nÚmero 2 dezembro 2014 outubro boletim … · hoje o que está em causa é a sustentabilidade do...

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Página 1 Mas estes atos apenas serão bem sucedidos se escolherem um SNS que valorize a digni- dade de todos os seus profis- sionais: médicos, enfermeiros, administrativos e outros téc- nicos das mais diversas for- mações. Se todas as vontades estiverem em sintonia o nosso SNS terá margem de progres- são e, também com isso, pode- remos voltar a ocupar (pelo menos) o 12º lugar entre os países com o melhor Serviço Nacional de Saúde à escala mundial. Mais do que acredi- tar, assim seja um desejo de todos. EDITORIAL DO COORDENADOR A 15 de setembro de 1979 era publicada a Lei 56/79 dando origem à criação do Serviço Nacional de Saúde. Foi uma das conquistas mais importan- tes no período pós-ditadura já que permitiu a cobertura glo- bal dos cuidados de saúde a todos os portugueses. Passa- ram 35 anos desde esse dia e, com eles, múltiplas transfor- mações que têm acompanhado não só as condicionantes socio- económicas como também as próprias vicissitudes de uma sociedade em transformação. Vivemos numa sociedade que reivindica mais e melhor mas, ao mesmo tempo, confrontamo- nos com um Estado que deixou de ser providência para ser tendencialmente menos perdu- lário. Por isso a Saúde é enca- rada de uma forma complexa e dispendiosa oscilando entre as fortes restrições financeiras e a garantia de acesso a um bem fundamental e inquestionável. A tutela é desafiada com a enorme responsabilidade de efectuar com equidade a distri- buição dos escassos recursos existentes de forma a permitir equilibrar os custos com as necessidades garantindo si- multaneamente a máxima qualidade com uma resposta próxima, efectiva e em tempo útil de modo a poder cumprir os princípios da universalida- de, da equidade e da acessibi- lidade. Para isso apenas com cuidados de saúde de exce- lência, financeiramente e tecnicamente sustentáveis, estaremos em condições de enfrentar um futuro com mais idosos, mais doenças crónicas e mais co- morbilidades. Hoje o que está em causa é a sustentabilidade do SNS. Se para nós deve ser motivo de profunda reflexão, enquanto gestores da nossa consulta e enquanto moduladores finan- ceiros dos nossos atos clíni- cos, maior reflexão deverá ser para todos aqueles que têm ou virão a ter a respon- sabilidade primeira e princi- pal nos atos gestionários de controlo e de reequilíbrio macroeconómico do próprio SNS. Serviço Nacional de Saúde OUTUBRO — DEZEMBRO 2014 NÚMERO 2 BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2 Pontos de interesse especiais: Refluxo e Doença do Refluxo ECG e Critérios de Seattle Posso fazer desporto? Esclerose Múltipla Comunicação Nesta edição: Eventos científicos 12 “Problemas de comunicação” Humorísticas 13 Palavras de Mestre 13 Licínio Fialho

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Página 1

Mas estes atos apenas serão

bem sucedidos se escolherem

um SNS que valorize a digni-

dade de todos os seus profis-

sionais: médicos, enfermeiros,

administrativos e outros téc-

nicos das mais diversas for-

mações. Se todas as vontades

estiverem em sintonia o nosso

SNS terá margem de progres-

são e, também com isso, pode-

remos voltar a ocupar (pelo

menos) o 12º lugar entre os

países com o melhor Serviço

Nacional de Saúde à escala

mundial. Mais do que acredi-

tar, assim seja um desejo de

todos.

EDITORIAL DO COORDENADOR

A 15 de setembro de 1979 era

publicada a Lei 56/79 dando

origem à criação do Serviço

Nacional de Saúde. Foi uma

das conquistas mais importan-

tes no período pós-ditadura já

que permitiu a cobertura glo-

bal dos cuidados de saúde a

todos os portugueses. Passa-

ram 35 anos desde esse dia e,

com eles, múltiplas transfor-

mações que têm acompanhado

não só as condicionantes socio-

económicas como também as

próprias vicissitudes de uma

sociedade em transformação.

Vivemos numa sociedade que

reivindica mais e melhor mas,

ao mesmo tempo, confrontamo-

nos com um Estado que deixou

de ser providência para ser

tendencialmente menos perdu-

lário. Por isso a Saúde é enca-

rada de uma forma complexa e

dispendiosa oscilando entre as

fortes restrições financeiras e

a garantia de acesso a um bem

fundamental e inquestionável.

A tutela é desafiada com a

enorme responsabilidade de

efectuar com equidade a distri-

buição dos escassos recursos

existentes de forma a permitir

equilibrar os custos com as

necessidades garantindo si-

multaneamente a máxima

qualidade com uma resposta

próxima, efectiva e em tempo

útil de modo a poder cumprir

os princípios da universalida-

de, da equidade e da acessibi-

lidade. Para isso apenas com

cuidados de saúde de exce-

lência, financeiramente e

tecnicamente sustentáveis,

estaremos em condições de

enfrentar um futuro com

mais idosos, mais doenças

crónicas e mais co-

morbilidades.

