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DESTAQUE. se acontecesse um sismo? Esta questão serve de mote para saber de que forma a Protecção Civil Municipal está apta a responder à população, em caso de uma catástrofe semelhante à do Haiti. p. 2,3 SOCIEDADE. A câmara aprovou o plano de pormenor do “Parque Ribatejo” – um centro comercial que irá nascer no Casal das Areias, com um investimento de 50 milhões de euros e que criará 1.000 postos de trabalho. p. 6 OPINIÃO. “Há muito por onde cortar e poupar na administração central e nas câ- maras municipais desta República que comemora 100 anos com dívidas incom- portáveis”, escreve Luís Ferreira Lopes. p. 7 Fevereiro_10 Ano 26 Nº 261 Gratuito Director António Castanho Haiti: a missão de uma vida Pub na Notícias de Alverca REPORTAGEM Alverquenses recordam outros carnavais Noutros tempos, o Carnaval em Alverca e Arcena era vivido de forma intensa. Neste número, o “NA” foi ao encontro dos foliões de outros tempos que recordaram brincadeiras que já não se fazem. p. 4,5 ENTREVISTA Hélder Ferreira, bombeiro voluntário em Alverca e profissional na ANPC, esteve em missão no Haiti, integrado numa força especial. Ao “NA” aceitou contar-nos “a experiência mais intensa” que já viveu como bombeiro. p. 8,9

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Edição 261 Fevereiro 2010

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Page 1: Notícias de Alverca

DESTAQUE. se acontecesse um sismo? Estaquestão serve de mote para saber de queforma a Protecção Civil Municipal está aptaa responder à população, em caso de umacatástrofe semelhante à do Haiti.

p. 2,3

SOCIEDADE. A câmara aprovou o plano depormenor do “Parque Ribatejo” – um centrocomercial que irá nascer no Casal das Areias,com um investimento de 50 milhões de eurose que criará 1.000 postos de trabalho.

p. 6

OPINIÃO. “Há muito por onde cortar epoupar na administração central e nas câ-maras municipais desta República quecomemora 100 anos com dívidas incom-portáveis”, escreve Luís Ferreira Lopes.

p. 7

Fevereiro_10

Ano 26

Nº 261

Gratuito

Director

António Castanho

Haiti: a missão de uma vidaPub

naNotícia

s d

eA

lverc

aREPORTAGEM

Alverquenses recordamoutros carnavais

Noutros tempos, o Carnaval em Alverca e Arcenaera vivido de forma intensa. Neste número, o “NA”

foi ao encontro dos foliões de outros tempos querecordaram brincadeiras que já não se fazem.

p. 4,5

ENTREVISTA

Hélder Ferreira, bombeirovoluntário em Alverca eprofissional na ANPC, esteveem missão no Haiti, integradonuma força especial.Ao “NA” aceitou contar-nos“a experiência mais intensa”que já viveu como bombeiro.

p. 8,9

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Mário Caritas

“Nenhum país, pormais desen-volvido que seja,

está completamente apto a fazerface a um sismo como aqueleque aconteceu no Haiti”, refere,peremptório, António Car-valho, comandante operacionaldos Serviços Municipais de Pro-tecção Civil de Vila Franca deXira (SMPCVFX). O “NA” foiao terreno tentar perceber deque forma é que as várias enti-dades competentes estãopreparadas para agir face a umeventual terramoto de grandedimensão, cuja probabilidade deocorrer nesta zona é “elevada”dada a proximidade com o con-celho de Benavente onde existeuma falha geológica perfeita-mente identificada e que aliprovocou um violento abalo hácerca de um século (1909).Aliás, ao nível da Área Metro-politana de Lisboa (AML), esteé o segundo concelho commaior probabilidade de ocorrên-cia de um sismo, logo a seguir aLisboa.Existe portanto um Plano deEmergência Municipal (PEM)que segue directivas que foramtestadas recentemente em doisexercícios de grande escala – oPROCIV (2008) e o PT

QUAKE (2009), para aprovar ochamado Plano de Risco Sís-mico para a AML.No entanto, há muitas difer-enças entre um exercício e adura realidade. “Há toda a difer-ença! Quando estamos em exer-cício não temos questõescomplicadas para resolver, taiscomo infra-estruturas destruídas(estradas, pontes, etc.). Nofundo, o que testamos é a coor-denação entre as várias enti-dades, mas num sismo a sério oque reina nas primeiras horas éa anarquia; as primeiras 24/48horas servirão praticamente ape-nas para fazer a avaliação dosdanos, por isso nesse período asorganizações locais praticamentenão existem. Nós próprios, quedevemos ser os primeiros a irpara o terreno, podemos morrer!Os quartéis dos bombeirospodem cair! Logo, nas primeirashoras, a resposta poderá não serdada ao nível local mas a umnível externo.”Ou seja, o PEM prevê que, emcaso de ocorrência de um sismode grande dimensão no con-celho, a primeira ajuda cheguede fora. “Se internamente nãotivermos condições de resposta,é o distrito de Leiria, mais conc-retamente os Bombeiros daMarinha Grande que virãotomar conta das ocorrências; ouseja, quem me virá substituir até

eu aparecer é o meu colega daMarinha Grande que tem con-hecimento do nosso plano deemergência. Assim que ascondições locais estejam re-unidas para podermos voltar atomar conta das operações,então o comando é transferidopara os SMPCVFX.”

“Nas primeiras24 horasnão haveriamrespostas”

No fundo, o plano de emergên-cia baseia-se num pressuposto: ode que tudo falhe a nível local.“Nós partimos sempre do piorcenário – a nível local não existenada, tudo falhou, não há co-mandante municipal, não há co-mandantes de bombeiros, nãohá bombeiros, não há presidenteda câmara, não há serviços desaúde, não há nada. Logo quemterá que vir para o terreno é onível que está superior a nós, ou

seja, o nível distrital ou eventual-mente o nível nacional”, adverteo comandante operacional.Alberto Fernandes, comandantedos Bombeiros Voluntários deAlverca, subscreve esta ideia. “Sefalarmos num sismo de grandeintensidade, por muito bempreparadas que estejam as insti-tuições, nas primeiras 24 horasé muito difícil dar uma resposta.Penso que nessas primeirashoras cada um vai tentar socor-rer-se por si e terão que ser osvizinhos a ajudar os vizinhos, osamigos a ajudar os amigos…Porque nas primeiras 24 horasserá sempre muito complicadohaver articulação entre as váriasentidades e pôr tudo a funcionarno terreno. Além de que tudodependerá também de como fi-carem as infra-estruturasrodoviárias, ou seja, que mobil-idade é que estas permitirão aoscorpos de bombeiros (caso estesainda existam).”Em Alverca, dada a antiguidadede alguns bairros, “há um riscoacrescido de derrocada na

chamada zona antiga, pois nessetempo as construções não erampensadas tendo em conta umasituação de sismo”. Um cenárioque ficou devidamente previstoe contemplado nas urbanizaçõesque foram feitas nos últimos 20anos. Segundo o construtor Ed-uardo Rodrigues, administradordo Grupo Obriverca, “sempretivemos esse tipo de preocu-pações ao nível da estrutura dosnossos edifícios, até porque osregulamentos em vigor, desde há20 anos a esta parte, assim oobrigam; por exemplo, o ferroutilizado na construção dos pré-dios praticamente duplicou. Nogeral, ao nível dos edifícios queforam construídos nos últimos20 anos, se houver algum prob-lema, em caso de terramoto, éporque estão mal construídos enão cumprem as normas anti-sísmicas”.

Cultura desegurançachega às escolas

Associada a esta matéria está aquestão da cultura de segurançaà qual, aos poucos, as empresase instituições vão aderindo. “Asempresas começam a ter algumapreocupação com a segurança,nomeadamente ao elaboraremplanos de emergência internospara fazer face a diversas situ-ações, desde o incêndio aosismo; e já há muitas empresasque têm o cuidado de testar reg-ularmente os seus planos deemergência. Nós, por exemplo,temos sido bastante solicitadospara fazer acções de formação epara testarmos os planos deevacuação das empresas que lab-oram nesta área”, sublinha Al-berto Fernandes.Na OGMA – IndústriaAeronáutica de Portugal, ondelaboram quase 2.000 pessoas,existe, por exemplo, um planode emergência interno “quecompreende a optimização deprocedimentos com as entidadesnacionais, de acordo com asnormas em vigor não só a nívelnacional como internacional”.

02 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

E se Alverca fosse atingida por um sismo?DESTAQUE. Imagine que a cidade de Alverca é atingida por um terramoto de grande dimensão. Estaria a sociedade civil preparada para fazer face à tragédia? O “NA” foi perceber que respostas existem no terreno.

Estaria preparadopara sobreviver?

Imaginemos agora que o eventual sismo odeixaria isolado do exterior. Estaria preparado

para sobreviver? Tem, por exemplo, em casa umrádio a pilhas para ouvir as notícias, já que numasituação de catástrofe tudo o resto falha e não hásequer internet, nem telemóveis? Tem água

potável armazenada, assim como uma reserva dealimentos não perecíveis? No fundo, todas asfamílias deverão ter o seu próprio plano deemergência. “Penso que mais do que prever o so-corro, é fundamental as pessoas saberem o quehão-de fazer e como é que se hão-de ajudar mutu-amente. Porque o primeiro socorrista tem que sero meu vizinho! Em sentido lato, todos nós somosa protecção civil!”António Carvalho alerta, por fim, para a im-portância da existência de respostas ao nível da

prestação de cuidados de saúde. “Há que saberdar uma resposta imediata aos traumas, às in-fecções, etc. Se os centros de saúde ficarem inop-eracionais, terá que ser a delegada de saúde (seficar viva) ou a sua substituta, em coordenaçãocomigo ou com quem estiver da protecção civil, afazer a inventariação dos sítios para onde podere-mos encaminhar os feridos.” Teresa Galhardo, del-egada de saúde adjunta do Agrupamento deCentros de Saúde do Concelho de Vila Franca deXira, começa, de resto, por colocar a questão de

“se saber se nós estaríamos cá ou teríamos ficadosoterrados, feridos ou mortos no eventual ter-ramoto”. Ou seja, “existe um plano de actuação,mas não sabemos se conseguiríamos pô-lo emprática”. No entanto, caso os serviços fun-cionassem, “teríamos desde logo que arranjar umazona para colocar os cadáveres; entretanto noscentros de saúde estariam profissionais afectos acada uma das unidades de saúde, sendo que exis-tem 11 a funcionar no concelho, pelo que teriamde ser estas unidades a dar o primeiro apoio”.

Num sismo a sério reina a anarquianas primeiras 24 horas.

António Carvalho,

comandante operacional do SMPCVFX“

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E se Alverca fosse atingida por um sismo?DESTAQUE. Imagine que a cidade de Alverca é atingida por um terramoto de grande dimensão. Estaria a sociedade civil preparada para fazer face à tragédia? O “NA” foi perceber que respostas existem no terreno.

