novas tecnologias da informação e comunicação - aula 03

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1 AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES AULA 03 FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

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Novas Tecnologias da Informação e Comunicação - aula 03

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Page 1: Novas Tecnologias da Informação e Comunicação - aula 03

1AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

AULA 03FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS

DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

NOVAS TECNOLOGIASDA INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

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2 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DAINFORMAÇÃO E COMPONENTES DETELECOMUNICAÇÕES

APLICAÇÕES COMERCIAIS DAS TELECOMUNICAÇÕES

Primeiramente, precisamos mencionar que entendemos por telecomunicações: é toda a troca de informações (voz, dados, imagens, textos) por meio de redes computadorizadas, compostas por recursos de hardware, software, dados, humanos e rede, como vimos anteriormente.

Essa troca informatizada de informações associa usos nas principais categorias de sistemas de e-commerce (comércio eletrônico), colaborativos, internos e externos das organizações. O espectro de utilização desses sistemas se baseia no potencial de telecomunicações da internet, intranets e extranets, entre outras redes empresariais e interorganizacionais.

Vejamos a seguir, mesmo que sumariamente, as redes e aplicações da internet, intranets e extranets.

Aplicações de colaboração entre e nas organizações

As redes de telecomunicações — internet, intranets e extranets — apoiam a comunicação, a coordenação e a colaboração entre membros de equipes e grupos de trabalho das organizações.

Essas redes de telecomunicações propiciam que integrantes de uma equipe de projeto (desenvolvimento de produtos, gerenciamento de vendas, relacionamento com o consumidor) possam utilizá-las para que deem suporte ao fluxo, à dinamicidade, à comunicação e à cooperação entre eles, bem como à videoconferência, ao correio eletrônico, ao grupo de discussão, entre outros canais de comunicação.

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3AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

Quando nos vinculamos a um grupo de discussão sobre filmes, por exemplo, e participamos ativamente da troca de informações quanto à filmografia de determinado ator/atriz ou diretor, à estética d’O fabuloso destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet, ou à de Dogville, de Lars Von Trier, estamos aplicando redes de telecomunicações direcionadas à colaboração entre os integrantes do grupo. Essa colaboração ocorre da mesma forma em um grupo de discussão formado por consultores de determinada área de uma empresa.

A diversidade de recursos de T.I.C. e de suas aplicações possibilita a troca de informações por meio de redes de comunicação (locais e mundiais).

A crescente tendência no âmbito empresarial é a da utilização de sistemas abertos com ampla conectividade, como a internet (rede mundial de computadores), a extranet (rede que associa o uso da internet e intranet para comunicação entre a empresa e fornecedores, ou entre a matriz brasileira e a filial americana, por exemplo) e a intranet (rede física interna de uma empresa utilizada para comunicação entre departamentos de uma empresa).

Essas plataformas tecnológicas propiciam maior interação entre as pessoas (trabalho em grupo), atualização de dados e informações, agilidade, economia, apoio à decisão; enfim, ampliam os processos de informação e comunicação de uma organização.

Vejamos agora a reportagem da seção “Você em evolução” — Tecnologia para quem trabalha na rua — da revista Você S/A Exame:

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4 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Uma empresa, cuja matriz se localiza em Curitiba, comunica-se com suas filiais, em Santa Catarina, pelo meio físico da internet, por meio da sua intranet para compartilhamento de dados entre departamentos, comunicação de novas diretrizes, discussão sobre um determinado produto ou serviço que está sendo desenvolvido pela empresa, atualizações de informações a respeito de uma consultoria que está sendo realizada, etc.

Essa mesma empresa, conectada à internet, comunica-se com seus fornecedores pela extranet, o que possibilita a troca de dados relativos a pedidos a serem feitos ou já realizados, verificação de datas de entrega, etc.

PARA QUEM VAI ATÉ O CLIENTE

O uso da tecnologia é crucial para qualquer profissional, principalmente para os que passam a maior parte do tempo com os clientes. Embora muitos utilizem a estrutura das empresas que atendem, eles precisam ter seu próprio equipamento. É o caso de consultores, técnicos e instrutores que atuam nas etapas de análise, instalação e implementação de projetos.

Para quem faz parte do grupo que, literalmente, carrega o escritório nas costas, o mais importante é investir em equipamentos que garantam rapidez e praticidade. O notebook, por exemplo, é indispensável para quem fica muito tempo fora do escritório.

É o caso do paulista Fábio Fossen, de 35 anos, gerente de projetos da Booz Allen Hamilton desde 2000 e que faz 80% de seu trabalho com os clientes. "Normalmente, vou uma vez por semana a Booz Allen. Nos outros dias, fico na empresa das pessoas que atendo", diz ele. (...)

INTERCONECTIVIDADE MÁXIMA

Fossen dificilmente utiliza um computador de mesa — nem mesmo em casa. Só usa um quando vai a Booz Allen. Lá, faz cópias dos trabalhos em andamento dentro da intranet, rede interna da empresa.

Por normas de segurança da Booz Allen, o notebook de Fossen não tem acesso à rede via cartão nem pelo sistema Wi-Fi (acesso sem fio à internet). Caso contrário, ele poderia se conectar à rede e à internet da empresa de qualquer local com ponto de conexão sem fio — os chamados hot spots.

Isso acontece, por exemplo, em todos os aeroportos das capitais do país. As redes Fran's Café e America, que têm estabelecimentos em São Paulo e em outras cidades, também contam com hot spots. Na Europa, os passageiros da Lufthansa podem se conectar à rede pelo sistema Wi-Fi durante a viagem. (...)

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5AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

APLICAÇÕES DE COMÉRCIO ELETRÔNICO

Nessas aplicações as redes de telecomunicações — internet, intranets e extranets — dão suporte às transações de compra e venda de produtos e aos serviços e informações realizados em meio eletrônico.

