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577 REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007 Notícias da REM Convidado para aqui estar na con- dição de orador pelo corpo docente, a princípio hesitei. Por dois motivos. O primeiro deles é o fato de nunca ter fei- to um discurso. O segundo era uma dú- vida: que palavras deveria um docente aqui trazer? Saído da sala de aula ou do laboratório, um professor, embebido de nossa realidade, tem, normalmente, di- ficuldade para com a solenidade festi- va. Mas é preciso celebrar os 131 anos de existência da nossa Escola, pois a sua história nos ensina que anos de brilho e glória foram precedidos, sucedidos e entremeados com crises e superação enormes obstáculos. É notável que, em cenário tão adverso, a medida D. Pedro II, estruturante e de concretização pou- co provável, tenha vingado e frutifica- do. É notável que a meta de Gorceix nunca tenha sido abandonada. O Brasil deve muito a estes e a outros tantos gran- des homens, muitos deles desaparecidos no anonimato. Nesse dia comemoração, o que lhes trago é uma reflexão sobre o futuro. Em um exercício lhes perguntaria: haverá, daqui a, digamos, 19 anos, um sesqui- centenário da Escola de Minas? Esta pergunta é, infelizmente, procedente. É que no meio universitário, vejo fenecer, ainda que lentamente, a Escola de Mi- nas; não em seus símbolos, mas em idéia e operação. E que ironia: isto se dá em um tempo no qual não há, ao contrário de outras épocas, uma ação deliberada de combate a sua permanência. Isto se dá em um especial momento da vida do Brasil em que o conceito Escola de Mi- nas é, ao meu ver,atualíssimoesuaexis- tência uma necessidade premente. Para o sesquicentenário do exercí- cio ou, como desejamos, para muitos anos mais de vida, penso ser imprescin- dível que: i) haja plano para as esferas supra, trans e interdepartamentais e conseqüente restauração do cimento de escola; ii)haja focalização de temário do ensino e da pesquisa; iii)haja generalizado em- penho; iv) haja gerência; e v) haja avaliação continu- ada. De resto tudo há: há passado, há memória, há ambiente, localização me- lhor não há. Tem-se uma revista científica de cate- goria A; tem-se museu de ciênciaaprestaranobreta- refa da educação informal e até mesmo uma exigên- cia dos tempos pós-moder- nos e globalizados se cum- pre: tem-se uma excelente marca. O Brasil vive hoje o deslanchar de um novo ciclo econômico, pelo que se vislumbra, essencialmente extrativista. Soja, minério de ferro e etanol não po- dem se transmutar em pau-brasil, cana de açúcar e ouro da fazenda que um dia fomos. E aí é preciso política. Mas polí- tica fundada na inteligência, na tecno- logia, na capacidade de empreender. Nesse cenário, a Escola de Minas, repensada como um todo e operando em plenitude, poderá atrair e exponenciar inteligências críticas e empreendedoras para atuar em todos os elos da cadeia mínero-metalúrgica. E ainda mais, pelo seu vínculo histórico com a rede de in- dústriasdosetor,fazerciênciaeconver- 131 o aniversário da Escola de Minas Fernando F. Alkmim* Professor de Departamento de Geologia da escola de Minas - UFOP tê-la em tecnologia, passo que, aliás, o Brasil ainda não conseguiu dar.Portudo isto, o conceito Escola de Minas, cujas raízes estão na obra do renascentista Agrícola, hoje com 451 anos, é, para a nossa realidade, repito, atualíssimo e uma necessidade premente. A história da nossa Escola e até mesmo a atmosfera ouro-pretana nos fazem esquecer do futuro. Lembremos do futuro, façamos os planos e coloque- mo-los na plaina. A Escola precisará de todos nós. Vida longa para a Escola de Minas! *Orador pelo corpo docente

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577REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007

