notícias do cel - abr 2012

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Clube Excursionista Light - Boletim Informativo Ano 54 - nº 370 - Abril / Maio de 2012 “Excursionando conhecerás melhor nosso Brasil” A Bandeira do CEL no Kilimanjaro! Escalando em Yosemite Semana Brasileira de Montanhismo. - SBM Montagem de paradas - 4ª parte

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Notícias do CEL é uma publicação do CEL - Clube Excursionista Light (celight.org.br)

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Clube Excursionista Light - Boletim InformativoAno 54 - nº 370 - Abril / Maio de 2012

“Excursionando conhecerás melhor nosso Brasil”

A Bandeira do CEL no Kilimanjaro!Escalando em YosemiteSemana Brasileira de Montanhismo. - SBM Montagem de paradas - 4ª parte

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Há dois anos parafraseei um outro presidente de Clube em meu primeiro editorial e vou tomar, mais uma vez, sua citação: Participar de uma diretoria significa doar seu tempo, habilidades e emoções. E foi justamente isso que fizemos nos últimos 24 meses, nos doamos. A recompensa foi tudo que conseguimos realizar, o sentimento de dever cumprido e as mensagens de agra-decimento de muitos, e uma em especial estendo a todos, dizia:“Claudney, parabéns pela sua gestão, por tudo o que você construiu no Clube e pela sua sabedoria em lidar com as pessoas. Pra mim você é exemplo de um grande realizador.”Gabriel FerreiraSer parabenizado por saber lidar com as pessoas, para mim, é o reconhecimento máximo. Pois são justamente as pessoas que fazem o Clube se movimentar, diversificar e crescer. Sem a ajuda da Diretoria, Corpo de Guias, Sócios e vários outros colaboradores, a tarefa de levantar o nosso CEL teria sido infinitamente mais dura.Agora no final dessa gestão e início de uma outra, só tenho a agradecer a todos. Muito obrigado por serem o combustível do nosso Clube, por se doarem e por quererem mais, pois realizar desejos é um desafio e nós gostamos muito de superá-los!

Claudney NevesPresidente do CEL

Editorial

Nova DiretoriaNo dia 15 de março tivemos a eleição da Diretoria para o biênio 2012/2013. Claudney Neves foi reeleito para a presidência, tendo como vice Éder Abreu. Completando a chapa temos:

Presidente: Claudney NevesVice-Presidente: Éder AbreuSecretário-geral: Lucas FigueiraTesoureiro: Claudio VanDiretores de montanhismo: Nereida Rezende / Hans RauschmayerDiretoras Sociais: Gabriela Lima / Karla PaivaDiretor de Ecologia: Daniel ArlottaDiretor de Comunicação Social: Paulo FerreiraDiretora Cultural: Tarsis Jager

Parabéns a todos!

Nova Diretoria do CEL.

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Expediente

Nesta Edição:

Eleições no CEL pg. 4Escalando por Ai... Yosemite pg. 5Nova Bandeira do CEL no Kilimanjaro pg. 8Reforma no Banheiro pg. 12Montagem de Paradas - parte 4 pg. 13Semana Brasileira de Montanhismo pg. 15

É permitida a reprodução total ou parcial deste informativo, desde que citada a fonte. Os artigos publicados não representam, necessariamente, a opinião da diretoria ou do corpo editorial.

O CEL - Clube Excursionista Light é uma enti-dade sem fins lucrativos que visa congregar adeptos do Excursionismo de Montanha em suas diversas modalidades, proporcionando os meios necessários à prática segura desta atividade em conjunto com a preservação do meio ambiente. Fundado em 12 de fevereiro de 1957.Notícias do CEL é uma publicação de dis-tribuição gratuita destinada aos seus associa-dos e entidades afins.Av. Marechal Floriano, 199 gr. 501 - Centro Rio de Janeiro - RJ - CEP 20.080-005 Tel .: (021) 2253-5052

DIRETORIA (Gestão 2012-2013)

Presidente: Claudney NevesVice-presidente: Éder AbreuDiretoria Técnica: Nereida Rezende eHans RauschmayerTesouraria: Claudio VanSecretário-Geral: Lucas FigueiraDiretoria Social: Gabriela Lima e Karla PaivaDiretoria de Ecologia: Daniel ArlotaDiretoria de Comunicação: Paulo FerreiraDiretoria Cultural: Tarsis Jager

Treino em muro de escalada às terças, a partir das 18h30.Reuniões Sociais todas as quintas a partir das 18h30.