Jayr F. de Oliveira sintetiza tais aplicações em exemplo prático:

“Uma empresa poderia utilizar a internet, por exemplo, para propiciar aos clientes acesso a catálogos de produtos em multimídia na rede Mundial de Computadores (www ou World Wide Web), utilizar extranets tão amplas que os clientes possam acessar os bancos de dados de estoque da empresa e utilizar uma intranet para que os funcionários possam facilmente consultar cadastros de clientes armazenados em servidores intranet.”

Há que se ressaltar que quando Oliveira se refere a Extranets acessadas por clientes, não está se referindo a consumidores, mas a business partners (parceiros de negócios), pois uma conexão física com acesso restrito é estabelecida, na Internet, entre a empresa e seus parceiros.

John Gantz, chief research officer da IDC, em artigo publicado na revista Information Week — Brasil, de 20 de janeiro de 2005, fala-nos da T.I. se encaminhando para a nova era. Acompanhemos um trecho do artigo:

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6 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

T.I. SE DIRIGE À NOVA ERA

A PRÓXIMA ERA

Estamos claramente entrando em uma época em que a computação se torna mais móvel e pessoal. Pode chamar de convergência, computação pervasiva, era dos aparatos, mas os desktops já não são mais o centro do universo computacional. Na metade da década, haverá dois bilhões de telefones celulares em uso, e ao fim da década, três bilhões — a maioria com acesso à internet.

Se nos projetarmos para daqui a dez anos, veremos que os aparelhos de comunicação sobre rede superarão 6 bilhões — com 80% representados por eletrônicos de consumo, celulares, appliances e talvez até brinquedos. Apenas um bilhão será computadores!

O crescimento deve criar demanda por aplicações e serviços novos, novas arquiteturas para transações e novos níveis de sofisticação e desempenho na infra-estrutura servindo trabalhadores e consumidores que usam os dispositivos.

Mas a maior tendência para a nova era não é só mobilidade e convergência. Incluirá novos dispositivos embedded, como tags de identificação por radiofreqüência, sensores de comunicação e outras formas de comunicações diretas com o ambiente.

Enquanto o universo de TI se expande, primeiro para abranger usuários móveis e mais tarde dispositivos embedded e cada vez menores, arquitetura de dados, comunicações, rede e storage precisarão mudar para acomodar a ampliação.

O uploading e dowloading de dados em rede por trilhões de aparelhos significarão demanda por armazenamento, processamento, gerenciamento de conteúdo, switching, segurança e por toda a integração e software que o façam funcionar.

Para a empresa lidar com o universo em expansão dos dispositivos será preciso novas habilidades, suporte de fornecedores e processos de negócios. Também dependerá de padrões abertos, sistemas flexíveis e com alto "throughput" (quantidade de dados capaz de ser transmitida simultaneamente), e ferramentas de desenvolvimento.

CIOs [Chief Information Officer ― Gestores de TI] e profissionais de TI que acabaram de se acostumar com redes wireless, comércio eletrônico e preocupações constantes com segurança terão que acomodar diversas, ou até centenas, de novos fatores, formas de conteúdo e condições de tráfego. A nova era será desafiadora — e recompensadora. E a última também!

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7AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

Uma instituição de ensino, ao utilizar a internet, possibilita que pessoas interessadas em conhecer a estrutura da instituição (cursos, corpo docente, infraestrutura) acessem sua homepage, que seus alunos acessem a matriz de disciplinas dos períodos dos cursos de graduação, o controle de notas, as ementas de cursos de pós-graduação, o acervo da biblioteca, permitindo-lhes fazer reservas e renovações de empréstimos de livros, por exemplo.

Pela intranet da instituição o corpo docente tem acesso a comunicações da coordenação do curso no qual leciona, a propostas pedagógicas que estão sendo implantadas, e pode ainda trocar informações sobre determinado tema de interesse em suas respectivas áreas (grupos de pesquisa e de discussão). Já pela extranet uma instituição brasileira poderá realizar intercâmbio de conhecimentos com uma instituição francesa, por exemplo.

Tais aplicações são possibilitadas, não devemos nos esquecer, por vários recursos em rede.

O VALOR COMERCIAL DAS TELECOMUNICAÇÕES

As tecnologias da informação e da comunicação, principalmente em aplicações comerciais baseadas em telecomunicações, auxiliam na superação de barreiras geográficas, de tempo, de custo e estruturais, o que promove o aumento do sucesso nos negócios.

Jayr F. de Oliveira apresenta quadro que enfatiza como as diversas aplicações do e-commerce podem auxiliar uma empresa a captar e a oferecer informações para usuários finais, localizados em lugares remotos, a custos reduzidos, e ainda apoiar os objetivos organizacionais estratégicos.

Reproduzimos a seguir o quadro apresentado por Oliveira para que possamos observar o valor de tais aplicações:

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8 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Exemplos do valor comercial de aplicações de comércio eletrônico das telecomunicações

CAPACIDADE ESTRATÉGICA

EXEMPLOS DE COMÉRCIO ELETRÔNICO VALOR COMERCIAL

Superar barreiras geográficas:Captar informações sobre transações comerciais de locais.

Usar internet e extranets para transmitir pedidos de clientes dos vendedores em viagem para um centro de dados empresarial de processamento de pedidos e controle de estoque.

Propicia melhor atendimento ao cliente pela redução do atraso no preenchimento de pedidos e melhora o fluxo de caixa pela agilização das contas dos clientes.

Superar barreiras de tempos:Fornecer informações para locais remotos imediatamente após serem requisitadas.

Autorização de crédito no ponto-de-venda utilizando redes POS on-line.

Consultas de crédito podem ser feitas e respondidas em questão de segundos.

Superar barreiras de custo:Reduzir o custo dos meios mais convencionais de comunicação.

Videoconferência entre uma empresa e seus parceiros comerciais utilizando a internet, intranets e extranets.

Reduz viagens caras de negócio; permite que clientes, fornecedores e funcionários colaborem, melhorando assim a qualidade das decisões tomadas.

