nova estratÉgia de ensino no tratamento...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE MARIA LÍVIA SALLES TAVARES DE FARIA NOVA ESTRATÉGIA DE ENSINO NO TRATAMENTO DA ATRESIA MAXILAR NA SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL VOLTA REDONDA 2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDAPRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

MARIA LÍVIA SALLES TAVARES DE FARIA

NOVA ESTRATÉGIA DE ENSINO NO TRATAMENTO DA ATRESIA MAXILAR NA SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL

VOLTA REDONDA2009

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃOPROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA

SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

NOVA ESTRATÉGIA DE ENSINO NO TRATAMENTO DA ATRESIA MAXILAR NA SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL

Dissertação apresentada ao

Programa de Mestrado Profissional em

Ensino de Ciências da Saúde e do Meio

Ambiente, como requisito parcial para

obtenção do Grau de Mestre.

Aluna: Maria Lívia Salles Tavares de Faria

Orientadores: Prof. Dr. Marcelo Genestra

(in memorian) e Prof. Dr. Adilson Costa

Filho

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VOLTA REDONDA2009

FICHA CATALOGRÁFICA

3

Faria, Maria Lívia Salles Tavares de

Nova Estratégia de Ensino no Tratamento da Atresia Maxilar na Síndrome do Respirador Bucal - Volta Redonda: 2009. 66 p.

Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de Volta Redonda, Ensino de Ciências da Saúde e do Meio

Ambiente, 2009.

1. Atresia maxilar; 2. Ensino; 3. Odontologia; 4. Respirador bucal; 5. oclusopatia.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Maria Lívia Salles Tavares de Faria

NOVA ESTRATÉGIA DE ENSINO NO TRATAMENTO DA ATRESIA MAXILAR NA

SÍNDROME DO RESPIRADOR BUCAL

ORIENTADORES: Prof. Dr. Marcelo Genestra (in memorian) e Prof. Dr. Adilson

Costa Filho

Banca Examinadora:

...................................................................................................................................

Prof. Dr. Adilson Costa Filho (Presidente da Banca)

...................................................................................................................................

Prof. Dr. Sérgio Elias Vieira Cury

...................................................................................................................................

Profa. Dra. Márcia Ribeiro Braz

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Dedico este trabalho em memória de

meu pai, meu mestre, colega e eterno

amigo Dr. Herberto Pinto Tavares, pelo

exemplo de ter sido um estudioso e pela

herança do gosto pela Odontologia e pela

carreira de professor.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu querido e saudoso orientador,

professor, amigo, e maior incentivador, Prof.

Dr. Marcelo Genestra pelo apoio, orientação

e atenção, um exemplo de educador.

Sempre me aconselhando e incentivando a

minha jornada dentro do mestrado. Que pelo

destino de Deus hoje encontra-se nas

minhas boas lembranças, e deixando-me a

semente do interesse pela pesquisa.

Ao meu novo orientador, Prof. Dr. Adilson

Costa Filho que me recebeu de braços

abertos para o final desta difícil missão.

Aos demais professores, pelos

conhecimentos transmitidos, pela

convivência, mas acima de tudo, pela

amizade firmada.

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“ Quando a gente acha que tem todas as respostas,

vem a vida e muda todas as perguntas...”

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 : Simulação da compressão maxilar.............................................. 46FIGURA 2 : Vista esquerda, simulação da compressão maxilar..................... 46FIGURA 3 : Vista direita, simulação da compressão maxilar.......................... 46FIGURA 4 : Divisão da linha sagital média na cera da arcada superior.......... 47FIGURA 5 : Moldagem da arcada superior..................................................... 47FIGURA 6 : Duplicação do arco superior........................................................ 48FIGURA 7 : Moldagem superior de transferência............................................ 48FIGURA 8 : Modelo de trabalho...................................................................... 49FIGURA 9 : Adaptação do parafuso disjuntor................................................. 49FIGURA 10 : Soldagem.................................................................................... 49FIGURA 11 : Disjuntor soldado......................................................................... 50FIGURA 12 : Vista oclusal do par de modelos de gesso duplicado.................. 51FIGURA 13 : Vista Frontal do par de modelos de gesso duplicado.................. 51FIGURA 14 : Vista lateral direita da mordida cruzada posterior........................ 52FIGURA 15 : Modelo da má oclusão com disjunção maxilar........................... 52FIGURA 16 : Vista lateral esquerda da mordida cruzada posterior................... 52FIGURA 17 : Vista oclusal com ativação completa do disjuntor........................ 53FIGURA 18 : Peças do 1º Protótipo GENESTRA de disjunção........................ 54FIGURA 19 : Vista direita do 1º Protótipo GENESTRA de disjunção............... 55FIGURA 20 : Vista oclusal do 1o protótipo GENESTRA................................... 55FIGURA 21 : Vista frontal do 1o protótipo GENESTRA.................................... 55FIGURA 22 : Peças do 2º protótipo GENESTRA de disjunção......................... 56FIGURA 23 : Vista direita do 2º protótipo GENESTRA de disjunção................ 56FIGURA 24 Vista Frontal 2º protótipo GENESTRA de disjunção.................... 55FIGURA 25 Vista esqueda 2º protótipo GENESTRA de disjunção................. 57FIGURA 26 Vista oclusal 2º protótipo GENESTRA de disjunção.................... 57FIGURA 27 Protótipo GENESTRA de disjunção / vista oclusal...................... 57FIGURA 28 Protótipo GENESTRA de disjunção / vista frontal ...................... 58

LISTA DE ABREVIATURAS

ANB - pontos cefalométricos : nasio, ponto A de Downs e ponto B de Downs

ATM - Articulação Temporo-mandibular

C - centígrados

CD - Cirurgião Dentista

ERM - Expansão rápida da maxila

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Mm - músculo

mms - músculos

MC - mordida cruzada

MCP - mordida cruzada posterior

RB - Respirador bucal

RBs - Respiradores bucais

RN - Respirador nasal

RNs - Respiradores nasais

SE - Sistema estomatognático

SNA - pontos cefalométricos: sela, nasio, ponto A de Downs

SNB - pontos cefalométricos : sela, nasio, ponto B de Downs

FIG. - Figura

USA - Estados Unidos da América

XX - vinte

XXI - vinte e um

◦ - grau

% - porcento

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RESUMO

A presente dissertação procura analisar, através de uma revisão da

literatura, o processo educativo na Odontologia, diante de estratégia de ensino no

tratamento da atresia maxilar na síndrome do respirador bucal, recurso de grande

importância para o aprendizado na disciplina de Ortodontia, bem como abordar este

tema para a reflexão e tomada de atitudes que contribuam para que as pessoas

tenham melhores condições de saúde bucal, implicando em uma melhor qualidade

de vida. Com falta de material para visualização da disjunção palatina pelos alunos e

despreparo dos pais dos pacientes, responsáveis pela ativação do aparelho

ortopédico, objetivou desenvolver um modelo didático palpável, para o ensino formal

e não formal, da relação da respiração bucal com alterações dentárias e faciais

oriundas da atresia maxilar facilitando o aprendizado deste tema.

O uso do protótipo GENESTRA de disjunção maxilar a disciplina de Ortodontia ajudará o entendimento diante do tratamento do paciente portador da respiração bucal com atresia maxilar eprocurando desmitificar a complexidade deste tratamento, demonstrando aos pais do pacientes a fácil manutenção do aparelho e a correção desta oclusopatia que caracterizada por problemas de crescimento e desenvolvimento ósseo que afetam a oclusão dos dentes. A atresia maxilar deve ser considerada um problema de saúde pública, pois apresenta alta prevalência e possibilidade de prevenção e tratamento, além de provocarem impacto social pela interferência na qualidade de vida dos indivíduos afetados e tratá-los como um todo, tendo a Ortodontia como parte importante na interdisciplinaridade neste processo de tratamento e ensino aprendizado.

Palavras–chave: atresia maxilar, ensino, odontologia , respirador bucal,

oclusopatia

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ABSTRACT

This work will examine, through a literature review, the educational process

in dentistry before teaching strategy in the treatment of maxillary atresia in chronic

oral breathing, tremendous resource for learning the discipline of orthodontics as well

as address this theme for reflection and taking actions that help people have better

oral health, resulting in a better quality of life. With lack of material for the

visualization of rapid maxillary expansion by the students and the unpreparedness of

parents of patients, leading to the activation of the orthopedic appliance, aimed to

develop a tangible educational model for teaching and non-formal, the relationship of

mouth breathing with dental and facial changes originated from the maxillary atresia

facilitating the learning of this subject.

The use of prototype Genestra of maxillary to the orthodontic help the

understanding on the management of the patient's breathing with maxillary atresia

demystify the complexity of this treatment, showing the parents of patients for easy

equipment maintenance and correction of malocclusion that characterized problems

of growth and bone development affecting the occlusion of teeth. The maxillary

atresia should be considered a public health problem, because of its high prevalence

and possibility of prevention and treatment, and social impact of causing interference

by the quality of life of affected individuals and treat them as a whole, and as part of

Orthodontics important in this process of interdisciplinary treatment and teaching

learning.

Keywords: maxillary atresia, education, dentistry, oral breathing, malocclusion

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………….. 132 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 15 2.1 RELAÇÃO ENSINO - APRENDIZAGEM NA ODONTOLOGIA........... 15 2.1.1 INOVAÇÕES NO ENSINO DA ODONTOLOGIA............................. 15 2.1.2 ESTRATÉGIAS PARA APRENDIZAGEM....................................... 18 2.2 TRATAMENTO DA ATRESIA MAXILAR NA SÍNDROME DO............

RESPIRADOR BUCAL

23

2.2.1 FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNATICO........................ 23

2.2.2 RESPIRAÇÃO NASAL..................................................................... 24 2.2.3 RESPIRAÇÃO BUCAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS...................... 27 2.2.4 RESPIRAÇÃO BUCAL E ALTERAÇÕES CRANIOFACIAIS........... 31 2.2.5 RESPIRAÇÃO BUCAL E ATRESIA MAXILAR................................ 36 2.2.6 EXPANSÃO RÁPIDA DA MAXILA................................................... 403 PROPOSIÇÃO............................................................................................ 444 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................ 455 RESULTADOS............................................................................................ 596 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 607 CONCLUSÕES........................................................................................... 628 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 63

1 INTRODUÇÃO

No Curso de Odontologia, na disciplina de Ortodontia, o ensino do tratamento

da atresia maxilar na síndrome do respirador bucal, necessita de estratégias para

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que o processo ensino aprendizado seja proveitoso. É notado que métodos

existentes para demonstrar a correção desta oclusopatia são pouco instrutivos, tanto

para o corpo discente como para o próprio paciente em questão.

Portilho e Torres (2004) observam que um dos grandes desafios da Educação

encontra-se no fato das pessoas conseguirem se adaptar a este momento, com o

intuito de aprender a aprender. Para isto, a pessoa necessita estar informada, ser

auto-determinada e auto-motivada, e, sobretudo ser e estar consciente de seu papel

de humano, pertencente a uma espécie. Uma das possibilidades que hoje

encontramos de humanização da sociedade, e em especial, da educação e mais

precisamente do processo aprendizagem-ensino, está na tomada de consciência do

como, por que e para que este processo acontece. As pessoas diferem em suas

formas de pensar, estudar, aprender e ensinar. Essas diferenças têm implicações no

processo de aprendizagem-ensino e são muito pouco levadas em consideração

pelos seus agentes.

