegócio. São espaços adequados para hospedar mo-mentos de networking entre os

agentes, produtores e demais

players do agro. Além de um

escritório compartilhado, é

um valioso hub de conexões e

negócios, que tem a intenção

de colaborar com as diferentes

demandas do agronegócio, e

em diferentes estágios, promo-

vendo conexões para as ideias

que ainda estão no papel, mas

também para grandes negócios

já consolidados

O Formfarms tem como ges-

tor o jovem executivo eduardo

Franz Luvison, que traz ideias

inovadoras para atender o agro-

negócio. O coworking está na

Avenida Barão do Rio Branco,

1.400. Vale uma visita. Para-

béns e sucesso sempre a toda a

equipe....

Na mesma balada, o deputado ade-lino ribeiro (PRP) e o prefeito Leo-naldo Paranhos assinaram no último dia 26 de julho, na Secretaria de Estado do Esporte e Turismo, em Curitiba, um convênio para a construção de uma arena multiuso no bairro XIV de Novembro, em Cascavel. A praça esportiva terá campo de futebol sintético, quadra poliesportiva, pista de skate, vestiário, arquibancada, academia e espaço para caminhada. O investimento será de R$ 480 mil reais. A previsão é de que esteja concluída ainda neste ano para atender a todos os bairros da região Sul da cidade.

Pitoco 24 de agosto de 2018 | 41Pitoco

Paranafer na expoconstruindo

Aconteceu em julho a ExpoConstruindo, feira especializada no segmento da constru-ção e que reuniu vários expositores do setor de decoração, móveis planejados, arquitetu-ra e mercado imobiliário. Foi apresentado ao público em geral o que há de melhor para quem está reformando ou construindo. A exemplo das edições anteriores, a Paranafer se fez presente apresentando aos visitantes tudo em estrutura de ferro. Nas fotos regis-tramos o stand da empresa e sua equipe. Pela ordem, da esquerda para direita: ali-ne, Nayalla, amadeu, Joelma, Lilian e Junior. Parabéns a toda a equipe.

e o interior avança.... l Em seu giro pelo interior do Paraná, no mês de julho, a gover-nadora cida Borghet-ti esteve em Corbélia para avaliar as obras de duplicação do perímetro urbano da BR 369. Foi re-cepcionada por lideranças politicas e empresariais do município e na se-quência foi agraciada com o um almoço oferecido pelo prefeito giovani miguel Wolf Hnatuw sob a coordenação da primeira dama Lucieli.

Repleto de autoridades, inclusive com a presença da governadora do Paraná, cida Borghetti, aconteceu em julho mais um Show Pecuário. Organizado pelo Sindicato Rural de Cascavel e pela Sociedade Rural do Oeste do Paraná, o evento foi bastante prestigiado tanto por expositores como por visitantes e com a realização de ótimos negócios.

O presidente do Sindicato, Paulo Orso, dis-se que a organização ficou honrada em receber

pela primeira vez um governador do Estado no evento, ato que valoriza o trabalho do agricultor, que acorda todos os dias cedo para garantir o alimento do mundo e movimentar a economia estadual. “Juntos somos mais fortes”, disse o presidente da Sociedade Rural, adani Triches.

No Show Pecuário, a diretoria homenageou o prefeito Leonaldo Paranhos, em reco-nhecimento pelos compromissos assumidos e realizados com o agronegócio em Cascavel.

Show Pecuário

conexão empresarial

Mantendo a tradição dos anos anteriores, a Acic deu a largada para o Conexão Empresarial deste ano. São três palestrantes de referência em nosso contexto econômico e empresarial. O valor para asso-ciados e estudantes é R$ 250 e de R$ 320 para não filiados. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (45) 3321-1408 e 3321-1452.

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Diretora Técnica MédicaDra. Selma Miyazaki - CRM-PR: 12511

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Esporte. Vontade que nos move.

A vida é movimento.

O Hospital de Olhos de Cascavel oferece alta tecnologia no diagnóstico, com cinco vezes mais precisão para a Cirurgia Refrativa. Deixe as lentes e os óculos, para aproveitar ainda mais essa sensação de vitória que só o esporte proporciona.

Miopia, Hipermetropia, Astigmatismo ou Presbiopia, atrapalham seu foco na hora de praticar esportes?