Superar barreiras estruturais:Apoiar conexões para obter vantagens competitivas.

Intercâmbio eletrônico de dados (EDI) de transações com fornecedores e clientes utilizando extranets ou outras redes.

Faz amarrações rápidas e convenientes entre clientes e fornecedores.

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Oliveira nos apresenta exemplo de fácil entendimento. Imaginemos uma empresa e suas transações de comércio eletrônico. Pois bem, as barreiras geográficas podem ser superadas por vendedores viajantes, vendedores de filiais ou representantes comerciais pela utilização da internet, extranet ou outras redes de comunicação, via laptop ou PC, que possibilitarão a transmissão dos pedidos efetuados pelos clientes.

A superação das barreiras de tempo pode se dar por meio de terminais instalados em pontos-de-venda, conectados a uma rede de processamento de transações de vendas on-line.

O corte de custos pode ser feito com a utilização da teleconferência, pois ela reduz viagens caras para a realização de negociações, uma vez que permite a funcionários, fornecedores e clientes a participação em reuniões e a cooperação em projetos.

As barreiras estruturais são superadas quando a empresa emprega sistemas eletrônicos de intercâmbio de dados para estabelecer relações de estratégias com clientes e fornecedores, que são estabelecidas a partir da permuta de documentos comerciais eletrônicos de modo ágil e conveniente, adequado às necessidades dos parceiros comerciais envolvidos nas relações de comércio.

Reproduzimos a seguir pequeno trecho da entrevista feita por Information Week — Brasil com Don Tapscott, palestrante do IT Business Fórum de 2004, considerado guru no entendimento da relação entre tecnologia da informação e negócios:

IWB — Qual a importância e o papel de TI na realidade dos negócios atuais?

Tapscott — Em linhas gerais, TI pode levar a mudanças profundas nos negócios, não somente em seus processos, mas também na própria estrutura da corporação. As cinco vantagens-chave para o novo plano de negócios são as seguintes:

• Conceber produtos e serviços que atendam com maior precisão às necessidades dos clientes;

• Alcançar vantagem competitiva por operar em tempo real ao executar um modelo de dados mais detalhado (localizando, por exemplo, onde está o caminhão e a caixa de cereal que está sendo transportada por ele);

• Obter relações mais fortes e próximas com os clientes através de TI;

• Lucrar com a adoção de serviços de TI nos produtos, e• Lograr o controle de custo estratégico. Por uma

combinação de terceirização e melhoria do processo de negócios — tudo provido pela TI — a IBM economizou três bilhões de dólares em um ano.

TI e negócios, o casamento que dá certo.(...)

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10 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Você já havia se dado conta dessas cinco vantagens-chave, apresentadas por Tapscott, na aplicação das T.I. nos negócios empresariais? Por favor, contribua com alguns comentários sobre isso.

Pensemos na compra de livros pela Internet. Para isso, nós acessamos sites de livrarias para efetuarmos a busca de uma obra clássica ou contemporânea. Quando a encontramos, obtemos informações breves sobre ela (encadernação, preço, valor do frete, data da entrega, formas de pagamento), e após o preenchimento do formulário on-line compramos o livro desejado e o aguardamos em casa.

Para que nossa compra seja efetivada e a entrega programada e efetuada na data prevista, informações foram geradas e controles realizados por vários recursos em rede.

TENDÊNCIAS EM TELECOMUNICAÇÕES DE NEGÓCIOS

Vamos conferir agora as tendências em telecomunicações na indústria, tecnologia e nas aplicações.

Na indústria

A indústria de telecomunicações tem se tornado uma “arena competitiva” para os serviços de telecomunicações. Hoje, com a grande expansão da Internet, muitas empresas atuantes no ramo das telecomunicações oferecem ao mercado — organizações e consumidores — um leque de opções, como serviços telefônicos locais e mundiais, TV a cabo, serviços de telefonia móvel, acesso à Internet, entre outros.

São inúmeros os novos produtos, serviços e fornecedores de telecomunicações. E, dirigindo tal crescimento e em resposta a essa multiplicidade de ofertas em recursos de telecomunicações, as empresas têm aumentado muito o uso da internet e de recursos de

IWB — Qual a importância e o papel de TI na realidade dos negócios atuais?

Tapscott — Em linhas gerais, TI pode levar a mudanças profundas nos negócios, não somente em seus processos, mas também na própria estrutura da corporação. As cinco vantagens-chave para o novo plano de negócios são as seguintes:

• Conceber produtos e serviços que atendam com maior precisão às necessidades dos clientes;

• Alcançar vantagem competitiva por operar em tempo real ao executar um modelo de dados mais detalhado (localizando, por exemplo, onde está o caminhão e a caixa de cereal que está sendo transportada por ele);

• Obter relações mais fortes e próximas com os clientes através de TI;

• Lucrar com a adoção de serviços de TI nos produtos, e• Lograr o controle de custo estratégico. Por uma

combinação de terceirização e melhoria do processo de negócios — tudo provido pela TI — a IBM economizou três bilhões de dólares em um ano.

TI e negócios, o casamento que dá certo.(...)

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rede para aplicações de colaboração e comércio eletrônico.

Com o aumento de opções de serviços e fornecimento de telecomunicações voltadas para suprir as necessidades das empresas prosperaram também as alternativas de gestão (tomada de decisões, planejamento estratégico).

Precisamos mencionar ainda que essa contínua evolução fez com que os usuários de T.I. tivessem voz ativa na escolha de soluções (produtos e serviços) em telecomunicações. Lembremo-nos dos recursos humanos nos sistemas de T.I.C.

Na tecnologia

Atualmente, a tecnologia de telecomunicações está apoiada em sistemas abertos com conectividade irrestrita e na utilização de tecnologias de rede, tendo a internet como plataforma tecnológica.

