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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde Curso de Psicologia Núcleo 2.5 Saúde Mental (2012) Rua Monte Alegre, 984 - Perdizes - São Paulo/SP – CEP 05014-901 http://www.pucsp.br/ - [email protected] 1 Núcleo 2.5 - Intervenção em saúde mental: aspectos da prevenção e da promoção de saúde em instituições destinadas ao cuidado com a adolescência e a maternidade DEPARTAMENTOS ENVOLVIDOS: Departamento de Psicodinâmica COORDENADOR: Elisa Maria de Ulhoa Cintra PROFESSORES: Maria Cristina Borja Gondim Paula Regina Peron Regina Célia Cavalcante de Carvalho (Chu) ÊNFASE: PSICOLOGIA, PRÁTICAS CLÍNICAS E SAÚDE. JUSTIFICATIVA: A idéia de prevenção é uma preocupação fortemente enfatizada na contemporaneidade. Segundo o relatório da OMS (Genève, 2002), é necessário mover esforços na interface da prevenção e da promoção de saúde no campo da saúde mental, entendendo a prevenção como interessada em evitar o surgimento das doenças, enquanto a promoção é relacionada à melhora da saúde e do bem-estar. Elementos preventivos e promocionais podem estar presentes dentro do mesmo programa, com significados diferentes. Assim, (Genève, 2002) “prevenir desordens mentais não apenas envolve atingir fatores de risco e sintomas precoces da doença, mas também envolve promover atividades associadas que melhorem a qualidade geral de vida das pessoas e da sociedade”. No campo da prevenção primária interessa empreender esforços que, atingindo fatores de risco em períodos específicos do desenvolvimento, permitam evitar o aparecimento de doenças, transtornos mentais ou prejuízos de naturezas diversas ao desenvolvimento. Este aspecto prepondera nas atividades que instrumentalizam a ação preventiva em instituições dedicadas ao amparo e ao cuidado de indivíduos em situações de crise e grandes mudanças, como é o caso da situação próxima à maternidade e ao puerpério, do cuidado dos bebês e também da adolescência. Estas ações podem ser desenvolvidas através de, por exemplo, observação da relação mãe-bebê, de atuação reflexiva e informativa junto às gestantes e famílias e também junto a adolescentes, visando aumentar as chances de que o suprimento ambiental favoreça o adequado desenrolar do processo de desenvolvimento.

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde

Curso de Psicologia Núcleo 2.5 Saúde Mental (2012)

Rua Monte Alegre, 984 - Perdizes - São Paulo/SP – CEP 05014-901

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Núcleo 2.5 - Intervenção em saúde mental: aspectos da prevenção e da promoção de saúde em instituições destinadas ao cuidado com a adolescência e a maternidade

DEPARTAMENTOS ENVOLVIDOS: Departamento de Psicodinâmica

COORDENADOR: Elisa Maria de Ulhoa Cintra

PROFESSORES:

Maria Cristina Borja Gondim

Paula Regina Peron

Regina Cél ia Cava lcante de Carvalho (Chu)

ÊNFASE: PSICOLOGIA, PRÁTICAS CLÍNICAS E SAÚDE.

JUSTIFICATIVA:

A idéia de prevenção é uma preocupação fortemente enfatizada na contemporaneidade. Segundo o relatório da OMS (Genève, 2002), é necessário mover esforços na interface da prevenção e da promoção de saúde no campo da saúde mental, entendendo a prevenção como interessada em evitar o surgimento das doenças, enquanto a promoção é relacionada à melhora da saúde e do bem-estar.

Elementos preventivos e promocionais podem estar presentes dentro do mesmo

programa, com significados diferentes. Assim, (Genève, 2002) “prevenir desordens mentais não apenas envolve atingir fatores de risco e sintomas precoces da doença, mas também envolve promover atividades associadas que melhorem a qualidade geral de vida das pessoas e da sociedade”.

No campo da prevenção primária interessa empreender esforços que, atingindo fatores de risco em períodos específicos do desenvolvimento, permitam evitar o aparecimento de doenças, transtornos mentais ou prejuízos de naturezas diversas ao desenvolvimento. Este aspecto prepondera nas atividades que instrumentalizam a ação preventiva em instituições dedicadas ao amparo e ao cuidado de indivíduos em situações de crise e grandes mudanças, como é o caso da situação próxima à maternidade e ao puerpério, do cuidado dos bebês e também da adolescência. Estas ações podem ser desenvolvidas através de, por exemplo, observação da relação mãe-bebê, de atuação reflexiva e informativa junto às gestantes e famílias e também junto a adolescentes, visando aumentar as chances de que o suprimento ambiental favoreça o adequado desenrolar do processo de desenvolvimento.

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À medida que os psicanalistas se aproximaram do estudo da infância e da adolescência conjugando os pensamentos de autores como Spitz, Klein, Winnicott, Mannoni, Fonagy além de Freud e outros, eles têm fornecido elementos suficientes a respeito da formação da vida mental, que nos permitem conhecer com razoável segurança todo o circuito dos seus primórdios.

A aquisição desses conhecimentos capacita-nos a ingressar na área da prevenção,

onde o psicólogo foi até recentemente pouco atuante, mas na qual, gradualmente, vem ocupando espaços, o que se reflete no aumento do número de publicações que têm este foco. É, portanto, área ainda não saturada, o que significa aumento do campo de atuação e do mercado de trabalho para os profissionais psicólogos, não só nos atendimentos realizados nos consultórios particulares, mas principalmente nas instituições educacionais e de saúde, em atividades ambulatoriais. Neste último caso, acentua-se seu potencial irradiador de benefícios para a comunidade, por ações preventivas que abrangem momentos críticos do processo de desenvolvimento, reforçando seu impacto para a melhoria das condições de vida da população e promoção de saúde em seu sentido mais amplo.

O núcleo abordará a prevenção e a promoção em saúde mental, como foco principal

de sua estrutura. Elegemos dois momentos cruciais do processo de desenvolvimento e construção da subjetividade: a maternagem e a adolescência que, guardadas suas especificidades, possuem importante ponto de contato em termos dos delicados manejos necessários para viabilizar o bom fluxo do processo de desenvolvimento.