Fonte da empresa acrescentaque a OGMA está preparadapara fazer face a “sismos, cheias,sabotagem, alertas meteorológi-cos, emergências com matériasperigosas, entre outras situações;além de que temos um corpo debombeiros próprio, sendo osnossos planos testados regular-mente através da realização desimulacros”.Nas escolas, a cultura de segu-rança também está a chegar. OAgrupamento de Escolas doBom Sucesso, em Alverca, temum plano de emergência emvigor desde o início do presenteano lectivo. “Tivemos em contaas directivas emanadas pelo Co-mando Distrital de ProtecçãoCivil e já fizemos um contactoprévio com os Bombeiros deAlverca para a sua testagem emrelação a uma eventual situação

de sismo/incêndio. Ainda esteano, iremos fazer um simulacrona Escola Básica Integrada doBom Sucesso”, garante CarlosReis, presidente do conselho ex-ecutivo do agrupamento, quelamenta, desde logo, o facto dacirculação exterior àquele edifí-cio não poder ser feita nas mel-hores condições: “A questão quese coloca é o facto da nossa en-trada/saída principal (existeoutra alternativa) dar para umarua sem saída e que tem previstauma nova urbanização a ladeá-la, aumentando ainda mais apressão em termos de trânsito.Portanto, é uma situação quegostaríamos de ver revista.”Também atentos estão os re-sponsáveis da Escola Secundáriade Gago Coutinho que têmfeito regularmente simulacroscom a colaboração dos

bombeiros, além de pequenassimulações internas. “Aliástemos uma nova acção marcadapara o dia 9 de Fevereiro. Temosplanos de contingência a nívelinterno para fazer face a todas assituações, entre estas os sismos”,garante Rogério Piloto, adjuntodo presidente do conselho exec-utivo. Também sobre estamatéria tentámos chegar à falacom o Agrupamento de EscolasPedro Jacques Magalhães, masninguém do conselho executivose mostrou disponível paraprestar declarações.

A quempediríamosajuda?

Mas afinal a quem recor-reríamos se ficássemos desaloja-

dos, após um eventual ter-ramoto? Honório Vieira, direc-tor-geral da Fundação CEBI,em Alverca, admite que esta in-stituição poderia ter algumpoder de resposta, até porque asinstituições particulares de soli-dariedade social integram oPEM. “Já acolhemos famíliasnas nossas instalações em conse-quência de cheias, por exemplo,fornecendo-lhes alimentaçãodurante o tempo julgadonecessário. E estamos alerta paraeventuais situações mais graves.Logo a fundação, dentro dosseus espaços comuns, poderá defacto acolher muitas pessoas quetenham a infelicidade de seratingidas por um sismo; e julgoque em termos de alimentaçãoteríamos condições para propor-cionar esse apoio a alguns mil-hares de pessoas.”A CEBI é, aliás, um modelo aonível da implementação de umacultura de prevenção e segurança.“Temos planos de emergênciapara todas as nossas valências eque prevêem não apenas os sis-mos mas também situações deincêndio ou outras, tendo comoobjectivo a evacuação dos nossosutentes o mais rapidamente pos-sível para locais seguros. Já fize-mos vários simulacros internos e,recentemente, realizámos umsimulacro com a presença dospróprios bombeiros, que correu

muito bem – envolvemos cercade 1.600 crianças e jovens e 200funcionários, tendo-se verificadouma evacuação muito rápidacom tempos (à volta dos trêsminutos para chegar aos pontosde encontro estabelecidos) quesurpreenderam os próprios coor-denadores.”No fundo, todos temos queestar atentos à nossa segurança eà dos outros. Ao nível do SM-PCVFX, após exercícios já feitoscom simuladores, há estimativasde danos causados por um even-tual sismo. “Quando houve re-centemente um sismo demagnitude superior a seis grausna escala de Richter, registado a150km da costa, simulou-se omesmo a acontecer mais pertopara sabermos que efeitos é queteria; portanto já temos algumaprevisão do número de mortos,feridos e casas danificadas, masé sempre bastante difícil de pre-ver, tanto mais que depois exis-tem as réplicas. No caso doconcelho de Vila Franca de Xira,pensamos voltar a fazer umnovo exercício ainda este anopara articular estes mecanismoscom o nível distrital”, concluiAntónio Carvalho.

Detectores de soterrados“(in)suficientes”

António Carvalho afirma que as corpo-rações de bombeiros do concelho “têm

equipamentos suficientes para dar umaprimeira resposta em caso de sismo, nomeada-mente detectores de soterrados que podem serutilizados logo nos minutos seguintes ao ter-ramoto, caso os bombeiros estejam em

condições de intervir”. Entretanto o SM-PCVFX apetrechou-se com um “acelerógrafo”que faz a medição dos movimentos da terra eestá ligado on-line 24 horas por dia, enviandodepois esses imputs para um sistema centralde monitorização ao nível da AML. “Foi umequipamento que conseguimos através do In-stituto Superior Técnico e é uma mais-valiapara o concelho”, garante o responsável que,em 2004, coordenou a missão portuguesa quefoi para a Indonésia, aquando do Tsunami.

Em Alverca, a corporação de bombeiros dis-põe de dois aparelhos de detecção de soterra-dos – um acústico (vibrafone) e outro quefunciona através de imagem (com uma câmarainstalada); além disso dispõem de material deestabilização de infra-estruturas. “Portantotemos algum material que é, logicamente, in-suficiente para dar resposta a uma situação desismo, mas que chega para uma primeira in-tervenção”, admite o comandante Alberto Fer-nandes que deixa alguns conselhos práticos às

pessoas: “Em caso de sismo, o ideal será irpara uma zona descampada onde não hajaperigo de qualquer objecto lhe cair em cima.Caso esteja em casa e sabe que tem de percor-rer uma grande distância até chegar à rua, oideal é proteger-se no interior da habitação –debaixo de uma mesa ou debaixo da ombreiradas portas. Assim que o sismo terminar eporque normalmente seguem-se as réplicas, háque sair para a rua para uma zona o maisampla possível.”

Nos edifíciosconstruídos nosúltimos 20 anos,se houveralgum problema,é porque nãocumprem asnormasanti-sísmicas.

Eduardo Rodrigues,

administrador da Obriverca

“Exercício PT QUAKE na Póvoa de Santa Iria

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04 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

Mário CaritasNúcleo Mus. de Alverca

“Dia de S. Sebastião,corno na boca elaranja na mão.”

Era com este antigo dizer popularque, no passado, se iniciavam“oficialmente” os festejos do Car-naval, “por volta do dia 20 ou 21de Janeiro”, recorda, comsaudade, Inocêncio Casquinha,conhecido artista popular local,natural e residente no lugar deArcena, que, ainda miúdo, assis-tia e participava com agrado nasinúmeras brincadeiras car-navalescas que se desenrolavamno sítio onde morava. A partir demeados de Janeiro já se podiapois brincar ao Carnaval. “Eramsemanas seguidas de brincadeira.E, na altura do Carnaval em si,desde o sábado magro até àquarta-feira de cinzas, era festa dearromba todos os dias.”

Em Arcena, o Carnaval era vividode forma tão intensa que eramesmo considerado pela popu-lação a festa mais importante doano, ainda mais importante queo Natal. Recuemos aos anos 50do século XX… “O Carnavaltinha muita força, tinha inclusivemais peso que o Natal e que afesta anual local. As cegadas, porexemplo, eram preparadas comdois/três meses de antecedência evinham a Arcena cegadas oriun-das de toda a região.” Tudo cul-minava com o enterro dochouriço, uma tradição que seperde na memória dos tempos eque ainda hoje se pratica naquelelugar da freguesia de Alverca, or-ganizada pelo rancho folclóricolocal.De facto, as cegadas eram um dospontos altos da festa. Consistiamem pequenas representaçõesteatrais, sendo parte do texto can-tada e a outra parte falada, acom-panhadas de um pequeno

agrupamento musical normal-mente composto por bandolim,banjo e viola. Todos os papéiseram interpretados por homens,incluindo os femininos, pois asmulheres não podiam participar.Os temas abordados eram umaespécie de sátira à vida da comu-nidade. Alfredo Ferreira, 73 anos,e Joaquim Nunes, 77, dois arce-nenses antigos companheirosdestas brincadeiras, recordam,emocionados, esses tempos.“O Carnaval era uma loucura.Havia bastante harmonia entre aspessoas das várias terras, éramosautênticas famílias. Fazíamos ascegadas, brincávamos, mascará-vamo-nos, as mulheres escon-diam a comida umas dasoutras… e tudo caía bem. As pes-soas eram unidas e nada pareciamal… Também se deitavam aspulhas, lá nos altos, em quedizíamos coisas para as moçasnovas: «A fulana tal anda anamoriscar com o fulano tal…»

Aquilo era engraçado porque de-pois alguém respondia à provo-cação, uns estavam num alto eoutros noutro; os de Arcenadeitavam as pulhas no alto domoinho velho, mandavam-se«bocas» em forma de verso, sem-pre à noite, acompanhadas de al-guém que tocava um búzio ouum corno de boi.”Também em Arcena, havia outrocostume curioso: fazia-se um es-queleto de boi em madeira, doishomens metiam-se lá dentro ecobriam-se com uma serapilheira,após o que percorriam as ruas in-vestindo contra as pessoas. “Olargo enchia sempre nessasocasiões”, sublinha InocêncioCasquinha.

“Aquilo erapicante comoo diabo…”

“E faziam-se também bailes em

Arcena, em À-dos-Potes, etc.Muitas vezes eram bailes debeneficência para ajudar pessoasque estavam doentes ou entãopara angariar fundos para sefazer obras nas terras. Na quarta-feira à noite (4.ª Feira de Cinzas)fazíamos o enterro do chouriço– à passagem do cortejo as pes-soas davam bacalhau, chouriço,vinho, pão e no final iam todoscomer e beber para a casa dopovo. Enfim o Carnaval tinhamuito mais entusiasmo do queagora, nós sonhávamos com oCarnaval! Mas isso foi-se per-dendo… agora até nos esquece-mos que é Carnaval”, afirmamos amigos Alfredo e Joaquim, naaltura os principais protagonistasdas cegadas em Arcena.“Começávamos a ensaiar emDezembro; as cegadas eram umaespécie de revista, um teatro hu-morístico, dito em forma dequadra. E aquilo era picantecomo o diabo… Éramos acom-

panhados por uma trupe de jazze ensaiávamos todos os dias. Eraextraordinário! Quem escrevia ascegadas eram normalmente oRaul Nogueira e o Manuel Neto,o Raul tocava banjo e o Manuelsaxofone.”Nos anos 60 o entusiasmo doCarnaval desvaneceu-se, atéporque o recrutamento dehomens para a Guerra Colonialdeixava as populações apreensi-vas e semi-enlutadas. Só a partirda década de 90 é que Arcena re-cuperou a tradição do enterro dochouriço, que entretanto desa-parecera, inicialmente sob abatuta de Inocêncio Casquinha.“Actualmente faz-se umareposição do enterro. Hoje ocortejo já tem inclusive pessoasque sabem cantar muito bem, aocontrário do que acontecia nopassado em que alguns nãosabiam cantar mas era isso que àsvezes acabava por ter piada.”Recordações de tempos que já lá

Jaime Coelho, organizador do enterro do chouriço

“Há que ensinar as pessoas a brincar”

Jaime Coelho, ensaiador do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Arcena, é quem organiza actual-mente a cerimónia anual do enterro do chouriço. Estudioso deste e de outros fenómenos populares,

refere que o Carnaval de agora nada tem a ver com o de antigamente. “As pessoas hoje brincam de for-mas completamente diferentes de outros tempos, no passado esperava-se quase um ano inteiro peloCarnaval para se deitar cá para fora toda uma capacidade criativa, artística, etc.”Mas, apesar dos tempos serem outros, o responsável não quer ficar por aqui no que a recuperar certas

tradições carnavalescas diz respeito. “Gostava de conseguir recrear certas brincadeiras de rua que sefaziam naquele tempo, tal como os rapazes andarem atrás das raparigas para as mascarrarem. Entre-tanto também já fazemos bailaricos, nomeadamente o baile da pinha, e uma ideia que queria pelomenos lançar este ano é a do baile de máscaras.” Mas o Carnaval poderá algum dia vir a ter o fulgor dopassado? “Provavelmente, não. Porque as pessoas são diferentes, porque tudo tem que se lhes ser ensi-nado, há inclusive que ensinar de novo as pessoas a brincar.”