Surge-nos a indagação: que sistemas são esses? Eis alguns exemplos: servidores de internet, intranet e extranet, navegadores de rede, dispositivos de segurança de rede, firewalls (barreiras de proteção que controla o tráfego de dados autorizados entre um computador e a Internet), entre outros.

Jayr F. de Oliveira declara que essas “tecnologias estão sendo utilizadas em aplicações de internet, intranet e extranet, principalmente as que se destinam ao comércio e colaboração eletrônicos” . Afirma ainda que tal “tendência tem reforçado passos anteriores na indústria e na tecnologia rumo à montagem de redes cliente/servidor baseadas em uma arquitetura de sistemas abertos.”

E o que seriam sistemas abertos de informação? São sistemas que empregam padrões comuns para hardware, software, aplicações e redes, abertos à internet, a intranets e a extranets, pois criam um ambiente de computação aberto de fácil acesso para usuários finais e sistemas de computador em rede. Eles proporcionam maior conectividade, ou seja, maior capacidade de computadores em rede e outros dispositivos de acesso, tendo uma comunicação e compartilhamento de informações de modo mais fácil entre eles. É a arquitetura desses sistemas que permite um alto grau de interoperabilidade de redes interconectadas.

A (r)evolução das telecomunicações também se deve pela mudança da tecnologia analógica para a tecnologia de rede digital.

Mas afinal, você sabe o que é tecnologia analógica para digital? Vamos esclarecer esse aspecto antes de prosseguirmos?

Em Princípios de telecomunicações , o autor, Júlio Cesar de Oliveira Medeiros, conta-nos que:

O surpreendente avanço nas técnicas de miniaturização,

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a microeletrônica e a melhoria considerável na qualidade dos componentes, o surgimento do circuito integrado (C I) e do microprocessador, responsável pelo comando e controle das operações dos aparelhos eletrônicos modernos, incrementaram sensivelmente a técnica digital.

Em prosseguimento, os circuitos eletrônicos tornaram-se mais sofisticados e a montagem dos componentes passou a ser em SMD (surface mounted device), com componentes minúsculos, da era da nanoeletrônica. Em conseqüência, os equipamentos tornaram-se menores, mais leves e com melhor desempenho.

Encontramos aqui novamente a menção à nanotecnologia. Houve uma anterior, quando dialogamos sobre uma das tendências das T.I.C.

As comunicações em sinais digitais são mais seguras e menos vulneráveis à ação do ruído elétrico do que as comunicações em sinais analógicos; há a facilidade de colocação de bits em circuitos de memória, pen drives ou cds-rom, enquanto os sinais analógicos são gravados em fitas magnéticas (ex.: fita DAT), atualmente obsoletas; os sinais advindos de diversas fontes de informação (geralmente canais de voz) podem ser simultaneamente transmitidos e ocupar um único canal de comunicações, e os sinais digitais oferecem facilidade eletrônica à criptografia; como nos explica Júlio César Medeiros.

Voltemos, pois, à mudança da tecnologia analógica para a digital.

Como vimos, as redes de telecomunicações (locais e globais), que utilizavam sistemas de transmissão analógica orientados por voz, estão sendo rapidamente convertidas em transmissão digital.

Jayr de Oliveira nos explica que elas transmitem informações em forma de pulsos discretos, assim como os computadores, o que proporciona maiores velocidades de transmissão, movimento de quantidades maiores de informações (pois os pulsos são transmitidos simultaneamente e ocupando apenas um canal, como vimos), maior economia e margens sensivelmente menores de erro em comparação aos sistemas analógicos, e permite que redes de telecomunicações transportem múltiplos tipos de comunicações (voz, dados, vídeo) pelos mesmos circuitos.

O autor chama a atenção para outra tendência na tecnologia de telecomunicações: a mudança da mídia fundada no cabo de cobre e sistemas repetidores de micro-ondas terrestres para transmissões por linhas de fibra óptica e satélite de comunicações.

Transmissões por fibra óptica e satélite de comunicações? A primeira se dá pela propagação de energia luminosa, pulsos de luz gerados por laser, proporcionando vantagens: tamanho reduzido, menor esforço de instalação, altíssima capacidade de comunicação, enormes velocidades de transmissão e ausência de interferência elétrica. Deve-se lembrar que a fibra óptica substituiu o uso do cabo coaxial nas redes.

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As transmissões por satélite oferecem significativas vantagens para empresas que precisam transmitir enormes quantidades de dados, áudio e vídeo por redes mundiais, em especial para pontos isolados.

Nas aplicações

Todas essas mudanças que acabamos de observar estão provocando uma grande modificação no uso comercial das telecomunicações; a “tendência rumo a mais fornecedores, serviços, tecnologias de internet e sistemas abertos e o rápido crescimento da internet, Rede Mundial de Computadores, e intranets e extranets nas empresas aumenta radicalmente o número viável de aplicações de telecomunicações” .

Assim sendo, as redes de telecomunicações desempenham papéis vitais e generalizados nas aplicações de colaboração, comércio eletrônico e internas. Estas apoiam operações de gerenciamento de objetivos estratégicos de pequenas e grandes empresas.

Além dessas aplicações de apoio, as redes locais e mundiais de computadores possibilitam o corte drástico de custos, a diminuição do tempo de indicação de negócios e de resposta, o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Esse conjunto de aplicações e resultados torna as telecomunicações a área de decisões mais complexa e importante para as organizações.

Tendências principais nas telecomunicações de negócios:

TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIA

Rumo a um número maior de fornecedores competitivos, transportadores, alianças e serviços de rede; tendência acelerada pela privatização e o crescimento da internet.

TENDÊNCIAS DATECNOLOGIA

Rumo ao uso da internet e outras redes digitais abertas, locais e mundiais, interconectadas para voz, dados, imagens e vídeo, com grande utilização de linhas de fibra ótica de alta velocidade e canais de satélite para formar um sistema de supervias de informações mundiais.