Hoje o que está em causa é a

sustentabilidade do SNS. Se

para nós deve ser motivo de

profunda reflexão, enquanto

gestores da nossa consulta e

enquanto moduladores finan-

ceiros dos nossos atos clíni-

cos, maior reflexão deverá

ser para todos aqueles que

têm ou virão a ter a respon-

sabilidade primeira e princi-

pal nos atos gestionários de

controlo e de reequilíbrio

macroeconómico do próprio

SNS.

Serviço Nacional de Saúde

OUTUBRO — DEZEMBRO 2014 NÚMERO 2

BOLETIM INFORMATIVO USF

GLOBAL Nº2

Pontos de interesse especiais:

Refluxo e Doença do Refluxo

ECG e Critérios de Seattle

Posso fazer desporto?

Esclerose Múltipla

Comunicação

Nesta edição:

Eventos científicos 12

“Problemas de comunicação” Humorísticas

13

Palavras de Mestre 13

Licínio Fialho

Página 2

Doença do Refluxo Gastro-esofágico em idade

Pediátrica

São frequentes nas consultas de saúde infantil as

dúvidas relativamente ao que são as recomendações

na doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE) em

idade pediátrica.

Esta é a patologia esofágica mais prevalente na po-

pulação pediátrica e é causa comum de consultas e

de referenciação à Gastroenterologia Pediátrica.

Os estudos são escassos e por isso a sua prevalência

é pouco documentada, estimando-se que é um proble-

ma crescente com uma prevalência entre 1,8% a

8,2%.

A dificuldade de diagnóstico, sobretudo devido à sua

relação estreita com o refluxo gastro-esofágico fisioló-

gico (RGE), leva muitas vezes à sobre e subvaloriza-

ção da sintomatologia.

Assim, é de extrema importância a sua distinção.

A DRGE surge quando o RGE está associado a sinto-

mas adversos e/ou complicações.

É importante destacar

que o RGE é um processo

fisiológico e muito comum

no primeiro ano de vida.

Ocorre quando há passa-

gem do conteúdo gástrico

para o esófago, com ou sem exteriorização e pode

ocorrer várias vezes por dia em crianças saudáveis,

não se associando a complicações.

A fisiopatologia da DRGE é diversa, complexa e mul-

tifactorial.

O esófago é continuamente exposto a uma variedade

de substâncias nocivas provenientes dos alimentos

ingeridos ou de fármacos, sendo o material refluído

do estômago e do duodeno, o principal responsável

pela ameaça à integridade da função esofágica.

O esófago possui 3 principais mecanismos de defesa:

a barreira antirrefluxo, a depuração (clearance) eso-

fágica e factores que conduzem à resistência da mu-

cosa esofágica. No recém-nascido e no lactente, estes

mecanismos são imaturos e consequentemente, res-

ponsáveis por grande percentagem dos episódios de

RGE que ocorrem nestas idades.

Para o diagnóstico desta patologia a história clínica e

o exame objectivo são de extrema importância, dando

-se particular atenção à ocorrência e frequência de

sintomas.

Muitas vezes a sintomatologia é inespecifica e subjec-

tiva, sobretudo nas crianças mais pequenas ou com

défices neurológicos, podendo apresentar-se desde

minimamente sintomáticos ou por vezes com compli-

cações graves.

Os vários questionários criados com o objectivo de

facilitar esta pesquisa como por exemplo o Infant

Gastroesophageal Reflux Questionnaire Revised (I-

GERD-R), podem ser uma ferramenta muito útil.

Quase todos estes questionários dão particular im-

portância a questões em relação aos hábitos alimen-

tares (quantidade e frequência, modo de preparação

das fórmulas e mudanças recentes nos hábitos ou

preparação), posição durante as refeições, comporta-

mento durante a refeição, existência e frequência de

eructação, se existe história de asfixia, engasgamen-

to, tosse, dor, desconforto, recusa, apneia e qual o

padrão do vómito (frequência e quantidade).

Os sintomas mais frequentes são a regurgitação fre-

quente com ou sem vómito e ruminação. Podendo es-

tar presente uma má progressão ponderal, irritabili-

dade, pirose, disfagia e/ou odinofagia, hematémeses,

tosse, rouquidão ou mesmo Wheezing e estridor.

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 3

É de extrema importância a pesquisa de sinais de

alarme, tais como: vómito bilioso ou forte, presença de

hemorragia digestiva, início de vómito após os 6 me-

ses, casos de atraso de crescimento, presença de sinais

e sintomas como diarreia ou obstipação, febre ou letar-

gia, hepatoesplenomegalia, abaulamento da fontanela,

macro/microcefalia, convulsões, distensão abdominal,

bem como a presença de uma síndrome genética/

metabólica documentada ou suspeita.

Deve existir uma maior atenção nos grupos de risco

como são os casos de doentes com comprometimento

neurológico, patologias esofágicas congénitas (atresia

esofágica, hérnia diafragmática congénita), hérnia do

hiato, obesidade, prematuros, doença respiratória cró-

nica, bem como nos casos em que há história familiar

de DRGE grave, Esófago de Barrett ou Adenocarcino-

ma esofágico.

As principais complicações da DRGE são a esofagite

erosiva (EE), estenose péptica, esófago de Barrett

(EB) e o adenocarcinoma esofágico (ACE).

