novos media, nova aprendizagem

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Novo Conhecimento / Nova Aprendizagem Novos Media Nova Aprendizagem António Dias de Figueiredo (orador convidado) UNIVERSIDADE DE COIMBRA Fundação Calouste Gulbenkian 18-19 Outubro 2000 Figueiredo, A. D. (2000). Novos Media, Nova Aprendizagem. Apresentação na Conferência “Novo Conhecimento, Nova Aprendizagem”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 18-19 de Outubro de 2000

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Apresentação de António Dias de Figueiredo na Conferência “Novo Conhecimento, Nova Aprendizagem”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 18-19 de Outubro de 2000.

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Page 1: Novos Media, Nova Aprendizagem

Novo Conhecimento / Nova Aprendizagem

Novos Media Nova Aprendizagem

António Dias de Figueiredo (orador convidado)

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Fundação Calouste Gulbenkian 18-19 Outubro 2000

Figueiredo, A. D. (2000). Novos Media, Nova Aprendizagem. Apresentação na Conferência “Novo Conhecimento, Nova Aprendizagem”,

Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 18-19 de Outubro de 2000

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NOVO CONHECIMENTO / NOVA APRENDIZAGEM Fundação Calouste Gulbenkian, 8-19 de Outubro de 2000 António Dias de Figueiredo Novos Media / Nova Aprendizagem - 2

Novos media / Nova aprendizagem

NOVOS MEDIA / VELHA APRENDIZAGEM

MITOS DOS NOVOS MEDIA

DESAFIOS DA NOVA APRENDIZAGEM

NOVOS MEDIA / NOVA APRENDIZAGEM

NOVA CULTURA / NOVA APRENDIZAGEM

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Duas caras …

… ou uma jarra?

Novos media / Velha aprendizagem

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A realidade exterior pode ser vista De formas muito diferentes e incompatíveis …

Exactamente o mesmo se pode dizer da Aprendizagem! …

Novos media / Velha aprendizagem

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A Educação e a Aprendizagem podem ser vistas,

essencialmente, como a “transferência” de

CONTEÚDOS

… ou podem ser vistas como

MUITO MAIS do que isso.

Novos media / Velha aprendizagem

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A visão da Educação e da Aprendizagem como

transferências de CONTEÚDOS data do século XIX

Os valores então reinantes

eram os de um glorioso mundo mecanizado,

de acordo com os princípios do Taylorismo

Ser perfeito, nesses tempos, era

operar como uma máquina

Novos media / Velha aprendizagem

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Assim, as fábricas transformaram-se em máquinas e os trabalhadores em peças dessas máquinas

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As escolas seguiram exactamente o mesmo modelo de “perfeição” mecaniscista …

… tornando-se nas linhas de montagem na produção massificada de recursos humanos para

a Sociedade Industrial

filas de carteiras

campainhas a tocar de hora a hora proliferação de disciplinas artificialmente separadas

apresentação de conteúdos fora de contextos

instrução de ouvir e responder memorização e reprodução de textos inertes

“aquisição” de saberes sem aplicação visível Isolamento e competição do trabalho escolar

currículos nacionais rígidos

… resultaram do mesmo paradigma mecanicista

Novos media / Velha aprendizagem

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Os professores eram também peças mecanizadas

do sistema, na sua função de executarem sem desvios

programas oficiais construidos “à prova de professores”.

Entretanto as metáforas da linguagem mecanicista reinante

transformavam o conhecimento em produto material …

– o conhecimento transformava-se em CONTEÚDO

Destinado a ser “transferido” para a cabeça do aluno.

Novos media / Velha aprendizagem

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Agora que os princípios mecanicistas do Taylorismo se tornaram obsoletos

no mundo empresarial …

… tecnólogos bem intencionados, mas apressadamente transformados em especialistas de educação

e aprendizagem, tentam a todo custo promover o seu renascimento.

Ignorando mais de cinco décadas de investigação em educação e aprendizagem, procuram construír a Sociedade da Informação com os

mesmos princípios com que foi constrída, há duzentos anos, a Sociedade Industrial.

Novos media / Velha aprendizagem

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Não há dúvida de que parte do futuro

da aprendizagem com auxílio dos novos media está nos

CONTEÚDOS …

… mas uma parte significativa desse futuro –

talvez a parte mais significativa – encontra-se

nos CONTEXTOS

Novos media / Velha aprendizagem

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Vejamos se o seguinte CONTEÚDO de rectas paralelas…

… é válido em qualquer CONTEXTO

Novos media / Velha aprendizagem

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O CONTEÚDO é o mesmo …

… mas será que vemos o mesmo que antes?

