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Órgão Informativo do Conselho Regional de Medicina do Paraná Ano VII • Nº 56 Março e Abril/2003 www.crmpr.org.br e-mail: [email protected] Novo espaço, novos tempos! ENVELOPAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELO ECT IMPRESSO Encontro dos Conselhos e Pré-Enem marcam a inauguração da “Casa do Médico” nova sede do Conselho de Medicina do Paraná abre suas portas como centro irradiador de idéias, volta- do ao fortalecimento do compro- misso ético e de defesa da vida. Sob estímulo de dois eventos de repercussão e amplitude, o espa- ço está preparado para abrigar continuamente atividades cien- tíficas, culturais e artísticas, me- Telepatologia O programa de educação continuada do CRM-PR projeta maior expansão na nova sede, em especial na interação com as sociedades de especialidade. Os eventos de telepatologia já contam com calendário até o final do ano e a iminente integração com Cascavel. Páginas 12 e 13 lhorando a educação médica con- tinuada e estreitando a relação com a sociedade. Aliás, a realiza- ção do XV Encontro dos Conse- lhos da Região Sul/Sudeste e do Pré-Enem vêm consolidar a pro- posta de harmonia das entidades médicas em busca de “um novo tempo” (veja a edição especial). A representação da conste- lação de Ophiuchas e a referência ao deus grego da medicina, Asclépio, estão em destaque no projeto arquitetônico da Casa do Médico (à dir.). Edição especial dos Cadernos do Conselho e a mostra Pioneiros da Medicina do Paraná ajudam a contar um pou- co mais da história de quase meio século para concretização do sonho da sede do CRM. Páginas 2, 8, 9 e 10

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Órgão Informativo doConselhoRegional de Medicina doParaná

Ano VII • Nº 56Março e Abril/2003www.crmpr.org.bre-mail: [email protected]

Novo espaço, novos tempos!

ENVELOPAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELO ECTIMPRESSO

Encontro dos Conselhos e Pré-Enem marcam a inauguração da “Casa do Médico”

nova sede do Conselhode Medicina do Paranáabre suas portas como

centro irradiador de idéias, volta-do ao fortalecimento do compro-misso ético e de defesa da vida.Sob estímulo de dois eventos derepercussão e amplitude, o espa-ço está preparado para abrigarcontinuamente atividades cien-tíficas, culturais e artísticas, me-

TelepatologiaO programa de educação continuada do CRM-PRprojeta maior expansão na nova sede, emespecial na interação com as sociedades deespecialidade. Os eventos de telepatologia jácontam com calendário até o final do ano e aiminente integração com Cascavel.Páginas 12 e 13

lhorando a educação médica con-tinuada e estreitando a relaçãocom a sociedade. Aliás, a realiza-ção do XV Encontro dos Conse-lhos da Região Sul/Sudeste e doPré-Enem vêm consolidar a pro-posta de harmonia das entidadesmédicas em busca de “um novotempo” (veja a edição especial).

A representação da conste-lação de Ophiuchas e a referência

ao deus grego da medicina,Asclépio, estão em destaque noprojeto arquitetônico da Casa doMédico (à dir.). Edição especialdos Cadernos do Conselho e amostra Pioneiros da Medicina doParaná ajudam a contar um pou-co mais da história de quase meioséculo para concretização dosonho da sede do CRM.

Páginas 2, 8, 9 e 10

A Casa deum novo tempo

M A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 2

editorial

e x p e d i e n t e

Jornal do Conselho Regional de Medicina do Paraná

Conselho EditorialLuiz Sallim Emed (coordenador), Donizetti Dimer Giamberardino Filho, EhrenfriedOthmar Wittig, João Manuel Cardoso Martins, Eloi Zanetti e Hernani Vieira.

Diretoria - Gestão 1998/ 2003Presidente: Cons. Luiz Sallim EmedVice-Presidente: Cons. Donizetti Dimer Giamberardino Filho1.ª Secretária: Cons. Marília Cristina Milano Campos2.ª Secretária: Cons. Monica De Biase Wright KastrupTesoureiro: Cons. Roberto Bastos da Serra FreireTesoureiro-Adjunto: Cons. Gerson Zafalon MartinsCorregedora: Cons. Raquele Rotta Burkiewicz

Conselheiros EfetivosCarlos Ehlke Braga Filho, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, Daebes Galati Vieira,Donizetti Dimer Giamberardino Filho, Gerson Zafalon Martins, Hélcio BertolozziSoares, José Luís de O. Camargo (Londrina), Kemel Jorge Chammas (Maringá), LuizSallim Emed, Marcos Flávio Gomes Montenegro, Mariângela Batista Galvão Simão,Marília Cristina Milano Campos, Mauri José Piazza, Monica de Biase Wright Kastrup,Raquele Rotta Burkiewicz, Roberto Bastos da Serra Freire, Rubens Kliemann, SérgioMaciel Molteni, Wadir Rúpollo e Zacarias Alves de Souza Filho.

Conselheiros SuplentesAntonio Carlos de A. Soares (Cascavel), Célia Inês Burgardt, Cícero Lotário Tironi,Jorge Rufino Ribas Timmi, José Eduardo de Siqueira (Londrina), Lucia HelenaCoutinho dos Santos, Luiz Antonio de Mello Costa (Umuarama), Luiz JacinthoSiqueira (Ponta Grossa), Manoel de Oliveira Saraiva Neto, Marco Antonio do S.Marques R. Bessa, Mario Stival, Minao Okawa (Maringá), Niazy Ramos Filho, NilsonJorge de M. Pellegrini (Foz do Iguaçu), Orlando Belin Júnior (Guarapuava), RenatoSeely Rocco e Sylvio José Borela (Pato Branco).

Membros NatosDr. Duilton de Paola / Dr. Farid Sabbag / Dr. Luiz Carlos Sobania / Dr. EhrenfriedOthmar WittigConsultor jurídico: Antonio Celso Cavalcanti de AlbuquerqueAssessores jurídicos: Afonso Proenço Branco Filho e Martim Afonso PalmaMédico Fiscal: Dr. Elísio Lopes Rodrigues

Sede – Curitiba / Regionais da Saúde Estadual: Curitiba / Curitiba Norte /Curitiba Sul / ParanaguáRua Marechal Deodoro, 497 – 3.º andar / 80020-909 - Curitiba – PR / Fone:(0xx41) 322-8238 / Fax: (0xx41) 322-8465.·Delegacia Seccional de ApucaranaRua Dr. Oswaldo Cruz, 510 – sala 502 / Edifício Palácio do Comércio – Centro /86800-720 – Apucarana- PR / Fone: (0xx43) 424-1417Presidente: Dr. José Marcos Lavrador·Delegacia Seccional de Campo MourãoAv. Capitão Índio Bandeira, 1400 sala 412 – Centro / 87300-000 – Campo Mourão-PR / Fone/fax: (0xx44) 525-1048.Presidente: Dr. Dairton Luiz Legnani·Delegacia Seccional de CascavelRua Senador Souza Naves, 3983 – sala 705 / Edifício Comercial Lince – Centro /85801-250 – Cascavel- PR / Fone/fax: (0xx45) 222-2263.Presidente: Dr. Keithe de Jesus Fontes·Delegacia Seccional de Foz do IguaçuRua Almirante Barroso, 1293 – sala 604/ Condomínio Centro Empresarial PedroBasso / 85851-010 – Foz do Iguaçu – PR / Fone/fax: (0xx45) 572-4770Presidente: Dr. Nilson Jorge de Mattos Pellegrini·Delegacia Seccional de GuarapuavaRua Barão do Rio Branco, 779 sala 07 – Centro / 85.010-040 – Guarapuava-PR/Fone/fax: (0xx42) 623-7699Presidente: Dra. Vera Lúcia Dias·Delegacia Regional de LondrinaAv. Higienópolis, 32 sala 1403 / Condomínio Empresarial Newton Câmara/ 86020-040 – Londrina-PR / Fone: (0xx43) 3321-4961 /Fax: (0xx43) 3339-5347Presidente: Dr. José Luís de Oliveira Camargo·Delegacia Regional de MaringáRuas das Azaléias, 209 / 87060-040 – Maringá- PR Fone/fax: (0xx44) 224-4329Presidente: Dr. Kemel Jorge Chammas·Delegacia Seccional de Pato BrancoRua Ibiporã, 333 sala 401 – Centro / 85501-280 / Fone/fax: (0xx46) 225-4352Presidente: Dr. Paulo Roberto Mussi·Delegacia Seccional de Ponta GrossaRua XV de Novembro, 512 sala 76 – Centro / 84010-020 – Ponta Grossa-PR/ Fone/fax: (0xx42) 224-5292Presidente: Dr. Luiz Jacinto Siqueira·Delegacia Seccional de ToledoRua Santos Dumont. 2705 – Centro / 85900-010 – Toledo-PR / Fone/fax: (0xx45)252-3174Presidente: Dr. Eduardo Gomes·Delegacia Seccional de UmuaramaPraça da Bíblia, 3336 – sala 302 / Edifício CEMED – Zona 01 / 87501-670 –Umuarama-PR / Fone/fax: (0xx44) 622-1160Presidente: Dr. Luiz Antônio de Melo Costa·Delegacia Regional de Porto UniãoRua Prudente De Morais, 300 - 89400-000 - Porto União - SCFone: (0xx42) 523-1844 – Fax: (0xx42)522-0936Delegado Regional do Cremesc: Dr. Ayrton Rodrigues Martins

Jornalista responsável: Hernani Vieira – Mtb 993/06/98V-PR / Assistentes editoriais:Priscila P. J. Naufel e Giselle Brisk / Fotos: Joel Cerizza e Miro Matiak / ProjetoGráfico: Jump! Comunicação / Editoração: Upper Comunicação (0xx41) 252-0674 /Fotolito e Impressão: Serzegraf / Tiragem: 16.500 mil exemplares.

oncretiza-se um sonho de46 anos. O trabalho e aretidão dos conselheiros,

o apoio e contribuição de todosmédicos paranaenses permitiramentregar ao Paraná a nova Sededo Conselho Regional de Me-dicina - uma bela obra arqui-tetônica inspirada em aspectoshistóricos, na mitologia e seusdeuses, na arte de curar, nocosmos e nos valores da Medi-cina. Muito mais que apenasuma estrutura fria de ferro econcreto, trata-se de um espaçopara irradiar esperança, justiça,eqüidade, educação, benefi-cência e autonomia.

Preservamos a liberdade deidéias, o respeito ao contraditório,o fortalecimento do compromissoético e a defesa da vida. Serátambém abrigo ao bom médico.Uma Casa que, além de refe-rência de luta pelas boas con-dições de trabalho, ao mesmotempo vai prevenir condutasequivocadas, corrigir posturas eatitudes inadequadas e afastarcolegas antiéticos capazes dedenegrir a profissão. Assim,estaremos protegendo a socie-

dade, fortalecendo a confiançae a consideração com os médi-cos, pois o respeito à Medicinasempre existiu. Trata-se de funçãofiscalizadora do Conselho sabero que é insuficiente para a boaprática da profissão.

Outras ações são indispen-sáveis, como as atividadescientíficas para melhorar aeducação médica continuada, aserem levadas ao novo e con-fortável auditório. Para com-plementar a educação con-tinuada, implementaremos asvideoconferências com as espe-cialidades médicas. As video-conferências já estão possibi-litando a integração com asdelegacias regionais para atenderquestões administrativas e ainteratividade com os conse-lheiros do interior para apresentarpareceres e sindicâncias. Outrainovação é a divulgação dointenso trabalho do Conselho,assim como a criação de espaçopara atividades culturais eartísticas, facilitando a apro-ximação com a sociedade.