Os exames complementares de diagnóstico têm indica-

ções específicas.

A monitorização do pH esofágico ou pHmetria esofági-

ca, permite avaliar o número de episódios de refluxo, a

duração do episódio de RE mais prolongado, bem como

o índice de refluxo. Está indicada na avaliação de do-

entes com sintomas de refluxo atípicos, sendo útil so-

bretudo na monitorização da eficácia da terapêutica

médica e cirúrgica. Não detecta episódios de refluxo

não-ácido (pH> 4) ou distúrbios anatómicos nem cor-

relaciona os sintomas com a severidade da doença. Foi

considerada o gold standard para o diagnóstico de

DRGE mas carece de alguma sensibilidade e especifi-

cidade.

A impedância intraluminal múltipla (IIM) e pHmetria

esofágica combinadas, regista o movimento e velocida-

de do bolo alimentar ao longo do esófago, permite dife-

renciar o sentido anterógrado do retrógrado e assim a

detecção de RGE ácido e não-ácido, sendo as suas indi-

cações as mesmas da pHmetria isolada.

A manometria esofágica, permite avaliar os relaxa-

mentos transitórios do esfíncter esofágico inferior, o

peristaltismo esofágico, a pressão dos esfíncteres eso-

fágicos superior e inferior e a actividade coordenada

durante a deglutição. A sua sensibilidade e especifici-

dade não permitem o diagnóstico, mas permite excluir

ou confirmar a presença de distúrbios esofágicos moto-

res. É útil na avaliação de doentes que não respondem

à terapêutica farmacológica ou cirúrgica e como exa-

me auxiliar da pHmetria para determinação da posi-

ção do esfíncter esofágico inferior (EEI) para colocação

do cateter.

A endoscopia digestiva alta (EDA) e biópsia, permitem

avaliar a lesão da mucosa esofágica, a presença e o

grau da esofagite e complicações da DRGE. Tem lugar

nos casos em que ocorrem sintomas de pirose ou epi-

gastralgias refractárias à prova terapêutica com IBP’s

e avaliação da disfagia ou regurgitações frequentes

após os 18 meses. É útil na avaliação da eficácia do

tratamento farmacológico e como método terapêutico

na dilatação de estenoses esofágicas, bem como na

identificação ou exclusão de outras patologias que pos-

sam assemelhar-se à DRGE.

O estudo radiológico do esófago com contraste barita-

do não é sensível nem específico, tendo utilidade na

suspeita de alterações anatómicas e detecção de com-

plicações após a realização de fundoplicatura.

A cintigrafia nuclear é um exame rápido, não invasivo

e com uma exposição mínima de radiação. Permite

avaliar doentes com sintomas respiratórios crónicos

ou refractários, na suspeita de aspiração pulmonar de

material gástrico refluído e estudar o tempo de esvazi-

amento gástrico. Detecta tanto episódios de RGE áci-

do como não-ácido, mas não é recomendado como ava-

liação de rotina.

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 4

A ecografia gastro-esofágica é facilmente acessível e

inócua e pode detectar o movimento de pequenas

quantidades de líquido na junção gastro-esifágica.

Identifica condições anatómicas como a hérnia do hia-

to (HH), o comprimento e posição do EEI relativamen-

te ao diafragma e a magnitude do ângulo de His. Não

permite a distinção do refluxo fisiológico do patológi-

co, nem o estabelecimento de uma relação entre os

sintomas apresentados e os achados ecográficos. Não

está indicada na avaliação diagnóstica de rotina.

A prova terapêutica com Inibidores da Bomba de

Protões (IBP’s), está recomendada em casos seleccio-

nados e pode ser o 1º passo antes de qualquer investi-

gação. Na ausência de melhoria, está indicada a avali-

ação posterior com meio complementares de diagnós-

tico. De destacar que a melhoria dos sintomas após o

tratamento não confirma o diagnóstico e que em lac-

tentes e crianças com idade inferior a 12 anos este

não é um método fiável.

Existem outros meios complementares de diagnósti-

co ainda em estudo como a pesquisa da presença de

pepsina em efusão do ouvido médio e lavado broncoal-

veolar (como o próprio nome indica consiste na pes-

quisa de pepsina no ouvido médio, no entanto é neces-

sário ainda definir se a presença destes achados é re-

almente causada pelo refluxo) e a Bilimetria (avalia a

presença de bilirrubina no refluxo biliar e em combi-

nação com a pHmetria permite aumentar a sensibili-

dade do diagnóstico).

O tratamento da DRGE, dependente da apresenta-

ção clínica e deve na grande maioria dos casos ser

orientada num Centro de Gastroenterologia Pediátri-

ca.

Nenhuma das opções terapêuticas actualmente dis-

poníveis actua directamente no mecanismo fisiopato-

lógico do RGE. Tem como objectivo o alívio dos sinto-

mas, a normalização do crescimento, a resolução his-

tológica da inflamação da mucosa, a prevenção e o

tratamento das complicações e a manutenção da re-

missão da sintomatologia.

As modificações do estilo de vida, permitem a nor-

malização do volume e frequência das refeições. Os

espessantes do leite não melhoram os índices de reflu-

xo, mas diminuem o número e o volume das regurgi-

tações, diminuindo a perda de nutrientes.