REPORTAGEM. Os bailes de máscaras que actualmente se fazem pelo Carnaval contrastam com as brincadeiras de outros

tempos, de uma época que fomos conhecer ouvindo quem a viveu de perto

Era carnaval, nada parecia mal!

Enterro do chouriço na adega do Ti’ Manel Cortel, em Arcena, 1992

Page 5: Notícias de Alverca

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Carnavalda CEBI

Uma vez mais o ColégioJosé Álvaro Vidal da

Fundação CEBI vai prepararo tradicional Desfile de Car-naval, este ano no próximodia 12 de Fevereiro, a partirdas 15h00, nas habituaisartérias da cidade.No ano da celebração docentenário da república osalunos do colégio vão evocara partir de uma interpretaçãolivre da primeira travessiaaérea do Atlântico Sul, al-guns dos portugueses quemais se distinguiram duranteo século XX. A festa termi-nará com a evocação da con-quista da liberdade atravésdo movimento dos capitães.Os alunos vão iniciar umalonga viagem a bordo dohidroavião que em 1922efectuou a primeira travessiaaérea do Atlântico Sul Lisboa- Rio de Janeiro. Fazendo es-cala em diversos momentosdo século, irão prestar hom-enagem à Literatura, à Ciên-cia, às Artes Plásticas, àCultura Popular, ao De-sporto, bem como aos quenão se remeteram ao con-formismo cívico e que, dasmais diversas formas, er-gueram as suas vozes na de-fesa dos Direitos Humanos,não esquecendo os militaresque no 5 de Outubro e no25 de Abril saíram à rua emdefesa de uma sociedademais justa, onde a Liberdade,a Igualdade, a Fraternidade,a Democracia e os DireitosCívicos fossem uma reali-dade.Espera-se mais um evento degrande qualidade gerado pelacriatividade dos jovensalunos do colégio da Fun-dação CEBI.

Feriado doEntrudo a 16

ATerça-feira de Carnavalestá marcada, este ano,

para o dia 16 de Fevereiro,feriado do Entrudo. Entre asiniciativas previstas para operíodo carnavalesco,destaque para o tradicionaldesfile pelas ruas dos jardins-de-infância e escolas do 1.ºciclo da freguesia (manhã de6.ª Feira, dia 12), para osbailes de máscaras da SFRA(de Sábado a 3.ª Feira) epara o “Jardim com Vida”da junta de freguesia noJardim Álvaro Vidal. NaQuarta-feira de Cinzas,Arcena volta a receber otradicional enterro dochouriço.

Enterrodo Chouriço

Letra cantada aquando do en-terro do chouriço, em

Arcena, composta por InocêncioCasquinha nos anos 80 e queainda hoje se mantém.

Mãe – Porque choras filha minha?

Filha – Eu choro minha mãezinhaPelo meu paizinho qu’ridoNão se importe minha mãeQue para o ano que vemJá cá tem outro marido.

Padre – Eu sou o Senhor PriorHomem de muito valorEncomendo este defuntoEle agora vai p’ró céuTirem todos o chapéu

Não se demora lá muito.

Sacristão – Eu cá sou o sacristãoVou cumprir minha missãoAté já tenho os pés tortosEnfiaram-me esta gorraIsto é que está uma porraPasso o dia a benzer mortos.

Coveiro– Eu sou o coveiro, mais nadaVivo agarrado à enxada

Não me falta freguesiaVou enterrar o chouriçoTenho este compromissoTodos os anos neste dia.

Todos – O pobrezinho lá vaiFilha – Fica uma filha sem paiViúva – E uma mulher viúvaTodos– Morreu de doença antigaCom um casco na barrigaCheio de sumo de uva.

Todos – Agora p’ra terminarA todos qu’remos saudarDesculpem algum enganoEnterrem bem o chouriçoCuidem bem desse serviçoAdeusinho, até p’ró ano.

(Inocêncio Casquinha,Arcena, Fevereiro de 1993

4.ª Feira de Cinzas)

1. Manuel Moisão e Luciano Ferreirarecordam brincadeiras de outros tempos.

2. Alfredo Ferreira e Joaquim Nunesanimavam no passado o carnaval de Arcena.

3. Enterro do chouriço em Alverca (1974).

4. Inocêncio Casquinha no carnavalde outros tempos.

5. Luciano Ferreira mascarado de mulher.

6. Manuel Moisão mascarado de mulher.

7. Carnaval de Alverca de 1972.

vão, em que existiam também aschamadas “casas da brincadeira”,ou seja, havia pessoas que ce-diam palheiros desocupadospara ali se fazerem os bailaricosde Carnaval, normalmenteacompanhados por um músicoque tocava gaita-de-beiços,banjo ou bandolim. “Masquando não havia nem sequerum tocador de gaita-de-beiços,cantava-se e dançava-se semmúsica, geralmente cantigas deroda. Isto tudo era o Carnavalantigamente!”

As cegadasde AlvercaMas não só em Arcena o Car-naval era vivido intensamente.“A cegada começava na PraçaJoão Mantas; havia um sujeitoalcunhado de «corneto» que ia atocar um instrumento paraanunciar que a cegada andava na

rua. Parava-se depois nos váriossítios a dizer alguns versos,muitas vezes a atacar a pessoaque ali morava. A acompanhar acegada andava sempre ummoço, filho ou neto de um doselementos da cegada, com umchapeuzinho a pedir dinheiro àspessoas que paravam para ver,dinheiro esse que revertia depoisa favor de um almoço para os el-ementos da cegada”, recordaVítor Joaquim, de 63 anos, ele-mento do Grupo Etnográfico deDanças e Cantares de Alvercaque, embora fosse ainda miúdo,ainda se lembra bem do efeitodaqueles espectáculos entre apopulação do centro de Alverca.“Aquilo era mais uma brin-cadeira, que também servia parareivindicar certas coisas quefaziam falta à terra. Depois haviaos bailaricos de Carnaval: asmáscaras eram coisas simples,quem tinha posses comprava,

mas normalmente as pessoaspintavam-se, mascarravam-secom a cinza do carvão e pin-tavam as sobrancelhas com umbocado de cal. Hoje o Carnavalé muito diferente daqueletempo.” Ainda se recorda de al-guns dos participantes nas ce-gadas? “Sim, era o senhorFrancisco Henriques (músico), osenhor Avelino Cairú, etc. Na al-tura, tinha os meus sete anos eandava atrás deles.”Logo após o 25 de Abril,Manuel Moisão, Luciano Fer-reira e outros recuperaram algu-mas tradições do Carnaval.Manuel Moisão, 72 anos, antigotaxista, actualmente funcionárioda Agência Funerária Machadoe Vítor, recorda: “Nessa alturajuntávamo-nos sempre três pes-soas: eu, o Luciano e oMoutinho, éramos os principaisorganizadores do Carnaval emAlverca e depois havia muita

gente que se juntava a nós.Durou desde 1974 até ao iníciodos anos 90 – Fazíamos o en-terro do entrudo e, nos dias an-teriores, faziam-se os desfilescarnavalescos pelas ruas, em quemandávamos bocas aos donosdos cafés, etc.”No dia do enterro do Entrudo(4.ª Feira de Cinzas), ficava-se avelar o “morto” na praça de táxisdurante todo o dia e à noitefazia-se o enterro. “O morto es-tava dentro de uma urna jámuito velha e ficavam ali unsquantos sujeitos vestidos depreto, que gritavam como se fos-sem seus familiares… O trânsitoparava para ver! (risos) E, de vezem quando, o morto – que eraum vivo – levantava-se com umcacete nas mãos. Aquilo era sórir.”Moisão e Luciano mascaravam-se sempre de mulher. ManuelMoisão ainda se recorda de uma

vez em que o burro que forambuscar para alegrar o desfile deCarnaval, oriundo de Arcena,não queria passar da estrada na-cional para baixo. “E havia umrapaz que era o João «pintor» (jáfalecido), muito grandalhão, quefoi devolver o burro ao dono;então pôs-se em cima do burroe, assim que o burro chegoujunto ao cemitério velho, embi-cou para o lado de Arcena, foipor aí acima e só parou emArcena! (gargalhada) Outrahistória: um indivíduo daVerdelha emprestou-nos umburro que estava cheio de fome,então ele comeu o chapéu depalha do homem que andava apuxá-lo, o Ti’ Alfredo (que jámorreu), e não sei se foi dissomas o certo é que o burro mor-reu no dia seguinte?!” É que naaltura ainda havia burros emAlverca.

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06 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

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“Parque Ribatejo” vai nascerno Casal das AreiasECONOMIA. A câmara aprovou o plano de pormenor do “Parque Ribatejo” – um centro comercial que irá nascerno Casal das Areias, com um investimento de 50 milhões de euros e que criará 1.000 postos de trabalho

Jorge Talixa

Com três votos contrada CDU e sete a favordo PS e da coligação

Novo Rumo (PSD/CDS-PP/PPM e MPT), a Câmarade Vila Franca de Xira aprovou

a proposta final de plano depormenor do “Parque Ri-batejo”, que prevê aconstrução de um centro co-mercial na zona do Casal dasAreias (junto ao nó deAlverca). Os vereadores comu-nistas insistiram na ideia deque esta não é a melhor loca-

lização para um empreendi-mento deste tipo, alertandopara as consequências nefastasno comércio tradicional e notrânsito decorrentes da pre-vista abertura de três superfí-cies deste género na freguesia.Os socialistas reafirmam, porseu turno, que o “Parque Ri-batejo” é uma clara mais-valiapara Alverca e para o concelho.Alberto Mesquita, vice-presi-dente camarário e responsávelpelo pelouro do urbanismo,vincou que o recente períodode consulta pública do planoregistou apenas duas partici-pações, uma das quais perten-cia ao próprio promotor e foiretirada. A segunda, daresponsabilidade do movi-mento Xiradania (ler caixa),foi “analisada pelos serviços” e

“não foi dado provimento àsquestões colocadas”. Entre-tanto os serviços de urbanismointroduziram algumas rectifi-cações relacionadas com a áreade implantação e com a clari-ficação do número de pisos:“São quatro e não mais do queisso. Permite, ao nível dascaves, que possa vir a ser acres-centado mais um piso.”Nuno Libório (CDU) voltou acriticar o facto da maioria PSter entregue ao promotor(grupo Eiffage) a incumbênciade elaborar a proposta deplano de pormenor. “É uminstrumento de gestão do ter-ritório da responsabilidade dacâmara. Este plano foi elabo-rado pelo promotor imobi-liário, o que se traduziu numgrave precedente. A con-

cretizar-se (o “Parque Ri-batejo”), este será o terceiromega-empreendimento dogénero na área da freguesia,pois já estão previstos oAlverca Retail Park e o FórumAlverca, além do espaço daPrevidente.É desproporcionado!”

Acessibilidades“acauteladas”

Alberto Mesquita ripostoudizendo que “esta intervençãoqualifica uma das zonas maisdegradadas da freguesia e per-mitirá atrair novas pessoaspara ali; esperamos que esteempreendimento seja uma ân-cora que requalifique todaaquela área”. No que diz

respeito aos outros grandesempreendimentos comerciaisperspectivados para Alverca, oeleito observou que “são ape-nas perspectivas, o que nãoquer dizer que venham a con-cretizar-se pois tudo dependeda evolução da economia”.Maria da Luz Rosinha, presi-dente do executivo, garantiuque as questões das acessibili-dades, em relação ao “ParqueRibatejo”, foram discutidasdesde o início e estão “acaute-ladas”, não só no plano de por-menor, como no âmbito doestudo de acessibilidades queestá a ser elaborado em parce-ria com o Instituto de Estradasde Portugal, Instituto de Infra--Estruturas Rodoviárias eBrisa.