Notícias da REM

Convidado para aqui estar na con-dição de orador pelo corpo docente, aprincípio hesitei. Por dois motivos. Oprimeiro deles é o fato de nunca ter fei-to um discurso. O segundo era uma dú-vida: que palavras deveria um docenteaqui trazer? Saído da sala de aula ou dolaboratório, um professor, embebido denossa realidade, tem, normalmente, di-ficuldade para com a solenidade festi-va. Mas é preciso celebrar os 131 anosde existência da nossa Escola, pois a suahistória nos ensina que anos de brilho eglória foram precedidos, sucedidos eentremeados com crises e superaçãoenormes obstáculos. É notável que, emcenário tão adverso, a medida D. PedroII, estruturante e de concretização pou-co provável, tenha vingado e frutifica-do. É notável que a meta de Gorceixnunca tenha sido abandonada. O Brasildeve muito a estes e a outros tantos gran-des homens, muitos deles desaparecidosno anonimato.

Nesse dia comemoração, o que lhestrago é uma reflexão sobre o futuro. Emum exercício lhes perguntaria: haverá,daqui a, digamos, 19 anos, um sesqui-centenário da Escola de Minas? Estapergunta é, infelizmente, procedente. Éque no meio universitário, vejo fenecer,ainda que lentamente, a Escola de Mi-nas; não em seus símbolos, mas em idéiae operação. E que ironia: isto se dá emum tempo no qual não há, ao contráriode outras épocas, uma ação deliberadade combate a sua permanência. Isto sedá em um especial momento da vida doBrasil em que o conceito Escola de Mi-nas é, ao meu ver, atualíssimo e sua exis-tência uma necessidade premente.

Para o sesquicentenário do exercí-cio ou, como desejamos, para muitosanos mais de vida, penso ser imprescin-dível que:

i) haja plano para asesferas supra, trans einterdepartamentais ec o n s e q ü e n t erestauração do cimentode escola;

ii) haja focalização detemário do ensino e dapesquisa;

iii) haja generalizado em-penho;

iv) haja gerência; ev) haja avaliação continu-

ada.

De resto tudo há: hápassado, há memória, háambiente, localização me-lhor não há. Tem-se umarevista científica de cate-goria A; tem-se museu deciência a prestar a nobre ta-refa da educação informale até mesmo uma exigên-cia dos tempos pós-moder-nos e globalizados se cum-pre: tem-se uma excelentemarca.

O Brasil vive hoje o deslanchar deum novo ciclo econômico, pelo que sevislumbra, essencialmente extrativista.Soja, minério de ferro e etanol não po-dem se transmutar em pau-brasil, canade açúcar e ouro da fazenda que um diafomos. E aí é preciso política. Mas polí-tica fundada na inteligência, na tecno-logia, na capacidade de empreender.

Nesse cenário, a Escola de Minas,repensada como um todo e operando emplenitude, poderá atrair e exponenciarinteligências críticas e empreendedoraspara atuar em todos os elos da cadeiamínero-metalúrgica. E ainda mais, peloseu vínculo histórico com a rede de in-dústrias do setor, fazer ciência e conver-

131o aniversário da Escola de MinasFernando F. Alkmim*

Professor de Departamento de Geologia da escola de Minas - UFOP

tê-la em tecnologia, passo que, aliás, oBrasil ainda não conseguiu dar. Por tudoisto, o conceito Escola de Minas, cujasraízes estão na obra do renascentistaAgrícola, hoje com 451 anos, é, para anossa realidade, repito, atualíssimo euma necessidade premente.

A história da nossa Escola e atémesmo a atmosfera ouro-pretana nosfazem esquecer do futuro. Lembremosdo futuro, façamos os planos e coloque-mo-los na plaina. A Escola precisará detodos nós. Vida longa para a Escola deMinas!

*Orador pelo corpo docente

REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007578

Avançou muitoA compra das operações da Esso

na América do Sul pela Petrobras estámuito, muito adiantada. São ativos dequase 900 milhões de dólares emcinco países: Argentina, Brasil, Chile,Uruguai e Paraguai.

Um problema a maise um a menos

Se fechado, o negócio criará umproblema para a Petrobras e evitaráoutro. O problema criado: aqui, acompra teria de ser aprovada peloCade, por causa da concentração demercado. O evitado: ela barra aspretensões hegemônicas da PDVSAde Hugo Chávez.