Os lactentes com má progressão ponderal podem

beneficiar com o aumento da densidade calórica da

fórmula de leite. As fórmulas AR têm uma densidade

calórica e osmolaridade semelhantes às fórmulas de

leite adaptado.

A alergia às proteínas de leite de vaca pode desen-

cadear regurgitação ou vómitos mimetizando o RGE

daí que esteja indicada a utilização de fórmulas ex-

tensamente hidrolisadas de forma empírica durante 4

semanas.

As crianças mais velhas e adolescentes devem evi-

tar chocolate, café, chá, bebidas carbonatadas e espe-

ciarias que aumentam o RGE. Nos casos em que exis-

te obesidade a redução do peso é de extrema impor-

tância.

Está provado que o decúbito ventral diminui o nú-

mero de episódios de refluxo no lactente, no entanto

pelo risco de morte súbita as recomendações para esta

posição não são lineares.

Nos adolescentes o decúbito lateral esquerdo com

elevação da cabeceira da cama pode ser benéfico du-

rante o sono.

Existem vários grupos de fármacos com indicação

na terapêutica desta patologia.

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 5

Os Antagonistas dos receptores H2 da histamina

(ARH2) diminuem a secreção ácida, sobretudo a noc-

turna, melhoram os sintomas e contribuem para a

cicatrização da mucosa, têm uma duração de acção de

4 a 8 horas, mas início de acção mais rápido do que as

restantes opções. A inibição ácida é apenas parcial

comparativamente aos IBP’s. Estão associados ao

surgimento de taquifilaxia, irritabilidade, sonolência,

cefaleias e hepatopatia

Os Inibidores da Bomba de Protões (IBP’s) reduzem

acentuadamente a secreção gástrica, mantendo o pH

intragástrico ≥ 4, inibem a secreção ácida pós-

prandial e reduzem o volume intragástrico durante

24h. São mais eficazes no alívio dos sintomas e da

esofagitee não estão associados a taquifilaxia. Apro-

vados para uso em Pediatria são o omeprazol, esome-

prazol e o lanzoprazol. As guidelines variam conside-

ravelmente relativamente à dose. Recomenda-se a

administração de uma toma única diária em jejum.

Na presença de complicações pode ser aconselhada

uma segunda dose mais tardia. Os efeitos adversos

associados são: reacções idiossincráticas, hipergas-

trinémia, hipocloridria e interacções farmacológicas.

Em caso de resposta limitada ao tratamento com

IBP’s, é importante reconsiderar o diagnóstico de

DRGE e/ou rever a dose do fármaco. Os sintomas po-

dem recorrer após suspensão do tratamento.

Os Procinéticos aumentam o peristaltismo esofági-

co, aceleram o esvaziamento gástrico e podem aumen-

tar o tónus do EEI. Os efeitos adversos associados são

significativos pelo que o seu uso deve ser considerado

apenas em doentes específicos.

Os Antiácidos são habitualmente usados para o alí-

vio rápido e transitório e a sua segurança e eficácia

não estão bem estabelecidas na população pediátrica.

Os Agentes protetores de superfície (Citoprotetores)

formam uma camada gelatinosa que adere à superfí-

cie da mucosa esofágica e que funciona como uma

barreira física que protege a mucosa das agressões

ácidas causadas pelo refluxo. Na população pediátrica

a sua eficácia e segurança não estão estabelecidas

pelo que o seu uso é limitado.

Têm indicação cirúrgica os casos de DRGE em que

há necessidade de terapêutica a longo prazo, em do-

ses elevadas, nos casos refractários ao tratamento

médico, em complicações da doença (estenose, dis-

fagia, EB), quando existem eventos ameaçadores de

vida (aspiração, apneia), atraso de crescimento e/ou

anomalias anatómicas (hérnia paraesofágica, HH).

Esta é uma das cirurgias mais frequentemente rea-

lizadas entre a população pediátrica, sendo três as

técnicas possíveis: a Fundoplicatura de Nissen (total)

a mais preconizada e a Fundoplicatura parcial ante-

rior (Thal) e a posterior (Toupet).

As possíveis complicações destas cirurgias, consti-

tuem a lacerações do tecido, disfagia severa, perfura-

ção ou obstrução esofágicas e pneumonia, sobretudo

nas crianças com comorbilidades associadas.

Alguns doentes necessitam de segunda correcção

cirúrgica ou de continuar a terapêutica farmacológi-

ca.

Raquel Osório

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 6

Posso fazer desporto?

Por vezes o Médico de Família é confrontado com

resultados de ECG’s em atletas com padrões distintos

dos verificados na população geral. Daí nos questionar-

mos: estamos na presença de um ECG considerado co-

mo normal num atleta ou, pelo contrário, deparamo-

nos com alterações as quais podem contraindicar a prá-

tica desportiva?

A prática desportiva, por si só, condiciona uma

adaptação cardíaca fisiológica ao esforço a qual tem

repercussões a nível do ECG. Por isso importa saber

diferenciar as “variantes” do normal das alterações

patológicas de modo a que um “falso positivo” não im-

plique o abandono prematuro da atividade física.

Parecem estar a aumentar os casos de morte súbita.