Programação CEL:Confira todos os eventos no site: www.celight.org.br/programacao.php, e venha participar na sede do CEL:

- Terças: Treinamento no muro de esca-lada - Quintas: Reunião Social - Terceira semana do mês: Palestra / Debate no Papo de Montanha- Última Quinta-feira do mês: Festa dos aniversariantes

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Escalando por ai... Yosemite!Claudney Neves

Em muitos esportes ou até mesmo em outras áreas há um lugar que é sinôni-mo daquela atividade. Se você surfa, já deve ter imaginado ir para o Havaí, se caminha, já deve ter planejado sua viagem para Santiago de Com-postela, até se vende bugigangas, a Rua 25 de Março, em São Paulo, não sai da sua cabeça. Na escalada, o lu-gar que concentra e, sem sombra de dúvida, tem a alma desse esporte é Yosemite. Em 2007, entre conversas noturnas, comentei sobre Yosemite, mas para um futuro ainda distante naquela época. Guilherme perguntou: Por que não ano que vem? Respondi: É, porque não? =)Pesquisamos croquis, locais e vimos que Yosemite não é o lugar só de vias brutas, para escaladores superpre-parados. O lugar é bem democrárico, com diversão para todos os níveis. A única exigência é que o candidato guie em móvel.

Um ano depois estávamos dentro do avião da Continental em um vôo para Los Angeles. Mas nesse meio tempo tivemos que acertar toda a parte bu-rocrática, passaporte, visto e passa-gens. Coloquei os míííínimos detal-hes em http://riocaminhadas.com.br/yosemite/.Entre vários candidatos, por uma razão ou outra, muitos não con-

Foto clássica do Vale.

Brinquedos para o test-drive.

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seguiram ir. Guilherme e eu formamos a única dupla.Dia 9 de outubro de 2008 aterrissa-mos e a irmã do Guilherme, Simone, que mora lá perto, e que veio nos buscar aqui no Brasil, continuou a nos ciceronear. Completamos as com-pras, pegamos emprestado o carro dela e partimos!!!Cinco horas depois atravessamos a guarita do Parque. Duas cenas me mercaram nesse primeiro dia. A primeira foi quando atravessamos o túnel que dá de cara com o El Capi-tan. Ali de frente para aquela gran-diosidade toda, naquele momento a ficha caiu, estávamos mesmo em Yosemite. A segunda foi quando che-gamos ao Camping 4 e havia uma placa de “CAMP FULL”, aí começou a nevar... Pensamos nas possibili-dades e, por pura sorte, encontramos Kit, uma americana que estava esca-lando por lá com o filho. Nos ofereceu uma parte do seu espaço no camping, aceitamos aliviados e agradecemos.No dia seguinte começamos a escalar. O espaço nesse artigo é pequeno de-mais para todos os detalhes, porque dá muuuita vontade de escrever so-bre o lugar, por isso vou tentar ser o mais conciso possível =)Tipo de rocha: Granito (do bom)Tipo das vias: Quase que totalmente tradicionais e algumas esportivasProteções: Móveis. Uma ou outra to-talmente fixa.Graduação: Levando em consider-ação apenas as escaladas em livre, vai de 5.1 a 5.12c

Depois de uma noite abaixo do 0º, to-camos a rocha primeiro no Setor Five Open Books, próximo de uma cach-oeira, quase sem água nessa época. Entramos na Commitment (5.9), pen-sando em fazer pelo menos uma en-fiada, pois já estava tarde e alguns flocos de neve caíam levemente. Nos equipamos e entrei no 5.8 inicial de entalamento de mão, passando por um 5.7 em oposição e chegando a uma parada tripla, proteções perfeitas e luvas de esparadrapo necessárias. Guilherme foi logo depois e, che-gando à parada, conversamos sobre continuar a via, achamos melhor de-scer, visto as condições do tempo e horário, foi a melhor decisão.A noite foi de interação com os locais e ainda de muito frio. No dia seguinte decidimos pela Nutcracker (5.8), um via espetacular, no Setor de Manure Pile Butress. Devia ser umas 10h da manhã, mas ainda não conseguia sentir os dedos dos meus pés total-mente. Entrei guiando e levei minha primeira queda quase no final da primeira enfiada, onde há uma es-pécie de teto em oposição, só dá pra entender indo lá =D Coloquei a peça, costurei e quando fui puxar a corda, o granito liso me traiu: - Seguuuuuuuuuuuura! E não parava de cair. - Seguuuuuuuuuura!Foram uns quatro ou cinco metros de emoção, mas a peça segurou :) Con-tinuei pelo teto e fiz a virada dessa vez, chegando a uma parada confor-tável, equalizei quatro peças e Guil-

Neve do dia anterior.

Half Dome.