Projecto completamentedesenquadrado

Segundo o movimento cívico Xiradania, “parte do terreno pre-visto para receber o Parque Ribatejo era Reserva Ecológica Na-

cional, de acordo com o Plano Director Municipal (PDM) emvigor durante a elaboração do plano de pormenor”. Desta forma,acrescentam, “a alteração do uso do solo – passando a ser consid-erado área «Multiusos» –, ao abrigo da revisão do PDM, foi par-cialmente justificada com o suposto interesse desteempreendimento, o que mais uma vez vem subordinar o interessepúblico ao interesse privado”.Do ponto de vista urbanístico, o projecto encontra-se “completa-mente desenquadrado” da cidade cuja oferta a este nível, dadas astrês mega-superfícies previstas, “ultrapassará largamente” a médianacional em termos de oferta deste tipo de empreendimentos. “Oplano de pormenor não faz qualquer estudo aprofundado acercado efeito cumulativo da existência destas três grandes superfícies –do ponto de vista urbanístico, económico, social ou ambiental”,afirmam.Além disso, a criação de postos de trabalho corresponde essencial-mente a “empregos pouco qualificados, precários e mal remuner-ados; também não é levada em conta a perda de empregos nocomércio tradicional, bem como as consequências económicas, ur-banísticas e sociais do desaparecimento deste tipo de comércio doscentros urbanos”. Por fim, o estudo de tráfego prevê “cerca de 8.000a 14.000 veículos ligeiros diários a aceder ao centro comercial, oque criará problemas de tráfego e ambientais que o próprio estudoreconhece não estarem resolvidos, mesmo depois das alterações narede viária previstas no plano.”

Mário Caritas

Xiradania critica

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Fevereiro 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 07

Orçamento de Estado congelado

Luís Ferreira Lopes

Editor de Economia da [email protected]

Pega de Caras

Janeiro foi um mês frio e a tempe-ratura baixa terá servido de inspi-

ração ao ministro das Finanças paracongelar os salários dos funcionáriospúblicos. O congelamento da despesaestende-se também a uma boa partedo investimento público, o que su-postamente permitirá conter o déficenos 8,3%, depois da derrapagem de9,3% no ano passado.Os cerca de 700 mil trabalhadores doEstado poderão dizer que terão depagar a factura do desvio das contaspúblicas porque representam o elomais fraco, isto é, onde será mais fácilcortar ou conter despesa, já que ossalários da função pública represen-tam cerca de 25% do total da despesacorrente do Estado. Na verdade, erapreciso conter despesa e creio quenão restava outra alternativa face àpressão dos mercados financeirossobre os juros da dívida pública e aosreceios legítimos sobre a fraca com-petitividade da economia portuguesa.No entanto, é preciso lembrar quehouve aumentos de 2,9% em 2009para a função pública, mais 0,8% deinflação negativa, o que dá um au-mento real de 3,7% (isto sem contarcom a descida da euribor e dopetróleo face a 2008), num ano emque a maioria das empresas privadasnão concedeu qualquer aumentosalarial e até despediu. 2009 foi umano de dura recessão em Portugal eno mundo inteiro e a imagem que o

governo deveria ter dado era a decontenção, poupança e dureza na ati-tude. O aumento da massa salarial dafunção pública, em ano de eleiçõeslegislativas, foi demagógico, irrespon-sável e populista, embora tenha aju-dado a compensar as perdas salariaisdos funcionários em anos anteriores.O sector privado, que paga tantosimpostos e aguenta a despesa do Es-tado (que já consome metade doPIB), não pode continuar a suportartantos funcionários da administraçãocentral, regional e local, tantos mi-nistros, secretários de Estado, deputa-dos, viaturas, edifícios e outrosrecursos mal geridos ou empresaspúblicas e municipais altamente gas-tadoras. A receita fiscal só cresce comeficiência da máquina (o que temacontecido nos últimos anos) ou comaumento dos impostos. Ninguém de-seja que os impostos aumentemporque as empresas privadas e asfamílias não iriam aguentar mais, mascreio que é altamente provável queisso venha a acontecer nos orçamen-tos para 2011 e 2012 (aqueles queserão determinantes para o futuro dopaís) porque o governo compromete--se a reduzir o défice para 3% do PIBem 2013, o que implica cortes bru-tais na despesa.O problema é que a despesa do Es-tado é muito rígida; ou seja, cerca de85% a 95% não dá para cortar semrecurso a profundas reformas legisla-

tivas e um consenso nacional, já queas despesas fixas, por exemplo, com oserviço nacional de saúde, a segu-rança social ou as transferências parao poder local são obrigatórias e in-contornáveis. O debate que este orça-mento para 2010 deveria originar nasociedade portuguesa é bem co-nhecido de muitas famílias em difi-culdades: onde cortar, onde apertarmais o cinto, como gerar mais re-ceita, de forma séria e sustentável?Infelizmente, não é isso que o Parla-mento nos mostra. Fala-se demanigâncias, enganos, mentiras,transparência e mais uma série deinutilidades que não dão de comer aninguém. Receio que o debate doOrçamento de Estado 2010, emFevereiro (votação na generalidade) eem Março (votação final global, apósdiscussão na especialidade), seja umapura perda de tempo, depois de asse-gurada a abstenção da oposição de di-reita. O povo – que paga impostos esuporta a derrapagem da despesa comrendimentos sociais de inserção esubsídios de desemprego (cuja fisca-lização é essencial) – quer ver re-duções a sério na despesa do Estado.Se olharmos com atenção, há muitopor onde cortar e poupar na adminis-tração central e, seguramente, nas câ-maras municipais desta Repúblicaque comemora 100 anos com dívidas(pública e externa) incomportáveis epraticamente à beira da falência.

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Ana Filipa de Sousa

Mário Caritas

“Notícias de Alverca”:Quando lhe per-guntaram se que-

ria ir para esta missão, aceitoulogo?Hélder Ferreira: Disse que sim!Foi instintivo, foi sem pensar,disse logo que sim.“NA”: Mas teve que esperar emCaracas (Venezuela), durantecinco dias, para o seu avião tervaga para aterrar no aeroporto dacapital do Haiti, Port-au-Prince.HF: Sim. Saí de Portugal numasegunda-feira, dia 18, ou seja, trêsdias depois de terem partido parao Haiti a maioria dos meus cole-gas da Força Especial deBombeiros (FEB), que entretantotiveram de voltar para trás e de-scolaram novamente no sábado. Amim e a outro colega coube-nosir num voo comercial da TAPpara Caracas, de forma a trans-portar alguma carga que havia fi-cado de fora do C-130 (commaterial do INEM e da ANPC)

que levou os meus colegas; a cargaia como prioritária e a nossafunção primária era assegurar quea mesma não fosse violada oudesviada. Em Caracas, onde ficá-mos cinco dias, tivemos um apoiofantástico da embaixada por-tuguesa.“NA”: E houve entretanto o riscode, após chegarem a Caracas, jánão irem para o Haiti.HF: Exactamente. Porque nãohavia slot para o C-130, que nosiria levar, aterrar na capitalhaitiana, Port-au-Prince.“NA”: Como é que reagiuperante essa eventualidade?HF: Nessa altura eu estava ansiosopara ir para o Haiti, poder trabal-har e ajudar aquele povo… Entre-tanto surgiu um slot vago noaeroporto de Port-au-Prince.“NA”: Como foi chegar ao Haiti?HF: Cheguei à noite e, pelas luzes,consegui ver toda aquela panópliade navios, porta-aviões, o navio--hospital, etc. O aeroporto erauma autêntica base militar!“NA”: Havia muita confusão noaeroporto?HF: Não. Estava tudo tranquilo.Mas havia muito tráfego aéreo,

eram luzes todas alinhadas umascom as outras. Fomos levados atéao acampamento-base ondefomos recebidos pela nossa missãoconjunta, nomeadamente pelocomandante da missão, o coman-dante Elísio. Mas aquele primeiroimpacto com os colegas quetínhamos visto partir dias antes…“NA”: Como é que eles estavam?HF: Estavam bem, o moral doportuguês está sempre bem. Mascontaram-me experiências pelasquais passaram… Nós, portugue-ses, fizemos bem mais do queaquilo que nos foi pedido, inter-vimos por exemplo no Hospitalda Universidade de Miami (umhospital-tenda montado para oefeito).“NA”: O que é que viu nesse hos-pital?HF: Eu já vi muito pouco e

aquilo que vi, aquilo em que pudeparticipar, foi algo muito gratifi-cante. Vi fazerem-se autênticosmilagres! Marcou-me ver fazerem--se cirurgias sem as máquinas e osacessórios que estamos habituadosa ver na televisão. Por exemplo: osdoentes não podiam levar aneste-sia total porque não havia venti-ladores, é tudo muito mais vivido,mais cru. As amputações eramfeitas… como se faz um penso.“NA”: E as amputações estavam aacontecer a toda a hora?HF: Sim, a toda a hora. Era omeio terapêutico com maior uti-lização.

“Aguentousem anestesiae no outro diaestava a sorrir”

“NA”: Encontrou um povodevastado?HF: Completamente. Encontreium país devastado! A cidade dePort-au-Prince estava de rastos.“NA”: É difícil não se emo-cionar? Alguma vez sentiu quenão conseguiria controlar asemoções e desempenhar a suamissão?HF: Nós nunca nos conseguimosdistanciar na totalidade poissomos seres humanos. Claro quehouve momentos que me to-caram mais – quando toca a cri-anças é mais emotivo, maisintenso, até porque eu tambémtenho um filho…“NA”: Crianças que estavamórfãs…HF: Sim, órfãs, feridas, muitasdelas amputadas. Eu assisti um

miúdo que tinha uma ferida naface com alguns dias, que já tinhalarvas, e numa orelha a carti-lagem já estava comida. Ele teveque ser tratado, sem anestesia,aguentou aquilo tudo e no diaseguinte estava a sorrir. Isso deixaas suas marcas.“NA”: Sente que vem uma pes-soa diferente?HF: Venho! Claro que venho.Aprendemos a dar valor às coisas.Por exemplo, de manhã quandovou lavar os dentes fecho atorneira, já não deixo a água acorrer.“NA”: Qual é que foi a sua prin-cipal missão?HF: Fomos montar um acampa-mento para os desalojados. Mastambém participei nos trabalhosdo Hospital da Universidade de

08 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

“Vi fazerem-se autênticos milagres”

ENTREVISTA. Hélder Ferreira, bombeiro voluntário em Alverca e bombeiro profissional na Autoridade Na-

cional de Protecção Civil (ANPC), esteve em missão no Haiti, integrado numa missão da Força Especial de

Bombeiros. Ao “NA” aceitou contar-nos “a experiência mais intensa” que já viveu como bombeiro, num país

devastado por um violento sismo

O campo de desalojados montado pela missão portuguesa

Os doentes não podiam levaranestesia geral. As amputaçõeseram feitas... como se faz um penso.“

Page 9: Notícias de Alverca

Miami, onde nalguns dias a mis-são portuguesa foi recebida compalmas.“NA”: Isso é gratificante?HF: Sim, bastante. No total,éramos apenas 12 elementos daFEB, mais o pessoal do INEM.Naquele hospital fizemos quasede tudo: auxiliar na transferênciade doentes, organizar a farmácia,receber mercadoria, fazer a listade doentes e identificá-los;chegámos a trepar pelos ferros dohospital-tenda para conseguir es-tender panos, de forma a haveruma luz equilibrada na tenda epodermos assistir a cirurgias quechegavam a ser feitas com umsimples projector a iluminarporque não havia mais luz nen-huma.“NA”: É preciso ter-se nervos deaço, ou na altura a pessoa nempensa?HF: Nós tínhamos a nossa mis-são muito bem planeada. Eaquilo que não levávamosplaneado, como foi o nosso tra-balho no hospital, conseguíamosorganizar num curto espaço detempo e arranjar uma estratégiapara fazer valer a nossa utilidade.Quando se passou à montagemdo acampamento para os desalo-jados, num campo de futebol 11,esse local já estava pré-definido,restando-nos apenas calcular adisposição das 44 tendas queiríamos instalar.