TENDÊNCIAS DASAPLICAÇÕES

Rumo ao uso generalizado da internet, intranets empresariais e extranets interorganizacionais para apoiar comércio eletrônico, colaboração entre e nas empresas, operações comerciais on-line e vantagem estratégica em mercados locais e mundiais.

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14 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Acompanhemos trecho do artigo A mágica do software, publicado na Information Week — Brasil, de janeiro de 2005, no qual seu autor, Bill Gates, declara que estamos começando a perceber o potencial da computação, que irá conectar vários dispositivos por meio do software:

A mágica do software Observando retrospectivamente os últimos 25 anos de inovação, é tentador pensar que estamos próximos do limite do que podemos fazer com computadores. Isso se deve, em grande parte, ao progresso surpreendente que testemunhamos. Passamos de mainframes autônomos para centenas de milhões de PCs e dispositivos inteligentes incrivelmente potentes. O espírito da Lei de Moore levou a potência de processamento de kilohertz para gigahertz, o storage de kilobytes para terabytes e a velocidade da rede de parcos bits por segundo a gigabits por segundo. Os computadores estenderam-se do departamento de TI a praticamente cada parte da nossa vida. Mais de 600 milhões de PCs estão em uso hoje e este número ultrapassará um bilhão nos próximos cinco anos. Muitos dispositivos que utilizamos diariamente — desde telefones móveis a TVs — estão cada vez mais semelhantes aos computadores, com potência de processamento, storage e conectividade que alcançam ou até superam a capacidade de equipamentos high-end de poucos anos atrás. Ainda assim, estamos só começando a perceber o potencial

da computação. Acredito que estamos entrando em uma era em que o software transformará fundamentalmente quase tudo que fazemos. O crescimento continuado de potência de processamento, storage, conectividade em rede e gráficos está possibilitando a criação de toda sorte de dispositivo imaginável. Mas é a mágica do software que vai conectar estes dispositivos em um todo “sem costura, tornando-os parte indispensável do nosso cotidiano. No local de trabalho, já estamos passando do software com enfoque individual, como processadores de texto e planilhas, para ferramentas genuinamente colaborativas que reúnem equipes e promovem um grande aprimoramento da produtividade empresarial. O software de produtividade atual ajuda as pessoas a colaborar, com espaços de trabalho compartilhados e ferramentas de gestão que promovem a eficiência de equipes e projetos. Mas uma futura geração de software levará a colaboração um passo à frente, capturando o conhecimento e a experiência de uma organização inteira e permitindo que indivíduos e equipes utilizem esta informação, para tomar decisões melhores e mais estratégicas.(...)

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Os exemplos de tendências das telecomunicações na indústria e na tecnologia tiveram como fonte o artigo de Ethevaldo Siqueira, Dez tendências da convergência digital, publicado no jornal O Estado de São Paulo, e disponibilizado no site do jornal.

REVOLUÇÃO E APLICAÇÕES DA INTERNET

O boom da internet é um fenômeno revolucionário em tecnologias da informação (informática e telecomunicações). Essa revolução nos faz lembrar de Marshal McLuhan, que dizia, a respeito da importância revolucionária da impressão tipográfica (a imprensa de Gutemberg), que o meio é a mensagem, enfatizando assim a importância do veículo de comunicação e a sua capacidade transformadora das relações sociais. Tal percepção nos é empírica, mesmo que não tenhamos parado para pensar nisso até então. A internet nos fez e faz experienciar a vida digital. A rede mundial de computadores converteu-se na maior e mais importante rede

Indústria: Triunfo da imagem de alta definição, a começar pela TV a cabo, nos monitores de computadores, nos projetores de alta performance (e baixo custo) e telões de cristal líquido a preços mais acessíveis. O home theater e o som surround estarão ao alcance da classe C. E para quem ainda tem dúvidas, vale lembrar que ainda este ano, chegará ao mercado o DVD de alta definição, o Blu-ray disc. Num exemplo de convergência total, nossos telões domésticos de alta definição poderão mostrar tanto as cenas e imagens vindas do outro lado do mundo quanto do quarto vizinho, dos provedores de conteúdo on demand, áudio de rádio digital de alcance mundial, hiperinformação online ( jornais, revistas, TV aberta ou TV por assinatura), lojas virtuais e todas as formas de comércio virtual.

Tecnologia: Outra tendência é a maturação da terceira geração (3G) do celular, que associa mobilidade, banda larga e conteúdos cada dia mais diversificados e sofisticados. Esse novo celular viabilizará o comércio eletrônico móvel (m-commerce), tornando realidade a interatividade em multimídia wireless. Na telefonia fixa, teremos a vitória arrasadora da tecnologia da voz sobre protocolo IP (VoIP na sigla em inglês).

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16 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

de comunicação e está a caminho da supervia de informações do futuro. A crescente expansão da rede mundial se dá à medida que empresas, outras organizações, usuários, computadores e redes (comerciais, educacionais e de pesquisas) aderem a ela. Também se constitui na plataforma fundamental para uma relação, em rápida expansão, de serviços de informação, entretenimento e aplicações comerciais, incluindo sistemas de colaboração e e-commerce. Além dessas aplicações que acabamos de mencionar, poderíamos nos lembrar de mais alguma? Pensemos na utilização que fazemos da Internet diariamente, acesso e envio de e-mails, navegação. Pois bem, as mais conhecidas aplicações da rede mundial são o e-mail, a navegação dos sites e a participação em grupos de discussão e salas de bate-papo (os chats).

No percurso que fizemos até aqui muitos exemplos foram apresentados quanto às aplicações da internet. Recupere-os mentalmente e conseguirá constituir um mosaico de suas aplicações, das possibilidades que ela nos oferece. Por isso, optamos por não oferecer apenas um exemplo que reunisse uma ou duas aplicações, o que reduziria o espectro de realizações da rede, mas apelamos à sua memória para a constituição desse quadro de realizações possibilitadas pela Internet.