Aproveitando a inauguraçãoda nova sede, teremos o XV

Encontro dos Conselhos Regio-nais e das demais entidadesmédicas. A programação é deinteresse e de perspectivasfuturas para toda classe médica.Os assuntos já foram abordadosem eventos anteriores, mas asituação atual é mais promissora,pois identificamos um trabalhomais unificado e solidário porparte das instituições médicas.Os nossos dirigentes maioresestão harmonizando estratégiasde luta, ações para atender asexpectativas dos médicos erestaurar a importância e orespeito que a classe merece.

Não se trata da busca corpo-rativa estreita e limitada, mas decorrigir as distorções entre a so-brecarga de trabalho e as baixasremunerações. A exigência porparte da sociedade coloca omédico como um ser infalível.

Novos tempos nos esperam.É tempo de esperança e fé.Tempo de confiança aos destinosdo nosso País. Juntos, con-seguiremos atuar para fortalecera classe e a sociedade.

Cons. Luiz Sallim Emed,presidente do CRM-PR

CQH lança Prêmio Nacional da Gestão em SaúdeO Congresso de Qualidade Hospitalar (CQH) lança, no dia 13 de junho, o Prêmio Nacional da Gestãoem Saúde (PNGS). O lançamento ocorrerá durante a VI edição do evento, em São Paulo. Podemconcorrer ao prêmio hospitais, laboratórios de patologia clínica, clínicas de especialidades médicase empresas de atendimento domiciliar (home care) de qualquer parte do Brasil. As entidadestambém precisam ter, no mínimo, um ano de existência, pelo menos 10 pessoas na quadro defuncionários, registro no seu respectivo CRM, CNPJ próprio, registro no Cadastro Nacional deEstabelecimentos de Saúde e não ser operadora de planos de saúde.As entidades interessadas em participar devem submeter ao PNGS um relatório de gestão, quepassará por uma banca avaliadora e um corpo de juízes. Na segunda fase do concurso, a comissãode avaliação fará visitas às instalações do locais selecionados. Serão entregues troféus e diplomasde reconhecimento pela qualidade da gestão aos primeiros lugares, no próximo ano, durante oCQH’ 2004.O PNGS tem apoio da Associação Médica Brasileira, da Universidade Federal de São Paulo (EscolaPaulista de Medicina), Associação Paulista de Medicina e do Conselho Regional de Medicina de SãoPaulo. Outras informações pelo telefone (0xx11) 3188-4213.

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prevenção

Programa propõe comissões defarmácia e terapêutica nos hospitais

om a constituição daCâmara Técnica deControle sobre Medica-

mentos, o Conselho Regional deMedicina do Paraná começa aalicerçar o projeto voltado anormatizar o acesso e uso depsicotrópicos de modo geral -especialmente os opióides - noshospitais, clínicas e demais esta-belecimentos de saúde. A pro-posta, de conotações preventivae educativa, tem entre as suasvertentes a preocupação de tam-bém oferecer respaldo de trata-mento e reabilitação ao médicodependente químico, cada vezmais presente nos índices esta-tísticos e que traçam um quadrosombrio e alarmante.

A Câmara é interdisciplinare, além de conselheiros do CRM,conta com a participação efetivado Conselho Regional de Far-mácia e da Vigilância Sanitária,com apoio da Secretaria Estadualde Saúde e, na etapa inaugural,da Secretaria Municipal deSaúde e das instituições hospita-lares da Capital. Assim como aexpansão gradativa e natural paratodo o Estado, com alcancetambém no meio acadêmico, oprojeto propõe um reforço subs-tancial às campanhas institucionaisde prevenção às drogas ilícitas ounão, incluindo as bebidas alcoólicase o tabaco, este, aliás, tambémobjeto motivador de outra CâmaraTécnica e de uma mobilização deâmbito nacional (ver Página 4).

Dependência, o problemaCoordenador da Câmara

Técnica de Controle de Me-dicamentos, o conselheiro MarcoAntônio Ribeiro Bessa ressalta quea proposta vem sendo debatida háum bom tempo mas só agora pôde

ser implementada, graças aoenvolvimento das demaisinstituições fiscalizadoras e dacooperação das unidades hos-pitalares da Capital. Uma reuniãorealizada na sede do CRM, emfevereiro, mostrou consenso sobrea necessidade de se concentraresforços para o maior controle nadispensação de medicamentos.Pesquisas reforçadas por suces-sivas denúncias apontam osdispensários como fonte de abas-tecimento de substâncias paramédicos e demais profissionais desaúde, que formam um contin-gente cada vez maior de depen-dentes químicos.

De acordo com o coorde-nador, está sendo defendida acriação de comissões de farmáciae terapêutica nos hospitais eclínicas, para que haja a nor-matização do uso de medicamen-tos de modo geral, em especial osopióides. Como colaboração, aCâmara Técnica pretendeoferecer uma cartilha de reco-mendações, que inclui um modelode regimento interno a ser apli-cado pelos estabelecimentoshospitalares, compatível à suarealidade. O esboço da cartilha jáserá discutido na próxima reuniãodos componentes da Câmara, nodia 29 de abril, como informa oDr. Marco Antônio Bessa, que nãodeixa de insistir no caráterpreventivo e de ajuda médica, enão de se fiscalizar e punir omédico. “Pretendemos ofereceruma referência ética aos diretoresclínicos”, resume.

Marco Bessa admite que aquestão da dependência éincômoda e que coloca em riscomuitas pessoas. Ele confirma casosem que médicos, mesmo sem fazer

de drogas. Bessa queixa-se dapermissividade legal quanto àsdrogas, principalmente o álcool,que prolifera cada vez mais entreos jovens e gera problemasgravíssimos. “Uma guerrilhavelada que produz muito maisvítimas que os explícitos confli-tos étnicos, políticos ou religiosos.”

Ações preventivas“As pessoas não têm a per-

cepção do perigo do álcool”, diz omédico psiquiatra, que chama aatenção até mesmo para o usoprecoce e em ambientes de altorisco, numa referência aos postosde combustíveis urbanos. “O usoconjugado do álcool, cigarro ecelular nestes locais que geramconcentração pode ser visto comoo estopim de uma bomba sem horapara explodir”. Realça ainda apesquisa realizada em hospitaisque atendem emergência e dosIML de quatro capitais, incluindoCuritiba, que aponta a presençade álcool no sangue de 61% dasvítimas de acidentes de trânsito.Para Marco Bessa, a proibição davenda de bebidas nas estradasdeve ser acompanhada de outrasmedidas e ações preventivas,exemplificando as condições detrabalho dos caminhoneiros. Ouso de anfetaminas, avalia, temconduzido a quadro de extremagravidade, com reflexo nastrágicas estatísticas.

O conselheiro conclama osmédicos a terem maior envolvi-mento nessa “cruzada” antidro-gas, a começar dando o exemplo,que pode ser evitando presenteartabaco ou bebidas alcoólicas.Neste porém, chegou-se aoextremo de detecção de vendade tais produtos em ambientehospitalar. Aliás, o uso de tabaco

Marco Antônio doSocorro Marques RibeiroBessa graduou-se emMedicina em 1982 pelaUFPR. É especialista emHomeopatia e Psiquia-tria, conselheiro do CRMe Secretário da RegiãoSul da AssociaçãoBrasileira de Estudo deÁlcool e Drogas(Abead). Também fazpós-graduação na EscolaPaulista de Medicina, naárea de Psiquiatria, comênfase em dependênciaquímica.

Perfil

parte do corpo clínico de umhospital, tinham acesso à farmáciasimulando a necessidade de usode medicamento em algumpaciente. A perspectiva, avalia, éde que a normativa seja estendidaa todas as demais regiões doEstado, através das Delegacias doConselho, possibilitando detectare prevenir situações de depen-dência e, ao mesmo tempo, deoferecer formas de tratamento.Para isso, o CRM já está imple-mentando alternativas de assis-tência e reabilitação dos médicos,tendo por base experiência inau-gurada pelo Cremesp.

Ao insistir que prevenir étrabalho ético do Conselho, MarcoBessa chama a atenção do médicopara que se conscientize tantosobre a sua saúde como pelo papelque ele representa na sociedade,sobretudo por seu elevado grau deinfluência. Outro foco da propostasão as escolas de medicina, ondese pretende centrar esforços paraque os estudantes sejam conscien-tizados e evitem a relação comdrogas e, como conseqüência,tornem-se agentes de prevenção.Ele reconhece que somente umtrabalho cultural intenso e demudança de percepção, a longoprazo, é que a sociedade como umtodo vai detectar o custo socialelevadíssimo que as drogasrepresentam. Porém, diz, é horade começar a agir.

Citando estudos recentes, oconselheiro aponta que o usoabusivo de drogas no país tem umcusto de 7,9% do PIB (ou R$ 48bilhões) em tratamento médico,perda de produtividade e deacidentes. No período de 1988 e1999, foram detectadas 726 milinternações decorrentes do abuso

em unidades médico-hospitalarese escolas é proibido em Curitibapor lei municipal, cabendo o seucumprimento à fiscalização daVigilância e até do MinistérioPúblico. Marco Bessa ressalta queo CRM tem exercido suas atri-buições éticas, mas que cabe àdireção de cada unidade hos-pitalar desenvolver programas deconscientização, inclusive dealcance aos visitantes, sendo umdos exemplos o Hospital Psiquiá-trico Bom Retiro, que há mais dequatro anos centra esforços emprevenção do tabaco.

geralM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 4

Controle de tabagismoEm agosto, a eleiçãodos novos conselheirosA Organização Mundial de Saúde e todas as instituições médico-

científicas estão vivamente empenhadas no controle da pandemia tabágicaque está vitimando por ano 5 milhões de fumantes no mundo e 200 milno Brasil. Uma das medidas mais efetivas é a participação da classemédica no aconselhamento mínimo aos seus pacientes fumantes para queabandonem o tabaco.

O Conselho Federal de Medicina e seus Regionais, a AssociaçãoMédica Brasileira e o Ministério da Saúde (Inca/Conprev) estãoconclamando os profissionais a dispensar alguns minutos na sua consulta,para realizar uma eficaz abordagem dos seus pacientes fumantes para quedeixem tal prática. Assim, solicitam a cooperação com o preenchimentodo questionário disponível no site do Conselho. As instituições ressaltamque a participação do médico nesse programa é de grande importânciapara a saúde da nossa população.

Campanha DesmoralizadaÀ véspera do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, o governo editou

uma Medida Provisória flexibilizando a propaganda do cigarro, permitindoque cinco das 10 escuderias estampassem em seus carros propagandas deseus patrocinadores. A MP afastou a ameaça do Brasil ser retirado do“Circo”, pelo menos até 2005. Mas desmoralizou a legislação antitabagistarecém-instituída.

Pré-Congresso da AbeadO Pré-Congresso da Associação Brasileira de Estudo de Álcool e

Drogas (Abead) será realizado em Curitiba, nos dias 13 e 14 de junho,com apoio do CRM-PR. O tema central será “Os jovens e as drogas – Aeducação, a comunidade e a mídia”. Aberto ao público de modo geral, oevento terá a participação dos Prof. Ronaldo Laranjeiras, presidente daAbead e coordenador da Unidade de Álcool e Drogas (Uniad) daUniversidade Federal de São Paulo; e Ana Cecília Marques, da EscolaPaulista de Medicina.

Câmara Técnica do TabagismoCom o propósito de se posicionar sobre assuntos técnico-

especializados, o Conselho Regional de Medicina do Paraná acaba decriar mais quatro câmaras técnicas. Através das Resoluções n.º 112, 113,114 e 115/2003, publicadas no Diário Oficial do Estado na segundaquinzena de abril, foram instituídas as Câmaras Técnicas em AuditoriaMédica, Sobre Controle de Medicamentos, em Tabagismo e sobrePrograma Saúde da Família. Todos os grupos estão sendo formados e ostrabalhos iniciados, como o da Câmara Sobre Controle de Medicamentos(destaque na página 3). A de Tabagismo, que tem a coordenação doconselheiro Gerson Zafalon Martins, projeta-se como de intensa atividadeface às campanhas antitabagistas deflagradas no país.

