notícias de há 100 anos
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Jornal ficcionado. Um trabalho do Arquivo Histórico Arnaldo Soledade a propósito das comemorações do Dia do Município de Sines 2010.TRANSCRIPT
Marreiros da Rosa”.
Os restantes membros da
Junta são notáveis republi-
canos eleitos em 29 de
Novembro de 1908. São os
senhores Júlio Gomes da
Silva, José Gaudêncio
Farias, Miguel Gomes Espa-
da, José Oliveira Borralho e
Jaime António Baião Salga-
do.
No dia 5 de Outubro Portugal tornou-se uma República ! O Dr. Teófilo Braga, ilustre
professor do Curso Superior
de Letras e presidente do
Directório do Partido Republi-
cano, preside ao Governo
Provisório. Outros valorosos
membros do Governo são
António José de Almeida,
Afonso Costa, Brito Cama-
cho, José Relvas, António
Barreto, e Amaro Gomes.
Na nossa vila existia já
uma Comissão Paroquial
Republicana. O seu presi-
dente, o Sr. José Marreiros
da Rosa, é o presidente da
Junta da Paróquia. Substi-
tui o padre Luís Augusto
Ramos Cid, o qual, “sem
relutância de qualquer
espécie declarou que dava
a posse da presidência da
Junta de Parochia de
Sines ao cidadão José
F o i i m p l a n t a d a a r e p ú b l i c a !
ANNUNCIO
SAIBA TUDO SOBRE O ANO
DE 1910
C Â M A R A M U N I C I P A L D E S I N E S
Notícias de há 100 anos O 24 de Novembro
Jornal ficcionado
1909-1910 Nº 5
Postal illustrado das vistas da villa de Sines
Câmara Municipal de Santiago do Cacém reúne em Sines
2
A Sra. Sofia Afreixo consulta as senho-ras de Sines
2
A Instrução em Portugal, por Virgí-lio Vilhena
3
A Juventude 3
Nesta edição:
No passado dia 22 de Maio
de 1909 a Câmara Munici-
pal de Santiago do Cacém
reuniu-se com a Junta de
Paróquia de Sines, na sala
de sessões desta última.
Recorde-se que o concelho
de Sines foi extinto em
1855.
Estiveram presentes os
senhores José Maria dos
Reis Gancho, Luís Maria da
Cruz e Silva, José Benedito
Hidalgo Vilhena, Francisco
António Barreira e Bernardo
António Guerreiro, por parte
da edilidade.
A Junta esteve representada
pelos senhores Gregório
Camacho, José Gaudêncio
Faria, Júlio Gomes da Silva,
Miguel Gomes Espada, além
do presidente. Os cidadãos
Dr. Joaquim de Matos Couti-
nho Joaquim Lourenço dos
Santos; Higino dos Santos
Guisado e António Daniel-
dos Santos assistiram à
sessão.
Foram discutidos vários
problemas da nossa fre-
guesia. Neste número
vamos dar notícia da
ordem de trabalhos e das
resoluções tomadas pela
Junta de Paróquia .
A ordem de trabalhos foi
a seguinte:
A Sra. Sofia Margarida
da Graça Afreixo for-
mou-se na Escola Médi-
co-Cirúrgica de Lisboa
em 1899.
A sua dissertação inau-
gural versou sobre os
problemas do parto.
Intitula-se Algumas
considerações sôbre a
posição da mulher em
trabalho de parto e foi
publicada pela Tipogra-
fia do Comércio.
Está a exercer medicina
na nossa vila, onde
assiste as esposas e
filhas dos caros leitores.
“Esta Junta concordou e
achou de máxima urgência
todos os reparos a fazer e
bem assim em não achar
inconveniente na referida
construcção de casas, e
emquanto ao local tratou a
mesma de ver se podia con-
seguir o mais próximo possí-
vel em condicções hygieni-
cas como foi encarregada
pela mesma Camara.”
4-Construção de casas no
terreno de Manuel Francisco
Farelo entre a Estrada Nova
e Nossa Senhora das Salas.
5-Estado do chafariz de Nos-
sa Senhora das Salas.
6-Urbanização dos baldios
camarários .
7-Concertos nas calçadas
públicas.