“Há coisas queas televisõesnão passam…”

“NA”: Como estava a cidade Port--au-Prince em termos de saúdepública?HF: (silêncio) Ainda vi algunscadáveres no chão! Não em tantaquantidade como nos primeirosdias, como víamos na televisão;mas também aquilo que passa natelevisão é muito superficialporque há coisas que eles simples-mente não podem passar…“NA”: Só quem lá esteve é que tema verdadeira noção da tragédia?HF: Sim. Há coisas que nem aprópria televisão consegue passar.“NA”: Não participou no resgatede ninguém soterrado?HF: Não, não era essa nossa mis-são, a nossa missão era montar ocampo para os desalojados.“NA”: Como é que foi lidar comessas pessoas?HF: Ao princípio eles são muitofechados, ainda funcionam na baseda lei do mais forte. Existem oschamados comités – grupos decivis que se organizam e que man-dam nos acampamentos. Portanto,a partir do momento em que háum comité organizado, énecessário eles terem conheci-mento daquilo que se vai passar.“NA”: Mas como foi o contactocom o povo haitiano no campo de

desalojados?HF: Ao início não havia muitocontacto. As informações que le-vávamos era para evitar olhá-losdirectamente, evitar fazer movi-mentos bruscos, evitar tocar-lhespois podia-se gerar algum tipo dereacção que não era aconselhável.A língua-mãe deles é o Francês, aoinício perguntavam-nos sesabíamos falar crioulo, isso nãoconseguíamos mas em Francês en-tendíamo-nos bem. Inicialmenteeles pensavam que éramos mi-litares porque usávamos boinas eoutros acessórios, perguntavam-nos se éramos marines portuguesese nós dizíamos que não éramosmilitares mas sim bombeiros. Elesreagiram bem e penso que foi issoque serviu de fusível para nosaproximar deles, começou a havermais interacção – eles própriosqueriam ter intervenção na mon-tagem do campo, nem que fosse adescarregar o camião, portantoqueriam ajudar.

“Foi o dedode Deusque tocou ali!”

“NA”: Por aquilo que viu, quantotempo acha que o Haiti levará a serreconstruído?HF: (silêncio) O Cirque de Soleil,por exemplo, foi uma zona queficou completamente arrasada. Foi

o dedo de Deus que tocou ali!“NA”: Portanto há ainda umlongo trabalho pela frente?HF: Sim, há ainda muito trabalhopela frente! Primeiro o trabalho dealojamento de todas as pessoas edepois de reconstrução do país.“NA”: Gostava de lá voltar um dia?HF: Sim, daqui a uns meses.Gostava de voltar ao acampa-mento. Não posso dizer que crieilá amizades, mas houve pessoascom quem interagi mais. Eu tiveofertas de pessoas de lá, tenho umabandeira do Haiti com uma dedi-catória, gostava de voltar a falarcom essa pessoa, gostava de voltara estar naquele acampamento paraver como é que tudo correu depoisde termos saído. Até porque elesvão agora entrar na época de fu-racões e tivemos em conta essasituação na estruturação do acam-pamento.“NA”: Foi importante para siperceber que representava a espe-rança para todas aquelas pessoas?HF: Foi importante conseguirfazer as crianças sorrir! Uma dastendas que montámos servia de or-fanato, tinha cerca de 20 crianças,e foi importante ver aquelas cri-anças rirem. Quando íamos àtenda éramos completamente ab-sorvidos… Talvez a maior recom-pensa daquela missão, além desaber que vai ajudar directamente650 pessoas e indirectamente cercade 1.000, foi realmente fazer com

que aquelas crianças pudessem sor-rir, era isso que nos dava a forçapara chegarmos ao acampamento-base já tarde…“NA”: Completamente exaustos…HF: Era o sorriso daquelas cri-anças! Por outro lado, e porque osacampamentos das outras equipasinternacionais cresceram à volta donosso, à noite acabava por haveruma ligeira interacção entre países:chegámos a ter a jantar connoscoo director do Hospital da Univer-sidade de Miami, num dia em quehavíamos sido recebidos com pal-mas nas salas de cirurgia, divididasentre si por simples panos.“NA”: Ouviam-se gritos nessassalas?HF: Ouviam-se gritos, choros,gemidos, tudo.“NA”: Mas o povo estavarevoltado com o que aconteceu?HF: Aquele é um povo maioritari-amente católico e, segundo o queconsegui perceber, eles não cul-pavam ninguém, a única coisa quequeriam era conseguir sobreviver.

“Foi importantefazer as criançassorrir”

“NA”: Quantos dias esteve noHaiti?HF: Seis dias. Mas estive ausentede Portugal um total de 15 dias.

“NA”: Qual foi a principal liçãoque retirou desta missão?HF: A principal lição é dar valoràquilo que temos. Porque nós, àsvezes, discutimos por tão pouco edesvalorizamos completamente oque é primário e essencial.“NA”: Diga-nos um momentoque o tenha marcado.HF: O orfanato. Às vezes íamos láde propósito ver como é que es-tavam as crianças. Às vezes o sim-ples facto de irmos ao orfanato evê-los a correr, a rir ou a abraçar--nos era mais uma forcinha paraconseguirmos trabalhar. Mas ànoite ficávamos mais frágeis. Du-rante o dia aparentávamos sermuito robustos e fazíamos tudo,mas quando chegávamos aoacampamento tínhamos quebaixar as defesas e falar uns comos outros.“NA”: Com que sentimento éque regressou a Portugal?HF: Com o sentimento de missãocumprida e o desejo de voltar parajunto dos meus.“NA”: Foi a sua experiência maismarcante enquanto bombeiro?HF: Sim, sem dúvida. Foi aminha experiência mais intensaaté hoje.“NA”: Sente que aquelas pessoasestão marcadas para o resto davida?HF: Completamente! Aliás aqueleé um povo cheio de cicatrizes.

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“Vi fazerem-se autênticos milagres”

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10 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

Casa São Pedro de AlvercaOs conteúdos desta rúbrica são da responsabilidade da Casa de S. Pedro. O jornal pode ser levantado pelos sócios da IPSS na sua sede.

Lar de Idosos – InternatoCentro de Dia – na InstituiçãoApoio Domiciliário – no Domicílio

Actividades Complementares:Ginástica, Hidroginástica, Pintura,Costura e Escolinha dos Avós

Salão de Chá e Jardins

Local agradável onde pode tomar oseu café e conviver com familiares eamigos. Aberto todos os dias, in-cluindo Sábados e Domingos, das10h00 às 18h30m, encerrando das11h45m às 14h00.

Dinâmica da Casa S. Pedro

As actividades de recreio e lazer sãoas mais participadas e englobam: pas-seios, colónias de férias, alomoços--convívio, festas, sardinhada, etc.

Dia 2: Acção de sensibilização“Idosos em segurança”, min-istrada pela PSP. Celebração dosaniversários de Janeiro dos utentesDia 11: Missa da Esperança(Igreja dos Pastorinhos)

Dia 12: Exposição “Poesia no paísdos sonhadores” com o tema“Cartas de Amor”Dia 15: Baile de CarnavalDia 19: Enterro do ChouriçoDia 21: Almoço-Convívio

Actividades de Fevereiro

Actividades

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Tão longe e tão pertoDa nossa querida memóriaNão é nenhum desertoÉ um pedaço da nossa história

Este é o reflexo da minha poesiaQue só a natureza nos dáViver ao ar livre, que alegriaQuem me dera vivê-la já

Cidade tão provocanteLá longe a perder de vistaFoi belo foi num instanteVer e ter a habilidade de artista

Paisagem que ninguém censuraAo ver Santa Maria da FeiraPodem crer que ninguém seguraO visitante quer ele queira ou não queira

Tão longe e tão pertoQue a estrada nos ofereceSão quilómetros é bem certoMas de bom grado nos parece

Gostaria de lá voltarAo belo e rico paraísoNão sei se posso contarCom a promessa de que preciso

Jaime Matos

RecordaçãoSentado num banco do jardimAdmirando canteiros floridosO vento trouxe para junto de mimPapeis que estavam no chão adormecidos

Perto de mim a água do lago murmuravaVi então uma rosa sacudida pelo ventoTão linda, tão bela, mas já toda desfolhadaTentei salvá-la mas já não fui a tempo

Aquela rosa relembrou-me uma mulherQue há muitos anos ali eu encontreiDistraída caiu ao lago sem quererE fui eu que das águas do lago a salvei

Queimado pelo calor do seu olharChama que ardia dum modo lentoOs seus olhos pareciam querer falarE no seu brilho escondia um sentimento

Tudo isto em amor se transformouSonhos de felicidades eram erguidosMas o vendaval da vida tudo nos roubouPromessas e beijos foram esquecidos

Pela vida fora fica sempre uma saudadeEu fui visitar o velho banco do jardimVi num lindo manto uma grande claridadeEra a saudade dela que veio junto de mim

Horácio Macedo

O Lago

Condutores alcoolizadose ilegais detidos

Cinco condutores foram detidos, quatro deles por conduçãosob influência de álcool e um por condução sem habilitação

legal, na sequência de operações de trânsito levadas a cabo pelaDivisão da PSP de Vila Franca de Xira, entre os dias 22 e 26 deJaneiro. Os quatro indivíduos apanhados alcoolizados, comidades entre os 25 e os 55 anos, foram interceptados em Alhandrae no Sobralinho, na noite de 22 para 23, cerca das 00h00, comtaxas de alcoolemia situadas entre 1,33 e 2,23grs. Quanto ao su-jeito que conduzia ilegalmente, este foi interceptado no bairro doBom Sucesso, emAlverca, por voltadas 21h00 do dia24. Todos os visadoseram de nacionali-dade portuguesa.Estas detençõesforam resultado deuma operação rea-lizada no âmbito doPlano Nacional dePrevenção da PSP.

Policiamento de proximidade reforçado

ADivisão da PSP de VilaFranca de Xira reforçou--se com quatro viaturas

– uma carrinha pick-up e trêscarros ligeiros – e dois motocic-los, entregues pelo GovernoCivil de Lisboa. No passado dia1, teve lugar a entrega oficial dosnovos equipamentos aosserviços a que ficam adstritos,visando o reforço do ProgramaIntegrado de Policiamento de

Proximidade, nomeadamentedo Programa Escola Segura.“Os veículos ligeiros vão ficaradstritos à Escola Segura que éuma das vertentes do policia-mento de proximidade; ao passoque as motas irão para asEquipas de Proximidade eApoio à Vítima, uma paraAlhandra e outra para VilaFranca. A escassez de meios quetínhamos foi um pouco col-

matada, sendo estas viaturasfundamentais para que pos-samos desempenhar as nossastarefas de forma mais efectiva,fazendo com que cheguemosmais depressa às pessoas e aumen-tando assim a qualidade e eficáciados serviços”, sublinha o subchefeNélson Amaral, chefe da Secçãode Operações e supervisor doPrograma Escola Segura da Di-visão de Vila Franca de Xira.

O responsável acredita que estadivisão continuará a ser re-forçada pelas estruturas centraisda Polícia. “Penso que estamosno bom caminho. Em Setembroúltimo tivemos um reforço donúmero de efectivos, que espe-remos que continue com a aber-tura em breve da nova esquadrada Póvoa de Santa Iria.”