• 30,6 milhõesé o número estimado de fumantes no Brasil, sendo 10%menores de 19 anos.

• 10 milhõesé o número de pessoas que podem morrer até 2020,vitimadas por doenças causadas pelo cigarro.

• 4.720substâncias tóxicas são inaladas pelo fumante em cadatragada. Delas, 80 são cancerígenas.

Quadro alarmante

través da Resolução n.º1.660/2003, o ConselhoFederal de Medicina

aprovou, em março, as ins-truções para as eleições queserão realizadas em agostopróximo para os membros dosConselhos Regionais de Medi-cina. Com as novas normas, ficarevogada a Resolução CFM n.º1.491/98. Para o Paraná,mantém-se o número de 20membros efetivos e igual nú-mero de suplentes, para man-dato de cinco anos e que serãoeleitos em pleito previsto para osegundo semestre. A eles so-mam-se mais dois conselheirosindicados pela AssociaçãoMédica do Paraná.

Também serão eleitos emagosto os integrantes das Dele-gacias Regionais do CRM-PR,cada qual investida de umdelegado presidente, um secre-tário e delegados colaboradores.O mandato dos atuais conselhei-ros termina em 1.º de outubro,coincidindo com a posse dosmembros eleitos e início da novagestão.

A Comissão Eleitoral serádesignada em breve pelo plená-rio do CRM, tendo presidente edois secretários. Até o dia 23 de

maio será publicado o edital comos integrantes da Comissão e afixação das datas para inscriçõesdas chapas concorrentes e daseleições. Conforme as normas doCFM, o período para registro daschapas vai das 14h de 2 de junhoaté 18h do dia 16 do mesmo mês.Na cédula eleitoral, a ser provi-denciada logo após o acolhimen-to legal dos registros, as chapasserão numeradas com a ordemcronológica de inscrição e terãoa relação dos candidatos a conse-lheiros efetivos e suplentes. Asregras para eleição dos conse-lheiros do CRM têm extensãopara a indicação dos repre-sentantes das Delegacias.

O cargo de conselheiro émeramente honorífico e a com-posição da diretoria será decididaem plenária, pelos membroseleitos. São elegíveis os médicosdevidamente inscritos no Conse-lho e que sejam brasileiros natosou naturalizados, estejam quitecom suas obrigações e firmemcompromisso de aceite da can-didatura. O voto, por sua vez, édireto, obrigatório e secreto paraos que estejam no gozo de seusdireitos, exceto para os inscritoscomo militares. O médico que nãocumprir a obrigação do voto, sem

justa causa ou impedimento, ficasujeito a multa.

Os médicos inscritos no Con-selho, residentes em municípiosque não disponham de urnacoletora de votos, receberão omaterial necessário para exercerseu direito/obrigação através decorrespondência., que será aceitaaté o prazo final previsto pelaResolução. No Paraná, estãosendo adotadas as medidas paraa informatização do pleito, con-forme as normas do TribunalRegional Eleitoral. Tanto emCuritiba como nas cidades-sedesdas Delegacias as eleiçõesocorrerão somente no dia 20 deagosto, das 8 às 20h. Na capital,haverá urnas coletoras na sededo Conselho e em locais degrande concentração de médicos,como hospitais e a AssociaçãoMédica. A apuração ocorrerá nasede do CRM será imediata aoencerramento do prazo para vo-tação.

A Resolução n.º 1.660/2003e a íntegra das instruções paraas eleições dos ConselhosRegionais estão à disposição dosmédicos no Conselho e em suasSeccionais e Regionais, bemcomo no site do Conselho Federal(www.portalmedico.org.br).

Curso de administração hospitalar para médicosO CRM-PR está firmando parcerias com faculdades legalmente reconhecidas para instituir turmas de médicos para qualificação emextensão, graduação ou especialização em administração hospitalar, conforme exigências estabelecidas para a estrutura técnico-administrativa de hospitais conveniados ao SUS. A Portaria n.º 2.225, editada em dezembro de 2002 pelo Ministério da Saúde,determina que os médicos responsáveis pela direção geral, técnica e/ou administrativa de hospital terão de obter ou confirmarqualificação até o final do ano de 2004. O Conselho está cadastrando os profissionais interessados, para a constituição da primeiraturma. Contatos com Cristina, pelo fone (0xx41) 322-8238.

Curso MBA para médicosCurso MBA de Administração, Gerenciamento e Marketing para Médicos está sendo ofertado através do IMEC/Martinus (Centrode Pós-Graduação das Faculdades Luteranas) e Bless Consulting. A carga horária será de 360h, com aulas quinzenais aos sábados,das 8 às 17h30, envolvendo professores e palestrantes renomados. Esta será a segunda turma do curso, que tem como objetivoa capacitação em gestão de clínicas e hospitais. Ao término será concedido o Certificado de Especialização, lato sensu, aosparticipantes. O IMEC também está inaugurando a primeira turma para o curso de pós-graduação (lato sensu) em Gestão deClínicas e Centros de Saúde. Destina-se a profissionais com curso superior que estejam atuando ou têm interesse em atuar emclínicas ou centros de saúde. Serão também 360h. Informações e inscrições pelo fone (0xx41) 232-2814 ou por e-mail([email protected]).

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psiquiatria

Coordenador da OMS fala sobreperspectivas para a saúde mental

médico brasileiro José ManoelBertolote, coordenador daequipe de Gestão de Trans-

tornos Mentais e Cerebrais daOrganização Mundial de Saúde,ministrou conferência dia 24 demarço, no auditório da Biblioteca daPontifícia Universidade Católica doParaná, em Curitiba. Com o tema“Perspectivas para a saúde mental noSéculo XXI”, a palestra foi um doseventos em destaque na programaçãocomemorativa do centenário defundação do Hospital PsiquiátricoNossa Senhora da Luz, integrado àAliança PUC-PR/Santa Casa deMisericórdia.

Falando para uma platéia for-mada por professores, psiquiatras,acadêmicos e também membros dasequipes de saúde mental das Secre-tarias Estadual e Municipal (Curitiba)de Saúde, o representante da OMSchamou a atenção para o fato de queos transtornos mentais e de compor-tamento já representam, hoje, 13,5%das doenças. Os investimentos,contudo, estão numa escala inversa-mente proporcional, lamenta opsiquiatra, lembrando que só 2% doorçamento geral da saúde sãodirecionados à área mental. A agravareste fato quadro está a constataçãode que, no mundo, os transtornosmentais já correspondem à metadedas causas de incapacitação. “Essecrescimento vem representar umcusto enorme em termos de sofri-

mento humano, incapacidade eprejuízos econômicos. Precisamosestancar isso”, enfatiza.

O Dr. José Manoel Bertolotereconhece que as duas doenças demaior preocupação na OMS para esteséculo referem-se à Aids e à depressão,a primeira quando se avalia a morta-lidade e a segunda quanto a incapa-cidade. Ao citar dados de relatóriosda Organizações Mundial e Pan-Americana de Saúde, o médico destacaque são 450 milhões de pessoas quesofrem de transtornos mentais oucomportamentais, mas somente umapequena parcela tem tratamento básicoadequado. Não por acaso, assinala,são registrados cerca de 900 mil sui-cídios por ano, ou um para cada 40segundos. “É mais que uma guerra”, dizo psiquiatra, citando como regiões maiscríticas a Rússia e os países bálticos,com índices de 43 a 45 suicídios porgrupo de 100 mil habitantes, enquantoa média mundial é de 16. No Brasil, acifra é mais baixa: 4/100.000.

Embora detendo dados globaissobre a saúde mental e seus efeitos,José Bertolote diz que a realidadebrasileira não é muito diferente,mesmo reconhecendo os importantesavanços implementados na últimadécada, especialmente na esferapolítico-legal. Nesse porém, há de sedestacar que a legislação de saúdemental no Brasil, que datava de 1934,somente foi revista em 2001, depoisde 12 anos tramitando no LegislativoFederal. Nestes dois anos, completadosem abril, o país vem experimentandouma verdadeira “revolução” na áreapsiquiátrica, apesar de subsistiremconflitos com origem ideológica, decarência de recursos humanos efinanceiros e de integração de esfor-ços, como admitiu o palestrante.

Recomendações da OMSEntre as recomendações propos-

tas pela OMS para a área de saúdemental, destacam-se fatores comolegislação, políticas de saúde, in-tegração e cobertura de treinamento,cuidados primários e rediscussão do

papel do hospital, fortalecimento deentidades de ajuda voluntária, dadosepidemiológicos, avaliação de ser-viços, acesso a medicamento epromoção dos direitos humanos dospacientes. Tais recomendações, ex-pressa o representante da OMS, estãooperacionalizadas de acordo comnível de recursos de cada país. Paraos que detêm ou oferecem poucosrecursos, a prioridade é criarlegislação; para os que têm situaçãomédia, a preocupação passa a ser demelhorar o sistema; e, para os comalto investimento a questão é atualizar.

À questão orçamentária, outroproblema que se soma, conforme oDr. José Bertolote, é o de carência derecursos humanos. Ele cita a ausênciada enfermeira psiquiatra, especia-lização que praticamente inexiste noBrasil. Lembra que a recomendaçãoda OMS de três enfermeiros paracada médico vale também para a áreade psiquiatria. Neste caso, faz umchamamento para que o Poder Pú-blico e as instituições profissionaisrepresentativas repensem o modelode assistência oferecido, para queganhem em eficiência e qualidade. Noaspecto geral, ele realça a necessidadede se promover saúde mental abertaa inovações e que não é possívelaceitar a acomodação. “Não se tem ointeresse em jogar na rua o pacientecrônico, mas igualmente não se deveaproveitar dele”, refere-se o psiquia-tra, apontando que o foco principaldeve ser o da reinserção social e nãoda internação.

Sobre a questão manicomial,aliás, o representante da OMS temuma posição clara quanto a neces-sidade de modernização e de consti-tuição de novas estruturas. Para oshospitais que não se ajustam à novamentalidade, a tendência é de que“desapareçam, tal qual os dinossauros”,resume, ao lembrar exemplos comoo Juquiri, em São Paulo, por décadaso maior “depósito” de pacientes domundo e onde ele chegou a atuar.Bertolote entende que o processo de

desospitalização no Brasil segue astendências mundiais e que, na evo-lução dessa conscientização, tende aajustar-se às inovações propostas pelaOMS.

Formado pela Unesp, o Dr.Bertolote foi coordenador de SaúdeMental do Rio Grande do Sul noperíodo de 84 a 88 e está desde 1989na OMS. A organização tem 1,5 milfuncionários, incluindo 19 brasileiros,sete deles na sede de Genebra (sendoo coordenador um deles). Ao falarsobre questões que envolvem osprofissionais médicos, como o uso dedrogas lícitas ou não, o psiquiatrareconhece a situação de risco e aimportância das campanhas deprevenção. Para ele, as iniciativas nãopodem ter o caráter punitivo ou dediscriminação. Além de reconhecera figura do médico como instrumentode influência da sociedade, o Dr.Bertolote cita que a primeiraevidência do cigarro como causadorde câncer surgiu com uma pesquisaentre médicos ingleses dependentes.