Sabe-se hoje que o risco de morte súbita está acrescido

em atletas (3 vezes mais comparativamente com os não

desportistas) e a grande maioria dos casos (mais de

2/3) devem-se a patologias que se podem manifestar

por alterações no ECG.

O exame médico do desportista deve incluir, segun-

do a Sociedade Europeia de Cardiologia, além da histó-

ria clínica e do exame físico, a realização de ECG. E

daqui surge de imediato a grande dificuldade de inter-

pretação deste exame num atleta. Por isso um consen-

so de vários peritos em Cardiologia Desportiva e Medi-

cina Desportiva estabeleceram critérios - critérios de

Seattle - para classificar as alterações do ECG no atle-

ta em: normais (fisiológicas) ou anormais

(potencialmente patológicas).

São considerados achados normais em atletas os

seguintes (de uma forma simplificada:

1.Bradicardia sinusal (≥30 bpm)

2.Arritmia sinusal

3.Ritmo auricular ectópico

4.Ritmo juncional

5.BAV 1º grau

6.BAV 2º grau Mobitz Tipo I (Wenckebach)

7.Bloqueio incompleto de ramo direito

8.Critérios de voltagem para HVE isolados (patológico

se coexistir dilatação da aurícula esquerda, desvio es-

querdo do eixo, depressão do segmento ST, inversão de

ondas T ou ondas Q patológicas)

9.Repolarização precoce (elevação do segmento ST, ele-

vação do ponto J, ondas J ou slurring terminal do QRS)

10.Elevação convexa do segmento ST (domed) com in-

versão de ondas T de V1-V4 em atletas de raça negra.

Nunca é de mais lembrar que a presença de sinto-

matologia cardíaca (toracalgia, palpitações, dispneia,

fadiga desproporcionada ao esforço realizado ou sínco-

pe) associada à prática desportiva de qualquer tipo de

intensidade, mesmo na presença de um ECG sem alte-

rações ou com alterações consideradas normais, deverá

ser sempre investigada.

Já hoje a FIFA preconiza a utilização sistemática do

ecocardiograma transtorácico no rastreio pré-

competição.

Licínio Fialho

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 7

A esclerose múltipla (EM) é uma doença in-

flamatória autoimune, neurodegenerativa, que pode

atingir todos os tecidos do sistema nervoso central,

caracterizada pela heterogeneidade, cujas placas de

desmielinização podem afectar qualquer região do

sistema nervoso com extensão muito variável (Pedro

& Ribeiro, 2010).

Segundo Swann (2008), os nossos neurónios encon-

tram-se revestidos por uma bainha de mielina, cuja

função é facilitar a transmissão de impulsos nervosos

entre o SNC e os nervos periféricos existentes ao lon-

go do corpo. No entanto, na pessoa com EM, essa bai-

nha é danificada, o que progressivamente resulta

numa diminuição da condução dos impulsos nervo-

sos.

No que diz respeito à etiologia da EM, esta não está

completamente definida. Contudo, na opinião de Cos-

ta (2005) citado por Trindade (2011), pode ser de ori-

gem autoimune, isto é, o sistema imunitário destina-

do à defesa do organismo, por erro, destrói a mielina

causando lesões de desmielinização em pontos distin-

tos do SNC.

Estima-se que em todo o mundo existam cerca de

2.500.000 pessoas com EM e em Portugal mais de

5.000, atingindo frequentemente pessoas entre os 20

e os 40 anos de idade (João de Sá, 2005, citado por

Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, 2010).

Além do factor idade, considera-se que a EM afecta

mais frequentemente pessoas de etnia caucasiana e

do sexo feminino (Crovador, Oliveira-Cardoso, Mas-

tropietro & Santos, 2013).

Segundo a SPEM (2010), a EM pode ser hierarquiza-

da/classificada de acordo com a frequência e a gravi-

dade dos sintomas neurológicos:

1. Esclerose Múltipla Primária Progressiva – neste

tipo de esclerose, a pessoa não manifesta surtos, mas

ao longo do tempo vai-se instalando uma perda gra-

dual e insidiosa das funções do corpo, ou seja, os sin-

tomas progridem de forma lenta a gradual. Tem co-

mo principais limitações a locomoção e o controlo uri-

nário. Para além destas, Bone et al. (2000) citado por

Neto (2011) considera ainda que este tipo se caracte-

riza por espasticidade progressiva e por alterações

intestinais.

2. Esclerose Múltipla sob forma de Surto-Remissão –

caracteriza-se por períodos de surtos súbitos ou dete-

rioração dos sintomas neurológicos, acompanhados

posteriormente de períodos de remissão ou até mes-

mo a recuperação total ou parcial dos sintomas. Se-

gundo Bone et al. (2000) citado por Neto (2011) este

tipo afecta cerca de 80% das pessoas com EM sendo

que com o tempo, devido à recuperação incompleta

dos repetidos surtos, existe um incremento no grau

de invalidez das mesmas;

3. Esclerose Múltipla Secundária Progressiva – este

tipo de EM inicia-se com a forma clínica de surtos e,

à medida que o tempo passa, instala-se uma perda

gradual das funções, sendo as recuperações frequen-

temente incompletas;

4. Esclerose Múltipla Benigna – este tipo inicialmen-

te caracteriza-se por EM por Surto-Remissão mas,

após muitos anos, a incapacidade continua pratica-

mente inexistente ou muito reduzida.