Onofre et al. (2006) destacam que a respiração via cavidade nasal é

extremamente importante para o adequado crescimento e desenvolvimento

craniofacial. Um padrão de respiração alterado, tal como a respiração bucal, pode

alterar o equilíbrio do sistema estomatognático e, dessa forma, afetar o crescimento

dos ossos maxilares, músculos faciais e posição dentária. Amígdalas inflamadas,

hipertrofia de adenóides e/ou cornetos, desvios de septo, rinites alérgicas são

fatores que podem contribuir para uma respiração bucal. Apresentando também

alterações dentofaciais onde as mais comuns do respirador bucal são atresia da

maxila, palato profundo, mordida cruzada posterior e mordida aberta anterior.

Ao tratarmos o respirador bucal com atresia maxilar, o descruzamento da

mordida cruzada das arcadas dentárias será realizado com a instalação e ativação

do aparelho disjuntor que causará a separação dos ossos palatinos aumentando o

perímetro do arco maxilar.

O tratamento destas alterações deve ser realizado ainda na infância para

evitar maiores danos, e ensinada não somente a alunos do Curso de Odontologia

mas divulgado à sociedade para que seja evitado maiores danos na saúde.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Relação Ensino - Aprendizagem na Odontologia

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2.1.1 Inovações no Ensino da Odontologia

Medeiros (1997) descreve que em 1973, a Associação Nacional de

Universidades e Institutos de Ensino Superior realizou um profundo estudo com o

objetivo de implantar medidas tendentes a formar profissionais de acordo com a

realidade nacional, integrando docência-serviço-pesquisa e estimulando a

interdisciplinaridade. Esta situação serviu como marco para que diversas instituições

colocassem em prática novos sistemas, que tiveram como denominador comum os

seguintes pontos: a utilização de vários tipos de recursos ao invés de apenas o

profissional de nível superior, como é o tradicional; a utilização de equipamentos e

tecnologia simplificados; a padronização do instrumental; a utilização de novos

materiais; a aplicação de novos sistemas de trabalho, entre os quais merece

destaque a utilização de técnicas de quatro ou seis mãos e o trabalho por quadrante.

Comenta ainda que o processo de formulação e estabelecimento de uma

política de preparação de recursos humanos - com definição clara e objetiva do perfil

do profissional a ser formado - e o setor de saúde são lentos. Como em suas

necessidades e aspirações em matéria de saúde a sociedade se modifica

rapidamente, existe um descompasso nesse processo que exige ação vigorosa das

instituições formadoras e constante determinação por parte de seus dirigentes e de

toda equipe envolvida. Analisou os diversos programas relatados percebendo, como

objetivo geral, a necessidade do acadêmico entender claramente como a

experiência extramural influenciará sua futura vida profissional, a necessidade do

acadêmico ser envolvido pela experiência extramural de forma participante e a

necessidade do acadêmico receber orientação apropriada anterior ao início da

experiência. O exercício de novas metodologias por parte das instituições

formadoras de recursos humanos para a Odontologia - como no caso das

experiências extramurais - deve utilizar as diversas técnicas das várias disciplinas da

faculdade, constituindo - se num método de ensino vital para realçar o aprendizado

dos estudantes, que apreciam a oportunidade de poderem discutir suas relações

entre si, com a faculdade e com a comunidade.

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Calvalsina et al. (2006) identificam que o cirurgião-dentista (CD) deverá ter

uma formação humanística e ética, para se tornar um profissional habilitado a ser

um promotor de saúde, sensibilizado para uma prática odontológica interdisciplinar

no âmbito coletivo. Pressupondo levar os alunos dos cursos de graduação em saúde

a aprender a aprender, o que engloba aprender a conhecer, aprender a fazer,

aprendera viver juntos e aprender a ser, garantindo a capacitação de profissionais

com autonomia e discernimento para assegurar a integralidade da atenção, a

qualidade e a humanização do atendimento prestado aos indivíduos, famílias e

comunidades. Entendem que o cirurgião-dentista qualificado não é somente aquele

com uma excelente habilidade motora, mas, sobretudo, o que é capaz de

desenvolver o respeito e responder às ansiedades do paciente. Assim, concluem

que o professor deverá incorporar um novo referencial pedagógico, em que a

construção do conhecimento seja compartilhada com o aluno, através de

metodologias ativas de aprendizagem, deverão ser consideradas as novas diretrizes

curriculares e a integração curricular. Nesse modelo pedagógico, a ênfase é dada à

integração entre os conteúdos humanos e técnicos, desenvolvendo-se aspectos

humanísticos durante as diversas atividades clínicas, em que o aluno deveria estar

atendendo os pacientes e ao mesmo tempo vivenciando e teorizando sobre suas

dificuldades na relação interpessoal.

Carli (2007) descreve que diante da formação docente e educação

odontológica existe uma perspectiva em construção que frente à dimensão de

problemas de saúde bucal, compreende que profundas mudanças sóciopolíticas,

conceituais, pedagógicas e práticas são necessárias para a Odontologia brasileira.

Sendo preciso perceber que a formação odontológica tem se revelado insuficiente e

inadequada para expandir a saúde bucal à maioria da população. Infelizmente, ainda

é pequeno seu impacto social frente a programas públicos e coletivos. Ainda que a

clínica possa suprir as necessidades individuais e privadas com qualidade técnica

reconhecida, há um desafio em termos de abrangência: existe uma distância entre o

ensino de Odontologia e a perspectiva de universalização da realidade brasileira. O

perfil tradicional do CD do século XX para o século XXI: relata a concepção

mecanicista, com redução da doença à dimensão biológica, levou a maior ênfase no

processo curativo-reparador, gerando uma prática de alto custo, baixo a cobertura,

com pouco impacto epidemiológico e desigualdades no acesso. Sabe-se que

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nenhum modelo é melhor do que a prevenção, que significa educar para a saúde.

Assim, o currículo que privilegia o tratamento deva ser substituído pela prevenção.

Os problemas relacionados ao modelo dominante de formação na área de

Odontologia têm levado a discussão no meio acadêmico e profissional, segundo

ABENO em 2002, visando à necessidade de mudanças no sentido de proporcionar a

melhoria da saúde da população brasileira. Além de isso valorizar a técnica para o

profissional da Odontologia, mas o novo perfil profissional deve ser aliado a

competências científicas, conhecimento básico das ciências da saúde, problemas de

saúde populacionais. A era da Odontologia como arte, obra de artesão, está ficando

no passado. Hoje se deve ter um CD com conhecimentos gerais e sensíveis às

condições sociais conviver com uma prática de construção do saber estabelecida

sobre uma estrutura compartimentalizada e fortemente especializada, que reflete a

organização do trabalho dos profissionais da área.

Cordoni et al. (2007) descrevem que a Organização das Nações Unidas para

a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) designou uma comissão para estabelecer

diretrizes para a educação mundial no século XXI, a qual gerou o Relatório Delors.

Merecendo destaque a conformação dos quatro pilares da educação que, ao longo

de toda a vida, serão de algum modo para cada indivíduo, os pilares do

conhecimento: “aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos,

aprender a ser”. E os quatro pilares devem constituir uma só via do saber a

qualidade do ensino de odontologia está relacionada a um adequado modelo

pedagógico da universidade e do curso impedindo as relações da odontologia com

as demais profissões de saúde; a prestação de serviços como instrumento de

ensino; e a formação do cirurgião-dentista com caráter mercadológico.

Goldenberg e Maltagliati (2007) narram que a pesquisa vinculada ao

conhecimento científico emerge, no país, com o ensino universitário. Na odontologia,

em particular, surge com a criação dos cursos superiores, paralelamente à

organização da profissão. Destacam a institucionalização de um currículo mínimo,

composto pelos ciclos básico e profissionalizante, que subsidiam a prática

profissional fundamentada na formação tecnológica, cientificamente

consubstanciada. A Reforma Universitária, que implantou, com base na pós-

graduação, a disposição da produção de conhecimento científico no país. A

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ampliação da rede do ensino superior, entre a Reforma Universitária e as vésperas

da virada do século, não incorporou, em toda a sua extensão, a pós-graduação e o

correspondente investimento em pesquisa institucional; tampouco as instituições

privilegiam o espaço da instrução científica na graduação. Afirmando a flexibilidade

da organização do currículo, as novas propostas preconizam reformulações

curriculares que, em consonância com novas abordagens pedagógicas, ressaltem,

para além da instrução científica, a consideração do ensino pela pesquisa.

2.1.2 Estratégias para Aprendizagem

Abreu e Masetto (1982) discutem que é absolutamente importante para o

professor pensar, informar-se e treinar-se em relação a estratégias de sala de aula.

As estratégias são meios que o professor utiliza em sala de aula para facilitar a

aprendizagem dos alunos, ou seja, para conduzi-los em direção aos objetivos

daquela aula,daquele conjunto de aulas ou daquele curso. É a arte de decidir sobre

um conjunto de disposições, de modo a favorecer o alcance dos objetivos

educacionais pelo aprendiz. Incluem toda a organização de sala de que vise facilitar

a aprendizagem do aluno; complementar, iniciar, organizar ou sintetizar as

atividades dos alunos, tendo em vista sua aprendizagem. As estratégias escolhidas

pelo professor favorecem (ou não) o dinamismo das aulas. Sendo um forte elemento

de atuação sobre a motivação dos alunos. Para os professores a variação na

maneira de dar aulas traz vantagens, o curso se torna dinâmico, desafiador, na

medida em que exige renovação, informação sobre estratégias, flexibilidade e

criatividade ao dar aulas e avaliação da eficiência das decisões tomadas ao planejar.

O professor deve ter domínio e habilidade, e principalmente consciência clara de

que objetivos a estratégia tem maior probabilidade de favorecer.

Segundo Schmitz (1983) o homem é dotado de cinco sentidos e é através

deles que toma contato com o mundo exterior. Cada sentido apresenta

características diferentes e, consequentemente, os estímulos para cada um deles

também são diferentes. O tipo de informação que cada um transmite ao cérebro é

específico e o conhecimento, para ser verdadeiramente completo, só se verificará

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quando todos os sentidos estiverem envolvidos no processo, cada um no seu modo

próprio. Entretanto, estes sentidos não são desconexos. Sabe-se que é mais fácil

vender um produto quando acondicionado em uma embalagem atraente, assim o

professor procura valer-se de certos recursos para melhor atingir os sentidos do

educando. Os recursos utilizados são humanos onde se desta atuação do professor

como membro participante e atuante. Não se podem distinguir nitidamente os

recursos humanos dos materiais, pois estes não são auto-suficientes, exigindo

sempre a presença do professor, dando realidade e animação ao material. Entre os

recursos especificamente humanos contam-se, alem dos professores e dos alunos e

todo o conhecimento ou motivação obtidos exclusivamente através de pessoas.

Uma das preocupações do professor deve ser descobrir qual a melhor maneira de

apresentar um trabalho em aula. É preciso, para isso, conhecer os principais meios

de comunicação e as técnicas para o emprego de cada um deles. Em se tratando de

recursos materiais são recursos auxiliares do ensino aqueles que permitem mais

fácil assimilação da mensagem que se pretende comunicar, trazendo melhor

aproveitamento para os alunos nas diversas atividades, desenvolvendo a reflexão e

a compreensão. Assim como os recursos tridimensionais que identificam – se na

realidade com as técnicas de ensino. Baseiam-se no princípio de ”aprender a fazer

fazendo”.. Para a utilização de qualquer recurso material, é necessário um

planejamento visando à adequada preparação do ambiente. Cabe ao professor

julgar os momentos e as oportunidades para a adoção de um ou outro recurso, e

especialmente a combinação de vários deles, na medida de sua necessidade e dos

resultados que se pretendam obter.