Por adotar uma perspectiva psicanalítica o núcleo entende que o homem é o produto

de sua história, da influência de seu mundo externo, mas também das metabolizações que dela faz sua mente, mesclando-as com seus anseios, desejos e ilusões, concebendo-o como responsável pela construção do enredo de sua vida. O estudo da literatura sobre o desenvolvimento emocional do bebê, e do cuidado com as crianças e adolescentes em geral, revela que o ambiente no qual o ser humano nasce e se desenvolve é predominantemente de responsabilidade dos pais, mas também inclui a escola e o socius. Esta ambiência pode fracassar se não oferece ao sujeito uma relação amorosa e falhar em criar um clima de confiança, protegendo-o do imprevisível. Tal fracasso redunda no aparecimento de patologias dos mais variados tipos e graus de intensidade. Ainda segundo o relatório da OMS (Genève, 2002), “entretanto, uma vez que a desordem se desenvolveu, é ainda possível reduzir sua severidade, seu curso, sua duração e os prejuízos associados, tomando medidas preventivas ao longo de todo seu curso”.

Associam-se, assim, perspectivas de prevenção secundária e terciária à promoção de

saúde, no campo da saúde mental, entendida como ações tomadas no sentido de maximizá-la, e ao bem-estar, e de promover o seu valor, mais que o investimento na redução de sintomas e déficits. Nestes casos, representados em algumas das instituições parceiras, voltadas para a adolescência e gestantes, o núcleo tem feito intervenções com o foco na promoção da saúde mental, implementando ações que visem melhorar as condições no ambiente familiar, no trabalho ou na escola (instituição freqüentada pelo adolescente).

Por estar prevista em ambientes institucionais, a própria característica da atividade

define-a como uma atuação que põe o psicólogo em contato com outros profissionais, o que faz com que se configure como uma prática transdisciplinar.

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RELAÇÃO DO NÚCLEO COM A FORMAÇÃO ATÉ O 4º ANO:

O núcleo entende que o aluno necessitará de todos os conhecimentos adquiridos nas disciplinas que lhe forneceram subsídios sobre uma concepção de mente e seu processo de desenvolvimento, em especial as de orientação psicanalítica. Considera igualmente importante o treino adquirido em observação, psicodiagnóstico e teorias e técnicas psicoterápicas, entendidos como requisitos sobre os quais o trabalho será construído.

RELAÇÃO COM A ÊNFASE:

Esperamos que através do conteúdo anteriormente exposto tenhamos demonstrado que por levar em conta a dimensão subjetiva do processo saúde-doença e trabalhar com um conjunto de conhecimentos, competências e habilidades relativos à atuação do psicólogo na área da saúde nos níveis de promoção, prevenção e diagnóstico, o núcleo se situa na ênfase curricular Psicologia, Práticas Clínicas e Saúde.

Objetivos do Núcleo:

OBJETIVOS GERAIS

• Refletir sobre as demandas que se colocam e as oportunidades que se apresentam para o psicólogo no âmbito das instituições de saúde e da promoção social.

• Refletir sobre a função do psicólogo como agente promotor de saúde.

• Situar a especificidade da atuação do Psicólogo na equipe multiprofissional.

• Incentivar o interesse pela investigação clínica, visando à integração do ensino e da pesquisa e à busca constante de aprimoramento pessoal e profissional.

• Estimular a reflexão sobre a condição humana, as conseqüências do modo de funcionamento da sociedade contemporânea para o tecido social e o papel da Psicologia nesse contexto.

• Articular a atuação profissional do Psicólogo com a perspectiva da ética humanista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Preparar o aluno para trabalhar numa equipe transdisciplinar.

• Capacitar o aluno a perceber e diferenciar experiências consideradas geradoras e estimuladoras do desenvolvimento psíquico saudável, daquelas que são favorecedoras de patologias e desordens mentais.

• Capacitar o aluno para realizar diagnósticos sobre o desenrolar do processo de desenvolvimento psíquico e da construção da subjetividade, a partir de observações participantes.

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• Fornecer instrumentação teórico-técnica que capacite o profissional a exercer ações preventivas em instituições de saúde mental e outras de apoio a indivíduos em momentos de vida críticos.

• Preparar o aluno para realizar encaminhamentos de situações que exijam cuidados terapêuticos ou outras intervenções quando eles forem necessários.

• Possibilitar que o aluno construa ligações entre os conhecimentos já obtidos e as situações de observação clínica.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE AUTO – AVALIAÇÃO DO NÚCLEO:

O processo de auto-avaliação do núcleo acontece em diferentes momentos, ao longo de todo o ano, especialmente nas reuniões que periodicamente a equipe realiza para discussão do andamento do núcleo em geral, e de possíveis ajustes em relação às inevitáveis mudanças nas configurações das dinâmicas institucionais dos estágios.

Além disto, a equipe realiza reuniões com as equipes das instituições para

constantemente examinar se a parceria está cumprindo os pressupostos que dão embasamento às articulações teorias e práticas propostas pelo núcleo, e também para avaliar se os estágios estão contribuindo para atender às necessidades das instituições.

Diretamente com os alunos, a avaliação ocorre em dois momentos diferentes do

curso: na metade do ano e ao final. Considerando que estamos no 5º. ano, portanto, nos últimos espaços de formação, e entendendo nosso processo como uma parceria de aprendizagem, nestas duas ocasiões propomos aos alunos as seguintes questões - tanto para fazermos mudanças no ano corrente quanto visando propostas futuras:

1 – O núcleo ofereceu, em termos de conteúdos, estratégias e estágios o que foi proposto em seu programa inicial? 2 – O núcleo exigiu aquém ou além de suas possibilidades? Explicite como. 3 – Você sente que suas dificuldades e ou curiosidades foram acolhidas e respondidas pelos programas/professores/supervisores? 4 – Fez sentido para você esse conjunto de programas em suas relações com os estágios desenvolvidos? Que sugestões você teria? 5 – Em que o núcleo contribui com sua formação como psicólogo? 6 – Você tem sugestões de alterações, considerando a continuidade do núcleo nos próximos anos?