Enf Luís Amaro

Esclerose Múltipla

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 8

“A satisfação de

muitas das nossas

carências humanas

provêm da interac-

ção com as outras

pessoas, e o nosso

êxito depende da

capacidade de co-

municar. “

Existem muitas e variadas definições

de comunicação, mas etimologica-

mente, comunicar é tornar comum

uma informação, uma ideia ou uma

atitude. Em todo o relacionamento

humano a comunicação é um processo

fundamental.

Elhart et al (1983), referem que a

necessidade de comunicar é Univer-

sal. Quando duas ou mais pessoas se

encontram juntas, verifica-se a ten-

dência para o estabelecimento de

qualquer espécie de comunicação,

uma vez que o indivíduo depende dos

outros no que respeita à satisfação

das suas carências, sejam elas físicas,

ambientais ou psicológicas.

A comunicação é um processo tran-

saccional, no qual as pessoas cons-

troem significados e desenvolvem ex-

pectativas sobre o que acontece com

elas próprias e com os outros, através

da troca de símbolos e, de certo modo,

põem em comum um entendimento

recíproco. É um processo complexo de

interacção simbólica, essencial e im-

prescindível ao relacionamento hu-

mano, que compreende a emissão e

recepção de mensagens codificadas,

integra um sinal, que é o estímulo e

que tem significado através de men-

sagens que fornecem informações

(Ferreira, 1996).

Para o mesmo autor, o indivíduo é

por natureza um ser social e por isso

os seus comportamentos de relação

com o meio são essenciais à sua so-

brevivência. Socialmente, aquilo que

se diz, partilha, vive ou ambiciona-

mos está intimamente ligado aos nos-

sos valores, interesses e motivação,

ou seja, comunicação.

Para Kron e Gray (1987), a comunica-

ção é a troca de ideias ou informa-

ções, é mais do que dizer palavras,

está presente em todos os momentos

e em todas as actividades. Sendo as-

sim, é indiscutível a

sua necessidade e

importância, pois é o

elo que permite a in-

teracção, quer com os

elementos da equipa

de saúde, quer com os

utentes.

Segundo Chiavenato

(1987), as organiza-

ções são constituídas

de pessoas e constitu-

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Comunicação

Página 9

Continua na página seguinte

Os tipos de comunicação estão di-

recta ou indirectamente relaciona-

dos com a forma como se comunica e

com o que se comunica.

Henderson (1984), refere que a

comunicação é uma das actividades

da vida diária. É mais do que

pronunciar palavras, ela

proporciona a estrutura básica em

que as pessoas vivem e trabalham

juntas. É a base da compreensão e o

respeito mútuo, tão essenciais às

nossas relações com a equipa de

saúde e com os doentes.

Watzawick et al, citado por Little-

john (1988), apresenta uma análise

da definição baseada em princípios

sistémicos. Um sistema pode ser

definido como um conjunto de

objectos que se interrelacionam

mutuamente para formar um todo

único.

Os mesmos autores acrescentam

que um relacionamento é um

padrão de interacção entre pessoas.

Estas fixam para si mesmas, um

certo número de regras de

interacção, que passam a reger os

seus comportamentos

comunicativos.

Apresentam ainda cinco regras da

comunicação que influenciam o com-

portamento: os cinco axiomas bási-

cos da comunicação:

1. Axioma - "É impossível não

comunicar".

Estarmos permanentemente a

comunicar porque há equivalência

entre comunicação e

comportamento. Todo o

comportamento é comunicação e

toda a comunicação é

comportamento. A própria tentativa

de evitar a interacção, é em si

mesma uma espécie de interacção.

Qualquer comportamento

perceptível é potencialmente

comunicativo.

2. Axioma - "Toda a comunicação

tem dois níveis: conteúdo e relação".

Conteúdo diz respeito à informação,

é a mensagem ou conteúdo.

Relação é a forma como se

comunica.

A mensagem é de um nível lógico

mais baixo e a relação é de um nível

mais alto.

3. Axioma - "Toda a comunicação é

pontuada".

Para a compreendermos temos de

atender à sequência diferencial dos

factos. Ou seja, a comunicação é um

anel de comunicação (feed-back),

então não há começo nem há fim da

comunicação, a não ser se a pon-

tuarmos. Cada um é que vai definir

o princípio e o fim da comunicação,

ou seja a sequência comunicacional.

Pode, no entanto haver desfazamen-

to de pontuação, o que muitas vezes

leva ao desentendimento.

4. Axioma - “Há dois modos princi-

pais de comunicação: digital e ana-

lógica”.

Digital ou verbal, é bastante codifi-

cada, levando por isso a menos equí-

vocos.

Analógica ou não verbal ou

paraverbal, é pouco codificada, é

mais rica mas leva a mais

equívocos.

5. Axioma - "Na comunicação

humana há dois modelos de

interacção: complementar e

simétrico".

Complementar, porque existe uma

complementaridade entre os dois

interlocutores, no sentido do

aumento das diferenças entre

ambos. Existem diferenças de

conhecimentos, vivências entre os

comunicantes, um completa o outro.