União de gigantesA união das duas maiores

empresas brasileiras está prestes a seranunciada. Sim, trata-se da Vale e daPetrobras. Mas é uma parcerialocalizada: as duas estarão juntas noleilão de algumas áreas de exploraçãode gás, que a ANP fará no fim do mês.

Fonte: Revista Veja - Radar - Lauro Jardim

Usiminas é a 1ª siderúrgica da AL aconseguir selo verde para aço

A Usiminas acaba de se tornar a primeira siderúrgica da América Latina e asegunda empresa do Brasil a obter a certificação de conformidade de toda a sualinha de produtos (chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio e revesti-dos) com a diretiva européia RoHS, relativa à restrição do uso de substâncias noci-vas. A certificação foi concedida pelo Bureau Veritas Certification (BVC), da França.

A diretiva RoHS visa a proteger o solo, a água e o ar contra a poluição, pormeio da restrição do uso de determinadas substâncias – chumbo, mercúrio, cádmioe cromo hexavalente, entre outras – usadas no processo siderúrgico. De acordocom o superintendente de Metalurgia e Garantia da Qualidade da Usiminas, Eduar-do Côrtes Sarmento, a certificação outorgada pelo BVC representa mais um impor-tante passo da Usiminas para a fabricação de produtos ecologicamente corretos,uma crescente demanda dos clientes e da própria sociedade.

Para se adequar à legislação européia, a Usiminas adotou várias ações nosseus processos de gestão: notificação aos fornecedores sobre a necessidade de con-trolar os níveis das substâncias nocivas nas matérias-primas e insumos fornecidos àUsiminas; análise de substâncias nocivas nas matérias-primas, insumos e produtosnas diversas etapas dos processos de produção do aço; notificação aos clientes daUsiminas dos níveis das substâncias nos produtos; elaboração de procedimentopara monitorar as substâncias nocivas nos produtos da siderúrgica, e auditoria ex-terna para certificação da adequação dos produtos à legislação européia.

Os regulamentos de proteção ambiental, que têm influenciado cada vez mais opotencial de acesso ao mercado internacional, surgiram na Europa e, gradativa-mente, vêm sendo adotados também em outros continentes. As normas estipulamvalores-limites ou níveis máximos de resíduos para determinadas substâncias noconteúdo de produtos, o potencial de reciclagem e a degradabilidade, entre outrosfatores.

Fonte: IBS e Assessoria de Imprensa Usiminas

Mal nosso diretor de redação vati-cinou, em editorial publicado no seu Por-tal do Geólogo, uma prova cabal do mo-mento especial que o setor de mineraçãono Brasil, surgiu a informação de que aMineração Caraíba, segunda maior pro-dutora brasileira de cobre, e a unidadebrasileira da petroleira norueguesa Nor-se Energy protocolaram na Comissão deValores Mobiliários (CVM), seus pedi-dos de aprovação para realizar ofertas pú-blicas de ações, a serem ambas coorde-nadas pelo banco UBS Pactual.

A Norse fará uma venda primária,enquanto a Caraíba alienará parte dos

Mineração Caraíba e Norse Energy:mais duas empresas do setor na Bolsa

REM - Revista Escola de Minas

a 1ª revista técnica do Setor Mínero-metalúrgico71

2007 - Revista Escola de

Minas - 1

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papéis detidos pelos principais acionis-tas: Icatu e Participações Industriais doNordeste (14,1% cada), e os fundos Ana-conda e Aurizonia, (28,25% cada). ACaraíba foi criada em 1979 como esta-tal, sendo privatizada quinze anos de-pois. E viu seus números dispararemdesde 2004, graças a uma alta dos pre-ços do cobre que já passa de 350%.

No ano passado, sua produção atin-giu 22,7 mil toneladas de cobre na MinaCaraíba, no sul da Bahia, e, recentemen-te, investiu na compra de uma jazida decobre sulfetado no município paraensede Boa Esperança, junto à Codelco. Pla-

nos para o futuro incluem a aquisiçãode uma mina de níquel e uma plantametalúrgica de ferro-níquel em Pratápo-lis (MG) e outra de ouro em Nova Xa-vantina, no Mato Grosso.