Novos media / Velha aprendizagem

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Será que o CONTEXTO muda o CONTEÚDO?

AUTOMÓVEL DE ALUGUER SEM CONDUTOR Excelente oferta,

quilometragem ilimitada, 2000$00/dia

Novos media / Velha aprendizagem

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Novos media / Velha aprendizagem

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À medida que a construção de saberes se torna, mais e mais, num

processo de exposição a múltiplas oportunidades de aprendizagem,

essa exposição torna-se em motivo crescente de sobrecarga cognitiva,

e mesmo de perda de referências.

Uma das principais funções da cultura é a de operar como filtro

altamente selectivo na estruturação de visões do mundo e na

protecção contra sobrecargas cognitivas.

Novos media / Velha aprendizagem

A solução para superar estas sobrecargas situa-se ao nível dos

processos de contextualização fornecidos pela cultura.

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A compartimentação do saber torna possível compreender uma coisa

de cada vez, mas simultaneamente nega contextos.

Novos media / Velha aprendizagem

Num oceano imenso de informação, aquilo a que prestamos atenção é

aos contextos e, em larga medida, são os contextos que oferecem

estrutura.

A grande preocupação das escolas mecanicistas tem sido

compartimentar o saber, em vez de fornecer contextos que permitam

compreender um mundo de diversidade.

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A reconciliação entre conteúdos e contextos exige

que o desenvolvimento curricular se transforme num

processo de mudança cultural e afirmação de um

novo paradigma.

Novos media / Velha aprendizagem

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O grande desafio dos novos media é o de construír

comunidades ricas de contexto ...

… onde a aprendizagem individual e colectiva se constrói …

Novos media / Velha aprendizagem

… e onde os aprendentes assumem a responsabilidade,

não só da construção do seu próprio saber …

… mas também da construção de espaços de pertença

onde a aprendizagem colectiva tem lugar.

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Mitos dos novos media

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO ESTÁ NOS CONTEÚDOS

DES-ESCOLARIZAR

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

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Os novos media resolverão os principais problemas da educação.

Não resolvem! Os problemas da nossa educação são profundos e endémicos, como atestam as comparações a que temos sido sujeitos a nível internacional.

Os novos media têm um papel a desempenhar, mas não será graças a eles que será resolvido nenhum dos problemas mais sérios.

BALA DE PRATA

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO NOS CONTEÚDOS

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

DES-ESCOLARIZAR

Mitos dos novos media

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Bastará assegurar acesso aos novos media para garantir que a sua utilização educativa se torna num sucesso.

Não é! Está provado que o simples acesso a recursos de informação:

  Não garante que eles serão usados.

  Muito menos garante que eles serão bem usados.

O ACESSO É TUDO

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO NOS CONTEÚDOS

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

DES-ESCOLARIZAR

Mitos dos novos media

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Se produzirmos bons conteúdos educativos o sucesso está garantido.

Não está! A lógica dos conteúdos pelos conteúdos está, há muito, ultrapassada em educação. É a lógica da transmissão simbólica dos saberes, que não cuida das componentes chave da construção individual e da apropriação social. É também a lógica das “ideias inertes”, contra as quais já Alfred North Whitehead (1929) se insurgia.

FUTURO ESTÁ NOS CONTEÚDOS

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO NOS CONTEÚDOS

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

DES-ESCOLARIZAR

Mitos dos novos media

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O recurso aos novos media adapta-se facilmente às estratégias vigentes e à cultura que se

pratica nas nossas escolas.

Não adapta! Cumprindo, em larga medida, o modelo industrial/mecanicista que lhes deu origem, as escolas continuam a comportar-se como repartições estatais de oferta burocrática de educação, onde o saber é fornecido de forma compartimentada, muito pouco conciliável com os contextos que os novos media proporcionam.

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO NOS CONTEÚDOS

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

DES-ESCOLARIZAR

Mitos dos novos media

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Com a educação entregue ao domicílio as escolas tornar-se-ão desnecessárias.

Pelo contrário! A variedade explosiva da escolha e a agressividade crescente da oferta estão a mergulhar os cidadãos em geral, e as crianças e jovens em particular, na mais profunda das dissonâncias e ansiedades.