Simétricas, refere-se à semelhança

cada vez maior dos comunicantes, o

que requer um investimento igual

dos dois.

Comunicar é envolver-se efectiva-

mente (sentimentos/acções); é com-

preender o tipo de personalidade do

outro, porque a comunicação é tam-

bém uma expressão afectiva, impli-

cando pelo menos interacção entre

duas personalidades. Para Dias

(1989), a personalidade é o conjunto

de estruturas e processos psicológi-

cos subjacentes e relativamente es-

táveis, que organizam a experiência

humana e moldam as acções e reac-

ções da pessoa ao meio ambiente.

Como refere Pereira (1996), a

comunicação é o intercâmbio de

ideias, atitudes e informações.

Sendo assim, o modo como uma

pessoa se veste e fala, o que faz e

como faz revela-nos dados sobre a

sua ocupação, instrução e cultura.

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 10

(Continua na página seguinte)

A mesma autora considera que

existem factores facilitadores e

inibidores que interferem na co-

municação.

Factores facilitadores:

● Linguagem clara, precisa,

compatível com a idade, educação

e cultura;

● Comunicação não verbal:

Não apresentar pressa;

Sorrir ( é a maneira mais fácil

de transmitir segurança,

compreensão e interesse);

Estimular o diálogo através de

uma comunicação empática;

Reflectir quando o doente se

sente mal no momento;

Clarificar em caso de dúvida;

Sumariar (resumir) e facilitar a

expressão de sentimentos

íntimos e emoções.

Factores inibidores

● A rotina;

● A perda de identidade, de inde-

pendência, de privacidade;

● Conceito de bom doente (aquele

que é prestável, gentil, sem quei-

xas);

● Dar prioridade à comunicação

entre os técnicos em detrimento do

doente;

● O sofrimento e a morte provo-

cam distanciamento e isolamento;

● O deixar para o final depois de

se ter criado um clima de confian-

ça.

A comunicação faz parte integran-

te da prática do Enfermeiro, quer

como receptor, quer como emissor

e é fundamental para a transmis-

são de sentimentos, pensamentos,

emoções, sendo por isso vital para

a prática da Enfermagem, em que

o Cuidar exige uma relação efecti-

va entre o enfermeiro e o doente.

Lima Basto (1998), refere a esse

respeito que,

“A comunicação terapêutica

enfermeira – doente distingue

-se da comunicação terapêuti-

ca entre outros profissionais

de saúde e os seus clientes

pela sua finalidade. A finali-

dade é atingir o maior nível

de bem-estar e independência

possível nas decisões e reali-

zação das actividades quoti-

dianas (...).”

Todos nós temos responsabilida-

des na melhoria das técnicas de

comunicação, o que pressupõe co-

nhecimento, empenhamento, coo-

peração para aumentar o envolvi-

mento e participação no cumpri-

mento dos objectivos da Organiza-

ção.

Diariamente o enfermeiro actua

como receptor de mensagens, ten-

do de ser capaz de promover um

clima de confiança, em que a escu-

ta e a observação têm de se coor-

denar no sentido de compreender

o que o doente lhe quer transmi-

tir, quer verbal quer não verbal-

mente, mas também como emis-

sor, transmitindo mensagens de

compreensão e de ajuda.

Para Travelbee, citado por Marri-

ner (1989), citado por Saraiva

(1999),

“A comunicação é um pro-

cesso que pode permitir à en-

fermeira estabelecer uma rela-

ção de humano a humano e

portanto cumprir com o pro-

pósito da Enfermagem, isto é,

ajudar os indivíduos e famí-

lias a evitar, ou a fazer frente,

à experiência de doença e so-

frimento, e se necessário aju-

dá-los a encontrar um signifi-

cado na dita experiência”.

É um processo que se pode conside-

rar baseado na verdade e no respei-

to, fundamentais para a eficácia dos

cuidados de enfermagem prestados.

É a partir da Comunicação, que a

intervenção de enfermagem faz sen-

tido na identificação das necessida-

des do doente sendo, como refere

Atkinson (1989) “...denominador

comum de todos os instrumentos

básicos da enfermagem”.

Para a mesma autora há três activi-

dades ou sub-processos que com-

põem o processo da comunicação:

receber, processar e transmitir in-

formação.

O mesmo autor refere ainda que,

“... Como uma técnica de en-

fermagem, a comunicação

envolve mais do que a moda

verbal ou falada de se relacio-

nar...alguns factores agem no

sentido de influenciar a men-

sagem recebida no processo de

comunicação. Estes factores

são a idade, o momento cer-

to... a territorialidade... a dis-

tância, o sexo, a cultura... a

credibilidade... as atitudes... o

enfermeiro deve usar essa co-

municação terapêutica ou téc-

nicas de comunicação, tal co-

mo a escrita activa, a reflexão,

perguntas abertas, esclareci-

mentos, sumário, silêncio...”

Para que tudo isto se desenvolva,

os enfermeiros necessitam de co-

nhecimentos na área das técnicas

de comunicação, mas também

precisam desenvolver uma obser-

vação atenta e uma relação de

ajuda eficaz.