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herme subiu. Quatro enfiadas depois, chegamos ao cume, depois de en-talamentos de dedos, mãos e do crux com um observação interessante no croqui falando sobre tornozelos que-brados... Felizmente os nossos esta-vam intactos.Nosso terceiro dia foi reservado para conhecermos a base do El Capitan. Guilherme guiou a Pine Line (5.7), uma fenda de entalamento de dedos

bem interessante. Depois ficamos por ali brincando em coisas mais brutas.Voltamos para o camping e decidimos que, no dia seguinte, entraríamos na Royal Arches (5.10b ou 5.7 A0), uma via de 16 enfiadas, tooodas em móvel. Guilherme iniciou guiando na chami-né lisa e a partir daí fomos alternando. Detalhe ruim, não chega ao cume :( A descida é feita por outra linha, em 11 rapéis de corda dupla. Chegamos ao carros 10h depois de começarmos a escalar.O dia seguinte foi menos cansativo. Fomos para Swan Slab, que fica a 2 min a pé do Camp 4. Lá brincamos na Oak Tree Flake (5.6), Grant’s Crack (5.9), F. Unnamed Crack (5.9) e re-solvemos um problema na Penelope’s Problem (5.7) =)Essa noite foi a mais viajante da nossa estadia, enquanto escolhíamos a nos-sa via de saideira para o dia seguinte, com algumas garrafas de Merlot na cabeça, Guilherme filosofava sobre a madeira que estávamos queimando na fogueira autorizada pelo Parque.

Só contando pessoalmente! =DA via escolhida foi a Bishop’s Terrace (5.8). Maravilhosamente diversifica-da, com entalamento de dedos, mãos e até pernas =DComo falei, o espaço aqui é muito pequeno para escrever tudo que dá vontade. Desde nossa viagem na Primeira Classe da Continental, pas-sando pelo apoio da Simone, que não tenho palavras para agradecer, a ro-tina diária pós-escalada de duas cer-vejas para o Guilherme e uma só para mim, mas com um bolinho =D O anjo Kit, que nos abrigou, os moleques que apareceram em nossa vaga de camp-ing em um dos dias, o trato com os compradores de equipamentos que trouxemos de volta para o Brasil, o ônibus quentinho do parque, a viagem de volta, passando pela vinícola em uma cidade que eu nunca tinha ou-vido falar, o banho mais gostoso que já tomei em uma banheira depois de uma semana no frio de Yosemite, a história do friend que deixamos na rocha e as histórias de ataques de ur-sos. O dia que conhecemos o Pacífico e fizemos uma moqueca que é falada até hoje... São tantas histórias e tão boas de serem contadas que não dá pra traduzir isso aqui, até porque com o Guilherme contando são bem mel-hores.Essa viagem está na minha lista de preferidas, voltaria novamente sem pensar duas vezes. E se você, que está lendo agora, também já pensou em viajar para aquele lugar, VÁ!

Guilherme na Pine Line

Bishop´s Terrace.

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Nova Bandeira do CEL no KilimanjaroMarcus Vinícius Carrasqueira

Vacina contra febre amarela é obrigatória no trânsito internacional! Um amigo me aconselhou a procurar o Centro de Via-jantes da Fiocruz para avaliação dos riscos de doenças na região africana da minha viagem. Esse serviço público é de ótima qualidade e acessível por telefone. O médico especialista recomendou doses únicas contra difteria, tétano, cólera, poli-omielite e influenza e doses triplas contra tifo, raiva e hepatite B. Depois de tantas agulhadas me senti o próprio bonequinho de vodu todo espetado! Qualquer viagem de aventura requer planejamento detal-hado com meses de antecedência. Após o carnaval iniciei a investigação das épo-cas mais apropriadas e me interessei por agosto, mês de frio, mas ainda seco, com poucas chances de chuva ou de nuvens encobrindo o topo. Considerando dólar em baixa, parcelamento no cartão e es-tabilidade política na Tanzânia não tive dúvidas de que tudo conspirava a meu favor! Era agora ou nunca! A decisão foi tomada em março e logo abri duas frentes de preparativos: físicos e logísticos. Aban-donei o uso de elevadores, passei a correr todo dia na praia e reduzi o consumo de doces. Em paralelo percorri o circuito das lojas de montanhismo em busca de novi-

dades. Nos tempos livres vasculhava na internet os relatos daqueles que tinham realizado o mesmo intento. Encontrei di-cas preciosas de pessoas que compartil-haram gratuitamente suas experiências e que fizeram diferença no meu conforto e segurança na montanha! Saber sobre os perrengues que me esperavam também serviu como preparação psicológica!