Portilho e Torres (2004) citam que é de consenso que a aprendizagem tem

como objetivo primeiro instrumentalizar o sujeito para desvelar a sua realidade

objetiva e subjetiva. Também acordamos que a vida inteira estamos aptos a

aprender e podemos fazê-lo em qualquer situação, com qualquer coisa e com

qualquer pessoa, contanto que haja, antes de tudo, o desejo de aprender, e como

decorrência, um outro que viabilize essa empreitada. Conceito importante no

sistema educativo, como é o de avaliação individual, avaliação da prática docente,

atenção à diversidade, podem e devem ter um apoio conceitual e metodológico

importante na avaliação e conhecimento das diferentes maneiras de aprender que

possuem os sujeitos. Este conhecimento permitirá adequar a programação docente

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aos estilos dos alunos em alguns casos, e em outros, ajustar a programação para

melhorar aqueles estilos em que são mais deficitários, assim como auxiliar o

professor a diversificar seu estilo de ensinar. Acreditando na relação entre estilo de

aprendizagem e estilo de ensinar é que os autores optaram por fazer a pesquisa

com professores universitários e conseqüentemente, seus diferentes estilos de

ensinar e aprender.

Segundo Calvalsina et al. (2006) a questão do autoritarismo do professor na

relação com seus alunos perpassam a dimensão da subjetividade e da identidade

deste professor universitário, que em muitos casos não tem formação, nem

tampouco vocação pedagógica, reproduzindo de forma intuitiva ou autodidata

apenas o modelo biomédico no qual foi formado. Isso se explica devido à

inexistência de uma formação específica como professor universitário,

predominando, desta forma, na maioria das instituições de ensino superior, o

desconhecimento científico do que seja o processo de ensino e de aprendizagem.

Relata que o objetivo maior do ensino médico é formar profissionais competentes,

humanos e compassivos, sendo importante que o processo ensino-aprendizagem

esteja composto de elementos cognitivos e afetivos. No cognitivo, o aluno possui

uma maior abertura para tirar suas dúvidas sem receio de ser repreendido,

desenvolvendo segurança durante as atividades clínicas. No afetivo, possibilita a

transferência dessa boa relação ao paciente. Para isso, é fundamental o

desenvolvimento do diálogo e da auto-estima na relação professor-aluno, buscando-

se o equilíbrio psicoemocional e ambiental do educando.

Carli (2007) define a importância do processo ensino-aprendizagem reside no

fato de que este se realiza por meio de um trabalho conjunto entre professor e

alunos, em que o professor traça os objetivos que quer alcançar, interagindo com os

alunos, fazendo-os participar em tarefas e atividades que lhes permitam construir

significados cada vez mais próximos aos do conteúdo do currículo escolar. Para que

a universidade possa cumprir suas tarefas acadêmicas, laboratoriais e investigativas

faz-se necessária à preparação dos professores, não somente a cerca do conteúdo

científico, mas também na condução do ensino ao encontro do que necessita a

sociedade. Em se tratando do corpo docente conclui que nos cursos de Odontologia

o professor deve estar predisposto a assumir mudanças como uma constante em

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sua atuação, na certeza de que essa atitude é fundamental para o êxito da inovação.

O professor deve sentir-se comprometido, ética e profissionalmente, com o processo

de mudança, uma vez que esse processo exige o mais completo envolvimento

docente. Ele ocupa papel de destaque no processo educacional, constituindo o

grande interprete do ensino para o aluno, com o objetivo essencial de facilitar esse

processo. O professor acaba aprendendo a arte de ensinar, dentro de uma contínua

necessidade de mudanças, construção do novo conhecimento, apoiado por

investigações, pesquisas e questionamentos. O bom professor deve, além de ter

conhecimentos de didática, deve saber expressar-se com clareza ser competente,

criativo, sábio, moderno e motivador e refletir baseados na metodologia do aprender

a aprender. Ele tem que estar bom professor.

Cordoni et al. (2007) analisam necessário que a qualidade de ensino-

aprendizagem utilizada no ensino superior seja revista em decorrência das

demandas da sociedade e da implantação das diretrizes curriculares nacionais que o

professor tem papel fundamental no processo ensino-aprendizagem na formação de

graduação do cirurgião-dentista, enfatizaram que o docente tem papel fundamental

no processo de ensino-aprendizagem, sendo considerado responsável pela

transmissão de conhecimentos e de experiências. A predominância da exposição

oral é compreensível no contexto atual do ensino de odontologia marcado pela

pedagogia tradicional colocam a aula expositiva como a mais tradicional das

estratégias de ensino-aprendizagem, sendo a atividade mais empregada pelos

professores. Além disso, a exposição é apontada como preferida pelos estudantes,

que acham a posição de ouvinte confortável, principalmente se o professor torna a

aula interessante, o que favorece a utilização dessa estratégia os professores que

transmitiam o conhecimento, mas também davam “dicas” que iam além da questão

técnica, formando profissionais completos e não apenas técnicos. O professor,

dependendo de suas atitudes, pode ser responsável tanto pelo interesse como pelo

total desinteresse dos alunos, Para as estratégias de ensino-aprendizagem a

organização curricular voltada à formação de profissionais para o mercado de

trabalho traz como conseqüência a ênfase na transmissão oral de conhecimentos,

na maioria das vezes ilustrada com quadro negro e giz, projeção de slides e

multimídia. Nessa concepção, primeiro o aluno adquire conhecimentos para depois

aplicá-los na prática, o professor é o centro maior das informações a serem

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transmitidas e há um grande número de alunos em sala, o que promove o emprego

da exposição. Torna-se evidente também que o curso de graduação em odontologia

não prioriza estratégias ativas de ensino- aprendizagem que tornem o aluno sujeito

da aprendizagem e o professor facilitador desse processo.

Barros et al. (2008) narram que a aprendizagem aberta tem sido considerada

um novo paradigma para propiciar maiores oportunidades de acesso, construção e

socialização do conhecimento. Os aspectos que caracterizam a aprendizagem

aberta são amplos acesso a materiais e tecnologias, opções de escolha em relação

aos conteúdos e metodologias, e grande abertura a diversos públicos em diferentes

locais, culturas e contextos. A educação aberta, por usa vez, visa preparar alunos

para que eles possam gerenciar seu próprio processo de aprendizagem através de

escolhas: o quê (material), qual seqüência (grade curricular), quando (tempo) , como

(metodologia), quais recursos técnicos (tecnologia), onde (local), quantas vezes

interagir (frequência), quem contatar (equipe pedagógica ou apoio técnico), com

quem estudar (colegas), como ser avaliado (critérios de avaliação). No entanto, os

desafios da aprendizagem aberta são vários. Os aprendizes precisam estar abertos

para um processo mais autônomo, ter habilidades para uso das tecnologias que

podem facilitar seu processo de aprendizagem, e visão crítica para selecionar o que

é significativo e relevante. A equipe pedagógica, por usa vez, precisa oferecer

suporte maior, tanto na preparação de conteúdos mais claros, organização do

ambiente para aprendizagem colaborativa e ações que possam guiar os aprendizes

no processo de construção de conhecimentos. Diante da teoria de estilos de

aprendizagem de Kolb, que começou com a reflexão de repercussão dos estilos de

aprendizagem na vida adulta das pessoas e explicou que cada sujeito enfoca a

aprendizagem de uma forma peculiar, fruto da herança de experiências anteriores e

exigências atuais do ambiente em que vive. Kolb identificou cinco forças que

condicionam os estilos de aprendizagem: a de tipo psicológico, a especialidade de

formação elegida, a carreira profissional, o trabalho atual e as capacidades de

adaptação e também averiguou que uma aprendizagem eficaz necessita de quatro

etapas: experiência concreta, observação reflexiva, conceitualização abstrata e

experimentação ativa.

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2.2 Tratamento da Atresia Maxilar na Síndrome do Respirador Bucal

2.2.1 Fisiologia do Sistema Estomatognático

Aragão (2007) afirmou que o Sistema Estomatognático (SE), por meio das

funções que são realizadas pelo mesmo se encontra em uma situação sem paralelo

com os outros sistemas corporais, e ainda, todos os demais dependem de um

funcionamento adequado do SE para manterem a homeostase de todo o corpo

humano. Os limites do SE são indefinidos, pois envolve as áreas da oro

nasofaringe, e que para existir necessita dos ossos que formam a base do crânio e

da face, tais como o hióide, o esterno, as clavículas, as omoplatas, as vértebras

cervicais e todos os tecidos moles, que unem todos esses ossos. Tecidos moles,

que vão do tecido nervoso, as artérias e veias, as fáscias musculares, os musculos,

ligamentos, epitélios de revestimento e de secreção; além das estruturas articulares

(sendo a principal ATM), as membranas periodontais, os dentes, além de outras

estruturas pertinentes. SE tem participação direta nas funções destinadas a saciar

as motivações biológicas do vertebrado. O SE é área de introdução de elementos

vitais para o organismo humano, como alimento e oxigênio, mas é também nele que

se faz reagir à área psíquica, com o estímulo recebido. A musculatura da mímica

facial é responsável pelas manifestações de agrado ou desagrado a estímulos

recebidos, tais como sorrir, gargalhar, escárnio, desprezo, repulsa, ódio, amor ou a

contenção dessas mesmas emoções, que causam dano à saúde do indivíduo como

um todo. A participação também se dá no nível endócrino, pois as composições

salivares e lacrimais mudam, dependendo do estado psicológico, da olfação e da

gustação.

2.2.2 Respiração Nasal

Marchesan (1998) descreveu o sistema respiratório como conjunto de órgãos

tubulares e alveolares situados na cabeça, pescoço e cavidade toráxica,

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responsável pela respiração, que são as trocas gasosas efetuadas entre o

organismo e o meio ambiente. O ar entra por sucção e circula pela cavidade nasal,

faringe, laringe, traquéia e brônquios antes de chegar ao pulmão. A integridade

destas estruturas é fundamental para permitir uma respiração eficiente. A inspiração

é um ato dinâmico, sendo o efeito da ação muscular voluntária e reflexa. Já a

expiração é passiva. As funções do nariz são de condicionar o ar inspirado, olfação

e auxiliar na fala. Quando respiramos pelo nariz filtramos, aquecemos e

umidificamos o ar. O nariz é uma grande área de defesa para as cavidades

paranasais e auriculares e também para as vias aéreas inferiores. Isto é possível

devido à forma do nariz e porque as fossas nasais são cobertas por uma mucosa

espessa e altamente vascularizada. Esta mucosa é revestida de uma camada

ciliada vibrátil que sofre modificações devido a infecções, idade, reações alérgicas,

fumo, inalação de substâncias irritantes, etc. A outra camada mais interna tem

células que produzem muco para a lubrificação das fossas nasais, tendo ainda ação

bactericida. A filtragem ou purificação se dá através de uma ação mecânica dos

pêlos do vestíbulo nasal, da função ciliar e da ação química bactericida do muco

nasal. O aquecimento é garantido pela irradiação de calor das veias e artérias e da

intensa vascularização da mucosa nasal. O nariz participa da função

termorreguladora geral do organismo. Portanto, ao passar pelo nariz o ar contribui

para a manutenção da temperatura corporal além da saúde da própria membrana

mucosa. A umidificação ocorre pela secreção mucosa e lacrimal. Durante a

respiração nasal é necessário que a boca se feche em algum ponto. Normalmente

isto ocorre anteriormente, pelo selamento dos lábios. Este selamento também pode

ocorrer na porção média com o dorso da língua em contato com o palato mole.