As escolas nunca foram tão necessárias para promover os saberes e competências chave para uma autonomia de sucesso, auxiliar a estruturar a grande diversidade das vivências e fornecer as respostas afectivas compensatórias que cada vez faltam mais.

DES-ESCOLARIZAR

BALA DE PRATA

O ACESSO É TUDO

FUTURO NOS CONTEÚDOS

EVOLUIR NA CONTINUIDADE

DES-ESCOLARIZAR

Mitos dos novos media

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Desafios da nova aprendizagem

CONTEXTOS

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

AUTONOMIA

ESTRATÉGIA

REFLEXÃO

QUALIDADE

MOBILIZAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

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CONTEXTOS CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

Num mundo inundado de informação, aquilo a que prestamos atenção não são os conteúdos, mas sim os contextos.

Em larga medida, e independentemente da importância dos

conteúdos, são os contextos que oferecem estrutura.

Ignorar este desafio, equivale a ficar pelos adornos de

modernidade em vez de retirar benefícios efectivos dos

novos media.

Desafios da nova aprendizagem

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REFLEXÃO CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

(Re-)instilar no corpo docente o gosto pela acção reflexiva e pela actividade de investigação/acção em matéria de educação e desenvolvimento curricular.

Restaurar iniciativas de reflexão/investigação/acção que, no contexto de processos de mobilização colectiva, uniram escolas e instituições de ensino superior em projectos com aplicação directa na realidade educativa e relevância internacional.

Estender ao sector empresarial e à comunidade em geral.

Desafios da nova aprendizagem

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INVESTIGAÇÃO CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

Que contextos criar? Como criá-los e gerí-los? Como estruturar os conteúdos? Que repositórios? Como estrutruturá-los e gerí-los? Que parcerias? Que referências, para a actividade escolar, da Investigação Educacional, da Psicologia, da Sociologia, da Antopologia? Que modelos organizacionais? Que abordagens para a Gestão da Qualidade? Que arquitecturas de Informação? Que modelos, ferramentas e técnicas para a concepção e gestão das respectivas estruturas? Que avaliações da aprendizagem?

Desafios da nova aprendizagem

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É essencial estimular o surgimento de lideranças, a todos os níveis do processo.

LIDERANÇA CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

Liderança entendida como capacidade para imprimir direcções estratégicas, mobilizar vontades, promover a mudança e instilar uma cultura e uma ética.

Desafios da nova aprendizagem

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ESTRATÉGIA CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

É indispensável que as iniciativas chave decorram de visões mobilizadoras e sustentáveis no tempo, da identificação de missões, do reconhecimento de objectivos, da consideração de factores críticos de sucesso e do esclarecimento das competências chave a reunir.

Construír uma visão do que será a Educação em Portugal no novo milénio. Reconhecer os grandes objectivos, afirmar uma intencionalidade estratégica.

Desafios da nova aprendizagem

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AUTONOMIA CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

A autonomia é condição indispensável para que a escola se desburocratize e se constitua como elemento integral da realidade em que se inscreve.

O exercício da autonomia pressupõe a aceitação dos princípios da Gestão da Qualidade, devidamente auto-avaliada e confirmada.

Desafios da nova aprendizagem

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QUALIDADE CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

É importante que se ponham em prática os princípios da Gestão da Qualidade – extensíveis, aliás a todo o processo educativo – centrados sobre uma cultura de excelência, de melhoria contínua, de racionalidade dos custos, de participação de todos os parceiros na configuração de um projecto de escola e de uma auto-avaliação regular confirmada e aferida por processos de auditoria externa.

Desafios da nova aprendizagem

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ORGANIZAÇÃO CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

A escola está a atingir o limite da sua capacidade para se comportar como repatição estatal de fornecimento burocrático de ensino.

As organizações mecanicistas e burocráticas são incapazes de se adaptar a ambientes de mudança.

A estrutura organizativa deverá ser ajustada em conformidade com as recomendações resultantes da Gestão da Qualidade e os desafios colocados pela gestão responsável da autonomia.

Desafios da nova aprendizagem

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MOBILIZAÇÃO CONTEXTOS

REFLEXÃO

INVESTIGAÇÃO

LIDERANÇA

ESTRATÉGIA

AUTONOMIA

QUALIDADE

ORGANIZAÇÃO

MOBILIZAÇÃO

É necessário um Projecto Mobilizador Nacional, integrado e coerente, capaz de assegurar o empenhamento colectivo, animado pela temática agregadora do aperfeiçoamento curricular – nos seus contextos e conteúdos – e de reinvenção da organização escolar.