A primeira informação obtida na pesquisa: não é permitida a entrada de estrangeiros no Parque Nacional do Kilimanjaro – PNK sem a presença de um guia local, sendo vetado o uso de animais de carga ou veículos motorizados para transporte. Se minha opção fosse viajar sozinho teria de, obrigatoriamente, contratar um guia, um cozinheiro e quatro carregadores, no míni-mo, alem de providenciar abrigo, combus-tível e alimentação para essa turma pelos seis dias seguintes. Não me animei com esse caminho, pois seria uma produção trabalhosa demais para quem queria ap-enas sair de férias! A opção restante se-ria a contratação de uma operadora que oferecesse o pacote pronto, podendo ser africana ou brasileira. Escolhi a empresa do Manoel Morgado, um escalador expe-riente, médico por formação profissional,

Comemoração no Uhuru Peak.

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possui o Everest em seu currículo, subiu os sete maiores cumes continentais e cul-tiva o inusitado habito de escalar o pico mais alto de cada pais que visita, entre outras atividades de aventura!

Airton Ortiz cita em seu livro Aventura no Topo da Africa que o Kilimanjaro é a mais alta montanha isolada do planeta, pois as outras estão encravadas em grandes cordilheiras. O complexo chamado Kili-manjaro (ou montanha branca, em swahili) é a elevação de três vulcões distintos e in-ativos (porém não extintos tecnicamente), cujo derramamento contínuo de lava for-mou um altiplano que os conectou entre si: Kibo, o mais novo, com 5.895 metros; Mawensi, com 5.354 metros; Shira, com 3.778 metros. A última erupção ocorreu há 100 mil anos, fato que me deixou mais tranquilo para a escalada!

Seguro especial de esportes de risco feito, hora de viajar! Me despedi da cargueira no Galeão e a reencontrei no aeroporto de Kilimanjaro, depois de mudar de voos e companhias aéreas em São Paulo, Joan-nesburg e Nairobi. Sorte minha, pois uma colega do grupo teve suas mochilas ex-traviadas e precisou fazer uma vaquinha de roupas de frio e até de bota entre os demais para tentar o cume. Apesar das crises de choro, ela é brasileira e não de-siste nunca! Tanto em Moshi quanto em Arusha é possível alugar todos os itens básicos necessários para a escalada, em tese algo interessante, pois evita levar mochilas muito cheias do Brasil - apenas o sleep bag e o casaco de pena de ganso ocupam um volume de 40 litros. Os produ-tos anunciados não apresentam a mesma qualidade daqueles que estamos acostu-mados! Por precaução, é melhor conferir várias vezes o funcionamento dos zíperes na frente do lojista antes de sacramentar negócio. Meu colega de barraca descobriu que o fecho do sleep bag alugado estava com defeito e passou aperto a cada novo acampamento mais frio que o anterior. Um sleep bag com temperatura média de conforto de 15 graus negativos é o mais adequado. Achei melhor levar tudo daqui!

Adriana Miller descreve em seu blog que seis rotas de ascensão podem levar ao topo do Kilimanjaro e, por questão de seg-urança, o visitante não pode se desviar do caminho acordado com a direção do PNK.

A trilha Marangu é a mais antiga, bem de-marcada, possui a melhor infra-estrutura de apoio turístico e, por ser muito popular, ganhou o curioso apelido de Coca-Cola. A trilha Mechame é semelhante à anterior, porém mais longa, íngreme e difícil, sendo batizada de Whisky por ser igualmente bem conhecida, mas não é para qualquer um. As demais trilhas são Lemosho, Shira, Rongai e Umbwe. Também existe a trilha Mweka, usada somente para descida. Manoel Morgado escolheu a rota Rongai para subir e a rota Marangu para descer. Rongai é a única trilha que sobe pelo lado norte, sendo a mais rústica, seca, remota, pouco frequentada e a que atravessa o maior número de ambientes naturais.Voltando ao livro do Airton encontramos que o primeiro europeu a perceber a mon-tanha nevada foi Johannes Rebmann, missionário alemão que, em 1.848 es-creveu em seu diário: “observei algo no-tadamente branco no cume da montanha e aquilo só poderia ser neve”. Em 1.862 o barão Karl Klaus Decken, explorador alemão, atingiu os 4.200 metros e retor-nou ao chegar à linha nevada. Outro mis-sionário chamado Charles New, em 1.871, inaugurou o pisoteio sobre as neves do Kilimanjaro, voltando dos 4.420 metros por não estar equipado para prosseguir nesse tipo de terreno. O geógrafo alemão Hans Meyer e o montanhista austríaco Ludwig Purtscheller finalmente conquist-aram o teto africano em 1.889, sendo merecedores de homenagens gravadas em placas na entrada principal do PNK.

