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NOTÍCIAS driving science & innovation 44 NOVEMBRO 2016 trimestral OPINIÃO À conversa com: Engº Mário Pais de Sousa Presidente do Grupo Cabelte e Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI) INOVAÇÃO Linha de enrolamento de cabo para amarração de plataformas de petróleo desenvolvida no INEGI INEGI desenvolve porta em material compósito em colaboração com a Jaguar Land Rover CONSULTORIA Reorganização da Divisão de Compras Públicas e Aprovisionamento do Município de Vila Nova de Gaia conta com o apoio do INEGI COOPERAÇÃO PAIXÃO PELA INOVAÇÃO AMBIÇÃO ORIENTAÇÃO AO CLIENTE RESPONSABILIDADE 1986 > 2016 30º ANIVERSÁRIO

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NOTÍCIASdriving science & innovation 44

NOVEMBRO 2016 trimestral

OPINIÃOÀ conversa com: Engº Mário Pais de Sousa Presidente do Grupo Cabelte e Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia

Industrial (APGEI)

INOVAÇÃOLinha de enrolamento de cabo para amarração de plataformas de petróleo desenvolvida no INEGI

INEGI desenvolve porta em material compósito em colaboração com a Jaguar Land Rover

CONSULTORIAReorganização da Divisão de Compras Públicas e Aprovisionamento do Município de Vila Nova de Gaiaconta com o apoio do INEGI

COOPERAÇÃO

PAIXÃO PELA INOVAÇÃO

AMBIÇÃO

ORIENTAÇÃO AO CLIENTE

RESPONSABILIDADE

1986 > 2016

30º ANIVERSÁRIO

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Vivemos imersos no ar e estamos-lhe expostos pela respiração, em que “processamos à volta de 20 m3 de ar por dia, e, pela pele, temos algo de rãs, porque também ‘respiramos’ alguma coisa pela pele”, como dizia um professor americano em conferência internacional recente.

Da exposição ao ar ambiente, a par da função vital da respiração, e por causa dela, há uma exposição à qualidade do ar, mistura de gases e vapores, nomeadamente do vapor de água, e com vasto espetro de partículas de muitas dimensões em suspensão.

Como tal, torna-se óbvio que são de esperar problemas de saúde ambientais decorrentes da exposição ao ar, caracterizada pela concentração de substâncias poluentes mas também pelo tempo de contacto com o ar poluído, sendo que na “doença” como na “cura” o relevante é a dose expressa aqui pelo produto da concentração pelo tempo de exposição.

Enquanto se continua a assistir ao progresso nos domí-nios da medicina sobre as origens de certas doenças respiratórias associadas à poluição do ar, algumas das quais sem qualquer sinal exterior imediato como o efeito radiativo do radão, causa de cancro, gás radioativo de efeito imediato não rastreável, outras estão na origem de alergias respiratórias e, em particular, da asma.

Numa linha de continuação com o consistente percurso de um grupo do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito da Comissão Europeia e ao longo de mais de 20 anos, o INEGI apresenta hoje um perfil de atuação neste domínio de grande expressão científica e de grande interesse societal, tendo desenvolvido estudos, auditorias e outras atividades em prol de melhores ambientes interiores em escolas e habitações de crianças nas primeiras idades.

Esta ação de cariz científico tem beneficiado de uma interação estreita com os serviços de saúde e, muito em especial, do ISPUP (Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto) e da Faculdade de Medicina (Alergologia) da Universidade do Porto.

INVESTIGAÇÃO

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No presente o INEGI ultima, no quadro do Centro de Investigação da Comissão Europeia (Ispra-Itália), um documento-síntese sobre a problemática da ventilação necessária e suficiente nos espaços interiores tendo em vista a qualidade do ar interior e participa de um estudo Exposome (Projeto HEALS da Comissão Europeia) dedicado a estudar o impacto do ambiente atmosférico na saúde, estudando a evolução da saúde em função do ambiente de centenas de gémeos, a maioria dos quais ainda está por nascer.

Como seria possível ter uma atividade científica com uma maior carga de ideal e de esperança?

1 Aberturas (janelas, grelhas,...)

2 Sistema de ventilação (só se necessário)

Potenciais fontes interiores de poluição

QUALIDADE DO AR E SAÚDE - UMA VERTENTE DE “CONHECIMENTO E AÇÃO” DO INEGI

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Ar exterior

Edifício

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INOVAÇÃO

Uma linha de enrolamento de cabo de fibra sintética capaz de enrolar cabo em bobinas até 250 toneladas de carga e de tensionar até 30 toneladas de força. Foi este o desafio lançado pela empresa Lankhorst Euronete Portugal e cumprido pelo INEGI. O resultado, de enorme valor para a indústria petrolífera offshore por permitir a amarração de plataformas de petróleo a grande profundidade, está à vista na unidade fabril da empresa em Viana do Castelo.

O equipamento central do projeto implicou a conceção e construção de um bobinador capaz de realizar a operação de enrolamento dos cabos nas bobinas (de dimensão invulgar: mais de 8 metros de comprimento e 8 metros de diâmetro) e de as transportar, de um modo autónomo, para o exterior da fábrica. Como complemento, procedeu-se também à conceção e construção de dois cabrestantes, responsáveis pelo tensionamento do cabo em linha de produção.

“A linha de produção destes cabos é totalmente automática e um bom exemplo da aplicação do conceito INDÚSTRIA 4.0 a uma atividade produtiva de grande impacto econó-mico; embora associada a uma indústria, por vezes, erradamente, considerada ‘tradicional’”, salienta Francisco Freitas, responsável pelo projeto no INEGI.

LINHA DE ENROLAMENTO DE CABO PARA AMARRAÇÃO DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO DESENVOLVIDA NO INEGI

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O PRODUTO

O principal produto desta linha de produção é cabo de poliéster, com um diâmetro até cerca de 300 milímetros, para tornar a amarração de plataformas offshore mais segura e estável.

O trabalho desenvolvido pelo INEGI permitiu à LankhorstEuronete Portugal assegurar um projeto de grande relevância com um dos maiores players da indústriapetrolífera mundial, que consiste na produção de um total de mais de 63 quilómetros de cabo, repartido em cabos enrolados em 36 bobinas, para amarração de uma plataforma petrolífera.