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Programa 1: Raízes da individualidade

Professor: Regina Cél ia Chu Cavalcantti de Carvalho

Nº créditos: 02

EMENTA:

O programa traba lha com o percurso da cr iança, de um estado de dependência absoluta, em di reção à diminuição gradual da dependência, tendendo ao estabelec imento da autonomia, procurando const ru i r uma v isão de conjunto coesa sobre o desenrolar do processo de desenvolvimento que possa ser ut i l izada como um eixo referenc ia l tanto para a observação quanto para a compreensão e discr iminação das s i tuações re lac ionais entre pa is e f i lhos. Em nossa cultura, quando pensamos na construção de um ambiente suf ic ientemente bom, somos levados a re f let i r e compreender as re lações fami l ia res, invest igando a melhor forma de oferecer às pessoas uma inst rumentação que as auxi l ie nesta tarefa.

OBJETIVOS:

• Caracter izar a especi f ic idade do func ionamento do aparelho psíquico para Freud, Kle in e Winn icot t . O programa v isa empreender um mergu lho no pensamento de D. Winn icot t , ut i l izando-se de Freud e Klein como a necessária re ferência de contexto para o pensamento daquele autor. Devido a esta característ ica de vert ical idade, estuda a const i tu ição do suje i to do ponto de vista psicana lí t ico e a part i r do vínculo básico com o adulto cuidador, ta l como proposto por Winnicot t .

• Fornecer e lementos para a compreensão do iníc io do desenvolvimento psicof ís ico aprofundando a noção de cuidado materno-ambienta l e de manejo do adulto cu idador como fundamentais no equi l íb r io do binômio autonomia-dependência. Aqui a noção de ambiente será foca l izada como conceito faci l i tador e de alcance ext ra-famil iar, que dá conta de pensar a inserção do su je i to na Cultura.

• Apresentar o concei to de t ransiciona l idade como fundamental para que se compreenda a dinâmica própr ia da ado lescência e a part ic ipação do suje i to no mundo cu ltural , ident i f icando s i tuações em que o caminho adolescente requer cuidados específ icos.

• Ident i f icar perturbações, turbulências, d istúrbios e prejuízos desde os pr imórd ios do desenvo lvimento. O que fa lhou ou pode fa lhar?

• Desenvo lver capacidades de intervenção tendo em v ista as caracterís t icas das populações-alvo: mães adolescentes, cuidadores, mães-subst i tutas e inst i tu ições.

• Fomentar, sens ib i l izar e inst rumenta l izar o a luno para as prát icas públ icas de saúde com atendimentos grupa is de qual idade.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1ª unidade: A díade mãe/bebê Ocupa-se do in íc io da vida onde a cond ição de dependência tem lugar de destaque. A exigência básica é da ordem do invest imento maciço e requer del icadeza e suavidade dos cuidadores para deixar ser. Discute-se a natureza do vínculo bem como as poss ib i l idades de operar o cuidado. • A noção de cuidado como este io (para cu idar da cr iança pequena ou bebê a

mãe têm que estar provida pelo “pa i ”) ou est rutura fami l ia r • A estrada principa l: a cr iança tende ao desenvolv imento • binômio dependência/autonomia • Teor ia do víncu lo e potência cr iat iva 2ª unidade: Posições Tardias Termo cunhado pelo Dr. Oswaldo Dante Mi l ton d i Lore to – esta unidade tem por f inal idade abordar as fa lhas materno-ambienta is e as impl icações da frust ração como fator const i tut ivo do amadurecimento. Estuda ainda a noção de ambiente como conceito fac i l i tador e de alcance ext ra-famil ia r bem como a inserção do su je i to na cultura. • manejo (hold ing) como escada para a subjet iv idade • A capacidade de SER • A capacidade de ser s i mesmo a part i r da p lur i fo rmidade • A agress iv idade const i tut iva do humano a serv iço da edi f icação do colet ivo • Alcançando a capacidade de ser só a dois : separação ou al ter idade? • Discussão de Caso Cl ín ico – “POWEL” 3ª unidade: A Transic ionalidade e o Mundo Cultural Considerando-se o estabelecimento e o sucesso das fases in ic ia is de desenvolv imento pretende-se veri f icar o uso que o suje i to é capaz de fazer dos objetos. A c l ín ica da trans iciona l idade propõe um ind ivíduo cr ia t ivo capaz de l idar e gerenciar s i tuações no e do cot id iano. • A trans ição adolescente ou o caminho do meio • Falso e verdadeiro self • Museu da pessoa: eu sou • Aconselhando os pa is • Signif icado da palavra Democrac ia 4ª unidade: Seminários crít icos sobre o trabalho c l ínico Considerando que no segundo semestre os alunos estão desenvo lvendo seus estágios já há algum tempo e que este será seu úl t imo semestre de trabalho na faculdade, propõem-se estes seminários (em 2008 correspondeu a um crédito no segundo semestre) com objet ivo de ref let i r sobre a experiênc ia cl ín ica e as concepções de traba lho que podem nortear seu desenvolvimento a part i r de agora.

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FORMAS DE AVALIAÇÃO:

O aluno será ava l iado pela presença obr igatór ia de 75% do tota l de aulas min ist radas, e a soma de 2 (duas) notas at r ibuídas a um relatór io de estágio por semest re cu jo obje t ivo é ver i f icar a adequação e bom uso dos conceitos apresentados e capacidade de art iculação teórico-prát ica.

BIBLIOGRAFIA:

a) Bibliografia Básica

1. WINNICOTT, D.W. (1988) Desenvolv imento emocional pr imit ivo . ; Psicose e cuidados maternos.; Preocupação materna pr imár ia. ; A tendência ant i -socia l . ; O ódio na contratransferência; e A agressão e sua re lação com o desenvolv imento emocional. In: Da Pediatria à Psicanálise . Rio de Janeiro: Francisco A lves.