Hospital Nossa Senhora da LuzNo ano passado, o coordenador

da OMS já tinha feito uma visainformal ao Hospital Nossa Senhorada Luz, atendendo a um convite dodiretor-geral, Dr. Dagoberto HungriaRequião. Na ocasião, Bertolote dizter irradiado a idéia de se promoveruma iniciativa revolucionária naunidade de saúde mental, o queacabou ocorrendo logo depois, coma derrubada dos muros e, ao mesmo

tempo, com o estigma de modeloultrapassado de assistência. A imagemdo gesto simbólico de derrubada domuro pelo provedor da Aliança,Clemente Ivo Juliatto, não apenasprecipitou uma série de ações deâmbito interno, como repercutiu einfluenciou aspectos da modernizaçãoda assistência psiquiátrica no Estado.

No ano passado, o Hospitalregistrou 48.997 atendimentos,incluindo internamentos, consultasambulatoriais e assistência nas seteunidades psiquiátricas. Seu objetivoestá voltado ao tratamento ativo detranstornos mentais, dependênciasquímicas, reabilitação, ensino epesquisa. A maioria dos atendimentos(96,6%) foi pelo SUS. O Centro deAtenção às Drogas foi responsávelpor vários cursos e seminários, comodestaque para o pioneiro Curso deEspecialização em DependênciaQuímica, que já formou 98 pro-fissionais.

Novo modeloA participar da 1.ª Conferência de Saúde Mental do HospitalAdauto Botelho, o secretário Cláudio Xavier, da Saúde, informouque o Estado pretende seguir uma nova orientação do Ministérioda Saúde, onde a principal atenção deve ser o atendimentoambulatorial, não só nos hospitais, mas com a ampliação dosCaps (Centro de Atendimento Psicossocial), que funcionam comohospital-dia e onde são concentradas atividades de recuperaçãoe reintegração na sociedade. No Paraná já existem 15 Caps,sendo cinco em Curitiba. Estimativas da Sesa indicam que há 3mil pacientes internados em leitos psiquiátricos.

José Manoel Bertolote,coordenador da equipe de Gestãode Transtornos Mentais daOrganização Mundial de Saúde.

Provedor da Aliança, ClementeIvo Juliatto: gesto simbólico daderrubada do muro do HospitalNossa Senhora da Luz.

entrevistaM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 6

Em defesa do meio ambientesaudável e da preservação da vida

futuro da vida:ambientes sau-dáveis para as

crianças”. O tema escolhidopela Organização Mundialde Saúde, para destacar em2003 o Dia Mundial daSaúde (7 de abril), é umdesafio universal de sobre-vivência das novas gerações,que rompe fronteiras, limitessocioeconômicos, concep-ções político-ideológicas eatividades profissionais.Afinal, estimativas da pró-pria OMS sugerem que umambiente saudável salvariaa vida, a cada ano, de maisde cinco milhões de crianças,atingidas por doenças cau-sadas pela poluição do ar,pelo consumo de águacontaminada ou pela faltade higiene nos lares, nas es-colas ou locais de recreação.

As distorções e extremosdetectados nos Continentessugerem a busca de umaconsciência globalizante

para a saúde, capaz de es-treitar as desigualdades e asconseqüências que se anun-ciam cada vez mais desastro-sas para todos. O Brasil decontrastes é um exemploclaro do estágio de desarmo-nia entre a conscientizaçãoecológica e a saúde, refletidonas sombrias estatísticasepidemiológicas e de morta-lidade. E no Paraná, serápossível distinguir ações quepossam ajudar a formar umacorrente mais responsável napreservação do meio ambi-ente e da vida? Com o res-paldo de quem ascendeu àfunção de Secretário Esta-dual de Meio Ambiente eRecursos Hídricos por suareconhecida atuação emprol do binômio ecologia-saúde, o médico Luiz Edu-ardo Cheida garante quesim. Mais que isso: projetauma nova perspectiva deações capazes de garantirnão só que a “lição de casa”

está sendo bem-feita, masoferecendo um modelo àsdemais regiões do país.

Luiz Eduardo Cheida dizsentir-se à vontade paravislumbrar um futuro favo-rável no Paraná com o quechama de “ecologização dogoverno”. De acordo comele, nunca houve uma polí-tica ambiental de fato, jáque muitas das ações dogoverno geravam conflitosde resultados. Agora, des-taca, a questão do meioambiente está amparada portrês diretrizes básicas e afins.A primeira, a da transversa-lidade, propõe colocar o meioambiente no coração dogoverno, tendo-o comoinstrumento regulador detodos os demais projetos. Asegunda, a de desenvolvi-mento sustentável, deter-mina que o crescimento nãopode se sobrepor à preser-vação, reconhecida tambémcomo questão social. A ter-ceira, leva à criação de umsistema estadual de meioambiente, com uma agendaque vai de encontro às cau-sas e não às conseqüências.

Através desse sistema éque serão estabelecidos osmecanismos de monito-ramento e de informação

periódica à população.“Todo cidadão tem o direitode saber a condição doambiente em que vive”, dizo secretário. Assinala aindaque o sistema de monitora-mento ambiental, como daqualidade do ar, será desen-volvido nas grandes cidades,mas com perspectiva dealcance para todo o Paraná.O secretário indica aindaque há projetos de inte-gração e ações de prevençãoque envolvem os Estados vi-zinhos e até mesmo os paísesdo Conesul. Aliás, a questãodas águas será objeto deiminente encontro do Mer-cosul, o da Bacia do Prata.

Na questão de sanea-mento ambiental, Luiz Edu-ardo Cheida aponta que osesforços estarão sendo cen-trados em cinco ações: águatratada, esgoto tratado, lixo,drenagem e controle de ve-tores. O programa ganhaênfase no segundo semestre,a partir do litoral. No diag-nóstico da situação do Es-tado, hoje, o secretário cha-ma a atenção para os parâ-metros que tanto preocu-pam a Organização Mun-dial de Saúde. Ele calculaque 70% da populaçãoparanaense tenha acesso à

Médicos na função públicaO secretário Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, é oentrevistado nesta edição do Jornal do CRM, na série inaugurada emjaneiro/fevereiro e que visa mostrar as propostas de trabalho dos médicoselevados a funções públicas de relevância e alcance político-social. CláudioXavier, da Secretaria de Saúde, e Nitis Jacon, do Centro Cultural TeatroGuaíra, foram os primeiros entrevistados.

Formado em 1980 pela UEL, LuizEduardo Cheida (foto) espe-cializou-se em gastroenterologiaclínica e endoscopia digestiva. Noinício da década de 80, integroua Associação Médica de Londrinae o Sindicato dos Médicos. Seucurrículo inclui o trabalho emgrandes hospitais de Londrina ea atividade de professor uni-versitário e de ensino médio. É

autor de vários livros didáticos, com destaque para “Ecologiavivenciada”, obra de 80 páginas que teve ampla tiragem por ter sidoadotada em âmbito nacional pela rede de ensino, em 1991, à vésperada Eco/92. Ex-secretário e prefeito de Londrina, concorreu nas últimaseleições à Câmara Federal. Um dos médicos candidatos com votaçãomais expressiva, Cheida está na suplência de seu partido.

Perfil

água potável e que não maisde 28% acesso ao esgotocoletado e tratado. Quantoao lixo, estima que o percen-tual cai para 25%. Cheidacompartilha do conceito deque 70% das doenças têmrelação com a água. E de-creta: “Cada dólar investidoem saneamento representacinco poupado no trata-mento de doenças”.

O ex-prefeito e ex-secre-tário de Saúde e de MeioAmbiente de Londrina nãodeixa de dirigir uma críticaao descaso que vem propi-ciando a proliferação dedoenças endêmicas hámuito tidas sob controle. Naquestão da dengue, ele la-menta que sua cidade deorigem tenha se transforma-do num dos maiores focosde contaminação do país.Ele considera uma irrespon-sabilidade “deixar a coisasacontecerem” e, no caso deLondrina, denuncia que sãoseis anos sem o recolhimentode entulhos, que na maioriadas vezes acaba em fundosde vale, com conseqüênciasdesastrosas ao meio am-biente. Em sua gestão, diz,tal material era reprocessadopara uso em projeto dehabitação.

geralM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 7

Cermepar empossanova diretoria

Merenda escolar orgânicaVincular de fato a vida à questão ambiental, em defesa das futurasgerações, tal qual sugere a OMS. Esta é a essência de um dosprincipais programas do secretário do Meio Ambiente, Luiz EduardoCheida, e que estará associado a várias outras Pastas do atualgoverno estadual, também representadas no Conselho Estadual doMeio Ambiente. A proposta visa instituir a merenda escolar orgânicana rede de ensino público, iniciando um processo gradativo deconscientização para uma agricultura sem agrotóxicos. Cheida estimaque cerca de 1,5 milhão de crianças podem ter acesso aos produtosorgânicos, estimulando o crescimento desse mercado. O secretárioavalia que o Paraná é um dos estados que mais consomemdefensivos agrícolas e, não como mero acaso, também detémproporcional índice de intoxicações e de câncer de fígado epâncreas. Com respaldo do Iapar, a iniciativa tem projeções maisaudaciosas, como transformar o Parque Castelo Branco emreferência internacional da agricultura orgânica.

TransgênicoNo Paraná o transgênico é proibido, seja contrariando legislaçãonacional ou mesmo posição do governo Lula. Para Luiz EduardoCheida, é preciso esgotar o assunto, separando o que é ciência e oque é tecnologia.

O médico e o meio ambienteO secretário entende que os médicos têm uma responsabilidademaior em contribuir para a conscientização de não-agressão aomeio ambiente. “Nenhuma outra profissão tem essa visão clara docurso sistêmico que tem a vida e que a mesma é um conjunto desistemas”, diz Cheida, traçando o comparativo entre o corpo humanoe a natureza. Ele também cobra do médico o exemplo nas campanhasantitabagistas. “O médico fumar é uma desmoralização àspropagandas oficiais e àqueles que se empenham em conter asdrogas, que alcançam sobretudo os jovens”.

Lixo hospitalarA Agência Nacional de Vigilância Sanitária editou conjunto de normasque visam disciplinar o acondicionamento e tratamento do lixohospitalar no pais. As normas alcançam tanto os produtores edistribuidores de medicamentos humanos e veterinários como parahospitais e clínicas de tratamento e diagnóstico. As empresas terãoum ano para se adequar às novas regras. Há estimativas de quede 1 a 3% do lixo urbano seja produzido em estabelecimentos desaúde. Saiba mais sobre o assunto acessando o site da Anvisa(www.anvisa.gov.br).

Secretaria Estadual de Saúde faz campanhacontra a pneumonia atípica no ParanáSeguindo recomendações do Ministério da Saúde, a Secretaria deEstado de Saúde do Paraná está desenvolvendo um programa debloqueio e prevenção da Síndrome Respiratória Aguda Severa(SRAS), popularmente conhecida como “pneumonia asiática”. Emparceria com vários segmentos governamentais e da área de saúde,incluindo o Conselho Regional de Medicina do Paraná, a Secretariavem trabalhando com ações específicas na sociedade para evitar aentrada da doença no Estado. A pneumonia atípica já fez milharesde vítimas em todo o mundo. A SRAS já afetou 12 países, commais de 3 mil infectadas e 200 de mortes só até meados de abril.A Câmara Técnica de Infectologia do CRM-PR colocou-se à disposiçãoda Sesa para colaborar no combate à doença.

novo Conselho Delibe-rativo da Comissão Es-tadual de Residência

Médica do Paraná (Cermepar)foi eleito em 14 de março últimopara o período 2003/2004. O Prof.José Takashi Tosugui do Hospitalde Clínicas da UFPR, foi em-possado na presidência, suceden-do ao par Sérgio Ioshii. A vice-presidência passa a ser ocupadapor Sinésio Moreira Júnior. CarlosJosé Franco de Souza e JorgeAugusto Acúrio Zavala respon-

Liminar garante benefíciosalarial aos médicos dofuncionalismo público

dem como primeiro e segundosecretários. Flávio Daniel Saave-dra Tomasich assumiu a tesou-raria. O novo diretor científico éo Prof. João Carlos Simões.