Estes cabos serão instalados na amarração de uma plataforma semi-submersível a sudeste de Nova Orleães, no Golfo do México.

Bobinador de 250 toneladas no exterior da fábrica com bobina de 6 metros de diâmetro

Conjunto de bobinas com cabo de poliéster enrolado

QUALIDADE DO AR E SAÚDE - UMA VERTENTE DE “CONHECIMENTO E AÇÃO” DO INEGI

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INOVAÇÃO

O INEGI integrou o projeto europeu ENLIGHT - Enhanced Lightweight Design, financiado pela União Europeia em cerca de 7 milhões de euros, que teve como objetivo global desenvolver soluções viáveis e sustentáveis para a produção de veículos elétricos (até 50.000 veículos anuais).

O projeto foi desenvolvido por um consórcio de 22 parceiros, coordenado pelo FRAUNHOFER-LBF, formado por empresas como a Volkswagen, Renault, Volvo, Fiat e outras organizações.

No âmbito deste projeto o INEGI desenvolveu, em parceria com a Jaguar Land Rover, um protótipo de uma porta em material compósito reforçado com fibra de carbono, para integração no conceito de veículo elétrico desenvolvido. A contribuição do INEGI envolveu estudos de seleção e ensaio de materiais compósitos, biomateriais e juntas de materiais heterogéneos com adesivos estruturais, bem como a definição das equações constitutivas dos materiais selecionados e sua validação através de simulação numé-rica de vários módulos da carroçaria do veículo e, em especial, da referida porta.

O desenvolvimento do protótipo da porta foi feito em duas fases: a primeira consistiu na simulação numérica do comportamento da porta para vários cenários de solicitação, definidos pela Jaguar Land Rover, e comparação do seu desempenho com uma porta de referência em liga de alumínio, de modo a validar o design proposto; na segunda fase foi produzido e montado o demonstrador.

O desenvolvimento e fabrico do protótipo permitiu demonstrar a viabilidade técnica, de utilização de materiais compósitos reforçados com fibra de carbono e matriz termoplástica e processos de fabrico. O envolvimento do INEGI foi fundamental para efetuar a prova de conceito da porta, através da qual foi possível conseguir uma redução de peso que atingiu os 40%, em relação à porta de referência. Deste modo, contribuiu-se para atingir a meta global do projeto de diminuição das emissões de gases de efeito de estufa de veículos que venham a incluir este tipo de portas.

Em balanço, pode dizer-se que o ENLIGHT contribuiu para melhorar as capacidades de projeto do ecossistema automóvel, alavancando o já elevado grau de excelência Europeu com a criação de soluções e abordagens dedicadas

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COFINANCIAMENTO

Este projeto recebeu financiamento do Sétimo Programa-Quadro da União Europeia para a investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração, sob acordo de subvenção número 314567.

ao setor, capazes de potenciar o uso e a integração funcional dos compósitos avançados, em particular na futura geração de veículos elétricos. Nesse contexto, destacam-se os resultados alcançados na demonstração da viabilidade dos processos de fabrico desenvolvidos pelo INEGI, na simulação numérica, nomeadamente no comportamento micromecânico dos materiais anisotró-picos, e os avanços conseguidos nas juntas adesivas e tecnologias complementares em juntas heterogéneas, nomeadamente de compósitos termoplásticos, compó-sitos termoendurecíveis e metais (fundidos ou forjados). De salientar que estas combinações de compósitos apresentam total funcionalidade para carregamento em colisão, em qualquer condição climatérica, garantindo fiabilidade ao longo de todo o ciclo de vida.

INEGI DESENVOLVE PORTA EM MATERIAL COMPÓSITO EM COLABORAÇÃO COM JAGUAR LAND ROVER

Mapa do consórcio de 22 parceiros do projeto ENLIGHT

Protótipo de portaem material compósitoreforçado com fibra decarbono produzido no INEGI em colaboração com Jaguar Land Rover

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INOVAÇÃO

Foi através de um Vale de I&D, no âmbito do Sistema de Incentivos do Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização (POCI-02-0853-FEDER-005852), que a SKELT Metalomecânica, S.A. se aliou ao INEGI, com o objetivo de promover o aperfeiçoamento do desenvolvimento de ferramentas de forjamento para componentes de aço de qualidade avançada e, assim, dar resposta às solicitações cada vez mais exigentes por parte dos seus clientes.

Com atividade focada na produção e comercialização de uma vasta gama de componentes metálicos ligados às áreas da produção, transporte e distribuição de energia elétrica, a empresa, sediada em Vila Nova de Gaia, tem vindo a apostar no processo de forjamento a quente (Figura 1). Nesse sentido, o projeto com o INEGI contemplou o estudo de peças de referência da empresa recorrendo a duas metodologias: a simulação numérica por elementos finitos (Figura 2) e os modelos experimentais em plasticina (Figura 3).

Com a utilização destas metodologias foi possível estudar e otimizar as dimensões mínimas da matéria-prima (os billets), definir e avaliar a geometria das ferramentas a adotar para as diferentes etapas (pré-formas, cavidades de rebarba, esforços nas ferramentas), bem como prever a existência de defeitos nas peças forjadas, como a falta de enchimento e a sobreposição de material.

As ferramentas desenvolvidas no âmbito do projeto foram validadas experimentalmente, através do seu fabrico e da produção das primeiras séries. A SKELT Metalomecânica, S.A. tem capacidade instalada para realização de ensaios de magnetoscopia, de análise de composição química e caracterização de propriedades mecânicas, o que foi uma mais valia para o controlo de qualidade das peças. Complementarmente, o INEGI fez um estudo de caracterização microestrutural das amostras obtidas. A introdução destas abordagens no processo de desen-volvimento de ferramentas da SKELT permitiu não só explorar e desenvolver diversas competências na área do forjamento, mas também encontrar alternativas à validação das suas ferramentas de forja, substituindo assim os onerosos testes experimentais em prensa.