2. ____(1990) A capacidade para estar só; O desenvolv imento da capacidade de se preocupar; A integração do ego no desenvolv imento da cr iança.; Cordão uma técn ica de comunicação; Comunicação e fa l ta de comunicação levando ao estudo de certos opostos; Dependência no cu idado do lactente, no cuidado da cr iança e na si tuação psicanal í t ica; e Distorção do ego em termos de verdadeiro e fa lso se lf . In: O ambiente e os processos de maturação . Porto Alegre: Artes Médicas

3.____ (1975) Objetos Transacionais e Fenômenos Transacionais; O Brincar: A atividade criativa e a busca do Eu (self); A criatividade e suas origens; A localização da Experiência Cultural e O lugar em que vivemos. In: O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago.

b) Bibliografia Complementar

1. ABADI, S. (1998) O desenvolvimento da agressão. In: Transições. São Paulo: Casa do Psicólogo.

2. OUTEIRAL, J. (1997) Sobre a concepção de pai na obra de D. W. Winnicott. In: Donald Winnicott na América Latina: Teoria e Clínica Psicanalítica. Rio de Janeiro: Revinter Ltda.

3. SAFRA, G. (1995) Momentos Mutativos em Psicanálise . São Paulo: Casa do Psicó logo.

4. WINNICOTT, D.W. (1994) O medo do colapso; O uso de um objeto e relacionamento através de identificações; e Ilustração Clínica de O uso de um Objeto. In: Explorações Psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

5.____ (1993) Aconselhando os pais. Algumas considerações sobre o significado da palavra Democracia. In: A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes.

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Programa 2: Ser com o outro: patologias psico-sociais

Professor: Maria Cristina Borja Gondim

Nº créditos: 02 créditos

EMENTA:

O estudo da literatura das décadas de 1980 e 1990 evidencia que os trabalhos escritos pelos psicanalistas vêm mostrando que a capacidade de se dar conta dos estados mentais próprios e alheios é fruto do processo de desenvolvimento emocional. A psicanál ise vem progress ivamente assumindo que a construção da mente e das self representações não são característ icas inatas, mas decorrem de uma sedimentação contínua dos vínculos estabelecidos pe la cr iança com os adultos que dela se encarregam.

O cuidado com as crianças e adolescentes em geral, revela que o ambiente no qual o

ser humano nasce e se desenvolve é predominantemente de responsabilidade dos pais. Se este ambiente falha em oferecer à criança, através de uma relação amorosa, condições para o desenvolvimento de sua mente, tal fracasso redundará no aparecimento de patologias dos mais variados tipos e graus de intensidade.

O programa visa capacitar o aluno a compreender e identificar características

patológicas do funcionamento psíquico e da constituição das representações do eu, sempre pensados como decorrentes e construídos a partir das relações com o adulto cuidador.

OBJETIVOS:

O objetivo geral do programa é possibilitar que o aluno desenvolva capacidades para avaliar diferentes situações da perspectiva da prevenção-promoção em saúde mental, e instrumentalizá-lo nas teorias psicanalíticas contemporâneas que abordam as condições básicas necessárias para a construção do funcionamento psíquico saudável e patológico.

Objetivos específicos:

• Conceituar e discriminar prevenção e promoção de saúde no campo da saúde mental, • Estudar projetos na interface prevenção-promoção que atinjam a qualidade geral de vida

das pessoas e da sociedade, • Definir como a realidade psíquica se origina e se desenvolve a partir das relações com o

adulto cuidador, • Identificar fatores de risco em períodos específicos do desenvolvimento, • Discriminar sintomas precoces de doença mental, • Desenvolver capacidades de intervenção tendo em vista as características das

populações-alvo: mães adolescentes, cuidadores, mães-substitutas e instituições,

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• Desenvolver a capacidade de relacionar os conceitos com os fatos clínicos CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Unidade I – Prevenção e Promoção em Saúde Mental Nesta unidade procuraremos: a) esclarecer os conceitos de Promoção e Prevenção b) estudar seus fundamentos históricos e epistemológicos c) discutir programas sociais em vários níveis de governo à luz dessas propostas d) discutir a adequação das propostas e como viabilizá-las em nossas instituições parceiras

(estágio) Unidade II – Relações Precoces e o Funcionamento Normal da Realidade Psíquica A unidade pretende: a) discutir os estudos que vêem sedimentando cada vez mais a influência do espelhamento do adulto cuidador para a construção das representações das experiências emocionais. b) descrever os vínculos de apego seguro apresentando aos alunos alguns elementos que contribuem para a psicopatogênese. c) estudar como se constrói a noção de mente própria e mente alheia, e a construção da “barreira” que nos permite vivenciar e discriminar uma dimensão interna de uma dimensão externa. Unidade III - Relações Precoces Traumáticas e Patologias Psíquicas Nesta un idade examinaremos as conseqüências para a organização do psiquismo de experiências t raumát icas ta is como abuso sexual , abandono, descaso e ódio crônicos. A partir de relatos clínicos, examinaremos as patologias decorrentes das falhas da instalação das funções descritas na Unidade II. Será int roduzido o pensamento de Wil f red Bion para caracter izar o d istúrbio Psicót ico de Pensamento (t ransformações em alucinose). Unidade IV – Análise de Diferentes Tipos de Intervenção na Prática Clínica Nesta unidade pretendemos reforçar a atividade clínica do aluno, através do exame de artigos que contêm relatos de atendimentos, de forma a propiciar através de uma análise crítica a discriminação e a percepção dos objetivos de diferentes tipos de “verbalização” terapêutica. FORMAS DE AVALIAÇÃO:

O aluno será avaliado pela presença, participação em exercícios na sala de aula e pelo uso da fundamentação teórica no relatório do estágio (um por semestre), como forma de demonstrar sua capacidade de articulação da clínica com a teoria.