Reunião no CRMRepresentantes dos médicos

residentes de Curitiba estiveramem reunião com diretores doCRM-PR, na sede da entidade,no início de abril. Na opor-tunidade, foram analisadosaspectos da legislação e tambémo programa do XV Encontro dos

Conselhos e do Pré-Enem. Outroassunto abordado foi a cessão deespaço na nova sede do Conselho,além da perspectiva de melhorinfra-estrutura para funciona-mento da Associação dos Médi-cos Residentes do Paraná. Opresidente do CRM, Luiz SallimEmed, enfatizou no encontro aimportância da participação dosresidentes nas ações da classe eem benefício da sociedade,“sempre com o compromisso éticoe solidário”.

Diretores do CRM (esq.) recepcionaram, no iníicio de abril, os representantes dos médicos residentes de Curitiba.

Tribunal de Justi-ça do Paraná con-cedeu liminar ao

Simepar, em 9 de abrilúltimo, suspendendo aaplicação dos termosdo Decreto n.º 6.614,assinado pelo entãogovernador Jaime Ler-ner, em novembro doano passado, e quedeterminava a reduçãoà metade do valor dapromoção e progressão

salarial dos médicos per-tencentes ao quadro pró-prio do Poder Executivo.

Em seu despacho, odesembargador Hirosê Zenireconheceu a jornada espe-cial de trabalho do médicoservidor e o princípio dairredutibilidade dos saláriosprevisto na Constituição.Com a decisão, fica suspen-so o desconto dos venci-mentos dos médicos, até ojulgamento do mérito.

De acordo com oSindicato, a medidajudicial tornou-se im-prescindível diante aurgência do tema, ape-sar da receptividade doatual governo em re-solver o impasse comorigem no plano decargos e salários. Aquestão mereceu amplamobilização das enti-dades médicas ao finaldo ano passado.

opiniãoM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 8

ARQUIVO GE M

bioéticaM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 9

MINADA.P65

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bioética

á muito que se fala, escrevee estuda a questão dalavagem das mãos nos

Serviços de Saúde. A literaturacientífica nunca deixou de fazerdeste, um assunto relevante, dediscussão e grande especulação.Mas, especulação de que? De quemuitos profissionais de Saúdeencaram este procedimento demaneira leviana.

Novas técnicas são assimiladascom mais facilidade por parte dosprofissionais. Especialmente pelademonstração de sua atualizaçãocientífica, a própria indústria daMedicina favorece e incentivaeste fascínio tecnológico. Entre-tanto, muito do que foi aprendidofica no esquecimento ou na indi-ferença. Sob este aspecto é que sequer dizer: que “se fazem novosamigos” mas que não se pode“esquecer os antigos”. A lavagemdas mãos se enquadra como sendouma técnica primordial, para nãose dizer, imprescindível na práticade qualquer ato profissional naárea da Saúde.

O impacto da correta lava-gem das mãos na incidência decomplicações infecciosas, tantoem hospitais quanto em consul-tórios e ambulatórios está muitobem documentado. Porque umprocedimento tão barato, tãosimples e eficaz não recebe adevida importância no cotidianoprofissional, especialmente dasequipes médicas?

As mais variadas desculpas sãoapresentadas para se justificar anão realização da adequada la-vagem das mãos. Em 2002, oCenters for Disease Control (CDC– Atlanta, USA), um dos órgãosnorteadores das diretrizes na pre-venção e controle de infecções hos-pitalares publicou um Manual paraHigiene das Mãos (www.cdc.gov).

Higiene das mãosCélia Inês Burgardt (*) Neste manual, fica claro, que

mesmo havendo limitação de re-cursos arquitetônicos (ex. falta depias), existem alternativas adequa-das e baratas, preconizando o usode álcool, para a higiene das mãos.

Existem estudos que chegama medir o quanto se lava as mãosem Unidades de Terapia Intensiva,e até se existe diferença na adesãoa esta norma entre homens e mu-lheres. As mais variadas técnicasde educação continuada são rea-lizadas e conduzidas para abordaro tema no ambiente das institui-ções de Saúde. Um enorme esforçoé despendido para “ensinar” algoque, a priori, deveria ser um hábitode higiene adquirido em casa.

Outros estudos estão sendoconduzidos, principalmente naAmérica do Norte, nos quais ainstituição hospitalar orienta ospacientes internados e suas famíliasa só se deixarem examinar oumanipular após médicos e equipede enfermagem terem lavado asmãos. É grande o impacto, paranão se dizer susto, do médicoquando um paciente o questionasobre a sua higiene das mãos. Aestratégia vem apresentando umresultado positivo.

O exercício profissional écomposto por uma série de exigên-cias e técnicas científicas. Infe-lizmente com o tempo, percebe-se uma perda substancial do quepoderia ser chamado de “partenão visível” do trabalho médico.A ênfase e o brilho da Medicinaficaram restritos aos procedi-mentos de grande porte, tanto naClínica quanto na Cirurgia.

Não pode haver competênciaprofissional se todos os passos doproceder médico não forem exe-cutados com rigorosa observaçãoe disciplina. Detalhes que consti-tuem e agregam valor ao resultadofinal. Competência e ética andamjuntas.

Qualquer técnica quandoexecutada com os cuidados quelhe são devidos, resulta em umaclara manifestação de ética. É orespeito e honestidade consigomesmo, com a pessoa que vemprocurar ajuda especializada, etambém, respeito para com a ins-tituição que acolheu o profissional.

Com critérios, deve-se analisara questão das perdas que ocorremnos casos de infecções hospita-lares, as quais se refletem direta-mente nos pacientes, nos profis-sionais e nas instituições. A maiorperda, sem dúvida é para o doente,pois não se pode medir a sua dor,seu sofrimento, sua angústia.Ainda sob este aspecto deve-seconsiderar em um horizonte maisamplo, que a perda também atingea família e a sociedade.

Quanto aos prestadores deserviços, esta perda pode sermedida de forma direta, pois acada dia de internamento seaumenta o gasto financeiro, des-viando recursos que seriam deprevenção para o tratamento. Opaciente sempre acaba sendosubmetido a mais procedimentosdiagnósticos e terapêuticos.

Mais do que controlar ainfecção hospitalar é importanteimplementar os esforços emprevenir.

Lembre-se que foi um cirur-gião que estabeleceu a higiene dasmãos como um meio de diminuiras complicações infecciosas. E foiainda, um outro cirurgião que sejogou debaixo de uma carruagem,pois se sentiu culpado por ter sidoa provável causa de mortesdurante seu exercício profissional.A história completa pode serencontrada no livro “O Século dosCirurgiões”, leitura obrigatória aosmédicos de boa vontade.

(*) Célia Inês Burgardt,conselheira e integrante da CâmaraTécnica de Bioética do CRM-PR

A Cronologia e os Pioneiroscronologia dos pioneiros da Medicina remonta à primeirametade do século 18, com os primeiros hospitais (asSantas Casas) e médicos, com destaque para Joaquim

Ignacio da Mota. O sequenciamento dos fatos históricos incluiem 1843 a formatura do primeiro médico paranaense. O lapeanoJosé Francisco Corrêa graduou-se no Rio de Janeiro e depoisatuou na cidade natal, em Ponta Grossa e Castro, basicamentede forma gratuita face a sua origem abastada. Em 1852 começamas obras da Irmandade da Santa Casa, que dois anos depoisteria à frente o Dr. José Candido da Silva Murici, oficial médicodo Exército e nomeado “vacinador provinciano”, cargo que àépoca correspondia ao de secretário da Saúde e que tinha comoprioridade o combate à varíola.

O primeiro farmacêutico aparece em 1857. Augusto Stellfeldera alemão e revalidou seu diploma no Rio. Começou a atuar noHospital da Santa Casa, quando o mesmo ainda estava na Ruada Direita, atual 13 de Maio. O primeiro médico parnanguara foio Dr. Leocádio José Corrêa, que se instalou no litoral em 1973,após formar-se no Rio. Médico humanista e deputado provinciano,começou a carreira como inspetor de portos. Em 1880 ocorreu ainauguração da Santa Casa de Curitiba, com a presença doimperador dom Pedro 2.º (era assim que ele assinava). Ao contráriodo que assinalam alguns autores contemporâneos, o imperadordisse que “o hospital está bem situado”. O Dr. Ravazzani observouem suas pesquisas, inclusive de jornais da época, de que é folclóricaa observação de dom Pedro 2.º de que a Santa Casa ficava “muitolonge”.

Único médico atuando no hospital da Irmandade desde 1868,o Dr. Murici morreu um ano antes da inauguração da obra (dasede atual), que levou 12 anos para ser edificada. Quem o suce-deu foi o genro, médico que ascenderia a general do Exército,Dr. Antonio Carlos Pires de Carvalho Albuquerque. Seu neto,Walter Pires, cerca de um século depois viria a ser o ministro doExército (no governo Figueiredo). Dr. Antonio foi o provedor eúnico médico da Santa Casa de 1879 a 89, passando com a reformado Império, a Inspetor de Higiene do Paraná, função tambémsimilar a de Secretário. Também foi a Santa Casa que abrigou asprimeiras enfermeiras do Estado. As Irmãs de São José chegaramda França em 1896.

A primeira publicação especializada surgiu em 1901. A “GazetaMédica do Paraná” tinha como editores-redatores os Drs. Victordo Amaral, João Evangelista Espíndola e Reinaldo Machado. Noano seguinte surgia a primeira sociedade médica, a de Medicinae Cirurgia do Paraná, presidida pelo Dr. Victor do Amaral. Em1907 ocorreu a primeira cesariana no Paraná, sendo a sexta nopaís. Foi conduzida na Santa Casa pelos Drs. Reinaldo Machado eJoão Espíndola. A fundação da primeira faculdade de Medicina,a UFPR, ocorreu em 1912, tendo como expoentes os Drs. Victordo Amaral e Nilo Cairo. Formada em 1919 na Federal, a Dra.Maria Falce de Macedo transformou-se na primeira médica doParaná. Ainda nesse período, são enfocados os pioneiros dauniversidade: o Dr. João Cândido Ferreira em clínica médica eDr. Symon Kossobudski, em clínica cirúrgica. A viagem no tempopassa pelo ano de 1933, com a fundação da Associação Médicado Paraná e da Revista Médica do Paraná, sob liderança do Prof.Milton de Macedo Munhoz, que em 1958 participaria daconstituição do CRM-PR e também seria seu primeiro presidente.

“Faça novos amigos, porém mantenha os antigos”

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bioética

Maringá será sede, em maio, da13.ª Jornada de Bioética do CRM

12.ª Jornada de Bioéticado Conselho Regionalde Medicina do Paraná

foi realizada em 27 de marçoúltimo, em Ponta Grossa. Aspalestras atraíram cerca de umacentena de médicos e outrosprofissionais de Ponta Grossa eregião. Esta foi a segunda jornadalevada aos Campos Gerais desdea implantação do programa deeducação médica implementadopela Câmara Técnica de Bioéticado CRM, no ano passado. Tam-bém marcou a inauguração dasatividades de 2003, que prevêemas próximas etapas para Maringá,Londrina, Curitiba, Foz do Igua-çu e Cascavel.

A jornada ponta-grossenseocorreu no auditório Dr. EnnyLuiz Facchin da Unimed e tevecomo palestrantes a conselheiraCélia Inês Burgardt, o também

conselheiro Gerson ZafalonMartins e o Prof. Mário Sanches,estes recém-incorporados à Câ-mara Técnica face a ampliaçãodas atividades. Foram colocadosem destaque os temas “Relacio-namento humano”, “Relacio-namento médico-paciente” e“Denúncias contra médicos:sindicâncias e processos”. Ostrabalhos tiveram a coordenaçãodo presidente da DelegaciaSeccional do CRM em PontaGrossa, conselheiro Luiz JacintoSiqueira, com apoio dos delega-dos da região e secretariado porCarliane Vargas Pereira.