Mário Caritas

Casos de polícia

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AEB1,2,3 do Bom Sucesso recebeu a apresen-tação da primeira edição do projecto

“Brigada do Amarelo”, iniciativa conjunta domunicípio e da Valorsul (empresa dedicada àrecolha, tratamento e valorização de resíduossólidos urbanos), lançada em nove escolas do en-sino básico (1.º, 2.º e 3.º ciclos) do concelho eque envolve cerca de 2.550 alunos. A ideia passapor promover a separação selectiva das embala-gens usadas (plástico, metal e pacotes de bebida),devendo ser colocadas em sacos específicos –amarelos – com vista à posterior reciclagem. Osestabelecimentos de Alverca aderentes são:EB1,2,3 e Jardim-de-Infância do Bom Sucesso,EB1 de Arcena e EB1 n.º1 de Alverca. Os recipi-entes são recolhidos quinzenalmente pelosserviços camarários. “Desta forma, as escolas sãoconvidadas a reciclar mais e melhor”, explicou overeador Fernando Paulo Ferreira, responsávelpelo ambiente, acrescentando: “O objectivo finalé haver uma espécie de campeonato onde iremosapurar quais as escolas que, per capita, fazemmaior recolha para reciclagem.”

Escolas competempelo ambiente

Os artistas das telhasLOCAL. Agarram numa telha, escavam-na, dão-lhe acabamentos, pintam-na e electrificam-na. O resultado final éuma bonita miniatura de uma casa típica “alfacinha”

Mário Caritas

Apartir de uma velha telha,Fernando Nunes constróiuma casa. Ou melhor,

constrói a fachada de uma casinhatípica dos bairros populares de Lis-boa, em miniatura, cuja técnicaconsiste em saber escavar a telha edepois dar-lhe os acabamentosnecessários até aparecer a obra dearte final. Um talento que certa-mente nasceu com ele, ajudadopor David Figueiredo, que juntosconstroem casas típicas há cerca deum ano e até as electrificam pordentro. Tudo puro amadorismo,mas um trabalho cem por centoprofissional.“Faço esta arte desde que estou re-formado, há cerca de um ano.Abro velhas telhas que apanho emdeterminados sítios e, como estoureformado, este trabalho serve-mede terapia”, explica Fernando, de64 anos, residente no Bairro da

Chasa, em Alverca. É na garagemde sua casa que passa a maioria dotempo, envolvido nestes e noutrostrabalhos manuais. “Primeiro ab-rimos a telha, escavamos as portase as janelas, depois fazemos asvarandas e as escadas em madeira,aproveitamos inclusive os palitosdas espetadas para fazer as varan-das. Demoramos entre três a qua-tro dias a fazer uma casa,trabalhando nela cerca de oito oumais horas por dia.”Este mecânico de aviões aposen-tado da TAP ainda não conheceuninguém que fizesse um trabalhocomo este. Há quem faça pare-cido, mas igual nunca viu. “É umtrabalho quase único, pelo menosnão tenho conhecimento de ou-tras pessoas que o façam, ou seja,que escavem mesmo a telha (poisa maioria apenas pinta as telhas,mas não escava), embora não querdizer que não exista maisninguém. Mas, repito, isto é maispara servir de terapia quando esta-

mos a pensar muito na vida.”

Representar o paísnas telhas

Fernando e David, que assinam ostrabalhos com o nome“Davi_Man”, já fizeram segura-mente para cima de uma centenadestas casas que, no final, são pin-tadas com as cores adequadas aoefeito pretendido. “Gostava de umdia construir todo o tipo de casasde Norte a Sul do país, incluindoas ilhas”, acrescenta o “Man” cujotrabalho fascina pessoas de todasas idades. “Os miúdos da escolagostam muito de vir aqui ver e àsvezes chamam os pais que, por suavez, já têm comprado. No fundo,isto tem interesse pois trata-se derecuperar telhas que iriam para olixo e assim duram muitos anos, jáque pintamo-las com tinta acrílicae depois envernizamo-las.”E o trabalho começa a não chegar

para as encomendas. “Como esta-mos sempre a receber encomen-das, abrimos as telhas, pintamo-lasde branco e depois as pessoasdizem a cor que querem. Inclusi-vamente há quem queira quecoloquemos na casa o nome darua onde moram, assim como onúmero da porta. Há quem gostemuito disto!”Outra das actividades de FernandoNunes é a sua ligação ao fado,sendo um dos responsáveis da Es-cola de Fado Amador e Criativode Alverca, onde canta a esposa.“Também faço e reparo instru-mentos musicais, principalmenteguitarra portuguesa, bandolim,etc. Além disso, muitas casas defado lisboetas já me têm encomen-dado estas casinhas feitas a partirde telhas.”Para mais informações, os eventuaisinteressados poderão aceder ao site:http://lindastelhas.blogspot.com

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Mário Caritas

Aequipa de futebol ame-ricano do FutebolClube de Alverca –

“Alverca Crusaders” – ocupa ac-tualmente o último lugar da ILiga Portuguesa de FutebolAmericano. Este campeonatoconta com a presença de seisconjuntos, cinco deles oriundosde norte a sul do país e um sextoemblema proveniente da regiãoda Galiza (Espanha).A formação alverquense contapor derrotas os três jogos já re-alizados: 18-6 contra os Lum-berjacks, 56-0 frente aos LisboaNavigators e 19-0 contra oPorto Renegades (esta últimapartida efectuada no passado dia30 de Janeiro).Os “Crusaders” iniciaram ocampeonato com a meta de“chegar aos play-off’s, mas asinúmeras lesões ocorridas tanto

nos jogos como nos treinos dis-tanciaram-nos desse objectivo”,explicam os responsáveis, acres-centando que agora pretendemsobretudo “evoluir comoequipa”.Os jogos oficiais caseiros dos“Alverca Crusaders” realizam-senos campos de rugby do Com-plexo do Jamor (Lisboa).Quanto aos treinos, têm lugar àsquartas-feiras (20h30) no rel-vado sintético de Alhandra(junto à Piscina da Cimpor) eaos sábados no relvado do Par-que das Nações, em Lisboa(10h00).Recordamos que o futebolamericano é um conceito expor-tado dos EUA, país onde movemilhões de pessoas. “Jogar estedesporto é uma forma de vida.Não é necessário ser apenas bomatleta, é preciso também teralma. Ser um Crusader é sercapaz de batalhar até ao últimosegundo de jogo, por si e pelo

seu camarada”, referem os “Cru-saders”, salientando estarem“sempre receptivos a todos osjovens que queiram vir experi-mentar a modalidade”.Os eventuais interessados em in-gressar nas fileiras dos “Cru-saders” poderão aparecer nos

dias de treino, nos respectivoslocais, sendo orientados portreinadores oriundos dos EUA.Para mais informações, estádisponível a seguinte moradaelectrónica:www.alvercacrusaders.com.

12 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

DESPORTO. A equipa de futebol americano do FCA ainda não conseguiuvencer na primeira edição da liga portuguesa. O principal objectivo é“evoluirmos como conjunto”

“Alverca Crusaders”lutam pela primeira vitória

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Sub-14 da CEBI vencem sérieBASQUETEBOL. Os iniciados do Colégio Álvaro Vidal vence-ram a segunda fase da série F2 do campeonato distrital.

Aequipa de basquetebol de iniciados masculinos (sub-14) doColégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI venceu a se-

gunda fase da série F2 do campeonato distrital da categoria. “Esteprimeiro lugar era obrigatório para esta equipa, depois de termosfeito uma primeira fase do campeonato um bocado má, ficandono último lugar da série C; em consequência descemos para umasérie mais fraca, pelo que este acaba por ser um resultado quaseobrigatório”, explica o treinador, Nuno Oliveira.Entretanto dois elementos deste grupo foram chamados a um treinoda selecção da Associação de Basquetebol de Lisboa (ABL), no âmbitodo Programa de Jogadores Altos, ou seja, atletas que, à partida, têmmais potencial para este tipo de desporto devido à sua estatura elevada.Alexandre Sousa, 12 anos, foi chamado ao treino dos sub-13 e ficousatisfeito: “Jogo há cerca de seis anos, talvez tenha possibilidade de vira ser chamado para a selecção de Lisboa. Estou a aplicar-me ao má-ximo para obter os melhores resultados.” Hugo Rodrigues, convocadopara o treino dos sub-14, também está confiante: “Esta chamadaagradou-me bastante. Estou à espera de obter bons resultados. Masjogo apenas há um ano, pelo que será difícil ir à selecção.”

Arrudense vence no corta-matoATLETISMO. As antigas corredoras do Alverca venceram a provafeminina do Campeonato Regional de Corta-Mato Curto.

Os atletas do Clube Recreativo e Desportivo Arrudense(CRDA) – todos antigos corredores do FC de Alverca – par-

ticiparam no Campeonato Regional de Corta-Mato Curto, dis-putado no Estádio Nacional (Jamor), no passado dia 31 de Janeiro.Entre os resultados alcançados, destaque para a prestação de CelinaHenriques que foi primeira classificada na prova de absolutos fe-mininos, tendo o CRDA também vencido colectivamente essacompetição. Em veteranos, o Arrudense ganhou a prova masculinapor equipas, ao passo que nos femininos Deolinda António sagrou--se individualmente campeã regional. No próximo dia 21, terálugar o Corta-mato Regional Longo, em Ranholas (Sintra).

Mário Caritas

Notícias do “Futsal Dinâmico”

Já arrancou a terceira época desportiva do “Futsal Dinâmico”,em Alverca, nos campos sintéticos situados junto à EN10. Face

ao elevado número de equipas participantes (29), há lugar à rea-lização de três ligas – Superliga, Liga de Honra e Liga B. Entretantoirá disputar-se a Taça “Gatorade”, envolvendo todos os emblemasinscritos nos três campeonatos, cujo sorteio está marcado para odia 6, pelas 19h00. Para obter mais informações consulte o site:www.futsaldinamico.com.

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Fevereiro 2010 http://noticiasalverca.wordpress.com | 13

Aprender a jogar… à BenficaDESPORTO. Três vezes por semana, ao final da tarde, o relvado do FCA enche-se de miúdosávidos por aprender a jogar futebol. Mistura-se os mais com os menos talentosos e todoslevam o emblema do Benfica ao peito

Mário CaritasNuno Lopes

Diogo Veríssimo, de oito anos,filho do futebolista profis-sional Nélson Veríssimo, é ac-

tualmente o atleta da “Escola de FutebolGeração Benfica Alverca” com maisgolos marcados: 11 no total, pela equipaoficial de Escolas “B” do FC de Alverca,conjunto onde alinham os melhorespraticantes (daquela categoria) desta es-cola de futebol que funciona três diaspor semana no campo relvado do com-plexo desportivo do clube. “Anterior-mente estava no Povoense (onde agorafunciona uma escola academia do Spor-ting Clube de Portugal) mas, como nãosou do Sporting, vim jogar para aqui.Estou a gostar bastante e procuro dar omáximo nos treinos pois temos jogostodos os fins-de-semana.”De facto, além das equipas regulares decompetição do Alverca, que abarcamtodos os escalões etários e para as quaisexistem treinos de captação no início decada época desportiva, funciona alidesde o início desta temporada um pro-jecto de formação de valores aberto atodos os jovens que queiram aprender ajogar futebol, independentemente dotalento de cada um. A entidade coorde-nadora é a ADDE – Associação Ribate-jana para o Desenvolvimento do

Desporto e Educação que adquiriu osdireitos para explorar a marca Sport Lis-boa e Benfica na vertente de escolas defutebol, numa área territorial que se es-tende desde o Carregado até à Póvoa deSanta Iria.“Seguimos uma metodologia própriaemanada do Benfica, sendo que todos osnossos treinadores têm formação no Es-tádio da Luz. Os treinos são planeadospelos técnicos e são semanalmente cor-rigidos/melhorados e autorizados pelocoordenador da escola. Além disso, oBenfica faz observações para aferir aevolução dos atletas e tentar perceber sehá algum talento escondido que possavir a trabalhar no Estádio da Luz. Exis-tem cerca de 30 escolas do Benfica nopaís, todas com a mesma forma de tra-balhar mas com dinâmicas diferentes”,explica Anabela Maranga, presidente daDirecção da ADDE e responsável má-xima pelo projecto alverquense.Nesta escola evoluem cerca de centena emeia de atletas, com idades que vãodesde os três até aos 16 anos. Todoscompetem, de acordo com as suas po-tencialidades, em competições oficiaisou em provas de carácter mais informal.“Direccionamo-los para a aprendizagemdo futebol de uma forma divertida eaglutinadora. Esta é uma escola paratodos! Desde o miúdo que no futebol derua ia sempre à baliza ou que nunca jo-gava até ao mais apto, todos são convo-cados no mínimo para uma actividademensal extra-treinos, podendo alargar--se a duas/três actividades/mês. Quantoà equipa que neste momento está a com-petir em nome do FCA no campeonatode Escolas E2, tratam-se de atletas maisaptos dentro do universo de alunosexistentes.”Mas ninguém é excluído. “As criançasdaquela idade que não entraram naequipa de competição têm da nossaparte uma atenção muito especial, comum número de actividades muito semel-hante à equipa de competição. Portantoqueremos que eles estejam completa-mente confortáveis na prática do fute-bol, dentro das suas capacidades.” É oque sucede, por exemplo, com JoãoMorgado, oito anos, defesa central, quepara já pratica de forma mais informal.“Apesar de ser adepto do Sporting, estoua gostar de estar aqui. Gosto muito dejogar futebol e gostava de vir a ser fute-bolista.”