Felício (1999) caracterizou a respiração nasal (RN) como uma das funções

que exerce forte efeito sobre o SE. Quando esta se dá pela via aérea nasal, propicia

condições favoráveis para o crescimento e desenvolvimento dos tecidos duros e

moles. Existindo dois critérios básicos para bem estar do ser humano, isto é a boa

aparência e a saúde, podem ser comprometidos se o padrão nasal não for possível.

Dentre os fatores que podem impedir ou dificultar a respiração nasal estão as

obstruções nasais por rinites vasomotoras ou alérgicas, hipertrofia de adenóides e

desvio de septo nasal.

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Lusvarghi (1999) relatou que o RN possui a qualidade do ar que penetra no

organismo pelas vias aéreas superiores é inigualável. Somente as cavidades nasais

possuem as condições perfeitas para filtrar partículas e microorganismos do ar e

fazer com que ele chegue aos pulmões na temperatura ideal, favorecendo o

organismo com uma oxigenação e, consequentemente, proporciona melhor

qualidade de vida para o indivíduo.

Cappellette et al. (2006) relacionaram o nariz como fator importante na

fisiologia respiratória, promovendo a filtração, aquecimento e umidificação do ar

inspirado.

Bertolini et al. (2006) descreveram a respiração como a primeira função

fisiológica desenvolvida no nascimento, estabelecendo-se como a principal do

organismo. Em situações normais, o processo respiratório ideal é o nasal por ser

fisiológico e proporcionar o acondicionamento do ar para os pulmões. O ar é

aquecido, quase se igualando à temperatura corpórea, antes mesmo de chegar à

laringe; umidificando em 90% por saturação de vapor d’água antes de chegar aos

pulmões e ainda filtrado, com as partículas e microorganismos permanecendo

aderidos ao muco, protegendo assim o trato respiratório. Segundo a matriz funcional

de Moss, o crescimento da face está diretamente ligado com o equilíbrio das

funções de sucção; respiração, deglutição, mastigação, e fonoarticulação; a RN está

atrelada ao crescimento dos ossos do terço médio da face; a matriz funcional

determina o desenvolvimento dos maxilares, da face e do crânio e o crescimento

dos músculos seria um fator primário quando relaciona ao crescimento dos

maxilares da face. O recém nato apresenta apenas seios maxilares e etmoidais os

quais, para seu desenvolvimento e crescimento, bem como dos seios frontais e

esfenoidais, necessitam das pressões exercidas pela passagem do ar através das

vias aéreas superiores, o que torna fundamental a respiração nasal na criança. Esse

processo ocorre por meio de um movimento de fluxo e refluxo de ar, produzindo uma

pressão nos alvéolos que expande as vias respiratórias e faz aeração das cavidades

pneumáticas paranasais, estimulando, dessa forma, crescimento e desenvolvimento

craniofaciais harmoniosos.

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Aragão (2007) relatou que o ar entra pelas fossas nasais é filtrado pela

conformação sinusoidal das mesmas (estrutura anatômica dos cornetos), nos cílios

que impedem as partículas maiores de progredirem e pelo muco (derivado da

umidificação) que retém essas partículas. Quando o indivíduo está a uma

temperatura ambiente de 0˚C ou 45˚C, a mucosa nasal dilata ou se retrai, assim

como a circulação periférica aumenta ou diminui para fazer o ar chegar ao pulmão

na temperatura do corpo (média de 36˚C), chamado de equalização da temperatura

do ar no nariz. Quanto a pressão do ar no nariz, à medida que o ar inspirado pelas

fossas nasais penetra, o diâmetro dos canais diminui,e pela forma sinusoidal das

fossas nasais o ar adquire mais velocidade até chegar na traquéia. E a umidificação

do ar no nariz é feita pelo afluxo constante da lágrima, que deságua pelo ducto

nasolacrimal na altura dos cornetos inferiores e é turbilhonado no ar inspirado e

levado aos pulmões, com o objetivo de igualar a pressão dos gases nos alvéolos e

levar componentes importantes para a circulação sanguínea.

Pacífico (2008) narrou que a função respiratória normal se faz por via nasal,

pois é através do nariz que ocorrem três importantes funções como a umidificação,

aquecimento do ar inspirado e proteção das vias aéreas.

Vendramini (2008) descreveu como um processo rítmico chegando a se

modificar em resposta a qualquer estímulo, por medo, angústia, euforia, ansiedade,

paixão, susto, e outros. Nestas situações, ocorre uma alteração do ritmo e da

freqüência respiratória. Também chamada costo-diafragmática, permite filtrar,

umidificar e aquecer o ar que penetra nos pulmões, funcionando como um fator de

proteção para nosso organismo. Os bebês possuem uma respiração ideal, ou seja,

utilizam a RN e costo-diafragmática, movimentando o abdômen. Com as tensões

sofridas no dia a dia, que pode modificar este padrão, alterando-o, isto é, ao

utilizarmos o diafragma, movimentamos durante a respiração, a parte superior do

tórax.

Cavalli e Colombo (2009) enfatizaram que por natureza o ser humano é um

respirador nasal, independentemente da vontade do mesmo. Ela serve de estímulo

primário para o crescimento dos espaços funcionais nasal, oral e faríngeo. Podendo

ser definida como ato de receber e expelir alternadamente o ar por meio do

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movimento pulmonar, realizado através das cavidades nasais, enquanto função

normal. A respiração nasal tem a tarefa de filtrar, aquecer, e umedecer o ar que

chega aos pulmões, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal, bem

como realizar as trocas gasosas entre o organismo e o meio ambiente.

2.2.3 Respiração bucal e suas consequências

Felício (1999) narrou que a RB estabelece-se pela conjunção de uma

passagem aérea reduzida, devido à predisposição anatômica e a obstrução das vias

aéreas superiores. Assim, a função biológica primária da nasofaringe, que é prover a

passagem ao fluxo de ar da cavidade nasal para a orofaringe e vias aéreas

inferiores, não será realizada. Descreve controvérsias quanto à definição objetiva do

padrão respiratório. De acordo com apud Waren et al., consideram obstrutivo para a

passagem de ar o espaço aéreo menor que 0,4 cm2, observado por meio de

telerradiografia. Embora apud Carvalho relate que os respiradores estritamente

bucais são raros. Mais freqüentes são os pacientes que não podem respirar

livremente pelo nariz e realiza uma respiração mista, buco-nasal, denominada

insuficientes RNs. A Abertura anterior da cavidade oral não necessariamente

significa RB. Se a língua oclui a cavidade oral ou ocorre o fechamento linguopalatal,

o trajeto do ar está essencialmente fechado. Isto é, além do vedamento labial, a

atividade oral pode ser vedada pelos contatos na porção média do dorso da língua

com o palato duro.

Marchesan (1998) acreditou que a simples mudança de hábito, isto é, parar

de respirar pelo nariz e começar a respirar pela boca (RB) ou pelo nariz e boca ao

mesmo tempo, respiração mista, ocasiona prejuízos ao ser humano. Alguns destes

prejuízos são bastante visíveis, como as assimetrias faciais e os problemas

posturais, e outros menos perceptíveis visualmente, como as alterações oclusais. A

falta de selamento na porção média com o dorso da língua em contato com o palato

duro e posteriormente pela base da língua com o palato mole, teremos a respiração

bucal, ou mista, que é a mais freqüente.

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Lusvarghi (1999) advertiu que a RB é sempre considerada um desvio

adquirido. Que a criança que respira de forma predominantemente bucal possui face

alongada e entristecida, olhos caídos, olheiras profundas, lábios, entreabertos,

hipotônicos e ressecados, boca entreaberta, associados a alterações de cor e

volume da gengiva provocada pelo ressecamento da boca em função do aumento

do fluxo de ar que passa por meio dela e alterações de postura; tem preferência por

alimentos pastosos, costuma babar a noite e apresenta alterações de

comportamento, como sono agitado, irritabilidade, dificuldade de concentração.

Podendo acompanhar o quadro de queda no rendimento escolar e de baixa aptidão

esportiva. Apesar de a RB ser considerada um desvio, pode funcionar, às vezes,

como um padrão de respiração complementar e muitas vezes normal – como ocorre

no caso dos atletas, que a utilizam para, em função do limite da capacidade nasal,

aumentar o fluxo de passagem de ar. Uma pessoa nunca é exclusivamente RB: o

que existe é a respiração predominantemente bucal ou mista.

Basile (2001) ressaltou que o termo RB refere-se aquele que respira

predominantemente pela boca, pois, alguns deles podem apresentar algum grau de

respiração nasal. A RB pode ter causa orgânica ou ser apenas um hábito vicioso. A

RB viciosa é aquela em que não há nenhuma obstrução nas vias aéreas superiores,

e sim má posição dos lábios, língua e mandíbula. Ou seja, o indivíduo respira pela

boca embora tenha capacidade anátomo - fisiológica de respirar pelo nariz.

Bertolini et al. (2006) explicaram que desvios no processo fisiológico da RN

são observados frequentemente em crianças e são decorrentes de etiologias

diversas que impedem ou dificultam a passagem do ar pela cavidade nasal

possibilitando um modo adaptativo de respiração – a bucal-nasal – o que acarreta

diversos prejuízos à saúde nos aspectos fisiológicos, morfológicos e psicossociais.

Bregola et al. (2006-B) encontraram associações entre desenvolvimento de

má oclusão e obstrução das vias, postulando que distúrbios da respiração nasal

prejudicam o desenvolvimento harmonioso da face, podendo levar a más oclusões e

desvios do crescimento facial. O desenvolvimento da oclusão deve ser considerado

como o resultado de interações entre fatores de desenvolvimento geneticamente

determinados e fatores ambientais, externos e internos, incluindo a função orofacial.

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Aragão (2007) descreve a fisiologia do RB, inicialmente o ar encontra os os

lábios e os dentes e seca-os, e retém sujeira neles, encontra as gengivas e resseca-

as até sangrarem, encontra a mucosa bucal e bochechas e resseca-as, até ficarem

suscetíveis a feridas (aftas), encontra a língua e resseca-a, irritando e ferindo as

papilas gustativas, além de comprometer a exterocepção de todas essas estruturas

bucais e da orofaringe. Chega até as tonsilas palatinas e também as resseca,

agredindo-as. E o ar não é filtrado. A temperatura do ar não é equalizada, pois as

estruturas bucais não estão preparadas para isso. Quando o RB enfrenta variações

de temperatura muito baixas ou muito altas, todas as estruturas da boca e da

orofaringe sofrem as conseqüências, principalmente as tonsilas palatinas e

faríngeas. Também não acontece na mesma medida que pelas fossas nasais,

devido à topografia anatômica adversa da boca. Não há umidificação adequada,

pois todas as estruturas bucais não fornecem umidade suficiente para que o ar

aspirado seja umedecido e com isso, é difícil para o organismo adequar a pressão

intra-alveolar, e alguns componentes químicos essenciais para a função alveolar

deixam de estar presentes. Também a pressão intrapulmonar compete com a

pressão cardíaca, o que acaba promovendo hipertrofia cardíaca, conhecida como

“coração de boi”, devido ao seu volume.