A 13.ª Jornada de Bioéticado CRM vai ocorrer no auditórioda Delegacia Regional de Ma-ringá. As datas previstas inicial-mente são 23 e 24 de maio. Serãopalestrantes os conselheiros LuizSallim Emed, Carlos Ehlke Braga

Filho e José Eduardo de Siqueira,coordenador da Câmara Técnicade Bioética e primeiro presidenteda recém-fundada Regional doParaná da Sociedade Brasileirade Bioética. Serão abordados naspalestras temas como “Dista-násia”, “Educação médica”,“Ensino da Bioética” e “RelaçãoMédico-Paciente”. A coorde-nação local dos trabalhos está sobresponsabilidade do conselheiro-presidente da Regional, KemelJorge Chammas.

Em junho, a 14.ª Jornada deBioética será levada para Lon-drina, em data a ser fixada, assimcomo as subseqüentes, previstaspara Curitiba, Foz do Iguaçu eCascavel. A de Curitiba poderáocorrer em meados do ano,coincidindo com o Simpósio 2003de Bioética da Pontifícia Uni-versidade Católica.

Temas obrigatórios na residênciaResolução da Comissão Nacional de Residência Médica, publicada noDOU de dezembro, determina que a abordagem de temas relacionadosa bioética e ética médica é obrigatória nos programas de residência.Estimativas do início do ano apontavam que 16.803 médicos estavaminscritos em 424 instituições que oferecem residência médica.

Criada Sociedade de BioéticaSociedade Brasileirade Bioética-Paraná jáconta com a sua pri-

meira diretoria, que segue acaracterística preconizada deser multidisciplinar. O Prof.José Eduardo de Siqueira,conselheiro-coordenador daCâmara Técnica de Bioéticado CRM-PR, assume a pre-sidência da Sociedade. A 1.ªe 2.ª vice-presidências sãoocupadas, respectivamente,pelos Drs. Mário AntonioSanches, professor de Teo-logia e com doutorado emFilosofia pela PUC-PR, eLourenço Zancanaro, doutorem Filosofia pela UEL.

A bióloga Nilza Maria

Diniz, doutora em genética pelaUEL, passa a responder pela 1.ªSecretaria. A conselheira do CRMCélia Inês Burgardt, mestre emMedicina pela PUC é a 2.ª Secre-tária. Kiyomi Nakanishi Yamada,enfermeira especialista em Bioé-tica pela UEL, é a 1.ª Tesoureira.O médico oncologista Cícero An-drade Urban, mestre em Medicinae especialista em Bioética pelaUniversidade Urbaniana de Roma,ocupa a 2.ª Tesouraria.

O Conselho Fiscal tem comointegrantes o Padre RicardoHoepers, do Comitê de Bioéticado Hospital Nossa Senhora dasGraças; Leonardo Prota, doutorem Filosofia e professor do cursode especialização em Bioética da

UEL; e Roseli Nunes Coletti,educadora e mestre em Bioéticapela Universidade de BuenosAires.

A criação da SBB-Paraná foidecidida durante o CongressoInternacional de Bioética, rea-lizado ano passado em Brasília,sob estímulo do sucesso dasjornadas realizadas nas váriasregiões do Paraná, traduzidopela participação não só demédicos mas de acadêmicos,profissionais de saúde e deoutras áreas. Na fase inicial, asede da Sociedade será no CRM,não só por causa da infra-estrutura, mas por se ajustar àproposta de extensão dasatividades.

Jornada de Ponta Grossa repetiu o sucesso da edição do ano passado.

Mário Sanches, Célia Burgardt e Gerson Martins, os palestrantes.

O presidente da Delegacia de Ponta Grossa, Luiz Jacinto Siqueira (1.ºà dir.) foi o coordenador dos trabalhos, com apoio dos delegados locais.

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profissão

onscientizar os médicossobre a responsabilidadeda cirurgia plástica e a

importância da formação ade-quada do cirurgião foram osprincipais objetivos da mesaredonda sobre “A responsa-bilidade civil do cirurgião plástico,com ênfase no advento do novoCódigo Civil”, realizada emCuritiba no dia 7 de março, pelaSociedade Brasileira de CirurgiaPlástica (SBCP) – RegionalParaná. Transmitida por video-conferência para Londrina eMaringá, em parceria com oConselho Regional de Medicina

Cirurgia plástica com maissegurança e responsabilidade

do Paraná, o evento possibilitoudebate on-line entre médicos,estudantes e advogados das trêslocalidades.

Através da videoconferência,o presidente da Regional Paranáda SBCP, José Carlos de Miranda,pôde divulgar no estado acampanha nacional da SBCPque está sendo realizada, atravésde outdoors e mensagens divul-gadas em rádios, para ajudar opaciente a escolher com maissegurança o especialista que vaiatendê-lo. “Demorou, masaconteceu. Estávamos analisandoa melhor forma de divulgar, sem

agredir a população. A intençãoé esclarecer que as especialidadeslipoplastia e estética não sãoreconhecidas e que os pacientesdevem procurar um médico comtítulo de especialista registradono CRM”, explica. Ressaltaainda que os médicos devemcontribuir com esta campanhatomando consciência da impor-tância de um trabalho bem feito,responsável e preocupado com ospacientes. “Eles devem orientarseus pacientes para que busquemos melhores serviços”, completa.

A cirurgia plástica é uma dasespecialidades médicas que maiscresceram em demanda depacientes e, da mesma forma, emdenúncias levadas ao ConselhoProfissional e à esfera da Justiça,especialmente pela expectativade resultados não alcançada.“Por isso, precisamos tirar a idéiade que a cirurgia plástica semprevai alcançar bons resultados. Elaé apenas um meio para atingi-los”, afirma Miranda. Só em 2002,dos 79 processos éticos instau-rados no CRM-PR, sete foram decirurgia plástica. “Associandoassim o novo Código Civil, o doConsumidor e o de Ética Médica,é muito importante que todomédico faça um documento,chamado consentimento livre,esclarecendo ao paciente sobreas conseqüências da cirurgia,inclsuive quanto à cicatriz”,explica.

Banalização da profissãoSeguindo a onda dos Reality

Shows, nos EUA o programaExtreme Makeover oferece apessoas que se sentem emdesvantagem à beleza conven-

cional a chance de realizar, porcirurgiões plásticos e dentistas,mudanças estéticas ao vivo norosto e no corpo. Para Miranda,isto é o mesmo que banalizar aprofissão e mostrar uma inver-dade aos telespectadores do pro-grama: “A cirurgia plástica nãoé sinônimo de bons resultados”.

Para o presidente da SBCP -Regional Paraná, a proliferaçãodas escolas médicas, muitas vezesde baixa qualidade, coloca nomercado muitos profissionais quenem sempre têm boas condiçõesde trabalho. “Pois os convênioshoje em dia não são mais garantiade qualidade financeira. E,portanto, os médicos buscamincrementar seu orçamento atra-vés da cirurgia plástica”, declara.Atualmente a popularização e afacilidade de acesso às cirurgiasestéticas e reparadoras faz comque haja uma maior comercia-lização da medicina, surgindoinclusive os consórcios de cirur-gias e planos de pagamento àprestação. “Sou totalmente con-tra. O médico não pode tratar acirurgia como mercadoria. Eledeve estar preparado para avaliarse o paciente deve ou não realizá-la”, afirma Miranda.

Educação ContinuadaAtravés do Plano de Edu-

cação Continuada (PEC), osmais de 600 profissionais cadas-trados podem aprender cons-tantemente sobre as atualidadescientíficas da cirurgia plástica, oque garante sempre uma reci-clagem dos profissionais. “NoParaná, houve uma interiorizaçãoda programação científica evideoconferências para que todos

tenha acesso as atualizações”,explica o presidente.

PerfilJosé Carlos de Miranda for-

mou-se pela Faculdade de Cam-pos, em 1972, e fez residência emcirurgia plástica em 1976, no Riode Janeiro . Foi presidente da So-ciedade Brasileira de CirurgiaPlástica/Regional Paraná noperíodo de 1982 a 1983. Atual-mente ele está novamente nadireção da sociedade. “Resolvivoltar para organizar a sociedadeaqui no estado e tentar trans-formá-la numa instituição forte,representativa e que inspire con-fiança”. Para tanto, lançou uminformativo que vai ser distribuí-do para todos os médicos asso-ciados da SBCP para que saibamo que está sendo feito na Regio-nal Paraná, agora instalado nasede da AMP. Saiba mais pelofone (0xx41) 242-5415.

Reuniõescientíficas daSBCP/RegionalParaná• 9 de maio, emCuritiba – Mesa Re-donda sobre CirurgiaBariátrica• 24 de maio, emCascavel – Tratamentode Patologias da Mama• 6 de junho, emCuritiba – Conferênciasobre Ritidoplastia• 8 de agosto, emCuritiba – Evolução daCirurgia do Abdomen

A responsabilidade civil foi tema de videoconferência realizada emCuritiba. Na mesa de debatedores, o juiz de Direito Cleyton Reis,Luiz Sallim Emed, Luiz Carlos Garcia (da SBCP) e José de Miranda.

M A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 3

educação continuada

Eventos de telepatologia jácontam com calendário para o ano

programa de educação adistância através deeventos de telepatologia

vem ganhando ampla reper-cussão no entre professores,profissionais e acadêmicos deMedicina. Resultado de parceriaentre a Faculdade de Medicinada USP e o Conselho Regionalde Medicina do Paraná, o projetovem possibilitando a realizaçãode videoconferências às quartas-feiras, em semanas intercaladas.A primeira etapa de 2003 ocorreuem 19 de março, com transmissãodo Departamento de Patologiada FMUSP para o auditório da

O auditório da Santa Casa foi um dos locais da recepção dos eventos de telepatologia dos dias 2 e 16 de abril. Ao término do ciclo de jornadas, os participantes recebem CD e certificado.

Santa Casa em Curitiba e aindapara a Associação Médica deLondrina e Regional do Conselhode Medicina em Maringá. Asdiscussões anátomo-clínicas apartir de autópsias realizadas nosistema on-line foram repetidasnos dias 2 e 16 de abril, para osmesmos locais. O cronograma devideoconferência em telepa-tologia (confira o box) prevê apróxima edição para 30 de abril,com possibilidade de ser aprimeira com recepção já na novasede do CRM, mas mantidas astransmissões para Londrina eMaringá e, brevemente, com a

inclusão de Cascavel.Projeto PioneiroO projeto pioneiro de vi-

deoconferências do Conselho foilançado em 2001, contando coma imediata adesão da AssociaçãoMédica do Paraná, das Socie-dades de Especialidades e dasFaculdades de Medicina. Oseventos de telepatologia, re-conhecidos como um dos mo-delos mais completos de apren-dizagem na Medicina, foramajustados para as atividades deeducação continuada do CRMno ano passado, integrandoinclusive transmissões simul-

tâneas para quatro Estados. Emfevereiro deste ano, face a recep-tividade observada, o programaganhou um calendário anualcom o convênio firmado com osDepartamentos de Telepatologiae de Patologia da USP. Asdiscussões anátomo-clínicas têma coordenação dos Prof. GyörgyBôhm e Paulo NascimentoSaldiva. Os participantesrecebem certificado e CDs comgravação dos eventos.

Informações sobre os eventospodem ser obtidas na secretrariado CRM, pelo fone (0xx41) 322-8238.