BIBLIOGRAFIA:

a) Bibliografia Básica

1. CZERESNIA, D. – O conceito de saúde e a diferença ente prevenção e promoção in: Cadernos de Saúde Pública, v. 15 (4), 701-710, 1999

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2. FONAGY, P. e TARGET, M. - Brincando com a realidade I – Teoria da mente e o desenvolvimento da realidade psíquica, Livro Anual de Psicanálise, XII, 11-26, 1996

3. LORETO, O. di - Posições tardias: contribuição ao estudo do segundo ano de vida. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007

b) Bibliografia Complementar

1. BOWLBY, J. - O papel do apego no desenvolvimento da personalidade in: Uma Base Segura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989

2. GREENBERG, J. R. - Psicanálise Interpessoal in: Relações objetais na teoria psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994

3. LECANNELIER, F. - Estrategias de Intervención Temprana en Salud Mental in: Revista Psicología & Sociedad, Janeiro 2006

4. SICOLI, J. E NASCIMENTO, P. – Promoção de saúde: concepção, princípios e operacionalização, Interface - Comunic, Saúde, Educ, v7, n12, p.101-22, fev 2003

5. STEFFEN, M. - Delinqüência: privação, trauma e passagem ao ato in: Pulsional Rev. de Psicanálise, ano XIX, n. 188, 82-86, dezembro/2006

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Programa 3: Condição humana, família e subjetividade

Programa 3A - ADOLESCÊNCIA: MUDANÇAS SUBJETIVAS NECESSÁRIAS

Professor: Elisa de Ulhoa Cintra

Nº créditos: 03 créditos – 1º semestre

EMENTA:

O programa estuda a partir de Melanie Klein e autores pós kleinianos a construção do sujeito psíquico e seus momentos críticos, passagens e oscilações da posiçao esquizo-paranóide para a posição depressiva, os estágios primitivos do complexo de Édipo, a elaboração da posição depressiva nos cinco primeiros anos de vida e a retomada destas primeiras elaborações e suas crises e impasses na adolescência e no processo analítico.

Pretendemos mostrar que há uma coexistência entre aspectos primitivos e maduros

da experiência e uma relação dialética entre as posições esquizo-paranoide e depressiva. As posições serão entendidas como estados de ser e modos de funcionamento. A experiência da criança de ser “um” com a mãe e a experiência de ser separada dela coexistem e se alternam nos primeiros anos de vida e esta alternância irá reaparecer na adolescência e na vida adulta. O desenvolvimento não segue uma ordem linear, mas os diversos estados de ser convivem de maneira dialética, mutuamente negando-se e substituindo-se uns aos outros.

Os diversos casos clínicos presentes nos textos serão discutidos e analisados.

OBJETIVOS:

• Caracterizar a especificidade do funcionamento do aparelho psíquico do ponto de vista psicanalítico a partir do vínculo básico com o adulto cuidador. Estabelecer os vínculos entre o complexo de Édipo e a elaboração da posição depressiva.

• Mostrar como o processo adolescente vem se alongando através dos tempos e

compreender a adolescência como uma resignificação edípica

• Compreender o adolescente envolvido com comportamentos anti-sociais

• Desenvolver capacidades de intervenção tendo em vista as características das populações-alvo: mães adolescentes, cuidadores, mães-substitutas e instituições.

• Fomentar, sensibilizar e instrumentalizar o aluno para as práticas públicas de saúde com

atendimentos grupais de qualidade.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1ª unidade: Tornar-se um sujeito psíquico Aulas teóricas e discussão a partir dos dois textos de Melanie Klein a respeito da posição depressiva: Klein (1935) Uma contribuição à psicogênese dos estados depressivos e (1940) O luto e sua relação com os estados maníaco depressivos. Leitura do livro Melanie Klein: estilo e pensamento de Cintra e Figueiredo para acompanhar a compreensão dos textos kleinianos. Leitura dos textos de Ronald Britton: (1985) O Édipo na posição depressiva e (1998) Antes e depois da posição depressiva. 2. Consequências de uma boa ou má resolução do Complexo de Édipo e da boa resolução da posição depressiva Leitura de um texto de Hanna Segal (1957) sobre a formação de símbolos que trata da entrada da criança no universo simbólico. Leitura de dois textos de Edna O´Shaughnessy (1983) Palavras e elaboração e (1988) O complexo de Édipo invisível que tratam respectivamente da boa e da má resolução do Complexo de Édipo, através do estudo de casos clínicos. Leitura de dois textos de Steiner sobre o equilíbrio entre a posição esquizo-paranóide e a posição depressiva (1979) e sobre os Refúgios autistas (1993), através de exemplos clínicos.

3. Adolescência prolongada

Leitura de texto de Winnicott sobre adolescência em “A família e o desenvolvimento individual”(Adolescência. Transpondo a zona das calmarias); também em “O brincar e a realidade” (Conceitos contemporâneos de desenvolvimento adolescente e suas implicações para a educação superior) Leitura de texto de Ferrari,A – “Adolescência: o segundo desafio” considerações psicanalíticas, de Aberastury e Knobel: “Adolescência Normal” um enfoque psicanalítico, e Cintra, E. “Adolescência prolongada”.

4. O adolescente e a tendência anti-social

Leitura de textos de Winnicott do livro Privação e delinquência

5. Retorno à questão “tornar-se um sujeito”

Leitura de um texto de Robert Caper, O brincar, a experimentação e a criatividade. (1996). Reflexão sobre o processo de tornar-se um sujeito a partir do livro Sujeitos da Psicanálise de Thomas Ogden (1996).

FORMAS DE AVALIAÇÃO:

O aluno será avaliado pela presença e participação em exercícios na sala de aula, além de um relatório de estágio cujo objetivo é verificar a adequação e bom uso dos conceitos apresentados e capacidade de articulação teórico-prática.

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BIBLIOGRAFIA:

a) Bibliografia Básica

1. ABERASTURY, A. e Knobel, M. – Adolescência Normal. Porto Alegre, Artes Médicas, 1981 2. KLEIN, M. (1935) Uma contribuição à psicogênese dos estados depressivos in KLEIN, M.

Obras Completas de Melanie Klein. Coord.Editorial Elias Mallet da Rocha Barros. Rio de Janeiro, 1991-1997. Vol. 1. Amor, Culpa e Reparação e outros trabalhos.