Carrascosa et al. (2008) citaram que os RB apresentam alterações no SE, que

se manifestam na conformação e estrutura dos órgãos, fazendo com que o corpo

saia de seu eixo, se estas alterações não forem detectadas a tempo, poderão

transformar-se em deformidades esqueléticas degenerativas, provocando graves

conseqüências. Para facilitar a passagem do ar pela cavidade oral é necessário o

aumento do espaço funcional interoclusal. Para isto o indivíduo RB realiza o

abaixamento mandibular e a extensão da cabeça prejudicando seu campo visual e,

como compensação, ocorre a flexão cervical. Estas sucessivas mudanças provocam

desequilíbrios em todo o SE, alterando a postura de repouso e as funções

mastigatórias, fala e deglutição.

Coelho e Terra (2008) afirmam que a RB conduz ao estabelecimento de vícios

posturais, como o queixo levantado e a boca aberta (perda de tonicidade muscular).

Esta postura é uma reação do organismo para equilibrar a respiração, mas que pode

favorecer processos infecciosos das vias aéreas como rinites e sinusites.

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Acrescentam que o RB crônico apresenta alterações miofaciais como: hipotonia dos

lábios e dos músculos temporais, masseteres e bucinadores, língua baixa e;

alterações posturais, socioemocionais, expressivas, digestivas, fonéticas,

crescimento craniofaciais e da oclusão dentária como também formato do palato

ogival.

Pacífico (2008) caracteriza a RB quando predominantemente a criança não

pode utilizar a via respiratória nasal, constatado por obstrução nasal, por alguma

alteração orgânica, como hipertrofia das adenóides e das amígdalas, desvio de

septo, alergias, rinite, sinusite e bronquite, e a respiração pode ser também mista. A

RB, freqüentemente, é vista como um fato simples, mas que, a médio ou em longo

prazo, poderá acarretar prejuízos, muitas vezes irrecuperáveis, como alterações

faciais (musculares e ósseas), principalmente durante a fase de crescimento e

alterações do tórax e de postura.

Vendramini (2008) relata que existem vários fatores que podem impedir ou

dificultar a passagem de ar pelo nariz. Alguns destes fatores são: hipertrofia

(aumento) das adenóides e amígdalas, desvio de septo, rinite, sinusite, bronquite,

asma, pólipos nasais, alergias e etc. A criança que passa a respirar com a boca,

geralmente desenvolvem uma série de características que podem ser observadas,

em maior ou menor número, dependendo do tempo em que este hábito tenha sido

instalado.

Cavalli e Colombo (2009) descrevem que a RB é uma respiração antifisilógica,

causando efeitos impróprios. Quando ocorre algum impedimento nasal da

respiração, independente da causa terá um RB, pois o organismo procura meios de

adaptar-se para que o processo continue, mesmo que outras funções sejam

prejudicadas, já que a respiração é uma função vital para a sobrevivência. Como

consequências da respiração bucal, podem ocorrer uma série de alterações no

crescimento e desenvolvimento crânio facial, tanto nos aspectos ósseos e dentários

quanto musculares, podendo afetar todas as funções como: respiração, sucção,

deglutição, mastigação e fala, estando inter-relacionadas

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2.2.4 Respiração Bucal e Alterações Craniofaciais

Jorge (1997) descreveu que uma função respiratória alterada pode exercer

um efeito prejudicial sobre o crescimento e desenvolvimento facial normal. Quando

esta função se encontra alterada, podem acontecer desequilíbrios, entre os vários

componentes morfofuncionais da face, refletidos em alterações funcionais, neuro-

musculares e más posições dentárias.

Cintra et al. (1998) relataram que a respiração bucal é altamente

comprometedora na definição de forma e contorno dos arcos dentários, bem como

de todo o processo naso-maxilar. Relatando que Angle em 1907 afirmou que das

mais variadas causas das más oclusões, a respiração bucal é a mais potente,

constante e variada em seus resultados, causando por esse motivo desenvolvimento

assimétrico dos músculos, como dos ossos do nariz, maxila e mandíbula, é uma

desorganização das funções exercidas pelos lábios, bochechas, e língua, constatou

que os efeitos da respiração bucal são sempre manifestados na face. O nariz é

pequeno, curto, com asas retas; as bochechas ficam pálidas e baixas; a boca fica

constantemente aberta; o lábio superior é curto; a mandíbula fica posicionada para

trás e tem falta de desenvolvimento, sendo geralmente menor que o normal em seu

comprimento, provavelmente devido a pressões não equilibradas dos músculos. O

tratamento precoce evita o agravamento da doença, afetando a arcada dentária,

alterando a fonação, o esqueleto facial. Pacientes com o hábito da respiração bucal

mantêm a boca constantemente aberta, evitando que a língua pressione o palato.

Com isso, há compressão externa da maxila pelo desenvolvimento dos sistemas

ósseo e muscular da face. O palato duro tende a subir (formando o palato ogival), e

a arcada dentária superior tende a se deslocar para frente e para dentro,

provocando distoclusão e mordidas cruzadas. Ao subir, o palato pressiona o septo

cartilaginoso para cima e para frente, desviando-o.

Felício (1999) Nara que todos os desvios levarão a mudanças na aparência

do RB. A localização da obstrução da obstrução respiratória determina tipos

diferentes de alterações, isto é, nos casos de obstrução alta, a tendência é provocar

má oclusão classe II e nas obstruções baixas, por exemplo, por hipertrofia de

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tonsilas, má-oclusão classe III. A associação de obstruções de vias aéreas

superiores a um padrão herdado de crescimento da face predominantemente

vertical, cujo espaço aéreo é reduzido, predispõe à RB.

Lusvarghi (1999) disserta que alguns fatores podem provocar alterações no

padrão de desenvolvimento facial da criança, o qual pode ser: braquifacial, com

predomínio do crescimento horizontal; mesofacial, com equilíbrio entre as

componentes esqueléticas de crescimento, ou dolicofacial, com predomínio do

crescimento vertical. Esse último caracteriza o RB. Os indivíduos mesofaciais e os

dolicofaciais são mais predispostos a sofrer alterações no seu padrão de

desenvolvimento em decorrência dessa síndrome.

Basile (2001) Descreve que com freqüência que a RB pode ser a causa do

surgimento de problemas no desenvolvimento da face e da dentição, principalmente

na fase de crescimento. É característico do RB não apresentar competência labial,

lábios entreabertos, que facilitará a entrada do ar pela boca, consequentemente

pode haver alterações funcionais dos lábios, língua, e bochechas. Apresenta

também crescimento excessivo no sentido vertical da face, longa e estreita, palato

estreito e profundo presença de olheiras, aspecto cansado, lábios ressecados e

ronco noturno. Estas alterações no RB denominam-se Síndrome da face longa ou

Adenoideana.

Aguiar et al. (2002) aceitam a associação entre RB e deformidades

dentofaciais, entretanto existem dúvidas para alguns autores pesquisados por eles

sobre a fisiopatologia destas deformidades, bem como sobre o direcionamento do

tratamento desses pacientes, afirmando que a terapêutica é multidisciplinar com

cirurgiões dentistas, médicos, psicólogos e fonoaudiólogos, resgatando uma

terapêutica integral, para que se tenha a possibilidade de reabilitação e tratamento

das formas e funções de face como um todo. Assim analisaram 30 crianças, de

ambos os sexos, entre 7 e 11 anos de idade, sendo 15 com quadro clínico de RB

(grupo I) e 15 com características de RN (grupo II). Como resultado foi-se obtido: No

grupo I - 90% apresentam boca aberta, 80% possuem língua e musculatura labial

hipotônicas, 90% palato ogival, 66,66% roncam quando dormem e 20% apresentam

dispnéia. Na observação objetiva da respiração, notou-se que 70 % apresentam

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respiração viciosa, sendo que o teste do espelho de Glatzel revelou que havia

permeabilidade nasal. Com relação à oclusão, 66% dos RBs apresentavam classe I

de Angle, 34%, classe II, e nenhuma criança tinham classe III. Mordida cruzada foi

verificada em 66,66% das crianças desse grupo, sendo que a MCP bilateral foi

verificada em 33,33% desse total, mordida cruzada do lado direito, em 20%, e do

lado esquerdo, em 13,33%. Mordida aberta anterior esquelética foi encontrada em

40% dos pacientes do grupo I, caracterizada, em telerradiografia de perfil, por um

aumento da altura facial antero-inferior, ângulo goníaco obtuso e ramo mandibular

encurtado. A largura da base alar foi menor do que 3 cm em apenas 20% das

crianças. Na comparação das médias das medidas dos ângulos SNA e SNB entre os

RB e RN, observou-se um retroposicionamento da maxila e da mandíbula no grupo

I. Entretanto, a média do ângulo ANB permaneceu igual nos dois grupos. A medida

das distâncias do terço médio (Co-A), da mandíbula (Co-Gn) e da altura facial

antero-inferior (AFAI) mostrou também que as crianças do grupo I apresentaram

uma tendência à retrusão da maxila e da mandíbula, com o terço inferior da face

aumentado. Quanto aos antecedentes familiares, 46,66 % das crianças do grupo I

apresentavam pai ou mãe com RB. Então indivíduos RB desde a infância, passando

pelas fases de maior incremento de crescimento, que correspondem aos 10

primeiros anos de vida, são portadores de deformidades faciais, principalmente,

maloclusões. A síndrome da obstrução respiratória é caracterizada pelo indivíduo

que apresenta uma altura facial anterior acentuada, postura incompetente dos

lábios, exposição excessiva dos dentes maxilares, estreitamento das narinas, plano

mandibular íngreme e MCP. Podendo também apresentar outras descrições como:

olhar embaraçado, aspecto abobalhado, boca aberta e lábio inferior evertido. Conta-

se também com produção de muco pelas glândulas salivares, que pode se acumular

na Trompa de Eustáquio, estrutura localizada entre a orofaringe e o ouvido médio,

obstruindo-a e desequilibrando a função timpânica. A língua coloca-se no assoalho

bucal e faz com que a mandíbula, pela lei da gravidade e ação da musculatura, fique

para baixo e para trás.

Camargo et al. (2002) descrevem trabalhos experimentais realizados por

diversos pesquisadores com macacos que foram induzidos à RB pela obliteração

total das narinas com silicone, mostraram que o modo de respiração pode influenciar

lábios, língua e o posicionamento da mandíbula, promovendo dramáticas alterações,

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dentre outras a atresia maxilar. E estudos realizados em humanos por outros

pesquisadores mostram que a obstrução das vias aéreas superiores, em

decorrência de hipertrofia de adenóides, pode estar correlacionada com alterações

esqueléticas nos sentido transversal, vertical e antero-posterior. Mostram que

indivíduos com rinite alérgica crônica, quando comparados com uma amostra de

RNs, apresentam também arco maxilar atrésico e palato profundo.

Bertolini et al. (2006) descrevem que a respiração predominantemente bucal é

apontada como provável fator etiológico de deformidades esquelético-faciais.

Acentuado crescimento facial vertical, o que pode ser considerado um fator

agravante em pacientes genética e estruturalmente dolicocéfalicos.

Bregola et al. (2006-B) descrevem estudos sobre as relações entre padrão

funcional e a prevalência das más oclusões reflete um aspecto do relacionamento

entre forma e função. Como características faciais e oclusais dos indivíduos que

apresentam respiração bucal, podem-se observar: maxila atrésica, protrusão de

incisivos superiores, mordidas aberta e cruzadas, altura facial anterior aumentada,

eversão de lábio inferior, lábio superior hipodesenvolvido, narinas estreitas, hipotonia

da musculatura orofacial.

Coelho e Terra (2008) atentaram a disfunção respiratória, principalmente

quando incide na infância, podendo provocar alterações morfológicas no complexo

craniofacial. A RB de caráter obstrutivo é mais freqüente em crianças dolicofaciais

do que braquifaciais, uma vez que as primeiras estão mais predispostas a sofrem

alterações no padrão de crescimento e desenvolvimento craniofacial em decorrência

do desempenho antifisiológico da respiração.