Para refletir: Em matéria realizada por Thais Aline Cerioni para Information Week — Brasil, de 14 julho de 2005, discute-se como as empresas estão aproveitando o potencial da internet. Citamos, a seguir, trechos de Aonde a web levou os negócios:

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17AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

"Existe algo novo e muito real que está mudando o ritmo e o modelo dos negócios de uma forma como nunca aconteceu antes." Foi assim que Jack Welch definiu os efeitos da internet na reunião anual da General Eletric, em abril de 2000. Não há dúvidas de que ele tinha razão. Junto com a grande rede, surgiu uma infinidade de novos modelos de negócios, assim como uma série de ferramentas para otimizar processos e dar maior produtividade ao que já existia. No livro "The bright stuff ", lançado em 2002, os estudiosos Sumitra Dutta, Arnoud de Meyer e Sandeep Srivastava destacam duas habilidades trazidas pela Web: a interatividade — "Os relacionamentos entre empresas e clientes estão se tornando mais interativos. Isso enriquece as relações e cria novos paradigmas no desenvolvimento de produtos e serviços"; e a conectividade — "A natureza aberta e global da internet está possibilitando a criação de um marketspace global e compartilhado". Essas habilidades são a base para um dos mais pungentes poderes da rede mundial: a capacidade de integrar os elos da cadeia de valor de forma simples, barata e independentemente de sua localização geográfica. A corrida em busca dos

benefícios da Web se intensificou no início da década, quando expressões como e-marketplaces, e-business e B2B (business-to-business) tornaram-se espécies de mantras. De acordo com as pesquisas realizadas pelos autores do "The bright stuff ", em 2001, 47% das empresas aceitavam pedidos online, 38% tinham o processamento desses pedidos em tempo real e 42% envolviam seus parceiros nos processos. Se o ritmo de investimentos tivesse se mantido, hoje deveríamos ver as redes de negócios muito mais integradas do que realmente estão. Mas a verdade é que, de acordo com o Índice de Colaboração, divulgado pela Associação Brasileira de e-Business, apenas o setor químico e petroquímico se destaca no mercado brasileiro em nível de integração da cadeia de valor, com 37,2%. Esse índice leva em consideração a previsão e o planejamento de vendas, reposição de estoque, compras agregadas, participação em ambientes eletrônicos compartilhados e o uso de padrões para transferências eletrônicas. Pode-se considerar que o estouro da bolha das ponto-com gerou cautela na onda de integração das companhias. No entanto, outro freio para o crescimento das transações

eletrônicas tem origem no interior das empresas, muito mais do que no mercado. "Uma das principais barreiras é a cultura do poder de negociação", aponta Marcelo de Matheus, gerente de e-business da Votorantim Investimentos Industriais, que debateu o tema no IT Conference.(...) Como a palavra de ordem agora é "transparência", a barreira da integração pode estar prestes a cair. "Onde os custos transacionais são baixos, as redes de negócios funcionam mais facilmente e têm melhor performance. (...) A transparência na cadeia também aumenta a eficiência operacional. Isso se torna ainda mais claro quando as companhias usam novas técnicas para reduzir os custos de sua rede de fornecimento", dizem Don Tapscott e David Ticoll, no livro "A empresa transparente". Enquanto buscam a medida ideal de transparência com seus parceiros, empresas brasileiras apostam em iniciativas de colaboração e transação via Web. Ao garimpar o mercado, é possível encontrar projetos ousados e bem-sucedidos de companhias que acreditaram que a internet pode, sim, facilitar os negócios em suas cadeias de valor.(...)

Aonde a WEB levou os negóciosApós 10 anos de evolução da internet no Brasil, saiba como as empresas estão aproveitando o potencial da rede mundial para otimizar suas operações,

negócios e relacionamentos com parceiros, clientes e fornecedores

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18 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

RECURSOS TECNOLÓGICOS NOS SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO

Os sistemas de T.I.C. podem ser classificados conforme sua funcionalidade, ou seja, segundo a forma de suporte a decisões oferecidas por eles, como os sistemas de informação operacionais (SIO), gerenciais (SIG) e estratégicos (SIE). Segundo Denis Alcides Rezende, em Planejamento de sistemas de informação e informática , os sistemas de informação operacionais (SIO) observam o processamento de operações e transações rotineiras, inclusive seus respectivos procedimentos. Desse modo, os SIO manipulam as informações em seu detalhe, de modo analítico, singular, como: nome do produto, tipo do produto. Rezende explica que os sistemas de informação gerenciais (SIG) visam ao processamento de grupos de dados e transações operacionais e os transformam em informações para a tomada de decisões do grupo gestor. Isso se dá por os sistemas possibilitarem que os gestores adquiram uma melhor visão das operações cotidianas da empresa e alcancem resultados positivos para o planejamento e controle da organização. Assim, para tal finalidade, os SIG organizam/preparam/apresentam informações agrupadas, percentuais, acumuladores, plurais, como o total de produtos em estoque, a quantidade de produtos vendidos, entre outras. Ainda conforme o autor, os sistemas de informação estratégicos (SIE) dirigem-se ao processamento de grupos de dados operacionais e transações gerenciais, transformando-os em um grupo de informações estratégicas para gestão. Os SIE manipulam “os dados no nível macro, filtrados das operações [e] das funções empresariais da empresa, considerando ainda os meios ambientes internos ou externos, visando auxiliar o processo de tomada de decisão da alta administração, tal como presidentes, diretores, sócios, acionistas, proprietários, assessores, etc.” , e trabalham com “informações agrupadas e relacionadas (comparadas) com o meio ambiente interno e externo. Por exemplo: total de produtos em estoque comparado com a quantidade de produtos vendidos.” Os SIE, conforme Adriana Beal, normalmente oferecem informações gráficas e bem estruturadas, “integrando dados de fontes internas e externas e proporcionando flexibilidade de apresentação, além de ferramentas de análise e comparações complexas, simulações e outras facilidades com alto potencial de auxílio à tomada de decisão estratégica” . A autora informa ainda que os SIE, conforme suas características, também são conhecidos por sistema de suporte à decisão (SSD)* ou executive information system, isto é, sistema de informação executiva (EIS).

