novos públicos e novas oportunidades de certificação: ensino superior

Novos Públicos e Novas Oportunidades de Certificação:

Ensino Superior

Pedro Lourtie

Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa

Debate Nacional sobre Educação

A aprendizagem ao longo da vida e os desafios do emprego

Viana do Castelo, 21 de Junho de 2006

Debate Nacional sobre Educação Pedro Lourtie

Tópicos

• Introdução

• A aprendizagem ao longo da vida (ALV) e os “percursos clássicos”

• Os novos públicos, muitas perguntas e algumas respostas

• Considerações finais


Introdução

A ALV não está “entranhada” na nossa cultura

A cultura institucional (ensino superior) está marcada pela procura dos jovens durante mais de 20 anos e custa a mudar

Os novos públicos colocam novas questões

É preciso responder às perguntas dos cépticos


Introdução

Processo de Bolonha: Linha de acção (2001): Aprendizagem ao

Longo da Vida Objectivo (2005): Criação de percursos

flexíveis de formação, incluindo reconhecimento de competências

Fantasmas a exorcizar: Equivalências Ensino superior para os jovens


A ALV e os “percursos clássicos”

“Percurso clássico”: Obtenção de um grau/qualificação na

juventude Exercício profissional na área de formação

Questões: A ALV começa na formação inicial Conhecimentos e competências têm de ser

actualizados ao longo da vida



Formação inicial como parte da ALV Desenvolver competências de aprendizagem

Quadro de Qualificações do Espaço Europeu de Ensino Superior e DL nº 74/2006 Competências de aprendizagem



Descritores de Dublin: Conhecimento e compreensão Aplicação de conhecimento e compreensão Formulação de juízos Competências de comunicação Competências de aprendizagem



Competências no DL nº 74/2006 – O grau (…) é conferido aos que demonstrem: Licenciatura: Competências de aprendizagem

que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida com elevado grau de autonomia

Mestrado: Competências que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo

Que implementação?



Aprendizagem ao longo da vida: Auto-aprendizagem Formação contínua:

Actualização Reconversão

Oferta, tendo em conta: Evolução do conhecimento Exigências do exercício profissional Mercado de trabalho e empreendorismo


Novos públicos Cidadãos que:

Não completaram uma formação superior Não detêm qualificações de acesso Pretendem reconverter-se para outra área de

conhecimento

Questões: Procura Oferta Enquadramento (legal, empresarial,

profissional, …)


Novos públicos

Procura: Estímulos para vencer barreiras culturais e

psicológicas Perguntas dos cidadãos cépticos:

Porquê voltar a estudar? Que ganhos e compensações?

Serei capaz? Serei aceite? O que me vão obrigar a fazer?

É para a minha idade? Sentir-me-ei bem no meio? O que tenho de fazer? Onde me dirigir?

É preciso dar respostas …


Novos públicos Ganhos e compensações pessoais:

Ganhos nacionais (nível macro) ganhos pessoais (nível micro)

Objectivos pessoais: Certificação (grau, qualificação profissional, …) Desenvolvimento de novas competências

Educação e formação é um investimento. Com que retorno? Imediato (salariais, inserção profissional, …)? A prazo (competência e reconhecimento

profissional, novas oportunidades, …)


Novos públicos

Respostas institucionais necessárias: Capacidade de acolhimento, orientação e

acompanhamento dos novos públicos Processos flexíveis (ritmos de estudo,

horários, ensino a distância, …) Reconhecimento de competências Formações pensadas para as necessidades

dos aprendentes

Implica atitudes diferentes das tradicionais


Novos públicos

Oferta: Estímulos para mudar a cultura institucional Perguntas das instituições cépticas:

Que trabalho é que vai dar? Tem mesmo de ser? Será que vão conseguir ter sucesso? Não será mais fácil ter mais alunos “normais”? Resolverá o problema do financiamento e da

sobrevivência da instituição?

Também é preciso dar respostas …


Novos públicos

Enquadramento laboral: Depende da cultura empresarial Perguntas dos empregadores cépticos:

Se facilitar a formação superior, vão trabalhar menos e depois vêm fazer exigências?

Que efeitos terá na produtividade? E nos custos?

Que respostas?


Novos públicos

Enquadramento legal do acesso de maiores de 23 anos – DL nº 64/2006

Provas: Visam avaliar a capacidade para a frequência

de um curso Permitem flexibilidade nos processos:

Inovadores, com restrições (p.exp. Classificação de 10-20) ou

Quase repetições dos exames “ah-hoc”


Novos públicos

Enquadramento da creditação – LBSE (e DL nº 64/2006): (LBSE) Os estabelecimentos de ensino superior

reconhecem, através da atribuição de créditos, a experiência profissional e a formação pós-secundária dos que nele sejam admitidos através das modalidades especiais de acesso (…)

Limitada aos admitidos como maiores de 23 anos não titulares de habilitação de acesso e aos titulares de cursos pós-secundários?

Creditação de experiência ou de competências?


Considerações finais

A ALV requer (acelerar?) mudanças culturais

Valorizando o conhecimento e a competência (a Função Pública é um mau exemplo)

Considerando a educação e a formação como um investimento no futuro

Ultrapassando a ideia de que a frequência escolar é para os jovens

Estimulando nas instituições de ensino superior a cultura de flexibilidade com rigor


Considerações finais A ALV requer mudanças estruturais

Criando mecanismos e oportunidades de orientação dos cidadãos

Fazendo de cada instituição (não apenas de ensino superior) uma porta para o sistema de educação e formação

Valorizando nos processos de avaliação A adequação das ofertas formativas A flexibilidade (com rigor) no reconhecimento

das competências O acolhimento dos novos públicos


Obrigado pela vossa atenção

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