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INEGI PARTICIPA NO DESENVOLVIMENTO DE MATRIZES DE FORJAMENTO COM RECURSO A METODOLOGIAS QUE PERMITEM PREVER A EXISTÊNCIA DE DEFEITOS NAS PEÇAS FORJADAS

Figura 1 - Diagrama de forjamento

Figura 2 - Simulação exemplo de forjamento a quente (FONTE - Manual Abaqus)

Figura 3 - Modelo experimental em plasticina

COFINANCIAMENTO

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TECNOLOGIAS EMERGENTES DE FABRICO ADITIVO: UMA APOSTA INOVADORA NO PROCESSAMENTO DE MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS

INOVAÇÃO

ADIMAQ foi o acrónimo escolhido para o projeto que tem por objetivo o desenvolvimento de um bem de equipamento híbrido que combine as tecnologias de fabrico ADItivo por extrusão e de fabrico subtrativo por MAQuinagem 5-eixos numa unidade única de produção híbrida de grandes dimensões.

O INEGI e as empresas CEI Zipor (promotor líder do ADIMAQ) e FERESPE formam o consórcio deste projeto, que pretende criar um sistema de produção capaz de fabricar meios de produção (moldes, moldações e ferramentas) e modelos em areias de sílica, gesso e/ou resinas termoendurecíveis com eficiências acrescidas em termos de custo, utilização de matérias-primas e exploração de geometrias.

Com o ADIMAQ, o INEGI pretende aprofundar os seus conhecimentos sobre as tecnologias emergentes de fabrico aditivo, bem como despoletar a sua proliferação industrial a nível nacional, à semelhança do que já está a acontecer nos EUA e em alguns países da Europa Central.

O contexto atual tem vindo a denotar uma solicitação cada vez mais premente de séries mais curtas e de componentes mais complexos e de grande dimensão por parte da indústria de moldes, em especial das empresas fornecedoras de peças e componentes em materiais compósitos, materiais metálicos fundidos e materiais cerâmicos. No entanto, a produção destas peças e componentes apresenta elevados tempos de fabrico, elevados custos de produção e levanta diversos desafios no que diz respeito à qualidade e competência para produzir geometrias complexas.

Neste sentido, existe uma necessidade evidente de encontrar uma solução flexível e economicamente viável que se apresente como uma alternativa às tecnologias tradicionais, que permita desenvolver produtos compe-titivos, de forma rápida, económica e vocacionada para dar resposta às necessidades e inovações do mercado.

Prevê-se que, o conceito híbrido proposto, nomeadamente a combinação num único sistema de tecnologias de adição e subtração de material, seja capaz de contribuir para a sustentabilidade na produção, gerando um aumento do tempo de vida da ferramenta de corte.

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Após o primeiro ano do ADIMAQ, o consórcio finalizou o projeto de um equipamento laboratorial de fabrico híbrido com 3 eixos interpoláveis e um volume de trabalho de 1500x1000x800 mm (Figura 1) que irá suportar todos os testes subsequentes de parametrização de processo.

Foram também já iniciados trabalhos preliminares de fabrico subtrativo de areia (Figura 2), um material muito desafiante face à sua natureza extremamente abrasiva; bem como de deposição de gesso aditivado (Figura 3), cuja formulação foi adaptada para ao fabrico aditivo por extrusão e/ou para o acabamento por maquinagem.

Contemplando um investimento de cerca 1.7 milhões de euros, o projeto prevê um cofinanciamento de cerca de 1 milhão, através do Programa Operacional Competitivi-dade e Internacionalização, do Portugal 2020 e Fundos Europeus Estruturais e de Investimento.

Figura 1 - Sistema Laboratorial Físico

ADIMAQ

Figura 2 - Testes de maquinagem de areia

Figura 3 - Ensaios preliminares de deposição de gesso aditivado

COFINANCIAMENTO

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No âmbito da Consultoria em Gestão e Engenharia Industrial, o INEGI está a apoiar a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia no projeto “Reorganização da Divisão de Compras Públicas e Aprovisionamento”.

O projeto envolve as vertentes de estratégia, macro-processos, organização, infraestruturas e sistemas de informação de suporte. Nesse sentido, a equipa de consultores do INEGI vai suportar o Município de Gaia no desenho de um modelo de Compras e Aprovisionamento que incorpore Boas Práticas de Gestão, sem descurar os requisitos legais associados às Aquisições e Contratação Pública. “Com a implementação das soluções propostas pelo INEGI, o município de Gaia vai beneficiar de uma maior

CONSULTORIA

eficiência por redesenho de processos e organização, bem como por um melhor suporte dos Sistemas de Informação”, acrescenta Gisela Santos, responsável pelo projeto no INEGI.

Paralelamente, o INEGI vai redesenhar o layout e os processos do atual Armazém das Oficinas Gerais, que contém materiais tão diversificados como Hoteleiro, Elétri-co, Pichelaria e de Manutenção Automóvel, permitindo ganhos de espaço (pela fusão de 2 espaços atuais) e eficiência na receção e arrumação de mercadorias, prepa-ração de pedidos e entrega aos serviços camarários.

O projeto terá a duração aproximada de 14 semanas, compreendendo uma etapa preliminar de levantamento de dados e informação e uma etapa de Desenho de Soluções.

REORGANIZAÇÃO DA DIVISÃO DE COMPRAS PÚBLICAS E APROVISIONAMENTO DO MUNICÍPIO DE VILA NOVA DE GAIA CONTA COM O APOIO DO INEGI

PATROCINADORES OFICIAIS

Patrocinadores PLATINA Patrocinador GOLD

Programa Comemorativo

30º Aniversário do INEGI

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CONSULTORIA

INEGI E ARTNOVION COLABORAM NO DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS RESISTENTES AO FOGO

O INEGI, por intermédio do seu Laboratório de Fumo e Fogo, tem registado uma crescente procura por parte de empresas que visam certificar os seus materiais e produtos (tintas, mobiliário acolchoado, revestimentos utilizados na indústria da construção e componentes para o ramo automóvel e ferroviário), atribuindo-lhes uma classificação de acordo com diferentes normativos.

Mas, paralelamente a este tipo de serviços, o INEGI tem vindo a estabelecer parcerias com diversas empresas que visam o desenvolvimento de materiais e produtos de forma a que os mesmos atinjam determinadas capacidades de desempenho em caso de incêndio, num processo interativo que permite ao Laboratório interagir com as empresas na definição da respetiva composição, garantindo, simultaneamente, boas performances ao fogo e caraterísticas mecânicas, físicas, estéticas e econó-micas que permitam a sua adequação ao mercado a que se destinam.