3. O´SHAUGHNESSY, E. (1988) O Complexo de Édipo invisível. . In SPILLIUS, E.B. (org). Melanie Klein Hoje. Rio de Janeiro, 1990. v. 2, 211-226.

b) Bibliografia Complementar

1. BRITTON, R (1985) O Édipo na posição depressiva in Crença e Imaginação explorações em psicanálise. Rio de Janeiro, Imago, 1998.

2. CAPER, R. (1996) O brincar, a experimentação e a criatividade. Livro Anual de Psicanálise (1996) XII, 129.

3. CINTRA, E.M.U. e FIGUEIREDO, L.C. (2004) Melanie Klein, estilo e pensamento. São Paulo: Ed. Escuta, 2004.

4. O´SHAUGHNESSY, E. (1983) Palavras e elaboração. In SPILLIUS, E.B. (org). Melanie Klein Hoje. Rio de Janeiro, 1990. v. 2, 156-172.

5. WINNICOTT, D. W. Privação e Delinqüência. São Paulo: Martins Fontes, 1999

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Programa 3B - A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA E A CONSTRUÇÃO DA

SUBJETIVIDADE

Professor: Paula Regina Perón

Nº créditos: 03 créditos – 2º semestre

EMENTA:

O estudo dos problemas do desenvolvimento psíquico feito pelos psicanalistas tem cada vez mais posto em evidência a influência da qualidade ambiental propiciada pela estrutura oferecida pelos adultos cuidadores, como elemento de fundamental importância neste processo, pois o desenvolvimento do sujeito ocorre simultaneamente com a família e com o ambiente social.

Conhecer as circunstâncias que afetam a família atual significa também compreender o que atinge a vida mental dos pais, de quem o bebê, a criança e o adolescente dependerão no desenrolar da construção de sua subjetividade. Neste sentido, torna-se significativo refletir sobre as novas formações da família, as questões que ela propõe, os focos de conflito, os ideais e as conquistas ou pontos positivos que se manifestam na família contemporânea. No centro de todas essas questões estão as relações amorosas que evidenciam as novas concepções de prazer, desejo e dependência.

OBJETIVOS:

O objet ivo gera l desta discip l ina é si tuar o a luno frente às questões colocadas pelas novas formações da famí l ia em termos daqui lo que acarretam ou propõem para o adolescente e para a mulher no exercíc io da matern idade. Para tanto, considera-se necessário : • Fornecer e lementos para compreender o signif icado da famí l ia para o

desenvolv imento do su je i to, segundo a Psicanál ise; • Discut i r a h istor ic idade da noção de famíl ia e as impl icações d isso para a

const i tu ição do suje i to e para o desenvo lv imento do saber ps icana l í t ico; • Considerar as impl icações das formas contemporâneas da experiência

fami l ia r, naqu i lo que tem s ido considerado como cr ise da famíl ia e nas novas formações fami l iares emergentes;

• Fornecer e lementos para s i tuar e d iscut i r o quanto patologias contemporâneas devem ou não ser remet idas às formações contemporâneas da famíl ia;

• Fornecer noções gera is sobre t ransgeracional idade e ps icopatogênese no campo da ps icopato log ia da famíl ia e das re lações de casa l;

• Fornecer subsídios para a compreensão e para a intervenção em si tuações fami l ia res singu lares, característ icas do mundo contemporâneo e simultaneamente vol tadas para a experiênc ia da matern idade e para a da adolescência.

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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

1. A famíl ia ‘pressuposta’ da teoria psicanalí t ica Nesta unidade, pretende-se discut ir : (a) Uma compreensão geral da famíl ia enquanto núcleo soc ia l que integra o

exercício de funções correlat ivas (materna/paterna; mascu l ino/ femin ino; pais/ f i lhos) e que permite o entrecruzamento de re lações est ruturais e estruturalmente di ferentes: re lação matr imonial ; re lação de f i l iação; re lação fraterna.

(b) Três e ixos de re lação que, quanto mais d is t intos em seu s ignif icado e em sua experiência, mais condições promovem para a saúde psíquica dos seus membros.

(c) A famíl ia, ta l como pensada pela psicanál ise, e o desenvo lv imento do indivíduo em d ireção à matur idade.

2. A famíl ia na história Nesta unidade, pretende-se enfocar a família como formação histórica, mostrando diferentes formas de estrutura familiar presentes em distintos momentos da história e em distintas organizações sociais, questionando, de certa forma, a suposta universalidade da disciplina inventada por Freud. A conclusão mais evidente dessa reflexão é a de que temos que ‘inventar’ novos dispositivos teóricos frente a situações que historicamente nos colocam frente a diferentes modos de viver. Em que pesem alguns questionamentos possíveis em relação aos textos a serem utilizados, resta a importância dessa reflexão e prepara-se o terreno para perguntar o que a contemporaneidade nos coloca de novo em relação à família e a suas formações e quais dispositivos conceituais estaríamos dispostos a conceber e ativar. 3. A famíl ia na contemporaneidade: Experiências de maternidade e

adolescência Nesta unidade, pretende-se pôr em questão a família contemporânea, em termos de reconhecer nela diferenças fundamentais em relação à família nuclear burguesa e em termos de discutir algumas singularidades hoje presentes nas formações familiares. Discutir o significado da chamada crise da família presente na modernidade, suas condições de possibilidade e seus efeitos sobre a formação do sujeito. Podemos falar numa falência da função paterna? Alguma função se apresenta como alternativa? Como se possibilitam e efetivam, em nosso mundo, as experiências do masculino, do feminino, da maternidade, da paternidade, da infância e da adolescência? Pensamos em pôr em circulação alguns debates acerca destes temas, enfocando o aumento considerável de famílias monoparentais, a mudança da posição da mulher na família, bem como as novas formações emergentes das modernas técnicas de reprodução assistida. A família atual e o psiquismo infantil – Debate com 3 autores, constando de três textos:

a. A estrutura contemporânea da família b. Lugares do masculino e do feminino na família c. A família atual, a constituição subjetiva da criança e a psicanálise

4. A noção de parentalidade e os vínculos familiares contemporâneos Parentalidade como conceito (Lebovici) no eixo da problemática da filiação. Suas implicações e suas diversas formações no despertar deste terceiro milênio, na relação

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com a prematuridade, com a adoção, com a maternidade adolescente, com a pobreza, com a homoparentalidade, de modo geral com as novas configurações familiares. 5. Experiências de parentalidade e adolescência nas formações familiares

contemporâneas Nesta unidade, pretende-se trabalhar com seminários, desenvolvendo reflexões acerca de manifestações contemporâneas dos fenômenos no campo da família, da maternidade, da parentalidade e da adolescência. Pretende-se selecionar e debater relatos e reflexões sobre experiências singulares neste campo. Também discutir alguns filmes contemporâneos que propõem reflexão sobre ética e novas formas de experiência e solidariedade no campo da filiação/parentalidade, da família, em seus três eixos, e da adolescência.