Na bolsa, a estratégia da companhiaé diluir o controle; enquanto isso, aNorse Energy produz petróleo e tambématua na produção comercial de gás, emparceria com a Petrobras e o grupo Quei-roz Galvão. Duas boas oportunidadespara investimentos e duas provas dogrande momento da mineração brasi-leira.

Fonte: www.geologo.com.br

579REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007

Durante o X Congresso de Mineração,realizado em Belo Horizonte (MG), aUniversidade Federal de Ouro Preto eSandvik Mining and Construction doBrasil S.A. assinaram um convênio para arealização, entre a empresa e oDepartamento de Engenharia de Minas daEscola de Minas/UFOP, de atividades emconjunto com o propósito de promover odesenvolvimento científico, tecnológico eeconômico do país em suas diferentesexpressões.

No evento, a SANDVIK foirepresentada pelo seu Diretor Presi-dente,Dr. Christian Augusto Bittner Roja, e aUFOP pelo Professor Dr. Carlos FredericoMarcelo da Cunha Cavalcanti

O convênio visa a desenvolverprogramas científicos e tecnológicos entreambas as instituições. “Isto acontece emum momento favorável, pois com estasreformas a estrutura do departamento estámais preparada para atender as demandasdo convênio”, avalia o professor CarlosAlberto.

Convênio: SANDVIK e UFOP

Foto: a partir da esquerda: Prof. Wilson Trigueiro (vice-diretor da Escola de Minas/UFOP), Prof. Waldir Silva(DEMIN/EM/UFOP), Eng. Zito Marques (Gerente deSegmento Mineração Subterrânea Sandvik), Prof. José Aurélio Luz (DEMIN/EM/UFOP), Prof. Carlos Alberto Pereira (Chefe do DEMIN/EM/UFOP), Dr. ChristianBittner (Diretor Presidente da Sandvik), Prof. Herani Lima (DEMIN/EM/UFOP) eProf. W aldir Oliveira (DEMIN/EM/UFOP).

REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007580

A LLX Logística apresentou à Co-missão de Valores Mobiliários (CVM)o prospecto de oferta pública primáriade ações ordinárias de sua emissão, quepoderá acontecer ainda esse ano. A ope-ração, coordenada pelo banco CreditSuisse, tem como objetivo listar a em-presa no novo mercado da Bovespa ena Bolsa de Toronto. Os papéis serãoofertados a investidores institucionaisqualificados.

O documento enviado à CVM, jun-to com o pedido de registro de compa-nhia aberta, não informa o valor da ope-ração, mas o mercado calcula que aLLX, controlada pela MMX Mineraçãoe Metálicos, do empresário Eike Batis-ta, pretende captar US$ 800 milhões.

Os recursos serão destinados a in-vestimentos na construção três comple-xos portuários, sendo dois de grandeporte - o porto Brasil, em Peruíbe, nolitoral paulista, e o porto Açu, localizadoem Barra-Mansa, no Rio -, e, um de mé-

dio porte, o porto Sudeste, na cidade deItaguaí (RJ).

O documento contém um resumo doEstudo de Viabilidade encomendado aempresas especializadas no setor portuá-rio e de logística. Esse estudo contém in-formações financeiras e operacionais dosprojetos e apresenta a demanda potencialdo negócio.

A empresa precisará de cercade R$ 5,55 bilhões para tocar os trêsportos. Segundo o prospecto, serãoR$ 875 milhões em porto Açu, R$ 4,1bilhões no porto Brasil e R$ 580 milhõesno porto Sudeste.

Em termos de estrutura societária,o prospecto informa que a MMX detémhoje 85% do capital da LLX. Os restan-tes 15% foram subscritos pelo fundoOntario Teacher’s Pension Plan (OTPP).Constituída em 1º de março de 2007, apartir de reestruturação societária envol-vendo ativos da MMX Minas-Rio, umdos três sistemas que compõe a minera-

dora MMX, a operadora portuária é,hoje, uma holding de atividades de in-fra-estrutura de suas controladas: a LLXMinas-Rio (49% Anglo American e 51%LLX) e a LLX Açu (70% LLX e 30%Centenial Asset Participações LogísticasS/A, de Eike Batista).