Recentemente o INEGI estabeleceu uma parceria com a empresa ARTNOVION que visa o desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento acústico. Este projeto, financiado por um Vale de I&D do Programa P2020, tem vindo a decorrer de acordo com o planeado, com a realização de diversos ensaios que permitem perceber quais os caminhos necessários para a sua otimização, principalmente tendo em vista a sua integração no mercado da Arquitetura e Engenharia (cujos standards de construção são significativamente mais elevados).

Alguns dos materiais estudados incluem madeira (lacada, folha natural, melamina, etc.), tecido, espumas e revestimentos técnicos. Na sua grande maioria, o trabalho incluirá avaliações de produtos que integram dois ou mais materiais. O objetivo é que este conhecimento seja efetivamente incorporado na geração de melhorias significativas nos atuais produtos ou mesmo na criação de novos produtos, num processo de transferência de tecnologia e conhecimento.

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A principal caraterística de um material ou produto, em termos de segurança contra incêndio, é a sua maior ou menor contribuição para a deflagração de um incêndio ou para o seu desenvolvimento. Esta caraterística designa--se por reação ao fogo e permite escalonar os materiais em diversas classes.

Neste projeto serão avaliados, entre outros, os seguintes parâmetros de reação ao fogo: - tempo de ignição- velocidade de libertação de calor- velocidade de combustão - opacidade dos fumos libertados.

COFINANCIAMENTO

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O INEGI é um dos parceiros do projeto europeu CINMarS – Combining Space and Maritime Innovation Networks, cujo objetivo passa por identificar oportunidades de negócio na área do mar, capazes de explorar tecnologias espaciais, bem como desenvolver ações que potenciem a colaboração e sinergias tecnológicas entre as duas áreas – mar e espacial, nomeadamente nas áreas das energias renováveis marinhas, mineração em mar profundo, portos, transportes marítimos e logística, aquacultura e segurança marítima.

O CINMarS representa um investimento de 300 000€ feito pela ESA – Agência Espacial Europeia, de modo a conseguir identificar mecanismos para sustentar uma estratégia de curto a médio prazo, através da criação de um roadmap que englobe os setores marítimo e espacial. O roadmap deverá permitir à indústria e líderes políticos aumentar a capacidade de formular uma melhor compreensão dos requisitos, promover mais oportunidades para trabalho conjunto, assim como promover a inovação para apoiar e aumentar o emprego e as oportunidades económicas.

Os parceiros do projeto CINMarS estão a trabalhar em estreita colaboração com os membros das comunidades marítimas e espacial, de forma a analisar as práticas de trabalho, abordagens de apoio à inovação e mecanismos de financiamento atualmente em utilização. O projeto é coordenado pelo University College of Cork (Irlanda) e tem como parceiros, além do INEGI, o Cork Institute of Technology (Irlanda), a Fórum Oceano (Portugal), o INESC TEC (Portugal) e o Northern Research Institute Tromso AS (Noruega).

Iniciativas CINMarS

Depois de cerca de um ano de trabalho conjunto, no passado dia 12 de setembro de 2016, no Centro de Formação da APDL, decorreu o evento: “Roadmap Workshop Event”, que teve como objetivo a obtenção de consensos em relação às recomendações sobre a melhor forma de proceder para reforçar e estabelecer ações de inovação, no curto e médio prazo, previstas no roadmap.

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CONSULTORIA

FINANCIAMENTO

POTENCIAR OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO QUE CRUZEM OS SETORES MARÍTIMO E ESPACIAL É O GRANDE OBJETIVO DO CINMARS – UM PROJETO EUROPEU COM CONTRIBUTO DO INEGI

No dia 4 de outubro, nas instalações do INEGI, foi organizado um evento com vista a promover a colabo-ração entre os diversos intervenientes de ambos os setores com o propósito de despertar interesses e gerar oportunidades de colaboração presente e futura. Tendo, para o efeito, sido apresentado um conceito inovador para observação oceânica, o qual agrega as necessidades identificadas em conversas com tecnólogos do setor marítimo e espacial.

Ambos os eventos contaram com a participação de diferentes intervenientes, nomeadamente clusters, centros de investigação, universidades e empresas ligadas aos setores marítimo e espacial.

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BREVES

A 6ª Conferência Internacional EASN decorreu de 18 a 21 de outubro e contou com um stand do INEGI, onde foi possível dar conhecer o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no setor da aeronáutica. A conferência, organizada pela Rede Europeia para Ciência Aeronáutica (European Aeronautics Science Network - EASN) e pelo INEGI, reuniu, pela primeira vez em Portugal, a rede de especialistas europeus em ciência aeronáutica e contou com 11 workshops temáticos e 28 sessões técnicas, onde mais de 200 palestrantes provenientes de cerca de 30 países partilharam o seu conhecimento e experiência.

O evento, que se constitui como uma das maiores oportunidades de networking europeu no domínio da aviação, recebeu os principais “officers” do programa Clean Sky e da Direção-Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, bem como alguns dos principais parceiros do programa Clean Sky, como a AirBus ou a Safran. O Presidente do INEGI esteve presente na sessão de abertura, dando as boas-vindas aos delegados numa apresentação que ilustrou o envolvimento do INEGI neste domínio, em projetos de I&D nacionais e europeus.

O INEGI, a FEUP e o INESC TEC juntaram competências multidisciplinares e a experiência de mais de 30 anos, quer a nível nacional quer europeu, para melhor poderem contribuir para reforçar a competitividade das empresas nacionais da indústria transformadora e dos fornecedores de tecnologias de produção. O FABTEC - Laboratório de Processos e Tecnologias para Sistemas Avançados de Produção, apresentará soluções inovadoras às empresas através da sua experimentação numa learning-factory.

O aumento da intensidade tecnológica, da eficiência dos processos produtivos e o reforço da diferenciação, com destaque para a flexibilidade, resposta rápida e integração de tecnologias e processos avançados de fabrico, incluindo as soluções tecnológicas conhecidas como da Indústria 4.0,

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INEGI COORGANIZA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE INOVAÇÃO NA INVESTIGAÇÃO AERONÁUTICA EUROPEIA

são vitais em todos os setores da indústria nacional. O objetivo do FABTEC é dar resposta a estes desafios.