FORMAS DE AVALIAÇÃO:

Os alunos serão avaliados por participação em aula e nos seminários e realizarão pelo menos um trabalho escrito individual, refletindo sobre aspectos enfocados na programação.

BIBLIOGRAFIA:

b) Bibliografia Básica

1. JORNAL DE PSICANÁLISE - A Famí l ia em (des)ordem.In: Insti tuto de Psicanálise – SBPSP , vol . 40/ nº 72, jun. 2007

2. SOLIS-PONTON, L. (org. ) - Ser pai , ser mãe/Parentalidade: um desafio para o terceiro milênio . São Paulo, Casa do Psicó logo, 2004.

3. ROUDINESCO, E. - A famíl ia em desordem , Rio de Janei ro, Jorge Zahar, 2003.

b) Bibliografia Complementar

1. ARIÈS, P. - História Social da criança e da família. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1981. 2. COMPARATO, M. C. (org.) - A criança na contemporaneidade e a Psicanálise. São Paulo,

Casa do Psicólogo, 2000. 3. KEHL, M.R. - Função Fraterna .Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 2000 4. LORETO,O di - Origem e modo de construção das moléstias da mente - A Psicopatogênese

que pode estar contida nas relações familiares, Casa do Psicólogo, São Paulo, 2004 5. WINNICOTT, D. - Fatores de integração e de ruptura na vida famil iar. In: A

famíl ia e o desenvolvimento individual . São Paulo: Mart ins Fontes,1993

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Estágio Supervisionado

Professores: Elisa de Ulhoa Cintra

Maria Cristina Borja Gondim

EMENTA:

O estágio visa capacitar o a luno para a observação, compreensão e discr iminação de dois momentos cruc ia is do processo de desenvolv imento : maternagem e adolescência. Isto lhes possib i l i tará e laborar e implementar at iv idades ambulator ia is prevent ivas e de promoção em inst i tu ições de saúde numa perspect iva t ransdiscip l inar.

No que diz respe ito à maternagem, a a t iv idade a ser desenvolv ida pretende aumentar a chance de que o suprimento ambiental , no iníc io, a mãe-ambiente, se ja suf ic ientemente boa, e favoreça o processo de desenvolv imento .

A abordagem ao adolescente l ida com as re lações de par, procurando

ref let i r sobre as fantasias subjacentes, com a perspect iva de diminui r as atuações e reso luções de conf l i tos através da sexual idade e da conseqüente gravidez precoce.

OBJETIVOS:

OBJETIVOS GERAIS

• Aprofundar a discussão sobre a função do psicólogo como agente de saúde que visa a prevenção e a promoção, a partir da experiência do estágio.

• Situar a especificidade da atuação do Psicólogo na equipe transdisciplinar quanto à

promoção e prevenção em saúde mental, e instrumentalizar o aluno para tal atuação. • Oferecer ao aluno a experiência de trabalho junto ao serviço público de São Paulo,

permitindo maior conhecimento da realidade de tais equipamentos. • Possibilitar a realização de observações, sempre tendo em vista a perspectiva de

atuação preventiva e da promoção de saúde. • Exercitar postura profissional ética em relação ao paciente e à equipe transdisciplinar. • Oferecer ao aluno a oportunidade de produzir reflexão ampla e conhecimento teórico

sólido frente às questões psicológicas na interface adolescência, maternidade, trabalho preventivo e serviço público de saúde.

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• Ensinar a difícil capacidade de lidar com atitudes de diferentes profissionais como

médicos, enfermeiros, nutricionistas e assistentes sociais. • Incentivar a leitura dos conflitos entre os profissionais, e procurar aprofundar a

compreensão de suas causas, assim como aumentar a tolerância às diferenças e desenvolver uma atitude de mútua autorização do psicólogo frente aos demais profissionais das equipes.

• Desenvolver a capacidade de transformar posturas críticas em novos projetos de

atuação a serem discutidos na supervisão e elaborados junto aos professores do núcleo. • Estimular a reflexão sobre a condição humana, as conseqüências do modo de

funcionamento da sociedade contemporânea para o tecido social e o papel da Psicologia nesse contexto.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Oferecer ao aluno a oportunidade de atuação como estagiário de psicologia em um serviço público de atendimento ao adolescente, em uma equipe transdisciplinar, visando à prevenção e promoção de saúde mental.

• Fomentar a construção de consistentes práticas psicológicas preventivas integradas às

equipes transdisciplinares em equipamentos públicos cuja população alvo inclui adolescentes.

• Estimular a reflexão articulada à experiência, sobre a condição atual da família

brasileira e possíveis conseqüências sobre o funcionamento psíquico dos sujeitos em geral e dos adolescentes em particular,

• A partir da experiência clínica no estágio, realizar junto ao aluno o aprofundamento da

discussão sobre o funcionamento psíquico adolescente e também sobre a maternidade na adolescência.

• Discriminar na população alvo, a partir das observações, as condutas consideradas

geradoras e estimuladoras do desenvolvimento psíquico saudável, daquelas que são favorecedoras de patologias.

• Utilizar os conhecimentos psicológicos junto com a equipe

transdisciplinar para compreender, diagnosticar e encaminhar ações consequentes (quando for o caso) a partir dos dados coletados junto à população alvo.