8– Discussão do local de
depósito de limpeza urbana.
C â m a r a M u n i c i p a l d e S a n t i a g o d o C a c é m r e ú n e e m S i n e s
A S r a . S o f i a A f r e i x o c o n s u l t a a s s e n h o r a s d e S i n e s
P á g i n a 2 N o t í c i a s d e h á 1 0 0 a n o s
1-Obras nas antigas casas
da Câmara que servem de
tribunal, cadeia e sala de
sessões da Junta .
2-Demolição do passadiço
e alinhamento do prédio a
reconstruir na Rua Direita,
de António Daniel dos San-
tos.
3– Colocação de um can-
deeiro na Rua do Norte,
próximo do Teatro.
A Sra. Sofia Afreixo faz
parte de um notável
grupo de senhoras,
como Adelaide Cabete,
Carolina Beatriz Ânge-
lo ou Emília Patacho.
Estas senhoras têm-se
dedicado à saúde
feminina e infantil.
P á g i n a 3 N o t í c i a s d e h á 1 0 0 a n o s
A I n s t r u ç ã o e m P o r t u g a l , p o r V i r g í l i o V i l h e n a
há meses começou João
Franco a governar (como
dizem os jornais) à inglesa,
porém se tudo estava atra-
sado, do mesmo modo ficou.
Não temos: Instrução, Exer-
cito e Marinha, contudo há
os navios encalhados nos
diques, os regimentos de 9 a
10 soldados e milhares de
povoações sem escolas, as
localidades que tem a felici-
dade de apanharem alguma
escola nas eleições (como
se diz em linguagem eleito-
ral) tem os seus habitantes
A Instrução é o alimento do
espírito, e um homem sem
instrução é um navio sem
leme, ou para melhor dizer,
um homem inútil; nos países
mais adiantados da Europa
o ensino é obrigatório, Portu-
gal também tem uma lei
para esse fim; mas como
pode ser ela obedecida se
não há escolas suficientes?!
Portugal gasta como aqueles
que gastam, apesar disso,
pouco aproveita, todo o
dinheiro é gasto em esbanja-
mentos;
que irem votar no influente
político que lhes dá essa
esmola!
O Professorado primário é
pago miseravelmente; um
professor primário ganha
400 reis diários, sujeitos a
descontos; e é então com
este dinheiro que há-de vestir
-se decentemente e susten-
tar uma casa de família?
Por exemplo, na França, um
professor primário é tido em
muita consideração; em Por-
tugal não passa de um reles
professor primário, a missão
do professorado primário é
uma das mais humanitá-
rias, pois que, arranca
milhares de seres do
embrutecimento!
A Instrução ensina o navio
a navegar no mar de esco-
lhos da vida!
O Sr. Virgílio Vilhena é director
do jornal sineense o Brado.
Este texto foi escrito em 1906.
O jornal A Juventude foi fundado em
Dezembro de 1909, em Sines. Foi com-
posto e impresso pela Tipografia Chal-
bert. Intitula-se revista infantil.
A sua redacção e propriedade perten-
cem às senhoras Hilda Chalbert, Regina
Dulce e Maria Emília Garraz Santos.
Deixamos-vos aqui dois excertos da
preciosa folha.
“A Juventude” quer-vos saltitantes,
alegres, chilreadores e cheios de bon-
dade para todos; por isso não vos
entristecerá nunca com a descripção
d’um professor ou d’uma professora
de olhar duro e mão da férula, que
vigiam severamente os alumnos para
ver se estudam a lição, se beliscam os
visinhos de banco, durante horas
intermináveis.”
“Todavia, não julgueis que vimos
d’algum modo procurar arreba-
tar ao doce anjo do lar – á mãe
culta, o seu sceptro altíssimo de
educadora por excellencia; cre-
mos que ninguém ousara pen-
sar tal.”
Pílulas de Sines Sª o as œnicas, atØ hoje inventadas, que curam radicalmente em 24 horas as sezı es, quartans e outras qualidades de febres. Acham-se à venda nas principaes ter-ras de Portugal. No depó sito geral em Sines Pharmacia Pitta, recebem-se propostas para revendedores onde os nª o haja, dando-se grau de percenta-gem. Caixa 500 reis, franco de porte