É graças a esta experiência que o consórcio do Porto está a liderar a participação portuguesa numa candidatura pan-europeia ao EIT (European Technology Institute) na área de Smart Manufacturing, que se espera que venha a contribuir para colocar Portugal ao nível dos melhores da Europa nas três vertentes de um KIC (Knowledge and Innovation Community): ensino, investigação e transferência de tecnologia para as empresas industriais.

Em termos nacionais, FEUP, INESC TEC e INEGI avançam agora com a criação de um Laboratório Colaborativo em Sistemas Avançados de Produção.

INEGI, FEUP E INESC TEC CRIAM NOVO LABORATÓRIO PARA INOVAR A INDÚSTRIA NACIONAL

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BREVES

O Professor Eduardo de Oliveira Fernandes, no âmbito do seu programa de professor Emérito da Universidade do Porto, produziu a série televisiva SENTES – composta por 12 episódios – sobre o papel da cidade na necessária harmonia da abordagem das problemáticas da saúde, energia, natureza, território, edificado e suficiência.

“A cidade é expressão dos seus cidadãos, eles que fazem a cidade e para quem, antes de mais, ela é feita cada dia. Por isso, não podem os cidadãos alhear-se da sua cidade, das suas condições de vida, salubridade, cultura e oportunidades de realização profissional. O programa SENTES dirigido ao cidadão numa perspetiva intimista, reflexiva, procura criar a motivação para que pense e mobilize para a ação a sua cidade como espaço de vida e garante de um rumo para a sustentabilidade”, salienta o Professor Eduardo Oliveira Fernandes.

PROFESSOR EDUARDO DE OLIVEIRA FERNANDES PROMOVE SÉRIE TELEVISIVA SOBRE O CONFORTO, A SAÚDE E A ENERGIA NO AMBIENTE CONSTRUÍDO

O projeto Atlantic Power Cluster, no qual o INEGI teve oportunidade de participar na qualidade de parceiro do consórcio internacional estabelecido para o efeito, saiu vencedor da primeira cerimónia de entrega dos prémios “Atlantic Project Awards”, na categoria da Sustentabilidade.

O evento realizou-se durante a 3.ª Conferência das Partes Interessadas do Atlântico, em Dublin, no passado dia 27 de setembro.

Os Atlantic Project Awards são concedidos a projetos que se insiram nos objetivos da Estratégia Atlântica e nas prioridades do Plano de Ação, como reconhecimento do excelente desempenho em áreas/setores relevantes.

PROJETO ATLANTIC POWER CLUSTER – NO QUAL O INEGI PARTICIPOU – VENCE PRÉMIO NOS “ATLANTIC PROJECT AWARDS”

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BREVES

Dulce Oliveira, investigadora do INEGI e doutoranda em Engenharia Biomédica, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi reconhecida com uma Menção Honrosa na 26.ª edição do Prémio Científico IBM relativo ao ano de 2015.

A IBM Portugal indicou que o júri do prémio decidiu atribuir uma Menção Honrosa à investigadora do INEGI pelo trabalho que apresentou com o título “Modelos Computacionais para Simular Cenários Clínicos: Parto Vaginal”.

O trabalho de investigação de Dulce Alves de Oliveira aborda o desenvolvimento de modelos biomecânicos para análise de possíveis cenários clínicos relacionados com o parto, para apoio de tomada de decisão por médicos.

Depois de uma viagem que durou cerca de sete meses, a spin-off do INEGI HPS (High Performance Structures, Gestão e Engenharia Lda.) assistiu, no dia 19 de outubro, à chegada a Marte da missão ExoMars, para a qual a empresa desenvolveu, produziu e integrou as proteções térmicas do módulo que pousou no quarto planeta do Sistema Solar.

A HPS foi a responsável pelo desenvolvimento da parte térmica do Schiaparelli, módulo que chegou à superfície do planeta Marte.

O projeto, que se iniciou em 2012, contou com a participação da HPS em todas as fases, desde o desenho preliminar, passando pelos testes de qualificação até à integração do hardware no satélite.

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O EXOMARS CHEGA A MARTE COM O CONTRIBUTO DA HPS – UMA SPIN-OFF INEGI

IBM PORTUGAL ATRIBUI MENÇÃO HONROSA A DULCE OLIVEIRA, INVESTIGADORA DO INEGI

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14 NOVEMBROALFÂNDEGA DO PORTO

CONFERÊNCIA INEGI 2016Informações:www.conferencia2016.inegi.up.pt/[email protected]

T. (+351) 229 578 710

Patrocinadores PLATINA Patrocinador GOLD

PROGRAMA 08H30 - Receção dos Participantes

09H00 - Sessão de AberturaAlcibíades Paulo Guedes, Presidente do Conselho de Administração do INEGIManuel Caldeira Cabral, Ministro da Economia

09H30 - Inovação, Economia e DesenvolvimentoAugusto Mateus, Fundador e Presidente da Augusto Mateus & Associados

10H30 - Coffee Break

11H00 - Painel/Mesa Redonda: ENERGIAAntónio Costa Silva, Presidente Executivo da Partex Oil and GasAntónio Vidigal, Presidente da EDP InovaçãoCarlos Martins Andrade, Diretor de Inovação, Investigação e Tecnologia da GALP EnergiaNuno Ribeiro da Silva, Presidente da ENDESA PortugalModerador: Álvaro Rodrigues, Professor da FEUP

12H30 - Almoço

14H00 - Painel/Mesa Redonda: INDÚSTRIAÂngelo Ramalho, CEO da EfacecCarlos Moreira da Silva, Presidente do Conselho de Administração da BA VidroJorge Fesch, CEO da Sakthi Portugal, S.A.Mário Pais de Sousa, Presidente Executivo da CabelteModerador: Aníbal Campos, Presidente da AIMMAP

15H30 - Coffee Break

16H00 - Painel/Mesa Redonda: TRANSPORTESAna Isabel Fernandes, Vice-Presidente Negócios de Aeroestruturas da OGMAJorge Cerqueira Pinto, CEO da CaetanoBusJúlio Grilo, Diretor de Engenharia e Inovação do Grupo SimoldesMiguel Velosa Rodrigues, ITS (Intelligent Traffic Systems) da Siemens PortugalModerador: Adolfo Silva, Diretor da AFIA

17H30 - Sessão de Encerramento & ConclusõesSebastião Feyo de Azevedo, Reitor da Universidade do PortoAlcibíades Paulo Guedes, Presidente do Conselho de Administração do INEGI

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“Não podemos dizer ao vento para soprar mais depressa ou dizer ao sol para brilhar mais. Há oscilações naturais e, como tal, é fundamental que que existam previsões” começa por explicar João Sousa, gerente da Prewind, para enquadrar a pertinência do surgimento desta spin--off INEGI, dedicada à prestação de serviços de previsão para o setor da energia, particularmente, das energias renováveis.