Godolfim (2008) narra que alterações, junto com a inversão da passagem do

ar (o ar passa a entrar e sair pela boca e não pelo nariz) aos poucos vão trazendo

alterações para os ossos maxilares, para as arcadas dentárias e para o

posicionamento correto dos dentes. Quando a criança passa a respirar pela boca,

várias alterações começam a ocorrer: passa a manter a boca aberta a maior parte

do tempo; a língua passa a ficar mais baixa, junto ao assoalho da boca, em contato

apenas com os dentes de baixo; e para facilitar a RB, projeta a cabeça para frente,

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esticando o pescoço, mudando a postura da coluna cervical. Hoje o RB, pelo

conjunto de sinais e sintomas associados a ele, é conhecido como a Síndrome de

RB: nariz estreito, narinas afiladas, lábio superior curto, boca entreaberta, olheiras

acentuadas, podendo apresentar baixo rendimento escolar, ser irrequieto, sonolento,

apresentar cansaço intenso com pouco exercício físico, ronca e baba a noite e é um

forte candidato a apresentar apnéia do sono, ainda na infância.

Vendramine (2008) descreve que as características mais visíveis da criança

portadora de RB são: boca aberta, lábios hipotônicos, línguas alargada, olheiras,

arqueamento do palato, alterações na arcada dentária, otites, ronco, postura

corporal inadequada, má alimentação e falta de atenção e concentração. Esta última

característica passa a ser mais observada na fase em que a criança inicia sua

escolarização. Tais fatores são facilmente observados pelos fonoaudiólogos, mas

também com outros profissionais, como: pediatras, professores, dentistas ou pelos

próprios familiares que mais rápido possível procuram a opinião de um especialista.

Cavalli e Colombo (2009) descrevem o indivíduo RB, por não utilizar a

cavidade nasal ou por fazê-lo de modo ineficiente pode apresentar atrofia das

narinas. Também há mudanças na retroalimentação sensória e, consequentemente,

na função da neuromusculatura craniofacial, que predece a adaptação morfológica

do esqueleto craniano. Em primeiro lugar, os lábios deixam de cumprir o papel de

vedar a cavidade oral anteriormente. Para a passagem do fluxo aéreo, a boca se

abre, havendo separação dos lábios, o que implica uma diminuição de impulsos

sensórios e, conseqüentemente, redução dos impulsos motores, o que torna o lábio

superior hipertrófico e o inferior flácido. Quando alguma função ou mesmo a

tentativa voluntária exige o selamento labial, ocorrerá a tensão do músculo (mm)

mentoniano, que entra em ação para auxiliar a elevação do lábio inferior

incompetente e, assim, promover o contato deste com o superior que se encontra,

muitas vezes, encurtado. Ainda, para o vedamento haverá uma participação da parte

lateral do orbicular dos lábios, resultando em depressão das comissuras labiais.

Separados, os lábios deixam de exercer a ação de contenção dos arcos dentários e,

geralmente, os dentes superiores tornam-se vestibularizados, o que dificultará ainda

mais o selamento labial. Cabe-se lembrar que, em certos casos de mordida aberta

esquelética, o lábio superior pode apresentar-se delgado, mas sem estar encurtado.

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Para a passagem de ar pela cavidade oral, também será necessário o aumento do

espaço funcional interoclusal, que é obtido pelo abaixamento mandibular e extensão

da cabeça. Mas, esta extensão prejudicará o campo visual e,como compensação,

haverá a flexão cervical. Estas mudanças sucessivas provocarão desequilíbrios nas

funções estomatognáticas, incluindo a postura de repouso e, ainda, na coluna

cervical. Dores cervicais e cefálicas poderão acontecer. A língua, também, exercerá

um papel na manutenção do trajeto de ar. Pela contração do mm genioglosso, a

base da língua é avançada, aumentando o espaço orofaríngeo e permitindo uma

passagem de ar menos obstruída.

2.2.5 Respiracão Bucal e Atresia Maxilar

Jorge (1997) descreve que indivíduos RBs apresentam arcos maxilares mais

atrésicos transversalmente e aumentados no seu comprimento antero-posterior,

aumento da sobressaliência e da sobremordida e maior incidência de maloclusão de

Classe II 1ª divisão. Ressaltando que a RB prolongada em crianças com obstrução

por adenóides pode resultar em maxilar superiores atrésicos, tendência ou alta

incidência de mordida cruzada, incisivo retro-inclinados, aumento da altura facial e

rotação mandibular no sentido horário.

Felício (1999) descreve que a falta de ação expansora da língua, que permite

ao mm bucinador uma ação sem oposição de forças, em parte pode ser responsável

pela atresia de maxila, que é uma deficiência de crescimento muito comum em

respiradores bucais. O mm bucinador pode ser hiperativo pelo efeito de hábitos de

sucção, o que agrava muito o problema. Mas, mesmo quando sua atividade não

aumentada, a pressão desse mm, juntamente com outros que são estirados e

dirigidos mesialmente em relação à cavidade oral, quando a mandíbula se abaixa,

pode ter um efeito restritivo no desenvolvimento da maxila, que é um osso bastante

poroso e, portanto, mais facilmente remodelável. Por conseguinte, pode provocar

grande desequilíbrio no crescimento das estruturas craniofaciais, como: atresia

maxilar, Mordida cruzada posterior (MCP) e mordida aberta.

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Lusvarghi (1999) descreve que pacientes RB dependendo da idade sofre

significativas alterações na arcada e na face, manifestadas por meio do

estreitamento da arcada dentária superior e ossos adjacentes. Em muitos casos, o

palato também é alto e ocorre protrusão da arcada superior e retrusão da arcada

inferior, característica do RB.

Almeida e Bramante (2002) estudaram ERM a partir de relatos que iniciaram

em 1860 pelo norte americano ANGELL, onde usou um aparelho que expandiu a

maxila em uma paciente de 14 anos. Contudo o fato gerou grande polêmica e

aversão entre médicos rinologistas e a terapia caíram em desuso, sendo esquecida

quase um século e retornado ao alvo dos estudos em meados de 1950. Enquanto

nos Estados Unidos à expansão maxilar estava relegada ao esquecimento, na

Europa ganhava adeptos, com as novas pesquisas de KREBS em 1958, que

instalou, expandiu e avaliou implantes metálicos na maxila. Em 1960, Korkhaus

indicou a terapia da expansão maxilar a pacientes portadores de Classe II e a

pacientes com esteanose nasal, assim como o correto desenvolvimento do

esqueleto facial, propiciando novos horizontes para futuras pesquisas sobre

disjunção maxilar. Entusiasmado com os bons resultados obtidos por esses

pesquisadores, apud Hass, em 1961, realizou um estudo com animais e humanos,

usando aparelhos expansores. Comprovando que em humanos houve dentre outros

resultados o aumento da distância intermolar, diastema nos incisivos centrais

superiores, aumento das dimensões internas da cavidade nasal; indicando a

expansão rápida da maxila à pacientes com atresia maxilar, MCP, esteanose nasal e

consequente RB. As expansões rápidas da maxila favoreciam o reposicionamento

das bases dentárias superiores sobre as inferiores e a abertura da sutura palatina

ocorreria de forma triangular, com o ápice voltado para a cavidade nasal e a base,

voltada para o próstio. O diastema interincisivo superior também foi característico

durante as expansões. Havendo alterações na cavidade nasal pela movimentação

lateral das paredes externas e pelo assoalho da fossa nasal, que se desloca para

baixo, conforme os processos alveolares se inclinam lateralmente, resultando em um

aumento da capacidade nasal.

Bertolini et al. (2006) ao explicar o mecanismo de deformidade facial, cita que,

em processos normais, inicialmente a língua se posiciona entre os rebordos

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gengivais e com a erupção dos dentes decíduos permanece no espaço bucal,

ficando em contato com o palato e exercendo pressão sobre o arco superior.

Pacientes RB mantém a boca constantemente aberta, não permitindo que a língua

pressione o palato no sentido de expandi-lo. Por outro lado, a maxila é comprimida

pelo sistema muscular da face, originando MCP. A alteração postural da língua pode

também favorecer o desenvolvimento de mordida aberta anterior. O palato duro

tende a subir conformando o palato ogival, atresia maxilar, arco maxilar em formato

de “V”.

Camargo e Procópio (2006) relatam a atresia das maxilas como um tipo de

deformidade dento-facial em que se observa uma discrepância das maxilas em

relação a mandíbula no sentido transversal, podendo se apresentar clinicamente

com MCP bilateral ou unilateral, estreitamento da arcada superior, palato ogival

profundo, associada, muitas das vezes, à dificuldade de RN. Pode-se associar a

estas características base nasal estreita, sulconasolabial profundo e hipoplasia

zigomática. Também chamada de deficiência transversal das maxilas, pode ser uma

entidade isolada ou parte de um quadro abrangente. Ocorre freqüentemente em

pacientes com excesso vertical da maxila e em indivíduos com maloclusões classe II

e III.

Cappellette et al. (2006) estudaram o processo respiratório nasal como sendo

muito importante, pois a obstrução nasal pode determinar uma RB suplementar,

acarretar alterações do esqueleto facial como a atresia maxilar, que causa

alterações oclusais. A atresia maxilar tem como uma das principais causa a RB de

suplência devida à obstrução nasal e/ou por acomodação, Acredita-se que a atresia

maxilar seja a conseqüência desta série de possíveis alterações, porém observa-se

que pode estar relacionada alterações das dimensões da cavidade nasal, levando

então a uma diminuição das áreas transversais mínimas e do volume nasal. A

passagem do fluxo de ar pela cavidade nasal produz uma pressão que gera um

estímulo ao crescimento maxilar. Na presença de um RB, ocorre uma redução nesta

pressão e conseqüentemente uma redução ao estímulo do crescimento lateral da

maxila. O resultado final é a atresia esquelética da maxila. Existindo ainda outras

causas envolvidas na etiologia como: biótipo facial, problemas de postura

mandibular e a perda precoce dos dentes.

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Bregola et al. (2006) descrevem as principais alterações dentárias

encontradas entre os pacientes com obstrução nasal foram: atresia maxilar, mordida

cruzada, apinhamento dentário e sobressaliência. Resultados que se assemelham

aos achados em estudos experimentais. Estas alterações são explicadas pelo menor

desenvolvimento em largura do terço maxilar, onde também se encontra o palato

ogival, também freqüente dentre os indivíduos com obstrução nasal; estes podem

ser explicados pelas teorias da matriz funcional de Moss, onde o ar passando pelas

cavidades nasais estimula a expansão maxilar; e ainda pela RB de suplência, pois

nesta situação não há contato da língua com o palato duro e a contrição da

musculatura que impede a expansão maxilar. Observam que há mais pacientes com

palato ogival quando comparados com a atresia, o apinhamento e a MC; pois em

muitos casos há uma compensação da mandíbula ou inclinação dos dentes

inferiores, resultando em MC relativa. Na amostra ortodôntica feita por estes autores

ficou comprovado que 51,3% apresentou obstrução nasal com o terço médio da face

mais estreito, e assim fossas nasais mais estreitas. Havendo uma associação

significativa entre atresia maxilar e palato ogival com a obstrução nasal. Predominou

pacientes dolicofaciais, apesar de não significante e de alterações dentárias como

MC, sobressaliência e apinhamento dentário.