Com pouco tempo de existência, aLLX não conta ainda, em suas demons-trações financeiras efetuadas no perío-do de 1º de março a 30 de setembro, comnenhuma receita, mas já tem patrimô-nio líquido de R$ 175 milhões e umacapitalização total de R$ 207,7 milhões,dados do documento.

Os fatores de risco que podem ame-açar a companhia, nomeados no pros-pecto, são, entre outros, concorrênciaexpressiva do setor portuário, crise deenergia, atrasos nas obras e possívelimpedimentos para adquirir a área doporto Brasil, ocupada por indígenas cu-jas terras são demarcadas pela Fumai.Fonte: Valor Econômico - 22/10/2007

LLX abre capital para custear três projetos

O Departamento de Engenhariade Minas da Escola de Minas/UFOP(Demin) tem investido na melhoria desuas instalações no campus Morro doCruzeiro, tais como reformas das sa-las de aula, dos corredores, dos labo-ratórios, da secretaria, entre outros se-tores.

Além disso, os laboratórios do de-partamento, em função de seus cursosde graduação e pós-graduação, estãosendo ampliados: uma coluna de flo-tação está sendo montada, dois mode-los novos de célula de flotação de ban-cada e um analisador de partículas es-tão sendo instalados. Também foimontada uma sala de projetos para áreade lavra com 13 computadores, paradesenvolvimento e uso de software.

Até o momento, foi investidocerca de 1, 1 milhão, recursos obti-do junto aos órgão de financiamen-to e das empresas Petrobras, Voto-rantim Metais, CSN, Vale, Novelis eFundação Gorceix.

Na foto, Prof. Carlos Alberto, acompanha o engenheiro Pedro Godoy (gerente daempresa INTEGRA da Venezuela) durante uma visita ao laboratóriodo DEMIN.

Modernização do DEMIN/Escola de Minas - UFOP

581REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007

Livros

Um registro de beleza ehabilidade humana, materializados namais simples, rústica e, ao mesmotempo, nobre das matérias-primas: apedra. A história e a arte da técnicamilenar de entalhar a pedra, a cantaria,pode ser conhecida no livro “A Arteda Cantaria”, lançado em Ouro Preto,no Centro Cultural da Fiemg.

Durante mais de 26 anos detrabalho com cantaria em Ouro Pretoe região, Seu Juca (falecido em marçode 2006) resgatou o antigo ofício naconstrução e restauração de váriasobras e monumentos.

O livro, organizado por seu filho,Carlos Alberto Pereira, professor doDepartamento de Engenharia deMinas da Escola de Minas -Universidade Federal de Ouro Preto,juntamente com Antonio Liccardo eFabiano Gomes da Silva, ilustra,através de registros históricos efotográficos, a trajetória da cantariano mundo e no Brasil, com destaquepara as obras que integram aspaisagens de Ouro Preto. Segundo oprof. Carlos Alberto, há registros emlivros antigos que apresentam otrabalho barroco como um todo e nãoexclusivamente o trabalho da cantarianas rochas. “Nossa idéia com o livrofoi aproximar a comunidade ouro-pretana da história da cidade e da arteda cantaria, pois as pessoas passamtodos os dias ao lado de lindas obrase não conhecem sua história,queremos que a população veja acidade com um outro olhar”, disse.

Igrejas, pontes e chafarizes,construídos com duros blocos dequartzito, retirados em difíceiscondições das montanhas doItacolomi ou outros materiais daregião como a pedra-sabão, ganharamformas nas mãos de mestres comoAleijadinho e Francisco LimaCerqueira no século XVIII. Para oprefeito do município, o jornalista

A arte da cantariaRegistro único no Brasil é também uma homenagem ao Mestre Juca

Angelo Oswaldo, mesmo em plenoséculo XXI a cantaria permanece vivaem Ouro Preto. “O fulgor dessa artese deve a mestres, como ‘Seu Juca’,que tanto guardam, zelosos, o segredodo ofício quanto generosamente orepassam às gerações que chegam”,completou.