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19AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃOSIO Folha de pagamento (informações analíticas)SIG Gerenciamento das aplicações de marketingSIE Análise de desempenho de negócios

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NÍVEIS DE INFORMAÇÃO NÍVEIS HIERÁRQUICOSSIO Informações no detalhe Corpo técnicoSIG Informações em grupo Corpo gestor

SIE Informações macrorrelacionadas Alta administração

Reproduzimos a seguir segmentos (onde houve omissão de trechos apresentamos (...) para identificá-la) do artigo de José Lourenço de Sousa Neto, disponível em meio eletrônico, que aborda a gestão do conhecimento e, mais especificamente, aspectos da geração do conhecimento.

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20 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

ASPECTOS TÁTICOS DA GESTÃO DO CONHECIMENTO por José Lourenço de Sousa NetoSetembro, 2005

O valor do conhecimento tem sido, cada dia mais, objeto de preocupação de todos os profissionais envolvidos no ambiente empresarial, especialmente dos gestores. Entender como a informação de valor estratégico surge, flui, se dissemina pelo contexto organizacional, e, não menos importante, pode ser armazenada e protegida, é fundamental para o bom aproveitamento deste recurso. Nenhum profissional, cioso de suas responsabilidades na condução de negócios, pode manter-se desinformado sobre essa (não tão) nova realidade. Se quiser efetivamente contribuir para o sucesso da empresa a que assiste, importa que tenha ciência de como o conhecimento pode surgir, ser democratizado e guardado.(...)

I. GERAÇÃO DO CONHECIMENTO Uma empresa pode “gerar” novos conhecimentos por aquisição pura e simples dos mesmos ou por desenvolvimento. Para ser considerado fruto do processo de gestão do conhecimento, o aprendizado não pode ser obra do acaso, de alguma ação ou ocorrência fortuita. Embora o conhecimento obtido dessa forma também deva ser devidamente aproveitado pela empresa, a geração do conhecimento deve ser consciente e intencional, compreendendo “as atividades e iniciativas que as organizações empreendem para aumentar seu estoque de conhecimento corporativo” (Davenport e Prusak, 1998: 63). Esses autores consideram cinco formas de gerar conhecimento: aquisição, recursos dirigidos, fusão, adaptação e rede do conhecimento.

I.1. AQUISIÇÃO O conhecimento adquirido não precisa ser recém-criado ou original, mas importa que seja novidade e útil para a empresa. Davenport e Prusak (1998) consideram que a maneira mais prática de aquisição é a compra de outra empresa ou a contratação de indivíduos que tenham o conhecimento desejado. Podemos acrescentar a isso a compra do conhecimento propriamente dito, sem a aquisição de outra empresa ou a contratação de pessoas – por exemplo, acordos de transferência de tecnologia. Os autores chamam a atenção para o fato de que, ao comprar outra empresa com essa finalidade, o que se está pretendendo obter é o conhecimento contido na cabeça das pessoas. (...) Outra forma de aquisição se dá por meio do aluguel do conhecimento desejado. Aqui, o exemplo mais óbvio é a contratação de serviços de consultoria. (...) Outra forma de aquisição de conhecimento é através dos treinamentos e cursos externos, onde o funcionário busca uma habilidade que ainda não possui, com o propósito de, ao voltar, aplicá-lo em seu trabalho. (...)

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21AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

I.2. RECURSOS DIRIGIDOS Sob a forma de recursos dirigidos estão as unidades ou grupos formados com finalidade específica. Exemplo padrão são os departamentos de pesquisa e desenvolvimento, cujo objetivo básico é a criação de novos conhecimentos ou novas formas de trabalho. Uma das dificuldades enfrentadas pelas áreas de P&D refere-se à pressão por retorno rápido dos investimentos. Como isso nem sempre ocorre, a empresa pode ser levada a subestimar o valor do componente. (...) Outro problema apontado por Davenport e Prusak (1998) é a dificuldade em se transferir os resultados alcançados pela equipe de P&D para as áreas onde o conhecimento será efetivamente utilizado. (...) Também pesa, em prejuízo das atividades de P&D, o fato de que os pesquisadores devem ter alguma liberdade para explorar novas idéias, sem as limitações impostas pela busca do lucro e das datas limites. Apesar de todos esses senões, P&D não pode ser desprezado e, nas empresas que sabem explorar adequadamente o recurso, é comprovado seu benefício, na geração de conhecimentos e na promoção de inovações.

I.3. FUSÃO Por fusão entende-se a promoção de contatos entre elementos díspares, com o propósito de introduzir “propositalmente complexidade e até mesmo conflito para criar uma nova sinergia. Ela reúne pessoas com diferentes perspectivas para trabalhar num problema ou projeto, obrigando-as a chegar a uma resposta conjunta” (Davenport e Prusak, 1998: 72). O que ocorre na união de elementos com pensamentos divergentes é chamado por Leonard-Barton (1998) de abrasão criativa e descrita como a combinação proposital de pessoas com habilidades, idéias e valores diferentes pode desaguar em soluções criativas. Nonaka e Takeuchi (1997) são ainda mais enfáticos, afirmando que a reunião de funcionários com experiência e conhecimentos diferentes é condição necessária para a criação do conhecimento. O caos criativo que surge desse encontro rompe com o status quo, sabidamente antiinovador, rompendo com premissas e formas de trabalho velhas e levando ao surgimento de novas abordagens e soluções.(...)