Com data de constituição em 2010, a Prewind via o seu destino a ser traçado já desde 2004, altura em que surgiu o projeto de investigação que lhe viria a dar origem. Um consórcio de empresas promotoras de parques eólicos em Portugal desafiou a academia – nomeadamente o INEGI, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Compu-tadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) – a desenvolverem modelos de previsão da produção de eletricidade de base eólica.

Ora o sucesso foi tal que o consórcio voltou a lançar um repto: constituir uma empresa para a prestação de um serviço de previsão diário, com base nos resultados obtidos e noutros que pudessem vir a ser alcançados. E é assim que nasce esta spin-off que, desde a sua constituição, tem vindo a prestar serviços para os mercados nacional e internacional.

“Nós começamos com um serviço de previsão da produção de parques eólicos para 3 dias e hoje já fazemos para 7 e 15 dias”, refere João Sousa acrescentando que, para o futuro, pretendem “alargar o leque de oferta em Portugal, acompanhando a evolução do setor fotovoltaico e aproveitando a competitividade do mercado para atuar na área do mercado elétrico, nomeadamente na previsão dos preços de eletricidade”, bem como “consolidar a internacionalização”. Este ano, a Prewind, que está sediada no edifício do INEGI, criou uma sucursal no Brasil para fortalecer o seu posicionamento no mercado sul--americano e já fornece previsões para 5% dos parques eólicos instalados naquele país.

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Ricardo Faria (Responsável Operacional) e João Sousa (Gerente)

Spin off

“NÓS COMEÇAMOS COM UM SERVIÇO DE PREVISÃO DA PRODUÇÃO DE PARQUES EÓLICOS PARA 3 DIAS E HOJE JÁ FAZEMOS PARA 7 E 15 DIAS” - PREWIND

Defendendo que o seu elemento distintivo é a prestação de um “serviço de qualidade com elevados índices defiabilidade”, o gerente da spin-off acredita que estar no INEGI, e, consequentemente, perto da academia, é uma vantagem, uma vez que o plano de trabalhos da Prewind prevê “uma aposta contínua em I&D”, capaz de “reduzir o erro de previsão” e de “acompanhar, continuamente, a vanguarda da tecnologia”.

Em Portugal, a Prewind fornece atualmente, numa base diária, previsões da produção de eletricidade para mais de 60% da capacidade instalada eólica nacional (considerando apenas o serviço de previsão fornecido para cada parque eólico), bem como previsões das condi-ções meteorológicas para apoiar a gestão e o planeamento das ações de operação e manutenção.

Com um volume de negócios que oscila entre os 200 e os 250.000 euros por ano e dois a três funcionários com quem colabora diretamente, esta spin-off do INEGI tem vindo a trabalhar com os grandes players do setor da energia – REN, EDP Renováveis, GENERG, EDF-EN, Queiroz Galvão (Brasil), etc. – conseguindo mantê-los como clientes não só em Portugal, mas também no estrangeiro.

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À CONVERSA COM: ENGENHEIRO MÁRIO PAIS DE SOUSA

Ao 30º aniversário do INEGI, estivemos à conversa com

um veterano da indústria portuguesa que vai também na

sua terceira década de carreira. Em comum, têm uma

história pautada pelo sucesso. Durante o final da década

de 80 e no decorrer da década de 90 foram os responsáveis

por revolucionar o mercado dos esquentadores em

Portugal, num projeto de inovação encabeçado pela

empresa Vulcano. Quase 30 anos depois, em 2016, Mário

Pais de Sousa volta a confiar no INEGI como parceiro de

inovação e desenvolvimento de base tecnológica.

São 30 anos de INEGI e mais de 30 anos de carreira do Engenheiro Mário Pais de Sousa. De certo modo, cresceram juntos. O que despertou esta relação?

Fiz o primeiro Curso de Especialização em Gestão Industrial do INEGI e daí nascem os contactos. Na altura estava na Vulcano que, entretanto, foi adquirida pelo Grupo Bosch, que decidiu fazer a transferência do centro de investigação e desenvolvimento para Portugal. Aí nascem os primeiros projetos de desenvolvimento que eu tive o gosto de dirigir e esses nasceram em paralelo com o INEGI. Foram 10 anos a trabalhar com o INEGI, o grosso do desenvolvimento passava pelo INEGI. Embora nós tivéssemos capacidade própria, foi uma opção externalizar. Depois surgiram os projetos, as patentes, os produtos... Quando saí da Bosch fiz projetos de reestruturação, mais do que de inovação. Hoje, na Cabelte, tenho em mãos um projeto de reestruturação pesado mas com um horizonte de médio prazo, o que já permite pensar não só no amanhã, mas também no futuro.

Mas a inovação não foi deixada para trás...

Os projetos de inovação e desenvolvimento precisam de tempo. Mas nós concorremos agora com um projeto ao Portugal 2020 na área da inovação que se chama Cater e o nosso parceiro tecnológico é o INEGI. O objetivo é trabalhar na dissipação térmica nos cabos de alta tensão e muito alta tensão. Recomeço uma história quase 30 anos depois da outra, 25 anos seguramente, e espero que também tenha sucesso. Embora eu ache que o sucesso que tivemos no passado só se atinge uma vez na vida...

Refere-se à extraordinária revolução levada a cabo nos esquentadores da Vulcano...

Exatamente. O que fizemos na altura permitiu que, em termos europeus, ficássemos quase numa situação de monopólio. Ganhámos uns anos face à concorrência e ganhámos quantidades e volumes tais, força dos novos produtos, que conseguimos que o produto ficasse vivo até hoje.