Coelho e Terra (2008) destacam que uma das causas mais comuns da RB é a

obstrução das vias aéreas superiores, a constante passagem de ar pela orofaringe

associada ao desuso das fossas nasais faz com que o palato se torne longo,

profundo e estreito com projeção da maxila, favorecendo o estabelecimento da

MCP.

Godolfim (2008) explana que as principais alterações que vemos no RB são o

céu da boca alto e estreito, as MCs (quando os dentes de cima encaixam por dentro

e os de baixo por fora) que podem ser uni ou bilaterais, retrusões mandibulares (falta

de crescimento da mandíbula, osso onde ficam os dentes de baixo, deixando um

espaço horizontal grande entre os dentes anteriores de cima e os de baixo).

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Pacífico (2008) avaliou que quando uma criança não pode utilizar a via

respiratória nasal, é observada alteração odontológica como palato ogival (céu da

boca profundo e estreito), estreitamento maxilar alterações da oclusão dentária.

2.2.6 Expansão Rápida da Maxila

Lusvarghi (1999) descreve que a principal contribuição que o ortodontista

pode dar ao tratamento do paciente RB está mais diretamente relacionada ã

expansão da arcada superior. Esse procedimento promove um aumento à

permeabilidade nasal, principalmente nos pacientes com alto grau de dificuldade

respiratória. A expansão da arcada superior é mais eficaz quando realizada por meio

de aparelhos fixo, pois melhoram efetivamente o padrão respiratório. A expansão

esquelética transversal que se realiza mediante o uso de um aparelho fixo utilizado

na criança em fase de crescimento, no adulto só é possível se associada à cirurgia.

Entretanto, a fim de garantir esse avanço, é necessário o tratamento multidisciplinar,

ortodontista, médicos e fonoaudiólogos.

Aiello et al. (2000) refletem cerca das más oclusões que podem ser tratadas a

partir da dentadura decídua e defende o tratamento da atresia maxilar a partir de

cinco anos de idade, quando essa atresia se manifestar clinicamente em forma de

mordida cruzada. Assim como as demais más-oclusões, a mordida cruzada

posterior, se não tratada, persistirá até a maturidade oclusal. Isto significa dizer que

a atresia do arco dentário superior não se corrige espontaneamente,

independentemente da persistência do fator etiológico envolvido. Este é outro dos

fortes motivos que justificam a mecanoterapia transversal precoce, a partir da

dentadura decídua, muito embora não se aceite unanimemente a presença da MCP

unilateral leve a uma assimetria esquelética na mandíbula ao longo do crescimento

facial. Provavelmente o que ocorre é uma acomodação mandibular graças à

remodelação nas estruturas ósseas da Articulação-temporo-mandibular (ATM)

durante o crescimento, mesmo que parcial, e os côndilos voltam a se posicionar

concentricamente nas respectivas fossas articulares. Ocorre também uma

adaptação dento-alveolar nos molares inferiores ao lado da MC, que se deslocam

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lateral e posteriormente. Segundo experiências dos autores de cada quatro

expansões realizadas precocemente, uma delas precisa ser repetida em estágios

futuros da oclusão. Portanto, a estabilidade da correção precoce gira em torno de

75% dos casos, ressaltando a persistência da vulnerabilidade da maxila após a

mecanoterapia. Essa vulnerabilidade influencia o protocolo de manejo da atresia

maxilar. Primeiro o provável fator etiológico. E segundo é fundamental conter a

morfologia corrigida. Os autores deixam clara a preferência pela expansão rápida da

maxila (ERM) na conduta cotidiana com o aparelho expansor fixo dento-muco-

suportado com parafuso, tipo HAAS, dispositivo mecânico capaz de deflagrar

alterações esqueléticas espetaculares. Mesmo nos estágios precoces do

desenvolvimento oclusal. Comprovando a ausência de efeitos iatrogênicos desse

procedimento sobre os dentes estudados.

Caubi et al. (2005) a correção das discrepâncias transversal maxilo-

mandibulares consiste em um dos primeiros passos no tratamento ortodôntico e em

um fator determinante para uma oclusão estável e funcional. Existem várias

modalidades de tratamento para essas deformidades, a ERM é o procedimento de

escolha para pacientes jovens, apresentando suturas esqueléticas imaturas.

Entretanto, para pacientes adultos com maior calcificação das suturas ósseas, a

expansão de maxila cirurgicamente assistida é a mais indicada, por fazer a

separação dos pilares esqueléticos e evitar as complicações mais frequentes da

expansão ortopédica como deslocamento do alvéolo, inclinação vestibular dos

molares e risco de defeitos periodontais.

Camargo e Procópio (2006) dividem o tratamento da deformidade dentofacial,

atresia maxilar, de dois modos, de acordo com a época quando é diagnosticada. Em

pacientes jovens, o tratamento ortopédico-ortodôntico pela utilização de aparelhos

disjuntores adaptados à maxila, fazendo-se a ERM, para possibilitar um

descruzamento posterior da mordida e adequada amplitude maxilar. E em indivíduos

adultos, que já completaram a ossificação da sutura intermaxilar, suturas

obliteradas, o tratamento envolve a disjunção ortodôntica-ortopédica assistida

cirurgicamente das maxilas, deve ser feita a complementação cirúrgica dessa

técnica com a fragilização das zonas de resistência óssea contrárias a disjunção,

para permitir seu subseqüente afastamento com o dispositivo ortodôntico. Ou seja, o

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tratamento da atresia maxilar no indivíduo adulto requer a associação cirúrgico-

ortodôntica. Outras indicações do tratamento cirúrgico, além do fator etário, são os

casos em que a expansão exclusivamente ortopédica falhou, discrepâncias

transversais maiores que 7 milímetros e a presença de atresia unilateral das

maxilas. Além de permitir o descruzamento posterior da mordida, destaca-se, como

benefício diretamente relacionado ao procedimento de expansão maxilar

cirurgicamente assistida, ao mesmo tempo em que promove o alargamento da

maxila, melhora a capacidade respiratória nasal, trazendo grande benefício aos

indivíduos que apresentavam RB.

Cappellette et al.(2006) relatam que o tratamento da atresia maxilar consiste

na expansão do arco maxilar obtida pela disjunção maxilar (que pode ser lenta ou

rápida). A ERM, obtida através de forças pesadas, produz uma expansão do arco

dentário pela abertura da sutura palatina mediana. Acredita-se que a abertura da

sutura óssea seja maior quanto for menor for à idade do paciente. Devido a íntima

relação entre as cavidades bucal e nasal, a disjunção maxilar no tratamento da

atresia maxilar extrapola os limites da Ortodontia e Ortopedia Facial. Diversos

estudos têm tentado comprovar uma relação entre a ERM e uma diminuição na

resistência à entrada de ar pela cavidade nasal. As dimensões laterais da cavidade

nasal aumentam em função do afastamento de suas paredes inferior e laterais

induzidas pela expansão maxilar. Na verdade, a crença que a expansão da maxila

seja capaz de produzir uma maior permeabilidade nasal, melhorando os quadros de

RB, vem desde o início do século XX, direcionados por um padrão genético já

comprometido, sugere-se que a ”síndrome da face longa” ou ”face adenoideana”

possa ser agravada pela RB devido à alta resistência nasal a passagem de ar. Foi-

se comprovado através de estudos realizados por estes autores que de rinometria

acústica é um método objetivo de avaliação da variação da cavidade nasal e que a

disjunção maxilar demonstrou aumentar as áreas e volumes nasais em pacientes

portadores de atresia maxilar.

Bregola et al. (2006-A) defendem a especial atenção que se deva dar a causa

da obstrução nasal, pois, em geral, está associada a atresia maxilar, principal

indicação para a ERM. Sabendo-se que a obstrução nasal pode interferir no

crescimento e desenvolvimento craniofacial e a falta de tratamento multidisciplinar

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pode prejudicar o tratamento ortodôntico, influenciando sobremaneira as recidivas,

após o termino do tratamento. Sendo de extrema importância o seguimento

multidisciplinar destes pacientes RB.

Almeida e Almeida (2008) estudaram que a disjunção palatina está indicada

em casos de insuficiência transversal maxilar grave, pacientes com problemas

crônicos de respiração bucal associados ao palato ogival, para obtermos a

separação de ERM. A disjunção resulta de expansão ortopédica, que separa a

sutura palatina mediana, devido à aplicação de força pesada contra setores laterais

do maxilar superior. A força gerada por esses aparelhos é de 3 onças a 10 onças.

Cada milímetro de abertura do para fuso do aparelho produz 0,7 milímetros de

aumento no perímetro da arcada. Como resultado da aplicação de força do aparelho

de disjunção palatina, a sutura mediana do palato se abre rapidamente, período de

uma a duas semanas.

3 PROPOSIÇÃO

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A proposta do presente trabalho é apresentar o protótipo GENESTRA de

disjunção maxilar, criado para orientar o aluno de ortodontia para o manejo mais

adequado da atresia maxilar no seu diagnóstico correto relacionadas com o paciente

portador da respiração bucal, e mostrar o tratamento mais adequado através da

expansão rápida da maxila com disjuntor. Estimular o processo prático de ensino

aprendizagem, diante do corpo discente bem como desmistificar a complexidade

deste tratamento, demonstrando aos pais do pacientes portadores de RB com

atresia maxila que necessitam da correção ortopédica, a fácil manutenção do

aparelho e a correção da oclusopatia.

4 MATERIAL E MÉTODOS

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Para a revisão da literatura proposta sobre nova estratégia de ensino no

tratamento da atresia maxilar na Síndrome do Respirador Bucal foram utilizados

diversos capítulos de obras literárias, provenientes da Biblioteca do Centro

Universitário UniFOA e biblioteca particular, bem como os mais recentes artigos

publicados, disponíveis nas bases de dados PubMed-Medline, Web of Science,

BBO, Lilacs e Scielo.

As fotografias da elaboração do Protótipo GENESTRA foram realizadas

utilizando-se câmara digital MPEGMOVIE VX SMART ZOOM DSC-V1 (Sony - USA).

Impressões confeccionadas na Hp Deskjet F380 All-in–on (Hewlett Packard –

Brasil).

4.1 Descrição da elaboração do produção do protótipo GENESTRA de disjunção maxilar

4.1.1 Primeira Fase Laboratorial

Para iniciar a produção do protótipo foram utilizados métodos laboratoriais na

área da prótese dentária. A primeira fase foi realizada no Laboratório IV de

Odontologia, Prédio 11 do curso de Odontologia, 2ºandar do Centro Universitário do

UniFOA, tendo como responsável técnica a autora, feita a montagem no Typeodont

(fig. 1) dos dentes de resina nas arcadas em cera superior e inferior, pois a cera

aquecida em água quente torna-se mais fácil para a simulação da má oclusão,

compressão maxilar (fig. 2,3).

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Como o tratamento da compressão maxilar faz o rompimento da sutura

palatina, realizou-se a divisão da linha sagital média na cera da arcada superior,

fazendo a cópia da sutura vista oclusal do arco superior podendo notar a região

palatina dividida em lado direito e lado esquerdo (fig. 4).

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FIG. 1 - Mordida cruzada posterior montada em cera no typeodont, vista anterior.

FIG. 2 - Mordida cruzada posterior montada em cera no typeodont, vista esquerda.