O livro integra as ações doprojeto de extensão da Universidade,“Pesquisa, Educação e Arte daCantaria em Ouro Preto”, que comforte preocupação social, trabalhaações de educação patrimonial, comoa oficina de cantaria e a criação debibliotecas públicas na cidade. Aoficina ensina o ofício a jovens ecrianças e funciona como um atelier-escola para restauração e manutençãodo patrimônio histórico e também paracriação de novas peças, como forma

de expressão artística. “Com opatrocínio da empresa Petrobras e daLei Rouanet, o livro é resultado de umtrabalho de grupo que conta com aparticipação também dos novoscanteiros, pesquisadores, alunos e ex-alunos da Universidade”, disse o prof.Carlos Alberto. Serão distribuídosexemplares em todas as bibliotecas dacidade.

O projeto de pesquisa, educação erestauração da cantaria em Ouro Pretofoi financiado pela Petrobras, incluindonesse valor, a publicação do livro a Artede Cantaria. O custo total doempreendimento foi de R$162.250,00.

Preço: R$45,00

Reserva: Prof. Carlos Alberto Pereira -E-mail: [email protected]

REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 60(4), out. dez. 2007582

A Associação Brasileira de Editores Científicos - ABECrealizou de 2 a 6 de outubro, em Ouro Preto, o XI Encontro Na-cional de Editores Científicos (ENEC), que, nesse ano, abordouos temas: Open Access (Acesso Aberto) e Indexação de Periódi-cos Científicos.

Cerca de 150 editores, brasileiros e estrangeiros, compare-ceram ao evento: Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mi-nas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grandedo Sul, Santa Catarina, São Paulo, E.U.A.

Além das palestras e mesas-redondas sobre os temas, aABEC proporcionou aos participantes vários mini-cursos relati-vos aos temas propostos.

Cento e duas revistas se fizeram representar no evento as-sim distribuídas por áreas: agrárias (7), biológicas (9), ciênciassociais aplicadas (3), ciências exatas (7), humanas (34), multi-disciplinares (2) e saúde (22).

Um dado que merece a atenção é o número de títulos porEstado, mostrando que a maioria das revistas é publicada no Es-tado de São Paulo: Ceará (2), Distrito Federal (3), Maranhão (1),Minas Gerais (6), Pará (2), Pernambuco (1), Paraná (11), Rio de

XI Encontro Nacional de Editores Científicos

O Prof. Dr. José Geraldo de Freitas Drumond (Presidente daFundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais) e aPresidente da ABEC Dra. Maria Mércia Barradas.

Gerdau inaugura alto-forno em MGA siderúrgica Gerdau iniciou as operações de um novo alto-forno para a pro-

dução de ferro fundido, aumentando, em 50%, a capacidade instalada de sua prin-cipal unidade no Brasil, informou a empresa. Com o novo forno, a Gerdau Açomi-nas, em Ouro Branco, Minas Gerais, passa a produzir 4,5 milhões de toneladas deaço líquido por ano, ante os 3 milhões atuais.

Este é o terceiro alto-forno construído pela indústria siderúrgica brasileira em20 anos; no ano que vem, uma nova fábrica de lingotes será inaugurada e uma deperfis estruturais será expandida. Cerca de 70% da produção da Gerdau Açominas,que inclui chapas, lingotes e blocos, vai para o mercado de exportação.

Janeiro (8), Rio Grande do Sul (3), San-ta Catarina (3) e São Paulo (42). Duasrevistas estrangeiras se fizeram represen-tar: EUA e Inglaterra.

O Prof. Dr. José Geraldo de FreitasDrumond (Presidente da Fundação deAmparo a Pesquisa de Minas Gerais)mostrou as ações de apoio da FAPEMIG,tanto no setor de pesquisa e desenvolvi-mento, quanto no apoio as publicaçõescientíficas mineiras.

Pela primeira vez, a ABEC recebeuo apoio, para a realização desse encon-tro, tanto da FAPEMIG quanto da Fun-dação Gorceix.

R e mA primeira

revista do setormineral