Mário Pais de Sousa é Presidente do Grupo CABELTE, Vice--Presidente da Associação Portuguesa Gestão e Engenharia Industrial (APGEI), Membro do Conselho Consultivo da Associação Empresarial de Portugal (AEP) e Membro do Conselho de Curadores da Fundação AEP. Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, concluiu o Curso de Especialização em Gestão Industrial na Universidade do Porto e foi outorgado com o título de Especialista em Engenharia e Gestão Industrial. Em 1996, foi condecorado pelo Presidente da República Federal da Alemanha com a Cruz da Ordem de Mérito Industrial da República Federal da Alemanha.

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Há uma frase que na altura disse ao INEGI e que me parece demonstrar a visão que, já naquela altura, tinha relativamente à importância da inovação: “Sou líder na venda de esquentadores e daqui a 10 anos quero continuar a sê-lo, o que é que eu preciso de fazer?”. O que é que o motivava a achar que, de facto, era preciso fazer algo mais?

Obviamente conhecia bem o produto e o mercado, uma vez que eu nasci com a empresa e a empresa nasceu comigo. O que o meu sócio da vida toda a certa altura me disse foi “nós não podemos viver dos apartamentos novos, nós precisamos de criar a necessidade de rodar o produto”. Estamos a falar de produtos que não só eram maduros, como tinham vidas médias de 20/30 anos. O que nós dissemos foi: o que é que temos de fazer para criar a apetência no consumidor para não deixar chegar os aparelhos aos 20 anos? O que é que vamos pôr no mercado que leva a pessoa a olhar e a dizer “eu quero substituir”?

Portanto, a minha motivação nasceu desta reflexão. Depois pensámos: mas o que é que podemos fazer no produto para que isso aconteça? E daí surgiu o primeiro projeto com o INEGI, os hidrogeradores. Eram geradores hidráulicos domésticos que tiveram um sucesso enorme porque os aparelhos passa-ram a ter autonomia energética – nós gerávamos a energia que os aparelhos precisavam, não era necessário ligar à tomada. Assim, os aparelhos passaram a ter funções que não tinham até então e, como percebemos nessa altura que 10% do que as pessoas gastavam em gás era por causa da chama do piloto estar acesa, terminámos também com as chamas dos pilotos, há 25 anos.

Como foi a relação com o INEGI durante este processo?

A relação foi muito boa, ou não tivesse nascido de uma relação entre aluno e Professor, isto é, entre mim e o Professor Rui Guimarães que tinha sido meu Professor no Curso de Especialização em Gestão Industrial.

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Por isso é que decidiu retomá-la, quase mais de duas décadas depois?

Sim, sem dúvida, devido às boas referências. Essas coisas marcam... Eu nunca tinha tido patentes na minha vida até então! As que alcancei resultaram de processos de colaboração com o INEGI e essas coisas ficam sempre... Mas em relação ao hidrogerador, que representou a maior inovação que fizemos, a verdade é que a patente da ideia original é dos anos 50! Não quisemos inventar a roda. Antes de avançarmos, fomos ver a todos o sítios o que é que havia sobre este assunto e descobrimos patentes de uma empresa que, na altura, era muito maior que a Vulcano e que acabou por desaparecer. No entanto, ninguém foi capaz de pôr em prática a ideia que estava patenteada. O que nós fizemos foi resolver os problemas técnicos que existiam e que impediram que, até então, a ideia não tivesse sido posta em prática. Este é um exemplo de sucesso de uma ideia que tão-somente foi redescoberta e melhorada. Eu acho que, às vezes, na indústria portuguesa, quer-se fazer muitas coisas fundamentais sem antes se ter feito o básico.

Considera que o desejo de inventar a roda pode ser um dos entraves à evolução da indústria em Portugal?

Julgo que sim. A verdade é que, na maioria das vezes, o mais necessário é melhorar os processos, de modo a criar as condições, mesmo económicas, que permitam financiar a investigação fundamental - o que implica um investimento avultado para um resultado que é de médio-longo prazo. Eu diria que o maior entrave à investigação e ao desenvol-vimento fundamental na nossa indústria é o facto de não termos sequer o trivial. O primeiro passo é criar operações sustentáveis que já tenham inovação dentro delas. Eu acho que não se pode passar para a investigação fundamental sem ter um espírito de inovação em toda a operação. É preciso inovar nos processos de negócio, nos processos produtivos, nos processos administrativos, isto é, ter um espírito que leva a que, de facto, sejamos produtivos, criemos riqueza e apliquemos então essa riqueza na investigação. Se começarmos pela investigação fundamental dificilmente geramos os meios na operação do dia-a-dia para a sustentar e um dia ela morre. Quando há uma dificuldade a primeira coisa em que se corta é no futuro, somos assim.

Acha que é um problema contemporâneo motivado pelo facto de se falar, cada vez mais, da necessidade de investigar para inovar?

Eu acho que o problema está cá desde o princípio. É evidente que passaram 30 anos desde que iniciei a minha atividade profissional e muita coisa evoluiu. Lembro-me bem dos primeiros PEDIPs e lembro-me do Engenheiro Mira Amaral a falar dos fatores soft de competitividade e o que era defendido há 25/30 anos atrás, de facto, fazia sentido, mas acho que nunca chegamos a dar o salto. Apesar de, como digo, termos tido evolução em muitas empresas e casos de sucesso. No entanto, na minha opinião, a grande massa anónima da nossa indústria continua sem dar o salto.

O que deve ser feito para que os nossos industriais percebam, de facto, a importância que a inovação desempenha na competitividade das empresas?

Eu diria que só com políticas públicas, no verdadeiro sentido, articuladas nesse caminho. Infelizmente pela nossa maneira de ser ou vamos obrigados, ou por incentivo. Com 30 anos de

atividade profissional, nunca vi que isto mexesse de outra maneira. Apesar de se saber que a inovação gera competitividade, não é fácil levar a ideia à prática por todas as suas implicações, especialmente em Portugal. A primeira peça, sensivelmente do tamanho de um telemóvel, para fazer o célebre hidrogerador, em 1991 custou 2 milhões de euros e não sabia se resultava. Isto não vai connosco, portugueses. É cultural e não criamos a riqueza suficiente. Se olharmos para o que anda a ser discutido na política portuguesa em 2016, na preparação de 2017, temos 10 euros, em vez da preocupação em criar riqueza para que um dia ninguém tenha de ter reformas de 200 euros. É só uma imagem que, a meu ver, reflete um estado político de há décadas, que justifica o porquê de nunca termos dado o salto e de estarmos cada vez mais longe de o conseguirmos fazer.