FIG.3 - Mordida cruzada posterior montada em cera no typeodont

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FIG. 4 - Divisão da linha sagital média na cera da arcada superior

Inicia-se a reprodução da má oclusão para gerar o primeiro teste em gesso do

protótipo. Esta reprodução confeccionada com hidrocolóide irreversível, alginato

Jeltrate II / DENTSPLY, que é um material de moldagem. Após o molde, colocou-se

um papel cartão na linha média para servir de separador do lado direito (osso

palatino direito) e lado esquerdo (osso palatino esquerdo) (fig. 5). Vaza-se, fazendo

o preenchimento deste molde com gesso, gerando a duplicação do arco superior,

onde nota-se a separação do lado direito esquerdo em modelo de gesso branco

ortodôntico Asfer (fig. 6).

FIG. 5 - Moldagem da arcada superior

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Passa-se para a fase de confecção do aparelho ortodôntico Disjuntor de Maxila.

Transferindo as 02 bandas metálicas ortodônticas Tecnident 28 milímetros em

primeiros pré-molares superiores e primeiros molares superiores 02 bandas

metálicas ortodônticas Morelli - Universal 35,5 milímetros - Referência 40.02.355 (fig.

7 e 8) para outro modelo de gesso que será descartado após a soldá-las ao

parafuso disjuntor palatino Morelli de expansão total de 11 milímetros por 0,8

milímetros - Referência 65.05.012.(fig.9 e 10).

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FIG. 6 - Cópia da sutura vista oclusal do arco superior podendo notar a região palatina dividida em lado direito e lado esquerdo.

FIG. 7 - Moldagem com Transferência de bandas.

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FIG. 9 - Adaptação do parafuso disjuntor junto às bandas no modelo de transferência.

FIG. 10 -

Soldagem do

parafuso disjuntor

nas bandas do

parafuso nas

bandas

ortodônticas

localizadas nos primeiros pré-molares e primeiros molares superiores.

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FIG. 8 – Modelo de transferência com as bandas posicionadas

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FIG. 11 - Disjuntor soldado antes do polimento e acabamento.

Após soldar o aparelho soldado antes do polimento e acabamento

(fig.11).Faz-se o acabamento do disjuntor utilizando o motor Dentec de bancada,

mandril FAVA PM REF39546, disco abrasivo de carburundum – carboneto 233

DENTORIUM e borracha abrasiva universal - KG VIKING para o polimento da peça

ortodôntica.

Segue a fase de teste do protótipo onde se fez a ativação do disjuntor

simulando a correção da mordida cruzada, compressão maxilar. Comprovam-se com

a abertura da linha sagital média (sutura palatina), observando o diastema mediano

entre incisivo centrais superiores (espaço, falta do ponto de contato entre estes

dentes).

Vista oclusal do par de modelos de gesso branco duplicado com compressão

maxilar com o aparelho ortodôntico/ disjuntor palatino fixo (fig.12)

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FIG. 12- Vista Frontal do par de modelos de gesso branco maquiado duplicado com compressão

maxilar com o aparelho ortodôntico/ disjuntor palatino fixo, divisão da maxila em direita e esquerda .

FIG. 13 – Vista frontal com compressão maxilar com o aparelho

ortodôntico/ disjuntor palatino fixo, divisão da maxila em direita e esquerda.

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F

FIG.16

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FIG. 14: Vista lateral direita da mordida cruzada posterior/atresia Maxila corrigida após ativação.

FIG. 15 - Ativação completa do disjuntor, mostrando entre os incisivos centrais superiores, dentes

separados (diastema), o que comprova a separação dos ossos palatinos direito e esquerdo,

resultando na correção da mordida cruzada posterior

FIG. 16 - Vista lateral esquerda da mordida cruzada posterior corrigida

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FIG. 17 - Vista oclusal com ativação completa do disjuntor, mostrando entre os incisivos centrais

superiores, dentes separados (diastema), o que comprova a separação dos ossos palatinos direito e

esquerdo, resultando na correção da mordida cruzada posterior.

Finalizamos a 1ª fase laboratorial com a ativação completa do disjuntor

demonstrando o Modelo da má oclusão maquiado mostrando entre os incisivos

centrais superiores, dentes separados (diastema), o que comprova a separação dos

ossos palatinos direito e esquerdo, resultando na correção da mordida cruzada

posterior (fig. 14,15,16 e 17).

Passamos para a segunda fase que será a confecção final do produto em um

laboratório de prótese dentária especializado.

4.1. 2 Segunda Fase Laboratorial

O Roic Laboratório de Próteses da Real Odontológica Ind e Com. Ltda.-ME /

Modelos Odontológicos ROIC em Três Corações – MG, foi escolhido pela autora

quando este participava do Congresso Internacional de Ortodontia em São Paulo

Outubro de 2008 e através da Dental Morelli foi apresentado o Técnico responsável

pelo laboratório, o protético Sr. Félix Teixeira.

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O referido laboratório, preparado para atender as legislações ambientais,

possui sistema de exaustão, filtros para recolher pó gerado pelo desgastes de

resinas, aproveitamento de pedra pomes que são utilizadas como material de

polimento das peças confeccionadas e sistema de decantação de gesso para não

contaminar rede pública de esgoto. Vindo assim, demonstrar a interação entre área

das Ciências da Saúde/Odontológica com o Meio Ambiente .

Ao visitar o laboratório da ROIC a autora passou toda a idéia ao Protético

responsável para desenvolver o projeto. Neste momento pode-se fazer a escolha da

cor da resina do protótipo, o formato e cor dos dentes, a confeccção das bases das

arcadas dentárias e como são confeccionadas as partes de articulação do protótipo

GENESTRA

Foram confeccionados no período de 2 meses, 2 protótipos. O primeiro

protótipo não cumpriu as exigências da autora (fig. 18,19,20 e 21), pois ao fazer a

ativação o disjuntor deveria gerar um diastema interincisal na arcada superior,

comprovando a disjunção palatina, não realizada (fig. 31 e 32).

FIG.18 - Peças do Primeiro Protótipo GENESTRA de disjunção desarticulados com peças superiores

soltas

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FIG. 19 - Vista direita do primeiro Protótipo GENESTRA de disjunção

FIG. 20 - Vista oclusal do primeiro protótipo GENESTRA de disjunção após abertura total do torno,

sem apresentar o diastema interincisal superior

FIG.21: VISTA OCLUSAL DO PRIMEIRO PROTÓTIPO GENESTRA DE

DISJUNÇÃO APÓS ABERTURA TOTAL DO TORNO, SEM APRESENTAR O DIASTEMA INTERINCISAL SUPERIOR

O segundo protótipo, após novas orientações ao protético responsável cumpriu

as exigências da autora (fig. 21), pois ao fazer a ativação o disjuntor gerou o

diastema interincisal na arcada superior, comprovando a disjunção palatina (fig. 22).

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FIG. 22 - Peças do 2º protótipo GENESTRA de disjunção desarticulados com peças superiores solta

FIG. 23 - Vista direita do 2º protótipo GENESTRA de disjunção

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FIG. 24 - Vista Frontal 2º protótipo GENESTRA de disjunção

FIG. 25 - Vista esqueda 2º protótipo GENESTRA de disjunção

FIG. 26 - Vista oclusal 2º protótipo GENESTRA de disjunção sem ativação

FIG. 27 - Vista oclusal do 2º protótipo GENESTRA de disjunção comprovando do diastema aberto

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FIG. 28 - Vista frontal do 2º protótipo GENESTRA de disjunção comprovando do diastema aberto

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5 RESULTADOS

Utilizando-se da revisão de literatura foi constatado que é de grande

importância o ensino a alunos de odontologia que a ERM de respiradores bucais

com atresia maxilar para restabelecer a configuração normal, à custa do aumento

real de tecido ósseo do palato, devolvendo as funções normais do sistema

estomatognático, devolvendo a saúde bucal. Para a inovação do ensino na

odontologia propõe-se o estímulo visual durante as aulas usando estratégias

escolhidas pelo professor para favorecer o dinamismo gerando o aprendizado. O

protótipo GENESTRA, ao final de sua elaboração, conseguiu reproduzir todas os

passos que um disjuntor realiza quando instalado na cavidade oral do paciente

portador da síndrome do respirador bucal com atresia maxilar.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há uma necessidade de mudanças na graduação do cirurgião dentista para

que seja possível formar os profissionais de forma generalista, humanista, crítica e

reflexiva. À entrada do século XXI, as Diretrizes Curriculares, ao lado das propostas

de ampliação de acesso, recomendam novas proposições de ensino-aprendizagem,

junto a valorização da pesquisa e da responsabilidade social.

Deve-se buscar estabelecer uma nova relação entre professor- aluno, em que

o docente seja capaz de refletir sobre sua importância na aprendizagem dos alunos,

procurando, assim, caminhos alternativos, que tornem o aluno o sujeito da

aprendizagem e o professor o facilitador e o mediador do processo ensino-

aprendizagem. Cabe também ao docente estimular a capacidade do aluno de modo

a aprender a conhecer e aprender a fazer, tornando o aluno capaz de buscar os

conhecimentos necessários a sua atualização e colocar em prática os seus

conhecimentos.

No processo educativo do curso de Odontologia usar estratégias de ensino

no tratamento da atresia maxilar na síndrome do respirador bucal, é um recurso de

grande importância para o aprendizado na disciplina de Ortodontia bem como a

abordagem deste tema leve à reflexão e a atitudes que contribuam para que as

pessoas tenham melhores condições de saúde bucal, o que implica uma melhor

qualidade de vida.

O paciente portador da síndrome do respirador bucal possui não só um

problema ósseo ou dentário, possui também alterações nas atividades fisiológicas

do Sistema Estomatognático. Mostrar que o tratamento apropriado da atresia maxilar

com ERM (que pode ser efetuado ate mesmo na dentição decídua) conjuntamente

ou seguida de intervenção fonaudiológica e/ou médica, multidisciplinar é

fundamental. O conceito de intervenção precoce elimina o fator de risco para o

crescimento facial e melhora, em longo prazo, a estabilidade da morfologia facial, o

que é muito atrativo.

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O produto vem ao encontro a necessidade de auxiliar o processo de

informação dos alunos de gradução, dos pais e dos pacientes. Visa, mais ainda,

diminuir a distância entre estes diferentes atores que participam do processo de

tratamento e cura do paciente portador da síndrome do respirador bucal.

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7 CONCLUSÃO

A revisão da literatura aqui estudada aponta para a importância do

conhecimento à respeito da Síndrome do Respirador bucal, suas consequências

como a atresia maxilar citada, e possíveis métodos de tratamento, dentre eles a

expansão rápida da maxila que levará ao descruzamento posterior da arcada

superior, aumentando o perímetro do arco com o rompimento dos ossos palatinos

gerando o diastema interincisal através do aparelho de disjunção maxilar.

A atresia maxilar deve ser considerada um problema de saúde pública, pois

apresenta alta prevalência e possibilidade de prevenção e tratamento, além de

provocarem impacto social pela interferência na qualidade de vida dos indivíduos

afetados e devemos tratá-los como um todo.

Tendo demonstrado ser efetivo, o protótipo GENESTRA é um instrumento de

valor a ser utilizado na reprodução do tratamento de expansão rápida da maxila ,

durante ensino da ortodontia, facilitando o processo prático de ensino

aprendizagem, no tratamento de pacientes respiradores bucais, e, por ser de fácil

utilização e apresentação, pode proporcionar melhores esclarecimentos dos

fenômenos envolvidos, desmitificando a complexidade deste tratamento aos pais do

pacientes reproduzindo a fácil manutenção do aparelho e a correção desta

oclusopatia.

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As abreviaturas adotadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),estão reguladas pela NBR 6032/89 e são utilizadas em quaisquer Trabalhos acadêmicos e científicos

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