150 jovensdos três aos 16 anos

No fundo, joga quem tem jeito e que nãotem, desde que pague. “Este é um projectoque envolve custos muito diferentes das es-colas ditas normais; o nosso projecto éuma escola de formação de futebol e decomportamentos sociais de futuros adultose aquilo que queremos é que eles recordemque tiveram a possibilidade de jogar fute-bol quando eram jovens. Mais do que for-mar futuros Cristianos Ronaldo, os paisdevem ver isto como um investimento emalgo onde o filho aprende certos valores,onde quando chega tem de cumprimentartoda a gente, onde vai ficando maisdesinibido no seio de um grupo, onde temque ter um pensamento positivo e ondesabe que não jogam só os melhores pois

todos têm direito a jogar.”Um coordenador, seis treinadores e cincoestagiários dão vida a este projecto, em sepretende “chegar rapidamente às 300 cri-anças”. No fundo, pretende-se promovera prática desportiva junto dos miúdos,numa altura em que o chamado futebol derua praticamente desapareceu. “Quandouma criança entra com três anos para a es-cola de futebol é para começar a percebero que é o jogo, conseguir estar longe dospais a brincar com outros meninos e comuma intervenção diferente daquela que re-cebe no ATL ou no jardim-de-infância;começar a perceber o que é jogar emequipa, o que é vestir uma camisola, o queé ir para o campo e as pessoas baterem-lhepalmas, isso tudo são pequenos objectivos.Portanto, nós não vendemos treinos defutebol, nós damos formação em escola defutebol.”

Aprática de actividade física pareceter vindo lentamente a ganhar

cada vez mais adeptos. Lamenta-se to-davia que essa prática seja por necessi-dade, por obrigação, e não por prazere como traço cultural de um povo.Segundo os últimos estudos divulga-dos, um ser humano para estar dentrodos parâmetros daquilo que se con-sidera ser uma pessoa saudável, deverápraticar actividade física, em regimeaeróbio, 30 minutos diariamente;para além de exercícios de força e fle-xibilidade três vezes por semana. Orabem, estes valores servem de referênciae devem ser aplicados por todos osadultos, independentemente da raça,sexo, cultura ou do país.Naturalmente podemos concluir quenós, portugueses, estamos, de formageneralizada, aquém destas metas. Éimperioso alterar os nossos hábitos. Éfundamental que culturalmente nosmodifiquemos e por consequênciaajudemos a alterar a vida dos nossosdescendentes.A actividade física na idade escolar é,de facto, uma medida a adoptar paramudar este estado de coisas. A disci-plina de Educação Física, quer se gosteou não, é de capital importância, nãocom a preocupação exclusiva daobtenção da nota, tal como se vê emmuitas outras disciplinas, mas muitomais pelos ganhos que se podem terem termos futuros com a prática re-gular de actividade física, ajudando acriar hábitos e estilos de vida saudáveis.Nesse sentido, é necessário actuar já!Antes de mais, temos que arranjartempo para praticar actividade físicaque seja agradável, tal como no meiode vidas tão agitadas se conseguetempo para tantas outras coisas. De-pois, é necessário utilizar pequenostruques para que o sedentarismo vi-gente seja diminuído – brincar comos filhos ao ar livre, subir as escadas emvez de utilizar o elevador, deixar ocarro mais longe para aumentar os tra-jectos a pé, sair na paragem de auto-carro anterior à habitual, beber café noestabelecimento mais longe, conversarcom um amigo caminhando são al-gumas das pequenas alterações quepodem contribuir para grandes mel-horias na nossa saúde.

“Obrigação”com prazer

Rui Vitória

Professor de Educação Fí[email protected]

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14 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

OPINIÃO. A combinação da Endomassagem subcutâneacom a terapia ultra-sónica é um espectacular avanço emtermos de tratamentos estéticos e médicos de gordura lo-calizada e celulite

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Endomassagem com ultra-sons

Benefícios do tratamentoBenefícios Internos: Drenagem dos líquidos intersticiais (entre as células); Melhoria da circulação.

Benefícios Externos: Melhoria da celulite e do aspecto “casca de laranja”; Redução dos contornos;Melhoria da elasticidade da pele que recupera a tonicidade e melhora a textura; Melhoria do aspectodas estrias; Ajuda a reabsorver edemas.

Numa sociedade emque o culto do corpoassume uma im-

portância cada vez maior, o au-mento do peso e da celulite sãouma sobrecarga para muitasmulheres. A nossa genética tem,neste particular, um papel muitoimportante pois dela dependerá,em parte, a manutenção do as-pecto desejado. No entanto, aopensarmos em cuidados a tercom o corpo, teremos obrigato-riamente que ter em conta ossacrifícios que estamos dispostosa fazer. A Endomassagem comultra-som é uma solução para osproblemas da silhueta da mul-her, nomeadamente a celulite, aflacidez e os contornos inestéti-cos do corpo.A Endomassagem consistenuma massagem profunda queactua na hipoderme. A diferençaentre a massagem manual e aEndomassagem é que, noprimeiro caso, o tecido é pres-sionado para dentro; enquantoque a Endomassagem – talcomo o nome indica – é umamassagem de “deslocamento”,ou seja, produz a libertação detodos os vasos que estão abaixodo tecido aspirado, aumentandoo fluxo de sangue e linfa,drenando e transportando nu-trientes.Os ultra-sons, por sua vez, vêmsendo utilizados em medicina e

em fisioterapia há mais de 40anos, sendo que inicialmenteforam aplicados para resolverdores traumáticas. Nos últimosquatro anos, graças aos avançosconseguidos mediante o recursoa tecnologias específicas, os ultra--sons têm-se incorporado na es-tética e na luta contra a celulite,além de tonificarem a pele.

Uma combinaçãoperfeita

A combinação da Endomas-sagem subcutânea com a terapiaultra-sónica é pois um especta-cular avanço em termos de trata-mentos estéticos e médicos degordura localizada e celulite. Éum método que reúne ambas astécnicas conseguindo-se resulta-dos maravilhosos. Esta terapiafaz com que o nosso corpo ex-perimente efeitos mecânicos queproduzem, por sua vez, outrosefeitos do tipo térmico equímico que são a explicaçãocientífica dos múltiplos benefí-cios do tratamento.A Endomassagem actua notecido conjuntivo e aumenta ofluxo sanguíneo com um conse-quente aporte de nutrientes eum efeito drenante. O ultra-som produz um efeito mecânicode impulso, o que permite,entre outras coisas, que assubstâncias penetrem muito

melhor através da pele – estefenómeno chama-se sonoforesee favorece a penetração deprincípios activos; tambémprovoca um fenómeno chamadocavitação. Devido às altas con-centrações de energia que pro-duz, favorece a despolimerizaçãodas macromoléculas indispen-sável para tratar, por exemplo, acelulite fibrosa.O efeito térmico que se produzno nosso organismo durante otratamento gera uma resistênciaao movimento mecânico intra eextra-celular, portanto a energiadesprendida do movimento dostecidos transforma-se em calor.Os efeitos térmico e mecânicoprovocam, por sua vez, umefeito químico que consiste nalibertação de substâncias vasodi-latadoras que melhoram a circu-lação sanguínea.Este método é um importantís-simo avanço no tratamento dagordura localizada e da celulite.A conjugação da Endomas-sagem com o ultra-som étremendamente útil em caso deendurecimento e fibroses. Au-menta a elasticidade e a perme-abilidade dos tecidos, aumentao fluxo sanguíneo e tem umefeito anti-inflamatório e regen-erativo.

Fonte: Bodyconcept Alverca

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LAZER.

Salvador da Bahiaa cidade da alegria

OBrasil foi descoberto,em 1500, pelo nave-gador português

Pedro Álvares Cabral. Mas háainda muito para descobrir, nosdias de hoje, viajando paraaquele que é o quinto maiorpaís do mundo! Sabia que oBrasil possui os rios mais cau-dalosos e as maiores extensõestropicais do mundo?No Norte e Nordeste os mo-numentos coloniais proliferamnas principais cidades, ofere-cendo harmoniosas combi-nações de praia e História.

Outro dos atractivos é a mis-tura da população – uma fusãode origens europeias, africanase indígenas que tem criado umamplo mosaico de costumes,tais como as crenças popularesdo camdomblé eumbanda... eas danças do samba, lambada ecapoeira.Escolhemos falar de Salvadorda Bahia – a cidade da alegria!!!Junte belas praias, genteagradável, excelente gastrono-mia, a efervescência das festasde rua, a simpatia do povo eterá a receita perfeita: Salvador

da Bahia. Fundada em 1549,foi a primeira capital do Brasile alberga dezenas de monu-mentos históricos, praças e e-difícios de diversos estilos quea tornam numa das cidadesmais importantes para qual-quer bom português conhecer.A 90 km de Salvador,chegando-se pela estrada doCoco, encontramos a Praia doForte. A vila da Praia do Forte,de grande beleza natural pelaabundante vegetação, é con-hecida pela “polinésiabrasileira” e foi criada pelos na-

tivos locais. Pescadores, artesãose pequenos empresários queviram nas suas praias, no azuldo mar e luxuriante vegetaçãoum paraíso de relax!...Facilmente e a preços razoáveis,pode passar uma inesquecívelsemana de férias nesta zona.Existem voos directos, hotéis eresorts de grande qualidade,com pacotes turísticos cujas fre-quentes promoções tornameste destino muito apelativo.