O plano de escalada distribuído pelo guia previa seis dias entre subida e descida, com pernoites em barracas. Marcus Gasques informa no seu livro Montanha em Fúria que, em 1.991, nosso saudoso Mozart Catão escalou o Kilimanjaro em 17 e ½ horas, recorde não superado nem mesmo pelos nativos e guias locais. A roupagem merece atenção, uma vez que a temperatura varia gradualmente na me-dida em que subimos. Tivemos dias en-solarados e, no início, pudemos caminhar de bermuda. Rodrigo Raineri informa no site Grade 6 que a temperatura pode at-ingir 15 graus negativos na madrugada do ataque final. O guia orientou que estivés-semos preparados para essa condição com três camadas de roupas protetoras no corpo inteiro. Minha roupagem consis-tiu em uma primeira camada formada pela

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clássica segunda pele (pernas e tronco), uma segunda camada feita com pulôver forrado de flanela e um agasalho andino de vicunha e uma terceira camada com um grosso casaco sintético corta-vento que cumpre o mesmo papel do casaco de pena de ganso (na verdade, quatro cam-adas). Nas pernas usei a segunda pele, uma ceroula inteiriça de lã com meia, uma calça de tactel e uma calça impermeável. A alimentação mereceu um cuidado espe-cial da minha parte. Eu sabia que a op-eradora oferecia café da manhã, almoço, lanche e jantar, então providenciei meus próprios petiscos para beliscar durante a caminhada. Estimei um consumo médio e levei uma cota calculada de polenguinho, chocolate, uvas passas, barras protéi-cas, castanha-do-pará, castanha-de-caju e mariola, essa última protagonista de enorme sucesso entre os participantes. Na reunião preparatória na noite que an-tecedeu o trekking, o guia informou que o gasto energético pode chegar a 5 mil calo-rias diárias.A saída se deu pela manhã da pousada Snow-Cap Cottages, localizada a 1.920 metros de altitude na entrada da rota Ron-

gai do PNK. Nesse dia caminhamos por 4 horas até Sekimba Campsite, a 2.600 metros. No outro dia seguimos por 8 hor-as até Kikelewa Cave, onde descansamos a 3.600 metros. No terceiro dia trilhamos por 4 horas até chegarmos em Tarn Hut, um acampamento situado a 4.330 met-ros no que sobrou da cratera do vulcão Mawenzi. Aqui foi possível lavar o corpo com sabonete em ritual primitivo que lem-bra um banho doméstico dentro de uma tenda adaptada. A operadora improvisou uma ducha desferida através de pulveri-zador manual de uso agrícola bombeado incansavelmente por um trabalhador, com água fria recolhida do lago. Se o dia es-tiver quente - e se não entrar rato silves-tre no biombo para assustar as moças

- a sensação ao sair é de renascimento! Na real, são seis dias tomando banho de lencinho umedecido!Ainda nesse lugar fizemos parada de um dia para aclimatação, subindo até 4.800 metros e retornando para dormir em alti-tude inferior, em 6 horas de caminhada. Não são todas as operadoras que ad-

otam esse procedimento! Edson Ferreira comenta no site Caminhos Verticais que o mal da montanha é uma doença provo-cada pela falta de oxigênio nas grandes altitudes, em geral a partir de 3.000 met-ros, cujos principais sintomas são dor de cabeça contínua, náuseas, insônia, tosse seca e falta de fôlego mesmo em des-canso. Além da introdução do dia extra de aclimatação, outras medidas foram tomadas pelo guia para minimizar o risco do mal da montanha, entre elas a orien-tação de ingerir 5 litros de água por dia. Procurei tomar meio litro durante o café da manhã na forma de achocolatado e meio litro à noite através de sopa. Ao longo do dia mantive uma rigorosa disciplina mili-tar de beber um generoso gole de água a cada 30 minutos, contadinho no relógio. A ingestão de pequenas doses diárias de diamox também foi recomendada por Manoel Morgado, na dosagem de meio comprimido duas vezes ao dia, iniciando no dia anterior ao da escalada. Esse med-icamento é comumente empregado por montanhistas para aumentar as chances de sucesso de cume e pude confirmar isso ao inquirir aleatoriamente os guias dos grupos de trekkers da Inglaterra e da Austrália. Diamox é incompatível com as-pirina, alertou o guia!

O efetivo humano completo dessa aventu-ra foi formado por um guia principal, seis guias locais, treze participantes, dois coz-inheiros, dois ajudantes de cozinha e trinta carregadores, uma imagem que lembra os filmes africanos produzidos por Hollywood.

Grupo com o Kilimanjaro ao fundo.

Acampamento de Tarn Hut (4.300 m).