Ética em ortopedia em debateA Regional do Paraná da Sociedade de Ortopedia e Traumatologia,integrada ao programa de educação continuada do ConselhoRegional de Medicina, promoverá em 9 de maio, das 19 às 21horas, videoconferência sobre “Ética em Ortopedia”, interligandoas cidades de Curitiba, Londrina e Maringá. O evento serácentralizado na nova sede do CRM-PR, no bairro Vista Alegre.Em Londrina, a transmissão será no auditório da AssociaçãoMédica, na Praça Primeiro de Maio, 130, Centro. A recepção,em Maringá, será no auditório da Delegacia Regional do Conselho,na Rua das Azaléias, 209. A videoconferência é aberta aosprofissionais. Informações complementares podem ser obtidasna Regional da Sociedade, pelo fone (0xx41) 262-8023.

O CRM-PR disponibiliza seu programa de videoconferências paratornar interativos os eventos promovidos por entidades médicas,possibilitando o debate on-line entre os participantes das localidadespara onde são transmitidas. Integrada ao programa, a AssociaçãoParanaense de Oftalmologia promoveu em 26 de março últimouma mesa de discussão sobre o tema “Erro médico”. O eventoocorreu na sede da Associação Médica, em Curitiba, com aparticipação do presidente do Conselho de Medicina, Luiz SallimEmed, e cerca de 20 profissionais da especialidade. A transmissãotambém foi para Londrina, com 18 participantes, e para Maringá,com mais 10.

Videoconferência para oftalmologia

Datas dasvideoconferências• Maio14 e 28• Junho11 e 25• Julho09 e 23• Agosto06 e 20• Setembro03 e 17• Outubro08 e 22• Novembro05 e 19• Dezembro03 e 17

projetos/legislaçãoM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 4

NOTASDisque Saúde da MulherO Ministério da Saúde inau-gurou em Brasília um novoserviço de informações desaúde para a populaçãofeminina. O Disque Saúde daMulher (0800-6440803)começou a funcionar no dia08 de abril e a expectativa éde esclarecer as principaisdúvidas das mulheres sobreplanejamento familiar, do-enças sexualmente trans-missíveis, prevenção decâncer e violência doméstica.A central de informação estáhabilitada a receber até2.500 ligações por dia. Pararealizar esse trabalho, 20operadoras foram treinadase estão disponíveis paraatender o público, dia-riamente, das 8 às 18 horas.O projeto é resultado de umaparceria entre o Ministério daSaúde e a Secretaria dePolíticas para Mulheres eatende todas as regiões doBrasil.

Crise hospitalarA comunidade de Apucaranae do Vale do Ivaí estámobilizada na campanha devisa socorrer financeiramenteo seu principal hospital, o daProvidência, que se encontramergulhado em grave crisefinanceira. Para o presidenteda Seccional de Apucaranado CRM, José Marcos La-vrador, a situação é gravís-sima, como reflexo da políticade saúde do governo, queremunera mal. O conselheirodestaca que a região perdeunos últimos ano várioshospitais e que, sem novasperspectivas, outros irãofechar

Medicina enlutadaO Dr. Elias Gilson Garciafaleceu em Curitiba, nasegunda quinzena de março

último, quando estava prestes acompletar meio século dedicadoà Medicina paranaense. Nascidoem 1.º de abril de 1929, emCaldas (MG), Elias formou-se emdezembro de 1955 na UFPR. Foium dos primeiros profissionais ase inscrever no Conselho deMedicina do Paraná (tinha ainscrição n.º 70), tendo sededicado à ginecologia e obs-tetrícia. Esteve vinculado nosúltimos anos no Hospital SãoLucas e à Associação de Assis-tência à Saúde.

Medicina enlutada IIA Medicina também perdeu, nomês de março, os Drs. RogérioAntônio Souza do Nascimento(CRM 2554), Amilton PedroGermano (8693), Isabel Maria doNascimento Santos (1536) eDorival Ruzzon (7011). O Dr.Rogério formou-se pela PUC em1969 e era especialista emalergia, imunologia, dermatologiae hansenologia. O Dr. Amiltontinha se formado pela Federal em1983, enquanto a Dra. Isabel erada turma de 1957 da mesmaUniversidade. O Dr. Dorival tinhase formado em 1980 pela Uni-versidade Estadual de Londrina.

Novos médicosO vice-presidente do CRM, Doni-zetti Dimer Giamberardino Filho,conduziu a palestra ética paraentrega de carteiras a 23 novosmédicos. A solenidade ocorreu dia18 de março, na sede do Con-selho.

Prêmio de Monografia“O médico na moderna sociedadedo Século XXI”. Este será o temada edição 2003 do Prêmio deMonografia Ética do ConselhoRegional de Medicina do Paraná.Podem participar todos osbrasileiros, independente daformação. Os trabalhos, quepodem ser apresentados até 4 deagosto, serão avaliados por uma

CARTASColuna IátricoParabéns, Dr. João Manuel,Tive o prazer de ler a coluna no Jornal doCRM. Sem dúvida é um conjunto depérolas que merece ser lido pela classemédica. Mais que isso, deve exigirreflexão para o cotidiano do trabalhoprofissional. Iátrico é um espaço que vemenriquecer ainda mais o excelente veículode comunicação dos médicos parana-enses. É de extremo bom gosto e deinestimável reforço científico-cultural.Dr. Luiz Felipe, de Curitiba

Nossos cumprimentos pela criativa einformativa coluna Iátrico, publicada noJornal do CRM-PR. É, sem dúvida, roteiroobrigatório de leitura, especialmente aosnossos jovens médicos, sempre em buscade exemplos e ensinamentos éticos paraa vida pessoal e profissional.José F. Schiavon, médico e dirigentehospitalar

N.R. A Coluna Iátrico, Jornal do Médicos,ganha um encarte especial nesta edição, emexperiência que propõe uma avaliação porparte dos médicos/leitores.

IntercâmbioSenhor Presidente,Acusamos o recebimento do Jornal doCRM-PR de n.º 55, ano VII, de janeiro efevereiro do corrente, juntamente com oJornal Jamp de n.º 173, do ano XXI, dejaneiro e fevereiro, e o exemplar do Saúdedo Paraná, de n.º 17, do Ano V, daPrimavera de 2002, que nos trouxeraminformações importantes sobre a classe eoutros. Gostaríamos de desejar ainda maissucesso nas próximas edições, tal comoessa, que foi de grande valia.

Edson Milani de Holanda (CD),Presidente do Conselho Regional deOdontologia do Paraná

Meio AmbienteSenhor Presidente, Agradeço,sensibilizado, pelos votos de sucessorecebidos por ocasião de minha possefrente à Secretaria de Estado do MeioAmbiente e Recursos Hídricos. A melhoriacontinua da qualidade de vida do MeioAmbiente é o ideal de todos os Para-naenses. Para isso, gostaria de continuarcontando com o apoio imprescindível deamigos como você. Muito Grato.Luiz Eduardo Cheida , Secretário deEstado do Meio Ambiente e RecursosHídricos.

Maior RapidezPor esta carta eletrônica venho elogiar asedições dos veículos informativos eperiódicos do Conselho Regional deMedicina do Paraná, fontes de ines-timáveis conhecimentos e informaçõesculturais para classe médica e, enfim,para os demais cidadãos brasileiros.Todavia, sugiro que os eventos rea-lizados ou promovidos pelos CRM´s eCFM (como os debates, reuniões,encontros de Ética Médica, Bioética, etc)sejam divulgados com antecedência, paraque os interessados possam presenciá-lose não somente deles conhecer de suarealização. Saudações e parabéns àequipe de profissionais do CRM-PR.José Américo Penteado de Carvalho,médico e promotor de Justiça no Paraná.

N.R. O Conselho agradece o comentário eadotará medidas visando maior agilidadeno fluxo de suas informações.

comissão julgadora formada pormembros da Academia Para-naense de Medicina. O autormelhor monografia receberá R$2 mil em dinheiro, certificado eterá o trabalho publicado naRevista Arquivos. O segundocolocado receberá R$ 1 mil.Informações com a secretária doConselho ou por e-mail.

Aniversário da PUC-PRA Pontifícia Universidade Católicado Paraná comemorou em 14 demarço os seus 40 anos. Comcampus em Curitiba, São José dosPinhais, Londrina, Toledo e, embreve, Maringá, a PUC tambémconta com uma ampla estruturahospitalar relacionada ao ensinomédico. Nas comemorações, aPUC homenageou vários de seusdocentes e funcionários. Cons-tantino Cominos e Luiz CarlosPereira encabeçaram a lista dehomenageados pelos 40 anos dedocência. O Prof. João ManuelCardoso Martins, que integra oConselho Editorial do CRM-PR, foidistinguido por seus 30 anos dededicação ao ensino.

Biblioteca de RadiologiaO Hospital de Clínicas da UFPRinaugurou, na segunda quinzenade março, as novas instalaçõesda biblioteca dos residentes dosetor de Radiologia Médica. Desdea implantação, em 1977, esta foia primeira vez que passou por umarestauração completa, exigindoinvestimentos de R$ 40 mil.

Condenação por pedofiliaO pediatra Eugênio Chipkevitch foicondenado no final de marçoúltimo a 124 de prisão, em regimefechado e multa de 150 saláriosmínimos. A pena, imposta pelojuiz Marcelo Semer, da 10.ª VaraCriminal de São Paulo, é a maioraté hoje imposta no país a umacusado de pedofilia. O médicoteve negado seu pedido derecorrer da sentença em li-

berdade. Ele foi preso no anopassado sob acusação de terabusado sexualmente de criançase adolescentes durante consultasem sua clínica, na capital. Fitasgravadas das cenas acabaram pordenunciá-lo. O Cremesp interditoupreventivamente Eugênio daprática da Medicina.

Hospital infantilO Hospital Pequeno Príncipe deCuritiba, referência nacional em

Pediatria, realizou em março o100.º transplante de rim infantil,de um total de 353 pacientes ematendimento na área de Nefro-logia. No histórico dos trans-plantes, 76 foram de doadoresvivos e as demais captações deórgãos de cadáveres. Apesar dacaracterística da Central deTransplantes do Paraná empriorizar o atendimento a crianças,há ainda dificuldade na captaçãode órgãos.

legislaçãoM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 5

s principais instituiçõesmédicas nacionais estiveramrepresentadas no café da

manhã realizado dia 9 de abril, nasede do Conselho Federal de Me-dicina, em Brasília, e que teve comoconvidados deputados federais esenadores integrados na reorgani-zação da Frente Parlamentar daSaúde. Ato Médico, abertura deescolas médicas e a reforma na Leidos Conselhos de Medicina, todostemas em discussão no LegislativoFederal, estiveram em destaque noencontro. Além de 28 parlamentares,participaram os presidentes do CFM,Associação Médica Brasileira,Confederação Nacional dos Médicos,Fenam e integrantes de ConselhosRegionais de Medicina, Sociedades

Pareceres do CFM• Parecer 2/2003 - Ementa: A solicitação de prova de qualificaçãoespecializada por parte de um perito não é criticável. Contudo, omédico não deve se anunciar como médico legista se não tiver títulode especialista em Medicina Legal ou desempenhar essa função noserviço público.• Parecer 3/2003 - Ementa: Rejeição de projeto de lei que torna obri-gatória a expedição de receitas médico-odontológicas em letras deforma, datilografadas ou digitadas, por ser incapaz de atingir os objetivosa que se propõe, já contemplados por legislação federal específica.• Parecer 4/2003 - Ementa: Os médicos dos serviços de atendimentopré-hospitalar, para efeito de emissão de declaração de óbito, poderãoser considerados assistentes ou substitutos e devem obedecer o dispostona Resolução CFM n° 1.601/2000.• Parecer 5/2003 - Ementa: Serviços de auditoria só poderão ter acessoa prontuários no local onde os serviços médicos assistenciais foramprestados, sendo-lhes vedada a retirada de cópias; contratos entreoperadoras de planos de saúde, de qualquer natureza, deverão obriga-toriamente conter cláusulas de reajuste anual dos honorários médicos.• Parecer 6/2003 - Ementa: É vedado aos médicos e diretores médicosresponsáveis por clínicas o fornecimento de prontuário médico emdesacordo com dispõe a Resolução CFM nº 1.605/00.