Esse projecto deverá ser aberto a todas as partes interessadas nos processos educativos, incluindo, bem entendido, o sector empresarial.

Desafios da nova aprendizagem

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Nova cultura / Nova aprendizagem

A conjugação dos desafios acima enunciados converge no

reconhecimento de que uma nova aprendizagem exige uma nova

cultura que rompa com os paradigmas mecanicistas que hoje

aprisionam os nossos sistemas escolares.

Só que, mesmos nos raríssimos casos em que o recurso aos novos

media tenta timidamente integrar os conteúdos em contextos

apropriados, fá-lo de forma empírica, improvisada e destituída de

fundamentações teóricas válidas.

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Dizia Thomas Kuhn, e reforçou Hebert Simon, que um paradigma não

morre por estar em decadência. Se está em decadência, continuará a

decaír, mas não morre. Um paradigma só morre quando houver outro

que o substitua.

Para mudar um paradigma, tal como ele é sentido e partilhado por uma

comunidade, é necessário, ao nível das ideias, um processo

revolucionário.

Para lançar um processo revolucionário são necessárias lideranças,

estratégias e um sonho – um sonho mobilizador que possa ser

partilhado de forma crescente pelos seus actores.

Nova cultura / Nova aprendizagem

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É importante que o sonho assuma a forma de um grande Projecto

Mobilizador Nacional, que promova a visão de um país de sucesso e

galvanize aos poucos a vontade colectiva.

Medidas de grande mérito – eventualmente retiradas de um sonho que

ninguém conhece – soarão a medidas avulsas, inscritas numa tradição

mecanicista e burocrata, que marca com a chancela do insucesso

todas as inovações que nela se queiram acolher.

Há que integrá-las numa mesma visão de ruptura construtiva, num

mesmo sonho de renovação organizacional e aperfeiçoamento

curricular – uma revolução de culturas – na qual o colectivo se

reconheça.

Nova cultura / Nova aprendizagem

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NOVO CONHECIMENTO / NOVA APRENDIZAGEM Fundação Calouste Gulbenkian, 8-19 de Outubro de 2000 António Dias de Figueiredo Novos Media / Nova Aprendizagem - 39

A escola que herdámos, burocrática, sem sonhos, sem visão, sem a

motivação dos seus parceiros e actores, fechada para a comunidade e

para o mundo, não servirá para construir a Sociedade do

Conhecimento – nem integrará os novos media.

Nova cultura / Nova aprendizagem

A escola do futuro exige, acima de tudo, um sonho colectivo, uma

intencionalidade estratégica, uma capacidade para construír um futuro

tornado possível pelos progressos tecnológicos, uma libertação de

visões estagnadas sobre o que são a Educação e os contextos que ela

deve oferecer, uma procura de novos equilíbrios, uma abertura a novos

paradigmas.

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O futuro exige que nos mobilizemos para reinventar a

escola.

Novos media / Nova aprendizagem

Uma reinvenção que não cabe só à classe política,

mas a todos nós, apostados que estamos numa

Educação com futuro.

Uma reinvenção que se inscreva num Projecto

Mobilizador Nacional.

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Uma reinvenção centrada nos desafios dos

conteúdos e contextos educativos - isto é, do

desenvolvimento curricular, dos espaços

alargados de reflexão, da investigação ao serviço

da educação, da liderança, da estratégia, da

autonomia, da qualidade, da organização, da

mobilização.

Novos media / Nova aprendizagem

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NOVO CONHECIMENTO / NOVA APRENDIZAGEM Fundação Calouste Gulbenkian, 8-19 de Outubro de 2000 António Dias de Figueiredo Novos Media / Nova Aprendizagem - 42

Novos media / Nova aprendizagem

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Novo Conhecimento / Nova Aprendizagem

Novos Media Nova Aprendizagem

António Dias de Figueiredo (orador convidado)

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Fundação Calouste Gulbenkian 18-19 Outubro 2000

Figueiredo, A. D. (2000). Novos Media, Nova Aprendizagem. Apresentação na Conferência “Novo Conhecimento, Nova Aprendizagem”,

Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 18-19 de Outubro de 2000

FIM