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Os trekkers dormiram em barracas duplas e os trabalhadores se dividiam em cinco outras grandes barracas canadenses tipo campanha, o guia tinha a sua individual, havia uma grande barraca-refeitório, uma barraca-cozinha, uma tenda para o banho aspergido e uma tenda-sanitário com vaso portátil. Preferi usar as latrinas disponíveis em todos os acampamentos por serem mais espaçosas e apresentarem o clássi-co sistema de cócoras com apoio para os pés. Todavia elas oferecem o risco de se pagar um alto preço por qualquer descui-do: vi uma holandesa sair bufando da cas-inha por ter deixado cair o rolo do papel higiênico no buraco central, irrecuperável!Depois de duas noites em Mawenzi Tarn Hut desarmamos as barracas e camin-hamos por 6 horas rumo a School Hut, a

4.750 metros, nossa base antes do cume. Este abrigo possui um ambiente coletivo com um grande beliche acolchoado que acomoda oito pessoas em cima e out-ras oito em baixo. A ordem é almoçar e toque de recolher com silêncio completo às 16:00 horas, despertando às 23:00 ho-ras para o ataque final. Não foi fácil dormir nessa situação, tanto pela luminosidade quanto pela ansiedade, e essa condição estava estampada nas faces levemente endurecidas de todos os colegas! Más-cara de dormir e protetor auricular de espuma ajudaram no repouso. A alimen-tação para as oito horas de subida foi uma preocupação que trouxe comigo do Brasil que, pelos relatos que li, é o trecho mais desgastante, sendo que um trekker recomendou consumo de uma barra de chocolate de hora em hora. Devo admitir que o chocolate fez mesmo diferença nos momentos de intenso cansaço na madru-gada gélida, me reanimando quase que imediatamente!

Atravessar a longa e escura noite fria em altitude foi uma das experiências mais marcantes da minha vida na montanha! A interminável procissão humana formada pelas lanternas conjuntas de dezenas de montanhistas de todas as partes do mundo ziguezagueando enfileirados na trilha a subir pela encosta no mesmo ritmo era a materialização da fé que empurra essas pessoas a um destino somente compreendido por elas mesmas! Cena incrível! Consegui chegar ao Gilman’s Point, a 5.685 metros e já na borda da cratera, poucos minutos antes do nascer do sol. O dia começava a clarear e um horizonte vinhático se formava ao leste! Visão inesquecível! Alguns colegas che-garam antes de mim e outros depois, mas todos conseguiram realizar seu sonho. Pessoas choravam, se emocionavam, se abraçavam, agradeciam aos seus deuses ou simplesmente embasbacavam parali-sadas diante da imensa tela celestial cada vez mais dourada! Todavia, ainda não era o cume! Seguindo pela borda por mais hora e meia se chega ao Uhuru Peak (ou Pico da Liberdade, em swahili), o verda-deiro cume do Kilimanjaro, a 5.895 met-ros, local de muitas comemorações, foto-grafias e filmagens! Apesar de não constar na lista Wikipédia das 100 maiores mon-tanhas do mundo, não existe lugar mais alto em 5 mil km ao redor!

A descida foi prevista para começar às 09:00 horas. Como para baixo todo santo ajuda, tanto trekkers quanto guias desen-volveram o hábito de descer correndo em linha reta, surfando nos pequenos pe-driscos e seixos amontoados provenientes das antigas geleiras. A diversão pode ser perigosa, pois a distância é grande e o acúmulo do impacto constante nos joel-hos e pés é violento. Um colega chegou com hematomas sob ambas as unhas dos dedões que rapidamente evoluíram para purulentos e deverá perdê-las nos dias

Abrigo School Hut (4.750 m)

Restos de geleira no topo do Kilimanjaro.

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subsequentes! Pela rota Marangu regredi-mos para a altitude de 3.720 metros, até Horombo Hut, após 7 horas de trilha. Na prática completamos 24 horas acorda-dos, somando 16 desgastantes horas de caminhada! Finalmente, no sexto e último dia de expedição, percorremos outras 6 horas até o portão principal, lugar de in-tensa confraternização e de gastar alguns dólares na lojinha de souvenir! No mo-mento da assinatura obrigatória do livro de saída pedi para carimbar meu pas-saporte com o logotipo do PNK. Ao final dessa empreitada tínhamos caminhado 82 km, sendo 46 km de subida e 36 km de descida. Acrescentando os 6 km plus do dia de aclimatação tivemos um total de 88 km percorridos.A diferença de fuso horário na Tanzânia é de 6 horas a mais em relação à hora oficial de Brasília. Melhor teria sido se eu tivesse chegado com margem de quatro dias de antecedência, pelo menos, e descansado por outros dois dias após o retorno. Mas quem tem férias tem pressa! Hoje, con-hecendo o lugar, teria aproveitado esses dias para fazer um safari enquanto meu organismo regulava o relógio biológico. A região tem alto índice de malária trans-mitida pelo mosquito, então mantive o corpo sempre besuntado com repelente e dormi no hotel protegido por mosquiteiro que levei. Em nenhum momento pegamos chuva, neve ou granizo, somente sol, ven-to e poeira. Noites lindas com céu limpo em festa, decorado por milhares de luzes adamantinas iluminando o território da Lucy, com um toque mágico da luazinha minguante na madrugada avançada.Estar nas montanhas é o meu desejo des-de que botei a primeira mochila nas costas aos 14 anos e fui de carona para a Argen-tina! Alguém disse que somente nos seus sonhos o Homem é verdadeiramente livre! E o que acontece quando realizamos nos-