Que futuro podemos esperar?

Evoluir vamos sempre evoluindo, sem nenhuma dúvida. A indústria de hoje não se compara com a da década de 80, quando eu comecei. Mas vamos sempre evoluindo atrás dos outros e com uma distância cada vez maior. Não vejo que tenhamos os meios para dar o salto porque não fazemos a melhoria contínua, nem criamos os meios para fazer as descontinuidades. É evidente que há empresas que vão ter a indústria 4.0 e é possível fazê-lo. Aliás, nós estamos a fazê-lo na Cabelte com máquinas de há 40 anos, mas não vejo, em termos nacionais, que isso se faça.

Apesar da sua descrença na evolução sustentada da indústria portuguesa, manteve-se fiel às suas convicções e, em 2016, volta a apostar num projeto de inovação com o INEGI...

Decidimos correr esse risco, mas não vou ter tranquilidade nenhuma durante um ano e meio, pelo menos. O investimento é enorme e o risco financeiro brutal. Se não houvesse um incentivo também fazia um investimento deste tipo, mas com um calendário diferente. Assim, esperemos que corra tudo bem e que alcancemos os mesmo resultados no apertado calendário que temos. Quando se quer criar valor a médio prazo o caminho da inovação é o único possível. Mas quando se começa tem de se pensar que se está a criar a riqueza suficiente para se sustentar a inovação, que por sua vez vai sustentar a próxima riqueza, que vai sustentar a próxima inovação e assim sucessivamente.

Como vê o papel dos institutos de novas tecnologias como o INEGI no apoio a estas atividades de investigação e de inovação de base tecnológica e transferência de tecnologia?

Num país como o nosso são absolutamente fundamentais. Não temos escala para termos essa valência em casa própria, porque o seu custo estrutural é insustentável para a maioria das empresas portuguesas. Diria que um futuro de sucesso para os centros tecnológicos passa por tentar transformar em coisas palpáveis as parcerias que têm. Criar bons exem-plos, publicitá-los e fazer com que se multipliquem. Fazer com que as colaborações com as empresas gerem riqueza nas empresas que possa depois voltar a ser capturada, através de novos projetos em parceria. Em suma, criar casos de sucesso capazes de gerar o sucesso seguinte.

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OPEN DAY TEMÁTICOSOs Open Day Temáticos têm vindo a marcar a agenda do Programa Comemorativo do 30º Aniversário do INEGI. Foram já realizados três dos quatro previstos, sendo que o último é centrado no tema “Energia”.

Para o Open Day dedicado à temática da Energia, que será realizado no dia 13 de dezembro, está a ser preparada uma sessão em que estarão em destaque as energias renováveis, a eficiência energética, as novas tecnologias energéticas, bem como a influência da energia no ambiente construído.

Estas iniciativas pretendem fomentar, em torno de uma área de competências tecnológicas do INEGI, o diálogo e a troca de experiências entre os Colaboradores do Instituto e os profissionais do tecido empresarial e científico. Estas sessões contemplam a apresentação de competências, a descrição de projetos em que o INEGI está envolvido, a visita a instalações laboratoriais e a identificação de pontos de convergência, dos quais podem resultar projetos futuros.

A participação nestas iniciativas é livre mas com inscrição obrigatória por intermédio do email:

[email protected]

OPEN DAY TEMÁTICO SOBRE TECNOLOGIAS AVANÇADAS DE FABRICO

INICIATIVAS REALIZADAS

A 28 de setembro realizou-se mais uma edição dos Open Day Temáticos no INEGI. Desta vez, o dia foi dedicado ao tema “Tecnologias Avançadas de Fabrico” e contou com a presença de cerca de 70 participantes provenientes de mais de 30 empresas. A sessão teve início com uma breve apresentação institucional do INEGI, seguida de uma intervenção intitulada “O INEGI e as Tecnologias Avançadas de Fabrico”. Posteriormente, houve uma visita às instalações acompanhada de uma mostra de tecnologias, que culminou com uma intervenção intitulada “Modelos de colaboração em investigação e inovação”.

PRÓXIMAS INICIATIVAS

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A segunda exposição a estar patente no Espaço Expositivo do INEGI é dedicada ao tema “Spin-offs Nascidas no INEGI“, realçando o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas sete empresas spin-off que tiveram origem em diferentes projetos maturados no seio do INEGI e dos quais resultaram trabalhos de valor comercial inquestionável.

A OPT, a ALTO, a HPS, a Prewind, a Mercatura, a PETsys e a Clever são empresas que constituem hoje uma realidade no mercado, geradoras de conhecimento, de valor e de emprego, que orgulha o INEGI. E que constituem, também, um dos instrumentos de concretização da Missão do Instituto, que se corporiza num contributo para o desenvolvimento da economia nacional através da diversificação do seu tecido empresarial.

O Espaço Expositivo integra-se no programa comemorativo do 30º aniversário do INEGI com o intuito de realçar marcos que se tenham revelado determinantes ao longo destes 30 anos de vida. Com a pretensão de revisitar momentos de interesse a todos os que, de algum modo, partilham a casa INEGI, este espaço apresentará conteúdos temáticos que serão renovados periodicamente.

INICIATIVAS REALIZADAS

ESPAÇO EXPOSITIVO – SPIN-OFFS NASCIDAS NO INEGI

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INEGI NOTÍCIAS Nº 44 - NOVEMBRO 2016 Propriedade - INEGIEdição - INEGIDireção Editorial - Rui Sá, Diana SousaEquipa Editorial - Daniela Silva, Hugo Santos, Joana Pinto, Luís Pina, Margarida Machado, Paulo Tavares, Sara Fernandes, Sílvia EstevesDesign - Três Sentidos DesignPeriodicidade - TrimestralTiragem - 1200 exemplares

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