I.4. ADAPTAÇÃO A metáfora da adaptação como formadora do conhecimento vem dos estudos da Biologia, que demonstram que mudanças no meio levam, forçosamente, a mudanças nos organismos que ali vivem – para se adaptarem às novas condições –, sob pena de sucumbirem. “Novos produtos de concorrentes, novas tecnologias e mudanças sociais e econômicas incentivam a geração do conhecimento porque as empresas que não se adaptarem às mudanças nas condições vigentes certamente fracassarão.” (Davenport e Prusak, 1998: 76) As empresas, como a maioria das pessoas, dificilmente mudam espontaneamente. A crise acaba sendo uma necessidade, para que a troca de hábitos perniciosos, ou, pelo menos, inúteis, por outros mais saudáveis e produtivos ocorram. No entanto, da mesma forma que as pessoas não conseguem promover mudanças bruscas ou demasiadamente radicais, as organizações

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22 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Com base na leitura do artigo de José Lourenço Neto e na classificação dos sistemas de informação baseados em T.I., faça uma reflexão sobre as relações que podem ser estabelecidas entre os níveis de informação de tais sistemas e os aspectos táticos da geração do conhecimento. Para revermos a classificação dos sistemas de informação, disponibilizados pelas T.I.C e que dão apoio à decisão, tomemos como exemplo o departamento de atendimento ao consumidor de uma empresa. Que informações seriam trabalhadas por esses sistemas?

também têm uma margem dentro da qual conseguem promover as adaptações necessárias. (...)(...)

I.5. REDES As redes de conhecimento são encontros informais e auto-organizados, que ocorrem dentro das empresas, de pessoas com interesses em comum. São comunidades de possuidores de conhecimento, que se encontram na busca de soluções para problemas semelhantes e que acabam por contribuir com a disseminação de informações e habilidades entre os participantes. Essa prática acaba por gerar novos conhecimentos para a organização, sendo que as redes acabam por conduzir grande volume de pensamento inovador. Cabe às empresas, que querem se beneficiar dos recursos das redes, facilitar sua criação e atuação, seja no fornecimento de instalações e recursos, seja no incentivo aos funcionários para que a elas se integrem. Por instalação e recursos entende-se não apenas o espaço físico para reuniões, mas também o espaço eletrônico – intranet ou outro meio que facilite o relacionamento das pessoas e a divulgação do conhecimento. A relutância em assumir gastos adicionais e o excesso de supervisão pode limitar a atuação das redes e até abortá-las. Depreende-se, daí, a importância da abertura exibida da mentalidade gerencial para que se crie um ambiente propício ao surgimento e desenvolvimento de redes de conhecimento. Davenport e Prusak (1998: 81) deixam claro que, se “o maior ativo de uma empresa é o conhecimento, a empresa que deixar de gerar conhecimento novo muito provavelmente deixará de existir”.

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23AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

SISTEMAS INFORMAÇÃO INFORMAÇÕES

SIO Nome do produto / nº chamadas / tipo da ocorrência registrada pelo cliente.

SIG Total de chamadas de cada produto / produto e o tipo de ocorrência registrada.

SIETotal de chamadas relacionadas aos produtos e ocorrências e o status do atendimento aos

consumidores que registraram tais ocorrências.

A integração dos grupos de informações propicia à equipe de gestores suporte valioso para o conhecimento do cenário da empresa e, por conseguinte, para a tomada de decisões pertinentes às soluções dos problemas detectados e também ao relacionamento da empresa com seus consumidores.

Tivemos aqui a intenção de dialogarmos sobre as redes de telecomunicações que permeiam nosso cotidiano pessoal e profissional. Tivemos a oportunidade de perceber como as aplicações de tais redes, pela interconectividade que proporcionam, atuam nas gestões administrativa, comercial e de informação de uma empresa. Pudemos dialogar sobre o potencial das aplicações das T.I.C. para a obtenção de resultados nos negócios, as tendências em ferramentas/plataformas de telecomunicações relacionadas aos negócios, como em aplicações de colaboração entre empresas ou no comércio eletrônico, e os sistemas de T.I.C., que dão suporte à decisão e à construção do conhecimento de um grupo de gestores que interagem com tais sistemas de informação. No próximo tópico de nosso estudo estaremos dialogando um pouco mais sobre a presença das tecnologias da informação e da comunicação nos cenários econômicos e organizacionais.

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24 NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

BEAL, A. Gestão estratégica da informação: como transformar a informação e a tecnologia da informação em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004.

GANTZ, J. TI se dirige à nova era. Information Week — Brasil, Rio de Janeiro, n. 132, p. 34-35, 20 jan. 2004.

GATES, B. A mágica do software. Information Week — Brasil, Rio de Janeiro, n. 132, p. 30-32, 14 ago. 2004.

CERIONI, T. A. Aonde a web levou os negócios. Information Week — Brasil, Rio de Janeiro, n. 142, p. 28-33, p. 28-30, 14 jul. 2005.

INFORMATION WEEK — BRASIL. TI e negócios, o casamento que dá certo. Information Week — Brasil, Rio de Janeiro, n. 123, p. 14-16, 14 ago. 2004.

MCLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensão do homem. São Paulo: Cultrix, 1995.

MEDEIROS, J. C. de O. Princípios de Telecomunicações: teoria e prática. São Paulo: Érica, 2004.

REZENDE, D. A. Planejamento de sistemas de informação e informática. São Paulo: Atlas, 2003.

OLIVEIRA, J. F. de. T.I.C: tecnologias da informação e da comunicação. São Paulo: Érica, 2003.

SIQUEIRA, E. Dez tendências da convergência digital. Disponível em <http://www.estadao.com.br/tecnologia/coluna/ethevaldo/2005/jan/29/6.htm> Acesso em 15 nov. 2005.

SOUZA NETO, J.L. Aspectos táticos da gestão do conhecimento. Disponível em <http://

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25AULA 03 - FERRAMENTAS DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMPONENTES DE TELECOMUNICAÇÕES

www.kmol.online.pt/artigos/200509/net05_1.html> Acesso em 15 nov. 2005.

VOCÊ S/A. Para quem vai até o cliente. Você S/A — Exame, São Paulo, n. 70, p. 60-61, p. 61. abr. 2004.