sos sonhos? Nos libertamos desse desejo ou nos subordinamos mais ainda a ele? Escalar o Kilimanjaro foi a realização de um sonho que me deixou liberto do meu personagem urbano durante os dias em que estive no PNK, um sentimento de liberdade ancestral que me fez sentir ple-namente à vontade naquele ambiente nat-ural como se eu fizesse parte do cenário desde tempos memoriáveis. Se, por um lado, o sonho foi aplacado, por outro des-pertou o desejo de repetição da aventura! Como disse uma das participantes do grupo, “será esse o mal da montanha que tanto falam?”Deixo meus sinceros agradecimentos ao excelente guia Manoel Morgado, uma figura humana ímpar, generoso na divisão dos ensinamentos e envolvente na arte da contagem dos causos ocorridos nas montanhas. Viajar com Morgado foi uma

decisão mais do que acertada e que muito contribuiu para o meu aperfeiçoamento como montanhista. Um abraço especial para os maravilhosos colegas de trekking Aurélio, Cézar, Cláudia, Domingos, Érica, Fábio, Gisella, Gisleine, Marieta, Mark, Newtinho e Sílvia que vieram do ES, MG, PR, RJ e SP, sempre de alto astral e com os quais muito aprendi pelo exemplo com-portamental e muito me diverti em mo-mentos impagáveis de puro humor. Um grande asante para a incansável equipe dos trabalhadores tanzanianos, onde cada um confirma a fama de povo alegre, sorridente e prestativo. Obrigado aos co-legas do CEL Anne Peixoto e Flavio Doce de Pessoa pelo empréstimo de equipa-mentos pessoais e a todo o quadro social pelo incentivo na viagem.Para mim foi uma grande honra inaugu-rar a nova bandeira do CEL no cume do Kilimanjaro, simbolismo associado à im-portância que este querido clube repre-senta no montanhismo brasileiro! Que a tradição se mantenha por muitas décadas mais! Hakuna Matata!Confraternização entre participantes.

Carregadores tanzanianos.

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Quando soube que Claudney ia fazer a obra de reforma nos banheiro, me ofereci para ajudar nos desenhos e sugestões de layout e materiais.Como em todos os projetos, foi um de-safio satisfazer a vontade do cliente, e neste caso não foi diferente, pois o desenho era que permanecesse a idéia de boxes feminino e masculino separados, mas com um lavatório co-mum aos dois.Além do espaço ser muito pequeno

tínhamos o problema do custo que não podia ultrapassar as reservas do clube, além das dúvidas e surpresas quanto às instalações originais que podiam atrapalhar a idéia inicial e acima de tudo manter o espaço fun-cional.Depois de alguns estudos apresentei as propostas, e a aprovada foi a que

o presidente tanto sonhava, propos-tas essa que foi minunciosamente calculada porque nosso espaço era mínimo.A partir dali, dava início a uma grande pesquisa de material e mão de obra, além da ajuda da Marcia Poppe que também é arquiteta.Claudney fechou a obra com um em-preiteiro que foi super atento ao pro-jeto e às medidas, e o resultado foi o que as pessoas puderam ver na se-mana da inauguração.Depois de 80 dias fechado por causa das obras, o clube foi reaberto com di-reito a fita vermelha e tudo mais para a inauguração do novo banheiro.Agradeço ao carinho de todos e à oportunidade de ajudar de alguma maneira o Clube.

Fita vermelha para reinauguração do banheiro.

Confraternização de reabertura do clube.

Banheiro antes e depois da reforma.