Curso noexterior eestágio no país

A Justiça Federal indeferiu pedidode liminar impetrado por alunosda Universidade Cristã da Bolívia(Ucebol) contra os efeitos daResolução CFM n.º 1.560/2002,que estabelece normas de com-portamento a serem adotadaspelos estabelecimentos de assis-tência médica brasileiros emrelação a estudantes de Medicinaoriundos de universidades estran-geiras. No mandado, os estudantessustentaram que o convênio fir-mado entre a Ucebol e algunshospitais não universitários eraanterior à edição da Resolução,não sendo possível a sua utilizaçãono caso concreto. Em sua jus-tificativa, o CFM expressou quea edição da norma decorreu deseu poder fiscalizatório e danecessidade de controle dosconvênios firmados entre univer-sidades estrangeiras e hospitaisnacionais.O juiz Márcio Luiz Coelho deFreitas, da 20.ª Vara Federal doDistrito Federal, negou o pedidoassinalando o perigo do prece-dente e os riscos à população.

Deste modo, a Resoluçãocontinua em vigência e ficamsujeitos às penalidades disci-plinares os médicos pertencentesao corpo clínico de hospital quenão seja universitário e quemantenha convênio com escolaestrangeira que ministre curso deMedicina, para a realização deinternato no país.

Ato médico e Lei dos Conselhosdebatidos com parlamentares

Médicas e Sociedades de Especia-lidade. O Paraná esteve representadopelo conselheiro Gerson ZafalonMartins, do CRM, e JurandirMarcondes Ribas Filho e RonaldoRocha Loures, da AMP.

Ao fazer a saudação aos con-vidados, na abertura do encontro, opresidente do CFM, Edson deOliveira Andrade, ressaltou aimportância dos assuntos e a neces-sidade de que sejam discutidos comprofundidade junto à sociedade.“Estes temas estão acima de questõespartidárias e acreditamos que, dessaforma, estamos ajudando a construirnovos projetos de saúde para o país”,assinalou Edson Andrade. EleusesVieira de Paiva, presidente da AMB,apresentou aos parlamentares a

preocupação das entidades médicasem relação à abertura indiscriminadade novas escolas de medicina no país:“É inaceitável a forma como estáproliferando o número de escolasmédicas. Precisamos discutir de formaséria com a sociedade e encontrarmecanismos para consolidar oaparelho formador, para que tenhamosgarantias de formar bons médicos”.

O presidente da FederaçãoNacional dos Médicos (Fenam), EderMurari Borba, aproveitou para pedirapoio aos parlamentares para omovimento das entidades médicasem favor da paz que promoverá umgrande evento, provavelmente, emSão Paulo ou Brasília, no final do mês.Entre os parlamentares que sepronunciaram, o deputado Rafael

Guerra confirmou a iminente reorga-nização da Frente Parlamentar daSaúde. ”É de suma importânciaresgatá-la, para que, de formaorganizada, possamos colocar empauta assuntos que interessam nãosomente às entidades médicas, mas atoda sociedade brasileira”, declarou.

otar com mais recursosos hospitais universi-tários, para que tenham

condições de atender maiornúmero de pacientes do SUS éo que propõe o Projeto de Lei281/03, de autoria do deputadoDr. Pinotti (PMDB-SP). Aintenção é que, na definição dostetos financeiros globais, osrecursos de custeio da assistênciahospitalar e ambulatorial deve-rão ser alocados de forma a con-templar toda a capacidadeinstalada dos hospitais univer-sitários. Conforme o parlamen-

Recursos a hospitaisuniversitários

Remuneração dignaA deputada Maninha (PT-DF) apresentou o Projeto de Lei 587/03, que determina que os honorários de médicos e odontólogos deverão tero valor mínimo de cobrança para evitar o descredenciamento de profissionais nos planos de saúde. A parlamentar, que também é médica,denuncia que as operadoras têm sido alvo de constante fiscalização do CADE por tentativas de cartelização. Para seu projeto, justificouque, na tentativa de impor preços baixo pelos serviços prestados, as operadoras acabam por descredenciar os profissionais que nãoaceitam trabalhar pelos valores impostos. “O piso dos honorários vai permitir que os consumidores paguem preço justo por um atendimentoadequado. Não se pode baratear custos quando se lida com a vida das pessoas”. Maninha lembra que 40 milhões de pessoas utilizam osplanos privados pela falta de atendimento adequado pelo SUS.

tar médico, estão aumentando oscasos em que os pacientes do SUSdeixam de ser atendidos nos hos-pitais universitários. “Apesar dedisporem de capacidade insta-lada, os hospitais universitáriosnão podem fazer esses atendi-mentos porque esgotaram ascotas de internações ou osprocedimentos ambulatoriais,fixados nos tetos financeirosglobais de cada gestor”, justifica.A proposta foi encaminhada àsComissões de Seguridade Sociale Família e de Constituição eJustiça e de Redação.

Edson Andrade, do CFM.

curiosidadeM A R Ç O E A B R I L - 2 0 0 3 / P Á G I N A 16

A MEDICINA CUIDA DO CORPOE A MÚSICA CUIDA DA ALMA

são realizadas em grupo de pessoasque apresentam problemas emcomum. A música entra como umcomplemente durante as atividadese tornou-se um poderoso aliado.“Em alguns casos, utilizo a harmoniade sons como um remédio, princi-palmente quando praticamos sessõesde relaxamento. Certas melodiasajudam a acalmar, relaxar e curar”,relata o homeopata. Inicialmente,era uma forma de trabalhar con-teúdos relacionados ao Programa deAtendimento à Saúde da Mulhercom profissionais das áreas de Saúdee Educação. Hoje, o trabalhoengloba pacientes portadores doHIV, como investimento naqualidade de vida dessas pessoas, dopontos de vista físico, mental,emocional e espiritual.

Etelvina Arrebola Souza daFrota, médica e também compo-sitora, explica melhor esta relaçãoentre a música e a medicina.“Música é harmonia e movimento.Ritmo. Tensão, seguida de repouso.A fisiologia de qualquer organismosaudável também funciona dessamaneira”, esclarece. Segundo omédico Iso Fischer, a música faz bempara qualquer pessoa. “Para mim,

A dificuldade de conciliar profissões

nascidos. É a estreita ligação entredois mundos opostos, entre amedicina e a arte.

O médico e artista Luiz AlbertoIso Fischer Abramides diz que, dealguma forma, sempre utilizou amúsica como meio terapêutico deauxílio em tratamentos específicos.Há mais de 10 anos, Iso Fischer,como prefere ser chamado, desen-volve um projeto de interatividadecom seus pacientes denominado“Oficinas de Vivência”. O projetoconsiste na educação de adultos,utilizando técnicas teatrais e basesda psicologia moderna. As oficinas

harmonia musical podedespertar sensações, senti-mentos e aguçar os sentidos.

Alguns estudiosos do assuntoatribuem à música outros benefíciosao corpo humano, como a melhoriada coordenação motora e aumentono poder de concentração. De umaforma simplificada, a música podeser, sim, sinônimo de qualidade devida. Atualmente, a terapia por meiodo uso de sons pode ser encontradaem unidades de tratamento inten-sivo, centros de reabilitação parapacientes com danos neurológicos,maternidades e unidades de recém-

ão é raro encontrar médicosque se dedicam à carreiraartística no dias de hoje. No

entanto, a falta de tempo é umdos grandes problemas para essesprofissionais da saúde, que searriscam em uma nova carreira.“Conciliar a medicina e a músicarequer dedicação. Os fins desemana geralmente são sacri-ficados”, diz Iso Fischer. “Muitasvezes, aos domingos, viajo paraSão Paulo para fazer algumasgravações em estúdio”.

Na época em que produziu seu

CD, o homeopata precisou tirarlicença-prêmio, pois necessitavaficar em período integral noestúdio de gravação. “Eu nãoencaro a música apenas como umhobby, mas com qualidadeprofissional. É uma atividade quenecessita ser desempenhada comdisciplina e paixão”, afirma omédico. No entanto, a carreiraartística hoje está em segundoplano. “Sou um apaixonado pelamedicina que pratico, não pensoem deixar de cuidar das pessoas.Posso até me definir como

profissional de qualidade de vidae educação em saúde. Issoengloba a Homeopatia, o trabalhocom as ‘Oficinas de Vivência’ e amúsica”, finaliza.

Já com um final um tantodiferente, Etel Frota não praticamedicina atualmente. Médicagraduada pela UniversidadeEstadual de Londrina, durante avida acadêmica passou pelo“caldeirão cultural“ dos mo-vimentos estudantis. E, dentrodesse cenário, teve seus pri-meiros contatos com a arte. Após

a formatura, mudou-se paraCuritiba, onde cursou especia-lização em Reumatologia, noHospital de Clínicas. “Sempre fuiapaixonada pela música, masnunca passou pela minha cabeçaque algum dia eu viria a ser uma‘fazedora’ de canções. Essaaventura aconteceu muito tarde.Comecei a escrever e a meenvolver seriamente com músicadepois dos 40 anos de idade”,conta Etel.

Em 1998, deixou definitiva-mente a medicina. A música e a

literatura já haviam tomado todoo espaço da vida médica. “Se numfim de semana, eu tivesse queescolher entre um Congresso deClínica Médica e uma Oficina deComposição de Canções, provavel-mente optaria pelo segundo”,relata. No ano passado, Etel Frotalançou o livro “Poesia Escrita,Falada e Cantada”. A Obra incluium CD e a participação de outrosartistas renomados no cenáriomusical de Curitiba e São Paulo.

ela funciona como higiene mental epode interferir na melhoraria daqualidade de vida de qualquerpessoa”, complementa o homeopata.

ParceriaFormado pela Universidade de

São Paulo, em 1978, Iso Fischerteve seu primeiro contato com amúsica ainda na adolescência. Aos13 anos, começou a compor algumascanções e a estudar piano na suacidade natal, Penápolis, no interiorde São Paulo. Desde então, nuncamais abandonou a música. Mesmoatento às aulas de medicina, ohomeopata não se afastou dacarreira artística. “Tudo que serelacionava à música chamava aminha atenção”, relembra. Após aformatura, mudou-se para CampoGrande, no Mato Grosso do Sul,onde se dedicou à área de obstetrícianatural. Nesta época, começou afazer alguns shows. “Muitas vezes, omúsico pagou as contas do médico”,brinca Fischer. Em parceria comoutros músicos, compôs cançõespara intérpretes famosos como NanaCaymmi e Ivans Lins.

Em 1985, mudou-se paraCuritiba, onde se especializou emHomeopatia e passou a clinicar,

deixando um pouco de lado a vidaartística. Apenas em 1993, voltouao cenário musical, passando a fazerparcerias com corais e intérpretesda capital.

Um ano depois conheceu EtelFrota (nome artístico da médica),durante uma oficina de música. “Eusabia que ele estava montando umrepertório de canções feitas a partirde poemas curtos. Cheia de ver-gonha, mostrei para ele ‘Origami’,poema que virou faixa no primeiroCD de Iso Fischer”, conta a médica.Em 1999, Iso Fischer lançou o CD“Camera Pop” e recebeu o prêmioSaul Trumpete – prêmio de músicado Paraná, como melhor compositordo ano.

Atualmente, Iso Fischer e EtelFrota trabalham como parceiros. Emseus projetos futuros incluem umnovo CD para o próximo ano e aretomada de um espetáculo musical,que produziram há cerca de dois anos,sobre a poesia do poeta simbolistaAlphonsus de Guimaraens.

Iso Fischer e Etel Frota: médicos afinados com a música.