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 11

CONCLUSÃO

A elaboração deste trabalho permi-

tiu-me fazer algumas reflexões so-

bre a comunicação. Este, é sem du-

vida um processo muito complexo e

devemos ter consciência disso para

sermos mais cuidadosos quando co-

municamos, não só com os familia-

res ou doentes mas com todos os

profissionais no seio da equipa. Con-

tudo, não é fácil se pensarmos em

todos os factores que interferem na

comunicação e que podem ser obstá-

culos à mesma. É possível, por

exemplo, que nem sempre somos

coerentes entre aquilo que comuni-

camos verbalmente e não verbal-

mente. Tal como refere Ferreira

(1996) “… mesmo quando as inten-

ções são transparentes, os objectivos

claros, há sempre mal-entendidos,

mal-ditos e mal-percebidos”.

Como enfermeiros não nos podemos

esquecer que o cuidado e as relações

humanas estão intimamente relaci-

onados. É por isso necessário culti-

var uma sensibilidade que nos per-

mita um desenvolvimento humanis-

ta, recorrendo às melhores estraté-

gias comunicacionais e de interac-

ção, para que no acto de cuidar, in-

dependentemente das situações,

possamos manter um equilíbrio en-

tre ciência e humanismo.

Como enfermeiros de reabilitação,

teremos muito trabalho para desen-

volver e aperfeiçoar em torno desta

temática “promotora de cuidados de

qualidade”.

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Guida Cruz

BOLETIM INFORMATIVO USF GLOBAL Nº2

Página 12

EVENTOS CIENTÍFICOS 2014 4º trimestre

Evento Científico DATA Local/Organização

“Outras Dimensões da Medicina – En-

contros às 6ªs na Pediatria” 1ºTema: ÉTICA

03/10/2014 (bimestralmente, na

primeira 6ª feira, entre

as 14 e as 18h)

Departamento de Pediatria do CHLN/Faculdade de Medicina de Lisboa

1ªs Jornadas da USF São Domingos 3 e 4-10-2014 USF de S. Domingos, ACES Lezíria

6º Encontro do S. de Psiquiatria e Saúde

Mental do C.H.Leiria 10-10-2014 Centro Hospitalar de Leiria

Mesa Redonda "A doença do Alcoolis-

mo e como afeta a família" 16-10-2014 Auditório do ACES de Sete Rios, Lisboa

Reunião dos 25 anos da Rede de Médi-

cos Sentinela: "A Investigação em Medi-

cina Geral e Familiar"

17-10-2014 Ordem dos Médicos no Porto

“1as Jornadas do GIMGAS* – Do Con-

ceito à Prática” 17-10-2014

Almada, *Grupo de Internos de Medicina Geral e Familiar de Almada Seixal; APMGF; CIM-GFLVT

15º Congresso Nacional de Pediatria 18-10-2014 Albufeira

III Jornadas d´O Companheiro - Percur-

sos em Liberdade: Cidadania e Empre-

gabilidade

23-10-2014 Auditório Carlos Paredes, Benfica, (DICAD)

13º Encontro Nacional de Internos e

Jovens Médicos de Família 24 e 25-10-2014 Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril

I Colóquio + Workshop sobre

"Preparação de Antineoplásticos" 25-10-2014 IPO Coimbra

1ªs Jornadas dos Secretários Clínicos -

EXISTIR 2014 25-10-2014 Centro de Saúde Sete Rios, Lisboa

XXII Jornadas de Pediatria de Leiria e

Caldas da Rainha 27 e 28/10/2014 Centro Hospitalar de Leiria

“Reunião de Cuidados Paliativos Pediá-

tricos" 29-10-2014 Coimbra, Anfiateatro do H.Ped.Coimbra

Conferência "Saúde Mental em Portu-

gal: que respostas?" 07-11-2014

Estremoz (Fund.Romão de Sousa-Casa de Al-ba,Comunidade Terapeutica)

X Congresso Nacional de Psiquiatria 13 a 15/11/2014 Vilamoura

Escola de Outono da APMGF - 2014 19 a 22/11/2014 APMGF, Praia da Consolação (Peniche)

XXVII Fórum de Dermatologia 21 e 22/11/2014 Serv.Dermatologia C.Hosp.Porto - Hospital de Santo António; APMGF

Simpósio APTFeridas 2014 - "Infeção e

Qualidade: Que desafios" 27 e 28/11/2014 Exponor, Porto

Workshop - " Medicina do Viajante " 29-11-2014 Aula Magna do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa

XXX Jornadas de Cardiologia, Hiperten-

são e Diabetes 15 a 17/1/2015 Sesimbra

Encontro Luso galaico - "As adições no

Século XXI" 26 a 27-02-2015 Vigo - Espanha

9º Congresso Português de Hipertensão

e Risco Cardiovascular Global” 26-02 a 01-03-2015 Vilamoura

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PALAVRAS DE MESTRE

Colaboradores nesta Edição: Guida Cruz, Luís

Amaro, Raquel Osório, Licínio Fialho, Susana

Santos.

FICHA TE CNICA

Publicação trimestral

Caixins

2450-125 Nazaré

Telefone: 262 569 120

Fax: 262 561 938

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"Não é por as coisas serem difíceis que não temos ousadia.

É por não termos ousadia que as coisas são difíceis."

Séneca (4 aC-65)

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