Reforma do Banheiro da Sede do CELNorma Bernardo

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Montagem de Paradas - Parte 4Hans RauschmayerNas últimas três edições tratamos de paradas em ancoragens sólidas, tanto duplas como simples. Aprendemos que, neste caso, equali-zação não é importante, e que exis-tem formas mais inteligentes do que o “X mágico” para montar o back-up entre os grampos, em especial a “parada sequencial”.Hoje vamos encarar paradas em móvel, que trazem as seguintes ex-igências: • devemos prever que uma das peças saia do lugar, necessitando redistribuir a carga entre as outras por uma equalização eficaz; • devemos prestar muita aten-ção na provável direção do tranco – e precisamos fixar umponto central protegendo as peças contra tranco em direções variadas; • economia de tempo e mate-rial são outros temas importantes.A pergunta principal em termos de equalização era: “Será que as mon-tagens realmente equalizam as for-ças da forma que imaginamos?” Para respondê-la, a Associação Alemã deAlpinismo (DAV) resolveu medir vári-as configurações em ensaios dispen-diosos num muro de escalada, simu-lando nossa realidade. O resultado surpreendeu: há menos diferenças entre as montagens do que se imagi-nava (veja tabela 1).

O segundo ensaio mediu o tranco adi-cional quando uma ancoragem falha. Neste quesito, a equalização clássica saiu-se muito pior que as outras mon-tagens, com 40% de carga adicionalna peça que sobrou. Um fato crítico que eliminou este método!Entre os outras, a parada sequencial convence pela facilidade da monta-gem, poupando tempoe material. Usa-se um cordelete de 4 a 5m (recomendação: Kevlar ou Dyneema; alternativa:fitas de 2,4m), já fechado, que as-sume a forma de uma craca, com uma azelha simples como cabeça e vários tentáculos (fig. 1).

Parada Equali-zada (X mágico)

Triângulo Fixado Parada Sequencial

Distribuição das forças

Entre 55%: 45% e 66%:33%,

dependendo de detalhes

66%:33% 60%:40%

Tranco Adicional Alto Baixo Baixo

Avaliação Não recomendado Recomendado para 2 ancoragens

Recomendado para 3 ou mais ancoragens

Tabela 1: comparação das formas de montar a parada equalizada.

Fig 1: preparação e transporte do cordelete da parada.

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Cada tentáculo é fixado em uma peça, usando Nó Fiel, podendo ser ajustado posteriormente.Uma quinta peça pode ser fixada di-retamente na cabeça da craca (fig. 2).

Observação: mosquetões key-lock fa-cilitam colocar e retirar os nós!

Sabe-se que o Nó Fiel corre sob alta carga. Na parada sequencial, este fato ajuda, já que consome energia e reduz a carga na ancoragem. Por isso, a corda entre duas peças fica frouxa, para evitar o triângulo mortal.

Falta ainda fixar o ponto central para baixo para evitar que um tranco para cima tirasse as peças da posição (fig. 3).

Vale lembrar que a colocação do freio faz grande diferença no tranco apli-cado na parada (veja parte 3 desta série): usando ATC precisa-se prestar muita atenção na costura de saída, porque ela recebe o maior impacto de todas as ancoragens e pode falhar. A alternativa mais segura é colocar um Nó UIAA diretamente no ponto cen-tral.Com esta matéria encerramos a sé-rie sobre paradas. Em breve ela será publicada em textointegral no site do Clube – fique aten-to! Desejo boas escaladas com para-das firmes.

Fig 2: Parada montada em forma de craca.

Fig 3: Parada com fixação para baixo.

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O maior evento do Montanhismo Bra-sileiro está sendo organizado com o objetivo de honrar nosso compromis-so com a ética de montanha e a pro-teção do meio ambiente e organizar o futuro do montanhismo e da escalada no Brasil. É a 1ª Semana Brasileira de Montanhismo, a ser realizada no Rio de Janeiro entre 23/04 e 01/05.

Todos os eventos acontecerão no bairro da Urca, assim distribuídos:

• 2º Congresso Brasileiro de Montan-hismo e Escalada • 2º Encontro de Parques de Mon-tanha do Brasil • Exposição “Cem Anos de Montan-hismo no Brasil” • Cursos e Workshops de Segurança em Escalada • I Encontro Científico sobre o Uso e Conservação de Montanhas • Curso de Acesso e Conservação em Áreas de MontanhismoPalestras

Serão no Campus da UNIRIO - Av. Pasteur 414, Urca, Rio de Janeiro, RJ

Por sua vez,

• Campeonato Brasileiro de Esca-lada Esportiva • Cine Montanha na Praça • 25a Abertura de Temporada de Montanhismo (ATM) • Exposição Fotográfica • Cursos e Workshops de Segurança em Escalada

Serão na Praça General Tibúrcio, Praia Vermelha, Urca, Rio de Janeiro, RJ

Vamos participar e fazer parte da história!Para inscrições e mais informações acesse o site do evento http://www.semanademontanhismo.com.br/

Lembrando que no último dia da SBM teremos a nossa tradicional Abertura da Temporada de Montanhismo (ATM). Aguardamos todos no stand do CEL!

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