novo código florestal brasileiro críticas

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Código Florestal aprovado pela Câmara muda lei ambiental em vigor desde 1965 AGÊNCIA BRASIL, em 25 de maio de 2011 O projeto de lei do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara, altera a lei ambiental que estava em vigor desde 1965. Algumas das mudanças aprovadas ainda podem ser alteradas durante a votação no Senado, para onde o texto será encaminhado agora, e também vetadas pela presidenta Dilma Rousseff. Entre as principais mudanças que podem ocorrer caso o projeto seja transformado em lei, estão definições sobre reserva legal e Áreas de Preservação Permanente (APP). Enquanto o código atual exige reserva legal mínima em todas as propriedades, variando de 80% na Amazônia a 35% no Cerrado e 20% nas outras regiões, o novo texto aprovado dispensa aquelas de até quatro módulos fiscais (medida que varia de 20 a 400 hectares) de recompor a área de reserva legal desmatada. Para esses casos, não haverá obrigatoriedade de percentual mínimo de preservação, valendo a manutenção da área de vegetação nativa existente em julho de 2008. Também fica autorizada a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo bioma. A redação aprovada consolida plantações em encostas e topos de morros, definidas como APP, entre elas café, maçã, uva e fumo. A medida não permite, no entanto, novos desmatamentos nessas áreas. Uma das mudanças mais polêmicas diz respeito à regularização ambiental. Pelo Código Florestal de 1965, os proprietários que não respeitaram os

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Page 1: Novo código florestal brasileiro   críticas

Código Florestal aprovado pela Câmara muda lei ambiental em vigor desde 1965AGÊNCIA BRASIL, em 25 de maio de 2011

O projeto de lei do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara, altera a lei ambiental que estava em vigor desde 1965. Algumas das mudanças aprovadas ainda podem ser alteradas durante a votação no Senado, para onde o texto será encaminhado agora, e também vetadas pela presidenta Dilma Rousseff.

Entre as principais mudanças que podem ocorrer caso o projeto seja transformado em lei, estão definições sobre reserva legal e Áreas de Preservação Permanente (APP). Enquanto o código atual exige reserva legal mínima em todas as propriedades, variando de 80% na Amazônia a 35% no Cerrado e 20% nas outras regiões, o novo texto aprovado dispensa aquelas de até quatro módulos fiscais (medida que varia de 20 a 400 hectares) de recompor a área de reserva legal desmatada.

Para esses casos, não haverá obrigatoriedade de percentual mínimo de preservação, valendo a manutenção da área de vegetação nativa existente em julho de 2008. Também fica autorizada a recomposição em áreas fora da propriedade, desde que no mesmo bioma.

A redação aprovada consolida plantações em encostas e topos de morros, definidas como APP, entre elas café, maçã, uva e fumo. A medida não permite, no entanto, novos desmatamentos nessas áreas.

Uma das mudanças mais polêmicas diz respeito à regularização ambiental. Pelo Código Florestal de 1965, os proprietários que não respeitaram os limites de reserva legal e de cultivos em APP estavam ilegais, sujeitos a multas por crimes ambientais e embargo das propriedades.

Pelo novo texto, os produtores rurais terão que se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderir ao Programa de Regularização Ambiental criado pelo governo federal.

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A Emenda 164 — de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG)—, no entanto, votada e aprovada em plenário na madrugada desta quarta, dá aos estados e ao Distrito Federal, tirando a exclusividade da União, o poder de definir os critérios de utilidade pública, baixo impacto ou interesse social para a regularização, além de liberar plantações e pastos feitos em APP até julho de 2008.

Segundo o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), caso a medida também passe pelo Senado, a presidenta Dilma a vetará, pois ela significa anistia aos desmatadores. O governo também quer que as possíveis liberações de desmatamento em Áreas de Preservação Permanente sejam regulamentadas por decreto presidencial.

Para os ambientalistas, o teor do texto aprovado já era esperado, mas ainda assim, foi motivo de decepção. “Considero uma violência contra a natureza, uma violência contra o ambiente do Brasil, e se continuar da maneira que está, vai trazer grandes prejuízos econômicos e sociais”, diz o presidente da organização não governamental Ecoa, Alcides Faria.

Vamos fazer tudo o que podemos para salvar as florestas!Com o projeto seguindo para o senado, a população precisa fazer tudo ao seu alcance para pressionar o governo e evitar uma derrota massiva às proteções ambientais no Brasil.