• Utilizar os conhecimentos psicológicos junto com a equipe transdisciplinar para construir novos projetos e propostas de trabalho psicológico preventivo junto ao público adolescente.

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• Articular conhecimento teórico acerca do funcionamento psíquico adolescente e prática clínica preventiva.

• Utilizar os conhecimentos psicológicos adquiridos para intervir junto à população alvo de

modo a diminuir as dinâmicas psico-sociais de risco e aumentar as chances de relações intersubjetivas suficientemente boas e preventivas/promotoras de saúde psíquica.

• Desenvolver o olhar clínico dos alunos capacitando-os a fazer observações e

intervenções em situações de encontro menos “formais” como salas de espera, por exemplo.

ATIVIDADES PREVISTAS PARA OS ALUNOS:

Segue-se lista de algumas atividades que exemplifica o que os alunos poderão desenvolver a depender da instituição:

• Participação em grupo (de coordenação transdisciplinar) com adolescentes grávidas e puérperas com foco em prevenção/promoção em saúde mental.

• Participação em grupo de adolescentes e crianças com o objetivo de melhorar a

socialização e criar melhores condições para a efetivação do tratamento psiquiátrico.

• Realização de grupo de sala de espera com adolescentes e mulheres grávidas com foco em prevenção/promoção de saúde mental.

• Participação em grupo de jovens sobre temas como identidade/diversidade, corpo,

sexualidade, família, trabalho e profissão, drogas e cidadania.

• Realização de consultas terapêuticas individuais e em co-coordenação.

• Acompanhamento de grávidas e puérperas com suas famílias.

• Acompanhamento de consultas pediátricas da díade mãe-bebê.

• Observação da díade mãe-bebê .

• Desenvolvimento de atendimentos individuais sempre que considerados necessários pela equipe, com foco preventivo e de promoção de saúde.

• Participação em reuniões de equipe transdisciplinar.

FORMAS DE AVALIAÇÃO:

A avaliação será real izada pela part ic ipação nas at iv idades, f reqüência, part ic ipação nas supervisões e elaboração de relatório no primeiro e segundo semestres sobre o trabalho desenvolvido, incluindo reflexão teórico-prática sobre recorte da experiência escolhido pelo aluno.

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INSTITUIÇÕES E CLIENTELA:

1 - CASA DO ADOLESCENTE Casa do Adolescente Pinheiros - Rua Ferreira de Araújo, 789 Tel.: (11) 3819-2022 Contato – Dra Joana Kerr (pediatra) Rosana (auxiliar de enfermagem) Solicitação da coordenação do programa: Participar da reunião de equipe às 4a.feiras às17hs na Secretaria da Saúde Atividade:

• Realização de grupo de mães com bebês. O grupo será criado com a ajuda de Rosana - auxiliar de enfermagem e a Dra. Joana às quintas, das 10:30h às 12h.

• Realização de grupo de gestantes. O grupo será criado com a ajuda de Rosana e da Dra. Joana às quintas, das 12h às 13h.

• Opcional - Balada do Adolescente, às segunda feira das 16h até 20h, junto com Dra. Joana.

• Possibilidade de implementar um programa próprio voltado para o adolescente. 2 – CATI/Centro de Atendimento Interdisciplinar http://catisantacruz.blogspot.com/ Rua Barão de Antonina, 193 Vila Nova Jaguaré/SP Tel.(11)3763-5485 Contato: Psic. Tatiana Karynia

Atividade - Grupo de adolescentes e pré-adolescentes para tratar de inquietações e riscos desta etapa de vida (drogas, sexualidade e gravidez precoce, orientação profissional, relacionamento com pais) 3 - CRIA/UNIFESP http:www.unifesp.Br/dpsiq/grupos/assistenc.htm [email protected] Rua Coronel Lisboa, 60 Tel. (11) 5082-3961 Contato – Psic. Vera Zimmermann Atividade:

• Entrevistas iniciais em que se procura discernir demandas (às vezes duram mais tempo e oferecem oportunidade de aprofundar a escuta clinica) – Reunião da equipe de triagem: 1h30m

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• Trabalhos de atendimento em grupo e individuais com os psicólogos do CRIA • Participação em supervisão dos psicólogos que cursam a especialização em psicologia • Participação no Programa de crianças autistas • Atendimento de pacientes em grupo e individuais • Participação em oficinas e observação em sala de espera

4 - FUNDAÇÃO TIDE SETÚBAL www.fundacaotidesetubal.org.br CDC Tide Setúbal (Espaço menina-mulher) – R. Mário Dallari, 170 Jardim São Vicente – São Miguel Paulista Tel. (11) 2297-5969 Galpão de Cultura e Cidadania (Espaço Jovem) – Rua Serra da Juruoca, s/nº Jardim Lapenna - São Miguel Paulista Tel. (11) 2956-0091 Contato – Psic. Viviane Hercowitz Atividade:

• Espaço Jovem - Dirigido a jovens entre 12 e 18 anos, o Espaço Jovem promove encontros semanais.

• Espaço Menina-Mulher - Dirigido a grupos de meninas entre 12 e 18 anos, o Espaço Menina-Mulher promove encontros semanais.

5 - HABITARE www.centrohabitare.org.br tel. (11) 3088-4197

Contato - Psic. Tereza Marques de Oliveira Condições gerais: Antes do início do estágio, capacitação oferecida pela instituição (2 ou três sábados. Total 4 horas). Durante o estágio devem participar de uma supervisão semanal de1:30hs Realizar relatório de todas as atividades. Atividade:

• “Parentalidade: ser mãe” - consultas terapêuticas com gestantes • Consultas terapêuticas mãe-bebê - escuta às mães e seus bebês com vistas a detectar

problemas do desenvolvimento • Oficina Boneca Flor – grupo de grávidas • Amor de mãe - visitas nas casas da região com crianças de até 4 anos, acompanhando

um psicólogo da Habitare Os atendimentos acontecerão nas instituições: LBV (Barra Funda) Amparo Maternal (Vila Mariana) Programa Einstein na favela de Paraisópolis (Morumbi)