Fonte: Mundiclasse Alverca

Fevereiro 2010

Carneiro Carta do Mês: 7 de Espadas, que sig-nifica Novos Planos, Interferências.Amor: deverá adoptar uma nova ati-tude a este nível para superar asprovas com que se pode ter de de-parar.Saúde: procure dormir mais horaspois estará com maior susceptibili-dade a sofrer de dores de cabeça.Dinheiro: procure dar um novo im-pulso à sua vida profissional, diversi-fique as suas fontes de rendimentos.Número da Sorte: 57

TouroCarta do Mês: 10 de Paus, que sig-nifica Sucessos Temporários, Ilusão.Amor: Evite ter qualquer tipo de ati-tude egoísta ou egocêntrica, penseduas vezes para não magoar o seupar.Saúde: Cultive a sua boa forma atravésde gestos simples: estacione o carroum pouco mais longe e ande a pé,troque o elevador pelas escadas, etc.Dinheiro: Tente conter-se um poucomais nos seus gastos.Número da Sorte: 32

GémeosCarta do Mês: O Mágico, que sig-nifica Habilidade.Amor: O seu charme e simpatia pos-sibilitam-lhe alcançar a harmoniaafectiva à sua volta.Saúde: Não tenha medo de aceitaraquilo que lhe parece novo ou dife-rente. É essa mudança que lhe vaipermitir evoluir. Dinheiro: Deixe os seus investimen-tos darem frutos.Número da Sorte: 1

CaranguejoCarta do Mês: O Louco, que sig-nifica Excentricidade.Amor: Ao enfrentar algum problemalembre-se que este só poderá ser re-solvido se for abertamente discutidopelos dois elementos do casal.Saúde: Cuidado com a alimentaçãohiper-calórica, não abuse.Dinheiro: Lembre-se que um bomlíder deve ser capaz de cultivar obom-humor, pois num ambienteagradável as pessoas procuram dar oseu melhor.Número da Sorte: 22

LeãoCarta do Mês: Rei de Ouros, quesignifica Inteligente, Prático.Amor: Reconheça que ninguémconsegue dominar as suas emoçõesem todos os momentos e não se re-crimine quando não reage comogostaria. Admitir que não é perfeitoé o primeiro passo para se sentir empaz. Saúde: Cuidado com as quedas,anda muito distraído.Dinheiro: Tudo irá correr pelo ladomais favorável neste sector.Número da Sorte: 78

Virgem Carta do Mês: Rainha de Copas,

que significa Amiga Sincera.Amor: lembre-se que quando nãoarriscamos, por medo de perder a es-tabilidade que conseguimos, estamosa deixar de viver.Saúde: Com disciplina e auto-con-trolo melhorará certamente de qual-quer situação difícil.Dinheiro: Uma pessoa amiga vaiprecisar da sua ajuda, não lhe falhe.Número da Sorte: 49

Balança Carta do Mês: 4 de Paus, que sig-nifica Ocasião Inesperada, Amizade.Amor: É importante agir no mo-mento certo, enfrentar os problemassem lhes dar demasiado valor. Saúde: Procure com mais regulari-dade o seu médico assistente.Dinheiro: Não é o momento idealpara contrair nenhum empréstimo.Número da Sorte: 26

EscorpiãoCarta do Mês: Rainha de Paus, quesignifica Poder Material e que podeser Amorosa ou Fria.Amor: Seja mais carinhoso com oseu par.Saúde: Procure mais vezes o seu den-tista.Dinheiro: Não se deixe abater poruma maré menos positiva nesta áreada sua vida, pois nem tudo está per-dido.Número da Sorte: 35

SagitárioCarta do Mês: A Lua, que significaFalsas Ilusões.Amor: Este é um momento fa-vorável para a conquista.Saúde: Vigie o seu estômago.Dinheiro: Observe e oiça o que orodeia, procure conhecer e experi-mentar sempre mais, tome uma ati-tude perante as situações!Número da Sorte: 18

CapricórnioCarta do Mês: 4 de Ouros, que sig-nifica Projectos.Amor: Dê mais atenção aos seusamigos, dedique-se mais àqueles queama e que o amam, não tenha medonem preguiça de começar coisasnovas!Saúde: Lute contra a rotina. Não sejahipocondríaco, consulte o médicomas sem dramatismos.Dinheiro: Cuidado com os gastossupérfluos, corte com as despesasque não são realmente necessárias.Número da Sorte: 68

AquárioCarta do Mês: Cavaleiro de Espadas,que significa Guerreiro, Cuidado.Amor: lembre-se que estamos semprea tempo de começar de novo, de fazermudanças, vencer o mau humor, asfrustrações e a impaciência. Saúde: está mais sujeito a dores degarganta.Dinheiro: tenha força para agarrar avida com coragem!Número da Sorte: 62

PeixesCarta do Mês: Ás de Copas, que sig-nifica Princípio do Amor, GrandeAlegria.Amor: Em vez de culpar os outrospor aquilo que nos acontece, lem-bre-se que podemos escolher ultra-passar os obstáculos com que nosdeparamos, utilizando-os paraamadurecer e evoluir.Saúde: Tenha mais confiança e va-lorize mais as suas qualidades.Dinheiro: Cuidado com as intrigasno local de trabalho, afaste-se deboatos. Em cada circunstância façasempre o que lhe parece certo.Número da Sorte: 37

Maria [email protected]

Horóscopo

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Fotos Iberhoje

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Page 16: Notícias de Alverca

Mário Caritas

Na Rua de Diu, junto aoMercado Municipal deAlverca, o funciona-

mento de um bar nocturno desig-nado “Hot Spot” – ondefuncionou durante muitos anos“O Meu Café” e que depois con-heceu vários arrendatários, nos úl-timos tempos com o nome de“Coffee Place” – está a pôr os ner-vos em franja a alguns moradoresda zona. Tudo porque o espaço,que abre ao público nas noites dequinta-feira com karaoke e desexta-feira e sábado com música aovivo, emite níveis de ruído de tal

forma elevados que “não deixamninguém descansar”.Se nas noites de karaoke o barulho“até é suportável”, o mesmo já nãoacontece nos serões em que hámúsica ao vivo – “O som é semprea abrir até às duas horas da madru-gada”, refere Vítor Vitória, resi-dente no segundo andar do lote 3daquela rua (prédio contíguo aoreferido estabelecimento). “Trata-se de um desrespeito à lei do Reg-ulamento Geral do Ruído. Nãoestou contra a existência de estab-elecimentos desta natureza emAlverca, mas deve haver umcuidado muito grande das enti-dades competentes no licencia-mento destas superfícies, tendo

em conta a localização das mes-mas”, adverte aquele morador, emcarta enviada aos serviços ca-marários de Vila Franca de Xiracuja resposta foi que “o assunto foiencaminhado para os Serviços deFiscalização e Divisão de Activi-dades Económicas para análise eprocedimento adequado”.Vítor queixa-se que “o som é altís-simo, sem respeito por ninguém”,acrescentando: “É como se eu es-tivesse em minha casa com a apar-elhagem ligada em alto som, é deloucos!” A PSP já tem sidochamada ao local para intervir, apedido deste e de outros vizinhos,mas Vítor refere que, segundo osagentes da autoridade, “não se

pode fazer nada pois a actividadedo bar é legal e compete aosserviços camarários tomar asacções necessárias para regularizara situação”.

Bar fecha em Abrilporque câmaranão autorizouisolamento

Recordamos que este é um dosbairros mais antigos de Alverca,cujos prédios têm cerca de 50anos. Logo os isolamentos sãoprecários. Acresce o facto de aliresidirem muitas pessoas idosas.Vítor Vitória, por seu turno, épai de uma criança de 10 anos.Instado a comentar a situação,Nuno Gameiro, gerente do“Hot Spot”, esclarece ter con-hecimento do alegado “barulho”mas sublinha que irá manter osespectáculos programados poispossui licença para tal. Mas sóaté Abril, data em que irámudar-se para um espaço naBobadela, o actual “Excalibar”.

“Quando viemos para cá (emOutubro do ano passado) apre-sentámos à câmara um projectode isolamento acústico do es-paço, para podermos ter espec-táculos até às quatro horas damadrugada, projecto esse que foirejeitado. Consistia em isolar otecto, as paredes e o chão, mas oprojecto não foi aceite. Penso, noentanto, que aquilo que afecta osmoradores dos prédios não étanto o barulho mas sim as vi-brações que a música emite, jáque estamos a falar de con-struções muito antigas.”No entanto, o responsávelgarante que o “barulho” irádurar apenas até Abril. “Ficare-mos só mais dois meses paracumprir o contrato de arrenda-mento até ao fim e depois ire-mos embora. Se a câmara tivesseautorizado a obra de isolamento,continuaríamos aqui. Destaforma, com muita pena nossapois a cidade precisa de espaçosde diversão para os jovens, ire-mos continuar este projecto foradaqui.”

16 | Notícias de Alverca Fevereiro 2010

na Ficha Técnica

Redacção, Publicidade e DirecçãoMorada:Qta. de Stª. Maria – E.N. 10,2615-376 Alverca do Ribatejo Contactos:Tel. 219589130Fax. 219589145E-mail’s:[email protected]@[email protected]@gmail.comDirector: António CastanhoDirector-adjunto: Nuno LopesEditor: Mário CaritasRedacção: Ana Filipa de Sousa eJorge TalixaColaboradores:Adriano Gabriel; Ana Ameixa;Paula Gadelha; Rui Vitória (De-sporto); Carlos Mendes (Direito);Luís Ferreira Lopes (Economia)e Olga Fonseca (Sociedade)Grafismo e Paginação:André PorêloFotografia:André Porêlo e Mário CaritasPublicidade:Jorge Ferreira93 874 6366Secretariado:Isabel Pinto e Lurdes FarinhaImpressão: CIC - Centro deImpressão CorazeTiragem: 13.500 exemplaresPropriedade: CCS – Cultura eComunicação Social, S.A.Contribuinte: 502788569 Registo ICS: 109974Depósito legal: 78298/94Fundado em: 1984Medalha de Mérito CulturalCidade de Alverca’ 2004

Último minuto

“Hot Spot” gera reclamaçõesna Rua de Diu

LOCAL. Um bar situado junto ao Mercado tem música ao vivo, aos fins-de-semana, até às duas da madrugada.

Os vizinhos já não aguentam o “barulho”

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LOCAL. Fernando Rosa foirecentemente eleito presidenteda Direcção do Instituto deApoio a Idosos e Reformadosde S. Romão (Bom Sucesso),substituindo no cargo ManuelCardoso. O responsável foitambém reeleito presidente daDirecção do CASBA – Centrode Apoio Social do BomSucesso e Arcena.

TEATRO.Depois do sucessodas três primeiras edições, estáde volta a Amostra de Teatro deAlverca Bienal do CegadaGrupo de Teatro, entre os dias 1e 30 de Março, com a presençade 17 grupos. Para além dosespectáculos teatrais, haverãoworkshops, debates e encontrossobre teatro, num ano em que oCegada apaga 24 velas.

REVISTA. O espectáculo derevista à portuguesa “Istoagora… ou vai ou marcha!”,com Marina Mota e CarlosCunha, realizado na SFRA, emJaneiro, vai ser repetido nosdias 5 e 6 de Março. A razãoprende-se com o facto dogrande auditório da SFRA teresgotado nas três sessões rea-lizadas e ter havido muitagente que não conseguiu assistir.

LOCAL. Reabriu, com nova gerência, no dia29 de Janeiro, o espaço de restauração situadojunto ao pavilhão do FCA.

Com o nome de Restaurante “O Estádio”,reabriu, no passado dia 29 de Janeiro, o

estabelecimento de restauração instalado nointerior do Complexo Desportivo do FC deAlverca, anteriormente designado porcafé/snack-bar “O Pavilhão”. O espaço foialvo de uma profunda obra de remodelação efunciona diariamente com serviço de almoços(em sistema de buffet) e jantares, além daparte de snack-bar e petiscos variados. Ri-cardo Poças, Luís Miguel e Carlos Silva (nafoto, da esquerda para a direita) são os sócios-gerentes do estabelecimento e estão confiantesno sucesso deste negócio. “Queremos chamaros sócios do clube e, para tal, iremos realizaralgumas iniciativas tais como noites de fado,entre outras”, afirmam.

MC

“O Estádio” abriu no FCA