O site AVAAZ, esta promovendo uma avalanche de mensagens pedindo para eles apoiarem nosso futuro e não interesses privados, a dizer não à anistia para crimes ambientais e a se oporem à diminuição das APPs (Áreas de Preservação Permanente). Visando as proteções ambientais sejam fortalecidas ao invés de massacradas. Acesse o site: http://www.avaaz.org/po/codigo_florestal_urgente/?cl=1078796589&v=9182 e assine o movimento e compartilhe com seus amigos e parentes!Ajude nessa campanha contra o Novo Código Florestal!

Fizemos em nosso site durante o período de 01 à 25 de maio a seguinte pergunta: Qual sua opinião sobre a votação do novo texto do Código Florestal, prevista para ocorrer este mês?

De acordo com o resultado, a opinião das pessoas que responderam nossa enquete ficaram divididas entre a aprovação e a não aprovação do projeto pela camâra. Apenas 22,22% ainda não possuiam opinião formada.

Mudança no Código é ameaça ao Pantanal e Cerrado em MSMS TV 2ª edição, em 25 de maio de 2011

A medida de reserva legal permanece a mesma: 80% para florestas, 35% para o cerrado, onde há influência do bioma amazônico, e 20% para as demais regiões (o que inclui o cerrado comum e o pantanal).

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Depois de quase um ano de discussões, a Câmara Federal finalmente aprovou o texto do novo Código Florestal. O projeto, que agora vai para o Senado, foi visto de maneira muito distinta tanto para ambientalistas como para produtores rurais.

Para os ambientalistas, o teor do texto aprovado já era esperado, mas ainda assim, foi motivo de decepção. “Considero uma violência contra a natureza, uma violência contra o ambiente do Brasil, e se continuar da maneira que está, vai trazer grandes prejuízos econômicos e sociais”, diz o presidente da organização não governamental Ecoa, Alcides Faria.

Para os produtores rurais foi positivo, mas longe do ideal. “Algumas coisas que serão legisladas, no lado federal ou no lado estadual, poderiam estar dentro do Código Florestal, porém, ficaram para ser sancionadas por decreto posteriormente”, diz o representante da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), José Lemos Monteiro.

Depois de muita discussão, o projeto do novo Código Florestal brasileiro foi aprovado com 410 votos a favor. O debate se estendeu até a madrugada, e o resultado final manteve muitas das propostas ruralistas do deputado Aldo Rebelo, autor do projeto.

A medida de reserva legal permanece a mesma: 80% para florestas, 35% para o cerrado, onde há influência do bioma amazônico, e 20% para as demais regiões (o que inclui o cerrado comum e o pantanal). As áreas de preservação permanente, nas margens de rios, variam de 30 a 500 metros de acordo com o leito. A exceção é para rios de até 10 metros. Nestes casos, quando for necessária a recuperação, a faixa de proteção cai para 15 metros.

Pelo novo código, pequenas propriedades entre 20 e 400 hectares não precisam recuperar áreas de proteção. Compensações ambientais poderão ser feitas em outras propriedades e até em bacias hidrográficas diferentes. Outro ponto polêmico é o direito de anistia a produtores que desmataram até 22 de julho de 2008.

Para muitos ambientalistas, alguns pontos podem se tornar desastrosos a longo prazo. Em Mato Grosso do Sul, a principal preocupação está no pantanal. A maior planície alagável do mundo é também um ecossistema frágil e extremamente dependente de outros biomas que o cercam. “É uma planície circundada pelo planalto, de onde é abastecido pelos cursos de água. As modificações feitas no Código afetam esse sistema de abastecimento de água para a planície. Então, em médio a longo prazo podemos ter efeitos devastadores”, explica Alcides.

Por enquanto o código não é lei. O projeto ainda deve passar pelo Senado e pela aprovação da presidenta Dilma Rousseff. Os produtores rurais têm pressa, pois desta decisão depende a legalidade de muitas propriedades no Estado.

Se o novo código não for sancionado até 11 de junho, a lei antiga volta a valer. O decreto, que está em vigor e adapta o código de 1965, perde a validade no mês que vem. “A maioria dos produtores brasileiros não está dentro do antigo Código Florestal, ele precisa ser modernizado e nós esperamos que o novo entre em vigor rapidamente”, revela José Lemos.

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No senado, parlamentares já adiantaram que a discussão não será tão rápida assim. “Transferiram os problemas para o Senado Federal. Portanto, aqui com certeza vai ser um debate complicado”, argumenta o senador Delcídio do Amaral.